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IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS

www.jornalsolidario.com.br

Ano XVII - Edição N o 595 - R$ 2,00

Horton Grup/SXC.HU

Porto Alegre, outubro de 2011 - 1a quinzena

Divulgação

São Pio

Comunicação social ganha nova entidade, a Associação São Pio

O futuro da Nação e do cristianismo Proteger as crianças: a mais grave urgência no lar e na escola. Serão elas os adultos de amanhã a conduzir o País e a continuar o Projeto de Jesus. Mesmo cicatrizadas pelo tempo, feridas abertas na infância – por abandono, indiferença ou violência física de toda ordem – deixam marcas que determinam a saúde psico-espiritual para o resto da vida.

Arquivo Solidário

Páginas centrais

Ela surge junto à Paróquia São Sebastião de Porto Alegre. “Através da Associação, pretendemos viabilizar novas formas de comunicação da Igreja e de divulgação do Evangelho”, antecipa o pároco Pe. Eduardo Delazeri. A entidade pretende privilegiar as mídias digitais e as modernas tecnologias de informação nas suas atividades. O nome da entidade é homenagem a São Pio de Pietralcina, santo italiano canonizado em junho de 2002.


A

2 Editorial

T

odo o berço que acorda é sinal vivo de que Deus ainda não perdeu a esperança na humanidade. Outubro nos traz, no dia 12, o Dia da Criança e da Mãe Aparecida. Duas celebrações intimamente relacionadas. No amor e dedicação a seu filho Jesus da mãe Aparecida estão representadas todas as mães que amam, com amor de predileção, a seus filhos. Então, o Dia da Criança é, também, o dia das mães. Embora, com justiça se diga, que todo o dia é dia das mães, no desvelo, no carinho, na preocupação, no estar junto da sua criança, de ser para ela, o rosto feminino de Deus. Em cada criança que nasce o milagre da vida é renovado. E a mãe é o sacramento, corpo, alma, espírito deste milagre. Poeticamente, se poderia dizer que, em Jesus, Deus se fez criança para sentir como é bom um colo de mãe! No dia da criança lembramos, também, tantas crianças que não sabem o que é um colo de mãe, cuja “família” são colegas de desventura, cujo lar é a rua, cuja “escola” são lições de violência e de morte, cujo alimento são restos e sobras que vão catando em latas de lixo... Dura, triste e vergonhosa realidade. Isso sim, é uma vergonha: um país de quase duzentos milhões de cristãos tratar assim milhares e milhares de suas crianças. Aqui, com muita propriedade, se pode repetir: dize-me como teu país cuida de suas crianças e eu direi que tipo de país é este! Certamente, a maioria dos nossos leitores e leitoras nasceu e cresceu numa família onde se vivia o amor, onde o carinho e a ternura estavam presentes, teve educação e formação, bebeu a fé com o leito materno, sentiu, sim, como é bom um colo de mãe. Privilegiados, imensamente privilegiados. Será que nos lembramos de agradecer a Deus por tantos privilégios e, de nossa parte, dar todo o carinho para as crianças que Deus colocou e coloca em nossa vida? E se tivermos a oportunidade, é divino ser mãe... ser pai... ser irmão/irmã de tantas crianças que não conhecem um lar, uma família, um abraço, um beijo, o amor. Para que, um dia, toda a criança que nasce possa ser, quando adulta, cidadã deste país cristão. Que no Dia da Criança possamos renovar, lá muito dentro de nós, tudo o que a criança simboliza: alegria, ternura, honestidade, sinceridade, carinho, amor. Repetimos: cada berço que acorda é sinal vivo de que Deus ainda não perdeu a esperança na humanidade. Não deixe de ler, nas páginas centrais desta edição, a importante contribuição do psicólogo e terapeuta de família, Dr. Jorge La Rosa. O Solidário abre um espaço especial para seu parceiro de primeira hora, a Irmandade São Miguel e Almas (ISMA). Fundada em 29 de setembro de 1773, a Irmandade é muitíssimo mais do que uma entidade que mantém um cemitério e oferece serviços fúnebres e religiosos. Praticando a filosofia vicentina, a ISMA canaliza seus ingressos para obras assistenciais, asilos, creches, obras benemerentes. Atualmente, ajuda substancialmente a atividade dos membros da Toca de Assis, que vivem e praticam, em condições de extrema simplicidade e desapego, o que o Mestre ensinou como característica principal de seus discípulos: “Tive fome, sede, estava nu, na prisão, doente, era migrante... e tu me acolheste”. Na contracapa desta edição o depoimento do atual presidente da Irmandade, Ito Hugo Fischer. (attilio@livrariareus.com.br)

CNPJ: 74871807/0001-36

Conselho Deliberativo

Presidente: José Ernesto Flesch Chaves Vice-presidente: Agenor Casaril

Voz do Pastor Dom Dadeus Grings

Arcebispo Metropolitano de P. Alegre

Milagre da vida renovado

Fundação Pro Deo de Comunicação

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RTIGOS

Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

A absolutização das ciências

N

o início, religião e ciências iam de mãos dadas. Fala-se de duas asas - a razão e a fé - que conduzem a Deus. Acontece, porém, que, a certa altura, restabeleceu-se um atrito, que se foi acentuando, até degenerar em mútua agressão. Não há necessidade de entrar em detalhes e apontar culpados. O problema está na perspectividade. Há pontos de vista substancialmente diferentes, porque o lugar de observação e o método são diversos. A religião, com sua teologia, fala de Deus, a partir de uma revelação pela fé. As ciências, depois de se separar da filosofia, privilegiam a experiência imediata e limitam metodologicamente seu campo de pesquisa. A filosofia vê o ser enquanto ser. As ciências, ao invés, se concentram na realidade sensível. Foram-se especializando cada vez mais em determinadas realidades e sob pontos de vista ainda mais restritos. Assim, por exemplo, a filosofia estuda o homem em sua origem e destino últimos. A psicologia especializou-se no estudo de suas tendências e reações imediatas. Analisa o psiquismo. A sociologia vê o mesmo homem no seu contexto social. A antropologia situa-o no espaço e no tempo... Há zonas limítrofes, onde as ciências se encontram com a filosofia e a religião. Ali costumam surgir divergências, ou porque a religião, com sua teologia, ou a filosofia, ou as ciências, ultrapassam seus limites e se intrometem no campo alheio. São exemplos contundentes a questão da evolução, que teve como protagonista Darwin; a questão do heliocentrismo, cujo corifeu foi o cônego Copérnico e, depois, transformado em polêmica por Galileu e Kepler; e a questão do universo em expansão, proclamado solenemente por Laplace... Sem nos determos na discussão destes problemas, basta acenar aqui para a posição assumida pelas ciências. Passando por cima dos limites a que seu campo de especialização as restringia, pretenderam dar explicações últimas, invadindo o plano da religião e da filosofia. Arvoraram-se em instância última, pretendendo não propriamente substituir Deus, mas declarar a crença nele ultrapassada. Não só o excluíram de seu campo de pesquisa - o que seria correto - mas também pretenderam afastá-lo do coração e da vida humana. Seria como o médico que abrisse o cérebro de um paciente para tentar, com suas pinças, extrair dali as ideias de um célebre pensador e, não o conseguindo, declarasse que, naquele cérebro, não há ideia alguma. Ou outro que operasse o coração e ali quisesse retirar uma pitada do amor daquele apaixonado. E, depois, declarasse à sua bem ou mal amada, que ali não encontrara nada que se parecesse com amor. Seu bisturi voltara vazio da operação. As ciências, tanto físicas quanto biológicas, estão no campo da experimentação. Podem verificar o que aparece. Não conseguem, porém, pronunciar-se sobre a natureza última. Seu campo e seu método são demasiadamente restritos. O problema está no fato de, na opinião pública, se dar tal crédito às ciências que elas se caracterizem com o numinoso. Tem poder sobre a vida e a morte. Em muitos campos colocaram-se em lugar de Deus. Em qualquer hipótese, com suas afirmações, muitas vezes fora de contexto, destroem a fé em Deus de muitas pessoas. A harmonia, o amor, a beleza, a vida, a responsabilidade e a fé não se deixam reduzir ao acaso. As ciências, que excluem ou se opõem a Deus, deixam o coração humano vazio e a inteligência vacilante. Por isso o homem concreto, dotado de inteligência, vontade e sentimentos, ao mesmo tempo crê e pesquisa; vive a fé e investiga; tem o pé na terra e a perspectiva de horizonte no céu.

A melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros. Confúcio

Conselho Editorial

Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer, Beatriz Adamatti e Ângelo Orofino

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo

Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS

Revisão Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3221.5041 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.


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AMÍLIA &

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OCIEDADE

Perfil do pai moderno Malcolm Montgomery

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Médico e autor do livro "O Novo Pai"

que vem a ser o “novo” pai?

Acho que o novo pai depende da nova mãe. Com a mulher tendo uma ocupação fora de casa, ela abre espaço para o homem exercitar o amor da presença. Embora a função do pai sempre tenha sido a de ensinar o amor da ausência. Com a nova matriz familiar, na qual a mulher fica mais fora de casa, a mãe também aprende a ensinar o amor da ausência.

