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IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS

Porto Alegre, setembro de 2012 - 2a quinzena

Ano XVIII - Edição N o 618 - R$ 2,00

LCV/Solidário

Sete de outubro: em quem votar?

Prorrogação do IPI: mais poluição e economia fragilizada Festa nas montadoras e nas redes de revendedoras: agosto bateu o recorde de 400 mil veículos vendidos. Festa também nos cofres da receita pública federal. Era para ser o último mês de desconto no IPI. O Governo prorrogou. Nesse ritmo, teremos mais de quatro milhões de automóveis despejados nas ruas e estradas do Brasil no ano de 2012. Enquanto isso, os demais segmentos da economia, além de não crescerem no mesmo ritmo, diminuíram por conta de retração porque o consumidor, que compromete a renda na compra de um carro, certamente deixa de consumir outras mercadorias. E o pior: ar menos respirável e trânsito mais caótico. Até quando?

Elson Sempé Pedroso/CMPA

"Alguém já perguntou: que mundo deixaremos para nossos filhos? Eu pergunto: que filhos deixaremos para o mundo?"

(Mário S. Cortella)

Salários não revelados: lei não obriga Erramos. Jurista e atento leitor encaminhou link do teor completo da Lei de Acesso à Informação (http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527. htm) que comprova a não obrigatoriedade da divulgação do nome do servidor, seu vínculo funcional e ocupação, com as devidas remunerações, incluindo vantagens de natureza pessoal, abono de permanência e descontos obrigatórios. Diferentemente do que noticiamos neste espaço na edição 616, o dispositivo legal em questão, também conhecido como Lei da Transparência, apenas obriga divulgar subsídios ou proventos, mas jamais os nomes dos servidores. A divulgação de nomes somente se dará se motivada por ocorrência de alguma imoralidade ou ilegalidade e mediante processo.

Talvez poucos se lembrem em quem votaram para prefeito e vereador na eleição de 2008. Talvez 90 por cento dos jovens só votam porque são obrigados. No entanto, são o prefeito e os vereadores que decidem sobre nosso bem-estar no convívio urbano. Por isso, importa saber em quem votar. Há bons candidatos. Cabe a nós saber escolher os mais preparados, honestos e éticos. Quem são eles? A publicidade eleitoral ainda dá poucas dicas. Páginas 2 (Editorial) e centrais

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RTIGOS

Editorial um desperdício

de doer! Este, o sentimento que nos invade quando temos a “pachorra” de ver/ouvir os programas políticos nas nossas mídias (Rádio e TV). Não há estatísticas, mas pode deduzir-se que as pessoas “normais”, se têm outras opções na própria mídia ou alguma outra coisa para fazer, não ouvem nem veem a propaganda dos candidatos e dos partidos políticos em nossos meios de comunicação. Uma pena. Um desperdício de oportunidades de se conhecer um pouco da vida e obra dos que se apresentam para receberem nosso voto para o executivo (prefeitos) e serem nossos representantes nas câmaras de vereadores. Sem falar no absoluto despreparo, até verbal, de boa parte dos candidatos. Daria um belo anedotário o que se ouve e vê, digno de quem tem um deputado federal “Tiririca”... Repetimos: uma pena e um desperdício. Os candidatos bons – honestos, éticos, capazes, preparados – , entram, com isso, na vala comum da maioria. Restam alguns programas de debate, onde é possível conhecer um pouco mais e melhor os candidatos/as e as propostas partidárias para as eleições de outubro. Certamente, seria mais pedagógico e muito mais eficaz se o “horário obrigatório” fosse abolido e se multiplicassem espaços de discussão dos candidatos entre si e, deles, com os eleitores. Isso, sim, possibilitaria um real conhecimento dos candidatos/as, evitando o ridículo aos quais, até involuntariamente, muitos são levados a se expor. E voltaria a dar um pouco mais de crédito às nossas eleições. Por alguma razão, mais de 90% dos jovens brasileiros não se interessam por política. Votam porque são obrigados a votar para não perderem seus “direitos civis”! Contudo, apesar deste quadro, nada animador, a omissão na participação política é um “pecado” contra a cidadania. Construir um mundo justo e solidário, sinal do Reino sonhado por Jesus, é quesito fundamental de uma fé com obras e passa pela participação na ação política, seja como candidato/a, seja como eleitor/a. E aqui poderíamos repetir: assim como cada país tem o governo que merece, cada município tem o prefeito e os vereadores que merece. Ninguém se auto-elege; todos e todas são eleitos. Eleger homens e mulheres éticos, preparados, com uma vida de serviço público já comprovado anteriormente, ou eleger “tiriricas” cabe a cada eleitor, a cada eleitora, a cada um de nós. Mais sobre eleições nas páginas centrais desta edição do Solidário. Na contracapa, uma nota sobre o jesuíta, cardeal Carlo Martini, um dos principais nomes da hierarquia da Igreja do último século, falecido há poucos dias. Martini viveu, plenamente, o espírito e a prática do Concílio Vaticano II que, nestes 50 anos de sua convocação, busca fazer com que a Igreja dialogue com o mundo e tenha sentido salvador para a humanidade. (attilio@livrariareus.com.br)

Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36

Conselho Deliberativo

Presidente: Agenor Casaril Vice-presidente: Jorge La Rosa Secretário: Marcos Antônio Miola

Voz do Pastor Dom Dadeus Grings

Arcebispo Metropolitano de P. Alegre

Campanha política,

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Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

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A relação com Deus

surpresa que Jesus provocou naqueles que viram o espetáculo do paralítico descido do telhado à sua frente deu um novo enfoque à problemática. É certo que o paralítico tinha problemas consigo mesmo. Provavelmente, sua autoestima estava em baixa; tinha problemas no relacionamento com o mundo, uma vez que não se podia locomover; tinha problemas com os homens, que não lhe abriram espaço para se aproximar de Jesus. Parecia que bastaria curá-lo da paralisia para ele se relacionar melhor consigo mesmo, numa euforia de vida; relacionar-se expeditamente com o mundo, podendo percorrê-lo livremente; e estar de bem com os homens, sendo admirado e acolhido por todos. Jesus não privilegiou nenhum destes relacionamentos. Mostra que a raiz do mal, que o acometera, estava no relacionamento com Deus. As primeiras palavras que lhe dirige são, pois: “Te são perdoados os pecados”, ou seja, está reatada tua relação com Deus.

Foi exatamente isso que Jesus veio fazer no mundo. Ele mesmo é o sinal não só da presença divina, mas do relacionamento humano com Deus. Não há dúvida de que nenhum homem reatou tantos relacionamentos humanos com Deus, nem reconciliou tantas pessoas com a divindade como Ele. Este é o grande sinal de sua divindade. Ele, verdadeiramente, nos leva a Deus. É sinal de reconciliação com Deus. Entregou sua vida humana para abrir o caminho que leva à salvação: é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem. Se o homem se reconhece e se relaciona consigo pela consciência, embrenhando-se, pela introspecção, até o fundo de sua vida, se relaciona com o mundo, através de um conhecimento que julga objetivo, sobejamente proporcionado pelas ciências e pela técnica; se relaciona com os outros, através da amizade e da intersubjetividade, penetrando no íntimo do outro, e abrindo seu próprio íntimo a ele; com Deus se relaciona através da fé. Vive como se visse o invisível. Tem um horizonte em sua vida, que lhe dá direção e sentido para a caminhada no tempo. O homem faz diariamente a experiência de Deus, como o absoluto em sua vida. Necessita apenas tomar consciência disso. Há sinais por toda parte, que a humanidade soube colher,

Conselho Editorial

Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer, Beatriz Adamatti e Ângelo Orofino

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo

sobejamente, como referências a Deus. Retratam-se na arte das imagens, no apreço pelos animais, na imponência das montanhas, na misteriosidade dos astros, nos poderes soberanos, na absolutização das ideias, no próprio eu... S. João abre um novo caminho para marcar a trajetória de Jesus e dos cristãos: quem ama conhece Deus, o que equivale a dizer que quem ama faz uma experiência de Deus. O Antigo Testamento apresenta Deus na perspectiva de Parmênides, como aquele que é. É a fonte do ser porque é ser em plenitude. João, pela experiência que colheu na companhia de Jesus, percebeu que Deus é aquele que ama. Define-o, por isso, como amor. Jesus não só aparece como sinal de Deus, convidando a ver a divindade além dele. Ele próprio é apresentado como polo supremo na perspectiva da mente. Por Ele, as pessoas deixam tudo. Colocam-no no centro de sua vida. Diante dele se prostram, com S.Tomé, para proclamá-lo: “meu Senhor e meu Deus”. Relacionar-se com Deus é transcender todos os limites. É transcenderse a si mesmo. E o modo de fazê-lo é a fé. É o modo de relacionar-se com Deus. É a fé que salva. Não uma fé de ouvir dizer. Nem uma fé de opinião pública. A fé em Deus, por Jesus Cristo, no Espírito Santo, é um dom de Deus.

Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS

Revisão Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3093.3029 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.


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AMÍLIA &

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OCIEDADE

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A importância do vínculo afetivo Deonira L. Viganó La Rosa

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Terapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia

hocada com o assassinato de mãe e filhinho, há pouco tempo brutalmente realizado em Porto Alegre pelo maridopai, lembrei-me do que escreveu a psiquiatra Idete Bizzi, por ocasião de outro assassinato semelhante: “Se a psicanálise pode oferecer algo para a prevenção destes casos, é a proposta de encontro. Consigo e com os demais. Vínculos mais fortes e estáveis forjam adultos mais capazes de amar e respeitar a si e ao próximo e mais aptos a conviver, dentro de si, com sentimentos pouco nobres, mas universais, como ciúme, raiva, ódio. O encontro honesto com nossas verdades mais profundas, incluindo o que temos de pior, fortalece sempre o que temos de melhor”. Muriel Miralles de Sawicki/sxc.hu

A ausência da mãe e/ou do pai na infância do filho dificulta formação do vínculo Dioclecio Campos Jr. (Correio Braziliense) faz oportuno comentário em relação ao fortalecimento de vínculo mãe-filho-pai e outras pessoas do grupo social : “Algumas mudanças de costumes do mundo moderno revelaram-se inelutáveis. A maior delas se deu na maternidade, alterada pelas novas atribuições que a mulher passou a ter. A função maternal perdeu relevo, dispõe de pouco tempo. O binômio mãe-filho cedeu lugar ao bebê solitário, habitante de creches, cuidado por babás ou pela tia de todos. O aleitamento materno substituiu-se por alternativas artificiais de alimentação. Essa realidade nega direitos à mulher e à criança. Direitos cuja doutrina se fortalece à medida em que a ciência mostra o caráter essencial da relação mãe-filho nos primeiros tempos da existência da criatura. Com efeito, o cérebro humano cresce com velocidade máxima durante os três últimos meses de gestação e nos seis primeiros de vida extrauterina. Se não cumprir as metas desse período, não se desenvolverá normalmente. Para crescer no ritmo apropriado, requer nutrientes e estímulos. Os primeiros abundam no leite materno. Os estímulos vêm com a mãe. O contato corporal com o filho, o som afetuoso emitido a cada carícia, o odor exalado em cada afago, o sorriso de alegria, o olhar radioso, o embalo espontâneo e a cantiga que brota da alma encantada são estímulos maternos

que fazem o cérebro da criança crescer, decisivos para o seu desenvolvimento mental. O aconchego resultante de uma interação sensorial tão estreita dá à criança a sensação de pertencimento, referência insubstituível para a estruturação de sua personalidade. Segundo Pedersen, psiquiatra da Universidade de Carolina do Norte, a quantidade e a qualidade dos cuidados maternos nos três primeiros anos de vida determinam a competência social do adulto, a habilidade de lidar com o estresse, a agressividade e mesmo a opção pelo uso de drogas. Há sistemas neuroquímicos, desenvolvidos no cérebro da criança, que operam em sintonia com o afeto materno, reforçando o equilíbrio emocional ou gerando agressividade e outros comportamentos sociais. São sistemas sensíveis aos cuidados com a criança durante os primeiros anos de vida. Seus efeitos dependem do vínculo afetivo que se estabelece entre a mãe, a criança, o pai e a família como primeiro grupo social. Garantem relações estáveis ou podem ser a fonte da violência humana. Por isso, as sociedades que projetam o futuro criam redes sociais de proteção materna, preocupadas com a formação do cidadão”.

Deficientes interações com pais e cuidadores não são os únicos responsáveis pela explosão da agressividade Outros fatores interferem: Falhas no processo de vinculação durante a infância, somadas a tendências genéticas e/ou a conflitos interpessoais e traumas da vida adulta, são fatores que facilitam a explosão da agressividade em prejuízo à vida, ou ao bem estar próprio e dos outros. Mas sempre há a possibilidade da reversão. Quando a vinculação afetiva (o vínculo de pertencimento) não aconteceu na infância é muito provável que tenhamos um adulto incapaz de vincular-se no casamento e nos grupos sociais, com facilidade para o descontrole das emoções, caminhando para a agressividade. Um tratamento adequado que promova encontros, consigo e com os outros, é caminho para formação de uma personalidade saudável. Tendo em mente que a conquista da sensação de pertença a uma família e/ou a um grupo é um processo que dura uma vida.


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4 Cidadania e voto Carmelita Marroni Abruzzi

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O que significa “cidade cidadã”? Como uma cidade pode ser cidadã? E a cidadania que a gente vê por aqui, onde está, onde se encontra? E nossos direitos de cidadão, será que nós os reclamamos e cumprimos os deveres correspondentes? É bom a gente pensar no sentido dos termos: o Dicionário Aurélio define a cidadania como “a qualidade ou estado do cidadão” e cidadão como o “indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado ou no desempenho de seus deveres para com este”... A partir dessas definições, poderíamos começar nossa reflexão. Como cidadãos conscientes, não podemos afirmar que não nos interessamos por política, que os políticos são todos iguais, corruptos, desonestos e só querem se eleger para obter as vantagens da função. A política influencia toda vida de um país: a economia, a educação, a saúde, a igualdade dos direitos de todos ao acesso de bens essenciais a uma vida saudável e plena. Então, vamos lembrar que as eleições representam um momento forte para o exercício da cidadania, mas ela não se esgota com o dever e o direito de escolhermos nossos candidatos. Essa escolha tem muitas implicações. Não é fácil conhecer o candidato, analisar seu passado e observar sua coerência entre o que prega e o que faz, afinal, não se pode acreditar em qualquer promessa de campanha ou mudanças oportunistas de caráter. E, além disso, precisamos de lucidez para saber o que se pode ou não esperar das promessas de campanha, algumas até mirabolantes, totalmente impossíveis de se concretizar. E o momento das eleições se prolonga durante o exercício do mandato daqueles em quem votamos. Se a cidadania nos dá o direito de escolhermos nossos representantes pelo voto, em contrapartida, exige de nós deveres e, entre esses, está o de acompanhar o desempenho dos eleitos. E o conceito de cidadania supõe uma conquista, uma construção; depende de cada um de nós. Ninguém “nos concederá cidadania”. Ser cidadão depende de um esforço constante de nossa parte. Será preciso cobrar promessas, estar atento, engajar-se em movimentos comunitários, enfim, estar em permanente vigilância. Votar, portanto, será sempre um momento forte em nossa vida de cidadãos, será um momento, por vezes, até decisivo para a condução de um país, de uma sociedade. Não podemos nos omitir, nem usar mal esse direito, se queremos um país melhor, em que todos tenham seus direitos de cidadãos respeitados, em que o acesso a bens fundamentais, como alimentação, saúde, educação sejam respeitados e em que todos tenham garantidos sua liberdade de escolha e respeito aos seus valores e crenças. (litamar@ig.com.br)

PINIÃO

Acumular bens, a ilusão moderna Pe. Renato dos Santos

Professora universitária e jornalista

o rol das palavras vazias, cidadania é uma das mais usadas, principalmente em época de eleições, mas é, também, uma das palavras mais esvaziadas, mais banalizadas no cotidiano em expressões como: “aqui existe cidadania”, esta é uma “cidade cidadã,” “exija seus direitos de cidadão”, e por aí vai...

