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IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS

Ano XVI - Edição No 570 - R$ 1,50

Porto Alegre, 16 a 30 de setembro de 2010

NESTA EDIÇÃO

Voz do

PASTOR Educação criminalizada Página 2

Dom Dadeus Grings na TV

Leitura e arte abrem horizontes a jovens carentes

O Arcebispo Metropolitano de P. Alegre apresenta a Voz do Pastor todos os sábados, às 18h40min, na TV Urbana, sintonizada no canal 55 da TV aberta e canal 11 da Net Porto Alegre. O comentário de Dom Dadeus é acompanhado de informações de ações da Igreja na Arquidiocese.

Educação e Psicologia Se não receber o Solidário, reclame (tel. 3221.5041 ou solidario@portoweb.com.br). É serviço terceirizado.

Em dez anos de existência o IPDAE - Instituto Popular de Arte e Educação - instituição civil sem fins lucrativos, demonstrou que é possível mobilizar forças para oferecer alternativas de uma futura carreira a crianças e jovens de famílias de baixa renda. Na sede provisória, numa residência familiar na Parada 18 da Estrada João de Oliveira Remião – Lomba do Pinheiro – zona leste de Porto Alegre, o que era sala de visita e dormitório do casal se transformou em biblioteca e sala de leitura. O antigo quiosque de churrasqueira agora é sala de ensaio de coral. Até o canil foi transformado em espaço de ensaio de violino e viola da Escola de Música (foto) com 180 alunos.

Página 7

Página 5

Família e Sociedade Trata do casamento e intimidade. Página 3

Tema em foco O Brasil está vivendo um momento peculiar – oportunidades e dificuldades – na sua história. De um lado, por seu crescimento interno e pelo seu destaque no cenário internacional, por outro, pela continuidade de desigualdades sociais perversas, e pela corrupção que corrói e abrange todas as estruturas e instituições, prejudicando seriamente a credibilidade da classe política. Página 6

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A Bíblia não é um livro de ciência ou de história. É herança de Deus. Unida ao Magistério da Igreja, fala aos homens o que Deus planejou para sua felicidade real. É a revelação de Deus Trindade que ama os homens acima de tudo.

“Pedras no caminho? Guardo todas: um dia, vou construir um castelo.”

www.jornalsolidario.com.br e deixe sua opinião e sugestões.

Mês da Bíblia

Fernando Pessoa


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2 EDITORIAL

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Voto valorizado

estas semanas que antecedem as eleições de outubro a palavra de ordem é: valorizar o voto. Aqui se pode repetir: todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para uns, valorizar o voto é escolher o candidato ou candidata a partir do retorno pessoal, real ou possível, que aquele candidato/a oferece ou promete; para outros, valorizar o voto é pensar e pesar, com consciência cidadã, examinando criteriosamente os possíveis candidatos que se apresentam para receber o sufrágio, mas com outro referencial: o referencial do bem comum. A valorização do voto, para este grupo, exclui candidatos sobre os quais pese qualquer pendência judicial ou que tenham, no seu histórico, “contas a pagar” à sociedade. O candidato “ficha suja” é eliminado sumariamente pelo eleitor consciente, que tem bem presente que cada país tem os governantes que merece. É lamentável, mas compreensível, o descrédito quase geral “A participação na entre a população quanto à vida públlica requer possibilidade de uma mudança a valorização do voto substancial de mentalidade nos na escolha dos candidatos”. homens e mulheres que serão eleitos nas próximas eleições para os diferentes cargos do executivo e do legislativo. Em recente pronunciamento, o Papa Bento XVI convoca os cristãos, não apenas a orar mas, igualmente, a atuar nas eleições para que as pessoas que elegerem coloquem os interesses do país acima dos interesses individuais. Estes interesses têm sua base na promoção da cultura, da justiça, da solidariedade e da paz. E que são semeados num clima de transparência e honestidade. A Igreja vem animando, com sempre maior insistência, a participação dos cristãos na política e no debate político, tendo em vista um mundo mais justo, homens e mulheres públicos mais honestos e uma sociedade mais solidária. Aqui se aplica a afirmação de Jesus: Vós sois o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5,13-14). É missão intransferível de todo batizado lutar por uma sociedade mais humana. E esta sociedade, diferente da que conhecemos, mas possível, se constrói com uma forte consciência cidadã, outro nome de uma consciência sócio-política. A participação na vida pública requer, para ser real e efetiva, a valorização do voto na escolha dos candidatos a partir dos critérios da honestidade, da transparência, do compromisso social, da defesa intransigente da justiça e da igualdade, da afirmação da vida, da luta por um outro Brasil possível e melhor para todos. O anúncio do Evangelho de Jesus, para ser Boa Notícia real para os homens e as mulheres que vivem neste país, passa também pela opção política, a arte do bem comum. Se este Evangelho não tiver incidência na vida política de um povo, será fermento que não fermenta, luz que não ilumina, sal que perdeu sua força, “letra morta” que perdeu seu sentido (leia a contribuição de Dom Roberto Paz na página 6 desta edição). Na página 7, uma demonstração inequívoca de que, com boa vontade e esforço, é possível mobilizar pessoas por uma boa causa, que é o Instituto Popular de Arte e Educação - IPDAE. (attilio@livrariareus.com.br)

Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36

Conselho Deliberativo

Presidente: José Ernesto Flesch Chaves Vice-presidente: Agenor Casaril

Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, José Edson Knob e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

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RTIGOS

Educação criminalizada

Brasil é, indubitaveluma invasão desalmada. Basta mente, um país de conpensar na discórdia e na anarquia trastes, mormente em que nela se implantará a partir se tratando de legislação e de denúncias que eventualmente de política. É de pasmar que, se fizerem. A família sai destroao mesmo tempo em que se çada. Uns contra os outros, com Dom Dadeus Grings pleiteia uma lei para descrio aval das autoridades públicas, Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre minalizar o aborto, se aprove verdadeiras inimigas da família, outra que criminalize a palmada punindo a quem tentar, de agora educativa. Não é contrassenso? em diante, educar de modo diferente dos ditames O perigo da criminalização da palmada não oficiais e ideológicos. está no vigor educativo da mesma, nem de seu A palmada não é método educativo? Seja! eventual valor deseducativo. O problema se Mas criminalizar quem a usar será mais educatisitua na invasão indevida do poder público no vo? Não tira a autoridade dos pais sobre os filhos santuário da vida, que é a família. Hoje, propõe- e lhes dita normas jurídicas para educar? Chegase punir quem se serve da palmada para corrigir rá o tempo, se assim continuarmos a devassar os seus filhos. Amanhã, com o mesmo argumento lares, que ninguém mais ousará ter filhos, porque pedagógico, se violentará o lar de quem altear não terá condições nem de amá-los nem de edua voz para reclamar de algo errado em casa. cá-los. O compromisso do enlace matrimonial, Depois se criminalizará qualquer castigo ou de receber com amor os filhos que Deus lhes simplesmente o fato de tentar corrigir os fi- confiar e de educá-los adequadamente, recebeu lhos. Terminar-se-á determinado, sob severas um grave golpe, não pela supressão da palmasanções, o número máximo de filhos que será da, mas pela criminalização de atos educativos permitido ter e os métodos de evitá-los. no interior do lar. O lar perdeu a característica Todos sabemos que não é por leis que se de aconchego e inviolabilidade. A lei criminal educa. Se no lar não houver amor, nenhuma lei joga filhos e vizinhos contra os educadores para terá sucesso. Se, ao invés, ali reinar amor, não puni-los por discordarem dos métodos legais, será necessária a lei para interferir na educação. aprovados por um Estado invasor. A natureza ensina muito melhor do que as leNão defendemos a palmada, mas repudiamos gislações civis. A invasão dos lares pelo poder a legislação que se aventura a penetrar no lar para público deve ser veementemente denunciada dividi-lo e criminalizá-lo por métodos que devecomo ideologia funesta para a educação e para a riam promanar da educação e não da punição. O harmonia dos lares... É sintoma de totalitarismo, presidente Jânio Quadros, no seu breve mandato que destrói a convivência humana. à frente da nação, diria que os promotores desta O pior da criminalização da educação do lar lei mereceriam uma boa palmada naquela parte é a destruição dos próprios lares brasileiros com que o Criador fez expressamente para isso!