Na prática, como se configura o “amor da presença” e o “amor da ausência”? O amor da ausência é aquele amor que fica dentro da gente, mesmo quando não se está presente. Por exemplo, estou viajando e o meu filho está em casa, mas eu posso dar uma ligadinha para saber se está tudo bem. Posso não poder alimentá-lo com uma colher de sopa, mas posso nutri-lo com um telefonema, para ele saber que estou ligado nele. O amor da ausência é o amor de Jesus Cristo. Veio, entrou dentro da gente e, mesmo estando fisicamente ausente, falamos nele até hoje. O amor da presença é o amor da mãe, do diaa-dia, é o cuidado com a disciplina, alimentação e educação. Equilíbrio afetivo: Esta nova matriz familiar gera uma divisão de poder mais equitativo, produzido por esses dois amores. O pai deixa de ser aquela autoridade distante que você só via de vez em quando, para dar um "chega-prá-lá" final e a mãe deixa de ser aquela bobinha que o filho dominava. Uma divisão de poder equitativa, entre pai e mãe, gera uma divisão equitativa entre esses dois amores. Isto vai trazer para as novas crianças uma estruturação afetiva muito mais equilibrada.

Qual é o erro mais comum dos pais na hora de educar os filhos?

O erro mais comum é o pai achar que já sabe educar. Trazer o modelo estereotipado e repassar a mesma educação recebida dos pais ou seguir justamente o caminho contrário. Educação é você ser referencial para o filho. Em vez de educar pelo verbo educar, educar pelas vivências da criança. Exemplos: Numa pescaria, se o filho perde um peixe, o pai pode mostrar-lhe que ganhar e perder faz parte da vida. Ao escalar uma colina de pedras, você pode passar uma série de vivências, como: Cada um escolhe o seu caminho durante a travessia das pedras; conseguimos as coisas através da perseverança; podemos ter medo durante a caminhada, mas se o enfrentarmos, seremos capazes de vencê-lo. Filho herói: No fundo, o filho é o pai do adulto. Ele o faz rever e questionar uma série de coisas. O pai acha que leva o filho para frente, mas no fundo é ele que leva o pai para frente. Na Segunda Guerra Mundial, quem era pai tinha muito mais condições de sobrevivência e estratégias, pois tinha uma motivação maior para voltar.

M. Nota/sxc.hu

Quais os procedimentos básicos que um pai deve tomar hoje em dia para educar os filhos? Os pais têm que se emocionar com os filhos e os filhos têm que se emocionar com os pais. O amor não é só politicamente correto. Pai também tem raiva do filho. Mostre as emoções de uma forma clara, pois as crianças lidam bem com as emoções, quando são claras. Quando existe emoção, existe amor na parada. Na minha opinião, o bom pai é aquele que se torna desnecessário e o filho aprende a voar sozinho. É muito comum, na educação, proteger demais os filhos. O ideal é se relacionar com os filhos a ponto de libertá-los. Fora dos trilhos: O pai não pode ser rígido e formar generais e soldadinhos. Deve sair um pouco fora dos trilhos. A auto-estima depende muito de você ouvir a criança e respeitar os seus valores. Tome cuidado com as mensagens: "Tire 10 no boletim, jogue bem futebol que eu vou te amar". Trocando em miúdos, faça o que eu acho que é importante que então eu vou te amar. Dessa forma a auto-estima fica muito construída no referencial do pai. A mensagem correta não é eu amo o que você faz ou eu amo a sua imagem, mas eu amo você.

O que um filho espera do pai?

Que ele seja pai. O pai não pode pensar: "Eu sou o melhor amigo do meu filho", não deveria ser, porque o filho já tem amigos na rua. Pai ele só tem um. O pai deve ser um ponto de referência onde haja a ambivalência entre dar proteção e sair fora. Porém, este limite é muito tênue. Muita liberdade o filho também interpreta como desamor. Pai deve mostrar autoridade. Uma autoridade que deve ser conquistada pelo respeito e não pelo poder. A autoridade dirige, orienta, estabelece limites e até dá palmadas. O poder controla, manipula, avilta e provoca o temor.

Os pais estão preparados para ser pais?

Ser pai é uma grande aventura, é um risco, é o novo. Evidentemente, quando a gravidez é planejada e responsável, pressupõe-se uma maior adequação da paternidade. (Entrevista à Vya Estelar)


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4 O encanto das histórias Carmelita Marroni Abruzzi Professora universitária e jornalista

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humanidade sempre gostou de histórias. Ao longo de sua evolução, houve muitos contadores de histórias, pessoas respeitadas e aguardadas ansiosamente pelas comunidades primitivas e que, muitas vezes, eram o repositório da história de cada povo, numa época em que seus feitos só puderam se conservar pela tradição oral. Morris West nos fala num desses personagens: “Aquele homem é uma pessoa muito especial. Ele é o guardião dos sonhos de todo o seu povo. Eles não têm linguagem escrita. Toda sua história é transmitida oralmente”. O encanto pelas narrativas permanece em todos nós. Cristo sabia disso, quando contava suas parábolas; as pessoas ouviam com atenção, entendiam suas mensagens e as gravavam mais facilmente. Rubem Alves escreveu um livro, contando histórias que encantam crianças e adultos: Quer que eu lhe conte uma história? (Papirus, 2010) e nos diz que “cada história é uma bolha de sabão, completa em si mesma, pequeno universo redondo feito com surpresa, risos e verdades.” Nas escolas, a hora do conto, além de ampliar o conhecimento da própria língua, oportuniza a descontração, a dramatização e a convivência entre as crianças. São momentos de intensa alegria: observe-se o brilho nos olhos das crianças ao assistir a uma dramatização ou ouvir uma história. Muitas escolas, em sala de aula ou na biblioteca, mantêm essa tradição, que pode, ainda, contribuir para análise de valores em situações de vida. Na família, a história tem uma função afetiva, quando o pai ou a mãe dedicam momentos de carinho para contar histórias aos filhos. São laços que permanecerão por toda a vida. E o interessante é que a criança quer que a gente, muitas vezes, repita a mesma história com os mesmos detalhes! (O que pode ser para nós “uma desgraça” quando a gente não se lembra como contou a versão anterior: “Mãe, não era assim... É assim”.) Os adultos também gostam de histórias, que podem tornar mais atraentes, até mais compreensíveis determinados assuntos. O escritor inglês Simon Schama narra na forma de história dramática (O Poder da Arte, Companhia de Letras) os momentos da vida em que grandes artistas produziram suas obas primas. Com isso, o escritor visa tornar a arte mais atraente e acessível a um público maior. A Bíblia, no Antigo Testamento, descreve, através de histórias, a longa caminhada do povo de Deus. E o Novo Testamento é pródigo em histórias, quando os evangelistas nos narram a vida de Jesus, através de acontecimentos marcantes e preservam as parábolas que Ele contava. Para nós, ficou a clara e inesquecível mensagem de sua doutrina numa linguagem bem mais fácil de compreender e lembrar. No mundo de hoje, por vezes tão violento e agitado, quem sabe, todos nós, educadores em geral, como pais, professores, sacerdotes, catequistas, pensemos em resgatar o valor das histórias tornando mais claras e inesquecíveis nossas mensagens e trazendo, assim, momentos de encanto e alegria, num mundo tão necessitado de paz e tranquilidade. (debruzzi@ig.com.br)

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PINIÃO

Outubro de 2011 - 1a quinzena

A família e o álcool

Círculo

João Carlos Nedel

vicioso

Vereador de P. Alegre

oi publicada na imprensa, há dias, a informação de que a Comissão de Estudos sobre Políticas Públicas de Combate às Drogas, da Câmara dos Deputados, vai propor o fim da propaganda de bebida alcoólica na TV. Trata-se, afirmo com segurança, de um avanço no combate ao uso imoderado de bebidas alcoólicas, que tanto dano traz às pessoas e, em consequência, às famílias brasileiras. Vai haver muita contrariedade e reação, do mesmo modo que aconteceu quando foi proibida a propaganda do cigarro. Espero que o resultado seja parecido, pois, desde então, mais de 30 milhões de brasileiros deixaram o tabaco. Antes, os fumantes representavam 32% da população e hoje são apenas 17%. Ora, se não é possível acabar com o consumo descontrolado, evite-se o estímulo ao consumo. A verdade é que a propaganda para incentivar o uso de uma droga como o álcool é totalmente errada. É inconcebível que se faça propaganda de bebida alcóolica em competições esportivas, inclusive com a participação de atletas e técnicos. Pois a situação de consumo abusivo do álcool, no Brasil, já é altamente preocupante. Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre álcool, divulgado em fevereiro deste ano, mostra que o Brasil está entre os países com maior aumento do uso excessivo de bebida alcoólica. Talvez muitos não saibam, mas o álcool mata mais que epidemias, AIDS, tuberculose, violência e guerras, sendo responsável por 5% de todas as mortes no mundo. De acordo com o relatório da OMS, a média mundial de consumo de álcool, em 2003, foi de 6,13 l de álcool per capita, em 2003, enquanto no Brasil 32,4% dos homens e 10,1% das mulheres abusaram da bebida alcoólica. Nos dois sexos, a faixa etária analisada é a partir de 15 anos. De acordo com o documento, o consumo de álcool no Brasil foi de 6,2 l por pessoa, em 2005, sendo a cerveja a bebida mais consumida pelos brasileiros, seguida por destilados e vinhos. No ano passado, uma pesquisa do Ministério da Saúde revelou que aumentou de 16,2% para 18,9% o percentual de brasileiros que declararam ter abusado do álcool, entre 2006 e 2009. A tendência, então, é de aumento de consumo. Infelizmente, hoje, no Brasil, já são 16 milhões de pessoas dependentes do álcool. E mais de 1.000 brasileiros morrem, por ano, vítimas de acidentes causados por excesso de álcool, sendo que cerca de 10% de todos os acidentes com vítimas resultam de dirigir com excesso de álcool no sangue. A Lei pode ajudar a reduzir esses resultados. Mas cabe especialmente às famílias o dever de um trabalho preventivo, pela educação e pelo exemplo, evitando o consumo de álcool, para não ter, mais tarde, de chorar por suas perdas.

