IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS
Porto Alegre, dezembro de 2011 - 2a quinzena
www.jornalsolidario.com.br
Ano XVII - Edição N o 600 - R$ 2,00
Festas de fim de ano: tempo para perder tempo Para celebrar a vida e estar presente. Apontar caminhos a quem busca caminhos. Sonhar com quem sonha e faz projetos. Chorar com quem chora por suas tristezas e fracassos e sorrir com quem sorri por seus sucessos. Tempo para renascer e se tornar simples como a criança do Presépio para celebrar a humanidade e almejar paz, justiça e solidariedade no aconchego do lar e no mundo inteiro. Páginas centrais
"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá, mais se tem".
Antoine de Saint-Exupéry
Expediente externo do Solidário no mês de janeiro de 2012: das 8h30min às 12h30min
Nossos votos de fim de ano
O Solidário homenageia e solidariza-se com todas as famílias onde se preserva o diálogo e onde o Feliz Natal e o Feliz Ano Ano encontram coerência o ano todo. Almeja, também, que nas famílias que já não são mais famílias, se recupere o dom precioso que é o sagrado recinto do lar onde se molda o futuro cidadão e o futuro cristão.
Pe. José Luiz Schaedler Dirigente Cristão 2011 A entrega do troféu, concedido pela Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas do RS – ADCE, ocorreu em concorridíssima cerimônia no dia 22 de novembro último, no Salão de Eventos do Instituto de Educação São Francisco, em Porto Alegre. Natural da cidade de Tupandi, onde nasceu em 8 de janeiro de 1958, Schaedler é sacerdote diocesano, ordenado 14 de dezembro de 1985. Além de diretor da Rede de Escolas São Francisco, que inclui sete instituições de ensino na Grande Porto Alegre, também é reitor do Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima e pároco da Paróquia Estudantil, além de outras atribuições na Arquidiocese de Porto Alegre.
A Direção e Funcionários
Os telefones do Jornal Solidário: (51) 3211.2314 e (51) 3093.3049. e-mail: solidario@portoweb. com.br
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Voz do Pastor Dom Dadeus Grings
Editorial
Arcebispo Metropolitano de P. Alegre
A importância da rosa
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oi o tempo que perdeste com a tua rosa que fez a tua rosa tão importante” (Exupèry, O Pequeno Príncipe). Esta é a chave de leitura para se captar todo o sentido e profundidade do que relatam o psicoterapeuta de crianças e adolescentes, Cleon Cerezer, e o casal, Lauro/Maria Helena Quadros (páginas centrais). Perder tempo com a sua “rosa”, sua família, seus mais próximos, é a casa construída sobre a rocha que os ventos e tempestades da vida não conseguem destruir. Perder tempo com os seus, significa estar presente em suas vidas, em suas buscas, em suas contradições, em seus sonhos e projetos, nos seus fracassos e sucessos, nas suas tristezas e suas alegrias. Na plenitude dos tempos, Deus inventou “perder tempo com suas rosas”, seus filhos e filhas, com a humanidade. Então se fez gente, gente com a gente em seu Filho, Jesus. E no meio da noite do primeiro Natal, os anjos cantaram a glória do Senhor e desejaram paz a todos os homens e mulheres de boa vontade, do Bem, da Justiça, da Solidariedade, do Amor e da Paz. As relações entre os (ainda) humanos vêm se tornando sempre mais superficiais, descartáveis, “protéticas”, cujo tempo de validade está na proporção e medida em que dão um “retorno” de prazer e gosto individuais. Ao primeiro “dissabor”, uma relação que prometia ser “eterna”, se esvazia e se esvai, ou, no dizer do poeta, é “eterna, enquanto dura”. Como, na cultura importada do Norte, “tempo é dinheiro”, e como é o dinheiro que comanda as relações de grande parte das pessoas, poucas são as que “perdem tempo” com sua rosa. E sempre menos são, realmente, felizes. Natal quer ser, por definição, um novo nascimento do que temos e somos de melhor, tempo de recuperar nossa humanidade, tempo de examinar nossas relações com as pessoas mais próximas e queridas e voltar a perder tempo com elas. Mesmo que isso contrarie tudo o que a musa moderna das mídias cantam e contam, o Natal renova a esperança de um mundo onde a ternura, o bem-querer, o perdão, a simplicidade e o amor solidário voltam a ser o “pão e o vinho” da mesa familiar e comunitária. O Solidário, na sua simplicidade, quer ser exatamente e sempre mais o jornal da família, para que seus leitores/as possam sentir e viver um Natal solidário ao longo de todo o ano. Porque o Natal é isso: a solidariedade de Deus com a humanidade ganha rosto e nome de gente: Jesus. Que possa nosso canto de “Noite Feliz” simbolizar e renovar em nós os melhores sentimentos de Amor e de Paz em nossas famílias e em toda a humanidade. Foi o tempo que perdeste com a tua rosa... (attilio@livrariareus.com.br) Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36
Conselho Deliberativo
Presidente: Agenor Casaril Vice-presidente: Jorge La Rosa Secretário: Marcos Antônio Miola
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RTIGOS
Voluntários Diretoria Executiva
Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj
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A queda das ideologias
rês são os erros básicos das ideologias, tanto capitalista quanto socialista. Primeiro, partem da suposição do ser humano como indivíduo. Ora, o indivíduo humano é uma abstração. Não existe na realidade dos fatos. Daí construir uma ideologia sobre ele só pode ser desumana. Na verdade, o ser humano é família, ou seja, relação: pai, mãe, filho, filha, irmão, irmã, membro da Igreja, de clubes, de comunidade... É claro que, destruindo ou abstraindo desta condição indispensável da vida humana, não se conseguiria construir um Estado justo nem real. O segundo erro, na linha hegeliana, foi privilegiar o Estado sobre a sociedade. Ora, sabemos que a sociedade é mais ampla e profunda que o Estado. Este deveria estar a serviço daquela. Basta dizer que o Estado moderno é laico, ao passo que a sociedade, onde quer que se situe, é profundamente religiosa. Não se encontrou, até hoje, nenhum povo que não tivesse religião, culto ou oração. Acontece que a revolução ideológica trabalha com a hipótese de um Estado totalitário, o que, na prática, significa um Estado ateu e desumano. Impôs o ateísmo, no regime marxista, como uma espécie de nova religião. Violentou a sociedade em seus valores fundamentais. O terceiro erro, que a revolução ideológica cometeu, foi a supervalorização das ideias. Transformou-as numa espécie de ídolo ou valor supremo. Só se poderia crer naquilo que ela unilateralmente professava. Não se deram conta de que as ideias são apenas sinais da realidade, muito mais ricas que as abstrações. São, pois, essencialmente relativas. Devem ceder diante dos fatos e da realidade.
A derrocada das ideologias aconteceu no final do século XX. Tem data marcada por um evento fundamental: a queda do muro de Berlim e a implosão da União Soviética em 1989. Ali terminou oficialmente o sufoco das ideologias e se tornou possível um diálogo universal. Mas fica a lição. O sofrimento humano, que deixaram para traz, foi atroz e arrasador. Auspicia-se que isto nunca mais aconteça. A ideologia socialista, de estampo nazista, foi sepultada pela derrota na Segunda Guerra Mundial. A de orientação marxista implodiu com o fim da União Soviética, ambas não sem deixar para trás um rastro de violências e de mortes. Foram mortas e presas milhões de pessoas. Fizeram toda a humanidade sangrar. A ideologia capitalista capitulou com o estouro das bolsas de valores, no início do século XXI. Foi a crise da economia. Provou que o sistema que só pensa em economia não pode subsistir definitivamente. É preciso voltar ao realismo, reconhecendo que a realidade é mais rica e complexa que as ideias, que os fatos são mais complexos que as reportagens, que a pessoa humana não se reduz ao indivíduo, mas é família, e que a sociedade é mais ampla que o Estado. No momento em que estas condições forem reconhecidas, seremos capazes de construir uma convivência mais humana e sadia, num Estado mais respeitador e subsidiário. Não podemos continuar com o dilema do capitalismo e do socialismo, e, muito menos, jogar uns contra os outros, ou querer enquadrá-los em esquemas depauperados. A revolução ideológica deu frutos amargos e nefastos. Está superada no novo milênio. Ensina que é preciso pensar a sociedade como um todo. Nossa atitude, frente à realidade, depende da ideia que dela fazemos. Mas, ao mesmo tempo, nos garante que a realidade é maior e mais complexa que as ideias e que estas somente podem ser consideradas verdadeiras na medida em que corresponderem à realidade.