Voz do

PASTOR

Fazer política, uma necessidade Osvaldo Biz Jornalista. Doutor em Comunicação Social

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política envolve o dia-a-dia do cidadão. Queiramos ou não, é através da política que são tomadas as decisões que nos afetam diariamente. Infelizmente, política virou sinônimo de prática desonesta, corrupção. Para muitos, não participar politicamente significa fazer-se passar por “sábio”. Assim, pessoas de qualidade deixam de entrar na vida política e dar sua contribuição para mudar os rumos da Nação. A atividade política exige: a) vontade de participar. b) interesse em conhecer e discutir os fatos políticos. c) proposta de interferir, entendida como luta para que surja uma sociedade diferente, justa, igualitária. Esta que está aí, só beneficia uma minoria. Em qualquer atividade que exerço estou fazendo política. Exemplos: associação de moradores, professores, grêmios estudantis, associação de pais e mestres. Em nosso país não se gosta de partido. Existe até uma cultura anti partido. Isso é percebido na frase: “Eu voto na pessoa e não no partido”. É que os partidos nascem de cima para baixo, giram ao redor dos líderes carismáticos. Partidos são fundados como sigla de aluguel. O modo como funciona o sistema presidencialista no Brasil também colabora para a depreciação da

Conselho Editorial

Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer e Beatriz Adamatti

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo

política. O Poder Executivo, ao longo da história, fechou o Congresso Nacional em várias oportunidades. Como desenvolver o gosto pelo Poder Legislativo? Ainda mais que a atitude de certos políticos colabora para a depreciação deste Poder. Entretanto, é preciso defender sempre o Congresso e expurgar, via eleições, os aproveitadores, os corruptos, os ineficientes. O Executivo não pode governar através de Medidas Provisórias. Na escolha de um candidato é preciso verificar seu passado, o comprometimento dele com as lutas por uma sociedade mais justa. O partido a que está ligado também merece ser analisado. Ou seja, é um partido conservador ou preocupado com mudanças? Se o candidato muda de partido com frequência, como acreditar em suas propostas? O que ele defende realmente? As pesquisas apontam a honestidade como primeira opção na escolha de um candidato. Acabou o tempo do “rouba, mas faz”. A administração do dinheiro público exige cuidados redobrados O importante é não anular o voto ou votar em branco. Isso não conduz a nada e permite que um candidato incompetente ganhe a eleição. Cuidados especiais devem ser tomados com os Meios de Comunicação Social. Afinal, eles fabricam um candidato e conseguem “vendê-lo” aos eleitores. É necessário desenvolver o espírito crítico.

Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS

Revisão Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3221.5041 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.


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AMÍLIA &

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OCIEDADE

Casamento e intimidade Deonira L. Viganó La Rosa Terapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia.

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falta de comunicação é uma queixa recorrente entre os parceiros de um casamento que já não mantém sua vitalidade: cada um se fecha e fica esperando que o outro adivinhe o que está acontecendo. E ainda que seja a mulher a parceira que mais pareça empenhar-se para manter a comunicação, a conquista da intimidade e da comunhão é tarefa de homens e mulheres.

Imagem (modificada): José Luís Navarro/sxc.hu

NOTÍCIA

Excelente material sobre a construção da PAZ Deonira L. V. La Rosa

Avós, pais, professores e todos leitores, quero partilhar com vocês um excelente material, com muitas sugestões de textos, cantos, teatros, dobraduras, questionamentos, ... sobre a construção da paz Paz, como se Faz? Semeando cultura de paz nas escolas. Lia Diskin e Laura Gorresio Roizman. 4 ed. — Brasília: UNESCO, Associação Palas Athena, Fundação Vale, 2008. Somos responsáveis pela falta de paz nas ruas, nas comunidades, nas famílias, no mundo, sobretudo se somos cristãos. Paz, para ser vivida, tem de ser construída, dia a dia, nos pequenos atos, de onde germinam as grandes transformações. Paz é para ser realizada, não só idealizada. Paz se faz, não é dada. A educação para a paz é um processo que dura toda nossa vida, permeia todas as idades, seu campo de atuação é por essência complexo e multifacetado. Além de acontecer nas escolas, tem que estar presente em nosso cotidiano: nos meios de comunicação, nas relações pessoais, na organização das instituições, no meio da família. Urge decidirmo-nos a fazer ações cotidianas pela paz. Mesmo em casa, pais e avós podem propor estas atividades. Divulgue o material. Seja propagador da paz. Se desejar este material, posso enviálo por e-mail. É só pedir à deonira@ terra.com.br

O baixo grau de intimidade é um forte elemento entre os responsáveis pelo fracasso da relação homem-mulher. Entretanto, é importante entender que conhecer as preferências do companheiro, fazer projetos juntos, descrever as atividades do dia a dia, estar disponível e procurar satisfação sexual, são somente as primeiras etapas da conquista da intimidade. Um alto nível de intimidade surge somente quando cada parceiro é capaz de comunicar-se aberta e honestamente com o outro, dividindo não apenas o carinho, mas segredos e experiências; quando cada um se mostra ao companheiro como ele é, até mesmo nos defeitos, medos e inseguranças; quando se abre sobre o que realmente o incomoda. Cresce, ainda, quando ambos conseguem pôr na balança suas semelhanças e diferenças, seus erros, acertos e esquisitices, sem medo de perder o reconhecimento, a confiança e o amor do outro. O desafio está em aprender a fazer tudo isso sem agressões e num processo permanente. Processo no qual é importante investir tempo e esforços, já que a intimidade é uma construção, e

não algo que acontece por acaso ou que se recebe por um passe de mágica. Não se está querendo dizer que a individualidade de cada parceiro deva ser bisbilhotada e desrespeitada. Ao contrário, se há intimidade e comunhão no casamento, necessariamente haverá respeito à individualidade de cada um. Muitas vezes, contudo, um dos parceiros revela tão pouco sobre aquilo que está acontecendo, que o outro precisa estar constantemente espionando e testando para ficar orientado sobre quem de verdade é esta pessoa com quem convive, e, possivelmente, descambará para o desrespeito. Percebe-se que intimidade e respeito são dois fatores que se co-produzem. Na medida em que cresce a intimidade, cresce o respeito à individualidade do outro, e quando aumenta o respeito, aumenta a intimidade. O EU e o TU, duas individualidades amadurecidas, são essenciais ao casamento, mas, não são suficientes. A intimidade, a conjugalidade, o NÓS, são tão importantes quanto o EU e o TU.


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A vida é feita de escolhas!

Anjos estressados Carmelita Marroni Abruzzi

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Professora universitária e jornalista

m casal amigo sofreu um acidente de carro que poderia ter sido muito grave pelas circunstâncias, mas que teve como única consequência um pneu estourado.

Narrou o fato ao cardiologista, que disse: "Que trabalho deste ao teu anjo da guarda! Ele deve estar estressado, com um enfarte numa UTI! E agora, o que fazer sem anjo?" Refletindo sobre essa observação, pensei: “é verdade, os anjos da guarda devem andar estressados com tantos excessos cometidos pelos homens!”. No trânsito, então, nem se fala: altas velocidades, desrespeito aos sinais, ultrapassagens imprudentes, trocas de grosserias... Mas excessos não ocorrem apenas no trânsito. Na saúde, por exemplo, quantos abusam da comida, da bebida ou dormem pouco: que trabalho dão a seus “anjos”! Entretanto, ao mesmo tempo, essas pessoas desejam prolongar a juventude, ter saúde, beleza, recorrem a cirurgiões plásticos etc. Porém, não cuidam tão bem da saúde, como fazem com o dinheiro. É o que nos diz o cirurgião plástico Alexandre de Souza (“Estado de São Paulo”, 3/7/10), que mantém, nos Estados Unidos um programa de rádio sobre o assunto, afirmando que é preciso “gerenciar a saúde”, pois a mesma fica comprometida de 10 a 20 anos antes de morrermos, trazendo sofrimento precoce. Isto nos daria mais qualidade de vida, tornando-a mais longa. Além disso, parece que procuramos, por vezes, sem necessidade, situações “estressantes”: a qualquer feriadão corremos para a praia ou serra, desgastamo-nos em congestionamentos intermináveis. Some-se a tudo isto o estresse natural da vida diária, as tentativas de se distribuir o tempo entre as mil e uma atividades do homem moderno, as angústias e correrias para se ter mais, comprar os últimos lançamentos da tecnologia da informática e evitar os saldos negativos e teremos, sim, os “anjos da guarda” pairando acima de nós, estressados também! Será que não seria bom a gente dar uma parada, refletir um pouco sobre nossas correrias e excessos e dar um pouco da folga ao nosso anjo da guarda? (debruzzi@ig.com.br)

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PINIÃO

Adriano Gonçalves Apresentador do programa Revolução Jesus na TV e Rádio Canção Nova

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cada manhã, uma oportunidade de escolher, de começar e até de recomeçar! A tarde vem repleta de escolhas e quando a noite chega surge com ela uma nova oportunidade e necessidade de escolher. É fato: a vida é uma sequência de escolhas. Eu descobri que sempre tenho opções e que, algumas vezes, isto é apenas uma escolha de atitude e de caráter. Jovem sem atitude é qualquer coisa, menos jovem! Neste ano temos a grande oportunidade de escolher. Escolher pessoas que definirão o cenário político, econômico e social do nosso País. E sabe quem tem que escolher estas pessoas? Você, eu... Que “responsa”! O assunto é “tenso”, mas tão necessário! Eleição é uma escolha! É dar a alguém a liberdade para nos representar durante alguns anos. Quem é jovem sabe como é difícil escolher, pois há diante de nós inúmeras possibilidades. Mas jovem que é jovem decide! Faz algo, não fica parado, está sempre em ação. Por isso eleição tem tudo a ver com a gente, uma vez que eleger é escolher!

