IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS
Ano XVI - Edição No 572 - R$ 1,50
Porto Alegre, 16 a 31 de outubro de 2010
NESTA EDIÇÃO
Voz do
PASTOR A Mãe de Jesus Cristo Página 2
Família e Sociedade
Educar traz para nós, pais, muitos desafios, principalmente hoje em dia onde a gama e a rapidez de informações são muito grandes.
Eleições 2010 Volta à realidade após as promessas de campanha
Imagens: Divulgação
Página 3
Ao assumirem seus cargos em 1º de janeiro de 2011, os novos senadores, deputados estaduais e federais, os novos governadores e quem vier a ser o presidente do País, terão muito trabalho para tentar cumprir parcialmente o que prometeram durante suas campanhas eleitorais. E o eleitor tem papel primordial nessa tarefa, porque detém o direito e o dever de cobrar daqueles a quem delegou poder de representá-lo.
Educação e Psicologia
Páginas 6 e 7
Página 5
Se não receber o Solidário, reclame (tel. 3221.5041 ou solidario@portoweb.com.br). É serviço terceirizado.
Beatificação de Madre Bárbara Irmã Gentila Richetti, postuladora da causa de canonização de Madre Bárbara Maix, já está em Porto Alegre. A religiosa veio para acompanhar de perto os encaminhamentos finais para a celebração da beatificação, inédita na capital gaúcha, dia 6 de novembro, no Gigantinho. Madre Bárbara é fundadora das Irmãs do Imaculado Coração de Maria e viveu 14 anos em Porto Alegre. Austríaca, veio ao Brasil onde fundou, em 1849, a Congregação, mantenedora de várias escolas no RS, entre elas o Colégio N. Sa da Glória, em Porto Alegre, e o Colégio Madre Bárbara, em Lajeado. Página 11
Seminário Católico“O único tesouro que leLuterano: propostas de vamos conosco para a eternidade é o bem que ações comuns de praticamos nesta vida”. aproximação maior Contracapa
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A
2 EDITORIAL
Democracia fortalecida
O
Solidário se posiciona, sim, quando se fala em política. E afirma que a boa política não se faz apenas e somente em ano eleitoral, mas é uma missão de todo cidadão em todo o tempo. É missão dos eleitos para algum cargo público e é missão dos eleitores que os elegeram e, mesmo, os que sufragaram candidatos que não se elegeram. Dos eleitos, para que realizem o que prometeram em suas campanhas; dos eleitores, tomando a peito a missão de cobrar as promessas de campanha. Um dos grandes equívocos de grande parte dos brasileiros é fazer das eleições apenas um marco ou um evento, mais ou menos forte ou mais ou menos significativo, que acontece de tempos em tempos. E que cai no ostracismo, no esquecimento, passado o evento como tal. Ter consciência política significa ser político todo o ano, toda a vida. Isso dá por suposto que políticos somos todos: alguns, que se dispõe a servir ao bem comum, no espaço político-partidário, em funções e cargos para os quais foram eleitos; outros, milhões, que assumem a missão cidadã de fazer com que o bem comum “Seria injusto se aconteça de fato, colaborando para todos os políticos fosque o país seja mais justo, honesto, sem jogados na vala solidário, um país de todos e para comum da corruptodos os brasileiros. ção”. Dentro deste contexto e reflexão, é inconcebível e profundamente lamentável que sejam eleitos candidatos absolutamente despreparados para determinado cargo público. O voto de protesto contra os maus políticos e a má política certamente não passa pelo voto dado a humoristas e jogadores de futebol, casos mais explícitos deste voto alienado e inconsequente das recentes eleições. Um país que se quer dar o respeito não pode dar-se a este tipo indigno de manifestação da sua inconformidade com a política que é praticada no país por uma parte dos políticos. E nunca é demais repetir: apenas uma parte. Seria injusto e igualmente lamentável se todos os políticos fossem jogados na vala comum da irresponsabilidade, da corrupção, do nepotismo, do uso do poder público para seu próprio benefício. Criar uma consciência política é uma urgente necessidade para que os eleitores não se deixem enganar por discursos empolados, cheios de promessas que tais candidatos sabem de antemão que não podem cumprir. E a criação de uma consciência política passa pela educação política, a educação cidadã. O que não deixa de ser alvissareiro e merecedor de justa satisfação para quem quer um Brasil mais justo e honesto, participativo e solidário, é sentir que, nestas eleições, houve um real fortalecimento da democracia. E é nossa esperança de que, para o segundo turno das eleições para os cargos ainda não definidos, os candidatos deixem de fazer promessas e apresentem projetos e programas reais e factíveis para suas gestões. O que queremos é um Brasil socialmente mais justo, economicamente mais solidário, humanamente mais digno. Um Brasil de todos os brasileiros e brasileiras (leia a ótima análise de Carlos Gadea na página 7 desta edição em entrevista exclusiva ao Solidário). 111 milhões de brasileiros foram às urnas no dia 3 de outubro. Quantos realmente sabem que seu voto gera consequências? Que, ao cumprir o dever do voto, assumem a missão de cobrar dos que receberam seu voto? Como poderão exigir dos eleitos – deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente – o cumprimento de promessas feitas nas campanhas? Algumas respostas e diretrizes, nesta edição do Solidário (página 6). Na contracapa, nosso leitor tem duas notas sobre o mesmo tema: ecumenismo. Depois de 45 anos da conclusão do Concilio Ecumênico Vaticano II (1965), a caminhada para a unidade dos cristãos ainda encontra resistências e muitas incompreensões. (attilio@livrariareus.com.br)
Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36
Conselho Deliberativo
Presidente: José Ernesto Flesch Chaves Vice-presidente: Agenor Casaril
Voluntários Diretoria Executiva
Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, José Edson Knob e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj
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RTIGOS
A mãe de Jesus Cristo
o Rio Grande do Sul, cuja seu Filho, com a força do Espírito Santo, população gira em torno de nos tornou sua família. Congregando-nos dez milhões de habitantes, de todos os povos, ao longo da história, anualmente participam mais de dois constituiu-nos membros de sua Igreja. milhões de fiéis em procissões maSomos muitos irmãos, todos um em rianas de cunho diocesano, nas 18 Cristo. Fé é convivência. Por isso, quem Dom Dadeus Grings dioceses do Estado. Isto representa crê nunca está sozinho. Arcebispo Metropolitano 20% de toda a população. Basta citar Na convivência eclesial, por provide Porto Alegre as mais concorridas: Navegantes, em dência divina, que remonta ao Testamento Porto Alegre, Medianeira, em Santa Maria, Caravaggio, da Cruz, recebemos uma mãe. É aquela mesma que gerou em Farroupilha, Nossa Senhora de Fátima, em Erechim, Jesus Cristo e o acompanhou na sua infância, adolescência, e Nossa Senhora Conquistadora, em Uruguaiana. O mesjuventude e esteve aos pés de sua cruz, onde recebeu o mo fenômeno se registra no Brasil inteiro, tendo como grande legado da Igreja. Jesus lhe confiou, na pessoa do símbolo o Santuário de Aparecida; e se alastra por todo discípulo amado, toda a Igreja e cada um de seus fieis, o mundo com as peregrinações aos mais famosos santuáremidos por seu sangue (cf Jo 19,26). Não somos órfãos de rios marianos em praticamente todos os paises do mundo. mãe, em nossa fé. Ela vela por nós para nos garantir, com Partimos desta constatação para referir uma espécie a proclamação de Isabel, que também nós somos felizes de plebiscito mundial da devoção a Maria, a mãe de Jesus. na medida de nossa fé: “Feliz tu que creste” (Lc 1,45). E isto não é de hoje. Faz parte da história da Igreja. VaOs católicos testemunham não só a verdade da Sagramos, por isso, à fonte. Encontramos, em S. Lucas, a proda Escritura, unindo-se ao coro de todas as gerações, para fecia que lhe garante autenticidade: “De agora em diante proclamar Maria feliz, mas também atestam a importância todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (Lc dela em sua vida particular. A própria Igreja não cessa de 1,48). Nosso povo é fiel à Bíblia. Cumpre o que ali se diz engrandecê-la, através da liturgia e da formação de seus fieis, de Maria, cujo primeiro elogio veio do arcanjo Gabriel, mostrando-lhes a importância desta devoção, tanto para a sua que a proclamou “cheia de Graça” e nos garante que o fé autêntica quanto para a integral vivência do Evangelho. Senhor está com ela (Lc 1,28). Podemos, pois, recorrer Quem experimenta a proteção de Maria jamais duvida dela. a este reservatório de graças e ali encontrar Deus. Todos os dias a saúda com o anjo, nos primórdios Nossa fé não nos cumula de verdades, por assim da revelação cristã: “Ave, cheia de graça, o Senhor é dizer abstratas. Leva-nos concretamente ao encontro convosco” e lhe pede “Rogai por nós, agora e na hora de salvífico de pessoas. Em primeiro lugar, com as pessoas nossa morte”. Ter a mãe junto de si, em cada momento, divinas, do Pai, que reconhecemos como Criador, do proporciona paz, segurança, alegria. É a Mãe de Jesus. Ela Filho, que acolhemos como Redentor, do Espírito Santo, no-lo mostra presente e nos exorta a fazer sua vontade (cf que nos foi enviado como Santificador e Consolador. Jo 2,5). Unimo-nos a Jesus, nosso Salvador, no amor que Mas logo nos damos conta de que não estamos a sós Ele tem para com seu Pai, que o gera desde a eternidade, diante da majestade infinita de Deus. Ele mesmo, por e para com sua mãe, a sempre Virgem Maria.
