IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS
Porto Alegre, 16 a 31 de julho de 2010
NESTA EDIÇÃO
Voz do
PASTOR A Capela do Hospital de Clínicas O arcebispo metropolitano Dom Dadeus Grings aborda o impasse ocasionado pela decisão da diretoria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de desativar a capela daquele estabelecimento. Página 2
Família e Sociedade
Ano XVI - Edição No 566 - R$ 1,50
Casa da Criança Vila Mato Sampaio prepara cidadãos emancipados
Fé em Deus e no futuro, autoestima e fortalecimento da identidade são as sementes espalhadas nos corações das crianças e adolescentes da Casa da Criança da Vila Mato Sampaio, zona leste de Porto Alegre. O projeto é dirigido por integrantes do Movimento Familiar Cristão e viabilizado através da Associação Educacional Nossa Senhora de Fátima. Página 7
Time de Dunga sai de campo: agora é conosco!
A Copa do Mundo terminou! Ao menos para os atletas selecionados pelo técnico Dunga. Agora, é a vez de o povo brasileiro escolher seus ‘jogadores’ para outra copa: o time daqueles que vão representá-los no campo político. Página 6
Álcool e jovens Porta de entrada para consumo de outros estupefacientes, a bebida alcoólica, embora proibida de venda para menores de 18 anos, circula livremente em casa, em espaços públicos e encontros sociais. E tem seu consumo estimulado em publicidade, associando-a a relaxamento, camaradagem e humor - expectativas mais fortes dos jovens. Perguntase: que eficácia terá o alerta final do comercial ‘beba com moderação’? Ou essa subscrição é mero cumprimento legal, de efeito praticamente nulo? Pois os jovens continuam bebendo. E muito! E se matando no trânsito das madrugadas e em desavenças na saída dos bares. Não estaria na hora de uma regulação mais coerente para certas publicidades?
Página 3
Educação e Psicologia Um texto que se propõe à difícil mas insubstituível tarefa de falar do humano na educação. Página 5
“Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me elogiam, porque me corrompem”. Santo Agostinho
Em breve, o Solidário estará na internet. Aguarde.
A
2 EDITORIAL
Analfabetismo político
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odemos ser “analfabetos” em vários campos da atividade e do conhecimento social e humano. Podemos não entender de futebol, de matemática quântica, de astronomia ou de geofísica; mas já não temos o direito de ser analfabetos políticos! O analfabeto político é o pior, o mais prejudicial e o mais alienado de todos os analfabetos (cf B. Brecht). É um irresponsável e um verdadeiro perigo para uma sociedade que se quer democrática, justa e solidária. O analfabeto político se exclui da responsabilidade da construção de um país democrático e igualitário. Lava as mãos na hora de posicionar-se e, depois, ainda se acha com direito de reclamar e criticar homens e mulheres que a sua irresponsabilidade elegeu para o exercício de uma das mais nobres, importantes e necessárias missões no concerto de uma nação: a missão política, a arte do bem comum. No momento e contexto atuais, no ano das eleições para postos majoritários do poder político, os brasileiros têm uma histórica oportunidade para uma mudança radical no quadro das pessoas que os representam neste poder. A vitória popular da chamada “Ficha Limpa”, com protagonismo “O analfabeto fundamental da Conferência político lava as dos Bispos e da Ordem dos mãos na hora de Advogados do Brasil, cria um posicionar-se.” clima positivo e oferece condições extraordinárias para que sejamos bem representados na gestão política e para que os projetos que beneficiam a maioria da população, especialmente na área da saúde, da educação e do meio ambiente, sejam tramitados com urgência e ganhem pronta aprovação. É hora de “deixar os mortos enterrarem seus mortos” no dizer bíblico, esquecer o fracasso previsível de uma seleção de futebol convocada por um ex-atleta que jamais foi técnico de futebol, e exigir dos meios de comunicação o mesmo espaço generoso concedido ao entretenimento do esporte para que possamos conhecer, em profundidade, os/as candidatos/as aos cargos eletivos e os projetos viáveis que pensam realizar, se eleitos/as. Só assim, deixaremos de ser, como brasileiros e cidadãos cristãos, analfabetos políticos, alienados e perigosos para um Brasil que tem tudo para ser um país viável, transparente e bom pra se viver. Para todos... para todas (página 6). Quando a consciência política e a consequente responsabilidade cidadã se instalam nas mentes e nos corações de pessoas, grupos e movimentos elas produzem verdadeiros milagres de transformação. Este jornal, que faz da consciência solidária uma opção política de transformação social a partir da fé no Senhor Jesus, traz, nesta edição, a iniciativa vitoriosa de um grupo de pessoas, membros do Movimento Familiar Cristão. A Casa da Criança Vila Divineia atesta o esforço, a abnegação, o verdadeiro amor solidário deste grupo de pessoas e deste Movimento. Nem todos os grupos e Movimentos da Igreja são animados por esta consciência sócio-transformadora como consequência de sua fé. Alguns até porque seu perfil é outro, embora a nenhum grupo ou Movimento devesse ser estranha a preocupação com “estes irmãos mais pequeninos”. Por acreditar que esta consciência deve tornar-se uma característica e uma identidade dos discípulos missionários do Senhor Jesus, o Solidário está se definindo, mais e mais, como o jornal a serviço da causa do Reino que se identifica, também, com uma outra ordem social e política possíveis (página 7). A Livraria Padre Reus está participando de uma iniciativa pioneira de um grupo de sete igrejas cristãs: para levar a boa leitura para os mais diversos públicos, estas igrejas estarão com seus estandes no Mercado Público Municipal, realizando a Primeira Feira do Livro Cristão. Será de 29 a 31 de julho, no andar térreo do Mercado. (contracapa) (attilio@livrariareus.com.br)
Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36
Conselho Deliberativo
Presidente: José Ernesto Flesch Chaves Vice-presidente: Agenor Casaril
Voluntários Diretoria Executiva
Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, José Edson Knob e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj
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RTIGOS
A capela do Hospital de Clínicas
C
apela é uma igreja destilo para outra religião, com mais adepnada à devoção particular. tos, não haveria reação. Mas privar os Tem seu centro no tabercatólicos de sua capela, oficialmente náculo, onde se guarda o Sancredenciada há tanto tempo, para tíssimo Sacramento, e é ornada cedê-la a uma religião sem rosto, que de algumas imagens, modelos e não se quer revelar publicamente, soa Dom Dadeus Grings protetores dos devotos. Sua erecomo desaforo. A Constituição garante Arcebispo Metropolitano ção requer a autorização do bispo liberdade religiosa. Também para os de Porto Alegre local, mediante um ofício, solicicatólicos. Diálogo é reconhecer a identando este benefício. Reveste-se, tidade de cada religião, na proporção de por isso, de oficialidade. sua população e de sua influência na cultura brasileira. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre obteve, há O Hospital Moinhos de Vento, de propriedade luteramais de 30 anos, o privilégio de uma capela. Naquela na, por exemplo, acolheu, com muito carinho, em sua ocasião, ofereceu um recinto apropriado para favorecer a capela, a presença da eucaristia para poder ser levada devoção de seus usuários. Em junho, correu voz de que aos enfermos católicos ali baixados. Isto é gesto de a direção do hospital teria mandado desativar este lugar hospitalidade ecumênica! sagrado, privando-o da característica cristã. Até hoje, O acordo entre o Brasil e a Santa Sé, assinado no porém, a direção não fez chegar um documento oficial dia 13 de novembro de 2008, pelo presidente do Brasil, neste sentido. Portanto, fica tudo apenas na notícia Luiz Inácio da Silva, e pelo Papa Bento XVI, em Roma, e jornalística. A única pessoa competente para desativar ratificado em 2009 pelo Congresso Nacional, plenamente a capela católica, erigida sob sua direção, a pedido da dentro dos princípios da Constituição brasileira, garante direção do hospital de então, é o arcebispo. à Igreja Católica, no artigo 8, o direito de assistência Portanto, se a atual direção do hospital julgasse ino- espiritual a seus fieis internados em estabelecimentos de portuna a permanência da capela, não lhe caberia mandar saúde, assistência social, educação e em penitenciárias. aos seus funcionários desativá-la. Deveria dirigir um Pelo art. 7, proporciona proteção aos lugares de culto, ofício à Mitra Arquidiocesana expondo suas razões para assegurando que não demolirá nem ocupará edifício, um eventual diálogo. É o que não foi feito. A capela é dependência ou objeto de culto católico. No art. 14, de competência do arcebispo. Mandar descaracterizá-la, empenha-se pela destinação de espaços físicos para fins tirando-lhe sua característica própria, sem consultar a religiosos. Este acordo agora foi desrespeitado! Mitra, constitui uma afronta. Não se trata de privilégios para a Igreja, mas de O fato de substituir, no hospital ou em qualquer um reconhecimento da obra benemérita que realiza em repartição pública, o Cristianismo, que plasmou nossa prol dos cidadãos. Sabe-se que a religião constitui fator nacionalidade, com seus símbolos, por uma religião fundamental de uma boa convivência humana, de saúde e oriental, conhecida por Nova Era - em inglês, New Age de bem-estar social. O que se concede à Igreja Católica, - não é nem democrático nem coerente. Na verdade, não pelo acordo, não redunda em prejuízo para as demais se trata de conceder liberdade religiosa, que não está em confissões religiosas. Não se pretende fazer prosélitos, questão, mas de privilegiar uma religião praticamente mas atender adequadamente aos próprios fiéis, que são inexistente entre nós e que em nada influiu nossa cultura. cidadãos brasileiros. Se a direção tivesse notificado a Cúria de que não O que mais dói no caso do Hospital de Clínicas é a há mais católicos interessados neste recinto sagrado, expulsão de Cristo, presente no sacrário, do seu recinto. concedido há mais de 30 anos, e quisesse disponibilizá- Isto não pode deixar ninguém insensível!