Para escolher bem vale a pena procurar informação sobre os ideais e os principais projetos dos candidatos. Perceber se verdadeiramente estes ideais estão de acordo com o que acreditamos como católicos, conferir se ele tem ficha limpa e se não andou fazendo atrocidades por aí. Só não dá é para fingir que não temos nada a ver com isso. Edmund Burke, um filosofo inglês do século XVIII, falando sobre a política, já afirmava: “Para o triunfo do mal, basta que os bons não façam nada!” Não dá para virar o rosto para as eleições e dizer que não temos nada a ver com isso. Somos cristãos e o cristão “não quer sua vida igual a tudo o que se vê” por aí. Portanto, não dá para não escolher, uma vez que decidir diz da gente! Quem não escolhe continua nas mãos dos “outros” e permite que os outros façam escolhas por ele. Deixamos de pensar e vamos permitindo que os maus triunfem. Faça alguma coisa! Eleições têm tudo a ver com a gente! A vida é a arte das escolhas, dos sonhos, dos desafios e da ação. Então, vamos agir. Votar e escolher. Fazer bem e promover o bem. Decidir para o triunfo do bem! Eu escolho e você pode escolher!

Pipocas da Vida Rubem Alves Filósofo, educador

"Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento e cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado. Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém. "

Será que alguém viu? Marta Souza

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Escritora

motorista (ou a motorista) saiu rápido do estacionamento e, ao virar à direita, calculou mal a manobra e raspou feio na traseira do automóvel estacionado ali. O motorista (ou a motorista) acelerou mais e partiu, sem querer ver o estrago causado. Um amigo me emprestou o livro “O melhor do mau humor”, de Ruy Castro. Fui lendo a esmo, distraindo-me com as tiradas filosóficas, até que parei nesta: “A consciência é aquela voz interior que nos adverte de que alguém pode estar olhando”. O pensamento era de H.L. Mencken, de quem eu nunca ouvira falar. Ignorância tem conserto, porém, principalmente hoje, com o advento do Google. Assim, cliquei para descobrir quem era o autor da frase que me impactara: Mencken foi um jornalista americano (1880- 1956) que fez escola, como crítico do comportamento social, conseguindo muitos seguidores, Paulo Francis e Ruy Castro entre eles. Esse último, aliás, reuniu as suas frases

mal-humoradas no Livro dos Insultos, que só pelo nome já dá idéia do conteúdo. Google é cultura. Fui clicando e descobrindo mais sobre Mencken, pensador profundo, satírico, inconformado. A tendência é detestar pessoas deste tipo, justamente pelo fato de nos colocarem um espelho à frente, quando menos esperamos. A gente está ali, lendo para se distrair, e leva um soco no estômago. Pronto, agora precisa pensar. Quer dizer que um comportamento só fica errado se alguém estiver olhando? Se ninguém viu a nossa falta, podemos fazer de conta que ela nunca existiu? Deve ser isso o que passa pela cabeça de quem provoca um acidente, por exemplo, e escapa ligeiro, como se pudesse passar uma borracha no acontecido, ao colocar distância dele. A impunidade estará garantida, “se ninguém viu”, e a consciência subordinada à circunstância de alguém ter presenciado ou não, quando ele (ou ela) fez alguma coisa errada ou teve um momento de distração. Antes, passava idoneidade, quando alguém dizia, referindo-

se a qualquer dissabor: “Eu, pelo menos, tenho a consciência tranquila”. Com essa frase, a pessoa garantia “dormir o sono dos justos”, sem problemas de consciência, pela certeza de não haver feito nada errado. Eu mesma falei assim algumas vezes. Agora todo mundo garante “descansar a cabeça no travesseiro com tranquilidade”. Conhecidos salafrários fazem tal afirmação, na maior serenidade. Parei de falar assim. Mas acabo de entender, graças ao recém apresentado Menckel, o mal que atinge a tanta gente: é a síndrome do “será que alguém viu”? Porque, se ninguém viu, dá pra passar batido. A gente finge que não aconteceu, segue a vida numa boa e pode ser que até consiga dormir tranqüilo. O perigo é quando alguém próximo – um funcionário, um filho – presencia a fuga à responsabilidade e aprende a lição. Aí o feitiço vira contra o feiticeiro e ele, em geral, não gosta. Some o dinheiro da carteira, o carro da garagem, tudo pode acontecer, quando lições são aprendidas com os exemplos errados. Afinal, em certas pessoas, a consciência só dói quando alguém vê.


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DUCAÇÃO &

SICOLOGIA

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O voto e as mordomias dos Deputados

Aproximam-se as eleições de três de outubro, urge escolher candidatos para as diversas esferas e funções José Cruz/ABr

Jorge La Rosa

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Professor universitário

scolher, no caso, significa votar. Há pessoas que se queixam da situação nacional e pessoal, mas dizem que não querem saber de política, porque ali estão os corruptos. Tratase de indivíduos que não percebem o nexo entre a situação pessoal, nacional e o fazer político. O momento é decisivo do futuro de todos nós. Votar com critério, escolher pessoas honestas e competentes é obrigação. Melhor ainda se o candidato, além dessas prerrogativas, se dispõe a lutar contra as mordomias e excessos de vantagens que os políticos se outorgaram ao longo do tempo, num processo infindável de legislar em causa própria. Precisamos, no parlamento, de homens e mulheres de elevado senso ético e, ao mesmo tempo, de sensibilidade social para perceber o fosso que os separa do brasileiro; e sintam vergonha diante das mordomias sem limites de que são portadores, e que são pagos pelos trabalhadores cuja média salarial nacional não alcança R$1.100. Será que não sentem constrangimento diante do trabalhador?! - Então, bom seria que candidato de nossa escolha se dispusesse, também neste particular, a levar ética para dentro do parlamento, e deputados e senadores se tornassem, deveras, representantes do povo: quem se sente representado por indivíduo que recebe 14 salários por ano, dispõe de até 15 mil mensais para gasolina e gastos de gabinete, de 60 mil para assessores, de três mil para auxíliomoradia, de 13.300 de cota de passagens aéreas para quem é de Santa Catarina, de cota postal/ telefônica de 4.200, 4 jornais e 1 revista, e outras vantagens não elencadas? Representariam eles o povo? Ou são seus exploradores? Lembro a parábola do Evangelho sobre o rico e o pobre Lázaro: aqui também há ricos que sequer deixam sobras para os Lázaros brasileiros que estão abaixo da linha de pobreza, os analfabetos, os que habitam cortiços e favelas, os obreiros de salário-mínimo. E, que, não obstante, são aqueles que mais pagam suas mordomias. Onde está sua representatividade? Neste particular, no das mordomias, sinto-os como sugadores do povo, sem sensibilidade social.

Desânimo ou esperança?

Não podemos desanimar, o momento é importante.. O eleitor que quiser mais informações pode visitar o site da Câmara dos Deputados (www. camara.gov.br ) e verificar aqueles que utilizam todas as benes-

ses, e os que são sóbrios e minimamente as utilizam, ou sequer o fazem. Aí já temos um primeiro indício do jeito de ser desses homens públicos. É evidente que a questão das mordomias não absorve a ação de parlamentar, nem possivelmente seja seu centro. Mas há questões periféricas que dão a idéia dos homens públicos eleitos, de suas prioridades. Interessante: quando se trata de legislar em causa própria, os parlamentares, de modo geral, estão de acordo, acima das diferenças partidárias e ideologias, com honrosas e já tradicionais exceções. O Evangelho diz que quem quiser ser fiel nas

coisas grandes deve ser fiel nas coisas pequenas, porque se o indivíduo não for fiel no mínimo, como será nas mais importantes? As eleições estão aí, votemos nos melhores, pesquisemos seu passado e peçamos a luz do Senhor. Afinal, não podemos desesperar do ser humano: há os de boa-vontade que labutam por um mundo mais justo! Obs. Você viu as reportagens que a TV Bandeirantes apresentou sobre os políticos na Suécia, no dia 31 de agosto e primeiros dias de setembro, no jornal das 19h15? Solidário traz informações sobre as mesmas na última página desta edição (Brasil, país das mordomias!).


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EMA EM FOCO

16 a 30 de setembro de 2010

Critérios e discernimento ante o atual momento político

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Brasil está vivendo um momento peculiar – oportunidades e dificuldades – na sua história. De um lado, por seu crescimento interno e pelo seu destaque no cenário internacional, por outro, pela continuidade de desigualdades sociais perversas, e pela corrupção que corrói e abrange todas as estruturas e instituições, prejudicando seriamente a credibilidade da classe política.