Voz do
PASTOR
Reflexões de um eleitor indignado Frei Betto
M
Escritor
iro a propaganda eleitoral na TV, ouço-a no rádio. E me pergunto: em que galáxia habito? Fico a me perguntar se o desfile mórbido de candidatos difere muito da apresentação dos gladiadores prestes a disputar o direito à vida no Coliseu de Roma. Claro que incontáveis aparelhos de TV e rádio desligados no horário eleitoral significam um recado óbvio: reforma política já! Como não virá imediatamente, tudo indica que, de novo, a partir de 2011, veremos a nossa representação política – nas Assembleias Legislativas, na Câmara dos Deputados e no Senado – integrada por figuras respeitáveis, competentes, éticas, ombro a ombro com o besteirol: políticos eleitos, não pelo que representam como promotores do bem comum, e sim pela fama na mídia, no esporte, na esbórnia, na exuberância das nádegas e no escracho geral. Pobre Brasil! A culpa é de quem? Do eleitor? Discordo. A culpa é dos partidos que aceitam filiações irresponsáveis, funcionam como legenda de aluguel, abrem as portas aos arrecadadores de votos, meros candidatos-iscas para robustecer a bancada partidária no Poder Legislativo. Não importa se o eleito não fala lé com cré. Importa é ter amealhado votos em quantidade. O Brasil precisa, sim, urgentemente, de uma reforma de seu sistema político. Não basta mudar as regras do jogo. Faz-se necessário modificar a atual cultura política, fundada no compadrio e nepotismo (como pode uma ministra incorporar familiares na máquina do governo?),
Conselho Editorial
Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer e Beatriz Adamatti
Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo
no tráfico de influências, no uso dos recursos do Estado para benefício próprio. Quem se faz representar em nosso poder legislativo? A elite, o agronegócio, os lobbies de armas e bebidas alcoólicas, da devastação da Amazônia e da abertura irresponsável do país ao capital estrangeiro. Esta é a minoria da população, poderosa, mas minoria. Introduzir uma nova cultura política é criar mecanismos de controle civil do poder público, de modo a inibir a corrupção, punir os que agem ao arrepio das leis e combater tudo isso que, na estrutura socioeconômica brasileira, favorece e fortalece diferentes formas de desigualdades. A revogabilidade de mandatos, mormente em casos de corrupção comprovada, deveria figurar como princípio pétreo em nosso sistema político. Por que permitir que uma mesma pessoa possa, indefinidamente, candidatar-se, perpetuando-se na política? Para avançar rumo à democracia participativa, o Brasil precisa reformular seu sistema de comunicação, de modo a possibilitar o acesso dos setores populares à livre expressão; promover plebiscitos e consultas populares; adotar o financiamento público de campanhas eleitorais; criar mecanismos de controle social das políticas econômicas e do orçamento. Por que não há representação sindical na direção do Banco Central? Como falar em democracia se, em plena campanha presidencial, apenas quatro candidatos têm direito a participar dos debates na TV? E os demais? A aprovação da Ficha Limpa demonstra que a sociedade civil organizada e mobilizada pode mais do que ela mesma crê. Autoridade é o povo, de quem os políticos são meros servidores. (www.freibetto.org)
Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS Cristiano Varisco - Estagiário de Jornalismo
Revisão Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul
Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3221.5041 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.
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AMÍLIA &
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OCIEDADE
Sarah Brucker/sxc.hu
Desafios de ser mãe no século XXI Marisa de Menezes Marques
Especialista em terapia de família e casal
B
om, nem todas as mulheres pensaram em ser mães quando se tornaram mães. Eu, por exemplo, não me tornei mãe quando quis, e esta busca por um filho me trouxe vários questionamentos. Para que eu queria me tornar mãe? Era realmente um desejo meu ou um dever familiar e social? E para o filho, qual o propósito de colocar alguém no mundo? Foi uma longa caminhada... Mas descobri em mim um desejo sincero de me tornar mãe e estar comprometida não só em conseguir um filho, mas criá-lo e educá-lo para ser também comprometido com o mundo e com ele mesmo. Tornei-me então mãe de Matheus, hoje com nove anos, meu filho biológico e mãe de Maria Gabriela, com cinco anos, minha filha adotiva. Duas formas genuinas de se tornar mãe e igualmente legítimas.
Educar traz para nós, pais, muitos desafios, principalmente hoje em dia onde a gama e a rapidez de informações são muito grandes. Por isto, para mim, um dos maiores desafios, além dos limites que temos que dar diariamente, é o de poder olhar para minha família e saber o que realmente queremos para nós. E isto implica tentar sair do sistema, deixar de pensar com a massa e com a mídia e fazer contato com os nossos reais desejos e necessidades. Vários episódios vividos com meus filhos me fizeram pensar o que eles precisam e o que realmente é
saudável para nós. Percebo que eles têm coisas com que nunca brincaram e continuam pedindo mais coisas. Minha filha me pede brinquedos que ela vê na TV e que ela nem sabe o que é, mas quer pelo apelo do marketing. Crianças são alvos fáceis, mas nós, adultos temos que estar atentos, identificar nossas culpas por ausências e negligências para não cairmos nesta estória ilusória de felicidade e plenitude quando adquirimos “aqueles produtos” anunciados. Se não ficarmos atentos, nos mataremos de tanto trabalhar, seremos ausentes, estressados, não
estreitaremos nossos vínculos e afetos tão importantes para o desenvolvimento e relacionamento do ser humano... e para quê? Consumir, consumir, consumir? Quando me tornei mãe, eu assumi para mim, para a família e a sociedade, a missão de criar um cidadão. Uma pessoa responsável por si e pelo seu meio (familiar social e ambiental). Como isto poderia ser diferente? Mesmo que pareça ideologia o que estou falando, o que eu poderia querer de melhor para os meus filhos do que um mundo mais justo para todos? Converso tudo o que é possível com meus filhos. Eles sempre sabem por que estou agindo daquela forma e o que estou pensando. É bastante difícil administrar, hoje em dia, situações em que nossos filhos nos pedem objetos ou brinquedos que eles “precisam adquirir”, pois fazem parte dos materiais de consumo do momento, caracterizando nos grupos sociais uma forma de aceitação, inclusão, pertencimento e isto para a criança
e o adolescente é muito importante. Mas, em muitos casos, trata-se também de uma inversão total de valores: se não cuidarmos, os gastos poderão poderão ficar insustentáveis, com consequências graves para todos. Sempre faço menção ao social e à sociedade quando penso em criação e no meu papel. Acho impossível pensar em como cuidar dos meus filhos e não cuidar do meio onde eles vivem e viverão. Claro que isto não é papel só meu. É de todos nós. É preciso que se crie essa consciência já. Comparo muitas vezes o papel de mãe a uma profissão: somos apaixonados por ela, adoramos o que fazemos apesar de trabalharmos muito. Com dedicação, afinco, bom senso e muito amor seremos capazes de ajudar na construção de um cidadão bem estruturado e capaz de lidar bem com a própria vida. Quem faz o mundo é o homem e quem o cria somos nós. Assim, teremos cumprido nossa tarefa.