A morte como sentido da vida Roberto Kerber

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Teólogo e diácono da Arquidiocese de P. Alegre

morte nos inquieta e faz-nos perguntar sobre o sentido da vida. É na morte que o ser humano adquire consciência plena de si. Por isso, a morte não é o fim de tudo. A morte é mistério que revela em plenitude o mistério da vida.

Nenhum ser humano pode abster-se do evento morte, pois é elemento da própria vida, logo, temos que vivê-la. Eliminá-la da consciência é observar-se uma banalização da morte. E, por conseguinte, da própria vida. O ser humano vive durante a sua vida um permanente antagonismo dialético diante da morte, uma vez que se tem consciência dela como fato da própria vida e, no entanto, a razão não o admite, ou melhor, camufla-o, consciente ou inconscientemente, trazendo para si sensações de alívio. Leva a pensar em ‘não morte’, negando a si mesmo a verdade, enquanto a natureza humana está em processo de finitude desde o nascimento. A morte é uma experiência fundante da existência humana, em si é o mistério inesgotável da vida, impenetrável e ininteligível pela razão humana. O que esperar então da morte, se inevitável? No entendimento cristão da morte, o ser humano toma consciência pela primeira vez de tudo o que fez. Em plenitude. Cremos que o homem encontra-se, pela primeira vez, face a face com Deus, no qual tinha fé ou o rejeitou, ou lhe foi indiferente. Para o que crê é elemento fundamental para encontrar o verdadeiro sentido da sua vida, com base na Ressurreição de Jesus Cristo, base de toda a esperança cristã. Da morte não se pode falar com autoridade plena do saber, porque ninguém a experimentou e dela voltou para relatar a sua própria experiência. A não ser o próprio Cristo, que completa pedagogicamente o ensinamento da vitória sobre a morte, demonstrando que Deus é o Deus da vida, o Deus que liberta e não o Deus da morte e da finitude, das limitações materiais perecíveis. É uma entrega completa e definitiva. Como fechamento de um processo que aderimos com liberdade ao fato real de um ‘túmulo vazio ao terceiro dia’, e assim nos cresce a esperança, ou seja, a verdadeira vida nasce com a morte. Aos que duvidam, o apóstolo Paulo vai dizer: “Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia também é a vossa fé”. Ao aderirmos à fé pela razão é o que nos faz buscar o verdadeiro sentido da vida ao considerarmos como norma da vida humana uma busca da verdade em matéria religiosa, a fim de formar prudentemente juízos retos e verdadeiros de consciência. O homem tende a perguntar-se em cada situação concreta, qual a forma de agir correta, o que deve fazer aqui e agora; toda a sua ação é, portanto, uma resposta ao sentido que consiga captar em cada situação de vida. Com uma consciência bem formada fará com que concretamente encontre sentido na lei moral e nos valores universais. O livre assentimento a essa conversão é a realização pessoal que vai dar as razões da nossa fé e assim encontrar o seu sentido na morte como pressuposto de uma vida plena e bem vivida.

Ivone Boechat Mestre em Educação, pedagoga, conferencista e escritora

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m dia, milhões de bebês chora ra m n a l i berdade uterina do milagre da vida: nasceram. Não vestiram seus corpos, não lhes calçaram sapatos nem lhes deram o conforto do seio materno; antes da posse do sonho infantil, foram rejeitados, ao rigor do abandono. Um dia, mãozinhas trêmulas, inseguras, sem afeto, bateram na porta do vizinho, procurando abrigo. Não havia ninguém ali para oferecer afeto nem portas havia na pobreza do lado. O menino escorregou na direção da rua. Um dia, a criança anêmica foi eleita à marginalidade da escura noite e disputava papelões e pães no lixo do depósito público. Aos tapas, cresceu como grão perdido no vão das pedras, sem a mínima possibilidade de sobreviver: sem teto, sem luz, sem chão. Um dia, o adolescente esperto teve alucinações de vida e o desejo de conferir a sociedade: candidatou-se à luta amarga do subemprego. Alvejado pela falta de habilitação, foi condenado como vagabundo, recebendo etiqueta oficial de mendigo. Um dia, o adulto desiludido, amargurado, sem emprego, sem referencial, saiu à procura do amor. No escuro, mas cheio de esperanças, foi colecionando portas fechadas pelo caminho. Sem Deus, sem nome, sem avalista, sem discurso, acreditou no "slogan" das campanhas sociais. Um dia, o menino mal nascido, mal amado, mal educado, não soube cuidar do filho que nem chegou a ver. Não ouviu seu choro. Imaginou apenas que, após nove meses de duríssima gestação, alguém brotara de um rápido encontro, irresponsável, assustado e vazio que sempre ouviu dizer que se chamava amor. (i.boechat@terra.com.br)


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DUCAÇÃO &

SICOLOGIA

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Aprender a ler desenvolve conexões neurais que facilitam abstração Juracy C. Marques Professora universitária

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ão alarmantes as estatísticas noticiadas em jornais, revistas e mídia que, no Brasil, apenas 50 % das crianças aprendem a ler antes da 4a Série do Ensino Fundamental. Esther Grossi, em recente artigo (Zero Hora, 31/08/2011) explica que menos de 50% sabem ler e escrever, pois não conseguem identificar personagem e tema de um texto. “Está apenas alfabético, isto é, sabe decodificar sílaba por sílaba, mas perde a palavra como um todo e, portanto não alcança o significado do que está escrito”.

Os estudos do cérebro mostram que para desenvolver processos de pensamento e a capacidade de abstração é preciso compreender o significado da palavra – nossos neurônios identificam palavras e não sílabas. Em geral, e na melhor das hipóteses, as crianças de seis ou sete anos aprendem a ler em um ano, depois de ter tido alguma experiência com a Educação Infantil (de dois ou três a cinco anos de idade), não necessariamente na escola. Pode acontecer que o faça convivendo em um meio alfabetizador, em sua própria casa, onde as pessoas valorizam o ler e o escrever e leem livros infantis para as crianças ou contam histórias, avaliando o quê e o quanto compreenderam. Isto também pode ocorrer como resultado de comentários sobre programas de TV que os pais assistem juntamente com os filhos. Isto não quer dizer que a Educação Infantil de boa qualidade é dispensável; entretanto, muitas vezes, por variadas razões ela se torna inacessível.

O fonológico e o léxico

Considerando-se os avanços dos estudos do cérebro, surgiu uma nova Ciência da Leitura que descreve como os componentes elementares do sistema nervoso se conectam para desenvolver novas habilidades cognitivas. Estas, por sua vez, propiciam não só novas aprendizagens como a capacidade de pensar – chave para entender conteúdos e significados – mas também facilitam a comunicação, entre as pessoas, tanto na fala como na escrita. São dois processos paralelos: um fonológico, que converte os sons da fala em letras e palavras, e outro léxico ou semântico que, através da gramática, se relaciona aos significados. É como se cada um desenvolvesse seu próprio dicionário. (Dehaene, Stanislas (2009) Reading in the Brain (Leitura no cérebro). New York: Penguin Books).

Aprender a ler em casa

Joana, 28 anos, professora de Português do Ensino Médio, aprendeu a ler com sua mãe que também era professora numa pequena escola rural, que atendia crianças de vários níveis de idade e escolaridade. Em retrospecto, ela conta que a mãe, ao ler algumas histórias infantis, solicitava que ela identificasse as letras “a.e.i.o.u.” e depois formasse palavras que as incluíssem, como, por exemplo “ave”,

Tim&Anete/sxc.hu

Ivo, uva, etc. A seguir, formasse sentenças curtas, como “Ivo viu a uva”, então introduzia o som da letra “v”. Ela escrevia em letra cursiva, as sentenças que tinham sido formuladas. Como a Língua Portuguesa é fonética, os sons da fala se reproduzem na escrita. Assim, Joana foi progredindo vagarosamente até que, aos seis anos, era capaz de ler e escrever, não só o que estava pensando, mas fazer outras leituras que lhes eram familiares. Passou a ler, para a mãe, as historinhas que, antes, a mãe lia para ela.

