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IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS

Porto Alegre, setembro de 2012 - 1a quinzena

Ano XVIII - Edição N o 617 - R$ 2,00

A mensagem por trás da palavra da Bíblia Demasiada exposição às luzes de sedução para o consumo cega o homem atual. Mais que nunca, ele precisa de outras luzes, que encontrará na Sagrada Escritura. Como interpretar e aplicar o que dizem seus textos? Na Teologia, essas perguntas são respondidas pela Hermenêutica e Exegese, que aprofundam conhecimentos sobre os contextos culturais e geográficos em que foram escritos aqueles livros. E o leitor comum, que também deseja beber dessa verdadeira fonte de vida para orientar sua vida prática no dia a dia? Foi por isso que nasceram os Centros de Estudos Bíblicos – CEBI – uma grande universidade popular que anima e interliga uma rede que envolve milhares de brasileiros e brasileiras na busca da reapropriação da Bíblia aplicada ao seu contexto social. Páginas 2 (Editorial) e centrais

Lar S. José: 59 anos de proteção a jovens abandonadas

http://cebijovem.blogspot.com.br

Voluntariado na PUCRS Auxílio ao idoso na área de tecnologia, no setor de geriatria, pediatria e emergência do Hospital São Lucas, reforço escolar em escolas públicas estaduais, entre outras atividades, são as opções para a prática do voluntariado na PUC. Inscrições abertas na sala 101 do prédio 17, Avenida Ipiranga, 6681. Informações pelo telefone (51) 3320-3576 e no site www.pucrs.br/voluntariado.

O que é amar?

A data será lembrada com celebração eucarística, dia três de setembro próximo, quando também inaugura o seu Espaço de Meditação e Oração São José (foto). A entidade foi fundada em 1953 por Giovanna Xavier e destinava-se a acolher mães solteiras em risco de abandono de seu filho ou em risco de aborto. Hoje, sua atividade abrange também berçário e creche e Serviço de Apoio Sócio Educativo. Desde 1986, sua coordenação é feita por voluntários do Movimento de Defesa da Vida – MDV.

Neste começo do século XXI as pessoas falam em amor, viver um grande amor e, entretanto, nota-se que estão cada vez amando menos, mais tristes, mais irrealizadas. Será que o amor não lhes traz mais satisfação? Página 3

"Os que amam os pobres durante a sua vida não terão medo da morte." (São Vicente de Paulo)

Pinturas no Lar São José de autoria de Clarice Jaeger

Os telefones do Jornal Solidário: (51) 3093.3029 e (51) 3211.2314 e-mail: solidario@portoweb. com.br

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RTIGOS

Voz do Pastor Dom Dadeus Grings

Editorial

Arcebispo Metropolitano de P. Alegre

A reapropriação da Bíblia

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uem tem medo das Comunidades Eclesiais de Base, as CEBs!? Não a gente simples, não os pobres, não as chamadas “minorias sociais, raciais e étnicas”, não os cristãos-católicos conscientes de que, crer no Senhor Jesus, significa lutar por um mundo e uma sociedade de mulheres e homens iguais. Não. Estas e outras categorias humanas não têm medo das CEBs. Pelo contrário: elas veem nestas Comunidades um espaço de vivência da sua fé, onde a obra referencial é a Palavra, onde os textos bíblicos são lidos, discutidos e rezados, deixando de ser letra morta, fetiche ou sinal supersticioso para “ficar de bem com Deus e com os santos...”. Quem tem medo da Bíblia!? Não o livro “Bíblia”, mas o conhecimento do seu conteúdo e, principalmente, a vivência do seu espírito. E poderíamos repetir as mesmas categorias, antes enunciadas. A relação entre as CEBS, tema da edição anterior do Solidário, e a leitura da Bíblia, tema desta edição, é natural e intrínseca. Tivesse havido comunidades de base na idade média, como foram de base e pequenas as comunidades do início histórico da era cristã, certamente não teríamos tido as vergonhosas cruzadas, quando, a ferro e fogo e em “nome de Deus” – que Deus!? – se matou, se trucidou, se torturou, se conquistou, como qualquer poder imperialista e opressor, de ontem e de hoje. Muito menos teríamos tido a ainda mais vergonhosa e anti-cristã Inquisição, matando milhares de cristãos na fogueira pelo “crime” de pensarem diferente do poder eclesiástico estabelecido. “Entre vós não será assim; maior é aquele que mais serve”, lembra Jesus. Quem tem medo da Bíblia/ Palavra de Deus... quem tem medo das CEBs? Na plenitude do tempo presente, Deus inspirou um verdadeiro servidor, Ângelo Roncalli, o bondoso Papa João XXIII, levando-o a convocar o Concílio Ecumênico Vaticano II. E a Igreja se propôs a voltar a ser “sacramentum salutis”/sacramento de salvação, colocando-se, como instituição, a serviço da humanidade. Um dos maiores ganhos do Concílio está sendo a reapropriação da Bíblia por parte dos fiéis cristãos, definido no evento conciliar como “Povo de Deus”. A leitura popular e orante da Bíblia faz dos fiéis não uma massa anônima e cumpridora de ritos e normas, mas pessoas conscientes de sua responsabilidade, como igreja, da transformação do mundo e da sociedade na qual vivem. Como um belo e evangélico fruto do espírito conciliar, surgiram e estão se propagando por todo o Brasil, os Centros de Estudos Bíblicos (CEBIS), uma realidade verdadeiramente pastoral que esta edição do Solidário traz para seus leitores. Que o Espírito do Senhor Jesus faça de todos os cristãos, assíduos estudiosos dos textos bíblicos, lidos, refletidos e rezados em nossas famílias e em nossas comunidades. É desejo, esperança e prece. (attilio@ livrariareus.com.br)

Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36

Conselho Deliberativo

Presidente: Agenor Casaril Vice-presidente: Jorge La Rosa Secretário: Marcos Antônio Miola

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Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

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A relação com a técnica

ão é só pelo conhecimento, que consideramos “objetivo”, que a relação do homem com o mundo foi abalada. É que ele inventou também a técnica. Cria coisas, mudando sua relação com o universo. Resultado: poluição do ar, da água, da terra, aquecimento do ambiente... Desmatamento, clima deteriorado, alimentos e remédios artificiais... A relação do homem com o mundo não é mais natural, nem no modo de se comunicar, nem no modo de se locomover, nem no modo de viver.

Não por nada se diz que somos mais filhos da cultura que da natureza. Temos consciência de ser o que fazemos de nós, não apenas no plano pessoal, pelo esforço de realização, mas como povo e como humanidade. Inventamos armas capazes de eliminar a vida no mundo. E já as temos armazenadas há anos, na proporção de poder acabar mais de 30 vezes com a Terra. Para que este investimento macabro? Parece que o homem se tornou inimigo do mundo e, consequentemente, de si mesmo. Armazena fúria para poder destruir tudo! Visto nesta perspectiva, a relação do homem com o mundo se afigura sombria. Falamos de globalização para dizer que nossa sensibilidade se estende pelo mundo inteiro e se alarga ao longo dos tempos. Mas a vida humana continua humana. Einstein veio, em boa hora, consolar-nos com a garantia de que o lugar do observador é fundamental para a visibilização. Então nos convencemos, novamente, que vemos o universo a partir da terra. Pode não ser o planeta mais importante do universo – como Nazaré não foi a cidade mais importante do império romano para merecer o envio do anjo Gabriel – mas é onde nos encontramos e de onde olhamos o mundo. Pode nossa origem não ser a mais gloriosa, na sucessão da vida, mas hoje somos humanos, dotados de inteligência, vontade e sentimentos. O que realmente nos distingue dos demais seres, principalmente dos irracionais, não é a genética, com seu gene, nem o DNA, mas a ideia de Deus, que nos é própria. A partir dela reconhecemos que somos humanos e vemos

Conselho Editorial

Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer, Beatriz Adamatti e Ângelo Orofino

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo

o universo. Suprimindo-a de nossa mente, tornamo-nos semelhantes aos irracionais, que não conseguem transcender-se. Mas aprofundando-a, nos tornamos, com todas as nossas dimensões vitais, imagens de Deus. Ter sua ideia é ter sua imagem, e ter sua imagem é preencher, com ela, a vida. Nosso relacionamento com o mundo não se restringe às ciências, pelas quais formamos nossas concepções do universo; nem se esgota nos recursos da técnica. Tudo isto, sem dúvida, nos ajuda. Mas o essencial é o relacionamento vital, com o pensamento, a vontade e os sentimentos. Vivenciamos o mundo, sua beleza, sua grandeza, sua unidade, verdade e bondade. A partir do mundo formamos nossos sentimentos, nossos projetos, nossos conhecimentos. Sintonizamos com ele. É o mundo que povoamos e construímos. Neste sentido, o ser humano pode ser definido como um ser-no-mundo. Vive no mundo e, de algum modo, para o mundo. Tem por missão cuidar dele, como de um jardim, conforme nos atesta o Gênesis. Nossa subjetividade é extremamente rica. Somos capazes de trazer, para dentro de nós, o universo, tanto pelo conhecimento, como pela vontade e pelos sentimentos. Para conseguir relacionar-nos conosco precisamos relacionar-nos com o mundo. Realizamo-nos inserindo-nos e construindo o mundo. Nossa primeira atitude é conhecer o mundo, para conhecermos a nós mesmos. Trazemos o mundo para dentro de nós. Daí vamos a ele pelo amor e pelos sentimentos. Transformamo-lo e o adaptamos à nossa vida.

Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS

Revisão Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3093.3029 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.


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AMÍLIA &

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OCIEDADE

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O que é amar? Antônio e Carmem Galvão Escritores

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s livros, as poesias, o folhetim, as artes, estão cheios de menções, conceitos e definições sobre o amor, como se ama, o que é amar. Para a sociedade moderna, tão carente de afeto e perdão, fica claro que mesmo as lições simples do amar não foram seguidas... Neste começo de século XXI as pessoas falam em amor, viver um grande amor e, entretanto, nota-se que as pessoas estão cada vez amando menos, mais tristes, mais irrealizadas. Será que o amor não lhes traz mais satisfação? Será que não lhes dá aquela felicidade de que se ouve falar nos romances? Amar é diferente. A gente ama e está sempre amando mais, o amar não gasta e não se consome; sempre tem mais amor...

No filme “Love Story”, na década de 60, surgiu uma definição tornada antológica: “Amar é nunca ter que pedir perdão!” Será mesmo? Por que não ter que pedir perdão? De certo porque quem ama nunca faz nada que o leve a arrepender-se e assim ter que pedir perdão. Pode ser! Santo Tomás de Aquino ensinou que “amar é querer o bem do outro...”. Quem ama quer que a pessoa amada desfrute do bem. Mas isto é pouco! Tem gente que quer o bem do outro, mas não mexe uma palha nesse sentido. Esse é o tipo do amor dos egoístas. Então, amar é querer e realizar o bem do outro mesmo com sacrifício próprio. Quem ama se entrega e, se preciso for, se sacrifica. O egoísta apenas gosta. Na ocasião do sacrifício ele tira o time de campo. Amar é valorizar o outro como pessoa humana. É promover marido ou mulher àquela dignidade ímpar de pessoa única, de filho de Deus. Teologicamente, amar é ver no outro a pessoa de Cristo, amando-o, respeitando-o e por ele se sacrificando, se preciso for. Amar é mais difícil que ser amado. Para ser amado, basta o indivíduo tornar-se receptivo às atenções que o outro lhe dedica. Amar significa sair de si, e isso, para o egoísta, é quase impossível. Ninguém tem maior amor que quem dá a vida pelos seus amigos (Jo 15, 13).

Martin Boulanger/sxc.hu

O egoísmo

Como afirma Paul Claudel, “os egoístas, por definição natural, não podem amar”. Na ambiguidade do ser humano, há luzes e trevas, carinho e grosseria, fidelidade e infidelidade, atenção e desinteresse, sussurros e gritos... Só o amor é capaz de ordenar essa dialética, levando tudo a uma formidável síntese de felicidade e realização, carinho e perdão. O oposto do amor não é o ódio, mas o egoísmo. Não é fácil amar autenticamente. De uma forma geral, o amor que dedicamos ao outro vem sempre misturado com muito egoísmo. Amamos com intuito de receber, de tirar vantagens do outro. Existe amor verdadeiro, quando desejamos e trabalhamos para que o outro cresça e desenvolva suas capacidades. Nisso é que surge aquela obrigação: amar... até com sacrifício próprio... É um erro, portanto, casar para ser feliz; o segredo começa quando a gente casa para tornar o outro feliz. Dizse que amar não é amar alguém construído, mas construir alguém muito amado. E essa construção, seja cônjuge ou filho, se faz com presença, participação e amor. Único e irrepetível, o amor humano possui diversas faces, que os teólogos de Igreja relacionam em paternidade, filiação, irmandade e nupcialidade.

Família

Esses mesmos níveis de afeto partilhados no seio da família, também são vividos em nossa relação recíproca com Deus. Na família a Igreja busca o modelo para também viver a experiência dessas relações. Nesse aspecto, enfatizando que amar integralmente é difícil (mas não impossível), vemos, com satisfação, a alegria de tantos casais que se sentem bem em casa, preferindo o calor do lar que as seduções do mundo. Isso os encoraja a buscar, cada vez mais. A família, santificada pelo sacramento do matrimônio, retrata a presença de Deus em seu meio, e torna-se um testemunho da presença pascal do

Senhor. No amor, marido e mulher tornam-se um. O amor é a vocação fundamental e originária do ser humano. Amar é uma necessidade histórica e congênita da pessoa. É uma carência de seu coração. Desde a criação, Deus quis dar-lhe uma companhia (cf. Gn 2, 18), pois viu que a solidão não era coisa boa. O ser humano foi feito para o amor... e se torna extremamente infeliz e irrealizado quando não é amado, quando não consegue amar. Amar é dar-se ao ser amado; é doar aquilo que de mais profundo temos: nosso coração, nossa mente. Dando-se assim, a pessoa se realiza e se plenifica. O ser humano só é feliz integralmente quando é capaz de tornar o outro feliz.