A Igreja, comprometida com o bem comum e a defesa irrestrita da dignidade e dos direitos humanos, apóia as iniciativas que contribuam para garanti-los a todos e denuncia distorções inaceitáveis presentes em vários programas que, como veremos, ferem os princípios que norteiam a doutrina social cristã. O que está em jogo é uma visão da pessoa humana e da sociedade, solidária com a dignidade de todos, a favor da vida e aberta ao transcendente. Para iluminar este processo eleitoral, a comunidade eclesial –que pela sua universalidade não pode se identificar com interesses particulares, partidários ou de determinado candidato/a - busca oferecer critérios de escolha e discernimento para as pessoas de boa vontade e cidadãos responsáveis. Também deseja que sejam votados candidatos coerentes com a defesa dos princípios éticos e cristãos. Antes de tudo, é necessário “valorizar o voto” que decide a vida pública do País e dos Estados nos próximos anos. O seu é precioso! Não se compra! Nele se manifesta a sua liberdade e a sua decisão. Recentemente obteve-se a vitória do projeto de lei denominado “Ficha Limpa” que por decisão do TSE, se aplicará nestas eleições. Cabe agora vigiar e cuidar para eliminar do pleito aqueles candidatos corruptos que contaminam o cenário político e destroem a democracia.

Os critérios Defesa da dignidade da pessoa humana

O primeiro critério para votar em um candidato é a defesa da dignidade da Pessoa Humana e da Vida em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte. Rejeitam-se veementemente toda forma de violência, bem como qualquer tipo de aborto, de exploração e mercado de menores, de eutanásia e qualquer forma de manipulação genética.

Defesa da família

O segundo critério é a defesa da Família na qual a pessoa cresce e se realiza. Por isso devem ser votados aqueles candidatos que incentivam, com propostas concretas, o desenvolvimento da família segundo o plano de Deus; opõem-se ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, à adoção de crianças por casais homoafetivos, à legalização da prostituição, das drogas e ao tráfico de mulheres.

Liberdade de educação

O terceiro critério é a liberdade de Educação pela qual os pais têm o direito de educar os filhos segundo a visão de vida que eles julguem mais adequada. Isso comporta uma luta pela qualidade da escola pública e pela defesa da escola particular, defendendo o ensino religioso confessional e plural, de acordo com o princípio constitucional da liberdade religiosa, reconhecido também no recente Acordo entre Brasil e Santa Sé.

Solidariedade

O quarto critério é o princípio da solidariedade, segundo o qual o Estado e as famílias devem ter uma particular atenção preferencial pelos po-

bres, àqueles que são excluídos e marginalizados. Deve-se garantir uma cidadania plena para todos/ as, assegurando o pleno exercício dos direitos sociais: trabalho, moradia, saúde, educação e segurança.

Subsidiariedade

O quinto critério é o princípio de subsidiariedade, ou seja, haja autonomia e ação direta participativa dos grupos, associações e famílias fazendo o que podem realizar, sem interferências ou intromissões do Estado. Este deve apoiar e subsidiar, nunca abafar ou sufocar as liberdades e a criatividade das pessoas. Assim elas poderão exercer uma cidadania ativa e gestora.

Cultura da paz

Enfim, diante de uma situação de violência generalizada, os candidatos devem, de forma concreta e decidida, comprometer-se na construção de uma Cultura da Paz em todos os níveis, particularmente na educação e na defesa da infância e da adolescência.

A busca do bem comum

Do ponto de vista prático nas paróquias e em associações e movimentos, se dê grande importância a este momento eleitoral e se realizem debates sempre com vários candidatos de vários partidos, em vista da realização do bem comum.

Sem identificação de candidatos

Durante os eventos promovidos pela diocese ou pelas paróquias nunca devem aparecer faixas, cartazes ou outro tipo de sinais que identifiquem e apóiem os candidatos.

Esperança

O trabalho político, ao qual todos são chamados, cada um segundo a sua maneira de ser, é uma forma de mostrar a incidência do Evangelho na vida concreta, visando à construção de uma sociedade justa, fraterna e equitativa. Em consequência, haverá uma esperança real para tantas pessoas céticas, desnorteadas e confusas com a política atual. É uma grande oportunidade que os católicos e todas as pessoas de boa vontade não podem perder.


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A S ÇÃO

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OLIDÁRIA

Instituto Popular de Arte e Educação: redenção social pela leitura e pela música Abner Pacheco, 15 anos, aluno do ensino médio. Atravessa a Capital todas as quintas-feiras e passa a manhã inteira ensaiando seu violoncelo. “Acordo mais cedo que os outros dias porque é um dia especial. Há um ano venho aqui depois que vi a orquestra tocar no Teatro S. Pedro. Me achei dentro da música erudita. Quero ser músico e realizar-me profissionalmente”. Cristina Pinto, 18 anos, segundo grau concluído. “Moro aqui mesmo, na Lomba do Pinheiro. E, há três anos, participo da orquestra. Farei vestibular na Universidade Federal e formar-me em viola. Será minha vida. Já não sei mais ficar sem tocar e vou atrás do meu sonho”.

A

bner e Cristina são jovens que aproveitam a oportunidade que seus pais não teriam condições de oferecer: são pobres. E se preparam para uma carreira profissional. Assim como eles, outras 180 crianças e adolescentes frequentam a Escola de Música do Instituto Popular de Arte e Educação – IPDAE, localizado na zona leste de Porto Alegre.

O poder transformador da arte

“Aqui ensinamos violoncelo, violino, viola, flautas transversas e flautas doces dos quatro naipes”, explica a professora Fátima Flores, fundadora e diretora do IPDAE, criado há 10 anos “para realizar um sonho antigo, porque sei o quanto a arte e a leitura são capazes de transformar o indivíduo e de redimensionar a vida de alguém. E, com isso, também desviar de outros caminhos numa região de vulnerabilidade como aqui nas diversas vilas que se formaram ao longo da Estrada do Remião. Num contexto sócio-econômico deste que nós estamos inseridos, o IPDAE é a possibilidade de inclusão social e cultural. Na medida que possibilita o acesso ao conhecimento, ao livro e à música, está abrindo outras portas para o indivíduo”.

O início

“Dando aula (é professora de literatura), percebi que a leitura, propriamente dita, e as artes, tinham um grande potencial de redirecionar o indivíduo, especialmente o adolescente. Comecei a reunir um grupo de pessoas. E, em 1998, acabamos parando na parada 16, da Lomba do Pinheiro por indicação de amigos, por ser uma região cuja população já está vocacionada para o trabalho comunitário. Fomos muito bem amparados por várias famílias. Um ano depois, alugamos uma casa, em parceria com o comitê dos funcionários da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.”

Biblioteca Leverdógil de Freitas

“Leoverdógil de Freitas foi convidado para ser integrante do Conselho e ajudou a consolidar o estatuto. Após o seu falecimento, o homenageamos com o nome da biblioteca do IPDAE, hoje com 40 mil livros e três mil sócios leitores e retirada mensal de mais de 1.500 livros. A Escola de Música surgiu há quatro anos, dirigida por Rosângela dos Santos, violinista na Orquestra de Câmara do Teatro S. Pedro. “A criança ou adolescente estuda oito anos. Aqui ela é formada a partir de uma proposta muito mais ética e também musical. Os requisitos são: estar bem na escola e ter o engajamento dos pais. Quando sair daqui, além de musicista, será um cidadão diferenciado”.

digo, estamos precisando de instrumentos. Também participamos de projetos sociais e editais. E por fim, mas não por último, temos dezenas de voluntários, que dão horas e turnos semanais de trabalho para o funcionamento do IPDAE.

Museu

Funciona na Parada Seis da Estrada em casa doada pela Família Remião. No mesmo espaço também está uma unidade da biblioteca. “Trabalhamos em três linhas básicas: leitura, (acesso ao conhecimento), da educação continuada (que é a música) e educação patrimonial (que é o resgate da história que é o museu). O museu organiza oficinas de resgate e respeito ao bairro, à comunidade e ao patrimônio material e imaterial”, diz Fátima.

Voluntariado

Quem sustenta todas essas iniciativas, que incluem uma estrutura com 14 funcionários contratados para dar aula e assumir coordenações? “Nada cobramos dos alunos: apenas a doação simbólica de material de limpeza como contrapartida para manter limpos os espaços que eles mesmos ocupam. Isso cria corresponsabilidade. Os 110 instrumentos foram todos doados e são emprestados em comodato aos alunos depois de três meses se ele demonstrou que é responsável, que não falta às aulas, se está em dia com suas ‘mensalidades’, se a família está engajada. Temos um pool de associados e muitos doadores. Muita gente liga no fim do ano perguntando o que ‘vocês querem’. Eu sempre

SERVIÇO IPDAE – Instituto Popular de Arte e Educação, organização sem fins econômicos, fundada em abril de 1998. Estrada João de Oliveira Remião, 7193 Parada 18 | Bairro Lomba do Pinheiro - Porto Alegre | RS | Brasil | Fone (51) 3336.3713 |www ipdae.org e-mai: ipedae @ipdae.org Atividades: Biblioteca Leverdógil de Freitas, sendo uma biblioteca central e duas sub-sedes, Escola de Música, Museu Comunitário da Lomba do Pinheiro e Memorial da Família Remião, oficinas de Contação de Estórias, Oficina de Leitura, Gincana da Leitura, Leitores do Ano, Curso de Xadrez, Varal da Poesia e Concurso de Contos.