Natal J.Peirano Maciel Médico
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s filhos são a propagação da espécie e, às vezes, de modo inconsciente, uma necessidade básica do ser humano, isto é, o exercício da paternidade e da mater nidade humanas. Serei pai! Serei mãe! Que alegria, que realização! É por isso que a perda de um filho é das dores mais profundas que se podem sentir. Mesmo no caso de pais desnaturados, que provocam a supressão dolosa de uma criança, permanece indelével para o resto da vida aquele sentimento de culpa e dor. A festa do Natal permanece com essa aura de alegria. Todos os anos repetida, representa, pois, uma festa de nascimento, uma nova criança veio ao mundo, aparentemente tudo semelhante aos outros nascimentos, mas, na verdade, um fato único na História Humana. Um menino
Conselho Editorial
Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer, Beatriz Adamatti e Ângelo Orofino
Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo
que nasce de mãe, também humana, mas preparada pelos séculos e cujo pai é nada mais, nada menos, do que o Deus eterno, criador do universo! Algumas pessoas dizem: –"Difícil é falar sobre o Natal! Sempre o mesmo! Repetição de fatos sabidos o consabidos! Ora, é geral a aura alegre do Natal, como dissemos, todo mundo vivendo uma época aguardada por todos e, principalmente, pelos pequenos. Mas, se nos questionarmos quantos, mesmo entre os católicos que frequentam igrejas, já vivem esse mistério inaudito, já questionaram o quanto isso é diferente de tudo o mais, e como tudo realmente muda em nossa vida quanto ao significado e sentido? Eis uma questão relevante e inigualável em beleza e profunda verdade. Então, estará ficando monótono o Natal? Já não é como antigamente? Precisa modernização? Não seremos nós que não sabemos pensar na sua grandeza? Mudaram os tempos e o Natal também mudou? Contudo, deixando de lado tudo isso e pensando e crendo no Natal daquela forma que mencionamos acima, nossos pensamentos e meditações não serão inesgotáveis e de acordo com o melhor espírito natalino?
Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS
Revisão Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul
Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3221.5041 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.
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AMÍLIA &
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OCIEDADE
Pare de acreditar na família ideal ! Flavia Salvi-Mazelin
Especialista em Psicologia Traduzido e adaptado por Deonira L. Viganó La Rosa
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odos temos em mente a família dos sonhos. Embora não acreditemos mais na família perfeita, não conseguimos renunciar à família ideal, aquela dos sonhos. Ela flutua na nossa imaginação, consciente ou inconscientemente, adornada por virtudes generosas (confiança, solidariedade, tolerância) ou hedonistas (bem-estar, convivialidade, alegria). Divulgação
Como libertar-se?
Não resta dúvida, o ideal é bom e necessário. Ele é o motor que nos faz avançar na realização pessoal e comunitária. Mas, as dificuldades vêm quando este ideal é muito elevado e exigente. Nos dias de hoje, a família está supervalorizada: enquanto o mundo se mostra ameaçador, ela aparece como o último refúgio onde se pode ser feliz. Por isso, todo mundo deseja que ela seja calorosa, pacífica e sem falhas. Paradoxalmente, seus membros são fortemente influenciados pelo ideal contemporâneo que diviniza o individualismo, o prazer a qualquer preço e a competitividade. Ideal extremamente escravizante. Não é por acaso que os especialistas acolhem em seus consultórios pais que se sentem incompetentes e um tanto amargos. Daí a necessidade de identificar as crenças e fantasmas que fomentam culpa excessiva e dúvidas devorantes.
Ideal nº 1: Todo mundo se ama
A convivência é harmoniosa. A ternura, o respeito e a cumplicidade reinam, o cotidiano é uma pequena seara da paz. Este belo ideal repousa sobre grosseiro erro de julgamento. Porque todos sabemos que os sentimentos são sempre ambivalentes, que a rivalidade faz parte do amor familiar, assim como a irritação, a raiva e o ódio. Negar esta dimensão dos seres humanos é viver em total desacordo com suas emoções, e isto os torna loucos. Na família, duas necessidades se opõem constantemente: ser dependente e ser autônomo. O movimento de equilibrar um e outro deve fazer-se sem censura e sem autocensura, embora seja, por vezes, um processo conflituoso e doloroso. A excessiva importância dada ao prazer de viver junto é perigosa : “Lá em casa todos são maravilhosos”... Como se a família fosse um clube fundado sobre a afinidade de seus membros. Não temos que amar os filhos pelo prazer de sua companhia, ou por suas qualidades, temos o dever de ensinar-lhes as normas e a melhor vida possível. Não esqueçamos que uma criança simpática pode deixar de sê-lo. Deixaremos então de amá-la?
ridade volta-se contra eles: chantagem, mercantilismo, e os pais perdem sua credibilidade.
Ideal no 4: A individualidade de cada um é respeitada O respeito à individualidade está em todas as bocas. O desejo de uma vida de família intensa e feliz prevalece, contanto que não sacrifique a liberdade individual.
Ideal nº 2: Todos se falam e se escutam
A comunicação é ótima, os malentendidos são facilmente dissipados. Não há portas fechadas, nem gritos e nem estresse. Como os vínculos são hoje mais precários que antigamente, o conflito é vivido como uma ameaça, associada a uma possível explosão do casal ou da célula familiar. Então, evita-se tudo o que pode ser fonte de desacordo. Negociamos, fazemos ajustes, seduzimos, mas não nos afrontamos. É um mau cálculo, porque o afrontamento purifica as relações e permite a cada um ser reconhecido em seu devido valor. Cada conflito abafado nutre uma violência escondida, que terminará por eclodir e retornar contra a própria pessoa. Os profissionais constatam que, para muitos pais, comunicar bem significa falar muito. O novo mal do século. Muitas palavras, muitas explicações, muita repetição acabam por trazer o resultado contrário ao esperado: as crianças não entendem mais nada! “Uma boa comunicação passa também pelo não verbal, pelos gestos, atos, silêncio e pela presença”.
Ideal n°3: Nem ameaça, nem chantagem, nem punição
A autoridade é supérflua, a criança integra as regras com facilidade. Ela aceita o limite imposto por seus pais como a melhor maneira de ajudá-la a crescer. No inconsciente coletivo, há a ideia de que uma boa educação permitiria aos pais de passar sem exercer a autoridade. Na origem disso, há uma visão de que a criança teria tudo em si para tornar-se civilizada, bastaria apenas colocá-la ao sol para vê-la expandir-se. Entretanto, o dever dos pais consiste em explicarlhes os limites e as regras antes de impô-las, tendo em vista humanizá-las, civilizá-las. O medo que os pais têm de agir com auto-
Uma equação difícil de resolver porque o indivíduo moderno tem baixo nível de tolerância à frustração. Para começar, entende-se a ausência de contrariedades como condição para uma vida feliz. A família tornou-se uma instância que deve garantir a felicidade de todos. Paradoxalmente, este conceito desresponsabiliza seus membros, porque tudo acontece como se a célula funcionasse sozinha. Importa não esquecer que, para as crianças, a família é um lugar onde se aprende a separar-se para poder voar com as próprias asas. Como ansiar sair do ninho se cada um de seus desejos é ali satisfeito?
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4 Carmelita Marroni Abruzzi
Pe. Renato dos Santos
Professora universitária e jornalista
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Se as novelas pretendem passar imagens da vida real, como acreditar em personagens com rostos plastificados de boneca, que já despertam lindas e maquiadas? Exagero difícil de aceitar, acentuado, ainda, pelo uso de roupas e figurinos esvoaçantes que as atrizes exibem nas escolas e no trabalho às 8 horas da manhã. O Brasil é um dos maiores consumidores de cosméticos do mundo, o que reforça o que vemos por aí: busca-se a perfeição dos rostos a todo o custo, recorre-se a cirurgias plásticas, aplica-se botox. Há artistas de TV que nem mais conseguem sorrir, tal a rigidez de seus músculos, estirados por sucessivas plásticas. Nessa busca frenética de perfeição, perdese até a expressão natural, o que é uma grande perda: afinal, ao longo dos anos, a vida interior vai se revelar em nossa face, constituindo-se numa riqueza para os autênticos relacionamentos. Mostramo-nos como somos e não num rosto liso, mas inexpressivo. Afinal, a beleza pode estar num sorriso que se abre, nas rugas de nossas vivências e, então, nos apresentamos ao outro na plenitude de nosso eu. E outras questões aqui se levantam: como será o dia a dia de quem se preocupa apenas com o aspecto físico ? Quanto tempo despendido em academias de ginástica, em sessões de massagens e terapias, em demoradas maquiagens ? E a vida que passa, que objetivos alcançar ? Hoje, há um grande segmento de homens e mulheres para os quais a aparência física tem sido fundamental, pois seu trabalho na mídia e em desfiles de moda assim o exige. É sua fonte de renda, sua profissão, que, aliás, se baseada apenas nesses fatores, terá um sucesso de efêmera duração. Será que a sociedade não está exigindo demais desses modelos, que terminam tão distanciados das pessoas comuns ? E essas pessoas, será que também pensam ficar com o aspecto que as maquiagens e as fotos digitais conferem aos famosos ? E isto se aplica também aos figurinos usados nas novelas, pois as emissoras recebem milhares de e-mails de telespectadores, querendo saber onde comprar tal peça ou acessório, que muita gente vai usar, sem considerar seu tipo físico e o resultado final muitas vezes fere o senso estético até dos menos exigentes! É claro que todos temos de cuidar do nosso aspecto físico e melhorá-lo, dentro do possível e razoável, afinal, nós somos um todo, em que corpo e espírito estão juntos na construção do nosso eu, de nossa personalidade. Mas será que por vezes não se dá demasiada importância ao físico em detrimento do espírito ? Este também precisa ser cultivado, enriquecido, até porque ele terminará por refletir-se em nossa expressão e conferir-lhe uma beleza que nem todos os botox e cirurgias plásticas do mundo poderão fazê-lo! (litamar@ ig.com.br)
PINIÃO
A quem pertence a nossa vida?