Crianças bilíngues

Teresa, filha de diplomata, estudou na Venezuela, em uma escola de Educação Infantil que ensinava, em pequenos grupos (não mais de dez) a ler em Inglês (que não é uma Língua Fonética), vivia num ambiente que falava o Espanhol, mas falava em casa Português. Quando seus pais mudaram-se para Los Angeles, es-

tava com oito anos e precisou de assistência especial no spelling - decodificar as letras de cada palavra, não conforme o som, mas de acordo com o significado. Todavia, sabia ler e acompanhava a turma com um bom nível de leitura, quer dizer, demonstrando compreensão do que lhe era apresentado por escrito. O cérebro identifica palavras, mas não identifica letras ou sílabas. Para pensar e fazer as devidas conexões neurais, necessita de significado, isto é pensamento que envolve abstração.

A alegria de dominar a leitura

Aprender a ler não só proporciona sentimentos de competência e autoconfiança, mas abre um mundo novo a ser descoberto, é como se após o primeiro passo, tem à frente uma longa estrada a ser explorada. Daí por diante, vê outros significados em leituras e comunicações que, antes, não percebia, até mesmo na re-leitura dos Evangelhos, na Bíblia – o Livro Sagrado.


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EMA EM FOCO

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Criança: futuro da “T

Todo verdadeiro cristão é

oda criança deve crescer em um ambiente de amor, segurança e compreensão. As se da mãe, a menos que seja necessário. O governo e a sociedade têm a obrigaçã viver decentemente” (Princípio número seis da Declaração dos Direi

Fam

Segundo Jorge La que se molda o futuro o embrião dos valores um período crucial do começo da vida esses períodos posteriores”.

Solidário - Em fac a pequena igreja dom o embrião de toda vi Jorge La Rosa - A o desenvolvimento do O indivíduo se torn vívio não há humanida a aprendizagem e o d melhantes; sem intera de comunicação. O co dimensões, e, especial so sobre os mesmos, e desses valores em um falando dos valores rel tecendo quando o assu Então, as pessoas da f serão, além de explici um período crucial do começo da vida esses períodos posteriores.

Solidão e desajuste social

Incontáveis e incontestes testemunhos de professores e responsáveis por creches e salas de jardim, pré e primeiros anos de ensino atestam: a criança é o espelho do seu ambiente familiar, sua primeira escola. Seu comportamento e atitudes em nada dissimulam o que acontece em casa. E as feridas abertas de hoje – abandono, ausência, humilhação, indiferença, mau exemplo, ódio e violência – amanhã transformadas em cicatrizes, marcarão, pelo resto da vida, uma existência com futuro incerto e improvável. Que direito tem o pai, a mãe, o familiar, o professor, de sonegar o direito da criança de ser criança num ambiente sadio e construtivo? Como pode o adulto silenciar ante a injustiça contra um ser inocente que não pediu para nascer? Que cidadão e que cristão estar-se-á gestando para o futuro da nação e da Igreja? Será alguém ético, honesto e responsável na gestão da coisa pública ou privada? Será um cristão autêntico, coerente e solidário? Ou estaria na ausência de um mínimo de respeito aos direitos da criança a origem e raiz de todos os males e da derrocada ética e moral atual?

Solidário - Estão tarefa de pais? Jorge - Os pais ou educadores – não quer gia, o que seria contra para a especial função preparação, curso, tre número de pais age se de per si, não é indicad não parece ser maioria sário. O Brasil, no pa diversos Estados. Seri

Solidário - O que trabalhar e os possív Jorge - A presenç depende de duas variá fins de semana e feriad gar os efeitos deletéri desenvolvidos já exis especialmente quando


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A S ÇÃO

OLIDÁRIA

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Igreja e da Nação

é antes um bom cidadão

s crianças devem ser criadas sob o cuidado dos pais, e as pequenas jamais deverão separarão de fornecer cuidados especiais para as crianças que não têm família nem dinheiro para itos da Criança, aprovada na Assembléia da ONU em 20 de novembro de 1959).

mília: primeira escola da vida Ilustrações: Solidário

Rosa, doutor em psicologia e ex-professor universitário, é na família cidadão e cristão. É nesse primeiro convívio social que se desenvolve s éticos e morais. “Especialmente os pais são os modelos vivos em o desenvolvimento que é a infância. Se o indivíduo não aprende no valores, será penosa e mais difícil a aprendizagem dos mesmos em .

Pequena igreja doméstica

ce da crise da instituição familiar ainda é válido afirmar que ela é méstica, a primeira escola da vida, onde começa e se desenvolver ida cristã e cidadã? Até a presente data não se inventou nada melhor do que a família para o ser humano, e, acredito, tampouco ocorrerá até o final dos tempos. na um ser humano no convívio com outros seres humanos, sem conade, não há civilização. Isso é estrutural e não apenas circunstancial: desenvolvimento linguístico ocorrem somente na interação com seação, não se aprende a falar, não se apropria esse universo simbólico onvívio é condição sine qua non. Isso ocorre, também, com outras lmente, com aprendizagem de valores, que postula não só um discurenvolvendo significado e apropriação, mas, sobretudo, a encarnação modelo concreto. Quando se fala, então, em igreja doméstica, está-se ligiosos, sejam cristãos ou de outra coloração religiosa, o mesmo aconunto é cidadania, o que implica na incorporação dos valores cidadãos. família, particularmente pai e mãe, ou as figuras que os substituem itadores verbais desses valores, os modelos vivos dos mesmos – em o desenvolvimento que é a infância. Se o indivíduo não aprende no valores, será penosa e mais difícil a aprendizagem dos mesmos em

Primeira escola da vida

o os novos casais cada vez menos preparados para cumprir sua

u as figuras que os substituem são os primeiros e muito importantes rendo dizer com isso que devam ter um curso formal de psicopedagoassenso. Por outro lado, é verdade que há despreparo de muitos casais o da paternidade/maternidade. Qualquer função ou atividade demanda einamento, para a função pai/mãe há grande improvisação, e grande egundo o padrão no qual foram educados, repetindo práticas – o que, dor de qualidade. É verdade também que certo número de casais, que a, procura ler e se informar sobre a matéria – o que é bom e necesassado, conheceu e albergou uma Escola de Pais, disseminada em ia muito bom se ela voltasse a existir, para prestar relevante serviço.

ão dê presente: seja presente

e sugere para minorar a ausência precoce dos pais que precisam veis reflexos futuros na estrutura psico-afetiva da criança? ça dos pais certamente é muito importante na vida dos filhos. Ela áveis: quantidade e qualidade. A quantidade maior pode ocorrer nos dos, e a qualidade em todas as interações. Assim, poder-se-ão mitiios de uma sobrecarga de trabalho dos genitores. Em alguns países ste alguma legislação que favorece a presença dos pais na família, o os filhos são menores. Precisamos seguir esse caminho.

Jorge La Rosa

Relações descartáveis

Solidário - Diante de uma cultura onde (quase) tudo é descartável e superficial, o que tem a dizer das relações e laços familiares? Jorge - Relações afetivas estáveis são muito importantes para a felicidade das pessoas e para o desenvolvimento dos filhos, sem grandes traumas e sofrimentos. Os filhos, para sua evolução emocional, necessitam não só do amor dos genitores, mas, também, do amor entre pai e mãe que lhes traga grande segurança e alegria. No imaginário das crianças e em seus desejos querem os pais unidos para sempre.

Individualismo e consumismo

Solidário – O que espera para o futuro do tecido social e senso de solidariedade da humanidade quando cada vez mais as pessoas se transformam em ilhas de individualismo e consumismo? Jorge - Individualismo é a busca e a realização dos desejos pessoais a qualquer preço, sem consideração pelos interesses dos demais e, muitas vezes, em oposição a eles. O individualismo desemboca na frustração e infelicidade porque contraria uma estrutura básica do desenvolvimento humano que é o altruísmo. Sem altruísmo não há alegria de viver, sem amor não há realização do ser humano, ainda que realize anseios e interesses menores. O consumo reger-se-á pelas coordenadas da necessidade e conveniência – e será, então, adequado. Será sinal de carência interior quando for predatório e abusivo. O consumo, e o seu padrão é, até certo ponto, uma auto-apresentação.

Igreja Católica Rumo à Prevenção Alcoólica


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O tão desejado rejuvenescimento facial O rejuvenescimento facial é o ato de prevenir ou tratar o envelhecimento facial. Este é um fenômeno caracterizado pela perda da elasticidade da pele (ritidose ou rugas), pela queda dos tecidos, pele, músculos, gordura, pelo crescimento das cartilagens e pela absorção óssea (esqueletização). A ação da força da gravidade é um dos fatores que causa envelhecimento, por exemplo: na queda das "bochechas", no "queixo duplo", no aspecto triste que a sobrancelha caída aparenta. Outro fenômeno que tem papel importante na gênese do envelhecimento é a radiação solar. A exposição excessiva, tão caracteristicamente desenfreada na nossa sociedade, é causa de dano intenso nas células da pele, fazendo com que apareçam rugas, manchas e outras marcas de envelhecimento. Fatores genéticos, ou características familiares e raciais, também têm o seu papel no aparecimento mais ou menos precoce dos sinais de envelhecimento. Outro dado importante é o crescimento das cartilagens, como por

exemplo no nariz, com o consequente aumento da projeção e a "queda" da ponta. Ganho e perda de peso, na tradicional "gangorra", contribui para a aceleração do processo. As pessoas que utilizam muito a "expressão facial" ao falar também tendem a apressar o aparecimento das rugas. O fumo também é um fator acelerador do envelhecimento facial.