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Salesiano de Dom Bosco

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aquele tempo, Jesus disse aos discípulos: 'Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no reino dos Céus. E digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus'. Ouvindo isso, os discípulos ficaram muito espantados, e perguntaram: 'Então, quem pode ser salvo?' Jesus olhou para eles e disse: 'Para os homens isso é impossível, mas para Deus tudo é possível' ”.

Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Vê! Nós deixamos tudo e te seguimos. Que haveremos de receber?” Jesus respondeu: “Em verdade vos digo, quando o mundo for renovado e o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, também vós, que me seguistes, havereis de sentar-vos em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros, serão os últimos. E muitos que agora são os últimos, serão os primeiros”. (Mateus 19,23-30 – Evangelho de 21 de agosto de 2012). É grande prejuízo para o ser humano colocar sua confiança e segurança nas coisas materiais. Quem assim procede, começa a alimentar um coração cheio de orgulho. A salvação não depende, absolutamente, da quantidade de coisas que possuímos. O ser humano tem a tentação de alimentar a ideia de que vale pelo que tem. Muitos colocam em coisas materiais a garantia do reconhecimento social. Alguns até exacerbam

no querer ser reconhecidos pelas posses, pela riqueza. Há quem respira ares de superioridade pelo fato de ter riquezas, fortunas... Ou seja, as coisas materiais conferem um status social. Ainda que qualquer ser humano fosse dono da metade do mundo, ou do mundo inteiro, não deixaria de ser humano. O que nos iguala a todos os demais é justamente a condição de sermos humanos. Há quem deposita nas riquezas a sua total segurança e confiança. Por este modo de compreender a vida vemos muitas pessoas numa tentativa desenfreada de acumular. É exatamente isso que Jesus condena veementemente. Não devemos e não podemos colocar nossa confiança e esperança em coisas materiais. Somente Deus deveria ser o Senhor de nossas vidas. Nada mais deveria ocupar o Seu lugar sagrado em nossos corações. Jesus não condena o ter riquezas. Mas condena ter o coração preso a elas, deixando o senhorio de Deus à margem. Jesus condena a ganância, o orgulho e a arrogância que se criam por causa da riqueza. Não podemos perder nossa simplicidade e humanidade. Não devemos trocar Deus por bens materiais.

O significado da Venezuela Antônio Mesquita Galvão Escritor, filósofo e ex-professor de Ciência Política

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ais do que índices econômicos e sociais, a entrada da Venezuela no bloco do Mercosul tem um significado político que vai além da inclusão de um país que se situa no quinto lugar do PIB da América Latina, atrás do Brasil (2.505 milhões de US$), do México (1.154), da Argentina (445), da Colômbia (368). Na verdade, os 315 milhões de dólares do seu Produto Interno Bruto (dados de 2011) não dão a panorâmica sobre o potencial econômico do país governado por Hugo Chávez. Único país da América Latina a integrar o os países em desenvolvimento (Terceiro Mundo). seleto grupo da OPEP (Organização dos Países A crítica venezuelana à ALCA (Área de LivreExportadores de Petróleo) situada em nono lugar comércio das Américas) foi contra um jogo viciana produção mundial de petróleo (à frente do Brasil do, de cartas marcadas, onde a disparidade entre os e do México), a Venezuela integra a organização parceiros era tamanha que inviabilizava qualquer desde a primeira hora (1960) e é, efetivamente, possibilidade de negociação em mesmo nível. Era sem demagogias ou desvarios ufanistas de outros, como um impossível diálogo de um lobo e um rebao único país do bloco realmente autossuficiente nho de cordeiros. Esse boicote lhe valeu um brutal em petróleo. anátema norte-americano, que englobou economia, Com a prática usual dos Estados Unidos em política e ideologia. O fracasso da ALCA se deve demonizar todos aqueles que não se afinam com a essas críticas. seu ideário sociopolítico, a Venezuela esteve Deste modo, a abertura do Mercosul à Venemarginalizada dos grandes negócios da América zuela, em paralelo aos interesses políticos e ecoLatina, assim como Cuba e outros países do resto nômicos, aponta como que um brado libertário do do mundo. A ascensão do “comunista” Chaves ao bloco latino-americano às pressões dos Estados poder venezuelano deflagrou essa tentativa de boi- Unidos. Trata-se de um gesto de não-conformidade cote à nação latina. A Venezuela, há muitos anos, do Brasil e dos demais países do mercado à políbusca alternativas de integração, através de propos- tica radical da Casa Branca. Devemos ser iguais, tas de inclusão em diversos mercados comuns. A parceiros, jamais subservientes. Esta abertura ora República Bolivariana da Venezuela trabalhou por verificada é uma demonstração de maturidade pomuitos anos para se integrar no Mercosul, o que lítica e imunidade a quaisquer coações ideológicas agora, pela exclusão temporária do Paraguai, se que não podem nem devem regular as relações concretizou. Globalmente, ela busca a formação de econômicas das nações. O país Venezuela e seu um mundo multipolar baseado no fortalecimento povo são muito mais do que o período de governo dos laços socioeconômicos e diplomáticos entre de Hugo Chávez.


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DUCAÇÃO &

SICOLOGIA

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Qualidade do ensino, dispersão e convergência de esforços Juracy C. Marques Professora universitária, doutora em Psicologia

"Que o Espírito Santo ilumine nosso pensar e sentir para que incorporemos o pão da vida que expande nossas ações" (João 6: 48-58).

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ma reforma de Ensino capaz de fazer emergir entusiasmo e determinação pode responder com eficiência e eficácia aos alarmantes resultados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), divulgados recentemente (Agosto de 2012) pelo Instituto Nacional e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). A mídia os tem divulgado amplamente, num esforço tipo Acorda Brasil para conscientizar a população em geral e os educadores em particular, o quanto é urgente uma reforma curricular que faça convergir energia e motivação para transformar uma realidade perversa que não mais admite explicações descomprometidas. Governo, autoridades educacionais, pais, professores, alunos e líderes comunitários precisam fazer convergir suas energias e motivações, com não apenas sólido aporte financeiro, mas profundas modificações em suas atitudes e comportamentos quanto ao amanhã que já está aí, nas drásticas e aceleradas mudanças da era do conhecimento. SG HX/sxc.hu

O que diz um aluno

É um escândalo que um professor universitário, com todos os títulos, inclusive doutorado em sua área de especialização, ganhe mensalmente não mais do que cinco mil reais, enquanto que um assessor parlamentar receba, mesmo sem comparecer em seu local de trabalho nos horários previstos, não menos do que quinze mil (!). Não há o que convença que isto é justo, ético e plausível, diz ele em uma conversa informal. Portanto, não há o que discutir de que o professor tem que ser mais bem remunerado, não importa se ele trabalha no ensino fundamental, no médio ou no universitário.

Professor itinerante

Gabriela, 35 anos, com dez anos de magistério ensinando Matemática no Ensino Médio em quatro escolas diferentes, com turmas, em média, de trinta alunos, não tira férias, pois aproveita para aumentar seus ganhos trabalhando em cursos prévestibulares que é quando há maior solicitação, pois alunos e pais estão num sufoco com as pressões de competitivos vestibulares, para os quais não se sentem devidamente preparados, venham de escolas públicas ou particulares. É claro que há exceções, mas são tão escassas que acabam por não fazer muita diferença.

Formação do Educador

As Faculdades de Educação concentram a formação dos educadores no Curso de Pedagogia, que fornece disciplinas as mais variadas para as Licenciaturas, mas na maioria das vezes se perdem em discussões estéreis de filosofia, sociologia e ciências computacionais (para dar um ar de modernidade), esquecendo que sua missão maior é ensinar

as habilidades específicas de como bem ensinar, tendo como centro a aprendizagem e o aluno em sua singularidade. O aproveitamento de talentos e motivações intrínsecas perde-se nos meandros de repetições enfadonhas, sem apelo à criatividade, à inovação e aos novos modos de lidar com um mundo em mudança.

Os administradores escolares

A administração educacional está amarrada à falsa ideia de democracia que encaminha para mudanças periódicas, de conformidade com as orientações dos partidos políticos no poder como

resultado das últimas eleições. Os diretores de escola estão submetidos aos secretários de educação, sem autonomia para defender ou dar continuidade ao seu projeto pedagógico, concebido e desenvolvido pela convergência das motivações e energias das comunidades em que as escolas são expressão maior, em suas várias configurações, de acordo com as culturas locais que as embasam. Daí a dispersão de esforços, com notáveis prejuízos para os estudantes e suas aprendizagens essenciais, bem como o desperdício, pela falta de convergência dos potenciais de uma linha de ação pedagógica, coerente e sustentável.