Sociedade pós-moderna Conhecer, analisar e entender para poder avaliar o impacto sobre a família hodierna. Cada item merece um estudo Deonira L. Viganó La Rosa
Cenários e tendências do século 21 >Triunfo do individualismo > Espírito crítico, mas falta de criatividade > Geração da afetividade e relacionamentos solitários e descom-
promissados > Troca: sociedade manual/industrial para sociedade do conhecimento/informação > Geração de velocidade > Realidade virtual. > Substituição do humano pela máquina > Aumento dos dilemas éticos > Atenuação de fronteiras. Com-
pressão espaço-temporal > Crescente processo paradoxal de secularização e misticismo > Ampliação da liderança da mulher > Processo de urbanização em convulsão > Aumento de doenças ocupacionais e urbanas > Aumento do número de idosos
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4 A
candidatura
Tiririca Prof. J.Vasconcelos Advogado e filósofo*
“N
ão sei o que faz um deputado federal. Depois eu lhe conto. Vou dar nomes a bois, sobrenomes a vacas e apelidos a bezerros. Para deputado, vote no abestado. Vote em Tiririca, pior do que tá, não fica. Essa véia ainda dá um caldo." Assim se expressava ao público em sua campanha eleitoral o senhor Francisco Everardo Oliveira Silva, quando ainda candidato a uma vaga no Congresso Nacional. E agora, eleito com um milhão e 300 mil votos. Os analistas vêm realizando vários comentários a respeito. Julgam se tratar de um voto de protesto. Mas não definem bem que tipo de protesto estaria sendo feito. Esse tipo de conduta surge em quase todas as eleições brasileiras. Na legislatura federal passada, foi eleito ao Congresso um indivíduo com larga margem que aparecia gritando: "Meu nome é Enéas ". Diria que o protesto não é tão simples. Não é apenas um mero protesto contra os escândalos dos parlamentares. É mais do que isso. Muitos cidadãos sabem que eleição se traduz num processo em que são forçados a assinar um cheque em branco para os políticos usarem-no no valor que acrescentam, a bel prazer, e no que mais lhes interessar fazer. O sistema de eleições na Representação Política é arcaico e antidemocrático. O povo vai às urnas simplesmente para escolher os que já estão escolhidos. Apenas sacramentam uma decisão tomada pelos marechais dos partidos políticos. Se alguns dos escolhidos não obtiverem votos suficientes para classificá-los como encaixados nas vagas, isto é um simples problema aritmético. Indivíduos, que geralmente são listados nas legendas partidárias, não o foram por apresentarem qualidades nobres em defesa da sociedade. São designados pelos partidos atendendo a outros requisitos, tal como notoriedade pública e recursos econômicos. Em consequência, os indivíduos listados são aqueles que, por sua fama ou recursos econômicos, possam trazer votos aos respectivos partidos. Por consequência, são contemplados os comediantes, cantores, jogadores de futebol, apresentadores de TV e gente com recursos disponíveis para essas finalidades. Ficam excluidos os cidadãos comuns que não dispõem desses requisitos, os quais podem ser professores, jornalistas, publicitários, médicos, advogados, engenheiros, operários, prestadores de serviço e assim por diante, não obstante muitos desses sejam personagens exemplares em estudos, pesquisas, humanitarismo, ideias e projetos. A doutrina da democracia pura rejeita, portanto, a eleição por considerá-la, dessa forma, um processo primitivo e que não é democrático. Montesquieu já alertara que a eleição é um processo aristocrático. Hoje, com a televisão e radio, passou a ser visceralmente oligárquico e de nível criticável. Com certeza, a sociedade tem de resolver esse assunto no sentido de trazer aos cidadãos realmente processos democráticos, abolindo com esses falsos dispositivos de manipulação e exploração de que se servem todos esses regimes denominados de "democracia representativa". (http://www.democraciapura.com.br) *O prof. Vasconcelos é autor do livro "Democracia Pura"
PINIÃO
Um olhar para a Antônio Allgayer
E
Advogado
instein disse certa vez: “A divisão entre passado, presente e futuro é ilusória, se bem que duradoura”. Segundo ele, o tempo não é o que parece ser. Não flui numa direção única e o futuro está imerso no presente e no passado. Newton acreditava na possibilidade de se conhecer o futuro com antecipação. Assim sendo, o ontem, o hoje e o amanhã se fundem numa mesma realidade. Se tão preclaros homens de ciência o afirmam, somos induzidos a abordar a complexa temática da premonição. O dicionário de Aurélio a define como sensação ou advertência antecipada do que irá acontecer. Como exemplo cabe mencionar o vaticínio dos profetas, oráculos de vária procedência, o significado do sonho de um faraó egípcio relativo ao advento de sete vacas gordas e de sete magras, decifrado por José. E muito mais...! Faço menção em livro recém-publicado da existência de um Código Secreto na Bíblia, ou seja, de uma Bíblia no interior da Bíblia. Para afastar qualquer suspeita de estar fantasiando, esclareço que a existência do Código, descoberto pelo sábio matemático israelense Dr.Rips, tem o aval dos três maiores matemáticos do mundo e de cientistas das universidades de Harvard, Yale e Jerusalém. Todos eles asseguram que o Código existe e revela, com a antecedência de três mil anos, fatos do nosso tempo, como a morte dos irmãos Kennedy, a ida do homem à Lua, o holocausto, a guerra do Golfo, o lançamento
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frente e para trás da bomba atômica em Hiroxima. . Mas o episódio que melhor ilustra a autenticidade do Código foi a predição da morte de Jitzhac Rabin, primeiro ministro de Israel e Prêmio Nobel da Paz. Por duas vezes fora ele advertido de sua morte iminente em Tel Aviv, às mãos de um assassino, cujo nome, assim como o lugar e a data do infausto acontecimento aparece mencionado no Código. Infelizmente não vingaram duas tentativas de evitar que tal acontecesse, pois Rabin, prostrado com tiros nas costas, se negara a dar fé na premonição (in “Der Bibel Code”, livro de autoria de Michael Drosnin, impresso em Munich no ano de 2002, um best seller, já naquele tempo em 7ª edição, pág. 33). Os cristãos não sabemos em detalhe o que nos aguarda na eternidade. Todavia, mercê da revelação, sabemos o suficiente para sermos fiéis, aqui e agora, ao projeto divino que diz respeito à humanidade. A noção da indivisibilidade do passado, presente e futuro, a que se refere Einstein, permite-nos avaliar a sustentabilidade de uma nova corrente de Teologia, a qual admite acontecer de imediato o que tradicionalmente se denominava juízo final. O julgamento derradeiro de todo ser humano se efetuaria logo após a sua morte corporal. Assim sendo, ao morrer de logo ingressaríamos na intemporalidade de Deus. Por enquanto, sobra-nos vida para apreciar as maravilhas da natureza, que levaram o vate Francisco de Assis a compor, nas montanhas da Úmbria, o hino do irmão Sol, em louvor ao Criador do Universo. O nosso Deus é um Deus de alegria e de amor. Quem ama conhece a Deus, porquanto Deus é amor (1 Jo 4, 8).
Um presente especial para o seu filho Anderson Cavalcante Administrador de empresas
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uitos pais acabam usando o Dia das Crianças para aplicar a “lei da compensação” com seus filhos, tornando o dia um prato cheio de possibilidades para o comércio. Não tem nenhum problema dar o vigésimo quinto carrinho para seu filho ou a trigésima terceira boneca para sua filha, se você brinca efetivamente com eles e seus brinquedos. Quando falo brincar, quero dizer aproveitar de verdade o presente, ou seja, sentar ao lado do seu filho e criar estradas no universo da imaginação para o carrinho passear; comer a papinha que ela faz para a boneca e sujar a roupa de tanto empurrar o carrinho de bebê pelos corredores da casa. A maioria dos pais trabalha muitas horas por dia, saem cedo de casa, antes de o filho acordar e, quando retornam, a criança já dormiu, o que gera um sentimento de culpa que tende a tomar conta desse pai, dessa mãe. Com o objetivo de compensar a ausência, muitos compram o objeto de desejo do pequeno, nessa data e em todas as outras, sem perceber que a verdadeira vontade deles é ter a presença dos pais mais intensa quando chegam do trabalho, para brincar ou simplesmente perguntar com real interesse como foi o seu dia e estar disposto para ouvir a resposta. Construir um vínculo com seu filho é o que reforça uma relação com significado e confiança. Capaz de gerar uma recompensa em beijos e afetos impagáveis. Porém, essa intimidade não se constrói baseado na quantidade de horas que você passa ao lado dos pequenos ou quem quer que seja, mas o que vai fortalecer a relação é a intensidade do momento que estão vivendo juntos. Comece comprometendose com você e use toda sua criatividade para criar momentos preciosos e intensos com as pessoas que ama. Não leve celular ou qualquer outro aparelho que possa lhe tirar a atenção das pessoas que realmente importam para você.
Pegue um dia de sol e curta ao máximo esse momento, saboreie cada gargalhada, cada gesto de felicidade que essa simples brincadeira pode proporcionar. Seu filho pode não se lembrar do primeiro brinquedo que ganhou e certamente não se lembra do último, mas o banho de mangueira será lembrado por toda sua vida. Como dizia o poeta, “as coisas que realmente importam na vida duram somente o tempo necessário para se tornarem inesquecíveis”. Pense nisso em todas as datas que unem as famílias, como um grande amigo fez. Ele resolveu inovar na data de aniversário de seu filho, pois estava cansado da tradicional festa no buffet infantil, onde todos os afazeres e detalhes são terceirizados e o tempo de duração desta data tão importante é estipulado pela empresa. Então, ele reuniu a esposa e o filho e propôs um acampamento. A criança poderia convidar todos os amiguinhos para passar a tarde inteira brincando e, no final do dia, cada um montaria a sua cabana, barraca ou até mesmo espalhariam colchões pela sala para que todos pudessem dormir juntos. Com criatividade e custo zero foi possível curtir e participar muito mais ativamente da festa, tendo a oportunidade de dormir no meio da criançada e acordar com o olhar do seu filho sentindo orgulho do pai que tem. Isso sem falar do benefício de saber ainda mais o perfil dos amigos do seu filho. Alguns pais podem pensar que curtir piquenique, ver por do sol, tomar banho de mangueira, parece uma atividade de preguiçoso, que é muito mais fácil e rápido comprar um brinquedo na primeira loja que entrar e tudo estará resolvido. Mas esse pai está deixando de herança para o seu filho o sentimento de angústia. A vida passa muito rápido para não curtirmos com as pessoas que amamos tudo aquilo que realmente importa. Então, não perca mais tempo, curta as coisas boas da vida e presenteie o seu filho com a atenção e carinho que ele merece, e no final sentirá que o maior presenteado foi você! (www.andersoncavalcante.com.br)
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DUCAÇÃO &
SICOLOGIA
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Pais ausentes, pais presentes Jorge La Rosa Professor universitário, Terapeuta de Casal e Família
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educação é processo no qual a família tem papel insubstituível, o relacionamento pais-filhos é de importância jamais sobrevalorizada. Sofrimentos decorrem de desencontros entre indivíduos, seja no lar, na escola, no mundo do trabalho. Mágoas e ressentimentos estão aí para atestar feridas deixadas por relações conflituosas, difíceis de cicatrizar.
Pais ausentes/ filhos abandonados
Gabriella Fabbri
Além dos conflitos, há sofrimento que decorre não dos desencontros, mas da ausência de encontros. Refiro-me a pais ausentes da vida dos filhos, e o sentimento de abandono que deles se apossa. Pais podem estar preocupados em prover as necessidades do lar, propiciar escolaridade aos filhos, vestuário, saúde e recreação: vão ao trabalho, lutam e se sacrificam pela prole. Do ponto de vista de observador externo, são exemplares. Infelizmente, contudo, estão ausentes da vida dos jovens, não dialogam com eles, não têm tempo para ouvi-los, não consideram suas críticas: em uma palavra, não convivem, ainda que vivam sob o mesmo teto. Resultado: filhos se sentem abandonados, não-amados, deixados ao léu; falta-lhes afeto. Por estarem fragilizados, tornam-se vulneráveis; a tristeza, a depressão e as drogas estão a rondar-lhes os passos.