Voz do
PASTOR
Por uma espiritualidade de confiança Dom Sinésio Bohn
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Bispo de Santa Cruz do Sul
o início de junho tivemos nossa Assembléia de Evangelização do Rio Grande do Sul. Um delegado da assembleia teve um choque de autenticidade e invocou o testemunho de São Francisco de Assis: “Calem as palavras e falem as obras”. Lembrei-me da teologia da graça e exclamei: “Calem as obras e fale a graça”! É claro, num mundo de hipocrisia e de incoerência, o clamor de São Francisco tem sentido. Mas há o risco de minimizar a ação de Deus em nós. E, por consequência, gerar pessimismo e depressão. Pessoalmente, atravesso a passagem de bispo diocesano para o papel de bispo emérito. Sinto-me um pouco peregrino. Não como Adão, que deixou o paraíso para viver nesta terra de exílio. Procuro continuar otimista e criativo, olhando para o futuro. Ofereço cada dia de minha vida a Deus, assim como é, com defeitos e limitações. Como celebro diariamente a Santa Missa, coloco-me com a hóstia e o vinho sobre o altar. Assim, subo com
Conselho Editorial
Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer e Beatriz Adamatti
Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo
Cristo ao Pai. É reconfortante. Isto aprendi de São Francisco de Sales no tempo da minha juventude. O Apóstolo Paulo lembra bem: “Basta-te minha graça; a força se realiza na fraqueza” (2 Cor 12,9). Já o Apóstolo Pedro ensina que reveses e sofrimentos, aceitos em união com Cristo, são uma graça. E, portanto, devemos agradecê-los ao Senhor por sermos dignos de participar dos sofrimentos de Cristo pela salvação da humanidade. O abade São Doroteu vai mais longe. Ensina que palavras desagradáveis e calúnias, vindas por parte de irmãos, em vez de provocar revolta, merecem gratidão. Porque nos ajudam a nos purificar e a progredir na perfeição: “A alma se fortalece à medida em que caminha, faz-se mais corajosa em suportar todas as coisas duras da vida”. Espero que, vindo meu querido sucessor, eu tenha mais tempo para o essencial: a oração e a meditação da Palavra de Deus. Espero mesmo fazer da oração meu ministério predileto, pois tantas pessoas necessitam do ministério da intercessão. Que Deus abençoe a quem leu esta indiscrição pessoal.
Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS Revisão Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Davi Eli Impressão Gazeta do Sul
Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3221.5041 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.
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AMÍLIA &
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OCIEDADE
Administrar as diferenças: o grande desafio dos casais Deonira L. Viganó La Rosa Terapeuta de Casal e Família. Mestre em Psicologia
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rasileiros e brasileiras convivem cada vez menos com quem acham que não vale a pena. Os pedidos de separação cresceram, principalmente porque aumentou o número de motivos pelos quais as pessoas decidem romper. Antes da década de 70, as alegações para o divórcio eram coisas bem concretas: infidelidade, dificuldades financeiras, violência doméstica, negligência do lar - enfim, “argumentos de homem”. A partir da década de 80, as queixas passaram a incluir quesitos menos palpáveis, daqueles “típicos de mulher”. Atualmente, “falta de entrosamento”, “falta de sensibilidade”, “falta de comunicação” são alegações comuns. E segundo o IBGE, em mais de 70% dos processos de separação não consensuais, justamente os mais dolorosos, a iniciativa é feminina. Guenter Kirchweger/sxc.hu
Sanja Gjenero/sxc.hu
Hilde Vanstraelen/sxc.hu
Estariam as mulheres complicando as coisas?
Para a terapeuta Terezinha Feres Carneiro, a dificuldade das mulheres de se comunicarem com seus parceiros e de se fazerem entender, ocorre porque homens e mulheres não falam a mesma língua. Num trabalho executado pela psicóloga Andréa Seixas Magalhães, perguntou-se a vinte casais cariocas o que eles entendiam por "casamento". A resposta de 95% das mulheres foi: "uma relação de amor". A de 100% dos homens foi "constituição de família". São visões diferentes que levam a frustrações diferentes. As mulheres encaram a separação como consequência do fim do amor. Para a maioria dos homens, o fato de a relação não ser um mar de rosas não justifica o rompimento; bem ou mal, eles têm "família", avalia Andréa. Homens e mulheres pensam diferente, reagem diferente, têm expectativas diferentes, e, sem negociação, sem uma boa dose de compreensão e boa vontade mútuas, não há união que resista ao embate da diferença, por mais que a ela se deem aplausos.
Quais são estas diferenças?
"As mulheres têm grande necessidade de se comunicar. Elas parecem estar mais dispostas internamente a enfrentar os problemas e suas consequências”. Já o homem se dispõe menos a entrar em contato com seus sentimentos e foge da discussão dos mesmos problemas", conclui Terezinha Feres Carneiro. Juntem-se a estas outras tantas diferenças e está feita a bolha que pode fazer desandar muitos casamentos - agora mais do que nunca.
Muitas dessas diferenças resultam da cultura
A ciência provou que homens e mulheres contêm em si mesmos tanto elementos masculinos como femininos. O que define o sexo de cada um é a predominância de uns ou de outros elementos. Hoje, ainda circula na sociedade um antigo modelo sexista que tende a acentuar as diferenças entre homens e mulheres com o intuito de servir a um modelo tradicional de família e sociedade. A tarefa consiste em criar condições de gêneros mais igualitários, sem negar as diferenças. Homens e mulheres capazes de deixar-se provocar por suas diferenças e capazes de utilizá-las como fonte de crescimento, terão, com certeza, uma relação duradoura, saudável e compensadora. Apesar do aumento do número de separações e dos problemas que elas acarretam, nada indica que eles e elas não queiram mais se casar . O casamento, hoje em dia, é tão importante que ninguém quer ter um ruim.
John Gray, em seu livro "Homens São de Marte, Mulheres São de Vênus", faz uma listinha básica, da qual você pode discordar : Homens são concretos, oferecem soluções e não ligam para sentimentos. Mulheres são abstratas, oferecem conselhos e orientações que eles não querem ouvir. Homens, quando têm problemas, afastam-se e ficam matutando sozinhos. Mulheres querem sempre conversar sobre o que as incomoda, a elas e a eles também. Homens precisam sentir-se necessários. Mulheres necessitam sentir-se "acalentadas". Homens e mulheres usam as mesmas palavras, mas de forma diferente: eles levam tudo ao pé da letra; elas são dadas a superlativos e generalizações empregados apenas para reforçar seu ponto de vista (quando o homem as leva a sério, elas tendem a tirar a Livraria e Editora Padre importância do que disseram). Reus participa da 1a Feira do No quesito intimidade, homens de vez em quando preLivro Cristão, a realizar-se cisam afastar-se; mulheres exigem contato constante, às vezes mais, às vezes menos, mas sempre exigem. no Mercado Público de Porto
... E tem mais
Mulheres, admita-se uma vez por todas, falam mais mesmo: 25000 palavras por dia, contra 15000 dos homens, segundo pesquisa feita na Inglaterra. E por serem como são, propensas a por emoções nas palavras e a expor dúvidas, vira e mexe usam sua capacidade de falar para "discutir a relação"- coisa que faz o homem tremer, em geral, por ele achar isso absolutamente desnecessário. Basta um olhar um pouco mais atento da esposa para perceber que o marido, no segundo minuto daquela conversa séria, está longe, longe.
Alegre, nos dias 29 e 30 de julho, das 10 às 19 horas, e no dia 31, das 9 às 16 horas.
Mais detalhes na contracapa
O
4 Escale a seleção Frei Ivo Bortoluz Pároco SSmo. Sacramento e Igreja Santa Teresinha
E
m tempos de “Copa do Mundo”, se você quiser erguer “a taça” que represente a conquista do sentido da vida, seja um bom treinador e coloque em campo sua seleção. Não importa o esquema que você usará. Seja qual for o esquema, o que importa é que o CONJUNTO seja a estrela principal, pois nesta seleção não pode haver estrelismo. A título de sugestão, veja se você concorda com esta escalação. No gol, escale a CORAGEM. É com um grande goleiro que se começa uma grande equipe. É com perseverança que você começa uma grande vida, pois com ela você saberá defender qualquer ataque adversário de desânimo ou de desalento! Na lateral direita, escale a AMIZADE. Com ela, você apoiará e se sentirá apoiado para, facilmente, levar sua vida à conquista de grandes vitórias. Na quarta zaga, escale o BOM HUMOR. Com ele, você vai cortar qualquer investida por parte do pessimismo. Na zaga central, escale a HONESTIDADE. Com ela, você não se deixará driblar pela mentira e pela corrupção. Na lateral esquerda, escale a CALMA. Com ela, você saberá se defender de todos os pontas adversários que tentam irritá-lo e fazer com que você perca a paciência. Na cabeça de área, escale a FÉ. Com ela, você vai construir uma muralha em sua vida, por onde ninguém poderá passar para provocar a morte de constantes derrotas. Como meio de campo, pela direita, escale a EDUCAÇÃO. Com ela, você saberá driblar toda a grosseria, para cativar e até mesmo, ganhar o aplauso da galera. Aplauso que você irá partilhar com todo o conjunto de sua seleção. Como meio de campo, pela esquerda, escale o AMOR. É o craque da seleção. Com ele, você terá a elegância de passar pelos adversários, de driblar, evitando as faltas e de fazer lançamentos maravilhosos que o levarão a grandes conquistas. Na ponta direita, escale a SOLIDARIEDADE. Com ela, você vai incomodar os adversários e fará cruzamentos que, certamente, levarão o individualismo ao desespero e à derrota. Como centro-avante, escale a PERSEVERANÇA. Com ela você vai sempre lutar, pois terá a certeza de que, mesmo diante das terríveis defesas das dificuldades que tiver que enfrentar, você acabará fazendo gols de vida feliz. Como ponta esquerda, escale a ESPERANÇA. Com ela, você ajudará toda a seleção, fazendo um trabalho silencioso de ajuda na defesa e de apoio no ataque, mas fundamental para que todos se sintam animados na luta pela vitória. Seja um bom treinador! Mas, para ser este bom treinador, você precisa se chamar HUMILDADE. Com ela, você acabará com estes terríveis adversários do orgulho e da prepotência, que fazem com que você pense que você é “o bom” e, vencendo estes adversários, você chegará a conquistar e a erguer a belíssima taça de uma vida feliz, chamada COMUNIDADE!