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EMA EM FOCO

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Sete de outubr

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ez entre dez eleitores dos 5.564 municípios brasileiros e dez entre dez eleitores dos 497 m esta pergunta: em quem votar para prefeito e para vereador dia 7 de outubro? Alguns o d velmente, farão uma opção errada. Isto, se não revolverem anular seu voto. Estimando que média, três candidatos para prefeito – alguns têm candidato único, mas muitos têm mais que trê só para prefeito. E vereadores? Estipulado o número mínimo de 9 e o máximo de 55 vereadores 2010, o Brasil tinha 57.748 vereadores. Para as eleições deste ano, esse número passou para 59.50 tes. Porto Alegre tem 36 cadeiras da Câmara Municipal e para ocupá-las houve 591 inscrições, s que daria uma média de 16 candidatos por vaga. Este número tende a diminuir depois da avaliaç mil é o maior atrativo da disputa na capital gaúcha. Em quem votar? As opções são enormes? E

em quem vo

Ser vereado

O que faz um prefeito?

Candidatos preparados?

Ser enganado?

Há o eleitor consciente – em menor número – que sabe em quem vota e, de uma ou outra maneira, cobra as promessas de campanha de quem elegeu. Mas há aqueles – talvez a maioria dos brasileiros – que ‘votam por votar’ ou anulam o voto. São os que nem se lembram em quem votaram para vereador ou prefeito na eleição de 2008. São os que não se importam de serem enganados! Enganados como consumidores, pagando valor acima do que vale o produto. Enganados, pagando por automóvel o que as montadoras pedirem, mesmo que seja o dobro ou mais do que pagariam em outro país. Enganados, ‘acreditando’ em sucesso pregado por pastores de certas ‘igrejas’, desde que doem farto dízimo que, muitas vezes, representa metade do salário do fim do mês. Engandos por acreditar em remédios milagrosos. E, enganados por políticos que prometem mundos e fundos como candidatos e que, uma vez eleitos, cuidam somente de sua ‘turma’.

Alguns candidatos a prefeito ou vereador talvez até prometam mais por ignorarem os limites de endividamento. Não sabem, por exemplo, que as prefeituras têm autonomia limitada sobre fontes de arrecadação de impostos – IPVA, IPTU, ITU. E, com a atual legislação, a transferência constitucional de recursos da União, feitos a partir do Fundo de Participação dos Municípios, que é composto por 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), também é regido por critérios que não permitem grandes sonhos de investimento, especialmente para municipios pequenos, com população de baixa renda ou sem indústria. Por isso, convém ter muita atenção no que o candidato promete em sua campanha de rádio, tv ou comício. Ele terá condições de cumprir o que promete? Segundo opiniões divulgadas na grande mídia, dos quase 600 canditados a vereador em P. Alegre, talvez no máximo uma centena têm preparo para o exercício do cargo.

Sete candidatos concorrem à Prefeitura de P. Alegre. Qual deles está mais preparado e merece nosso voto? Vale lembrar que, enquanto chefe do Poder Executivo na esfera municipal, cabe ao prefeito planejar, comandar, coordenar, controlar. É o representante máximo do município de forma legal e deve (devia) ser o representante do povo na busca por melhoria do município, oferecendo boa qualidade de vida aos habitantes, ouvir suas reivindicações e anseios e atendê-los. Deve zelar pela limpeza da cidade, manter postos de saúde, escolas e creches, transporte público, entre outras atribuições. Cabe-lhe governar a cidade e toda a área do município de forma conjunta com os vereadores. Para isso, tem a incumbência de reivindicar convênios, benefícios, auxílios para o município o que representa intermediar politicamente com outras esferas do poder, sempre com o intuito de beneficiar o município, apresentar os projetos de Leis à Câmara Municipal, sancionar, promulgar, além de publicálas e vetá-las.

É muito comum serve para nada”. Pur antiga, os edis tinha pela segurança e cu blica. Hoje, seu pape ciar, propor leis. É que se decide o dest vereador é o fiscal d O vereador deve (de a benefícios pecuni estar sempre a servi diaconia. Se for algu cidadaos que sofrem Por isso, é preciso datos. Há bons cand cidades. Nas peque os conhece, pois com de suas virtudes e d ceridade. Por isso, a eleitor é um pouco m por sua vez, conhece as ‘tribos’. Mas, na quase só resta o hor tempo é pequeno alé os programas ‘eleit de publicidade eleit ilusões em vez de e porta, pois pesquisa comportamento dos


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ro:

A S ÇÃO

"Vereador deve ser coerente, mesmo sofrendo pressões"

otar?

ouvir: “vereador não ro engano. Na Roma am o dever de zelar uidar da limpeza púel é fiscalizar, denunatravés do vereador tino dos cidadãos. O do dinheiro público. evia) agir sem apego iários. Isto é, devia iço. Numa autêntica uém mal eleito, são os m as consequências. conhecer os candididatos em todas as enas cidades o povo m eles convive: sabe defeitos e de sua sina margem de erro do menor. Os candidatos, em a ‘aldeia’ e todas as cidades grandes, rário eleitoral. E esse ém de, muitas vezes, torais’ não passarem toral. Isto é, passam expor propostas. Imar a vida pregressa e s candidatos.

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Foto: TV Câmara POA

municípios gaúchos estão se fazendo deixarão para o dia da eleição e, provae em cada município brasileiro haja, em ês candidatos – ter-se-ia 16.692 opções, s por município, é só fazer a conta: em 00. E para cada vaga, muitos concorrensegundo o Tribunal Regional Eleitoral, o ção pelo TRE. O salário bruto de R$ 10,3 por que escolher prefeito e vereador?

or é diaconia

OLIDÁRIA

O mais antigo agente político brasileiro

O vereador é o mais antigo agente político do Brasil. Teve início com a criação da Câmara Municipal de São Vicente, em 1532. Somente sofreu interrupção entre 1937 e 1945 num dos governos Getúlio Vargas. Durante o Império, tinha a obrigação de promover os "meios para sustentar a felicidade pública", conforme a Constituição de 1824. E mesmo a Constituição de 1937, que acabou com as câmaras municipais, entendia que o vereador é o mais próximo representante do povo, disponível para as queixas, pedidos e reivindicações. Com a Constituição de 1988, os vereadores conquistaram autonomia e liberdade para orientar os destinos do município. O vereador tem poderes para fiscalizar todos os atos do Executivo, podendo inclusive, julgar o prefeito pela prática de infrações político-administrativas. Uma inovação de relevância da Constituição de 5 de outubro de 1988 foi dar competência aos municípios para a elaboração e aprovação de sua Lei Orgânica, onde estão abordados todos os assuntos de interesse da comunidade. Até 88, eram os deputados estaduais que faziam uma Lei Orgânica válida para todos os municípios do Estado.