"Rostos perfeitos" atrícia Villalba (Cad.TV-Est.S.Paulo, setembro de 2011) comenta que as estrelas de novelas chegam cada vez mais reluzentes à sua TV: "Há cada vez menos poros nos rostos e até as mais jovens abusam de todo o arsenal de maquiagem." E conclui que seu aspecto beira o plástico, o que tem a ver com o mundo em alta definição.
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Salesiano
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aquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do Homem. Eles comiam, bebiam, casavam-se e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio e fez morrer todos eles. Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construíam. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu e fez morrer todos. O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado. Nesse dia, quem estiver no terraço, não desça para apanhar os bens que estão em sua casa. E quem estiver nos campos, não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló. Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la; e quem a perde vai conservá-la. Eu vos digo: nesta noite, dois estarão numa cama; um será tomado e o outro será deixado. Duas mulheres estarão moendo juntas; uma será tomada e a outra será deixada. Dois homens estarão no campo; um será levado e o outro será deixado”. Os discípulos perguntaram: “Senhor, onde acontecerá isso?” Jesus respondeu: “Onde estiver o cadáver, aí se reunirão os abutres”. De quando em quando, Jesus como que se obriga a falar enigmaticamente para ver se as pessoas acordam do sono do comodismo, da mesmice, da vida mansa. Alguns, infelizmente, levam a vida numa mesmice e com uma falta de criatividade que dói só de ver. A vida não pode resumir-se só em nascer, crescer, casar, multiplicar-se, plantar, comprar, vender, construir, frequentar shopping center, clubes, academias, rodas sociais, viver/ sobreviver, morrer. Se a tudo isso não for dado um sentido mais profundo, significa que não entendemos o
porquê e o para quê do nosso existir... De certa forma, não doar a vida é estar já morto para Deus, que nos deu a vida para ser doada. Não devemos jamais achar que a vida termina no nosso umbigo... Para que a vida tenha realmente sentido, Jesus mesmo dá a receita: ”Quem procura ganhar a sua vida vai perdê-la; e quem a perde vai conservá-la”. Infelizmente, muitas pessoas, ainda hoje, não chegaram a compreender o alcance desta nobre afirmação que Jesus fez. Nunca é demais compreender que a vida não é nossa, não nos pertence. Pertence às pessoas que Deus coloca em nosso caminho. Este é o resumo do ato de nascer, viver e morrer. O sentido maior de tudo é justamente entregar tudo: a vida e os talentos que de Deus recebemos para dar sentido à nossa própria vida e à vida dos nossos semelhantes. Não fosse o fato da possibilidade de podermos entregar livremente a vida para a grande causa do Reino, que Jesus tanto fala, viraríamos robôs automatizados, frios, calculistas, sem sentimentos. Para concluirmos se de verdade pertencemos a Cristo, precisamos avaliar nossa capacidade de doar a vida e doá-la com amor. Efetivamente, seremos d’Ele se formos capazes de não medirmos as consequências para nos entregar por completo, pela transformação do mundo. Não pode ser, decididamente, que os prazeres do mundo preencham o coração humano de sentido. Só encontraremos e conseguiremos dar sentido pleno para nosso existir, se formos pessoas de total doação. E se for para entregar a vida com amor, esta entrega só terá sentido se for entregue por Cristo, com Cristo e em Cristo. Não fosse esse o sentido maior de tudo, poderíamos comprometer nosso testemunho maior pela defesa da vida. Para nós, seguidores de Jesus Cristo, Ele, e, somente Ele, é o sentido maior de tudo quanto somos capazes de fazer. Você está doando sua vida por amor? (renato@dombosco.net; (51) 94440-011 Facebook: Renato Dos Santos; Twitter: @SantosRenatodos)
Confissão José Antônio R. de Barros Professor
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que seria a nossa vida sem a Confissão? Que acúmulo de “entulho” à nossa volta, dia após dia, queda após queda – e quem não cai? – sem uma ‘lixeira’ para o despejar? Estou certo de que o maior sacrifício, o grande sacrifício, de um sacerdote é o de ouvir confissões: histórias e mais histórias de misérias atiradas aos seus pés. Nada de bom. Quantas vezes tem ele, ainda, de vasculhar entre elas, em busca da mais hedionda, acaso vislumbrada, que o penitente nem tem coragem de confessar! Quantas vezes lutará com a dúvida da absolvição! Ao mesmo tempo, investigador e juiz, intermediário e dispensador de um poder divino, de cuja eficácia nunca pode ter certeza, se perdoa, mas que lhe trará, talvez, noites de insônia, pelo perdão que não pôde conceder. E, ainda por cima, ter de tudo esquecer. Ter de conviver com seus penitentes, sem poder lhes referir as quedas nem sequer pensar nelas, até chegar ao martírio, se necessário – e quantos o tem sofrido! – em defesa do sigilo da confissão. Confissão! Que felicidade tê-la ao nosso dispor! Que leveza de espírito levantarmo-nos do confessionário
após confissão bem feita! Ela pagou por nós. Ele pagou as nossas dívidas. Já paramos para meditar que foi preciso que o preciosíssimo sangue de Cristo escorresse pelo átrio da flagelação, pelos caminhos de Jerusalém, pelo Cruz do Calvário, o sacrifício do Cordeiro de Deus, até a última gota, à imagem dos cordeiros sacrificados no altar do templo, para que apenas um ou absolutamente todos os pecados humanos pudessem ser perdoados? Era preciso pagar ao Pai Divino, com um sacrifício não só humano mas também divino, as ofensas humanas. E que alto preço custaram os nossos pecados! Não esqueçamos nunca que a leveza de nossa alma, após uma Confissão bem feita, custou a mais plangente lamentação de todos os tempos, que nunca antes se ouvira nem jamais se ouvirá, a lamentação do HomemDeus: “Meu pai, meu Pai, porque me abandonaste?” Pensemos nisto antes da possível queda. Pensemos nisso se caímos, aos nos colocarmos defronte ao nosso confessor. Pensemos no elevado preço da nossa Confissão; Jesus que por amor, institui a Sagrada Eucaristia antes do seu sacrifício físico, só depois do Sacrifício do Calvário, foi que instituiu o sacramento da Confissão. Agradeçamos sempre, sempre o imenso amor de Deus por nós, e rezemos pelos nossos confessores. O que seria de nós sem a Confissão!?
Dezembro de 2011 - 2a quinzena
Jeremy Doorten/sxc.hu
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DUCAÇÃO &
SICOLOGIA
Pais, não subornem seus filhos
5 Imagens: Divulgação
Jorge La Rosa Professor universitário, doutor em Psicologia
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título deste artigo poderia também ser: “Pais, não tornem seus filhos mercenários”. Ou, ainda: “Pais, não chantageiem os filhos”. Infelizmente, algumas práticas educativas que os pais utilizam transmitem aos filhos a mensagem que o suborno é um recurso pedagógico válido. E se é válido para a pedagogia, é válido para a vida. A dois irmãos que brigavam constantemente, a mãe, não sabendo mais o que fazer, resolveu pagar pela paz. A cada dia que eles não brigassem, receberiam determinado acréscimo a sua mesada. Outro adolescente que não queria estudar e cujas notas eram baixíssimas, recebeu a seguinte proposta: a cada nota acima de 7 receberia 5 reais a mais na mesada. E àquela menina que estava na 5ª série, com sério risco de reprovação, os pais prometeram a almejada bicicleta, caso fosse aprovada. O que dizer dessa prática educativa? É legítima? Justifica-se?