PINIÃO
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Educação, criatividade e a cultura Fernando Rizzolo
imaginação daquele pequeno aluno de sete anos, que se viu humilhado durante a aula em função uma sociedade em que os moldes de ensino de um ato literário, criativo, da maior relevância. Os mecanismos de sublimação da imaginação e sempre vieram formatados, prontos para serem seguidos, pouco espaço foi reser- da criatividade devem ser rechaçados, dando lugar vado ao valor do desenvolvimento da capacidade aos estímulos que propiciam a construção de mencriativa dos alunos, quer nas escolas públicas, quer tes criativas ligadas à arte, às reflexões sociais, às nas escolas particulares, no nosso país. O padrão soluções de problemas contemporâneos que conspedagógico repressor sempre foi um segmento troem o exercício da compreensão da diversidade de continuidade de uma formação rígida que tem e do multiculturalismo. Educar nos moldes atuais origem e fundamento nos conceitos cristãos de significa oferecer instrumentos que despertem o vivenciar criativo em bases sólidas, aportando coneducação. Foi com base nessa opinião e a preocupação em ceitos suplementares e experimentais, enriquecendo o aprendizado e estimulando os alunos a desenvolver a sensibilidade no ensino que fazerem uso da criatividade para resolo filósofo, educador e artista Rudolf ver problemas pessoais e até mesmo Steiner (1861-1925) criou uma li“Antroposofia é o interpessoais no decorrer da vida. nha de pensamento que enxerga o conhecimento do Talvez meu colega de primário, homem além do material. Trata-se ser humano aliando fé e ciência.” se estimulado, pudesse se tornar um da Antroposofia, que prega o conheescritor, um jornalista, assim como cimento do ser humano aliando fé e tantos outros anônimos que cantam no centro ciência. Sua pedagogia é um reflexo dessa forma de pensar que sobrevive há um século. Na da cidade, artistas que saltam nas praças públicas, educação infantil, Steiner via a importância de es- crianças nos faróis com seus malabares poderiam, timular a imaginação das crianças e dizia que não enfim, sentir-se realizados e recompensados, emprese deviam oferecer brinquedos industrializados a gados, se tivéssemos criado uma formação educaelas, que já vêm prontos, pois a ideia era construir cional cultural em que a arte e a criatividade fossem no imaginário infantil a progressão dos conceitos de a mola propulsora do ensino – um ensino baseado educação, de acordo com a compreensão da criança. no enlace entre a formação tradicional e o despertar Ainda lembro quando, certa vez, uma profes- da arte e da sensibilidade, com um novo olhar do sora repreendeu um coleguinha do primário, num educador ao prestigiar as manifestações criativas colégio estadual no qual eu estudava, apenas pelo dos alunos ou, quem sabe, destes aplaudindo a fato de ele estar na aula de português escrevendo leitura, feita pelo professor, das partes do diário de num diário como havia sido seu final de semana um menino criativo, pouco interessado numa aula na praia. Aquela atitude, na realidade, agrediu a de português. (www.blogdorizzolo.com.br)
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Advogado
“Um país que exclui; que não se organiza para propiciar trabalho, emprego, renda para todos os seus habitantes não é ético, é perverso.” Herbert José de Souza
O respeito e a tolerância Wagner Cardoso Bianchini
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Seminarista da Arquidiocese de Porto Alegre
m dos maiores valores que se defendem na sociedade brasileira é o do respeito pelo diferente. Não posso deixar de pensar na contribuição cristã para isso, pois de fato, já dizia São Paulo: “Não há judeu, nem grego; não há escravo, nem livre; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3, 27-28). O Batismo fez-nos iguais na diferença. Há um filme chamado “Amazing Grace” em que o personagem principal é William Willeforce, um deputado do parlamento britânico dos princípios do século XIX que lutou tenazmente a partir das suas convicções cristãs pela abolição da escravatura. Uma das frases marcantes dele é: “Lembrem-se: Deus fez os homens iguais”. Atualmente, emerge o que vem se chamando de
“fundamentalismo laicista”. É um movimento forte que visa submeter as religiões ao âmbito privado, obrigando os fiéis a não expressarem publicamente a sua religiosidade. E pode-se dizer que se aplica a todas as manifestações religiosas, mas, no Brasil, especialmente contra o catolicismo. É preciso recordar o princípio da liberdade religiosa. Imagine um lugar, caro leitor, onde não haja discriminações pelo fato de serdes cristãos, budistas, ou ateus. É o respeito fundamental para com toda a pessoa: garantir-lhe a possibilidade de buscar a Verdade, sem ser humilhada por suas posições. Neutralidade religiosa não é agnosticismo ou relativismo. É o respeito pelas tradições religiosas locais! É isso que defende a Igreja, como também toda a pessoa de bom senso. Defender a racionalidade não é excluir a religião. A razão está a serviço do diálogo e do consenso, e não, a favor do preconceito.
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DUCAÇÃO &
SICOLOGIA
5 Tim & Annette/sxc.hu
A função humanizadora do papel do professor Dorilda Grolli Professora universitária, Doutora em Educação
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ste texto se propõe à difícil mas insubstituível tarefa de falar do humano na educação. Atualmente, num mundo fetichizado pela técnica soa como algo atrasado falar de um tema tão antigo como é o da humanização do homem, no entanto o próprio cientista alerta:
Assistimos ao surgimento de uma ciência que não mais se limita a situações simplificadas, idealizadas, mas que nos põe diante da perplexidade do mundo real, uma ciência que permite se viva a criatividade humana como expressão singular de um traço fundamental comum a todos os níveis da natureza (ILYA PRIGOGINE 1996, p. 14)1.
A natureza é mais complexa, mais rica, mais inesperada do que se pensa. Isso nos remete à capacidade do homem, desde seu início, de retomar-se e ao mesmo tempo de projetar-se para o futuro; esta seria a sua originalidade. Então, partindo-se da premissa de que o novo nasce do velho, pode-se pensar que em falar do ser humano se está falando da novidade, da possibilidade que representa cada sujeito, do distinto que é cada professor e cada aluno. A literatura e a poesia, bem como a maioria das artes, mostram a plenitude e o abismo que cada ser humano é, podendo-se dizer como Ângelus Silésius:2 ”O abismo do meu espírito não cessa de invocar, com clamor, o abismo de Deus. Destes dois abismos, diga-me, qual é o mais profundo?” Lançar as bases para uma educação que não tem em conta apenas as gerações presentes, mas também as gerações futuras, as gerações dos novos filhos e filhas pressupõem que a sociedade comece por aumentar sua capacidade de percepção e de visão da imprevisibilidade, mas ao mesmo tempo esforçarse para construir um mundo onde o humano tenha prevalência. Educação é uma dimensão essencial nas socie-
PRIGONINE, Ilya. O fim das certezas. Tempo, caos e as leis da natureza. São Paulo: UNESP, 1996, p. 14. 1
Pseudônimo de Johannes Scheffler, poeta Germânico, nascido em 1624 em Breslau, Polônia, e falecido na mesma cidade em 1667. 2
MORIN, Edgar. Reforma do pensamento e da educação no século XXI, in: As chaves do século XXI. 3
dades, especialmente na sociedade contemporânea e pode ser entendida como um processo histórico de relações humanas, situadas em espaços sociais. A questão que se coloca na formação dos professores é optar por currículos suficientemente amplos nos conhecimentos e saberes que os docentes devem dominar, e ter sempre viva a perspectiva da dimensão humanas que se precisa cultivar nos educandos. Concorda-se com Morin, quando diz com Rousseau: “Quero ensinar-lhe a condição humana”. E continua: “Esta necessidade humanista tem uma importância particular para a nossa era planetária, na qual o conjunto da humanidade é uma comunidade de destino submetida a problemas idênticos de vida e de morte”3.