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Pessoas que não fazem nada são infelizes, diz pesquisa Ocupar o tempo com um emprego ou afazeres pode ser a felicidade da vida Quem não gosta de uma folginha? Ela dá até um prazer incomparável e aproxima da felicidade. Mas o repouso em excesso pode apontar para o contrário. Um estudo da Universidade de Chicago, EUA, indica que as pessoas com tarefas diárias, mesmo que maçantes, podem ser mais felizes do que aquelas que simplesmente não fazem nada. “As pessoas, no mundo todo, estão sempre fazendo algo, vivendo, ganhando dinheiro, fama, ajudando os outros no final de semana. Mas é provável que nós não façamos isso apenas por necessidade: as pessoas têm excesso de energia e evitar fazer nada pode ser algo inerente ao ser humano”, pondera Chris-

topher Hsee, pesquisador que, junto com Liangyan Wang, da Universidade de Shangai, na China, estudou o nível de felicidade que tarefas diárias trazem para os indivíduos. Os voluntários da pesquisa tiveram que preencher dois questionários sobre seu humor.

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JOSY M. WERLANG ZANETTE CRP-07/15.236 Avaliação psicológica

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ABER VIVER

Um deles era feito em grupo em um local e o segundo podia ser preenchido no mesmo local ou em outro prédio, sendo necessário certo “trabalho” de logística para chegar ao destino. Mas quem respondesse imediatamente ou se deslocasse até um novo local, era recompensado. Para o pesquisador, aqueles que optavam por se deslocar (o que necessitava um trabalho mínimo de planejamento) mostravam um nível de felicidade maior do que aqueles que haviam completado as tarefas no mesmo local. O número de voluntários também aumentava quando as recompensas eram similares, mas não idênticas: um objetivo que também indicava algum nível de trabalho – no caso intelectual – envolvendo o exercício do poder de decisão. No entendimento dos especialistas, os indivíduos que escolhiam se ocuparem de alguma maneira, provavelmente, optou por isso porque as fazia mais felizes. “Mecanismos e estratégias que ocupem as pessoas de alguma maneira – não necessariamente trabalhando mais ou ficando mais horas no escritório – podem ser bastante benéficos para diminuir os níveis de depressão em algumas pessoas”, aponta Hsee. “O trabalho e as tarefas diárias dão às pessoas o sentimento de realização pessoal e profissional que os ajudam a construir e manter sua identidade perante si mesmo e ante a sociedade. Pessoas ociosas tendem a ficar mais ansiosas e o que pode desencadear alguns transtornos que não contribuem em nada para a felicidade”, opina a tutora do Portal Educação, psicóloga Denise Marcon. (Fonte: SIS Saúde Notícias / Portal Educação)

Dicas de

NUTRIÇÃO Dr. Varo Duarte

Médico nutrólogo e endocrinologista

Dicas de nutrição 2 Os nutrientes são substâncias componentes dos diversos alimentos, denominados de Proteínas. Carboidratos, Lipídios, Vitaminas, Sais Minerais, Água e Oxigênio, indispensáveis ao nosso organismo. Vamos iniciar pelas proteínas. Vou falar das proteínas, Valiosos elementos Que todo dia nos chegam Através dos alimentos. Pois é o elemento básico Que domina o corpo inteiro. Dois terços de nosso corpo São de água constituídos, Sendo o terço, então, restante, Pelos demais dividido. Pois deste terço sem água O extrato seco total, Quase que um terço do mesmo É proteína animal. São elas constituídas Por ácidos-aminados; Pouco mais de vinte e cinco, Uns aos outros bem ligados. Cada animal tem a sua Proteína diferente, Podendo causar um choque, No organismo de um vivente. (Vejam como está na moda, atualmente, determinar o DNA, uma proteína exclusiva de um indivíduo, para comprovar sua identidade) Nós devemos recebê-las Nas refeições, diariamente, De fontes as mais diversas, Em taxas suficientes. O gado, o porco, a galinha, Ovos, peixe, camarão, Fornecem as proteínas Da nossa alimentação. Também no leite e no queijo, Alimentos principais, Se encontram as proteínas De que precisamos mais. Além destas proteínas Que são de origem animal, Utilizamos também, As de origem vegetal. O arroz, o feijão, o milho, Como os demais cereais, São fontes de proteínas Que os pobres ingerem mais. Há uma grande diferença O que nos parece lógico, Entre as duas proteínas Em seu valor biológico. As que vem dos vegetais, De origem bem diferente, São pior absorvidas Pelo organismo da gente.

Em nosso próximo artigo reproduziremos o que escrevemos em nosso livro ALIMENTOS FUNCIONAIS, da Editora Artes e Ofícios, sobre o valor biológico de uma proteína (páginas 19 a 23).

Tabagismo é mais uma questão de hábito que de vício O tabagismo pode ser mais uma questão de hábito do que de dependência química, segundo especialistas da Universidade de Tel Aviv, em Israel. Em artigo publicado no Journal of Abnormal Psychology, os pesquisadores destacam que os resultados de um estudo com comissários de bordo indicam

por que, para muitos fumantes, o uso de adesivos ou gomas de mascar de nicotina não é eficaz para largar o cigarro, mas programas de cessação do tabagismo com terapia psicológica podem ser bem sucedidos para esses fumantes. Monitorando os níveis fissura - ou vontade urgente de fumar - de comissários de bordo durante voos com duração de 10 a 13 horas e em voos de três a cinco horas, os pesquisadores descobriram que o tempo dentro do avião não tinha impacto significativo na “necessidade” de fumar. Na realidade, segundo os autores, os níveis de fissura eram até maiores após voos mais curtos, comparados àqueles das viagens com maior duração. Baseados nos resultados, os pesquisadores concluíram que a intensidade da fissura por cigarros está mais relacionada a elementos psicossociais do que com efeitos fisiológicos da nicotina. “Esses resultados podem não ser populares na defesa da teoria da dependência da nicotina, porque eles minam o papel fisiológico da nicotina e enfatiza a importância da mente quando o assunto é tabagismo”, explicou o pesquisador Reuvan Dar, líder do estudo. (Fonte: site Boa Saúde / Journal of Abnormal Psychology)


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SPAÇO LIVRE

Colégio Bom Jesus Sévigné completou 110 anos

RIR ÉreO médio melhor

Fundado em 1º de setembro de 1900 pela madame francesa Emmeline Courteilh (esposa do agente consular da França em Porto Alegre, Octave Courteilh), o Colégio Bom Jesus Sevigné comemorou recentemente 110 anos de atividades na capital gaúcha. O nome da instituição foi uma homenagem à escritora francesa Marie de Rabutin-Chantal, a Marquesa de Sévigné - uma das mentes mais brilhantes do século XVII, na França. A instituição foi a primeira escola de Porto Alegre a oferecer Educação Infantil, mantendo, desde 1931, turmas mistas de Jardim de Infância. Em 2008, o Colégio Sévigné passou a compor a Rede Educacional São José e, em 2009, foi incorporado definitivamente ao Grupo Bom Jesus - instituição educacional que atua há mais de 100 anos no Brasil, trabalhando com base nos princípios franciscanos. A marca Bom Jesus trouxe a qualidade aplicada na renovação de métodos educacionais e na utilização de novos equipamentos, garantindo aos alunos todas as características do padrão do grupo que hoje atua em 5 estados brasileiros e atende mais de 40 mil alunos. Atualmente, quase 500 alunos, da Educação Infantil ao Ensino Médio do Bom Jesus Sévigné, contam com uma estrutura moderna e diferenciada de mais de 17 mil metros quadrados no centro de Porto Alegre. Segundo a gestora Miriam Lourdes Zanatta, a unidade prima pela excelência pedagógica, pelo tratamento individualizado e pela aproximação entre família e escola. Os laboratórios de Química, Física, Biologia e Informática, com estrutura privilegiada e equipamentos modernos, proporcionam à equipe docente e aos alunos a possibilidade de demonstrar e constatar na prática os conceitos aprendidos em sala de aula. A preparação para o vestibular também merece destaque, com altos índices de aprovação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

LÓGICA O garoto apanhou da vizinha, e a mãe, furiosa, foi tomar satisfação: - Por que a senhora bateu no meu filho? - Ele foi mal-educado, e me chamou de gorda. - E a senhora acha que vai emagrecer batendo nele?

DIVISÃO DE BENS Dois amigos se encontram depois de muitos anos. - Casei, separei e já fizemos a partilha dos bens. - E as crianças? - O juiz decidiu que ficariam com aquele que mais bens recebeu. - Então ficaram com a mãe?

Retiro em São Leopoldo

- Não, ficaram com nosso advogado.

REGIME DE EMAGRECIMENTO - Doutor, como eu faço para emagrecer ?