Sociedade, remuneração e educação
É patente que nossa sociedade recompensa o trabalho com remuneração. O indivíduo que trabalha recebe salário; o vendedor ganha comissão por venda, e quanto mais vende, mais recebe; os serviços são, de modo geral, remunerados. A questão é: em educação podemos usar esse recurso? Indiscriminadamente? Constantemente? As duas últimas perguntas são respondidas com negativa. Não se pode usar nem indiscriminada nem constantemente o recurso do "pagamento" por determinado comportamento. Estaríamos, em primeiro lugar, sucumbindo ao mundo do consumo, onde tudo se compra e tudo se vende. Em segundo lugar, mas muito mais importante, transmitiríamos aos filhos a ideia de que valores, atitudes e comportamentos são mercadorias que se podem comprar e vender, por preço maior ou menor, dependendo do objeto; admitindo, inclusive, a barganha: "Se eu passar de série - poderá responder a menina acima citada - não quero só a bicicleta, quero também uma mesada extra de duzentos reais. Afinal, uma aprovação vale mais que uma bicicleta!" Os filhos, com essa prática aprenderiam também a ser mercenários. E chantagistas. Começariam a cobrar dos pais para comportar-se
como eles desejam. Sem pagamento não haveria o seguimento de normas ou regras. Seria o caos!
Gratificações e afeto
Não podemos, por outro lado, deixar de gratificar e proporcionar alegria aos filhos, de acordo com o período evolutivo em que se encontram: crianças gostam de guloseimas (sem prejuízo de uma alimentação correta) e de brinquedos (não em excesso), adolescentes precisam do grupo de amigos, apreciam vestuário adequado, gostam de esporte e de festas, e almejam mesada (que não seja exagerada). Crianças e adolescentes necessitam, acima de tudo, carinho e convivência com os pais, e que estes lhes apontem o caminho a seguir. Que os genitores, neste particular, não sejam nem avaros nem omissos.
Comportamentos & recompensas
Voltando à questão: podemos eventualmente recompensar determinado comportamento do filho? Podemos, com parcimônia, e que não seja a regra. Mas, atenção!, filho não deve lograr a aprovação escolar por pagamento, ele estaria sendo subornado e enganado. O estudo e a competência são valores que devem ser buscados por eles próprios: dignificam a pessoa, preparam-na para o exercício profissional, tornam-na
socialmente útil, aumentam a autoestima e autoconfiança. Na medida em que os pais "compram" ou "pagam" a aprovação, estão despojando o filho de sua dignidade, estão diminuindo sua autoestima e ensinando que ele é vendável, desde que lhe paguem o preço adequado. Ora, há certos comportamentos que não se vendem, há concessões que não podem ser feitas: quem se venderia para cometer um homicídio? Quem seria subornado para facilitar uma falcatrua? O indivíduo que aprendeu que seu comportamento tem um preço, e pode ser negociado. Pais, alerta! Não sejamos indutores ao mal e à imoralidade.
Motivação e valores
As crianças e adolescentes, de modo geral, devem alcançar determinado objetivo porque ele representa um valor, uma conquista, traduz-se em realização pessoal, com consequências sociais e existenciais desejáveis. É a partir deste tipo de motivação que devemos principalmente educar - podendo utilizar eventualmente a recompensa, mas que não seja a regra – para formar pessoas autônomas, governadas a partir da interioridade. Os filhos não devem ser comprados ou subornados. O preço é alto: a dignidade deles, a corrosão da personalidade, da autoestima e da moralidade
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EMA EM FOCO
Dezembro de 2011 - 2a quinzena
Ter tempo para os fi É
o que defende Cleon Cerezer, psicoterapeuta de crianças e adolescentes há 13 anos e pai de uma menina de nove e de um m quatro anos. “Sou defensor bastante ferrenho da questão de nós termos tempo – e aqui falo de quantidade de tempo – para lhos. Porque é na convivência, é no tempo transcorrido no relógio, numa rotina, às vezes tediosa, no ambiente doméstico, que particularidades de outras pessoas”.
Olhar do coração
“Não precisamos mudar nossa rotina de adultos em casa para entrar na rotina das c mos estar presentes e disponíveis. E olhar para eles, não apenas com o olhar dos olhos coração. E olhemos para nossos filhos como se fossem outras pessoas, como se estiv estranho na rua. Isso talvez ajude a, no futuro, pensar na questão da independência d fantasia de, quando adultos, eles não estarem retribuindo o investimento que fizemos ne essa presença. Para isso, basta organizar nossa rotina, com isso podendo ver o que está vezes mediando alguma situação, ajudando algum deles a entender o que está passand que estejam pesquisando no computador, etc. É isso que chamo de estar presente qu Sempre brinco quando dou algumas palestras por aí (Cleon dá palestras em escolas vocês preferem ser o pai presente que dá presente ou o pai presente que está presente q com seus filhos?
Brinquedo ou brincar?
O terapeuta acredita que ainda é possível dar sentido ao Natal sem ceder ao consum tua a data e gera todo tipo de frustrações dentro do lar, sendo também embrião da belic fora de casa. A paz do mundo começa dentro de casa, assim como a guerra. O desejo e “Feliz Ano Novo” só é sincero se encontra coerência na família o ano todo. Onde compensada pelo presente. “Hoje em dia, muitos pais, ao presentearem seus filhos, são tomados por um senti alívio de culpa pelo tempo que não estão passando com eles.Também convive-se hoje paradoxo: pais que têm dinheiro e não têm tempo para estarem com os filhos e pais não têm dinheiro para inseri-los socialmente. É sofrimento tanto de um lado como de o inclinados a comprar o que está na crista da onda. Mas importa dar um significado pa de compra do presente, do brinquedo ou objeto que as crianças querem. Na verdade, as atenção. Querem, através do brinquedo, brincar. E brincar é diferente de brinquedo. tempo, envolve estar lá, formando vínculos simbólicos com aquele objeto e, a partir da gente chama de viver criativo – esse momento de vinculação simbólica, com aquele um pretexto para esse brincar”.
Natal: uma luz a apontar a direção
Cleon Cerezer e o livro que escreveu em parceiria com José Outeiral
“Natal também acena para a possibilidade de renovação. Quando nasce uma criança renovado. Feliz! Gosto muito da imagem do ‘vir à luz’, do ‘dar à luz’, porque, no m estamos em ambiente escuro, procuramos o primeiro ponto de luz. Entendo o Natal co de se vir à luz: a luz de nossas ideias, de nossos atos, aquilo que não foi avaliado ainda, durante o ano e pode continuar-se a fazer; e também aquilo que não se fez bem e não em relação a nosso familiar ou a nós nos mesmos. Esse Natal é quando se pode retom de renovação. E para isso não se precisa consumir. A gente precisa, talvez, proporcion encontro e que sejam agradáveis”!
Vida protética
Cleon compara o comportamento social em geral e a cultura natalina a uma prótese q e é adotada sem consciência. “Sinto falta de as pessoas compreenderem esse real signifi real significado do porquê de um presépio lá na sala, um pinheiro, a figura do papai no na mesa. Por que cada situação dessas? Recebemos isso dado como pronto. Infelizme mundo muito protético. E isso está sendo transposto para o nosso mundo subjetivo. Es protética, vivendo as relações humanas. Infelizmente. Adotam-se hábitos de forma pro isso normal, banalizando grandes momentos pressupondo que todos se relacionam de
Natal é o ano todo
“Para mim, o real sentido do Natal é nascimento, renovação, simplicidade. Mome própria vida ao comemorar aquele aniversário de alguém que veio para a luz, que troux a luz. Momento em que Deus, através de seu Filho, veio dizer que devemos amar no inclusive o nosso inimigo, o que é o mais difícil. Olhar e ouvir nossos inimigos, sim! que os amigos, são capazes de dizer as verdades de como nós somos, assinalando e melhorar. Nós, cristãos, devemos fazer a diferença, não só em datas especiais, mas cristão não se resume em mera convicção e discurso de Senhor, Senhor. Mas é prática no respeito ao próximo em todos os momentos, no horário marcado no escritório ou relação com os colegas, no trânsito, especialmente”.