fatores como a fome, a violência, a destruição do ecosistema, o desemprego, a má qualificação docente, entre outros, sem cair na visão romântica do assistencialismo ingênuo. A educação precisa trabalhar criticamente com esta realidade para poder transformá-la. Educar é trabalhar com a totalidade das dimensões do sujeito e não apenas com aspectos específicos como comportamento, habilitação para Cultura humanista o trabalho, qualificação para o mercado, ou ainda Aqui, pretende-se colocar, e mesmo radicalizar, conscientização política. a imperiosa necessidade de recuperar a cultura huA tarefa precípua do educador é dinamizar todo manista em qualquer projeto de formação docente. o conjunto do processo do aprender, do conviver, Bons professores não se limitam a observar regras, do solidarizar-se com o outro buscando novas passar informações ou desenvolver conteúdos, mes- formas de relacionamento, enfim, administrando mo porque, na maioria das vezes, experimentam unidade/diversidade e, nesta dialeticidade, formar situações imprevisíveis, que nenhum plano poderia sujeitos conscientes e éticos. ter antecipado. Com isto, quer-se evitar uma visão Neste sentido, o Ensino Universitário cumpriapenas mecânica do exercício da docência, o que rá a sua função na formação de profissionais, se pode levar ao conformismo, à reprodução de respos- proporcionar a aquisição de habilidades a aptidões tas repetidas diante de situações diversas. O cultivo para a apreensão, compreensão, análise e transforda capacidade humana de criar separa o professor mação, tanto na esfera do conhecimento tecnolótécnico do educador humanizado e humanizador, gico que avança velozmente, como no âmbito da isto significa: ampliar os horizontes de compreen- formação da competência político, social, ética e são, de percepção, aguçar a sensibilidade, apreciar humanista. os esforços dos outros. Resumindo, educar é o processo que confirma, Humanizar em educação é situar os processos no ser humano, aquelas características que são e as práticas educativas do docente nos anseios e consideradas essenciais, tais como: o exercício nas lutas de todo ser humano para tornar-se mais da reflexão, a aquisição do saber, a convivência humano. A educação humanizadora é com o próximo, o exercício da cidadania, a raiz de todo o ato educativo, ou afinamento das emoções, capacidade melhor, é a própria vida humana. de penetrar nos problemas da vida, “Educar é trabaSe a busca pela humanização o senso da beleza, a percepção da lhar com a totalipertence ao processo educativo, a complexidade do mundo e de todos dade das dimendesumanização também faz parte os seres, o cultivo da sensibilidade, sões do sujeito.” dele. Assim, educação é o processo enfim, um ser compreensivo e aberto de resgate da humanidade roubada por para a natureza, a sociedade, o “Outro”.
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EMA EM FOCO
Time de Dunga sai de campo: agora é conosco!
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Fotos: Divulgação/Montagem: Solidário
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O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.” (O Analfabeto Político - Bertolt Brecht).
A Copa do Mundo terminou! Ao menos para os atletas selecionados pelo técnico Dunga. Agora é a vez de o povo brasileiro escolher seus ‘jogadores’ para outra copa: o time daqueles que vão representá-los no campo político. Esses, sim, poderão produzir algum impacto, fazer alguma diferença na vida diária de cada um: no preço do pão e do leite, na segurança nas ruas, na qualidade do transporte urbano, na satisfação de viver com dignidade.
Consciência política
ao voto do eleitor deveriam ser impedidos de concorrer? A lista está completa? Quantos mais e quem deveria estar na lista? As férias forenses de meio de ano vão viabilizar o julgamento definitivo dos recursos em julgamento a tempo de impedir que candidatos sob suspeição concorram? Ou esses assuntos não rendem audiência porque o povo não se interessa e fica tudo por isso? Continue-se a servir o ‘pão e circo’ da quimera, da superficialidade e da intriga. E é melhor assim porque a massa ignara é mais facilmente manobrável?
Do time de Dunga, comissão técnica, famílias, Regras namoradas e de todos os outros 32 selecionados que estiverem na África do Sul tudo sabíamos As regras impostas para os detentores de sere sabemos. Tudo foi virado ao avesso. Nada, viços públicos de comunicação concedidos estão absolutamente nada, escapou aos formadores de opinião – do rádio, da televisão, dos jornais e até dos criadores de publicidade – que nos atualizavam nas 24 horas do dia sobre o palco e os bastidores do futebol que, de prático, nada acrescentou na qualidade de vida dos brasileiros. Bem verdade que o evento da Copa do E o que sabemos desse outro ‘time’ que vamos Mundo que se repete de quatro em quatro escalar em outubro próximo para decidir por nós? anos transcende aos campos de futebol ou às O que os oito milhões e 100 mil eleitores gaúchos concentrações em praças públicas e espaços sabem dos 980 candidatos, inscritos por 26 difecomunitários para transformar-se em fenômerentes partidos, que concorrerão a uma vaga nos no sociológico que arrasta pessoas de todos parlamentos estadual e federal? O que sabemos dos os cantos para torcer pela seleção de seu país. nove que concorrerão ao Palácio Piratini? Um fenômeno que supera todas as diferenças e barreiras. Em que a confraternização das Atualização multidões faz desaparecer os fundamentalismos religiosos e políticos, em que se nivelam Por que não somos também permanente e imos sistemas de produção ocidentais e orientais, parcialmente atualizados para melhor escolher? em que se esquecem todos os antagonismos Semana passada, três políticos conseguiram, junto étnicos e racistas. Em que dezenas de milhares ao Supremo Federal, a suspensão temporária dos de brancos e pretos, cristãos e muçulmanos são efeitos da Lei da Ficha Limpa. Quem são os ‘concapazes de se juntar para torcer dançar, beber templados’ e quantos mais vão se beneficiar ou já e brindar fraternalmente. se beneficiaram? E quantos outros ‘pretendentes’
Confraternização
corretas? E vai dar-se espaço igual para todos os concorrentes ao voto? Que democracia é essa em que a regra do jogo contempla só os ‘grandes’? Os ‘pequenos’, por serem menores, não tem qualificação suficiente para serem melhor conhecidos? Sendo assim, podemos dizer que temos uma democracia justa, imparcial, correta? Como se posiciona a academia? Se o Brasil se propõe a assumir o papel de liderança mundial, a cultura do pão e circo não prejudica sua imagem, confirmando a expressão de De Gaulle de que ‘esse não é um país sério’? Estaria na hora de despertar do letárgico sono da indiferença política, referida por Brecht?
Volta à realidade Desde 12 de junho último, o Brasil parecia ter entrado em estado de torpor geral. A impressão é que toda a nação depositava sua única felicidade nos pés dos jogadores de futebol. E deu no que deu! Acabou o pão e o circo! É preciso voltar a trabalhar. Salve-se a nação e não a seleção: esta já está salva com salários milionários, prestígio e poder de seus integrantes. Defendam-se os indefesos da violência urbana que saiu dos noticiosos para dar preferência às notícias da Copa. Volte a dar-se mais espaço para quem pede e precisa de socorro. Repercutase mais a catástrofe das inundações que levaram casa, vidas e sonhos dos irmãos brasileiros de Alagoas e Pernambuco e que teve certa desimportância por causa da Copa. Volte-se à insistência para a prevenção da violência no trânsito que paradoxalmente diminuiu durante as horas de transmissão dos jogos. Dê-se a devida importância para os campeonatos menores do cotidiano de cada brasileiro.
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A S ÇÃO
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OLIDÁRIA
Casa da Criança “ Vila Mato Sampaio prepara cidadãos emancipados
Não queremos fazer disso aqui um depósito de crianças, tirá-las da rua para protegê-las e dar-lhes comida. Isso é mero assistencialismo. Queremos que elas, as crianças, desenvolvam habilidades, valores, espírito crítico, reflexão. Desenvolvam sua identidade, sentimento de cidadania e pertença social” adianta Deonira La Rosa, diretora da Casa da Criança Vila Mato Sampaio, assumida há 10 anos por integrantes do Movimento Familiar Cristão de P. Alegre. “Não é possível formar essa consciência em alguém que não lê, não escreve, não fala. Creio que essa consciência fortalece suas auto-estimas e impede que se sujeitem a continuarem à margem, de pedirem esmola na sinaleira ou na casa das pessoas de outro bairro. Não sabemos o quanto atingimos. Mas tenho certeza que alguma coisa conseguimos”, diz Deonira. Deonira La Rosa
Olhar solidário
Um dos diferenciais pedagógicos para as 69 crianças entre sete e 14 anos, divididos em dois níveis segundo o amadurecimento psíquico-afetivo, é a confecção de um diário individual. “Nesse diário as crianças escrevem o que pensam e o que sentem. A transmissão de valores dentro de sua vivência concreta é repercutida quando rezam no início e no fim das atividades. Dão-se as mãos e uma delas puxa uma oração espontânea que as outras repetem. São pobres, mas é infalível que em suas sinceras orações ouve-se ‘nós temos comida aqui, muito obrigado meu Deus, ajuda as crianças da rua que não têm comida’.
Anjo bom e anjo mau
de limpar um prédio. E mãe da Ellen ganhou uma “Também usamos a ilustração dos dois anji- oportunidade de limpar 30 janelas de vidro e a mãe nhos, o bom e o mau e eles reproduzem nos seus da Ingrid teve uma oportunidade de cozinhar e elas foram trabalhar. Então não é verdade que pobre não cartazes”. gosta de trabalhar”.
Valores cristãos
Perspectiva de futuro
“Nossa professora, seguindo o projeto, encoraja neles o sonho de um futuro melhor e eles o repetem nas orações: ‘que eu um dia vou ser uma pessoa que trabalha/meu Deus, me ajude para que estude bastante agora para fazer uma faculdade, para ser um bom profissional. Me ajude para ser um bom engenheiro, médico ou um bom lixeiro, um bom pedreiro/honesto, trabalhador/que possa comprar uma casa como essa para meus filhos/não ter muitos filhos e educá-los bem’.
“Escolhi este anjinho, porque ele me leva para um caminho lindo e muito legal. Não quero que tenha tiroteio e quero ir numa faculdade e quero trabalhar e não me envolver com droga e quero casar e ter uma casinha e meu filho’ (João – oito anos). João já internalizou o que vimos trabalhando. Se Deus quiser, um dia essas crianças vão sair da situação, mesmo morando aqui, mas com dignidade, honestos e com autoestima elevada”, conclui Deonira.