É o que pensa o contador e atuário João Carlos Nedel, amigo e conselheiro do jornal Solidário. Católico praticante e vereador eleito pela primeira vez em 1996, é um dos vereadores atuais com maior número de mandatos contínuos da Câmara de Vereadores de P. Alegre. Solidário - A fé sem obras é morta! Uma vez eleito, como deve agir o político cristão para confirmar sua fé? Nedel - O principal é ser coerente. Uma vez eleito, o político cristão deve agir para que se realize o bem de todos e de cada um, sem ceder a pressões, ameaças ou imposições de qualquer natureza. Exemplifico: sou o autor da Lei que proibiu o uso do fumo em ambientes fechados coletivos. Deus sabe as pressões contrárias que sofri, dentro e fora da Câmara Municipal. Mas, apesar de tudo, a Lei saiu, em benefício da saúde de toda a população, inclusive dos fumantes. Também realizei três Seminários sobre os Problemas da Família Moderna. Minha posição tem sido sempre contrária às drogas. E estive na linha de frente contra a retirada dos Crucifixos dos órgãos públicos. Procuro, assim, ser coerente com minha fé. S - O eleitor brasileiro vota conscientemente? Nedel - Muitos dos problemas que hoje a sociedade enfrenta decorrem exatamente da falta do voto consciente, pois, infelizmente, na hora de votar, a qualidade e o preparo do candidato pesam muito pouco para a maioria dos eleitores. Acontece que, até a última semana que antecede a eleição, cerca de 70% dos eleitores ainda não sabem em quem vão votar. E o voto acaba saindo com base na indicação de alguém, na celebridade do candidato e por galhofa ou protesto. Outro fator que demonstra a falta de consciência de muitos eleitores é a alta incidência de abstenções e de votos brancos e nulos. Na última eleição municipal, em 2008, esses três fatores representaram cerca de 25% dos votos possíveis. Isso é consciência? S - Que importância tem o voto consciente para o eleitor cristão e católico? Nedel - Como político cristão e católico, em minha atividade, sigo sempre a orientação da Doutrina Social da Igreja, em que o propósito último da política é a realização do Bem Comum. E entendo que a escolha de um candidato, seja para o cargo que for, deve levar em consideração o comprometimento desse candidato com os princípios e valores humanos e cristãos que conduzem ao Bem Comum. De outra forma, serão eleitos aqueles cujo primeiro interesse será o pessoal ou o dos grupos a que pertencem. S - E de que meios pode contar o eleitor para conhecer melhor seu candidato? Nedel - É preciso conhecer as ideias e a vida do candidato, sim. Mas “coerência” é a palavra-chave. É preciso, especialmente, verificar se há coerência entre o que o candidato diz e o que ele faz. Por exemplo: não é possível aceitar que um político que se diz católico participe de movimentos que, além de contrários ao ensinamento cristão, são altamente danosos à família e à sociedade, como o aborto, o divórcio, os ditos casamentos heterodoxos, a legalização das drogas e outros assemelhados. Uma boa forma de conhecer os candidatos é pesquisar na internet, olhar o site do candidato. Outra forma é pedir a orientação de alguém de confiança, como o professor, o sacerdote, o médico, os pais e outros.


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ABER VIVER

Controle o seu estresse e viva mais feliz 1 - Descanse regularmente - Um curto período de descanso durante o dia ajudará a aliviar a tensão e a distrair a mente após grande esforço físico ou mental ou um projeto frustrado. 2 - Planeje o seu diaa-dia - Fazer uma lista de prioridades, estabelecer metas realísticas, rejeitar prazos absurdos ou impraticáveis e executar uma tarefa de cada vez ajudarão a manter o controle da situação. 3 - Seja realista - Não assuma um número exagerado de compromissos. Você talvez tenha de mudar de ideia ou de planos para viabilizar uma programação. Não se sinta culpado se isso acontecer. 4 - Cuide de sua vida social - É importante ter outros interesses além de trabalho e da família. Não deixe os amigos de lado por causa das

atividades profissionais ou de compromissos familiares. 5 - Consulte um médico - Se o estresse tornou-se incontrolável ou se está provocando problemas físicos ou depressão, um profissional poderá ajudá-lo a adotar um estilo de vida menos estressante. 6 - Faça exercícios - As atividades físicas reduzem a tensão, ajudam a dormir, liberam as emoções repimidas e também nos fazem esquecer as preocupações. Escolha uma atividade por simples prazer e não para satisfazer o desejo competitivo de vencer. 7 - Relaxe - Isto reduzirá sinais de alerta do estresse, como dores de cabeça, dores musculares ou dificuldade para conciliar o sono. O

Visa e Mastercard

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10 dicas de nutrição

Pelo transcurso do Dia do Nutricionista, em 31 de agosto, a equipe de nutrição da marca Nutrella divulgou essas dicas que favorecem a saúde em geral: 1) Beba mais água: 6 a 8 copos por dia contribuem para o funcionamento adequado do organismo. Além disso, a hidratação adequada reflete no bom funcionamento intestinal, na aparência de cabelos, pele e unhas. Mantenha uma garrafinha de água sempre por perto; tire um “intervalo da água” no trabalho; crie uma regra com seu copo d’água: estando vazio, encha-o; coloque seu celular para despertar ou crie alertas no seu e-mail para lembrá-lo de beber água; 2) Evite pular refeições: o ideal é fazer pelo menos três refeições por dia (café da manhã, almoço e jantar), intercaladas por pequenos lanches, com intervalo de 3 a 4 horas entre cada refeição; 3) Inclua alimentos integrais na dieta: alimentos na versão integral, relaxamento progressivo dos como os pães feitos com farinha 100% integral, contribuem com músculos, a meditação e os mais fibras na dieta, ajudando na manutenção das taxas de açúcar exercícios de yoga são boas no sangue em níveis normais. Além disso, elas são uma ferramenta formas de afastar os sintoimportante para controle da saciedade e do peso; mas do estresse. 4) Fique atento ao sal: o excesso aumenta o risco para hipertensão 8 - Discuta seus problearterial e doenças cardiovasculares, além de provocar também a remas - Um companheiro de tenção de líquidos e aquela sensação de inchaço. Utilize pouco sal trabalho, um amigo ou um no preparo dos alimentos, investindo nos temperos naturais (como familiar talvez possam ajudá- alho, cebola e ervas frescas e secas). Evite o consumo frequente de lo a encontrar uma solução alimentos embutidos como salsichas, salames, linguiça e presunto. para seus problemas. Mas, 5) Atenção com as bebidas alcoólicas: contém 7 kcal por gramesmo que isso não ocorra, ma, quase tanto quanto a gordura, e não tem nenhum benefício a simples troca de ideias já é nutricional. Além de ser fonte de “calorias vazias”, o álcool pode positiva. conduzir à hipoglicemia, seguida por picos de fome. O excesso 9 - Tire férias ou faça um ainda prejudica o funcionamento do fígado. pequeno descanso - Se, 6) Mantenha o prazer de comer: evite comer rápido, pois o contato ficando em casa nas férias, mecânico dos alimentos com a mucosa do estômago estimula a você se envolve em tarefas produção de substâncias que têm efeito sobre a saciedade. Se uma estressantes, como limpezas refeição é feita em 10 minutos, não dá nem tempo de informar ao ou reformas, é melhor viajar. cérebro sobre a satisfação. Logo, comer devagar é necessário para 10 - Evite muitas mudan- que o organismo perceba a ingestão do alimento e, consequenteças ao mesmo tempo - É mente, controle o apetite e a sensação de saciedade. mais fácil lidar com aconteci- 7) Consuma de 3 a 5 frutas por dia: além de excelentes opções mentos importantes que popara os lanches intermediários, contribuem com o fornecimento de dem transformar seu modo vitaminas e minerais, assim como de fibras, que ajudam a manter a de vida quando há um certo glicemia estável e a controlar o peso. intervalo entre um e outro. 8) Evite grandes restrições: restringir demais a quantidade de ali(Do Livro da Família) mentos ingeridos faz com que deixe de consumir nutrientes importantes ao organismo. Além disso, excluir algum nutriente (carboidrato, proteína, gordura) por muito tempo prejudica o bom funcionamento do organismo e dificulta manutenção do o peso, favorecendo o efeito sanfona. Lauro Quadros - 19/09 9) Moderação no consumo de Paulo Roberto Girardello Franco - 25/09 cafeína: alimentos como café, Maria Regina Freitas Ferreira - 27/09 chocolate, refrigerantes à base de cola e chá-mate são ricos Nereu D'Ávila - 28/09 em cafeína, que em excesso aumenta a liberação de adrenalina. Esse hormônio aumenta a pressão arterial, sobrecarregando o coração. O ideal é ficar com até CRP - 07/00660 3 xícaras por dia. 10) Mais gorduras boas: óleos TERAPIA DIRETA DO INCONSCIENTE vegetais (azeite extra-virgem, Cura alcoolismo, liberta canola, soja, etc.), castanhas, antepassados, valoriza a dimensão espiritual abacate, peixes e creme vegetal Vig. José Inácio, 263 - conj. 113 - Centro - POA contribuem para redução dos 32245441 - 99899393 riscos de doenças do coração.