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A S ÇÃO
OLIDÁRIA
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filhos é fundamental
menino de a os nossos fie tu conheces
crianças: precisas, mas o olhar do vessem vendo um deles e evitar-se a eles. É importante á acontecendo, às do na TV ou algo uantitativamente. e comunidades): quantitativamente
mismo que desvircosidade dentro e o de “Feliz Natal” a ausência não é
imento de grande e com um grande que têm tempo e outro. Sim, somos ara esse momento s crianças querem . Brincar envolve aí, possibilitar – a brinquedo que é
a, a gente se sente momento em que omo um momento , o que se fez bem o devemos repetir mar esse espírito nar momentos de
que vem moldada ficado do Natal. O oel ou até do peru ente vive-se num stá-se, de maneira otética e achamos essa forma”.
ento de repensar a xe luz e veio para osso semelhante, Eles, talvez mais em que devemos s o ano todo. Ser a diária, expressa u consultório, na
Natal cristão numa família amorosa “Talvez nós sejamos jurássicos, dinossáuricos. A raiz disso é a família, é claro” defende Lauro Quadros, ao falar do Natal que é comemorado em sua família e ao qual nunca faltou, apesar do exercício de uma profissão em constantes viagens. “Curtimos muito a família. Estamos casados há 51 anos. Somos velhos, tradicionais. Mas eles – nossos quatro filhos e seis netos – não são. E eles adoram essa coisa da família. Talvez tenhamos conseguido passar isso para eles e tenho certeza: quando não mais estivermos aqui, eles seguirão fazendo o mesmo”. “Nesses 50 anos, nunca comemoramos o Natal noutra casa. Armo, sempre, o pinheirinho e presépio não colocando o menino Jesus – esse é trazido na noite de Natal por um dos netos, depois da leitura de um texto que sempre preparo. Depois, cantamos e acendemos as velas. Só, então, é servida a ceia e trocamos presentes”, detalha Maria Helena Quadros.
Troca de presentes “Casamos muito novos. Eu com 21 e ela com 18. Quando tinha 21 anos, ela já era mãe de três filhos. Passamos dificuldades de toda parte, morando de aluguel, etc. Isso que está acontecendo hoje é resultado da semente do Evangelho: o grão de mostarda. E também não sou radical e fundamentalista para proibir o presente. Sim, o centro é o nascimento de Jesus, mas o Evangelho narra que os reis magos foram dar presentes a Jesus – ouro incenso e mirra – simbolizando a realeza, a divindade e o sofrimento. Preservado o contexto religioso, a troca de presentes é bonita. A noite de Natal, aqui em casa, é uma noite mágica em que se forma uma corrente positiva, de amor e carinho e que perpassa o ano todo. Os filhos e netos já fizeram esse cartaz – o Natal na casa da Vovó, que Delícia – que afixamos numa das portas externas da casa”, explica Lauro.
Ensinando a solidariedade
Na família de Lauro Quadros o Natal tem também a dimensão com o olhar solidário para além dos limites da casa, expressando a relação com o outro e em que todos em casa participam em casa, lançando-se essa sementinha no coração de crianças e adolescentes de que é importante ser solidário. “Além dos presentes que trocamos entre nós, vez por outra, resolvemos fazer o ‘amigo secreto’ diferente, em que cada um escolhe algo que sirva para crianças: fraldas, brinquedos, bolas, etc. No fim, juntamos tudo num saco e no dia seguinte, minha filha e eu levamos para uma instituição de caridade”, explica Maria Helena.
Pai presente
Nesses 35 anos de futebol, com viagens curtas, médias e longas – uma foi de 56 dias acompanhando a Seleção Brasileira pelo mundo – sem voltar para casa, Lauro sempre pode contar com alguém na segura retaguarda: sua esposa Maria Helena. Primeiro, segurando as pontas com três filhos em idade escolar e um bebê em casa. Depois, quatro pré-adolescentes. “Ele telefonava, perguntando se estava tudo bem. Sempre fui positiva: está tudo ótimo! Mas, muitas vezes, estava com um deles no colo, ardendo em febre. Quando ele retornava de viagem, sempre que possível, íamos, os cinco, recepcioná-lo no aeroporto. As crianças ficavam num alvoroço só. Posso dizer, que, embora não estando sempre presente fisicamente, Lauro foi – e é – sim, um pai e um avô presente. E esse carinho, essa cola simbólica, diria, entre nós se mantém, embora dois dos nossos filhos morem longe: São Paulo e Buenos Aires. Agora, já idosos, quando saímos de viagem, as duas filhas que moram em Porto Alegre esperam por nosso retorno. E, logo que voltamos, vêm aqui em casa para um beijo de saudade. Convivemos em muita união, mantendo o clima de Natal o ano todo”, descreve Maria Helena.
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ABER VIVER
Obesidade e artrite provocam mais incapacidades nas mulheres
Taxas mais elevadas de artrite e de obesidade ajudam a explicar por que as mulheres são mais propensas do que os homens a apresentarem incapacidades à medida em que envelhecem, defende um novo estudo da Divisão de Geriatria da Duke University Medical Center, em Durham, EUA, publicado no Journal of Gerontology: Medical Sciences. Segundo Heather E. Whitson, autor do estudo, "as conclusões do estudo trazem um importante alerta para as mulheres mais jovens e de meia-idade: os quilos extras que se acumulam durante o parto e o climatério estão associados a maiores taxas de incapacidade na velhice", diz o médico. Para realizar o estudo, Whitson e sua equipe analisaram as
taxas de incapacidade em 5.888 homens e mulheres com mais de 65 anos que vivem em quatro comunidades: Califórnia, Pensilvânia, Carolina do Norte e Maryland. De acordo com os pesquisadores, o estudo não visava aferir se pessoas com 70 anos ou mais poderiam correr maratonas ou jogar tênis. A intenção era verificar o nível de comprometimento destas pessoas ao realizarem atividades básicas do dia-a-dia, tais como andar dentro de casa, sair da cama, tomar banho, vestir-se. E eles descobriram que as mulheres apresentavam um risco 83% maior de se tornarem deficientes ou incapazes de realizar estas ações quando comparadas com os homens. Cerca de um terço deste grupo com risco mais elevado
Albano L. Werlang CRP - 07/00660
TERAPIA DIRETA DO INCONSCIENTE Cura alcoolismo, liberta antepassados, valoriza a dimensão espiritual Vig. José Inácio, 263 - conj. 113 - Centro - POA 32245441 - 99899393
tinha artrite, e neste grupo: 57% eram mulheres e 44% homens. O estudo não investigou por que as mulheres têm mais artrite do que os homens, mas aferiu que a obesidade é um importante fator de risco para a artrite. Entre os pesquisados, a obesidade mórbida foi cerca de quatro vezes mais comum entre as mulheres, além de 8% das mulheres serem obesas em comparação a 2% dos homens. Além da artrite, as mulheres com problemas de audição, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca congestiva e acidente vascular cerebral mostraram-se mais propensas a sofrer com incapacidades, quando comparadas com homens nas mesmas condições. "A artrite tem um efeito de ‘golpe duplo’ sobre a disparidade nas taxas de incapacidade entre homens e mulheres. As mulheres, além de mais propensas a sofrer de artrite, são mais afetadas pela incapacidade provocada pela doença do que os homens", observa o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti, que dirige o Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares, em SP.
Geriatria da PUC cadastra idosos com 90 anos
Obesidade e artrite contribuem bastante para incapacitar as mulheres, mais do que os homens, à medida em que vão envelhecendo
O Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS (IGG) está cadastrando idosos do Rio Grande do Sul, com 90 anos ou mais, para conhecer a realidade dessa população, que tem o maior crescimento segundo o censo de 2010. A intenção é estruturar um serviço de atendimento e acompanhamento dessa faixa etária. Os interessados em participar da pesquisa podem entrar em contato com o IGG pelo telefone (51) 32074419, e-mail igg@pucrs.br ou na secretaria do Instituto, no 3º andar do Hospital São Lucas da PUCRS (avenida Ipiranga, 6690 - Porto Alegre), de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 e das 13h30min às 18 horas.
Apostas firmes na prevenção
Embora os resultados do estudo possam soar sombrios para as mulheres, “é muito importante destacar que a incapacidade não tem que ser uma parte inevitável do envelhecimento. As mulheres podem prevenir-se contra as incapacidades e contra o mau prognóstico da artrite mantendose fisicamente ativas”, alerta o reumatologista. O médico explica que, em relação às nossas articulações, os exercícios de resistência não são o foco principal. É muito mais importante apostar em exercícios de flexibilidade e equilíbrio, que podem auxiliar na prevenção do aparecimento da artrose nos joelhos e quadris. “E se o paciente tiver uma pré-disposição genética para a doença, os exercícios podem contribuir para uma progressão mais lenta da moléstia”, observa o diretor do Iredo. E junto à prática de exercícios regulares, o médico destaca que é preciso ser vigilante quanto ao próprio peso. “Conforme envelhecemos, nosso peso ideal vai diminuindo também, mesmo que o peso real das pessoas tenda a subir. O peso é crucial para a prevenção das incapacidades na terceira idade. Por exemplo, se você tem um pouco de dor no joelho e perde um pouco de peso, com certeza, sua dor diminuirá, facilitando a sua locomoção, agora, ou na terceira idade”, diz o reumatologista.