Os pais trabalham
O fato de pai e mãe trabalharem ou não fora de casa não é fator decisivo. Um dos genitores ou ambos podem estar por longo tempo físico em casa, mas não entrar em conversa mais franca e íntima com o filho. Ignoram seus sentimentos, não lhes dão oportunidade para falar de suas preocupações, não têm tempo para ouvir suas queixas, inclusive a respeito da educação que estão recebendo, ou do tratamento que lhe dispensam. Há pais que trabalham fora e que, ao chegar em casa, cansados, preferem ver TV ou ler jornal. E os filhos? Quando serão acolhidos?
A questão crucial no relacionamento
A questão crucial no relacionamento pais-filhos é a qualidade, o que não exclui a necessidade de tempo físico. Os fins-de-semana são excelentes oportunidades para uma convivência mais demorada que pode facilitar a abertura de coração e diálogo franco; há também os encontros mais curtos durante a semana, quando todos estão atarefados: é preciso que os pais, ainda que cansados, sejam acolhedores e encontrem tempo para ouvir o filho.
Valores
O grande objetivo da educação é a transmissão de valores: os pais querem que seus filhos sejam honestos, sinceros, leais, comprometidos, respeitosos, amigos... A lista é interminável, mas não a maneira de incorporá-los: será pela convivência, quando os filhos observarem esses valores vividos pelos pais no dia-a-dia. E, também, quando os pais explicitarem, pelo diálogo, os valores da família, dos quais não se pode abdicar e que dão sentido à vida e a tornam digna e significativa. Os pais, então, estarão cumprindo sua missão. E benditos sejam!(jlarosa@ terra.com.br)
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EMA EM FOCO
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“A política deveria se impor à lógica das acusações televisivas”
É
o que idealiza Carlos A Gadea, doutor em Sociologia Política e professor do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Unisinos. Carlos Gadea concedeu entrevista para o Solidário, analisando o costume dos candidatos a cargos eletivos no Brasil de prometer mundos e fundos durante suas campanhas eleitorais.
Solidário - Parece que o eleitor brasileiro, em geral, encerra sua participação na vida política do País com o cumprimento do dever do voto no dia das eleições. Seria por mero desinteresse, falta de formação ou desilusão mesmo? Prof. Carlos Gadea - Pareceria, sim, que culminado o processo eleitoral, o eleitorado brasileiro também encerrasse a sua participação na vida política. Nesta eleição, particularmente, a despolitização da cidadania foi notória, produto do esvaziamento da política, algo que não depende do sistema político e a sua eventual crise. A crise é da própria política, traduzível no receio dos candidatos de falar sobre idéias, projetos políticos e até da maneira concreta de pensar o país além das pequenas questões de gestão e administração pública. Virada em questão de “gestão” e não de espaço reflexivo e de confrontos maduros de ideias, a política é interpretada como o terreno das simples promessas eleitorais do momento, como um mero jogo estratégico de atores desvinculados dos anseios e interesses cotidianos dos cidadãos. Assim, a ampla cidadania não parece compreender o que de fato seria a democracia, o que seriam seus direitos e deveres, a própria importância do processo eleitoral. Nisso há, obviamente, uma falta de formação cívica da cidadania. Infelizmente, o “voto” parece ter perdido a “aura” que nos vincula aos destinos coletivos de uma nação. S. - Passadas as eleições, qual deverá/deveria ser a atitude/participação dos eleitores no processo político do país? Prof.Gadea - Prestar mais atenção ao órgão legislativo do exercício da política. No Brasil, existe uma tendência a observar bem de perto o que fazem os governos, na esfera administrativa que for, e “Nesta eleição deixa a um lado a a despolitização qualidade política da cidadania foi do seu parlamennotória.” to. Foi visível como para estas eleições, a ênfase na análise do que pensam e dizem os candidatos a senadores e deputados foi inexistente; ou seja, ninguém reparou demasiado nesses candidatos, algo que, certamente, é produto do próprio formato da lei eleitoral e a sua propaganda na TV. Não pode ser considerado sério que numa democracia moderna a escolha de candidatos se dê, praticamente, a partir das propagandas erráticas e velozes dos candidatos mais diversos. A cidadania deve revalorizar o espaço da política, deve redefinir seus contornos, deve compreender que a sua cotidianidade está estreitamente ligada a ela. Seu eixo é o fortalecimento da democracia
submersos na mesma pasmaceira de todos. Por aí se anda falando que se trata de uma nova forma de fazer política, em que as promessas imediatas por melhoras econômicas da população mais pobre têm ganhado força. É possível observar como os candidatos exploram esse lado “sensível”, esforçando-se em se apresentar com um passado “sofrido” e “pobre”, apelando a uma identificação quase populista do eleitorado a sua imagem na política. Os “pobres” estão em cena como protagonistas hiperreais desta nova política: ausentes, mas materializados nas promessas ilimitadas dos candidatos. Falar para os necessitados se tornou uma maneira cool de se afastar de compromissos maiores, como se tudo se tratasse de uma virada ética em que ser/parecer ou se apresentar como pobre outorgasse ao candidato a humanidade necessária para ser eleito.
O próprio candidato não acredita que alguém acredita no que promete
Carlos Gadea
e suas instituições, o respeito aos direitos, da expressão das idéias. Para isso, a política deve se impor à lógica das acusações televisivas, ao espírito pequeno em que as fofocas ganham cena e formatam o discurso político; deve se impor à mera luta pelo voto, algo que gera a evidente desconfiança da cidadania.
Promessa não é mais dívida
S - Por que os candidatos a cargos políticos no Brasil prometem tanto durante a campanha? Não sabem que não conseguirão cumprir ou ainda tentam iludir o eleitor desavisado? Prof. Gadea - Não creio que exista a tentativa por iludir ao eleitorado. Os candidatos são culpados em parte de todo este processo; a responsabilidade transcende os seus próprios “bicos”. Os políticos também parecem estar sem forças e
S - O eleitor medianamente consciente ainda acredita em promessas políticas? Prof. Gadea - Existe um estado de indiferença geral perante isso, ou um estado de simulação permanente. Ninguém acredita nas promessas, e o próprio candidato tampouco acredita que alguém esteja acreditando no que ele promete. Todos sabem que estão simulando. O problema é que todos sabem que a política tal qual se apresenta não tem mais nada a oferecer, além disso. A crise da política radica nisso: na consciência que se tem do seu esvaziamento. O que restou é uma política que parece ter ingressado na lógica clientelista dos novos discursos sobre a gestão pública e o empreendedorismo empresarial responsável. Grande ironia. S - Que mecanismos existem e que mecanismos deveriam existir no Brasil para cobrar promessas e realizar um controle efetivo e eficaz das atividades dos homens públicos e dos políticos no exercício do cargo? Prof. Gadea - Não existem no mundo mecanismos de controle ou fiscalização sobre as eventuais promessas eleitorais. Construir um arcabouço legal para isso é impensável. A democracia não se exerce com este tipo de soluções. A cidadania tem que se comprometer mais e participar mais da política, levá-la mais a sério. Mas, fundamentalmente, não deve exigir dos candidatos e políticos aquilo que não faz por conta própria. Exercer a cidadania começa com nós mesmos, e só assim teremos uma sociedade política amadurecida para poder exigir justiça e construí-la entre todos.
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ÇÃO
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OLIDÁRIA
Direitos do eleitor: cobrança de promessas dos eleitos O exercício do voto não encerra ao apertar o ‘entra’ no teclado da urna eletrônica
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uantos dos 111 milhões de brasileiros que foram às urnas em 3 de outubro último sabem que sua atitude gerou consequências? Que, ao delegar poder, continuam, contudo, com o direito de cobrar dos que receberam seu voto. E que cumprir esse direito é um dever cívico? Quantos ainda acreditam na política e nos políticos? E como poderão exigir de seus eleitos – deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente – cumprimento de promessas feitas nas campanhas?
Sem mecanismos
Para o DJ e produtor de televisão Claudinho Pereira (foto), “não é possível cobrar promessas porque não existem mecanismos. Esse papel poderia ser feito por alguma mídia totalmente imparcial e, sob todos os aspectos, descomprometida, o que é uma utopia no Brasil. Não adianta fazerem promessas (os candidatos) e depois não cumprirem. Deveriam (os políticos) sempre terem em mente uma frase usada por Brizola em rodas de amigos: ‘A democracia é a arte e a ciência de administrar o circo através da jaula do macaco’.
Tudo fica como está
www.edgarlisboa.com
A Tribuna do Mato Grosso
É o que pensa a jornalista Hilda Haubert, (foto), jornalista com atuação em rede sul brasileira de televisão. As eleições atuais – federal e estadual – substancialmente em nada influenciarão em seu dia a dia. “Eles – os políticos – prometem e nada cumprem. E tudo fica como está. E não temos mecanismos de controle confiáveis. Quem comanda nosso cotidiano são os mecanismos econômicos e aí o interesse é outro.”
As promessas do governador gaúcho blog.planalto.gov.br
Tarso Genro
Segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral – http://divulgacao.tse.gov. br/ – o eleitorado brasileiro é formado por 135.804.433 eleitores, dos quais 24.605.145 se abstiveram de votar em 3 de outubro. Dos 111.188.759 que foram às urnas, 3.479.155 votaram em branco e 6.123.858 anularam o voto, sobrando 101.585.646 (91,36 %) de votos válidos. Os dois candidatos – Dilma Roussef e José Serra – que vão ao segundo turno, obtiveram respectivamente 47.649.079 (46,91 %) e 33.130.514 (32,61 %) de votos.
Em programa de rádio gaúcha, o governador eleito do Estado, Tarso Genro, prometeu reabrir as 250 escolas fechadas pela atual administração, além de qualificar o ensino médio e a formação continuada. Prometeu construir mais hospitais regionais e unidades de pronto atendimento. A qualificação do ensino também implica pagar o piso nacional aos professores estaduais, que, segundo o Ministério da Educação, deveria ter como piso o valor de R$ 1.024,67. Isso implica em impacto de mais de dois bilhões de reais, segundo estimativas. Também prometeu abrir concurso público para mais 1.400professores e disponibilizar mais 50 mil vagas no ensino médio, o que significa um aumento de mais de 170 milhões em despesas. Atualmente, a Secretaria Estadual de Educação projeta a abertura de 3.582 vagas para o ano que vem.