Albano L. Werlang


Humor Duas senhoras "tricotam", enquanto tomam o chá das cinco: - Sabe, Adélia! Depois de anos e anos consegui tirar do Olegário, o vício de roer as unhas! - É mesmo, Zulmira? E como você conseguiu isso? - Escondi a dentadura dele! xxx O velhinho, se gabando para a netinha, fala: - Olha, menina, eu tenho 89 anos e não tenho problema de memória. Meu segredo é que eu sempre associo nomes a fatos do dia-a-dia, por exemplo, pra lembrar seu nome, eu me lembro da famosa jogadora de vôlei e pronto, seu nome é Paula. A netinha logo responde: - Vovôôô, a famosa jogadora é de basquete e meu nome é Hortência. xxx Um homem, viajando de ônibus, fica impressionado com uma matéria que lê no jornal, falando sobre o índice de mortalidade no mundo. Ele se vira para a passageira do lado e pergunta: - Senhora, você sabia que cada vez que eu falo uma palavra morre alguém no mundo? - Nossa! Você já experimentou escovar os dentes antes de falar? xxx O casal de velhinhos visita um outro casal de velhinhos. Os maridos ficam na sala conversando, enquanto as patroas preparam um lanchinho na cozinha. Diz um velhote para o outro: - Aparício, eu estou fazendo um curso para melhorar a memória que é fabuloso! - É mesmo, Ernani? E qual é o nome do curso? - É... qual é o nome daquela flor que tem espinhos? - Rosa. Aí o Ernani grita para a esposa, que está na cozinha: - Ô, Rosa! Qual é mesmo o nome daquele curso que eu estou fazendo? xxx No ônibus, o cara reclamava com os passageiros: - Isso é um absurdo. Ninguém mais se levanta pra dar lugar aos idosos. Essa é a educação dos jovens de hoje em dia. A garota que estava ao lado pergunta: - Por que você reclama tanto se está sentado? - É, eu estou, mas a minha avó, coitada, está em pé.

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SPAÇO LIVRE

Profissional x amador na internet Millor Machado

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uando estamos entrando em algum terreno desconhecido, como a internet, é normal ficar com a impressão de que tudo é extremamente complexo, e que não iremos conseguir aprender sobre isso. Porém, irei mostrar que não há motivo para desespero. Com apenas três simples ferramentas você já passará uma imagem muito mais profissional, o que aumentará sua credibilidade e, consequentemente, suas venda$. Ferramenta 1: Endereço do tipo www.nomedaempresa.com.br Minha primeira experiência na internet foi um site de Pokemón que criei aos 13 anos. O nome do site era Articuno’s Cavern e seu endereço era http://members.xoom.com/articunocav. Para um moleque de 13 anos, esse endereço era maravilhoso. Mas imagina só se eu fosse uma empresa e estivesse conversando com um cliente em potencial: - Anota aí meu site, mêmbers ponto xoom ponto com barra articunocav. - Como escreve xoom? - Do mesmo jeito que fala. Xis-ó-ó-eme. - Ah tá! Beleza. Convenhamos que, depois dessa conversa, meu cliente não iria ficar muito animado com a possibilidade de fazer negócios comigo. Para evitar situações do tipo, minha recomendação é registrar um domínio do tipo .com.br. Por mais que isso dê um grande ganho na sua credibilidade, é um processo muito simples e custa apenas R$ 40 por ano. Isso mesmo, por ano. O mesmo vale para o e-mail. Meu e-mail: millor@empreendemia.com. br soa infinitamente mais profissional do que millormestrepokemon13@ hotmail.com. Normalmente, o e-mail está incluso na compra do domínio. Ferramenta 2: Design profissional Apesar do design não ser uma ferramenta propriamente dita, é algo que faz uma grande diferença na credibilidade de uma empresa. Pensando em uma loja virtual como uma loja, só que virtual, um bom design é equivalente a uma loja limpinha e organizada. Sabemos bem que isso faz muita diferença na visão do cliente. Em um mundo ideal, a melhor coisa a fazer é contratar um webdesigner que fará um site bonitaço para você. Mas caso a grana esteja muito apertada, normalmente os sistemas de lojas virtuais têm templates prontos que você pode usar. No começo, eles quebram o galho, mas conforme as vendas aumentam, investir na identidade visual vale bastante a pena, vai por mim. Ferramenta 3: Sistema de Analytics Uma das principais diferenças entre um jogador de futebol profissional e um amador é o fato do profissional medir seus resultados e estar sempre lutando para melhorá-los, enquanto o amador está lá só por diversão. O mesmo vale para quem quer uma boa presença online. Se você quer sair do campinho de barro e partir para o Maracanã, medir os resultados é essencial. Existem infinitas ferramentas de Analytics, mas eu recomendo fortemente o Google Analytics. Para instalá-lo, peça para o seu webdesigner ou então confira se seu sistema de loja virtual possui essa integração. Vale a pena ressaltar que o Google Analytics lhe mostrará infinitas métricas que não necessariamente serão úteis. Essas são as chamadas métricas de vaidade. A princípio, o importante é dar uma fuçada, mas sem muita preocupação em ter um mega processo de monitoramento. Conclusão Apenas ter as ferramentas não garante muita coisa, mas facilita demais a jornada. Caso você tenha dificuldade com alguma das ferramentas, não tem problema. Saiba que isso é normal no início e que, quando menos esperar, você será praticamente o Batman com seu bat-cinto de utilidades.

RESERVE O SEU EXEMPLAR O Livro da Família 2013 e o Familienkalender 2013 estarão disponíveis para venda a partir de setembro/2012. Faça seu pedido na Livraria Padre Reus, em Porto Alegre, e também na filial do Santuário Sagrado Coração de Jesus, em São Leopoldo. Fones: 51-3224.0250 e 51-3566.5086 livrariareus@livrariareus.com.br

Sem Fronteiras Martha Alves D´Azevedo

Comissão Comunicação Sem Fronteiras ard on Le

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Imprensa religiosa

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o concluir dia 19 de julho último, na capital do México, o 2o Encontro Nacional de Jornais Católicos, o Pe. Antônio Camacho Muñoz, secretário executivo da Comissão Episcopal para a Pastoral da Comunicação, informou que uma das conclusões deste encontro é da necessidade de recolocar a visão e o desejo de crescer em conjunto – Imprensa Católica-Igreja – para que os jornais não sejam somente das paróquias ou de grupos católicos e, sim, de todos os seres humanos. “Nossos meios devem ser jornais missionários", enfatizou. A imprensa católica deve ser missioneira e dirigir-se a toda a sociedade.

“Devemos abrir os olhos para a realidade. Um jornal católico deve ter a visão de ver e mostrar o que está sucedendo no povo de Deus. Devemos informar aqueles testemunhos reais da vida, levando em cada linha a fé de esperança, amor e bondade ao próximo”. Estas conclusões do encontro no México podiam dirigir-se à toda a imprensa católica, jornal, rádio e televisão católicos no Brasil, onde, em cada Estado, em cada cidade e em cada Paróquia, a imprensa é localizada e divulga somente os fatos relativos àquele setor da Igreja. Já tivemos no Rio Grande do Sul um grande jornal católico, o Jornal do Dia, que tinha penetração em todo o Estado e também em Santa Catarina. Uma vez por semana, o Jornal do Dia editava um suplemento em alemão, dirigido aos fiéis residentes no interior do Estado que falavam o idioma alemão. Infelizmente, com o encerramento do Jornal do Dia, não se conseguiu mais um jornal de grande abrangência. Enquanto cultos religiosos publicam jornais de grande tiragem (1.800.000 exemplares, a Folha Universal), e divulgam suas ideias e seus interesses particulares, a imprensa católica luta com dificuldades e não consegue cumprir sua missão evangelizadora dirigindo-se a toda a sociedade. Como ela vai divulgar testemunhos reais de vida cristã, levando em cada linha a fé de esperança, amor e bondade ao próximo? Imprensa católica e Igreja, quando estarão integradas? Imprensa católica a serviço do Povo de Deus. (geralda.alves@ufrgs.br)


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GREJA &

COMUNIDADE

Solidário Litúrgico 16 de setembro - 24o Domingo do Tempo Comum Cor: verde

1a leitura: Livro de Profeta Isaias (Is) 50,5-9a Salmo: 114(115), 1-2.3-4.5-6.8-9 (R/. 9) 2 a leitura: Carta de São Tiago (Tg) 2,14-18 Evangelho: Marcos 8,27-35 Para uma melhor compreensão dos comentários litúrgicos leia, antes, os respectivos textos bíblicos. Comentário: Pedro, naquele dia, viveu, em minutos, um momento de céu e um momento de inferno. Literalmente. Ao arriscarse responder à pergunta de Jesus – E vós, quem dizeis que eu sou!? (8,29) - , afirmando que Jesus é o Messias, Pedro ouviu de Jesus um louvor que poucos ouviram: “Feliz és tu, Simão, porque não foi um homem quem te revelou isso, mas meu Pai que está nos céus” (cf Mt 16). Foi um momento de céu para Simão Pedro. Mas no imaginário de Pedro, Jesus estava acima do bem e do mal, não poderia sofrer, muito menos morrer. Quando Jesus fala que iria sofrer e morrer, Pedro o repreende. E Jesus é muito duro com ele: Vai para longe de mim, Satanás, tu não pensas como Deus e, sim, como os homens (8,33).