Visa e Mastercard
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O Natal existe!
Humor VÁRIAS Um homem liga para um lugar desesperado e diz: -Socorro, a minha sogra quer pular da janela! O outro, sem entender, diz: - Mas, aqui é da carpintaria. - Eu sei! É que a janela não tá abrindo! xxx No exército, o recruta reclama da comida: - A minha sopa está cheia de terra. E o capitão: - Você não veio aqui para servir à Pátria? E o recruta: - Vim para servi-la, não para comê-la. xxx O jovem funcionário, em seu primeiro dia naquela grande empresa, estava saindo do escritório quando vê o presidente da empresa em frente à máquina de picotar papéis, com um documento na mão. - Por favor, diz o presidente. Isto é muito importante e minha secretária já saiu. Você sabe como funciona esse troço? - Claro!, responde o rapaz, querendo agradar. Ele então liga a máquina, enfia o documento e aperta um botão. - Excelente!, agradece o presidente. Eu preciso só de duas cópias! xxx A faxineira diz para o gerente do banco: - Estou me demitindo. Ninguém aqui confia em mim. - Como assim?! A senhora trabalha aqui há dez anos. Até as chaves do cofre ficam em cima da minha mesa, sem precisar guardar! - Eu sei! Mas é que nenhuma delas funcionou. . .
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SPAÇO LIVRE
Assim é o álcool
Ivone Boechat mestre em educação, pedagoga, conferencista e escritora
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amos supor que nada do que os homens acreditam sobre o Natal fosse verdade. Que aquilo tudo que os profetas disseram sobre o nascimento de Jesus, indicando até o local, era somente uma historinha pra nenhum boi dormir na estrebaria mais bonita do mundo. Que o coral de anjos nos céus de Belém, cantando a sinfonia maravilhosa, cuja letra a humanidade inteira sabe a letra (quem não canta é porque não quer, mas sabe) era somente para assustar e desmaiar pastores no campo... Vamos supor que os reis magos, vindo de muito longe, do oriente, mais precisamente de Bagdá, carregando presentes caríssimos, era uma propina e que esses cientistas pesquisadores queriam somente passear, usurpando verbas, em jurisdição alheia, nas barbas de outro rei. Vamos supor que a fuga da família para o Egito era somente uma excursão para gastar as milhas acumuladas no lombo do burrinho de Nazaré a Jerusalém. Ou que Herodes decretou a matança das crianças só para agradar os aliados da base do seu governo. Vamos supor que a Escola que Jesus fundou na Galiléia com educação presencial e virtual, com módulos para o ensino à distância, escrito pelos alunos ou que a sua preocupação ao mostrar a importância do uso correto da rede, ensinando a acessar (web), convidando a Pedro Tiago e João para o seu twiter (segue-me...) ensinando a Pedro a se ligar ao provedor, dando-lhe a senha (Tudo o que ligares na terra...) foi só uma coincidência com a linguagem virtual de hoje. Vamos supor que o sermão do monte era uma tese de doutorado, nada mais, e que os valores ensinados eram somente a oportunidade para implantar a merenda escolar, a cesta básica, o vale refeição, o exercício do Pai Nosso supervisionado. Vamos supor que as curas maravilhosas, que não foram o foco principal do ministério de Jesus, mas sim o Seu plano de salvação, serviram somente para atiçar a inveja dos políticos milagreiros e que a cruz foi a sentença por um crime político de traição ao poder dos governantes. Se tudo isso fosse uma metáfora, se vivêssemos só esperando a felicidade e a recompensa na Terra, se não pudéssemos comemorar o Natal, porque Jesus não é o Salvador prometido, é um filósofo famoso, poderíamos então parafrasear o Apóstolo Paulo: "Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens". I Coríntios 15:9. (Fonte: Ivone Boechat - Revista Missões).
Natal Bem Legal O prefeito José Fortunati e a primeira-dama Regina Becker lançaram no fim de novembro a campanha Natal Bem Legal – Eu curto, Eu participo. Cada secretaria do município estará disponibilizando uma caixa de coleta até o dia 22 de dezembro. As doações serão encaminhadas à Oficina do Papai Noel, localizada no Armazém A do Cais do Porto, onde uma equipe de voluntários fará a triagem dos brinquedos por idade, o conserto das doações usadas e a organização dos kits. Finalizada essa etapa, todos os presentes serão doados às entidades cadastradas junto ao Gabinete da Primeira-Dama. Outras informações sobre o Natal Bem Legal podem ser obtidas pelo fone 3289-3730.
RESERVE O SEU EXEMPLAR O Livro da Família 2012 e o Familienkalender 2012 estão à venda na Livraria Padre Reus e também na filial dentro do Santuário Sagrado Coração de Jesus, em São Leopoldo. Faça o seu pedido pelos fones: 51-3224-0250 e 51-35665086 ou através do e-mail: livrariareus@livrariareus.com.br
José Francisco Mallmann Ex-secretário de Segurança Pública do RS
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bservem como a indústria de bebida alcoólica se utiliza de famosos da música, da televisão e do esporte para divulgar as vantagens de beber e influenciar o consumo entre os jovens, em especial. As tônicas são o "sucesso e o glamur". Em sua maioria, o vício em drogas ilícitas começa pelo álcool. A droga que mais gera violência neste país. No trânsito, o álcool é causa de elevados acidentes trágicos. Na família, a bebida alcoólica é o principal motivo de agressões. Nos homicídios, o álcool tem sido um grande vilão! No Brasil, há 19 milhões de dependentes alcoólicos. Na saúde física e mental, o álcool é a quarta droga mais nociva. Por tudo isso é que cerca de 70% dos brasileiros aprovam a restrição da venda de bebidas alcoólicas, só que 73% dos nossos congressistas receberam doações dessa indústria. Pasmem! Pretendem mudar o Estatuto do Torcedor para permitir a venda de cerveja nos estádios durante os jogos da Copa de 2014, "bebida suscetível de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência nas arenas", diz seu artigo 13. É a violência anunciada! Farão blitz nas imediações dos estádios, logo após os jogos? Contudo, a Fifa vê como um "grande negócio" o comércio da bebida durante os jogos. Para sediá-los, as capitais sabiam dessa exigência da Fifa sobre a volta da cerveja! Os governos locais ensaiaram essa jogada. Jogam a bola agora para a Lei Geral da Copa. Percebam como é sutil a atuação da indústria de bebida alcoólica no setor público. Claro, ela "ajuda" com 3% do PIB, mas seu custo social já chega a 7% desse PIB! Pagamos muito caro pelas consequências dos beberrões influenciados. O atual projeto do Senado dita "tolerância zero" ao volante. Mas o condutor bêbado só irá preso se causar lesão corporal grave ou morte, devido à lei n 12.403/2011, que prevê prisão somente aos crimes cuja pena é superior a quatro anos. Se causar lesão corporal leve ou só for pego bêbado, paga fiança e sai livre. Carece de coragem para implantar aquela "lei seca" cruzada que a Secretaria da Segurança Pública/RS protagonizou em 2007. Pois, quem bebe ou aprecia (?) com moderação a partir da meia-noite? Assim é o álcool. Parece que só é prejudicial na condução de veículo automotor. (Artigo publicado no Correio do Povo de 17.11.11)
ASSINANTE Ao receber o DOC, renove a assinatura. É presente para a Família e apoio ao Evangelho.
Therezinha C. Azevedo - 18/12 Hugo Hammes - 24/12 Antônio Allgayer - 26/12 Aura Maria O. Cardoso - 29/12
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GREJA &
Solidário Litúrgico
COMUNIDADE
Catequese
18 de dezembro - 4o Domingo do Advento
Ira, nem pensar !!!!!