Busca de oportunidade
Numa das atividades, depois de verem o filme Os Fantasmas de Scrooge, as crianças fizeram suas reflexões, provocadas pela pergunta: ‘o que você entende por isso: pobre não quer trabalhar? As meninas Ellen, Waila e Ingrid, todas entre sete e oito anos, não deixaram por menos: “É mentira. Porque todos os pobres trabalham. Menos uns porque estão doentes em casa e machucados ou não estudaram por falta de oportunidade. Mas, por exemplo, a mãe da Waila ganhou a oportunidade
Noutra atividade, as crianças produziram cartazes, definindo conceitos e valores. “O que se tem em mente é, além de formar cidadãos, também incutir valores cristãos que para nós significa ser humano, responsável e consciente, estar inserido na sociedade que luta pela transformação e pela paz. Perguntamos: O que é compaixão? ‘Compaixão é uma pessoa que ajuda a outra pessoa. Uma pessoa que arranjou um trabalho e que ajuda as pessoas que estão na rua’. O que é generosidade? ‘Quando eu achei uma pessoa sofrendo na rua, morrendo de fome eu dei uma coisa e dei um copo de refri e dei um cachorro quente e depois eu dei uma roupa, um travesseiro e um cobertor’. Ter ações de boa vontade o que você acha que é? “Quer dizer que homem e mulher têm a paz e ajudam pessoas pobres que não tem moradia, nem onde dormir e nem roupa para o frio. Exemplo: uma mulher que era rica e olhou um menino com fome e frio. Essa mulher deu moradia. Está em paz.’
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8 Saber viver
Uso de álcool
Dorilda Grolli
por jovens
Professora universitária
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uitas vezes nos surpreendemos pensando no que fazer com nossas vidas. Na Antiguidade Clássica, os gregos usavam uma bela imagem para dizer o ser humano: cada um de nós é semelhante a um pequeno barco que deve atravessar um oceano. Devemos realizar nossa travessia no tempo. Somos seres temporais: nascemos e vamos morrer. A vida se constitui nesse movimento incessante que nos atravessa desde o nascimento e continuará até a morte. Como diz, com muita propriedade, a poetisa Cora Coralina: Não sei... Se a vida é curta Ou longa demais pra nós, Mas sei que nada do que vivemos Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: Colo que acolhe, Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio que respeita, Alegria que contagia, Lágrima que corre, Olhar que acaricia, Desejo que sacia, Amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, É o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela Não seja nem curta, Nem longa demais, Mas que seja intensa, Verdadeira, pura... Enquanto durar.
VIDA - UMA OBRA DE ARTE Dar forma à vida é criar um estilo, isto é, tranformar a vida em obra de arte. Para transformar a vida em obra de arte, é necessário agir como o artista: apoderar-se de um estilo, escrever nossos desejos, nossas frustrações, mas também imprimir valores, abandonar ressentimentos e seguir adiante criando o futuro com as próprias mãos. Criar valores que sejam capazes de sustentar a vida com graça e leveza. Agir como artista é esculpir formas de beleza na vida. Dizer da beleza da vida, enfeitá-la, não significa esquecer sua dramaticidade .
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ABER VIVER
Dicas de
NUTRIÇÃO
Arthur Guerra de Andrade
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Dr. Varo Duarte
Psiquiatra*
egundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990), a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos é proibida em nosso País. Apesar disso, a realidade revelada por pesquisas recentes tem demonstrando que o uso de álcool por jovens no Brasil é frequente e se inicia em um momento da vida que predispõe estes indivíduos a prejuizos físicos, sociais e à saúde. De acordo com os resultados do primeiro levantamento sobre o consumo de substâncias psicoativas entre estudantes do ensino fundamental (8º e 9º ano) e médio (1º a 3º ano) da rede privada de ensino do município de São Paulo, divulgados recentemente pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), cerca de 80% dos estudantes já fizeram uso de álcool em algum momento de suas vidas, sendo que a média da idade de início do uso desta substância está em torno dos 12 anos de idade. Digna de nota é a constatação realizada por este estudo de que a maioria (46%) dos estudantes que já fizeram uso na vida de álcool relatou ter recebido a primeira oferta de álcool de um familiar em sua própria casa, seguidos de 26% cujo local do primeiro uso foi a casa de um amigo e 15%, em casas noturnas. Estes resultados nos levam à suposição de que as estratégias de conscientização e fiscalização do limite legal para compra de bebidas alcoólicas em nosso País parecem ser insuficientes, além de não culminarem na educação da família e da comunidade, que deveriam ser os principais atores na prevenção do uso de álcool entre os jovens. Embora existam evidências de que a experiência com o uso de álcool ocorra por meio da influência de pais e amigos, até mesmo em ambientes escolares ou outros, cuja venda para menores de idade é explicitamente proibida, ainda não existe no Brasil uma exigência legal de projetos no sistema de ensino que tenham como objetivo a prevenção, orientação e assistência em relação ao uso de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas. Investir na viabilização de estratégias educativas efetivas, em conjunto com membros da família e escola, capazes de restringir o uso de álcool entre estudantes, é uma necessidade imediata e deve ser priorizada no sentido de suportar a redução do uso nocivo de álcool e suas consequências adversas em nossa sociedade como um todo. Finalmente, se pais e professores não forem referências para os jovens, todo o esforço será em vão. Vale o ditado: “O exemplo não é a melhor forma de ensinar algo para alguém. É a única”. *Presidente do CISA - Centro de Informação Sobre Saúde e Álcool, professor da Faculdade de Medicina da USP e especialista em dependência química
Médico nutrólogo e endocrinologista
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Vitamina C e cálcio
s duas publicações anteriores, em que abordamos dois episódios conflitantes na mídia porto-alegrense, as encerramos com a frase pronunciada pelo mestre máximo da nutrição em nosso meio, dr. Rubens Mena Barreto Costa que – referindo-se ao costume então muito comum de se utilizarem doses exageradas de vitaminas, especialmente a vitamina C e o cálcio, que até eram administrados em injeção endovenosa para o tratamento da gripe comum (século 20, anos 50) – dizia: “o brasileiro possui a urina mais cara do mundo.” Prometemos fornecer as quantidades recomendadas na ingestão diária destes nutrientes. Recomendamos verificar no anexo 4 do livro Nutrição e Obesidade, de nossa autoria, a relação completa destas recomendações aprovadas pela Organização Mundial de Saúde. Revisando a atual bibliografia, encontramos pequenas modificações destes valores e confirmamos o alerta então publicado em nossos livros sobre as doses exageradas destes nutrientes, fornecidos em cápsulas medicamentosas, valorizadas através de propaganda falaciosa, prometendo milagres. Abordaremos os valores de cálcio, vitamina A e especialmente da vitamina D, pois tomamos conhecimento da recomendação de produtos contendo até 1.000 UI. Utilizaremos como principal referência o livro Nutrição Conceitual, de Osmam Giorgia, da ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia ) 2007. (segue)
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SPAÇO LIVRE
A inveja corrói corações Dado Moura
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Redator de internet
odos os dias fazemos uma nova experiência no que se refere a relacionamentos nas mais diversas esferas da nossa vida. Infelizmente, em muitos desses momentos, acabamos por experimentar situações de desconfiança, raiva, ingratidão e ciúme. É natural, somos seres humanos, e essas emoções fazem parte da nossa natureza. Mas, de todas as emoções negativas, talvez a mais tóxica seja a inveja. Similar ao ciúme, esse mal pode se instalar em todas as relações, sejam elas familiares, comerciais ou sociais. Inveja é um sentimento traiçoeiro. Muitas pessoas acreditam que não são capazes de cobiçar até serem defrontadas por situações novas e incômodas, como por exemplo, o sucesso profissional alheio. Um fato que deveria ser comemorado por todos, passa a se tornar motivo de discórdia e tribulação para muitos que convivem naquele ambiente. O que as pessoas deveriam entender é que ninguém é melhor do que ninguém. Somos todos diferentes e complementares. Cada um tem seu espaço na sociedade. Não precisamos ter subordinados para nos sentirmos superiores. A manifestação da inveja, muitas vezes, pode se confundir com um outro sentimento que também provoca instabilidade dentro das relações: o ciúme. São sentimentos muito próximos, contudo, o ciúme acontece quando nos preocupamos em perder aquilo que temos, seja o amor de uma pessoa, um bem ou uma posição social. No caso da inveja, a pessoa cobiça o objeto de conquista do amigo, do irmão, do vizinho... E nem sempre essa avidez pode significar cobiça por um bem material. Às vezes, esse sentimento se manifesta
quando o invejoso percebe a maneira como alguém se veste, as amizades que determinada pessoa possa ter, a qualidade do entrosamento entre um casal ou a harmonia dentro de uma família. O sentimento de inveja incomoda e corrói a autoestima da pessoa que o carrega. Quem tem inveja acredita que as coisas na vida do outro acontecem com maior facilidade. E por não conseguir alcançar seus objetivos ou ser reconhecido em uma área em que o colega foi bem sucedido, a pessoa invejosa se recusa a celebrar sinceramente a conquista do outro; não consegue partilhar verdadeiramente suas vitórias sem ocultar o seu desdém. O invejoso terá sempre alguma coisa para contradizer o colega bem-sucedido na intenção de desviar o foco da conversa ou ofuscar sua imagem com comentários que tentam tirar sua credibilidade. Como pecado capital, essa fraqueza se desdobra em outros sentimentos negativos e se multiplica em manifestações de ingratidão, raiva e destrato a alguém que nada lhe fez, nem lhe causou prejuízo algum. Na verdade, a inveja é o resultado da falta de empenho de alguém na realização de suas próprias metas e da sua pouca consciência sobre seu valor pessoal. Como todos os outros sentimentos daninhos, se não buscarmos a correção para esse mal, podemos colocar a perder relacionamentos valorosos. Todo mau sentimento germina onde a semente do amor não foi cultivada. Então, para erradicar sentimentos nocivos, devemos nos aplicar em amar concretamente as pessoas ao nosso redor. A vivência do amor no dia-a-dia é capaz de temperar nossos laços com virtudes como a paciência, o respeito, a temperança, a generosidade. Quem ama se faz um com aqueles que se rejubilam e solidário com os que sofrem. (http://www.cancaonova.com - http:// www.twitter.com/dadomoura)