Momento de inferno. Momento de céu... momento de inferno. A fé em Jesus traz isso consigo: quando cremos em Jesus, como alguém realmente importante em nossa vida, sentimos a alegria e a felicidade da fé: momentos de céu; quando queremos instrumentalizar Jesus... quando buscamos usá-lo para nosso proveito e bem-estar pessoais, ele nos faz a mesma advertência que fez a Pedro, há dois mil anos: tu pensas como os homens, tu buscas somente o teu bem e proveito: momentos de inferno, do inferno do egoísmo, do não-sentido da fé! Para Jesus, Messias do Pai, os verdadeiros discípulos – e são somente estes que ele quero para discípulos – , são capazes de renunciar aos seus interesses pessoais, de carregar sua cruz diária, até com alegria, e seguir a Jesus, em Belém, em Nazaré, nos caminhos da Palestina, na condenação injusta e na morte de cruz, na ressurreição. Estes discípulos são capazes, até mesmo, de “perder” a sua vida, de renunciar a muitas coisas para seguir Jesus na autenticidade e na coerência da sua fé adulta, provada, madura. Discípulos missionários do Jesus/Messias, que dá sentido à fé e à vida.

23 de setembro - 25o Domingo do Tempo Comum Cor: verde

1a leitura: Livro da Sabedoria (Sb) 2,2-12.17-20 Salmo: 53(54), 3-4.5.6.8 (R/. 6b) 2a leitura: Carta de São Tiago (Tg) 3,16-4,3 Evangelho: Marcos 9,30-37 Comentário: Poder, poder, poder! Calunia-se, inveja-se, persegue-se, mata-se pelo poder ou para ter mais poder. O que são todas as violências no mundo senão busca de poder? Quer mais poder um país que invade e domina outro; quer mais poder o pai que se afirma como “o chefe da família”; quer mais poder o político que busca sua eleição ou reeleição; quer mais poder o jovem que sonha completar 18 anos para ter o “seu carro”; quer mais poder o funcionário/a que planta calúnias no ambiente de trabalho para “tomar o lugar” de um companheiro/a; quer mais poder o padre que aspira ser bispo, o seminarista que quer ter, logo, a “sua paróquia”, o religioso/a que pensa ser provincial; quer mais poder o assaltante para ter seu próprio “negócio”; quer mais poder quem “esquece” a ética e passa por cima de qualquer valor, até mesmo por cima de uma amizade de anos, para “aparecer” mais na mídia e ter maior reconhecimento social! E poderíamos mul-

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tiplicar as situações onde as pessoas “fazem qualquer coisa” para ter mais poder! No grupo de Jesus não foi diferente. Numa dessas caminhadas pela Palestina, como relata Marcos no Evangelho deste domingo, os discípulos discutiam entre si “quem seria o maior”, quem teria mais poder quando o Reino fosse instalado. Jesus não perdeu a oportunidade para deixar bem claro quem “seria o maior” na sua igreja, na sua comunidade, no seu Reino: Se alguém quer ser o primeiro, que seja o último de todos e servidor de todos (9,35). E para não haver dúvida, Jesus pegou uma criança, símbolo do não-poder, colocou-a no meio do grupo e fez da criança, última na escala de poder da cultura judaica, a referência para quem quiser ser discípulo de Jesus. O poder em si é bom; mas somente é bom quando for colocado a serviço dos demais, a serviço da comunidade, da sociedade e não para afirmar status, domínio sobre os demais ou exploração para o próprio bem. É bom lembrar isso quando estamos diante de mais uma eleição: o voto consciente é aquele que, pesquisando a vida dos candidatos, escolhe e vota naqueles que fazem do poder político um serviço de bem comum a todos. (attilio@ livrariareus.com.br)

Catequese Excelente material francês para inicação na fé: O Brasil tem algo parecido? Deonira L. Viganó La Rosa

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articipando de Celebração Eucarística na Igreja Santa Mônica, Leblon – Rio de Janeiro, em agosto pp, tive uma agradável surpresa. À minha frente vejo que se instala uma família francesa: pai, mãe, um bebê, um menino de 4 anos e uma menina de 6. Mal entram, as crianças recebem de seus pais uma caixa, de fundo duplo, onde leio: “Ma petite valise pour aller a la Messe” (minha maleta para ir à Missa). Vejo que abrem e retiram dois livrinhos, dois cadernos de colorir e os lápis de cor. Então observo que começam a pintar as figuras bíblicas e a menina lê as alegres histórias sobre Jesus e fatos do Antigo Testamente; histórias curtas e simples, letras grandes. No livrinho ”Mon petit missel” (meu pequeno missal), elas pintam figuras que representam o que o padre faz no altar, os pais interagindo e chamandolhes a atenção para momentos importantes do que está acontecendo na Igreja, como a Comunhão, o Pai Nosso e o abraço da paz. Fico encantada e, no fim da celebração, digo aos pais que jamais vira esta cena no Brasil. A menina vem até mim, lê e explica o que está no livrinho. Fico emocionada. Os pais comentam que esta maleta é um precioso aliado para a iniciação das crianças na fé e que no seu país dispõem deste e de outros materiais semelhantes, inclusive para crianças maiores. Assim não ficam enfadadas, perguntando todo tempo se já vai acabar a missa, pois dela não têm chance de entender nada. Confirmo o que já sabia: a criança descobre Deus, Jesus e as questões da fé, no recôndito do lar, no aconchego dos pais. Os pais são os primeiros e maiores responsáveis pela formação dos valores cristãos nos filhos. Não resta dúvida. Fico triste quando pais me contam que, ainda hoje, em algumas paróquias, a catequese inicia pela obrigação de frequentar a missa todo domingo, e dependendo do número de faltas, a criança não poderá fazer a comunhão. A Eucaristia não seria um ponto alto, aparecendo quando a pessoa já tem suficiente compreensão de quem é Jesus, o que ensinou e o que significa ser seu seguidor, partilhar a vida, o pão, o saber? Jesus disse: “ ... vai primeiro reconciliar-te com teu irmão, depois vem ao altar e faze tua oferenda”. Sei que não existe um antes e um depois exatos, as coisas são concomitantes, mas há um momento para tudo. Não seria interessante uma perene avaliação de quais são os momentos adequados para cada iniciação? De onde nos vem esta crença de que o rito antecede a compreensão, a adesão a Jesus e a prática do que Ele ensinou? Entendo que os ritos existem justamente para que a Comunidade expresse a sua fraternidade e receba força para viver o amor no cotidiano, único mandamento de Cristo. Sem isto, de nada adiantam ritos. Aliás, a Eucaristia não é mero rito, é – deveria ser – um encontro da comunidade onde todos têm como dever reforçar sua obrigação de partilhar o pão com os mais necessitados: repatir o que são e o que têm. Este é o indicador de que a Eucaristia é eficaz.