Água e esgoto em todo o Estado
Certamente, o índice de desenvolvimento de uma sociedade tem como principal parâmetro sua infra-estrutura de saneamento, isto é, água e esgoto. Mais da metade do Rio Grande do Sul não conta com esses dois serviços. O governador eleito projeta encerrar seu mandato com os serviços disponibilizados. Custo estimado: R$ 15 bilhões. De onde virá o dinheiro, uma vez que toda a arrecadação anual via ICM do Estado é praticamente esse montante?
Dilma Roussef
José Serra
As promessas dos candidatos a presidente no segundo turno
Dilma e Serra – que disputarão o segundo turno em 31 de outubro próximo – prometem transformar o país em novo éden, se eleitos. Alimentam sonhos, que provavelmente não passarão de sonhos. Entre dezenas de outras promessas, Serra promete combater a sonegação e não aumentar os impostos. Promete pagar um salário mínimo de R$ 600,00. Não explicou como fará para que esse aumento não recaia diretamente no aumento do custo de vida e talvez uma nova espiral inflacionária pelos reflexos diretos em toda a economia. Dilma, entre dezenas de outras promessas, também acena com a construção de milhares de escolas técnicas profissionalizantes. Não detalhou como materializará essa promessa, de onde terá dinheiro para construir infra-estrutura, instalações e, principalmente, como arranjará e pagará o corpo docente. A campanha, até aqui, não deu muito espaço à apresentação de propostas. Foi mais marcada por ataques entre os candidatos e demonizações veiculadas por mídias alternativas. Espera-se que nessa nova campanha apareçam mais claramente os projetos de cada um. Fique-se, pois, atento.
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Saiba por que é bom comer cebola
JOSY M. WERLANG ZANETTE CRP-07/15.236 Avaliação psicológica
Técnicas variadas Atendemos convênios
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ABER VIVER
A cebola é uma das três hortaliças mais consumidas no Brasil, junto à batata e ao tomate. Forte, picante ou doce, é cultivada na alimentação desde os tempos pré-históricos. Há registros que mencionam o alimento no Egito, em 3200 a.C. O legume fortalece o sistema imunológico e tem ação antioxidante ao desinfetar e depurar o sangue, eliminando as toxinas. Contém poucas calorias, formada basicamente por água, carboidratos e diversos minerais, pode contribuir para a prevenção de certos tipos de câncer. Rica em fibras, vitaminas C e complexo B, evita a formação de coágulos e contribui na redução da pressão arterial. Indicado para problemas respiratórios, redução do colesterol, infecções, enfermidades do estômago e prisão de ventre. Ótimo diurético, também auxilia no tratamento das cordas vocais, previne a tosse (ideal para o preparo de xarope), abre o apetite e regulariza as funções do estômago. Acondicione a cebola em saco plástico fechado na geladeira, ou em temperatura ambiente, local ventilado, sem luz direta. Use sempre hortaliças frescas, verifique sua consistência, uniformidade e o brilho da casca. Cuidado com dietas abruptas, alergias ou em casos já confirmados de gastrite e ulcerações. Respeite o ritmo de seu organismo, consulte um profissional e aproveite os benefícios que a cebola oferece. Outros benefícios: Ajuda no tratamento de furúnculos; Previne a tosse; Combate o reumatismo; Combate a dor de dente; Dermatoses; Combate a doença de chagas; É indicada para abrir o apetite; Regulariza enfermidades do estômago; Ótima contra prisão-deventre; Inchaços de qualquer natureza. Comer cebola crua deixa aquela lembrança na boca, mas tem um jeito de diminuir o incômodo. Corte em rodelas e coloque a cebola em água fervente. Sempre que a gente corta a cebola sai um líquido, o ácido sulfênico, com aspecto leitoso. É ele que causa o ardido na boca e faz a gente lacrimejar. As cebolas mais picantes são as roxas, e também por isso, as mais resistentes. Para diminuir a choradeira ao cortar, aconselha-se a descascar e manter inteira a parte de trás da cebola para ela não desmontar. Em seguida, corte em cruz pra facilitar a saída dos ácidos e lave em água corrente.
Dicas de
NUTRIÇÃO Dr. Varo Duarte
Médico nutrólogo e endocrinologista
Alimentos funcionais IV Muitas coisas mais poderia registrar sobre a proteína. Você poderá encontrar em nossos livros Alimentos funcionais e coma de tudo sem comer tudo, da Editora Artes e Ofícios, informações mais completas. Perdoe-nos o convencimento, mas se você possuir estes nossos livros, cujo custo é bastante acessível, poderá ter uma orientação para uma vida com mais saúde, e conseguir uma maior longevidade. Poderá orientar também seus filhos, parentes e amigos sobre uma alimentação correta. Porém, estou me oferecendo, sem nenhum gasto adicional, para, como voluntário, realizar palestras para grupos específicos, sobre uma alimentação normal. Basta telefonar para minha casa (fone 51.32243545) e deixar uma mensagem em minha secretária eletrônica que poderemos combinar estas palestras. Para encerrar este assunto proteína, vou reproduzir mais alguns ensinamentos do professor Eugênio. Salientamos o crescimento, mas devemos relembrar outras necessidades. Falaremos da puberdade, hoje relacionada como adolescência. Nós precisamos de um grama
De proteínas, por dia,
Por quilograma de peso.
Não sei se você sabia.
Se pesa quarenta quilos,
Você deve receber
Quarenta gramas da mesma
Por dia. Deu pra entender?
Mas há uma outra exigência, Que achamos essencial: A metade deve ser
De proteína animal.
Mas nós precisamos mais,
Das de boa qualidade,
Na fase do crescimento
Que se chama puberdade.
Também na primeira infância O crescimento é elevado; Por isso devemos ter
Suprimento reforçado.
Precisam um pouco mais,
Às vezes de cem por cento .
As mamães de bebês novos,
Em fase de aleitamento.
E durante a gravidez,
quando a criança se forma,
Devemos dobrar a taxa
De proteínas - é norma.
Coma mais peixe Uma pesquisa recente da Universidade de Illinois, EUA, mostrou que o peixe também é muito importante na refeição das crianças, pois os bebês precisam de muito ômega-3 para o desenvolvimento do sistema nervoso e dos olhos, principalmente ao mudarem da dieta do leite materno às primeiras comidas sólidas. Quando as preferências alimentares começam a se desenvolver, por volta dos cinco anos de idade, os pais devem incentivar seus filhos a experimentarem peixes e frutos do mar desde cedo, a fim de já contribuir para uma boa alimentação saudável decorrente ao longo da vida. Os peixes são ricos em ácidos graxos, ômega-3, cálcio e vitamina D, além de substâncias que colaboram para o bom desenvolvimento cerebral e em vários tecidos nervosos dos bebês, especialmente os prematuros. Além disso, o alimento ajuda a prevenir doenças coronarianas.
Visa e Mastercard
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SPAÇO LIVRE
"Eu gosto de brincar"
RIR ÉreO médio melhor
Carmelita Marroni Abruzzi
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Boletim Assim que o garoto chega da escola, o pai o interpela: – Quero ver o teu boletim! – Infelizmente não vai dar! – Como assim, não vai dar?! – É que eu emprestei para um amigo... Ele queria dar um susto no pai dele...
Gêmeos A mãe de Joãozinho volta do hospital onde teve gêmeos e é recebida em casa pelo guri: – Mamãe, mamãe! Eu contei para a professora que tive um irmãozinho e ela me liberou das últimas três horas de aula! – E por que você não contou que eram dois irmãozinhos? - perguntou a mãe. – Eu não sou trouxa, mãe! O outro irmãozinho eu reservei pra semana que vem!
Presente O garotinho, feliz da vida, telefona para o avô: – Vô, aquela bateria que o senhor me deu foi o melhor presente que eu já ganhei até hoje! Por causa dela, todo dia eu ganho um sorvete e um chocolate do vizinho! Só para não tocar!!!