A saúde do planeta, das organizações e das pessoas Benedicto Ismael Camargo Dutra
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Economista
a concepção original da engenharia cósmica, o planeta Terra foi dotado de todos os mecanismos automáticos para a preservação de sua saúde e equilíbrio, pois tudo foi criado dentro dos princípios estabelecidos pelas leis naturais da Criação. Às pessoas foi dado o livre arbítrio para que, reconhecendo essas leis, pudessem orientar suas vidas por meio delas e, assim, colher saude, alegria, crescimento e bem-estar. Contudo, o ser humano se afastou da rota prevista, passando a agir de forma arbitrária. A capacidade para agir lhe é inerente, no entanto, deve arcar com as consequências de seus atos, lembrando que as leis da Criação são autônomas e atuam automaticamente nesse sentido. Hoje, cerca de 6,5 bilhões de pessoas habitam o planeta, necessitando de abrigo, vestimenta e sustento para sua sobrevivência. Porém, é na saúde que se encontram os maiores desafios de órgãos, representantes, governos e comunidades, elevando sua importância para um grau emergente: as pessoas, as empresas e o planeta estão doentes. A maioria sofre de alguma enfermidade e isso está intimamente ligado à contaminação do meio ambiente. Alimentação inadequada, vícios como o fumo e abuso de bebidas alcoólicas, sedentarismo e pressões diárias são hábitos que provocam a ruptura do equilíbrio e, portanto, geram doenças. O meio ambiente também tem sido continuamente agredido e sugado ao máximo, ficando
sem a possibilidade da automática restauração. Evidente que a responsabilidade disso tudo cabe a cada pessoa e às organizações da qual fazem parte, sejam empresariais ou não. E as organizações adoecem quando deixam de atender aos legítimos interesses do conjunto, passando a ser manipuladas para servir aos interesses de grupos particulares, o que alimenta a arrogância e a intolerância. Com isso, as pessoas deixam de ser levadas em consideração, e seus sentimentos, expectativas e suscetibilidades não são respeitados. Logo, a harmonia se rompe o que poderá ser facilmente observado na falta de cordialidade nas relações interpessoais. Assim, cresce a sensação de ameaça, do medo de perder algo, mas sem saber exatamente quando e o quê. Só aos poucos se percebe a perda da liberdade e da criatividade, pois tudo passa a ser regulamentado e controlado, executável por qualquer robô. A comunicação se torna deficiente. O estresse se propaga. Ganha corpo a concorrência predatória. Os colaboradores perdem o sentimento de amor pelas tarefas, executando-as mecanicamente. Não há mais objetivos a serem alcançados. Cada um se concentra apenas em seu interesse pessoal. A mudança desse status virá apenas quando os indivíduos se despirem de seu acentuado ego e puserem em ação suas capacitações em prol da humanidade. Cada indivíduo que se esforçar para modificar a sua sintonização, e assim melhorar a saúde física, mental e emocional, buscando construir uma vida sadia e feliz, estará contribuindo para curar a si mesmo, às organizações e ao planeta. (bidutra@attglobal.net)
Martha Alves D´Azevedo Comissão Comunicação Sem Fronteiras
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Colombia nas urnas
ia 31 de maio último o povo colombiano foi convocado para decidir nas urnas quem deveria ser o novo presidente do país. Álvaro Uribe, atual presidente da Colômbia, cuja popularidade chegou aos 74%, não consegue transferir ao seu sucessor seus índices de aceitação popular. O candidato oficial, Juan Manuel Santos, 58 anos, ex-ministro da Defesa de Uribe, é economista de formação (cursou a Universidade de Kansas e fez mestrado em Economia e Desenvolvimento pela London School of Economics). Seu tio-avô, Eduardo dos Santos Montejo, foi presidente do país entre 1938 e 1942. Santos almeja seguir a mesma trajetória política. O vice-presidente de Santos é Angelino Garzón, ex-sindicalista de centro-esquerda, que no passado chegou a militar no Partido Comunista. O candidato da oposição Antanas Mockus, 58 anos, é candidato do Partido Verde e, esteve no primeiro turno entre os dois primeiros colocados, insistindo na educação e no respeito à vida e à lei. Prefeito de Bogotá (1995-1998 e 2001-2004), fez diminuir o índice de homicídios, marcou a cidade por ciclovias e diminuiu os acidentes. O terceiro candidato era Noemi Sanín, do Partido Conservador. Juan Manuel Santos venceu o 1° turno com 46,57% dos votos, e Antanas Mockus obteve 21,48%, levando as eleições para o 2° turno, o que ocorreu dia 20 de junho último. Herdeiro político do atual presidente, o governista Juan Manuel Santos venceu o 2° turno das eleições presidenciais com boa vantagem sobre Mockus. A promessa é de seguir as políticas de Álvaro Uribe, que deixará o cargo com 70% de aprovação. Santos, com 69% dos votos válidos, venceu Mockus , com 27,5% Santos, como ministro do Comércio Exterior e da Fazenda, impulsionou a internacionalização da economia colombiana. Foi como titular do Ministério da Defesa do governo Uribe, contudo, que ele teve maior projeção, ao ser estrategista dos maiores golpes contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Santos idealizou a operação na qual foi morto o n° 2 das FARC, Raul Reyes, e a missão que resgatou 15 reféns da guerrilha, entre eles a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, e três norte-americanos. Entre as outras promessas do presidente eleito, estão melhorar as condições de vida dos colombianos, que enfrentam uma taxa de desemprego de 12%, e garantir a segurança interna no combate aos grupos guerrilheiros. Sua ascensão política, contudo, está marcada pela polêmica com Equador e Venezuela, o que provocou a afirmação do presidente Hugo Chávez de que a eleição de Santos agravaria a deteriorização das relações bilaterais.Santos prometeu que, ao assumir a presidência a 7 de agosto próximo, lutará para amenizar os problemas com os países vizinhos.
Adalberto A. Bortoluzzi - 18/07
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GREJA &
CATEQUESE ria Solidá
Católicos franceses falam sobre a Catequese* O que é a catequese? ●A catequese não pode ser reduzida à transmissão de um simples saber, ela é o anúncio da Boa Nova do Evangelho para todos. ●Neste sentido, a catequese é muito mais que uma moral, mais que uma disciplina ou uma pedagogia, ela é um caminho cujo percurso conduz ao reconhecimento e à acolhida de uma Pessoa presente entre nós, Jesus Cristo ressuscitado. Ela é convite e iniciação a seguir o Cristo e a viver dele. ●Ela se nutre e se renova nas fontes da fé; esclarecida pela Palavra de Deus, vivificada pelos sacramentos, notadamente a Eucaristia. ●Por estas razões a catequese tem um lugar primordial na vida e na missão da Igreja e deve ter o primeiro lugar na preocupação das comunidades. Ela não pode restringir-se à primeira infância, deve abrir-se às pessoas em dificuldade, a todas as idades e a todas as gentes. ●A palavra-chave que comanda a catequese é o Amor que Deus dá a todos, em Jesus Cristo. Finalidades às quais a catequese não pode escapar: ●Permitir e propor às pessoas de nosso tempo e de todas as classes sociais ou culturais de ir ao coração da revelação e de viver esta fé. ●Colocar em prática, sobretudo junto aos mais jovens, uma pedagogia apropriada à sua idade e ao seu tempo, ou seja, renovar sua expressão, seus métodos e proposições. Atenções particulares: ●A acolhida e a escuta favorecem as relações humanas verdadeiras, respeitam as pessoas e sua história. Esta proximidade, esta convivialidade, se manifestará sobretudo junto aos que vêm pedir o batismo, o casamento ou por ocasião dos funerais. ●A família é o primeiro lugar da catequese, daí a importância de dar formação aos pais. ●A ligação com a comunidade, porque a catequese é afazer da comunidade. É necessário fazê-la tomar consciência de sua responsabilidade catequética. Sobre a pedagogia e os métodos usados: ●Desentravar: A catequese abrange todas as idades e todos os meios, então, é preciso repensá-la num espírito mais amplo e renovar sua imagem. ●Atenção às culturas e ao conhecimento do meio ao qual se quer transmitir a fé. A catequese, para uma melhor acolhida, deve oferecer um espaço para compartilhar os valores, as expectativas e os questionamentos. ●Busca de uma linguagem de hoje: Encontrar as palavras mais adequadas que possam explicar a palavra e seu dom. ●Apelo à memória: Aprender de cor uma oração, um salmo, não é uma pedagogia ultrapassada, mas uma terra boa para a semente do Evangelho. ●Apelo à criatividade: Procurar os caminhos que permitam que cada um seja sujeito de sua fé e participe plenamente da vida eclesial. ●Criatividade na ligação da catequese à vida espiritual com vistas a incitar a formação da consciência religiosa esclarecida. ●Criatividade na ligação com a liturgia, com o mistério pascal, com os sacramentos, com toda celebração, que é onde acontece o nascimento da Comunidade. A catequese não se reduz a sessões semanais. * Respostas dadas pelos franceses a uma Enquete feita na França. Tradução de Deonira La Rosa
COMUNIDADE
Solidário
2000 anos de
LITÚRGICO
TURBULÊNCIAS PARTE VI
Primeiras heresias
A
e cismas