O serviço da Igreja Católica Oficinas de Oração e Vida está convidando para o Retiro espiritual Encontro de Experiência de Deus, a ocorrer de 17 a 22 de setembro corrente. O local será o CECREI (Centro de Espiritualidade Cristo Rei) na cidade de São Leopoldo. Trata-se de um retiro de silêncio, intercalado de palestras e meditações. A intenção do retiro é evangelizar com um método escrito e fundado pelo Frei Ignacio Larragana, capuchinho nascido na Espanha mas radicado há muitos anos no Chile. Ele é autor de diversos livros, tais como Mostra-me teu rosto, O silencio de Maria, O Irmão de Assis, A arte de ser feliz, Suba comigo, A rosa e o fogo e muitos outros. A casa fornece quartos individuais com roupa de cama e banho. Preço: R$ 275,00, incluidas todas as refeições. O convite é para todas as pessoas interessadas em ficar perto de Deus. Mais informações com Isabel Kalil pelos fones 3248.2536 ou 8414-6562.

- Basta a senhora mover a cabeça da esquerda para direita e da direita para esquerda. - Quantas vezes, doutor ? - Todas as vezes que lhe oferecerem comida.

Lauro Quadros - 19/09 Jorge Lopez - 21/09

LIVRARIA PADRE REUS Adquira o lançamento da nova edição de cantos e orações do Apostolado da Oração, Cantos e Orações. Também está disponível o Catecismo do Apostolado da Oração Livro da Família e Familienkalender: vendas a partir de 15/09/2010 Rua Duque de Caxias, 805 - 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51)3224-0250 - Fax: (51)3228.1880 livrariareus@livrariareus.com.br livrariareus.com.br

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Vamos conversar

oticia de 31 de julho último, procedente de Quito, capital do Equador, onde se encerrava a reunião da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), informava que o comandante das Forças Revolucionárias da Colômbia (FARC), Alfonso Cano, reiterara na véspera que o grupo insurgente estava disposto a dialogar com o novo governo colombiano. Em três vídeos, cada um com entre 11 e 12 minutos, divulgados num site na internet da revista Resistência, das FARC, Cano disse que no grupo insurgente “todos os guerrilheiros sabem, desde 1964, que defendemos a necessidade de conversar para dar saídas políticas a situações que estão gerando os conflitos armados”. “Então, o que estamos pedindo hoje novamente é: vamos conversar”, disse Cano falando sentado. A mensagem de Cano foi endereçada ao presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, à Colômbia e aos 12 países integrantes da UNASUL. Segundo ele, entre os temas que precisam ser conversados estão a devolução de terras aos camponeses, o respeito aos direitos humanos na Colômbia, o modelo de desenvolvimento econômico e político que o país adotou e o acordo de cooperação militar que o presidente Álvaro Uribe assinou com os Estados Unidos no final do ano passado. Cano disse que o acordo com os EUA é “indigno”. Mais adiante, Cano acrescentou que “desejamos que o governo que toma posse reflexione e não engane ao país dizendo que as guerrilhas acabaram e chegaram ao fim. “Isso é absurdo, não é a verdade. Amanhã, pode acontecer qualquer coisa nessas confrontações, mas hoje estamos aqui e as coisas que levaram ao conflito estão aí. Outros tomarão nossas posições e empunharão as armas”, assegurou Cano. Cinco dias após a posse de Juan Santos, em que o novo presidente discursou defendendo o diálogo, uma explosão em Bogotá resultou em nove feridos. A Caracol, um dos grandes grupos de rádio e TV privados da Colômbia, caracterizado pelos programas de informação e opinião, foi alvo do atentado. Quando os jornalistas, às 5h30min da manhã, se preparavam para dar início ao telejornal, parte do estúdio veio abaixo com a detonação de 50 kilos de explosivos. O prédio teve de ser evacuado imediatamente. “Vamos continuar combatendo o terrorismo com tudo que temos ao nosso alcance”, afirmou o presidente Juan Manuel Santos, que foi ministro da Defesa do ex-presidente Álvaro Uribe. Hugo Chávez, declarou “repudiar de forma mais enérgica possível” o atentado, definido por ele, como ato terrorista contra o “povo irmão da Colômbia e seu fervoroso desejo de viver em paz”. O pedido para conversar parece que foi esquecido.

Ao assinante leitor Você, assinante leitor, é o sujeito de nosso trabalho e dedicação para oferecer-lhe um jornal de conteúdo que possa ajudá-lo e a seus familiares na caminhada rumo à casa do Pai. Jornais, companhias jornalísticas existem muitos que visam justamente seus lucros; Solidário - O Jornal da Família visa unicamente seu bem espiritual, e trabalha na construção de um mundo mais humano e cristão, com menos contrastes sociais, menos violência e mais paz. Continue nos apoiando para que possamos levar avante esta obra; ao receber o boleto bancário, renove a assinatura, faça este gesto de boa vontade. A Direção


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GREJA &

CATEQUESE ria Solidá

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COMUNIDADE

2000 anos de

TURBULÊNCIAS

Solidário

LITÚRGICO

PARTE X

E a catequese, como vai? Mario Antonio Betiato

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PUC - Paraná

dinamicidade é, sem dúvida, uma das características mais marcantes do mundo atual. É "movimento” o nome da nova ordem. A bem da verdade, a realidade nunca foi estática, porém, nunca foi tão dinâmica quanto agora. Considerando este pressuposto, o catequista, determinantemente, deverá estar atento às novas perguntas para poder elaborar novas e eficazes respostas. Do contrário, ele corre o risco de continuar dando respostas velhas e ineficazes para perguntas novas. Daí, no universo da pastoral e da catequese, a necessidade de prestar ouvidos para os clamores da rua, da realidade dos sujeitos, para que, tanto do ponto de vista dos conceitos, quanto da metodologia, as respostas sejam adequadas ao novo paradigma. De outro modo, não haverá eco, será apenas formalidade, cumprimento de uma tarefa sem missão, um “dar conta” do dever institucional, sem o desafio cristão de alcançar a essência evangelizadora proposta pelo mestre Jesus Cristo.

O pós-moderno e o eterno

E no caso da catequese, a verdade sobre o mistério cristão teima em não se deixar aprisionar pelos conceitos racionalistas, nem pela exegese, nem nas doutrinas e formulações que procuram reduzir o mistério ao raciocínio lógico. Vivemos numa crise que aponta para um retorno à valorização das eternas perguntas fundamentais da existência: Quem somos? O que é a verdade? Para onde vamos? Qual o sentido de tudo o que temos, fazemos e somos? Essas e outras perguntas são as que mais fazem sentido e são exatamente essas que a catequese e a pastoral têm mais dificuldades em responder. Os catequizandos têm sede de Deus, do mistério pascal, e os catequistas, por vezes, fartos de exegese e doutrina, são incapazes de provocar encantamento, com suas formulações acabadas, e buscam mais formulações ainda. É a ditadura dos conceitos e a incapacidade de perceber que as perguntas mudaram.

Os últimos suspiros de uma catequese “moderna”

Chamo de catequese “moderna” aquela concepção ainda tridentina, de reafirmar os tratados teológicos, de memorização de documentos eclesiásticos, de especulação exegética, sem atingir o endereço certo: o “coração” do catequizando. Temo que a aplicabilidade que muitos teólogos fazem do Concilio Vaticano II, pouco tem de diferente do catecismo pré-conciliar de perguntas e respostas. Mudou o assunto, mas o raciocínio é semelhante. É a predominância do método dedutivo, que parte do geral, da doutrina, dos enunciados da fé, esperando que isso produza conversões. Sem ser excludente, o universo pós-moderno reclama o método indutivo, isto é, a reflexão deverá partir do particular, da experiência e inquietações do catequizando, para, a partir delas, num segundo momento, confrontar com as verdades fundamentais da teologia ou da doutrina. A pessoa, na sua realidade, nas suas circunstâncias é que deverá se tornar o referencial para o que vem depois. “O método indutivo não exclui, antes, exige o método dedutivo, que explica e descreve os fatos, a partir de suas causas. Mas a síntese dedutiva terá pleno valor somente quando tiver sido realizado o processo indutivo”.