Professora universitária e jornalista
m menino de 10 anos, à repórter da TV, sobre o que mais gostou na festa do "Dia da Criança": – Eu gostei de brincar! E o de 11 anos: "A melhor coisa de ser criança é brincar". O brinquedo faz parte de nossa vida desde a infância. Há um lado lúdico em nós, adultos: gostamos de jogar e brincar. Há jogos e brinquedos adequados a cada faixa de idade. O brinquedo tem importante papel no desenvolvimento infantil. Piaget, o grande educador suíço, nos alerta para as etapas do desenvolvimento infantil e diz que não se podem queimar etapas nesse processo. E acentua: cada criança tem seu ritmo próprio de amadurecimento e pode levar tempos diferentes para passar à etapa seguinte. E brinquedos auxiliam nessa evolução. Às vezes, os pais colocam os filhos muito cedo na escola e os iniciam em estudos para os quais não têm maturidade. Cedo, os jovens chegam à universidade e a cursos que exigem uma capacidade de abstração que eles não possuem. E muitos fracassos escolares se explicam por essa razão. Além disso, dados do IBGE revelam que significativa porcentagem dos adultos e crianças no Brasil estão acima do peso ideal e Porto Alegre é a capital que tem o maior número de alunos obesos na 8ª série do ensino fundamental. Entre as causas, estão a alimentação inadequada e o sedentarismo, pois as crianças ocupam muito tempo com a TV, o computador e videogame, daí a necessidade de se estimular a prática de esportes, exercícios físicos e brincadeiras que levem as crianças e adolescentes a se movimentarem; famílias, escolas e instituições devem propor essas atividades. As crianças precisam correr, brincar em parques, subir em árvores, praticar esportes apropriados para sua idade. Elas sentem falta de tudo isso. Há dias, vi uma criança, num shopping, pulando amarelinha nos quadrados do piso! Através do brinquedo, a criança se socializa, imita a vida em grupo. Às vezes, a mesma criança assume diferentes papéis. E nessa área há algum preconceito. As meninas podem brincar com carrinhos e os meninos com bonecas; a dinâmica da vida familiar mudou: mulheres dirigem carros, homens, assumem os filhos, trocam as fraldas dos bebês; ambos têm suas atividades profissionais e se revezam e isto é saudável para todos. Os interesses da crianças também mudaram. Rubem Alves, professor, escritor e psicanalista, ao responder se a infância tinha acabado, diz que as crianças de hoje brincam com brinquedos diferentes: – Minha neta brinca com o celular de um jeito que eu não sei brincar... elas não deixaram de brincar.... para elas, esses objetos tecnológicos misteriosos são brinquedos. Desde os objetos feitos com tampinhas, galhos, pedaços de madeira, pedras e folhas secas até os celulares e os sofisticados videogames, o brinquedo sempre esteve presente na vida das crianças. Os adultos precisam saber da necessidade que a criança tem de brincar, e oportunizar momentos de lazer, não saturando seu tempo com atividades obrigatórias. Ela necessita de tempo livre para se expressar. Mas é preciso acompanhar essas atividades e orientá-las, para que se constituam em um sadio fator de crescimento. (debruzzi@ig.com.br)
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Lição de força
ia 5 de agosto último, 33 mineiros chilenos ficaram presos em uma mina de ouro e cobre em Copiapó, na região de Atacama, após um desmoronamento. A principio, não havia detalhes sobre o local onde estavam os mineiros, nem ao menos, se estavam vivos. As autoridades acreditavam que eles haviam alcançado um refúgio no fundo da mina. O presidente Sebastián Piñera pediu ajuda internacional, principalmente ao Peru, Estados Unidos, Canadá e Austrália, países que têm muita experiência nesta área. Após uma semana de medo, expectativas e incertezas, as equipes de resgate não sabiam se os trabalhadores estavam vivos, pois não recebiam nenhum sinal. Fora da mina de San José, em Copiapó, trabalhadores carregam a estátua de San Lourenço, padroeiro dos mineiros, na missa pela vida dos 33 homens soterrados. Falha na sonda aumenta o drama em que vivem as famílias dos mineiros. “Está nas mãos de Deus”. Com estas palavras, o presidente Piñera resumiu o sentimento que tomou conta dos familiares e das pessoas que trabalhavam no resgate há duas semanas. O “milagre” pelo qual todo o Chile rezava fervorosamente há 17 dias, se realizou. Palavras escritas em vermelho, em um papel amarrotado, que emergiu das profundezas da terra preso a uma das perfuratrizes, que procuravam o local onde se encontravam os 33 mineiros soterrados desde o dia 5 em uma mina no norte do país. “Estamos bien em el refugio los 33”, foi a mensagem recebida do fundo da terra. “Hoje, o Chile inteiro está feliz, cheio de emoção”, comemorou o presidente. Mario Gómez, 63 anos, o mais velho entre os trabalhadores presos no subterrâneo, em mensagem à esposa, afirmou: “Querida Lilá, estou bem, graças a Deus. Deus é grande, vamos sair daqui, com a ajuda do meu Deus”. Para manter os trabalhadores em bom estado de saúde até o resgate previsto para perto do Natal, foi iniciada a operação para enviar alimentos, água e remédios ao grupo isolado a 700 metros de profundidade, em um ambiente inóspito e sem luz, sob uma temperatura de 33º C. Conservar o ritmo do sono, alimentar a esperança, manter a coesão do grupo, tudo em espaço limitado são alguns dos desafios a enfrentar. Presos e isolados a 700 metros abaixo da superfície, 33 mineiros, barbudos, abatidos e sem camisa enviaram em um vídeo, uma mensagem de força, organização e até de bom humor. “Nós planejamos, fazemos assembléias aqui todos os dias, para que todas as decisões sejam baseadas nas idéias dos 33”, declararam eles. Ao final do vídeo, os homens cantaram o hino chileno e gritaram de braços dados: “Longa vida ao Chile. Longa vida aos mineiros”. E nós, podemos acrescentar: “Amém”. (geralda.alves@ufrgs.br).
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I
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GREJA &
CATEQUESE ria Solidá
2000 anos de
TURBULÊNCIAS PARTE XII
Eucaristia: Ceia da vida partilhada
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Deonira L. Viganó La Rosa
drama da fome no Brasil tem sua origem na má distribuição da renda e das riquezas. Enquanto há concentração das riquezas nas mãos de poucos, vemos a grande maioria da população na pobreza e na miséria. O que tem este assunto a ver com a Eucaristia? Ora, a Eucaristia é uma ceia onde todos ao redor de uma mesa querem partilhar o pão, não querendo que ninguém seja excluído. A eficácia de uma Eucaristia se mede principalmente por sua capacidade de superar as diferenças econômico-sociais dos que dela participam e de todos os demais que se encontrem nas mesmas circunstâncias. Se alguém comunga, deve ser elemento de comunhão no grupo em que vive. Numa palavra: Uma comunidade cristã em estado de “celebração eucarística” deverá estar ativamente comprometida com todo autêntico processo de libertação humana. Que diremos de nós mesmos que às vezes vamos à missa diária, fazemos novenas de missas, mandamos rezar missas pelos defuntos... e permanecemos descomprometidos com a transformação das estruturas sócio-políticas, temos pouca ou nenhuma iniciativa frente aos nossos concidadãos sem saúde, sem leitura, sem participação social? Sequer conversamos com quem está ao nosso lado... As palavras de Jesus são claras: “Quando deres uma festa, chama os pobres, estropiados, coxos e cegos, feliz serás, então, porque eles não têm com que te retribuir. Serás, porém, recompensado na ressurreição dos justos” (Lc 14, 13-14). Não pode haver Eucaristia se não houver unidade, partilha, solidariedade, igualdade, justiça. São Paulo chama a atenção da comunidade de Corinto: nela não se vivia a Ceia do Senhor, porque existiam divisões e se desprezavam os pobres (1Cor 11, 21-22).
Catequese da Eucaristia
Compreender a Eucaristia como sacramento da Partilha é fundamental, desde os primeiros encontros de Catequese. A Ir. Marlene Bertoldi, resume : • Partilhar é o grande desafio eucarístico. Somos chamados a fazer o mesmo gesto que Jesus fez: tornarmo-nos pão repartido para a humanidade. • A Eucaristia nos faz tomar consciência do grande contraste que existe entre o acúmulo de bens nas mãos de alguns, e a fome e a falta de tudo para a maioria. Celebrando a Eucaristia, proclamamos a justiça do pão partilhado igualmente para todos. • A Eucaristia tem um profundo sentido missionário. Jesus, doando-se totalmente, nos ensina a irmos ao encontro do outro e a nos comprometer com os pobres lutando por justiça e igualdade. Sem isso, celebrar a Eucaristia seria uma mentira.
Perseguições voltam a molestar Igreja
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16 a 31 de outubro de 2010
COMUNIDADE
al havia conquistado a liberdade, a Igreja voltou a sofrer o sabor amargo das perseguições. O sobrinho de Constantino, Juliano, seu sucessor no Império Romano, esqueceu a educação cristã, ficando apaixonado pela cultura pagã, em Atenas, onde finalizou seus estudos. Ao assumir o governo em Roma, fez de tudo para implantar o paganismo. Começou pela adoração ao “deus-sol”. Por essa razão, ficou chamado de Juliano “Apóstata”. Queria acabar com o Cristianismo, porém, sem adotar os métodos violentos de fazer mártires. Assim, iniciou afastando os cristãos dos cargos públicos do Império, proibiu a catequese e obrigou os cristãos a frequentarem escolas pagãs. Fechou, ainda, templos cristãos e apoiou o donatismo. Por um desses desígnios de Deus, que sempre acompanha a sua Igreja, Juliano foi imperador apenas dois anos, morrendo em campo de batalha, na Pérsia, no ano 363. Desta maneira, novamente livre, a Igreja podia pregar o Evangelho sem contestações e crescer. Foi nesta época que surgiram as famosas sedes patriarcais da cristandade: Antioquia, Jerusalém, Alexandria e Constantinopla. No ano 391, Teodósio proibiu o culto pagão, passando o cristianismo a ser “Religião oficial do Império”. Segundo os historiadores, começou nesta época também a surgir a palavra “pagão”, que vem de “pagus” (vila, bairro), para onde se refugiavam os seguidores para cultuar seus deuses, às escondidas. Curiosamente, neste século IV, um pagão veio a ser bispo e grande santo, doutor da Igreja – Santo Ambrósio. Nasceu em 340, em Tréves, filho de um prefeito romano da Gália. Estudou Leis em Roma, exercendo a advocacia em Milão. Devido à sua inteligência, eloquência e habilidade, o imperador o mandou apaziguar os cristãos, divididos entre arianos e católicos, fiéis ao Papa. Estes seguiam as definições do Concílio de Nicéia sobre a divindade de Cristo, enquanto os arianos as rejeitavam. Com a morte do bispo de Milão, em meio a esses conflitos, a questão era quem devia ser seu sucessor, favorável aos arianos ou ao Papa? Ambrósio fez um discurso tão inspirado, que imediatamente todos o aclamaram: “Ambrósio, bispo de Milão”. Não estava batizado. Era um simples catecúmeno. Em 374, porém, foi batizado e imediatamente ordenado padre e bispo. Transformou-se no grande Doutor da Igreja, defensor da fé. Impunha limites aos próprios imperadores, sendo dele a famosa frase: “Os imperadores estão na Igreja, e não acima da Igreja”. Para provar isso, impôs uma penitência ao Imperador Teodósio, por ter sido responsável pela morte de sete mil pessoas numa revolta popular na Tessalônica. Por causa disso, o impediu de entrar na Igreja de Milão. Só oito meses depois, levantou a penitência pública. Ambrósio também exerceu importante papel na conversão de Agostinho. (CA/Pesquisa).