Cor: roxa
1a leitura: 2o Livro de Samuel (2Sm) 7,1-5.8b-12.14a.16 Salmo: 88(89), 2-3.4-5.27 e 29 (R/. cf. 2a); 2a leitura: Carta de S. Paulo aos Romanos (Rm) 16,25-27 Evangelho: Lucas (Lc) 1,26-38 Para a compreensão dos comentários litúrgicos leia, antes, os respectivos textos bíblicos. Comentário: O relato de Lucas, neste domingo que precede o Natal, nos traz, pelo anúncio do Anjo, a proximidade da realização da Promessa da vinda do Salvador e da realização do seu Reino de justiça, de solidariedade e de paz. E a resposta de Maria não é, absolutamente, uma aceitação passiva ou deslumbrada da maternidade de Jesus. Pelo contrário: é a vibração de uma jovem mulher, consciente e conhecedora da Promessa, que se coloca à disposição de Deus para ser seu instrumento na encarnação/humanização do próprio Deus. Este é o sentido da resposta que Maria dá ao Anjo: Aqui tens uma servidora do Senhor; que se faça em mim segundo a tua palavra (1,38). É neste contexto que dever ser lido e entendido o Canto do Magnificat de Maria, quando ela, grávida de Jesus, visita sua prima Izabel, grávida de João Batista. Duas mulheres grávidas, uma na sua juventude, outra na sua velhice, ambas num papel protagônico na economia da Salvação. O mesmo protagonismo que Maria exerceria aos pés do seu divino Filho, agonizante na cruz e, logo, como referência e animadora da primeira comunidade cristã. Em Maria e seu protagonismo na comunidade de fé dos primeiros cristãos podemos vislumbrar, como esperança, que seja dada à mulher, hoje, o mesmo protagonismo que vem desde a criação, quando, no pecar de Adão e Eva, o Criador estabelece inimizade entre o Mal, simbolizado na serpente, e o Bem, simbolizado na Mulher. Aqui cabe uma frase de Thomas Hughes: Em um mundo onde a realidade é a prepotência e a violência dos poderosos contra pobres e indefesos, e onde as mulheres muitas vezes estão na liderança da resistência, Lucas nos apresenta Maria como protagonista da concretização do Reino. Como ela, quem realmente quer receber o Salvador no Natal, deve comprometer-se de uma maneira concreta na construção de um mundo novo, de justiça e fraternidade, tão contrário ao que vivemos hoje em tantos lugares, e que Maria canta no primeiro capítulo de Lucas. Em Maria e por Maria, Deus se faz Emanuel no Natal, um Deus-Gente, um Deus com a gente: Jesus.
25 de dezembro - Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo Cor: branca
1a leitura: Livro do Profeta Isaías (Is) 52,7-10 Salmo: 97(98), 1.2-3ab.3cd-4.5-6 (R/. 3cd) 2a leitura: Carta de São Paulo aos Hebreus (Hb) 1,1-6 Evangelho: João (Jo) 1,1-18 (abrev.: 1,1-5.8b.9-14) Comentário: João inicia o seu Evangelho falando de um Deus que, em Jesus, desce para dialogar, num tu-a-tu muito próximo, aberto e confiante, com a humanidade e, por este diálogo, transformar todos os seus seguidores em ouvintes/discípulos e missionários/propagadores do seu Projeto de um mundo solidário, justo e de paz. Esta disposição de dialogar, em pé de igualdade, com a humanidade está no relato do Prólogo de João quando diz que a Palavra/Comunicação de Deus se fez carne, se fez gente, e armou sua tenda entre nós (cf 1,14). Armou uma “tenda” no meio da gente, ali, onde as pessoas se encontram, se comunicam, vivem sua vida cotidiana, sofrem, celebram, vibram e choram, onde a vida acontece. Armou uma tenda e não construiu um templo, tantas vezes sinal de afastamento, de algo fixo, estático, um lugar à parte, fora do lugar onde as pessoas se encontram e intercomunicam suas experiências, seus sentimentos, sua vida, enfim. Em Jesus, nosso Deus quer participar de tudo o que suas criaturas, amadas como filhas e filhos, vivem em seu dia-a-dia. Tudo lhe interessa, nada lhe é alheio ou estranho. Mais uma vez é Natal, na história dos homens. E Natal é exatamente isso: Deus se faz um de nós para nos acompanhar em tudo o que somos, fazemos, sonhamos e queremos. Quando o Verbo... a Palavra de Deus se faz gente e, no simbolismo de nossos presépios, arma sua tenda, simples e humilde, no meio de nós, é hora de renovar nosso compromisso de colaborar no sonho/projeto da criança de Belém. E esta será uma Noite Feliz... uma noite de paz que vai trazer muitas noites e dias felizes... muitas noites e dias de paz ao longo de todo o próximo ano. É neste sentido que desejamos um Feliz Natal a todos os nossos queridos leitores e leitoras. (attilio@livrariareus.com.br)
Dezembro de 2011 - 2a quinzena
Denise Simões Ferreira Catequista
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ocê conhece a história de Moisés? Vou contar um pedacinho dessa história p’ra você.
“Moisés foi achado numa cesta boiando no rio pela filha do Faraó, que ficou encantada com o menino e criou-o como se fosse seu filho, lhe dando esse nome. Moisés cresceu sendo preparado para ser Faraó no lugar de seu pai. Um dia saiu e, por acaso, viu um egípcio ferindo um hebreu. Moisés olhou para um lado e para outro, e vendo que não tinha ninguém, matou o egípcio e escondeu-o na areia. Saindo de novo no dia seguinte, viu dois hebreus que estavam brigando. E perguntou ao culpado: Por que feres o teu companheiro? Mas o homem respondeu-lhe: Por que me perguntas, por acaso vais me matar como ao egípcio ontem? Moisés teve medo e pensou: Certamente ele me viu matar o egípcio. E fugiu para a terra de Madiã.” Leia novamente essa história e pense comigo: Moisés teve um momento de ira, pois poderia muito bem resolver o problema com o egípcio de outra maneira. Conversando, por exemplo, mas não. Se deixou levar pela raiva, pela violência. E por causa da sua atitude, mesmo sendo a favor dos hebreus, quando viu dois deles brigarem não teve mais autoridade com eles para falar que estavam errados. Pelo contrário, os dois hebreus pensaram que também fosse matá-los, como fez com o egípcio. Assim acontecerá com você se agir da mesma forma. É claro que não vai matar alguém, mas pode ferir, magoar muito uma pessoa deixando-a triste, arrasada, pensando que não serve para nada, que não é amada. Com apenas um gesto ou uma palavra pode destruir a vida de alguém, como Moisés fez. E mais, com essa atitude violenta, ficou com medo das pessoas e fugiu. Quantas vezes alguém tem uma atitude assim e depois fica com medo e foge? Quer um exemplo: um irmão briga com o outro e depois de machucá-lo vai se esconder para não levar bronca ou castigo; num jornal da Tv contou a notícia que dois irmãos brigaram por causa de time de futebol, e num momento de raiva um matou o outro; muitos jovens brigam, gritam e respondendo seus pais saem batendo porta, deixando-os arrasados; crianças ofendendo os idosos, alunos desrespeitando seus professores a ponto de fazê-los desistir da profissão ou entrar em depressão e tantos outros exemplos. A ira é um sentimento que domina a pessoa por completo no momento em que ela se sente agredida, injustiçada, com medo, desconfiada, traída, frustrada, decepcionada. Em casos extremos a pessoa pode começar agredir fisicamente o outro, um animal, ou sair quebrando coisas ou esmurrando paredes e portas, ou quem sabe, quebrando pratos ou jarros. São atitudes incontroláveis. Mas, tem conserto!! Sabe qual é a arma contra a ira? É a mansidão, a paciência. E essas duas armas Jesus tem um montão delas para te dar, é só pedir e ter muiiiiiita vontade de usá-las. Ao invés de raiva, mansidão; ao invés de violência, mansidão; ao invés de falta de perdão, paciência, ao invés de bater e jogar os objetos no outro, mansidão e paciência. E assim por diante. Você acha que é fácil? È verdade, não é, mas, com Jesus tudo se torna mais fácil. Peça a ele a todo instante, todas as vezes que puder:
Dezembro de 2011 - 2a quinzena
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SPAÇO DA
Fiéis são esperados para a Romaria da Mãe de Deus
A tradicional Romaria de Nossa Senhora Mãe de Deus chegará a sua 24ª edição no próximo dia 1º de janeiro de 2012, feriado da confraternização universal, com procissão saindo da Gruta de Lourdes na Avenida Oscar Pereira. Mesmo com a romaria acontecendo no primeiro dia de 2012, a celebração da Padroeira da Arquidiocese de Porto Alegre tem início no dia 23 de dezembro. Todas as noites, a partir das 19h30min
Coordenação: Pe. César Leandro Padilha
Jornalista responsável: Magnus Régis - (magnusregis@hotmail.com) Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos pelo fone (51)32286199 e pascom@arquidiocesepoa.org.br Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa Facebook: Arquidiocese de Porto Alegre
os fiéis serão convidados a refletirem o tema “Os rostos de Maria”. As festividades em honra a Nossa Senhora serão finalizadas no dia 1ª de janeiro de 2012 quando acontecerá a 24ª Romaria. A procissão sairá da Gruta de Loudres, na Avenida Oscar Pereira, ao lado do Hospital Divina Providência e seguirá até o Santuário onde os fiéis participarão de uma missa campal. Maiores informações pelo telefone (51) 3318-4627.