lém dos inimigos externos – os Imperadores romanos – a Igreja dos primeiros séculos enfrentou heresias e cismas, cujas idéias, ao longo dos séculos seguintes, sempre estiveram presentes numa ou noutra facção do Catolicismo Ocidental. Por volta do ano 215, um persa nascido na Mesopotâmia, chamado Manes, começou a pregar que havia dois Princípios Criadores: o do Bem, Deus, e o do Mal, o Diabo. Eram duas forças contrárias que lutavam entre si, eternamente. Assim, o Maniqueismo, originado de seu fundador, Manes, atribuía ao Demônio um Poder divino. Tínhamos, então, dois deuses. Isto ia contra as Sagradas Escrituras e a doutrina vigente da Igreja, que sempre apresentam o demônio como uma criatura de Deus, o qual se rebelou, sendo expulso do céu, conforme narra São João, no Apocalipse, cap. 12, vers. 7 a 9. Manes dizia que tinha recebido as revelações aos 12 anos de idade. Por isso, os maniqueistas seguiam uma disciplina rígida, para poderem lutar contra o mal. Eles mesmos se chamavam de “eleitos” ou “santos”. Manes foi morto por ordem do rei da Pérsia, Barã I, e a doutrina maniqueista se espalhou pelo Ocidente, através dos árabes. Santo Agostinho, na sua juventude, foi ardoroso maniqueu, depois de convertido, combateu a heresia. Na mesma época, durante as perseguições dos Imperadores romanos, milhares de cristãos foram mortos, testemunhando sua fé. Mas, houve também número considerável que, diante das torturas, fraquejavam, sendo chamados de “Lapsos”. Passado algum tempo, se arrependiam e pediam para voltar a integrar as comunidades cristãs. Um sacerdote, porém, chamado Novaciano, da linha dura, se opunha ao perdão desses cristãos “lapsos”. Nessa época estava para ser escolhido um novo Papa, e o candidato preferencial era Cornélio, favorável à admissão dos “lapsos”. Novaciano, por outro lado, muito ambicioso, queria ser o Papa. Apesar da forte oposição dele, foi eleito Cornélio. A luta continuou. Novaciano foi ordenado bispo por três bispos da linha dura, criando uma oposição ferrenha ao Papa Cornélio. Com isso, se iniciou um cisma, por ter sido reconhecido Novaciano como o antipapa. Cornélio, no entanto, convocou um sínodo com 80 bispos, e excomungou Novaciano. Nesse tempo, Roma foi assolada por uma grande peste, e o Imperador Galo jogou a culpa do flagelo sobre os cristãos, sendo novamente perseguidos. O Papa Cornélio foi desterrado e morreu no exílio, no ano de 253. Mesmo assim, a Igreja continuava a crescer. Naquele ano, a comunidade de Roma chegou a ter 30 mil fiéis, além de muitas obras sociais em favor de viúvas e indigentes. O mais ardoroso defensor do Papa Cornélio foi São Cipriano. Como bispo de Cartago (África), escreveu um livro sobre a unidade da Igreja. São dele as célebres frases: “Quem abandona a sede de Pedro, sobre a qual está fundada a Igreja, como pode afirmar que está na verdadeira Igreja?”. E: “Não pode ter Deus por Pai quem não tem a Igreja por mãe”. Foi decapitado no dia 14 de setembro de 258, por ordem do Imperador Valeriano.(CA/Pesquisa)
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18 de julho – 16o Domingo do Tempo Comum (verde) 1 leitura: Livro do Gênesis (Gn) 18,1-10a Salmo 14 (15), 2-3ab.3cd-4ab.5 (R/.1a) 2a leitura: Carta de S. Paulo aos Colossenses (Cl) 1,24-28 Evangelho: Lucas (Lc) 10,38-42 NB.: Para uma melhor compreensão dos comentários litúrgicos é fundamental que se leia, antes, o respectivo texto bíblico. Comentário: Vivemos num tempo e num mundo em que tudo e todos parece estarem sendo empurrados a fazer coisas e consumir produtos de forma compulsiva e no mais breve tempo possível. Como contra ponto deste ativismo e consumismo desenfreados e muitas vezes sem nexo ou objetivo definido, encontramos Jesus, no relato bíblico do Evangelho deste domingo, numa casa de amigos, “perdendo tempo” com a sua família de Betânia, como se não tivesse outra coisa para fazer... O texto nos fala de duas irmãs, Maria, conversando tranquilamente com Jesus, e Marta, atarefada e preocupada com as lides domésticas. A reclamação de Marta é procedente: enfim, além de Jesus, certamente os discípulos também estavam aí, acompanhando o Mestre, e alguém tinha que se preocupar para alimentar aquele grupo todo. Uma coisa é certa: Jesus, ao responder a Marta, não a recrimina por preocupar-se com servir bem aos visitantes, mas ressalta uma hierarquia de valores: o que é mais importante, o que é secundário. Então, num mundo agitado como este no qual vivemos ganha particular importância este texto, no qual Jesus resgata e põe em relevo a importância do relacionamento entre as pessoas, o sentir-se acolhido/a, o sentir-se querido/a. É de simples bom senso que temos de ocupar-nos com nossos afazeres, nosso trabalho, nossas atividades em geral; mas, se somos honestos conosco mesmos, temos que reconhecer que, muitas vezes, enchemos nossos dias e horas com atividades não tão importantes ou essenciais e que podem, mesmo, ser uma fuga do encontro conosco mesmos, com os outros e com Deus. Todos somos ou deveríamos ser “Marta”, ocupando-nos com as atividades que nos correspondem em nosso cotidiano, e “Maria”, sabendo perder tempo no cuidado conosco mesmos, nas relações ternas e fraternas com as pessoas de nosso entorno familiar e comunitário e, não por último, saber perder tempo em estar aos pés de Jesus, no encontro com Deus. a
25 de julho – 17o Domingo do Tempo Comum (verde) 1 leitura: Livro do Gênesis (Gn) 18,20-32 Salmo 137 (138), 1-2a.2bc-3.6-7ab.7c-8 (R/.3a) 2a leitura: Carta de S. Paulo aos Colossenses (Cl) 2,12-14 Evangelho: Lucas, (Lc) 11,1-13 Comentário: Ao longo da história, os grupos religiosos sempre buscam ter uma oração que identifica a cada um deles. Isso explica porque os discípulos de Jesus pediram que ele lhes ensinasse uma prece, uma oração, como João ensinara aos seus discípulos (cf 11,1). E Jesus lhes disse como deveriam rezar. A prece do “Pai Nosso” tem pequenas diferenças nas suas versões, o que vem até mesmo das traduções. É bom lembrar que Jesus falava em aramaico, os evangelhos foram escritos em grego e nós os lemos em português! No aramaico, Jesus falava em Abbá... pai querido. Assim, poderíamos rezar e dizer: “Querido Pai”. E o termo “pai” não tem, na cultura judaica, nenhuma conotação masculina, muito menos machista, pelo contrário: se identifica, muitas vezes, com o que, em nossa cultura, atribuímos às qualidades da mulher e da mãe. Isso aparece, especialmente, em Jeremias e Oséias. Por outro lado, o termo “pai” pode ter conotação negativa para quem teve experiências negativas com o próprio pai ou para quem nem conhece o pai, dolorosa realidade na vida de tantas pessoas. Nos Evangelhos, Jesus chama a Deus de “Pai” 170 vezes. Isso nos dá a certeza de que se trata de uma palavra autêntica de Jesus e não apenas de uso na Igreja primitiva. Marcos usa o termo 4 vezes, Lucas 15, Mateus 42 e João, 109 vezes! Na comunidade de João, pelo fim do primeiro século, “Pai” é o termo para designar “Deus”. Assim, a Oração do Senhor resume o projeto de vida e a identidade dos seus seguidores e discípulos. É uma oração que desinstala e desacomoda, pois compromete com a construção diária do Reino, através do seguimento de Jesus. A segunda parte do Evangelho de Lucas deste domingo (cf 11,5-11) fala da necessidade da perseverança na oração. No texto, aparece o contraste entre a resposta de Deus/querido Pai e a do amigo humano. O “amigo” atende para não ser amolado; o querido Pai responde, dando o mais importante: o Espírito Santo, com todos os seus dons. É importante pedir para nossas necessidades cotidianas, necessárias para a nossa vivência diária; mais importante é pedir os grandes dons do Reino, o perdão sem limites, a misericórdia generosa, o amor solidário. Estes pedidos Deus jamais negará! (attilio@livrariareus.com.br) a
16 a 31 de julho de 2010
E
A
SPAÇO DA
RQUIDIOCESE
Arquidiocese participa do Encontro Nacional de Comunicação Acontecerá em Aparecida (SP), entre os dias 21 e 24 de julho, o Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação, promovido pelo setor de Comunicação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Aproximadamente 300 pessoas devem participar do encontro este ano. Além de leigos, comunicadores profissionais e voluntários da Pastoral da Comunicação (Pascom), o evento contará também com a participação de bispos responsáveis pela comunicação e coordenadores regionais, diocesanos e paroquiais da Pascom. Muitos sacerdotes, religiosos, seminaristas e leigos participarão do Encontro Nacional buscando refletir, pensar e planejar a comunicação para anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo a todos. De nossa Arquidiocese de Porto Alegre, estarão presentes o coordenador arquidiocesano da Pastoral da Comunicação, Pe. Cesar Leandro Padilha, e a jornalista da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Porto Alegre, Cynara Baum. “O evento tem por objetivo animar e motivar a Pascom da Igreja no Brasil, tendo presente a cultura gerada pelas novas tecnologias que constituem o novo cenário para o anúncio do Reino de Deus a todos os povos”, diz Irmã Élide Fogolari, assessora do Setor de Comunicação da CNBB. Durante o encontro, os participantes irão assistir palestras voltadas para sua área
de atuação, e sobre as novas tecnologias da informação. No primeiro dia, na palestra de abertura, será debatido o tema “Igreja e comunicação: desafios e necessidades”, assessorada pelo arcebispo do Rio de Janeiro e presidente da Comissão Episcopal para a Educação, Cultura e Comunicação Social da CNBB, dom Orani João Tempesta. No segundo dia, terão espaço, discussões em torno das “Novas tecnologias e novas mídias: inclusão e exclusão digital”; “Televisão: sua inserção no cotidiano dos indivíduos”; “Rádio: a arte de falar e ouvir”; “Telenovela: criação, produção e apresentação”; “Telenovela: a arte e a representação”. Os temas ligados a novelas terão a assessoria de atores renomados, com Taís Araújo e Eriberto Leão, da Rede Globo. No dia 23, as temáticas voltadas para a internet e as novas mídias sociais serão apresentadas e discutidas a partir de temas como “Internet: porta de entrada para a evangelização no mundo globalizado”; “web: novas ferramentas do mundo digital para constituir rede na Igreja do Brasil” e “web: ferramentas de formação e qualificação para os agentes de pastoral”. Dom Dimas Lara Barbosa, secretário geral da CNBB, participará do evento, no sábado, dia 24, com uma reflexão sobre as “Políticas de Comunicação na CNBB”.