Solidário
LITÚRGICO 17 de outubro – 29o Domingo do Tempo Comum (verde)
1a leitura: Livro do Livro do Êxodo (Ex) 17,8-13 Salmo 120 (121) 1-2.3-4.5-6.7-8 (R/. cf 2) 2a leitura: 2a Carta de S. Paulo a Timóteo (2Tm) 3,14-4,2 Evangelho: Lucas (Lc) 18,1-8 NB.: Para uma melhor compreensão dos comentários litúrgicos é fundamental que se leia, antes, o respectivo texto bíblico. Comentário: A cena descrita por Lucas no Evangelho deste domingo parece ser de hoje: uma pobre viuva, símbolo de todos os desamparados, oprimidos e injustiçados deste mundo, pede a um juiz que examine a sua causa e lhe faça justiça. O evangelista não define a causa que a viuva apresenta, isso não é tão relevante; a mensagem está na insistência da viuva e no atendimento, de extrema má vontade, do juiz: Esta viuva já está me aborrecendo; vou atendê-la para que não venha a agredir-me (18,5). O juiz da parábola atende a viuva apenas para se ver livre dela, julga a partir da sua conveniência, da sua comodidade, com medo da agressão ou do que possam falar dele, não pela justiça da causa que ela apresenta. Se a justiça humana muitas vezes é interesseira, Deus julga sempre a partir da pessoa, de cada pessoa. E julga a partir das oportunidades ou chances que a pessoa teve ou não teve. A lição que Jesus dá é muito clara: se até um juiz injusto se deixa “comover” pelos pedidos insistentes da viuva, quanto mais Deus vai atender os pedidos daqueles que Ele ama! Se a persistência da viuva alcança o seu objetivo, quanto mais a oração persistente do discípulo, diante de um Deus Pai/Mãe, que sente prazer em atender amorosamente seus filhos e filhas, será atendida: E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por Ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu lhes digo que Deus fará justiça para eles, e bem depressa (18, 7). Em uma época de tanto desânimo, tanta falta de perspectivas, tanto desencanto com situações e pessoas, uma prece que Deus nunca deixa de atender e que repetimos sempre quando rezamos o Pai Nosso: não nos deixes cair na tentação... na tentação do desânimo, do desespero, de não acreditar na força da fé e na constante presença de Deus em nossa vida, especialmente nos momentos mais difíceis e dolorosos. Nosso Deus jamais desampara a quem põe nele a sua esperança.
24 de outubro - 30o Domingo do Tempo Comum (verde)
DIA MUNDIAL DA MISSÕES 1a leitura: 2o Livro do Eclesiástico (Eclo) 35,15b–17.20-22a Salmo 33 (34) 2-3.17-18.19 e 23 (R/. 7a e 23a) 2a leitura: 2a Carta de S. Paulo a Timóteo (2Tm) 4,6-8.16-18 Evangelho: Lucas (Lc) 18,9-14 Comentário: Lucas nos traz neste domingo dois personagens para significar duas maneiras de rezar. Um, o fariseu, que em sua oração se vangloria de suas próprias “bondades” – eu sou o bom! - ; outro, o publicano, cuja oração é um reconhecimento do seu estado de pecado e um humilde ato de entrega a Deus. Os fariseus formavam um grupo religioso, eram tidos como os que melhor e mais fielmente cumpriam toda a lei e gozavam de enorme prestígio diante do povo no tempo de Jesus. Já os publicanos eram odiados e desprezados, principalmente porque cobravam impostos da população, impostos estes que eram enviados ao poder romano, que dominava toda a região. O fariseu, em sua oração, além de desfilar todas as suas bondades e qualidades, ainda expressa seu grande desprezo pelo publicano, um “pecador... um impuro”. O publicano, em sua prece, nem se atreve a levantar os olhos para o céu; apenas bate no peito em sinal de arrependimento e repete: Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador (18, 13). De fato, ele é pecador, traidor do seu povo, sua profissão é opressora, mas ele tem consciência disso, e se joga na misericórdia de Deus, confiando que somente Deus pode perdoá-lo e convertê-lo. Lucas conclui, com a afirmação surpreendente de Jesus: este (o publicano) voltou para casa justificado e não o outro (o fariseu). Pois, quem se eleva será humilhado e quem se humilha será exaltado (18,14). O que nos torna justos, não são nossos méritos e nossas reais ou supostas “bondades” e qualidades, nem porque observamos todas as minúcias das leis e preceitos institucionais, mas a infinita gratuidade de Deus. O texto de Lucas nos convida a um sério exame de nosso ser e agir de discípulos missionários do Senhor Jesus: até que ponto nos julgamos os bons e desprezamos pessoas que classificamos de “pecadoras”, pouco importantes ou até “marginais”, “sobrantes”!? É nossa oração humilde e confiante, reconhecendo-nos pecadores e acolhedores dos outros, especialmente “estes mais pequeninos”? (attilio@livrariareus.com.br)
16 a 31 de outubro de 2010
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RQUIDIOCESE Coordenação: Pe. César Leandro Padilha Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos com a jornalista Cynara Baum pelo e-mail cynarabaum@gmail.com ou fone (51)32286199. Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa
Primeira Beatificação em Porto Alegre
Seminário católico-luterano sobre eclesiologia ecumênica Foi realizado de 21 a 23 de setembro, em São Leopoldo (RS), o Seminário de Estudos da Comissão de Diálogo Bilateral Católica-Luterana (ICAR-IECLB). O evento aconteceu na Casa das Diaconisas da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, e teve 30 participantes, entre bispos, pastores sinodais, padres e pastores. Dentre os conteúdos e perspectivas foram discutidos três horizontes: Ecumenismo: compreensão de ecumenismo para nossas igrejas; Eclesiologia ecumênica: o ecumenismo na compreensão e definição de sua natureza e missão; e Missão e testemunho comum: traduzir no
convívio, na estima e no conhecimento mútuo a identidade ecumênica orientada pelos documentos normativos de nossas Igrejas. Na coordenação do Seminário, o pastor Manfredo Ziegel, por parte da IECLB, e Dom Remídio Bohn, bispo auxiliar de Porto Alegre. O Seminário terminou no dia 23 de setembro, com a elaboração de uma carta a todas as comunidades católicas e luteranas do Brasil, sintetizando as conclusões dos estudos e apresentando indicações sobre como fortalecer as relações ecumênicas entre as duas Igrejas no contexto brasileiro.
16 Romaria das Capelinhas de Nossa Senhora a
Será realizada no dia 23 de outubro a Romaria das Capelinhas que é, sem dúvida, uma manifestação religiosa que contagia milhares de pessoas. Ano após ano, cresce a participação de romeiros, tomando conta da cidade de Guaíba, das Paróquias do Vicariato e do interior do Estado. O lema deste ano é Com Maria, a Vida se Constrói na Solidariedade. A 16ª Romaria vem sendo construída em mutirão pelas Paróquias do Vicariato de Guaíba, através das forças vivas da Igreja: Dom Remídio José Bohn, bispo auxiliar e vigário episcopal dos Vicariatos de Porto Alegre e Guaíba, padres, diáconos, religiosas, animadoras das Capelinhas e leigos/as. É precedida por uma preparação nas comunidades, envolvendo todas as pastorais, grupos e movimentos através do subsídio para os Grupos de Oração e Reflexão nas Famílias. Cada pessoa é desafiada a fazer a sua parte na preparação, nos encontros de oração, na divulgação e na participação. Milhares de romeiros ao longo do dia 23, sairão de diversos lugares a pé, de ônibus, de carro, de bicicleta, carregando em seus braços as Capelinhas com a imagem de Nossa Senhora. A Romaria terá início às 15h45min, em frente à Prefeitura Municipal de Guaíba, onde ocorrerá uma grande concentração dos romeiros que seguirão até o Parque da Juventude, na Avenida João Pessoa, local preparado para a Missa Campal. Após a bênção e envio dos romeiros na praça da alimentação, haverá possibilidade de encontrar-se ao som de cantos e de show com a participação especial do cantor Paulo Costa.
Na oportunidade, será realizada uma homenagem pelos 400 anos de nascimento do missionário jesuíta padre João Pedro Médaille. Em suas viagens missionárias pela França, constatou as terríveis consequências das guerras como a fome, doenças, órfãos, viuvas, mutilados e a desunião entre as pessoas. Pe. Médaille teve a inspiração de fundar uma Congregação que se dedicasse às pessoas mais necessitadas. Desde o início, juntaram-se às irmãs, pessoas leigas que continuavam vivendo em suas famílias impregnandose da mesma espiritualidade e missão. Surgem, então, pequenas comunidades no meio do povo, como fermento de unidade, dando origem à Congregação das Irmãs de São José.