Solidão dos monges marca a vida da Igreja

Q

uando se fala em monges, a primeira idéia é de que se trata de gente que foge do mundo, busca uma vida contemplativa e mergulha na solidão. Este novo modelo de vida na Igreja nasceu no século IV. Alguns cristãos deixaram a cidade para morar em pleno deserto. O lugar preferido foi Tebaida, uma região do Egito, cuja capital era Tebas. Normalmente habitavam cavernas, renunciando todo o conforto e vaidade. O grande exemplo dessa gente foi João Batista, sendo chamados também de anacoretas ou eremitas. O primeiro foi São Paulo de Tebas (229-342), e Santo Antão (250-356), que passou à história como o “pai dos monges”. Pouco a pouco, a solidão total foi substituída por uma parcial vida comunitária, onde os monges ficavam horas em solidão e horas em vida comunitária. A vida nos mosteiros incluiu, igualmente, o trabalho que, com São Bento se institucionalizou através do seu famoso lema “Ora et labora”, isto é, Reza e trabalha. Antes de São Bento, porém, outros tentaram reunir os monges em mosteiros. Entre eles, os mais conhecidos foram São Pacômio (290-346), que reuniu homens e mulheres em mosteiros separados, em 318; São Pacômio; São Macário (335); São Basílio (358), que redigiu regras do Monacato para o Oriente; e, finalmente, São Bento, que trouxe a vida monacal para o Ocidente. Esses monges, durante séculos, foram conselheiros de padres, bispos e até papas, pois acreditava-se que na solidão e na oração eles recebiam maior sabedoria de Deus. Muitos desses monges pertenciam a famílias nobres e ricas, distribuindo seus bens à Igreja ou aos pobres, seguindo o conselho de Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, depois vem e segue-me” (Mat. 19,21). Santo Antão, chamado o “Pai dos Monges”, foi a principal referência da vida monástica. Oriundo da família rica e piedosa, nasceu em Coma, às margens do Rio Nilo (Egito), em 250. Doou sua fortuna aos pobres e foi morar num túmulo abandonado perto de Afroditópolis (Egito). Ficou ali por 20 anos, indo depois para Alexandria, a fim de socorrer os cristãos perseguidos pelo imperador Maximino Daia. Em seguida, transferiu-se para o deserto junto ao Mar Vermelho. A pedido de Santo Atanásio, em 335, voltou a Alexandria para ajudar no combate à heresia ariana. Fazia uma única refeição por dia, passando, às vezes, vários dias em jejum. Seu alimento era pão e água. Dormia sobre o chão duro. Algumas máximas dele: ”O monge é como um peixe: este morre, saindo da água; aquele morre, deixando a solidão”; “O vigor da alma aumenta quando os prazeres do corpo diminuem”, “Um olhar impuro basta para abrir as portas do inferno” etc. Estas idéias e outras de Santo Antão, reforçaram o ideal celibatário na Igreja, especialmente entre os clérigos nos séculos posteriores... (CA/Pesquisa).

19 de setembro – 25o Domingo do Tempo Comum (verde)

1a leitura: Livro do Profeta Amós (Am) 8,4-7 Salmo 112 (113) 1-2.4-6.7-8 (R/.1a e 7b) 2a leitura: 1a Carta de S. Paulo a Timóteo (1Tm) 2,1-8 Evangelho: Lucas (Lc) 16,1-13 NB.: Para uma melhor compreensão dos comentários litúrgicos é fundamental que se leia, antes, o respectivo texto bíblico. Comentário: O texto de Lucas deste domingo nos remete à Campanha da Fraternidade deste ano: Ninguém pode servir a dois senhores; porque, ou odiará a um e amará a outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro (16,13). O “senhor dinheiro”, aqui, é o símbolo de tudo o que não é bom, não é justo, não é honesto, não é de Deus e é, também, a síntese dos bens terrenos. O dinheiro e os bens terrenos, num sentido moral ou ético, não são nem bons, nem maus; tudo depende de como eles são usados. O dinheiro é uma moeda de troca, uma convenção social, para facilitar a vida e as relações da gente. Quanto aos bens terrenos, eles, em si, são bons e, muitos deles, um valor justo e necessário para a vida. Mas há os que transformam o dinheiro e os “bens deste mundo” no seu deus e num valor absoluto. A este deus sacrificam amizades, honestidade, justiça, saúde... a vida. Este é o sentido desta palavra de Jesus: não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Há situações na vida que são incompatíveis, excludentes, em que é preciso optar e escolher entre o que é do Senhor Deus e o que é do “senhor dinheiro”. A sociedade do consumo dá ênfase e coloca no centro de nossas escolhas os bens terrenos, o “dinheiro”, e facilmente podemos deixar-nos levar por aquilo que o “deus mercado” anuncia como um bem necessário para ser feliz. Podemos cair nesta “tentação”, transformar estes bens no nosso deus e servi-lo incondicionalmente, acreditando que o dinheiro nos traz a felicidade. Optar por Deus é sempre optar pela justiça, pelo amor solidário, pelo perdão, pela vida. É optar pela liberdade de filhos e filhas do Deus-amor, é optar pela verdadeira felicidade.

26 de setembro – 26o Domingo do Tempo Comum (verde)

1a leitura: Livro do Profeta Amós (Am) 6,1a.4-7 Salmo 145 (146), 7.8-9a.9bc-10 (R/.1b) 2a leitura: 1a Carta de S. Paulo a Timóteo (1Tm) 6,11-16 Evangelho: Lucas (Lc) 16,19-31 Comentário: A parábola do rico Epulão e do pobre Lázaro é paradigmática. A história que Jesus conta nos traz dois personagens, com destinos diferentes nesta vida e absolutamente diferentes na outra. A chave de leitura está no hipotético diálogo entre o rico e Abraão. O rico, que gozara de todos os bens em vida, sofre o inferno da separação do Bem e pede a Abraão que o alivie dos seus tormentos. Mais: que mande Lázaro aos seus parentes para preveni-los do que lhes poderá acontecer se não mudarem de vida e não tiverem o coração aberto aos empobrecidos e desamparados. E Abraão é claro: Há um imenso abismo entre nós; por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para ali nem dali para aqui (16,26). O abismo que o rico criara entre ele e o pobre Lázaro continua na nova dimensão da vida, mas com realidades invertidas: agora é Lazaro que goza do sumo Bem, que é bem-aventurado, que é feliz, enquanto o rico sofre o que Lázaro havia sofrido em vida: o esquecimento, a marginalização do banquete da vida, o desprezo, o sofrimento de saber-se nas “trevas exteriores”, infeliz. A mensagem é clara, vale para o rico da parábola da história de Jesus, vale para todos nós, hoje: é aqui, nesta vida e nesta terra, a nossa oportunidade para criar abismos ou construir pontes. Criamos abismos quando nos preocupamos apenas com nossas coisas, em acumular bens, em gozar a vida, em fazer faustosos e luxuosos banquetes, e não temos lugar, nem atenção, nem ao menos respeito com os muitos empobrecidos que Deus coloca em nossa vida. Os outros, especialmente “estes mais pequeninos”, estes mais necessitados, são nossas pontes... são nossa oportunidade de salvação, de bem-aventurança, de felicidade, um dia, na Casa do Pai. (attilio@ livrariareus.com.br)


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SPAÇO DA

ANEC RS discute ampliação para 9 anos do Ensino Fundamental A Associação Nacional de Educação do Rio Grande do Sul (ANEC-RS) promoveu no último dia 27, em sua sede, o Encontro Estadual para discutir “Ensino Fundamental ampliado para nove anos: as adequações necessárias”. O evento teve por objetivos: refletir sobre a contextualização da mudança no Ensino Fundamental prevendo a ação e a atuação do orientador e supervisor educacional, além de prever estratégias de trabalho necessárias à atuação dos supervisores e orientadores educacionais e contribuir para uma atuação profissional inovador neste âmbito.

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RQUIDIOCESE Coordenação: Pe. César Leandro Padilha Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos com a jornalista Cynara Baum pelo e-mail cynarabaum@gmail.com ou fone (51)32286199. Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa

A ANEC-RS também convida os integrantes das Equipes, Setores e Serviços de Pastoral Escolar do RS, a participarem do Encontro Estadual de Pastoral Escolar, que terá como tema “Escola em pastoral na prática: metodologia e planejamento”. O evento será realizado no dia 6 de outubro de 2010, na Sede da ANEC-RS, em Porto Alegre. Para acompanhar mais informações a respeito, basta acessar a página abaixo: http://sites.google.com/a/anec.org. br/anec-rs/escola-em-pastoral-na-praticametodologia-e-planejamento ou entrar em contato pelo telefone (51) 3225.1837 ou e-mail coordenador@anec.org.br.

Paróquia Universitária realiza missa aos domingos A Paróquia Universitária São Lucas Evangelista, fundada em 24 de abril de 2003, tem como pároco o Pe. Manoel Augusto Santos, desde o dia 11 de junho deste ano. A missa é celebrada sempre aos domingos, às 10h, na Igreja São José, localizada na Av. Alberto Bins, 467, Centro de Porto Alegre. “É uma paróquia pessoal, ou seja, podem participar alunos e ex-alunos, professores e ex-professores, funcionários e ex-funcionários das instituições de ensino superior, bem como seus familiares e

Fazenda Chaleira Preta, local do acampamento

amigos”, convida o Pe. Manoel. Para conhecer mais sobre a Paróquia, basta acessar o site www.paroquiauniversitaria.com.br. Nele estão disponíveis agenda de atividades, artigos, vídeos e links que remetem a outros sites católicos.

Arcebispo comemorou aniversário a 7 de setembro

Aniversário natalício de Dom Dadeus Grings

Foi comemorado no dia 7 de setembro o aniversário natalício do arcebispo metropolitano, Dom Dadeus Grings. Durante o dia ocorreram dois momentos de celebração e confraternização. Ainda na parte da manhã, 160 pessoas participaram do almoço comemorativo realizado na Cripta da Catedral, que contou com a presença de mais de 30 padres. O presidente do Conselho Pastoral Paroquial da Catedral Madre de Deus, Mateus Chisini, realizou uma homenagem e entregou um presente em nome da comunidade da Catedral.