Católicos discordam da decisão do fechamento da capela do Clínicas O coordenador da Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de Porto Alegre, Pe. Cesar Leandro Padilha, participou de um programa de rádio onde debateu o assunto com um representante do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e um advogado. Dentre as manifestações do padre, lembrou que somente o arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, poderia fechar ou não a capela. “Para abrir um consultório médico, é preciso de um profissional da área, no caso da capela, somente o bispo poderia fechá-la”, argumenta Pe. Leandro. Durante o programa, foram realizadas duas pesquisas interativas, uma através de ligação telefônica e outra pela internet, onde as duas apontaram que para a maioria da população, o fechamento da capela não deve acontecer. Após o anúncio da transformação da capela católica para um ambiente laico, manifestantes fiéis protestaram contra o fechamento. O assunto continua em debate entre representantes católicos e fiéis. A decisão foi tomada pela administração do
Clínicas com base no artigo 19 da Constituição, que estabelece que órgãos públicos não podem incentivar uma única religião. Porém, frequentadores do local dizem que mesmo com imagens sacras, o que as pessoas procuram lá é rezar e fazer pedidos de ajuda, independente de suas convicções religiosas, e que o espaço nunca causou constrangimentos a ninguém. O Brasil contempla diversas religiões e crenças, com predominância católica, segundo pesquisas. Dom Dadeus manifestou-se contrário à decisão que transformará a capela, até então católica, em um ambiente ecumênico (leia na página 2). Em reunião com uma comitiva que discorda sobre o fechamento, o arcebispo lembrou que a decisão fere o acordo assinado recentemente entre o Vaticano e o Brasil, onde regulamenta aspectos jurídicos da Igreja Católica no país. Esse acordo foi assinado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva e o Papa Bento XVI, durante recente encontro. A Arquidiocese vai estudar o caso para que o assunto possa ser resolvido juridicamente.
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Coordenação: Pe. César Leandro Padilha Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos com a jornalista Cynara Baum pelo e-mail cynarabaum@gmail.com ou fone (51)32286199. Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa
Paulo de Tarso Sanseverino no STJ
A Arquidiocese de Porto Alegre teve a honra de receber a notícia de que o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, indicou para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo de Tarso Sanseverino. Casado há 27 anos com Maria do Carmo Sanseverino, tem dois filhos. É uma liderança católica, com participação constante na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, participante do Encontro de Casais com Cristo ( ECC). É filho de José Sanseverino, provedor da Santa Casa de Misericórdia. Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, é mestre e doutor pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Magistrado de carreira desde 1986, desembargador no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul desde 1999. Professor de Direito Civil na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul desde 1995, exerce também o magistério na Escola Superior da Magistratura da Ajuris da qual foi Diretor no biênio 2006/2007.
Atividades N. Sra. das Graças A paróquia Nossa Senhora das Graças divulga suas atividades para a segunda quinzena do mês de julho. No dia 18, ocorrerá o Galeto das Equipes de Nossa Senhora. De 19 a 21, será realizado o curso de formação – Cartas de São João, Cartas Paulinas e Apocalipse e no dia 24, a XVI Festa Italiana. Maiores informações através do fone (51) 3268.1341. A paróquia fica localizada na Av. Wenceslau Escobar nº 2380, Bairro Tristeza, Porto Alegre.
40o Canto Litúrgico Pastoral Estão abertas as inscrições para o 40o Canto Litúrgico Pastoral. O evento será realizado de 29 a 31 de julho no Centro de Pastoral da Arquidiocese de Porto Alegre, localizado na Praça Mons. Emílio Lottermann, nº 96, Bairro Floresta, Porto Alegre. O investimento é de R$ 20,00, e dúvidas podem ser esclarecidas através do fone (51) 3222.3988. A estimativa dos organizadores é de receberem sete pessoas por diocese. Programação: Dia 29 – 14h às 18h Canto Pastoral: Discipulado e Missionariedade Ass: Frei Luis Turra, ocap Dia 30 – 8h às 18h Música Litúrgica – partes fixas Ass: Pe. José Carlos Sala Dia 31 – 8h às 11h Oficinas: - Instrumentistas (teclado e violão) - Salmos - Refrões orantes - Técnica vocal 11h – Celebração de encerramento
Porto Alegre, 16 a 31 de julho de 2010
Encontro Nacional do Movimento Familiar Cristão O 17º. Encontro Nacional do Movimento Familiar Cristão – 17º. ENA – será na cidade de Vila Velha, Espírito Santo, de 18 a 24 de julho, sob o tema “Família, promotora da justiça e da integridade da criação” e com o lema “Eu vi e escutei o clamor das famílias” (Ex 3,7). Segundo os organizadores, 500 participantes – entre padres e leigos – vindos de diversas regiões do Brasil, já confirmaram presença. Diversas comitivas do Rio Grande do Sul também se farão presentes. O ENA consiste em semana de estudos e reflexões sobre as ações do MFC enquanto movimento de Igreja. Esses encontros acontecem de três em três anos desde 1957, quando a cidade do Rio de Janeiro sediou o I ENA. O de 2007 foi realizado em Araraquara, S. Paulo, entre 15 e 21 de julho de 2007.
Importância
Os ENAS se caracterizam como tempo de passagem, uma verdadeira Páscoa. Tempo de passagem de coordenações e colegiados; tempo de passagem de metas cumpridas para novas metas traçadas; tempo de matar as saudades, de renovar as esperanças, de conhecer novos companheiros, de fazer contato com novas culturas e realidades. É tempo de estudo e aprofundamento, mas também de alegria e descontração. Todo ENA provoca uma revitalização no processo de crescimento do MFC, pois marca o término de uma etapa e o início de outra. Em mais de meio século de vida, o Movimento Familiar Cristão do Brasil construiu sua mística e seus carismas e perseguiu seus objetivos a partir da constante busca pela integração das famílias, primeiro reunindo-as em Equipes Base e, a partir delas, organizando-se numa estrutura que se ramifica por todo o território brasileiro.
É
a novidade diferente para os milhares de porto-alegrenses e habitantes da região metropolitana que, entre 29 e 31 de julho, circulam nas proximidades do Mercado Público Central de Porto Alegre e a Estação Mercado do Metrô. Sete livrarias de diferentes confissões religiosas, com o apoio da Câmara Rio-grandense do Livro, realizam o evento no andar térreo do Mercado que, além de expressar um forte gesto de ecumenismo, quer oferecer boa leitura por preços com 20 por cento de desconto. A compra de livros na 1ª Feira do Livro Cristão habilita para participar de sorteio de 10 cestas com 14 livros cada, no último dia da iniciativa. O horário de funcionamento é das 10 às 19 horas nos dias 29 e 30 – quinta e sexta-feira; e das 9 às 16 horas, dia 31, sábado. A Livraria e Editora Padre Reus é a representante da Igreja Católica. Participam também a Editora Sinodal, Editora Ulbra, Editora Concórdia, Sociedade Bíblica do Brasil, Revista Chamada da Meia-Noite e Editora CEB.
Novena da paróquia de Montenegro reuniu 9 bispos
Leia na página 4
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Frei Ivo Bortoluz - Pároco SSmo Sacramento e Igreja S. Terezinha
Educação, criatividade e cultura Fernando Rizzolo - Advogado
O respeito e a tolerância Wagner Cardoso Bianchini - Seminarista da Arquidiocese de P. Alegre
“Não conheço nenhuma outra paróquia no Brasil que teve a sua novena presidida por nove bispos”, disse Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, um dos pregadores da Novena da Paróquia da Catedral S. João Batista, de Montenegro, encerrada dia 19 de junho último. Além de Grings e de Dom Paulo de Conto, bispo diocesano de Montenegro, foram pregadores também os bispos Dom Gílio Felício – Bagé; Dom José Mário Stroher – Rio Grande; Dom José Clemente Weber – S. Ângelo; Dom Alessandro Ruffinoni – Caxias do Sul; Dom Zeno Hastenteufel – N. Hamburgo; Dom Jaime Kohl – Osório; Dom Sinésio Bohn – S. Cruz do Sul; e Dom Jacó Hilgert – Cruz Alta.
Catedral de Montenegro