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SPAÇO DA

RQUIDIOCESE PASCOM

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Coordenação: Pe. César Leandro Padilha

Jornalista responsável: Magnus Régis - (magnusregis@hotmail.com) Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos pelo fone (51)32286199 e pascom@arquidiocesepoa.org.br Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa Facebook: Arquidiocese de Porto Alegre

Pe. Genildo Neves dos Reis assume a Paróquia Madre Teresa

Dom Dadeus presidiu encerramento do Ano Vocacional

Fiéis participam do encerramento do Ano Vocacional Arquidiocesano

“Não viemos para concluir o ano, mas para colher os frutos deste tempo privilegiado”. Assim, o arcebispo metropolitano, Dom Dadeus Grings, abriu a celebração eucarística de encerramento do Ano Vocacional Arquidiocesano, realizada no dia 26 de agosto, no Seminário Menor São José, em Gravataí. Mesmo com o frio e a chuva, os fiéis compareceram, chegando em caravanas vindas de todos os Vicariatos: Porto Alegre, Gravataí, Guaíba e Canoas. Padres, religiosos e religiosas, participaram da missa que foi presidida pelo arcebispo e concelebra pelo bispos auxiliares Dom Jaime Spengler, Dom Agenor Girardi e diversos padres. Dom Dadeus norteou sua homilia destacando que o Ano Vocacional produziu três grandes frutos: a fé, a participação na Igreja e o compromisso com a comunidade, frutos estes alicerçados na pessoa de Jesus Cristo: “Cristo nos reuniu num grande corpo onde Ele é a cabeça e o Espirito Santo é a alma que anima a todos. Nós todos somos membros. Nós nos encontramos para dizer como é bom estarmos juntos e ser Igreja”. O arcebispo declarou que este tempo gera um compromisso que não se encerra, mas que aponta para uma continuidade: “Então, não terminamos

PASCOM

aqui esse Ano Vocacional. Nós colhemos os frutos para que continue nosso trabalho vocacional e cresça o número de sacerdotes”. Dom Dadeus lembrou que a presença do cristão no mundo é pautada pela abertura e diálogo, para que seja sinal de fé diante da crise de um mundo secularizado e moderno. Lembrou também que cada católico é convidado a ser um sacramento vivo, para que Cristo se torne presente por meio das pessoas. O pastor da Igreja local enfatizou ainda que os sacerdotes e consagrados são responsáveis para que mais pessoas sintam o apelo de Deus e assumam suas vocações. O arcebispo concluiu sua homilia pedindo para que todos reforcem sua ração pelo surgimento de mais vocacionados na Igreja. No encerramento da Celebração Eucarística, o promotor vocacional, Pe. Tom, agradeceu a todos os que tornaram o evento uma realidade. Lembrou o trabalho realizado pelo Pe. Vanderlei Bock, que iniciou este trabalho e, por fim, abriu oficialmente as comemorações dos 75 anos do Seminário Menor São José, que serão celebrados em 2013. Após a missa, o Ano Vocacional foi encerrado com o show musical do Pe. Ezequiel Dal Pozzo, da Diocese de Caxias do Sul.

II Congresso da Iniciação Cristã reunirá catequistas do Vicariato de P. Alegre O Vicariato de Porto Alegre convoca os catequistas de suas paróquias para o II Congresso da Iniciação à Vida Cristã. O evento acontecerá no dia 16 de setembro, em Porto Alegre, no Centro de Pastoral. Em 2012, o evento terá como tema: “Encantados com Cristo”. O Congresso contará com assessoria da Irmã Maria Aparecida Barboza, religiosa da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, que abordará o tema segundo “uma releitura mistagógica do encontro com a pessoa de Jesus de Nazaré”. Irmã Maria

Desde o dia 11 de agosto, a Paróquia Madre Teresa de Calcutá, bairro Rubem Berta, conta com um novo pároco: Pe. Genildo Neves dos Reis. A missa de posse foi presidida pelo arcebispo metropolitano Dom Dadeus Grings, e concelebrada pelo chanceler da Arquidiocese, cônego Luiz Vunibaldo Melo da Silveira e pelos padres Luis Inácio Flach e Alexsandro Mello. A celebração foi prestigiada pela comunidade e foi marcada pela apresentação da Igreja e da comunidade ao novo pároco. Durante a missa, foram entregues as chaves da comunidade e do sacrário. Após essa apresentação, o novo padre da comunidade assumiu a presidência da celebração eucarística. Antes a nova missão na Paróquia Madre Teresa de Calcutá, Pe. Genildo atuava como vigário paroquial em Alvorada, na Paróquia Santo Antônio.

Aparecida, foi convidada para o evento pela sua experiência, testemunho e participação ativa no setor de animação bíblico-catequética da CNBB. A Comissão de Iniciação à Vida Cristã do Vicariato de Porto Alegre destaca que o II Congresso “será um momento de crescimento na fé e de estímulo na caminhada catequética do Vicariato”. As inscrições ao Congresso já estão disponíveis. Vale lembrar que o encontro acontece das 8h30min às 18 horas. O almoço será partilhado.

Pe. Genildo foi empossado por Dom Dadeus

Paróquia N. Sra. da Conceição tem site Os 265 anos de história da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Viamão, estão sendo apresentados no site da comunidade, que integra mais 11 igrejas. Documentos históricos e um um acervo com aproximadamente 60 mil fotos, vídeos, relatos, processo de restauração da Igreja Matriz e o cotidiano da Paróquia estão sendo organizados em seções específicas no site. Todos estes dados para contar a história da segunda mais antiga Igreja do Estado, fundada em 1747. Acesse o site www.nossasenhoradaconceicao.org Solidário

A igreja matriz de Viamão


Porto Alegre, setembro de 2012 - 2a quinzena

Qualidade do ensino, dispersão e convergência de esforços

Divulgação

Leia na página 5

Teologia do espaço sagrado Teologia do espaço sagrado, funcionalidade, beleza, simbologia dos espaços, orientações para projeto, adaptações, reformas e construções. São esses os conteúdos de oportuno e necessário curso promovido pela Comissão de Arte Sacra da Arquidiocese de Porto Alegre. O curso, durante todo o dia 29 de setembro próximo, na Centro de Pastoral de Porto Alegre – Praça Mons. Emílio Lottermann, 96 –, será ministrado por Marcelo Molinero (foto), monge beneditino do Mosteiro de S. Geraldo em S. Paulo, especialista no tema e conhecido autor de inúmeros painéis em mosaico espalhados pelo Brasil. Inscrições e informações em www.caas-portoalegre. org.br/eventos

Cardeal Carlo Martini

Martini, símbolo da Igreja do diálogo

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APEDIDO

A morte do cardeal Carlo Maria Martini, em 31 de agosto último, deixa um vácuo na cúpula do Vaticano. Martini, jesuíta e ex-arcebispo de Milão durante mais de 20 anos – a maior diocese da Europa – defendia uma Igreja mais compreensiva e aberta ao mundo. Era um bispo que sabia falar com os leigos, segundo o próprio Vaticano. Representava um dos frutos mais significativos do Concilio Vaticano II e acreditava na renovação da Igreja para uma autêntica fidelidade ao Evangelho de Cristo, sem qualquer compromisso com o poder. Martini, que defendia uma atitude da Igreja mais aberta e compreensiva do mundo contemporâneo, é autor de dezenas de livros e textos, traduzidos em muitas línguas (vários deles em português). Um deles, Em Que Crê Quem Não Crê (ed. Gráfica de Coimbra), é um diálogo com o filósofo Umberto Eco. Apesar de sempre ter sido crítico de várias posições oficiais da Igreja, Martini era muito respeitado na instituição católica. “Suas palavras eram simples e severas, compreensíveis, mas profundas, preocupadas pelas situações e os problemas do mundo atual. Introduziu a escola da palavra em sua diocese para aproximar os leigos das sagradas escrituras através do método da Lectio divina”, recorda a Rádio Vaticano. Em Milão também criou a Cátedra dos não crentes para encontrar pessoas em busca da verdade. "Eu falo, evidentemente, sobretudo para os não crentes, que são pessoas que pensam refletem e têm um profundo sentido de responsabilidade, uma consciência dos valores. Com eles certamente aprendi muito. Trata-se, pois, de continuar dialogando para conhecer os desejos profundos do ser humano e, assim, ajudar a cada um a encontrar sua plenta auteticidade”.

Reeleja NEDEL a grande liderança política cristã de Porto Alegre que é ao mesmo tempo o Vereador que mais trabalha o dia-a-dia da cidade Comitê: Av. Protásio Alves 469 Santa Cecília - Porto Alegre - RS Fones 3328.2630 - 3328.2640


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