Como se trata?

Como em toda a cirurgia estética a indicação de tratamento deve partir da vontade do próprio

Desde 1981, a solução para o seu sono. Colchões normais, sob medida e roupas de cama.

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Dicas de Nutrição Dr. Varo Duarte

Médico nutrólogo e endocrinologista

Deficiência em nutrientes

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico das deformidades é feito pelo médico, a partir de queixas específicas do paciente. Nestes casos, somente o exame clínico é suficiente para chegarmos a uma conclusão. As medidas de prevenção incluem os cuidados com a textura da pele, evitar ganho e perda excessiva de peso, limitar a exposição solar, inclusive utilizando filtros bloqueadores solares e não fumar.

Outubro de 2011 - 1a quinzena

ABER VIVER

paciente, isto é, o tratamento das deformidades estéticas só deve ser feito por auto-indicação. O papel do cirurgião plástico é estabelecer se os anseios do paciente são reais, que tipo de tratamento é mais indicado para cada caso e mostrar que este é um tratamento médico, com todas as suas características (limitações, riscos). Uma avaliação clínica e laboratorial pré-operatória é fundamental para estabelecer se o paciente está em boas condições para submeterse a um procedimento anestésico e cirúrgico. Existem tratamentos com procedimentos menos invasivos, como as inclusões de substâncias nas marcas da pele; a paralisação temporária e seletiva de grupos musculares utilizando-se a toxina botulínica; os "peelings" com ácidos ou com laser. O tratamento cirúrgico inclui o chamado "Lifting" cérvico-facial ("levantamento" da pele, tecidos subcutâneos e dos músculos da face e do pescoço); o reposicionamento da sobrancelha e dos músculos da região frontal e da "maçã" do rosto através da cirurgia videoendoscópica; a blefaroplastia (cirurgia das pálpebras); a lipoaspiração da região do sub-mento (debaixo do queixo); o aumento de volume e reposicionamento dos lábios; a utilização de enxertos ósseos ou inclusões de substitutos ósseos nas áreas onde o esqueleto apresenta sinais de absorção; a rinoplastia (correção do nariz), entre outros. A anestesia pode ser local, com um anestesista propiciando uma sedação, ou geral. A escolha do método de anestesia, sempre em comum acordo com o anestesista, levará em consideração o tamanho da cirurgia, as condições clínicas e psicológicas do paciente. Os cuidados pós-operatórios também variarão segundo a magnitude dos procedimentos efetuados. Sempre haverá um inchaço, maior nos primeiros 2 dias, que gradativamente vai diminuindo. Em geral 10-15 dias é o tempo suficiente para o paciente retornar às suas atividades sociais e laborais. (Saite ABC da Saúde)

Continuamos nossos escritos, com a finalidade da EDUCAÇÃO ALIMENTAR, reprisando as DICAS já antes publicadas, que necessitam ser sempre lembradas para evitarmos as deficiências nutricionais demonstradas pelo IBGE, em sua última pesquisa. Hoje, vamos abordar os carboidratos, muitas vezes tão atacados, mas que constituem a principal fonte de calorias na alimentação saudável. Relembramos nossas três regras básicas. COMA DE TUDO SEM COMER TUDO; COMA BASTANTE FRUTAS E VERDURAS ; MEXA-SE. FAÇA exercícios, o melhor deles é caminhar, pelo menos meia hora todos os dias. Aqui, devemos citar mais uma vez nossos dois livros: Coma de Tudo sem Comer Tudo, e Alimentos Funcionais, da Editora Artes e Ofícios, 2ª edição 2007, que constituem uma orientação prática e completa para fornecer o conhecimento dos nutrientes necessários ao nosso organismo, para obter, manter, conservar a saúde e prevenir a doença. Os carboidratos devem fornecer cerca de 60 % do total calórico de uma dieta. Citaremos os princípios de uma alimentação saudável: 1º - Nos cereais, dê preferência para os integrais, arroz integral, farinha de trigo integral, feijão, lentilha, ervilha. 2º -Limite o consumo de alimentos muito calóricos, como os ricos em gorduras, e açúcar , evite as bebidas adoçadas (exemplo: refrigerantes, sucos artificiais açucarados, etc. ) 3º -Llimite o consumo de bebidas alcoólicas . 4º - Evite comer muito. Não exagere. 5º - Prefira os alimentos preparados em casa. Exercite suas habilidades na cozinha. 6º - Mantenha uma alimentação bem variada e colorida. 7º - Utilize sempre verduras e frutas de várias cores. Para concluir: Conheça quais os alimentos que possuem maior quantidade de carboidratos: Glicose, açúcar branco, rapadura, farinha de mandioca, arroz polido, farinha de milho, mel, massas, farinha de trigo, pipoca, melado, marmeladas, pão branco, chocolate, batata doce. Vejamos o que nos oferece o professor Eugênio em seus versinhos educacionais Arroz, farinha, batata, E ainda, às vezes macarrão, Não devem aparecer, Numa mesma refeição. Evite comer demais, Mantenha a sobriedade: - Pela boca morre o peixe E muita gente de idade! Porque o excesso de peso, Além de ser antiestético, Pode fazer de você, No futuro, um diabético. A alimentação correta, Deve conter, com fartura, Carnes, ovos, leite, frutas E salada de verdura.

 Visa e Mastercard


Humor VÁRIAS – Joãozinho, o teu exercício está mui-

to bom, elogia o professor. Mas está igualzinho ao do Juca... O que é que podemos concluir disso? – Que o exercício do Juca também está muito bom! Doente: – Doutor, segui seu conselho e dormi de janela aberta. Médico: – E o resfriado sumiu? Doente: – O resfriado, não. Mas a minha carteira, sim! Um explorador inglês pergunta a um índio antropófago que carregava um grande fardo: – Quer uma mãozinha? – Não, obrigado. Já almocei! Um turista, já cansado de tanto visitar o museu, senta-se numa velha poltrona. O guarda o avisa preocupado: – Não sente nessa cadeira! Ela era de Dom Pedro I! – Nenhum problema. Assim que ele chegar eu lhe cedo o lugar! Secretária: – Sr. Neves, é sua esposa ao telefone. Executivo: – E ela disse qual é o problema? Secretária: – A única coisa que consigo entender é a palavra idiota... Executivo: – Então é comigo mesmo que ela quer falar! Catequista: – Quem quer ir para o céu? Todos queriam, menos o Andrezinho. Surpresa, a catequista volta à carga: – Andrezinho, tu não queres ir para o céu? – Não, sora, a mãe disse que era pra voltar logo pra casa! O vigário visita uma colônia tipicamente italiana. E não pode faltar um bom vinho! – Este é um vinho muito especial, comenta um morador. Depois de o religioso o saborear, outro gringo enfeita: – Ele é tão bom que nós o chamamos de pagão. – Sem problema, sentencia o sacerdote: ele está em sepultura cristã!