Assembleia Legislativa acolhe Mostra de Arte com Nossa Senhora
A casa legislativa do Rio Grande do Sul abrirá suas portas para acolher a exposição itinerante “Mostra de Arte com Nossa Senhora”. Promovido pela Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Porto Alegre (PASCOM), em parceria com a Academia Literária do Vale dos Sinos, a mostra chegará a Assembleia Legislativa após quatro percorrer quatro pontos do Rio Grande do Sul. A exposição é aberta ao público e não-comercial. Mais de 40 telas compõe a mostra que foi aberta no dia 12 de dezembro e permanecerá até o dia 23 de dezembro no legislativo gaúcho. A visitação pública será instalada no Espaço Cultura de Talentos. Autores de algumas das telas estarão presentes na abertura da exposição. De acordo com padre César Leandro Padilha, coordenador da PASCOM, a exposição tem o objetivo de mostrar as muitas faces de Nossa Senhora, construídas segundo a inspiração dos mais diferentes povos e nações e por isso mesmo, nenhuma obra exposta será comercializada. Em agosto, a Mostra de Arte foi montada pela primeira vez no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. Em setembro, a Paróquia
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RQUIDIOCESE
Santa Teresinha do Menino Jesus (bairro Floresta) recebeu a exposição durante os festejos da padroeira. A Mostra de Arte com Nossa Senhora também passou pelas cidades de Guaíba e Gramado. Após a Assembleia Legislativa, a exposição será levada para o Santuário Mãe de Deus, no dia 23 de dezembro. Uma procissão motorizada fará o translado da exposição até o Santuário, onde permanece até o dia 23 de janeiro de 2012.
NOTAS * Recesso na Cúria: A partir do dia 22 de dezembro, os funcionários da Cúria Metropolitana entrarão em férias coletivas e retornarão no dia 2 de janeiro de 2012, motivo pelo qual não haverá atendimento nos serviços da instituição. * Missa de Natal: Fiéis são convidados para a Missa do Galo na Catedral Metropolitana de Porto Alegre. A celebração de Natal acontecerá às 20h e será celebrada pelo Arcebispo Dom Dadeus Grings. Nos dias em que se seguem, até o dia 31 de dezembro, as celebrações acontecem às 18h30. Já no primeiro dia de 2012, serão celebradas duas missas: 8h30 e 18h30. * Comemoração: Santa Missa, presidida pelo Pe. Carlos Feeburg, realizada no dia 27 de novembro, reuniu os fiéis que participaram da Procissão em Honra a Santa Catarina que percorreu diversas ruas do Bairro Sarandi, em Porto Alegre. A Festa foi precedida pela Novena que refletiu a temática 'Comunidade, lugar de generosidade e gratuidade' e comemorou, também, os 47 anos da Paróquia Santa Catarina. * Assembleia em Guaíba: No final do mês de novembro aconteceu o segundo momento da Assembleia do Vicariato de Guaíba. Reunidos no dia 26 de novembro, lideranças discutiram cinco urgências para os trabalhos pastorais: Igreja em Estado permanente de Missão - Animação missionária, Casa da Iniciação à Vida Cristã - Iniciação cristã, Igreja: Lugar de Animação Bíblica da Vida e da Pastoral, Comunidade de Comunidades e ações para animar a Pastoral do Dízimo.
Visita ao Arcebispo Por ocasião da celebração dos 100 anos no Brasil da presença dos Missionários da Sagrada Família e também dos 90 anos no Rio Grande do Sul, o Pe. Júlio César, MSF e Pe. Liseu Spohr, MSF estiveram reunidos com nosso Arcebispo Dom Dadeus Grings em uma visita de cortesia (foto acima) e também para congregar esta história e relacionamento com a Igreja Arquidiocesana.
Jubileu de Dom Dadeus Missa em Ação de Graças vai celebrar o Jubileu de Ouro do arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings. A Celebração Eucarística tem início programado para as 10h na Catedral Metropolitana e reunirá padres, religiosos e a comunidade para fazer memória dos 50 anos de Dom Dadeus ao serviço do Reino de Deus. Após a missa, será oferecido um almoço. Convites e informações pelo telefone da Catedral Metropolitana: (51) 3228-6001.
Porto Alegre, dezembro de 2011 - 2a quinzena
Nomeações e transferências na Arquidiocese
Carlos Mester, o "Homem da Bíblia", comemora 80 anos Conhecido também como o "Homem da Bíblia", o frade carmelita holandês, nascido em Limburgo em 1931 e missionário no Brasil desde 1949, completou 80 anos recentemente. Jacobus, seu nome de batismo, é filósofo e teólogo com especialização em Ciências Bíblicas no Institutum Biblicum, em Roma e na École Biblique de Jerusalém. E se notabilizou no Brasil como incentivador da leitura popular da Bíblia através dos Círculos Bíblicos e das Comunidades Eclesiais de Base. É membro fundador do Centro de Estudos Bíblicos - CEBI, que tem como objetivo de difundir a leitura da Bíblia nos meios populares através do método criado por Mesters (foto acima), conhecido como triângulo hermenêutico, com três vértices em permanente interação: a realidade da pessoa, a realidade da comunidade e a realidade da sociedade.
Pare de acreditar na família ideal
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Pais, não subornem os seus filhos Página 5
Párocos S. Teresinha – Pe. Juliano Kenne; S. Cecília – Pe. Manoel Augusto Santos dos Santos, S. Carlos – Pe. Fábio José Christ, S. José do Sarandi – Pe. Eduardo da Silva Santos, S. Cruz – Cidade de Deus – Pe. Cláudio Mossi Damé, N. S. da Saúde – Teresópolis – Pe. César Leandro Padilha, S. Inácio – Humaitá – Pe. Ricardo Mostardeiro Costa
Vicariato de Guaíba - Párocos N. S. do Rosário de Barão do Triunfo – Pe. Batista Nunes Vieira, N. S. dos Navegantes de Arambaré – Pe. Seno Geraldo Schommer, S. Teresinha do Butiá – Pe. Paulo César Lima de Aguiar, N. S. Aparecida de Minas do Leão – Pe. Luiz Carlos Pedroso, S. Nicolau e Santo Amaro – General Câmara – Pe. Sidney da Silva Grudzien,
Vigários Paroquiais Organizador da futura Paróquia no Lami – Pe. Fernando Glücklich Pietranera, S. João Batista – Pe. Eduado Pretto Moesch, Menino Deus – Pe. Luís Ricardo Chavier, N. S. do Rosário – Pe. Luis Osório Figueiredo, S. Rita de Cássia – do Guarujá - Pe. Wagner Cardoso Biachini, N. S. de Lourdes - Pe. Carlos Monteiro Steffen.
Vigários Paroquiais S. João Batista – Camaquã – Pe. Tiago Francesco Escouto, N. Senhora do Livramento – Pe. José Santiago Carrion Conde e Pe. Jeverson Peixoto de Oliveira
Outros Coordenador da Diaconia da Esperança – Pe. Leandro Miguel Chiarello Arte Sacra – Pe. Luciano da Costa Massulo Associação dos Juristas Católicos – Pe. Manoel Augusto Santo dos Santos Apostolado da Oração – Pe. Laênio Francisco Custódio Missões do regional Sul 3 em Moçambique – Pe. João Carlos Andrade da Silveira Estudos teológicos em Roma – Pe. Miguel Faleiro Pe. Fernando Bobadulla Gonzáles – volta para o Chile Animação Vocacional – Pe. Luis Antônio Coelho Larratea (Padre Tom). Párocos Eméritos, com uso de ordens Pe. Verno Jacó Weber Pe. Edgar Jotz
Vicariato de Canoas - Párocos N. Senhora do Rosário – Pe. Blásio Guido Jacobi, S. Cristóvão – Pe. Vanderlei Mengue Bock, N. S. das Graças – Esteio – Pe. Sérgio Endler, S. Luzia – Pe. Francisco Grasselli, N. S. Aparecida – Novo Esteio – Pe. Cristiano da Rosa, Vigário Paroquial Imaculado Coração de Maria – Esteio – Pe. Tiago Cantuária Tedesco Capelão do Lar Vicentino – Pe. Armindo Cattelan Vicariato de Gravataí - Párocos S. Vicente Pai dos Pobres – Pe. Maurício da Silva Jardim, Sagrada Família – Pe. Douglas de Andrade Gonçalves, S. João Maria Vianney – Pe. Marcus Vinícius de Oliveira Lopes, Vigário Paroquial S. Vicente de Paulo de Cachoeirinha – Pe. Marcos André Hattmann, Auxiliar de Santa Ana – Côn. José Bonifácio Schmidt
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Igreja Católica Rumo à Prevenção Alcoólica