Na parte da tarde, ocorreu a celebração eucarística, às 18h30min, com presença de inúmeros fiéis e 45 padres de diversas paróquias e comunidades pertencentes à Arquidiocese de Porto Alegre e demais localidades do Rio Grande do Sul. O padre Gustavo Hass, pároco da Catedral, celebrou a missa e dirigiu algumas palavras em homenagem a Dom Dadeus. Ele lembrou que “foi um momento muito participativo de nossa comunidade e muito bonito. Fiquei emocionado com o carinho das pessoas”.

Acampamento de Porto Alegre

De 18 a 20 de setembro ocorrerá o Acampamento de Porto Alegre que integra natureza, música, partilha e oração. É um serviço promovido por jovens católicos de diversas paróquias em sintonia com a Pastoral da Juventude, que há 17 anos promove um encontro para pessoas acima de 18 anos que se interessam em viver um tempo longe da rotina e buscam pensar sobre a vida. O acampamento será realizado na Fazenda Chaleira Preta, um local belo e tranquilo, situado no município de Montenegro. A proposta é oferecer ao campista um encontro consigo mesmo,

com o próximo e com Deus. A metodologia é diferente de um retiro convencional, pois conta com uma programação dinâmica e ao ar livre. Quem já passou por lá, vai lembrar do clima de alegria, respeito e solidariedade, que é a marca do encontro. A direção espiritual é do Pe. Eduardo Moesch. As inscrições podem ser realizadas pelo site www.acampspoa.com.br, através do e-mail acampspoa@acampspoa. com.br, ou pelo telefone (51) 9807.4287, com Paula. Está disponível no link http:// www.youtube.com/watch?v=dYqxCZfRBc o vídeo-convite do acampamento.

Trintena a Santa Teresinha

Palestra Leitura Orante da Palavra

A Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus iniciou sua trintena em preparação à festa 2010, no dia 1º de setembro, com a celebração de uma missa em louvor a Santa Teresinha. Os fiéis que participaram da celebração receberam uma rosa benta, uma vela especial e uma belíssima oração. Em casa, com sua família, a cada dia do mês de setembro, você acende a vela e reza a oração, pedindo a presença de Deus no seu lar e se preparando juntamente com sua família para a festa da padroeira. A Paróquia Santa Teresinha fica localizada na Ramiro Barcelos, 386. Para mais informações é só entrar em contato pelo fone (51) 3225.5542, ou acessar o site www.santateresinhapoa.org.

A Pastoral Litúrgica do Vicariato de Porto Alegre promove um encontro de formação sobre o Lectio Divina. Será realizado no dia 25 de setembro, das 8h30min às 11h, com a presença do arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, que irá ministrar a palestra Leitura Orante da Palavra. O encontro será realizado no Centro de Pastoral, na Praça Mons. Emílio Lottermann, 96, Porto Alegre. O investimento é de R$ 8,00, e é indispensável levar sua bíblia. As inscrições serão feitas no dia e no local. Para mais informações é só entrar em contato através do fone (51) 3222.3988

Arquidiocese prepara novo site Será lançado ainda no mês de setembro o novo site da Arquidiocese de Porto Alegre. A equipe da Pastoral da Comunicação, em conjunto com uma comissão formada por bispo, padres e diáconos, especialmente para pensar no novo canal de comunicação, vem se reunindo durante os últimos meses. A ideia é lançar um canal interativo e com conteúdo de qualidade, onde todos possam buscar informações atuais, agenda de atividades e formação espiritual. Para

o mês de dezembro deste ano, o site será transformado em portal, onde as paróquias e comunidades terão seu espaço dentro do site. Lá, cada pároco e sua equipe será encarregada de atualizar e manter sua página atualizada. Outra inovação será a newsletter, um boletim eletrônico que será elaborado e enviado semanalmente para quem realizar o cadastro no site. Acessem www.arquidiocesepoa.org.br.


Porto Alegre, 16 a 30 de setembro de 2010

Brasil, país das mordomias!

I

nfelizmente, o Brasil é um campeão quando o assunto é mordomia para os assim chamados homens públicos, especialmente os parlamentares nos diversos níveis. Rede nacional de televisão mostrou, recentemente, como são as ‘mordomias’ dos deputados no Parlamento na Suécia: seus salários, apartamentos funcionais e infra-estrutura. Deu gosto de ver! Na Suécia, deputados estaduais e vereadores não têm salários, não têm direito a gabinete, trabalham em casa. Deputados federais recebem salário correspondente a R$ 13 mil, não têm direito à verba indenizatória, nem cota de passagens (lá não ocorre “farra de passagens”). Não têm direito à impunidade garantida pelo cargo, nem foro privilegiado. Os apartamentos funcionais não excedem 30m2. País desenvolvido é outra coisa! E, no Brasil, quando as coisas vão mudar? Quem sabe, quando o povo tiver mais educação e reagir contra os privilégios, através de passeatas, protestos, projetos de lei de iniciativa popular, a exemplo da “ficha limpa”, plebiscito. Quem sabe, quando os políticos evoluírem para um mais elevado senso ético e sentirem vergonha diante do povo cuja média salarial não alcança R$ 1.100. Nesse dia, teremos outro Brasil!

Senado: necessário ou supérfluo? Na edição 568, o Solidário estampou os gastos do Senado brasileiro. E convidou os leitores a se pronunciarem. Eis algumas respostas: “Perfeitamente desnecessário. Além do salário nababesco, os senadores – como também os deputados – usufruem de privilégios vergonhosos, se não insultantes: semana de dois ou três dias, auxílio-moradia, verbas especiais, mordomias, diárias, viagens ao exterior e às bases, “serviços” de uma multidão de assessores e funcionários, etc. Sinceramente, se o Brasil de fato necessitasse do sistema bicameral (não vejo razão para isso), poderia reduzir-se o número de seus integrantes à metade, sem prejuízo, desde que realmente cumprissem seus deveres: pouparse-ia boa soma, que seria melhor empregada na educação, na saúde e na segurança”. Família Mueller, S. Leopoldo “Já deveria estar fechado. Pelo custo que onera o povo brasileiro, o Senado já devia estar fechado há muito tempo. É totalmente supérfluo. Não é por nada que o Congresso é uma instituição soberana que dá vergonha ao nosso país pelos escândalos dos últimos anos. Infelizmente, o povo é bombardeado APEDIDO

pela mídia com outras banalidades para esquecer a política suja. O nosso país poderia ser um dos mais ricos do planeta, no entanto, é o pior na distribuição de renda. Onde está nossa segurança, educação, saúde e outros? Nenhuma instituição cumpre na integralidade a constituição. A máfia burocrática corporativa é muito forte no nosso país”. Inácio Cláudio Butzen, P. Alegre “Totalmente supérfluo Tem que acabar com esta “coisa” e botar estes senadores a trabalhar. É só roubalheira e falcatrua. Fechando, não fará falta nenhuma e todo este dinheiro que o sustenta poderá ser empregado em educação, saúde, segurança, etc. Totalmente supérfluo. Vamos acabar com esta teta”. Manoel dos Passos, P. Alegre “Quem vai mexer em abelheiro? É um absurdo os gastos com o Senado. O máximo que deveria ser permitido seria um ou dois por Estado e com um número mínimo de funcionários, através de lei. Mas quem é que vai querer mexer em abelheiro? E o Senado não é uma repetição do que fazem os deputados federais? É só para tirar dinheiro de áreas mais necessitadas, dinheiro produzido por outros brasileiros, porque eles não produzem nada, só consomem. E como consomem! Maria Helena Valle, P. Alegre. APEDIDO

Reassentamento foi tratado em coletiva

Reassentamento solidário de refugiados: Estado tem o melhor desempenho P. Alegre, S. Leopoldo, Sapucaia do Sul, Sapiranga, Serafina Corrêa, Guaporé, Passo Fundo, S. Maria, Pelotas, Rio Grande, Chuí e Venâncio Aires são os municípios gaúchos que acolhem os 207 refugiados pelo projeto de Reassentamento Solidário do ACNUR/ ASAV implementado há sete anos. O Estado é o que mais recebe refugiados no Brasil, seguido de S. Paulo. A informação foi divulgada recentemente em entrevista coletiva em Porto Alegre, com participação de Andres Ramirez, do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados – ACNUR – no Brasil; Ohene Aboagye, diretor de Reassentamento da Diretoria de Integração e Diversidade do Governo da Noruega; Renato Zerbini, coordenador-geral do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE); e Karin Wapechowsky, coordenadora do projeto de reassentamento implementado pela Associação Antônio Vieira - ASAV - no Rio Grande do Sul.

Credibilidade

Segundo Karin, o bom resultado dos reassentamentos solidários no Rio Grande do Sul pode também ser creditado à parceria que o ACNUR mantém com a ASAV, porque o aval jesuíta com presença de mais de um século e meio no Estado, abre portas e dá ainda mais credibilidade ao projeto. “O representante da Noruega ficou vivamente impressionando com o nosso bom resultado, dizendo que conseguimos em sete anos o que eles levaram trinta anos para obter”, reconheceu Karin. Em termos de nacionalidades de origem, o maior número de refugiados no Brasil vem de Angola (1688), Colômbia (589), República Democrática do Congo (431), Libéria (259) e Iraque (201).


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