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SPAÇO LIVRE

Equilíbrio e senso crítico Urbano Zilles Professor de Teologia da PUCRS

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esde a escolinha, a nova geração de jovens sabe quase tudo sobre os direitos da criança e quase nada sobre obrigações. Os jovens de hoje conhecem um bem-estar material que a maioria de seus pais desconhecia. As possibilidades de estudo e preparação profissional são muito grandes. Os jovens de hoje usufruem, do ponto de vista material, o lado fácil da vida, mas muitos carecem de uma formação religiosa mais sólida. Para muitos deles, somente existem os valores materiais. Os pais das crianças que ainda frequentam, regularmente, a Igreja são minoria. Consequentemente, as crianças, menos ainda. Para verificar isso, basta ir às nossas igrejas duas semanas depois da Primeira Comunhão. Onde estão as crianças? A grande maioria das crianças entra na catequese (e algumas saem) sem saber as orações do Pai-Nosso e da Ave-Maria. Algumas, ainda, aprenderam das avós a oração ao Santo Anjo da Guarda. Como superar essa situação? Nossa cultura está cada vez mais determinada pela tecnociência. Na catequese e na pregação não se deve proceder como se nada tivesse mudado. Certas incoerências da vida dos cristãos de hoje decorrem de desequilíbrios doutrinários no passado. Insistia-se, por exemplo, muito no aspecto formal das obrigações: “Se não fores à missa aos domingos cometes pecado mortal!” Era a pastoral do medo. Na medida em que diminui o medo do inferno diminui a presença nas igrejas. Faltou a preocupação de mostrar o sentido de participar na vida e na celebração da comunidade, pois cristão não se é sozinho! Posso estar cansado ou sem vontade no fim de semana, mas não posso esquecer que minha presença na celebração da comunidade pode ser importante para o irmão. Além disso, como um jogador, que não treina, não vencerá campeonato, o cristão que não exercita sua fé, sujeita-se a fraquejar. Enquanto na Índia, com cerca de 1,5% da população de católicos, 100% desses frequentam a celebração dominical, no Brasil, com cerca de 68% de católicos, apenas cerca de 10% desses participam regularmente. Na religião, o homem não deve renunciar ao senso crítico e ao necessário equilíbrio humano, também no campo moral. No passado, o sexo era tabu e procedia-se, não raro, como se o sexto mandamento fosse o primeiro e o único. Nesse campo tudo era pecado grave. Até que ponto tal interpretação reducionista é cristã? Hoje, constatamos o extremo oposto: nada mais parece pecado. Na religião os extremos, o do máximo rigor e o do total liberalismo, são igualmente perigosos, pois, cedo ou tarde, ambos têm consequências desastrosas. Ora, o próprio Cristo resumiu os dez mandamentos da lei em dois, mas numa perspectiva bastante diferente: amor a Deus e ao próximo. É preciso usar do bom senso e do discernimento, também nas coisas de Deus. Enfim, na pastoral é preciso sempre estar alerta para não valorizar, exageradamente, coisas secundárias como se fossem fundamentais. Ninguém deve querer ser mais cristão que o próprio Cristo, impondo pesado jugo a outros. O caminho do cristão é o da busca do equilíbrio e do compromisso, livremente assumido. Diz Cristo: “Não são os sãos que precisam do médico, mas os enfermos”. Se o caminho do cristão não é o da porta larga, também não é o da porta fechada. Ser cristão é acolher e anunciar a Boa Nova, que é Jesus Cristo, que assumiu a fragilidade humana porque nos ama e quer que nos amemos mutuamente. Onde há caridade e amor, aí Deus está. E onde Ele está, há alegria e esperança, porque sua graça é infinitamente maior que nossos pecados. Numa época em que predomina a cultura do pessimismo, o povo espera uma mensagem de ânimo e de esperança, sem, todavia, esquecer de “dar as razões de nossa fé a quem as solicitar” (1Pd 3,15).

Sem Fronteiras Martha Alves D´Azevedo

Comissão Comunicação Sem Fronteiras ard on Le

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Time

vencedor

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m uma época em que o futebol ocupa grandes espaços nos meios de comunicação e, ao mesmo tempo, as torcidas organizadas dos clubes tornam-se cada vez mais violentas a ponto de serem proibidas de entrar nos estádios em dias de jogo, uma pergunta é feita por toda a população: “O que está acontecendo com o futebol?” Será que deixou de ser esporte para tornar-se um “vale tudo?” O ideal não é mais competir, mas derrotar o adversário, não importando os recursos utilizados? Uma triste lembrança marca o futebol brasileiro. Em 16 de julho de 1950, a Seleção Brasileira perdeu para a Celeste, do Uruguai, em pleno Maracanã, e deixou escapar o título da Copa do Mundo, considerado certo, antecipadamente, pelo torcedor brasileiro. Eduardo Galeano, escritor uruguaio, ao escrever sobre o futebol, conta que Obdulio Varela, comandante da vitória sobre o Brasil, após o jogo, não quis comemorar com os dirigentes uruguaios e saiu sozinho pela noite do Rio de Janeiro. Andou pelos bares, bebeu, e consolou brasileiros entristecidos, que não o reconheceram, pois, naquele tempo não havia televisão e esportistas de outro país não eram muito conhecidos. A vitória do Uruguai na Copa América no mês de julho último trouxe novamente a lembrança de outros campeonatos futebolísticos e nas frustrações que provocam. O jornalista Luiz Zanin, comentando a vitória do Uruguai sobre a Argentina, declara no jornal O Estado de São Paulo: “A ponte entre os dois tempos é a tal da “raça”, o espírito uruguaio, que, de tão forte e consistente, seria capaz de definir jogos e inclinar resultados em favor da Celeste Olímpica. A chamada “raça” é apenas aquele algo mais que pode fazer a diferença quando você tem os outros ingredientes disponíveis, a técnica, a tática, a inteligência do jogo, etc. É um plus, nunca o fator determinante em si. Essa firme dignidade, expressa em campo, parece representar muito bem o povo uruguaio, vivendo num país pequeno, espremido entre dois gigantes sul-americanos. “De seres humanos assim, conclui Zini, se faz uma grande equipe, um time vencedor”, e o futebol volta a ser um grande esporte. (geralda. alves@ufrgs.br)

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Marciana Maria Bernal - 02/10 Terezinha A. Costa - 04/10 Cristina Maria Moriguchi Jeckel - 07/10 Luiz José Varo Duarte - 10/10 João Dornelles Júnior - 10/10 Arminda Rodrigues Pereira - 12/10 Erinida G. Gheller - 13/10


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GREJA &

Solidário Litúrgico

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COMUNIDADE

Catequese

2 de outubro - 27o Domingo do Tempo Comum

Para uma nova catequese,

1a leitura: Livro do Profeta Isaias (Is) 5,1-7 Salmo: 79(80), 9 e 12.13-14.15-16.19-20 (R/.Is 5,7a) 2a leitura: Carta de São Paulo aos Filipenses(Fl) 4,6-9 Evangelho: Mateus (Mt) 21,33-43 Para a compreensão dos comentários litúrgicos leia, antes, os respectivos textos bíblicos. Comentário: Viver como cristão, como cristã é ter Jesus como referência de perfeição, de santidade, de caridade, de misericórdia, de amor. Não a única referência, como querem alguns, mas a referência central, principal e convergente. O cristão pode ter referências secundárias, complementares, talvez; mas Jesus, o Filho de Maria e Cristo do Pai, deve ser a referência à qual todas as outras referências – santos e santas de Deus, homens e mulheres justos e bons – devem estar subordinadas. Quando um santo ou uma santa se torna mais importante que Jesus na vida de um cristão, de uma cristã, temos um desvio ou equívoco referencial e, mesmo, um esvaziamento do próprio sentido de ser cristão. A parábola dos vinhateiros narrada por Mateus no Evangelho deste domingo é sintomática: boa parte do povo judeu e, principalmente, as autoridades religiosas, são estes vinhateiros que querem adonar-se da vinha e rejeitam, perseguem e matam todos os que são enviados para “pedir contas” da administração da vinha, quer dizer, da prática da sua fé. Quem são os enviados pelo dono da vinha, os enviados de Deus? Os profetas e as profetisas, João Batista e, finalmente, o próprio Filho, Jesus. Rejeitar ou não ter Jesus como centro da vida de fé cristã é como rejeitar a pedra angular/fundamental, a pedra principal, a pedra central de um edifício. E sabemos que um edifício sem pedra angular/fundamental não se sustenta, desmorona e cai com o primeiro vento das adversidades da vida. A fé ou a religiosidade de muitos cristãos e cristãs deste tempo se caracteriza por um devocionismo que raia, muitas vezes, à heresia. São santos e santas, quando não artistas e pregadores populares, arrastando multidões e tomando o lugar de Jesus. É comum ver em nossos templos e igrejas, durante ou depois de uma celebração litúrgica, fiéis se dirigirem aos altares laterais para “prestar culto” aos santos e santas de sua predileção. A grande questão é: a nossa fé é apenas um auto-serviço de santos/santas que veneramos e de quem esperamos receber favores pessoais ou é uma fé, centrada em Jesus, que produz frutos de perdão, de justiça, de solidariedade?

um novo catequista

Cor: verde

9 de outubro - 28o Domingo do Tempo Comum Cor:verde

1a leitura: Livro do Profeta Isaias (Is) 25,6-10a Salmo: 22(23), 1-3a. 3b-4.5.6 (R/. 6cd) 2a leitura: Carta de São Paulo aos Filipenses (Fl) 4,12-14.19-20 Evangelho: Mateus (Mt) 22,1-14 Comentário: No Evangelho do domingo passado, Jesus compara o Reino dos Céus a uma vinha, arrendada a vinhateiros que, não só não cultivam a vinha para seu proprietário, o Rei/Deus, mas perseguem e matam os que lhes são enviados para pedir contas da administração. Neste domingo, o mesmo Mateus nos traz outra parábola, que vai na mesma linha: agora, o Reino dos Céus é comparado a um banquete, a uma festa de casamento. E como em todo o banquete, há convidados. Lemos no texto bíblico que os convidados da primeira hora, as autoridades e parte do povo judeu, desdenharam do convite e não compareceram ao banquete. Estavam muito ocupados com coisas que, para eles, eram mais importantes do que participar daquela festa. Diante disso, o relato bíblico muda, radicalmente, o perfil dos convidados para a festa. No tempo novo de Jesus, já não há convidados especiais, privilegiados; agora, todos são convidados: O rei disse aos empregados: a festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai a todos que encontrardes (22,8-9). O que torna alguém digno e preparado para participar da festa de casamento, do banquete do Reino – a veste branca – é a pureza dos seus atos, seu compromisso solidário com os demais, a prática real da fé pela colaboração na construção do Projeto de Jesus, o Reino, Reino de Justiça, de Paz, de Amor. Também nós, batizados e crentes em Jesus, somos convidados privilegiados ao banquete do Reino. Que não sejamos como os convidados da parábola, desculpandonos por não comparecer, ocupados demais com nosso trabalho, negócios, família, divertimentos de toda ordem. Isso, quando não são nossos conceitos e preconceitos que nos impedem de ver e acolher a todos os demais como irmãos e irmãs, igualmente e sem distinção convidados para o mesmo banquete... para a mesma festa da vida. Neste banquete do Reino, da Festa da Vida, ou entramos de mãos dadas com todas as pessoas que Deus coloca em nossas vidas, ou, definitivamente, não entramos. (attilio@livrariareus.com.br)

Marina Zamberlan Professora

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evolução da catequese repercute sobre o ministério da catequese. Este não deve ser primeiramente um empenho para bem ensinar, antes, deve reunir as condições necessárias para favorecer uma experiência de encontro com o Cristo. Ser cristão não significa apenas conhecer uma doutrina, ser cristão significa seguir uma pessoa, a pessoa de Jesus Cristo.