Bárbara Maix será declarada Bem-Aventurada em novembro Com grande expectativa, o Rio Grande do Sul e o Brasil aguardam, em novembro, a beatificação de Madre Bárbara da Santíssima Trindade ou, como é mais conhecida, Bárbara Maix, fundadora da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Júbilo e alegria perpassam a Igreja, cada irmã, leigo/a e a Vida Religiosa Consagrada. Austríaca de nascimento e brasileira por opção e de coração, Bárbara tem uma bonita história figurada entre as mulheres que engrandeceram o país. Sua biografia é definida pela sua firmeza, ousadia, coragem e ao mesmo tempo pela sensibilidade extrema e inteira confiança na vontade do Pai, fazendo de sua vida um constante servir a Deus, identificando o grito pela vida, surgido dos pobres de sua época, como órfãos, jovens que buscam uma vida melhor na cidade, os feridos e mutilados na guerra do Paraguai, dentre tantos outros que por ela foram ajudados. Por toda sua doação e cultivo de uma vida cristã ímpar, o Vaticano confirmará sua santidade, declarandoa “Bem-Aventurada”. Os teólogos de Roma que analisaram todo o processo de beatificação ficaram admirados e expressaram que Bárbara "merece ser proposta como modelo de vida e virtude, para um mundo no qual os valores são tão desacreditados e tudo é provisório”. Tão ímpar como a vida de Bárbara Maix, é o evento que a tornará BemAventurada: é o primeiro a acontecer na cidade de Porto Alegre, dentro do ano do centenário da Arquidiocese Gaúcha, além do fato de que a religiosa é a primeira mulher a viver no Rio Grande do Sul a alcançar este título da Igreja. A celebração de beatificação acontecerá no dia 6 de novembro de 2010, no Gigantinho, Porto Alegre (RS) a partir das 13h30min. Para mais informações, há disponíveis dois espaços na internet: O site da congregação www.icm-sec.org.br ou o blog oficial http://barbaramaix.blogspot.com/
Milagre de Bárbara Maix: Gaúcho que teve todo o corpo queimado é curado
Para que a Igreja reconhecesse a santidade de Bárbara Maix e a declarasse Bem-Aventurada, era preciso que um milagre fosse atribuído à sua intercessão, o que ocorreu no ano de 1944, sendo reconhecido pelo Vaticano somente em 2009. No dia 10 de julho do ano de 1944, com quatro anos de idade, num rigoroso inverno, Onorino Ecker se aquecia ao redor do fogo, com seus
Bárbara Maix
irmãozinhos. Pendurada numa corrente sobre o fogo havia uma panela com água fervendo. Um dos irmãos bateu na corrente. A água derramou, o vapor e a cinza quente vieram por cima de Onorino Ecker e ele caiu nas brasas. Diagnóstico: queimadura de II grau profundo – III grau com extensão de 40-50% em todo o corpo. Com isso, apenas a morte era uma certeza. O menino foi colocado num lençol, preso nas quatro pontas, em duas varas e levado a pé (15 km) para o Hospital na Vila Santa Lúcia do Piaí, próximo a Caxias do Sul, RS, Brasil. O corpo de Onorino era uma chaga só. No primeiro curativo até as unhas caíram. Após três dias sofreu convulsões. O médico disse que “só um milagre” o salvaria. Irmã Dulcídia Granzotto, do Imaculado Coração de Maria, enfermeira, juntamente com os pais e amigos, iniciaram uma novena, invocando a intercessão de Madre Maria Bárbara. A criança foi-se recuperando milagrosamente e já no dia 25 deste mês de julho, Onorino, perfeitamente curado, saiu do Hospital correndo, sem nenhuma ferida, não ficando cicatrizes. Ao ser analisada a cura de Onorico Ecker, pela interseção de Bárbara Maix, foi definida como "rápida, completa e duradoura. Inexplicável à luz dos conhecimentos médicos". Esse reconhecimento da Igreja é traduzido com a confirmação do olhar de amor que Deus tem por Bárbara Maix, a ponto de atender as súplicas a ela endereçadas de vida plena. Com esse milagre, e tantos outras já relatados em publicações, a Igreja a confirma como santa em vida e na eternidade. (Fonte: Assessoria de Comunicação Beatificação Bárbara Maix)
Porto Alegre, 16 a 31 de outubro de 2010
Seminário Católico-Luterano: propostas de ações comuns de aproximação maior O Seminário aconteceu entre 21 e 23 de setembro último, na Casa Matriz das Diaconisas em S. Leopoldo e teve por tema ‘Por uma Eclesiologia Ecumênica’. A iniciativa foi promoção e coordenação da Comissão de Diálogo Bilateral Católico/Luterano – Igrejas Católica Apostólica Romana e Evangélica de Confissão Luterana no Brasil - e contou com a presença de 30 participantes, entre pastores, padres, bispos, pastores sinodais, um estudante de Teologia e uma representante do Movimento dos Focolares. Ao final, foi tirado um documento, assinado, respectivamente, por Dom Remídio José Bohn, bispo auxiliar de Porto Alegre e pelo pastor sinodal Manfredo Siegle, presidente do Sínodo Norte Catarinense, coordenadores da Comissão Bilateral de Diálogo Católico-Luterano.
Crença comum
Os participantes expressaram seu empenho pela unidade, através do diálogo ecumênico, essencial para as Igrejas. E, num mundo marcado por divisões e sectarismos, prometeram “ser instrumentos de reconciliação para os homens e as mulheres de nosso tempo, a começar entre nós mesmos, católicos e luteranos. Cremos que Deus Triuno é fonte e modelo de unidade na diversidade da Igreja, renovando em nós a disposição para o encontro, o diálogo e a mútua edificação. Cremos que o Batismo nos une como membros vivos do Corpo de Cristo. Cremos que o ecumenismo é dimensão constitutiva do ser e agir de nossas Igrejas. Cremos que o ministério na Igreja é, acima de tudo, serviço de reconciliação e comunhão”.
Propostas
a) Fortalecer na convivência das comunidades católicas e luteranas a opção ecumênica que nossas Igrejas assumiram oficialmente; b) Aprimorar nossa formação ecumênica, em vista da missão, nos diversos níveis de animação e organização pastoral. c) Apoiar os organismos ecumênicos dos quais nossas Igrejas participam, assumindo com mais firmeza os seus projetos. d) Favorecer a convivência, o conhecimento mútuo e o testemunho comum da fé entre católicos e luteranos, valorizando a rica história de diálogo de nossas Igrejas. e) Incrementar nossa cooperação em projetos comuns, de âmbito nacional, regional e local, como: semana de oração pela unidade dos cristãos, formação de obreiros/agentes de pastoral, cursos bíblicos, semanas teológicas comuns, intercâmbios de professores, espiritualidade, diaconia e outros.
ENCRISTOS Início de caminhada comum católica-pentecostal no Brasil “Estávamos muito tempo longe, nos estranhando, nos distanciando. Sentimos no coração que a religião, a nossa relação com Deus não estava mais guiada pelo Espírito Santo, mas guiada pelo mercado. Isto é, a relação nossa com Deus se tinha tornado um produto de mercado com propaganda, com concorrência, com preço. E um grupo de cristãos católicos e evangélicos pentecostais, diante da palavra de Deus e diante de uma fé mais transparente, preocuparam-se com a evangelização e espontaneamente começaram-se a enuclear ao redor de algumas lideranças para rezar juntos, para fazer a escuta da palavra e alguns pequenos temas de formação”, detalha Pe. Marcial Maçaneiro, da Congregação do Coração de Jesus, também chamados dehonianos, ex-assessor da CNBB para o diálogo ecumênico e recentemente nomeado para Comissão do Diálogo Internacional Católico-pentecostal.
Diálogo multilateral
Padre Maçaneiro explica que o Encristos – Encontro de Irmãos em Cristo - não é instituição formal que obrigue falar em nome das igrejas. “E apenas um compromisso fraterno. Todas as igrejas – católica e pentecostais clássicas como Assembléia de Deus, Evangelho Quadrangular, Igreja da Profecia, Igreja Bíblia Aberta, Igrejas de Deus e mais duas ou três que são igrejas livres de linha pentecostal - são interlocutoras e o diálogo se
estabelece de forma multilateral. “Não existe no Brasil ainda uma comissão bilateral católica-pentecostal, mas existem núcleos de diálogo e de convivência e uma novidade para o Brasil é uma aproximação mais recente de comunidades novas católicas e de espiritualidade carismática com comunidades evangélicas de espiritualidade pentecostal. Já superamos um pouco o proselitismo, os ranços, as críticas mútuas. Hoje estamos num momento de nos perguntar o que Deus quer fazer com as nossas igrejas para o Bem do Brasil? E a gente não precisa fazer um diálogo oficial de instituição, mas um diálogo de experiências. Participam irmãos de várias comunidades novas evangélicas (Comunidade Carisma, Comunidade Cristã missionária, etc. e irmãos de igrejas mais clássicas – Assembléia de Deus, Quadrangular, Menonita. Temos um grande grupo do diálogo que faz o trabalho de escuta da palavra, adoração juntos, exortação. E discutimos alguns pontos de nosso testemunho, da nossa estima, da reconciliação dos cristãos. Essa plataforma envolve 200 líderes do Brasil e mais ou menos 21 igrejas e comunidades livres diferentes. O Encristos pretende ser uma plataforma fraterna em que católicos de experiência carismática e pentecostais evangélicos se encontrem com tranquilidade, com fraternidade e um lugar de espiritualidade ecumênica”.
Pe. Marcial Maçaneiro
Questão de respeitabilidade
“Os cristãos precisamos demonstrar na prática o que a oração do Pai Nosso anuncia: perdoai-nos assim como nós perdoamos. É também uma questão de crédito. A sociedade, as pessoas, as lideranças, as cidades, se sensibilizam quando vem participar de encontros ecumênicos. É um sinal de Deus que o evangelho entre nós, cristãos, seja mais forte que as nossas divisões. Mas, para poder evangelizar e ter o respeito das pessoas, esse convívio pacifico tem que ficar claro para não dizerem “eles não conseguem conviver e querem propor para a sociedade um tipo de fé, de bem-aventurança, de caridade fraterna, de solidariedade, então isso é papo furado”.