Eis o que tira as crianças do fundo da sala! O catequista não é mais somente um professor, mas torna-se um acompanhante dos catequizandos; melhor, torna-se um testemunho de Cristo junto a eles. Este testemunho, segundo seu carisma pessoal, fará o catequizando gostar, provar e experimentar a presença do Ressuscitado e a vida que Ele oferece gratuitamente. Tenho uma convicção: Somente o Espírito que age nos corações fará crescer a semente que os catequistas depositarão... Mas estes sabem que para crer em Jesus, é preciso implicar a pessoa humana em sua totalidade, e não somente em seu intelecto. Para ser discípulo de Jesus, é preciso viver no dia a dia a sua mensagem: intelecto, emoções, sentimentos, ações. Catequistas e catequizandos irão fazer experiências de vida, de acordo com os ensinamentos do Mestre. O encontro catequético se tornará um laboratório de vivências cristãs.

Testemunho de Cristo na Igreja

É preciso dizer que o catequista jamais deve estar isolado. Com seus irmãos e irmãs que se engajam na mesma missão, ele exprime a fé da Igreja que envia e acompanha todos os catequistas em seu ministério. De fato, mais que uma caminhada catequética solitária, é o testemuno combinado de muitos catequistas que é a mais apta proclamação da fé hoje em dia.


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A

SPAÇO DA

RQUIDIOCESE

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Coordenação: Pe. César Leandro Padilha

Jornalista responsável: Magnus Régis - (magnusregis@hotmail.com) Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos pelo fone (51)32286199 e pascom@arquidiocesepoa.org.br Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa Facebook: Arquidiocese de Porto Alegre

Fórum debate a relação da Igreja com as Políticas Públicas

Dom Dadeus: " Se nós quisermos evangelizar, devemos apresentar Jesus Cristo”

Vicariato de Porto Alegre inicia construção do Plano de Ação Pastoral Os trabalhos para construção do Plano de Ação Pastoral no Vicariato de Porto Alegre começou a SE tornar realidade, no que diz respeito aos primeiros passos de sua elaboração. Em reunião ocorrida durante toda a manhã da terça-feira, dia 13 de setembro, o clero tomou conhecimento do passo a passo para construção do plano, que tem como base as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), documento produzido pela CNBB. Padres e diáconos compareceram ao Centro de Pastoral e acompanharam o encontro. Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, explanou sobre os dois primeiros capítulos do DGAE, que enfatizam agir ‘partindo de Jesus’ e, também, as ‘marcas de nosso tempo’. O arcebispo destacou o que deve ser o alicerce da ação dos discípulos e missionários de Jesus no hoje da história: “O objetivo é tornar Cristo amado, torná-lo único para cada pessoa e que cada pessoa seja única para Ele. Nós levamos o conhecimento de Jesus, uma pessoa viva e não uma ideologia. Se nós quisermos evangelizar, devemos apresentar Jesus Cristo”, enfatizou. Dom Dadeus destacou ainda a necessidade de olhar ‘os sinais dos tempos’ como campo de anúncio da verdade para a ligação profunda do homem/mulher com Deus, de compreender a dinâmica da ‘rapidação’ (instantaneidade) dos valores sociais que perpassam a sociedade.

NOTAS Bispos com o Papa – Bispos auxiliares da Arquidiocese de Porto Alegre, Dom Agenor Girardi e Dom Jaime Spengler, encontraram-se com o Papa Bento XVI durante viagem feita a Roma. Os bispos participaram da Peregrinação ao túmulo de São Padro e Encontro dos Novos Bispos, ocorrido entre os dias 7 e 16 de setembro. O encontro reuniu 117 bispos nomeados no último ano, sendo 23 do Brasil. Temas como “O Bispo, mestre da fé”, “O Bispo santificador do seu povo”, “O Bispo homem de oração, Pai, Irmão e Amigo dos sacerdotes”, entre outros, foram refletidos no encontro. No fim da manhã do dia 15, o Papa Bento XVI recebeu o grupo, em Castel Gandolfo. Em seu pronuciamento o pontífice falou sobre o ministério episcopal como meio de santificação do povo e

Padres e diáconos também estudaram o panorama de estatísticas do IBGE sobre a religiosidade da população do Brasil, Rio Grande do Sul e Porto Alegre. Ainda foram apresentados os dados ano a ano sobre o número de sacramentos realizados nas paróquias do Vicariato. O encontro teve seguimento com a apresentação e explanação sobre o questionário que diagnosticará a realidade da ação da Igreja no Vicariato de Porto Alegre. Depois de respondido, o questionário trará dados sobre a presença e necessidades de presença missionária, urgência pastoral, metas, métodos de ação e, por fim, a renovação das estruturas pastorais. Para o Pe. Luís Francisco Ledur, vice-ecônomo da Arquidiocese de Porto Alegre, o Plano de Ação Pastoral atende ao apelo lançado pela CNBB a toda a Igreja: “Todas as Dioceses e Vicariatos vão fazer seu plano. Nós estamos nos colocando a caminho, respeitando os passos que a CNBB coloca. Nosso passo é justamente esse: o da análise da realidade. Estamos motivando para o envolvimento de todas as paróquias, pastorais, serviços e movimentos, porque é importante haver essa construção em conjunto”, ressaltou. Pe. Francico Ledur ressaltou ainda que a expectativa é de que o Vicariato de Porto Alegre complete esse diagnóstico até o fim de 2011 para que, até o encerramento de 2012, todo o Plano Pastoral seja finalizado e colocado em prática.

do próprio bispo. Faleceu Pe. Hilário Braun – A Arquidiocese de Porto Alegre comunicou no dia 14 de setembro o falecimento do Pe. Hilário Braun, ocorrido em decorrência de uma hemorragia digestiva, seguida de uma parada cardíaca. Pe. Hilário nasceu no dia 17 de março de 1948, na localidade de Linha Imperial, Distrito de Nova Petrópolis, Município de São Sebastião do Caí. Era formado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia do Seminário de Viamão e em Teologia, pela PUC/ RS. Foi ordenado sacerdote em 6 de julho de 1974, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Estância Velha, pelo cardeal Dom Vicente Scherer. O Clero do Vicariato de Guaíba reuniu-se no dia 1o de setembro para debater as ações da Igreja naquela região. Na programação, os padres lembraram e debateram o Ano Vocacional Arquidiocesano, a Assembleia

Pastoral do Vicariato, Romaria das capelinhas e as comunicações do Conselho de Presbíteros da Arquidiocese. Fraterno Auxílio: A Associação Fraterno Auxílio tem novo presidente: Pe. Darley Kummer, eleito durante assembleia realizada no dia 12 de setembro, no Seminário São José, em Gravataí. Mais de 200 padres das dioceses de Porto Alegre, Osório e Montenegro estiveram presentes. A Associação administra o Plano de Saúde e casas de retiro e seminários das dioceses. Falecimento - Faleceu no último dia 15 de setembro, em Gravataí, o sr. Lothário Schuh - Leigo; ele trabalhou por mais de 60 anos no Seminário São José.  “Com Maria, promover a Vida” - Este é o tema da 17a Romaria das Capelinhas de Nossa Senhora que acontece no dia 22 de outubro, às 16h. A Procissão sairá da frente Prefeitura Municipal de Guaíba.

A Arquidiocese de Porto Alegre realiza no dia 25 de outubro o Fórum da Ação Social. Com o tema “As Políticas Públicas e a Igreja Católica”, o evento vai debater a interação da ação social da Igreja com as políticas públicas voltadas para a área social. O Fórum será no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa, das 8h30min às 16h. A proposta do Fórum é potencializar a integração da Igreja com o poder público na execução das políticas sociais e promover o conhecimento para o acesso aos recursos públicos para investimento social no Estado e nos municípios. O evento vai promover um diálogo com os órgãos públicos e entidades da sociedade civil, para que a Igreja possa atuar em parceria com essas instâncias e qualificar a sua ação com a utilização de recursos públicos. O Fórum é uma continuidade das ações da Comissão dos Cem Anos de Solidariedade da Arquidiocese de Porto Alegre, que promoveu a Feira dos 100 Anos de Solidariedade da Usina do Gasômetro, em junho de 2010. O arcebispo Dom Dadeus Grings convocou a comissão para realizar o fórum. No dia 12 de setembro, membros da Comissão foram recebidos pelo secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Fabiano Pereira. Ele será um dos palestrantes, abordando o tema da relação das Políticas Públicas e Igreja Católica na Visão do Governo do Estado. Dom Dadeus disse que o fórum dará repercussão aos temas suscitados nos eventos do ano do centenário, especialmente na Feira dos Cem Anos de Solidariedade.

Irmãs do Imaculado Coração de Maria foram recebidas pelo Papa

Bento XVI recebeu relíquia da Bem-Aventurada Bárbara Maix No dia 7 de setembro, feriado da independência no Brasil, o Papa Bento XVI recebeu a representação brasileira da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria. As Irmãs Amélia Thiele e Ignes Dalmolin, integrantes do Conselho Geral da Congregação, entregaram ao Sumo Pontífice a Relíquia da Bem-Aventurada Madre Bárbara Maix (1818-1873), fundadora da Congregação. Em mensagem, Irmã Amélia Thiele destacou o encontro com o representante da Igreja: “Com o coração pleno de gratidão solicitamos-lhe a bênção para a Congregação, para cada Irmã, Leigos/Leigas, animadas vocações para a continuidade do Projeto de Bárbara e para a nossa missão ICM em sua internacionalidade. Pedimos especialmente pelo povo brasileiro por ser o Dia da Pátria, onde a Bem-Aventurada deu a própria vida”, destaca. Madre Bárbara Maix, nasceu em Viena, na Áustria, mas foi no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, que a religiosa construiu sua missão de forma heroica. A cerimônia de beatificação aconteceu no dia 6 de novembro em celebração que reuniu mais de 15 mil pessoas no Gigantinho. A beatificação de Madre Bárbara também encerrou as atividades alusivas aos 100 anos da Arquidiocese de Porto Alegre.


Porto Alegre, outubro de 2011 - 1a quinzena

Irmandade do Arcanjo S. Miguel Há 238 anos, fidelidade às origens

“Por ela já passaram 101 provedores. Sou o 102o provedor. E imagino as dificuldades que cada um deles teve para manter a instituição e cumprir suas finalidades. Mas o que posso assegurar é que ao longo desses quase 240 anos, a Instituição se manteve fiel à sua origem e missão: ajudar os irmãos e os mais necessitados”. É como Ito Hugo Fischer resume a trajetória da Irmandade do Arcanjo S. Miguel, “só um ano mais nova que o município de Porto Alegre”.

Sepultamentos dignos

Era essa – e continua sendo – o objetivo principal do grupo fundador, em 29 de setembro de 1773, na Igreja Matriz do então povoado de Nossa Senhora Madre de Deus de Porto Alegre. “O cemitério ficava no fundo da atual catedral metropolitana, onde depois foi construído o seminário – que virou a atual cúria arquidiocesana”, resume Ito. “Ali, a Irmandade possuía um Ito Fischer quadro de terra para o sepultamento dos Irmãos falecidos”. Em 1851, o general Lima e Silva, presidente da Província, proibiu o sepultamento “dentro dos limites urbanos”. E todos os cemitérios foram removidos para o morro da Azenha. “A nossa Irmandade conseguiu um espaço dentro da área do Cemitério da Irmandade da Santa Casa que ainda existe até hoje”, esclarece Ito. “Adquirir um quadro de terreno necessário para 150 sepulturas ou

Apostolado da Oração, hoje Pe. Roque Schneider sj Assistente Eclesiástico do AO do RS

O

Apostolado da Oração é uma consoladora realidade na Igreja de ontem, de hoje, no Brasil e no mundo. A pequena semente, lançada há quase dois séculos, exatamente no dia 3 de dezembro de 1844, numa aldeia da França, caiu em solo fecundo, cresceu, desenvolveu-se e hoje é árvore frondosa com seus ramos bracejando luz e benemerências espirituais por todo o universo. Os santos padres são unânimes em agradecer a larga folha de serviços apostólicos e pastorais do AO. E a grande maioria dos bispos do Brasil considera-o uma das forças espirituais da Igreja de hoje, em nosso país e no continente latino-americano. A força e a vida de uma árvore brotam das raízes. Assim também o AO, humilde, orante e generoso serviço à Igreja. Na oração e na vida sacramental, encontramos sua força, sua vitalidade e sua perseverança de quase dois séculos de existência. A chama arde e não se extingue, porque está enxertada em Cristo, Luz do mundo. Enraizada no Evangelho, com sólida fundamentação teológica, bíblica e eclesial, a espiritualidade do Coração de Jesus não é periferia, sentimentalismo ou devoção ultrapassada, mas centralidade do mistério redentor, jogando-nos bem no centro do cristianismo, que é a religião da Misericórdia e do Amor. Simples e despojado em sua estrutura e organização, inserido na paróquia, engajado na comunidade, na pastoral de conjunto, fiel à Igreja de Roma, dócil às diretrizes do Papa, busca renovar-se com equilíbrio, estudo e oração, ultrapassando as simples práticas religiosas tradicionais, os ritos meramente externos, vivenciando a Eucaristia, sacramento da vida, do cotidiano, da comunidade em marcha do Povo de Deus a Caminho.

Pe. Roque

100 entre adultos e menores, para sepultar-se gratuitamente seus irmãos e filhos menores, no cemitério geral a cargo da mesma Santa Casa” (Arquivo da irmandade S. Miguel e Almas, 1862, fl. 7 e 8, citado por Mauro D. Tavares). A ISMA tratou de adquirir terreno próprio, do outro lado da ‘estrada’ (atual Av. Oscar Pereira) para fazer seus sepultamentos. E em 14 de maio de 1909 realizou-se o primeiro sepultamento no novo Cemitério. “O primeiro sepultamento ali foi de Manoel da Silva Braga, e seus restos mortais ainda permanecem na sepultura 0001”, diz Ito.

Caridade e solidariedade

O serviço cemiterial da ISMA contempla também falecidos sem condições financeiras, especialmente os atendidos pelos asilos vicentinos. “Vicentino é minha paixão. Sou e continuo vicentino até o fim. Na minha paróquia Coração de Jesus (Bairro Higienópolis) fui presidente do conselho metropolitano dos vicentinos, depois também dos dois estados do sul. Qualquer coisa que acontece com uma vovó dos asilos, por exemplo, tem todo o serviço de nosso cemitério gratuito”. Desde que assumiu a função de provedor, há cinco anos, Ito, aposentado como especialista em seguros, procura apoiar atividades diretamente ligadas à assistência de abandonados, o que pode ser denominado de atualização e contextualização da missão da ISMA. “Hoje fazemos um trabalho de retaguarda para a Toca de

Assis. Nós não teríamos coragem de fazer o que esses moços fazem. Mas tentamos compensar com ajuda de viabilização de seu projeto, com rancho mensal. Ajudamos a reformar e adaptar um prédio de três andares na Rua Padre Sedelmaier, na Vila Ipiranga que abrigam os idosos e abandonados na miséria. Também viabilizamos a doação de uma ‘van’ para recolher as pessoas pobres ao abrigo, verdadeiro ‘lixo’ humano abandonado à beira da estrada. Hoje, quando se fala aqui em Toca de Assis, é ordem: atendimento. Há muitos pedidos de doação – claro que não conseguimos atender a todos os pedidos pois há uma verba definida para o ano todo. Decidimos tudo em conjunto com a diretoria. E também se exige prestação de contas de cada doação, 30 dias após a doação, com comprovante”, resume o provedor da ISMA.

O Cemitério

Hoje, o cemitério da Irmandade se estende ao longo de 14 quilômetros de corredor, tendo cada corredor dois lados de nichos, com quatro fileiras. “Temos atualmente próximo de 50 mil nichos e 70 mil sepultados, sem contar os restos mortais que se encontram no ossário comum e não são mais procurados. Também atualizamos o gerenciamento, reduzindo o quadro funcional para 55 funcionários, com ganho de qualidade de serviço. Temos em média 150 sepultamos por mês e acompanhamos o nível de satisfação junto às funerárias através de um trabalho profissional. Afinal, lidamos com sentimentos feridos e isso necessita atendimento especializado no cemitério”, diz Ito.

Dia do padroeiro

O 238o aniversário da Irmandade tem a seguinte programação: 25 de setembro, às 10 horas, missa festiva na Catedral Metropolitana de P. Alegre, celebrada pelo arcebispo Dom Dadeus Grings; 29 de setembro – 18 horas, missa em honra ao Padroeiro, no seu Dia, na Igreja S. Miguel, Av. Oscar Pereira, 400, junto ao cemitério, celebrada pelo cônego Irineu Brand, capelão da Irmandade.


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