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na história da salvação

Pe. Maurício da Silva Jardim

Antônio Allgayer

Pároco da paróquia São Vicente Pai dos Pobres

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O termo “Fidei Donum”, para designar um padre missionário diocesano, surgiu com o Papa Pio XII que escreveu a encíclica “Fidei Donum” em abril de 1957. Este documento trata da situação das missões católicas, particularmente da África, e convoca os bispos do mundo inteiro a darem de sua pobreza padres diocesanos às Igrejas particulares mais necessitadas. “Se alguma diocese pobre ajudar a outra, não se tornará mais pobre por isso; seria impossível. Deus não se deixa vencer em generosidade (Encíclica Fidei Donum, n.27). Continua o Papa: “Alguns bispos, embora lhes custe, consentem em que um ou outro sacerdote saia da diocese para ir, por algum tempo, pôr-se à disposição dos ordinários da África. É grande esse auxílio, exortamo-vos de bom grado a essas oportunas e frutuosas iniciativas. Se prudentemente preparadas e realizadas, trarão inapreciáveis vantagens à Igreja Católica na África, portadora de tantas dificuldades e esperanças” (Encíclica Fidei Donum, n.29). Conheci muitos padres “fidei donum” nesta minha experiência missionária de três anos e meio em Moçambique. Um deles, Pe. Mário Cherchi – diocesano da Sardenha-Itália, que já foi missionário no Brasil, Moçambique e atualmente em Angola, nos dizia: “O padre diocesano que, pela sua ligação (também jurídica) com o bispo, o presbitério e a igreja local, ao partir, é expressão mais evidente do compromisso missionário da diocese e é sentido como da família diocesana”. Quando Pe. Mário se preparava para a missão numa visita de seis meses de inspeção e discernimento, deixou escrito: “Talvez o estudo da língua e da cultura requeira um esforço maior e mais autêntico de encarnação e de pobreza: uma casa inserida na vila; obrigado a viver com a gente do lugar e falar a sua língua; sem o poder e a auto-suficiência no uso da palavra e das coisas; como um menino que aprende balbuciando, que sempre precisa de ajuda, de mestres; como alguém que nunca chegará a falar tão bem quanto eles. Isto me colocará na condição de um pobre aprendiz, mais próximo dos pobres, mais irmão. Quero mergulhar neste mundo africano para renascer pobre e cristão”. De fato, a missão é uma graça do Espírito que nos coloca nas mãos do divino oleiro para constantemente nos refazer e reconstruir, como nos diz Jeremias. “Desci até a casa do oleiro e o encontrei fazendo um objeto no torno. O objeto que ele estava fazendo se deformou, mas ele aproveitou o barro e fez outro objeto, conforme lhe pareceu melhor. Então veio a mim a Palavra de Javé: ‘Por acaso, será que não posso fazer com vocês da mesma forma como agiu este oleiro? Como barros nas mãos do oleiro, assim estão vocês em minhas mãos’ (cfe.Je18,1-6). Nesta perspectiva, o discípulo missionário é também, para si, um destinatário da missão. A “Igreja em estado permanente de missão” nos coloca neste caminho de conversão. Assim, nós, da Igreja do Brasil, estamos nas mãos do Divino Oleiro respirando e vivendo com o pulmão da missão. O apelo missionário para além fronteiras, dando de nossa pobreza, em outras regiões mais necessitadas, continua. “Uma Igreja particular não pode esperar atingir a plena maturidade eclesial para, só então, começar a se preocupar com a missão para além de seu território. A maturidade eclesial é consequência e não apenas condição de abertura missionária” (DGAE, doc. 94,84).

PINIÃO

Saga de uma samaritana

Missionário “Fidei Donum” ssim são chamados os padres diocesanos que exercem o ministério por um determinado tempo em dioceses mais necessitadas do mundo. Ficam à disposição do bispo da Igreja local e se inserem no presbitério e no projeto pastoral desta Igreja particular à qual foram enviados.

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Advogado

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o que tudo indica, João, ao redigir o quarto Evangelho, lá pelo ano cem da era cristã, já não se lembrava do nome dela. Eis que a fascinante narrativa dos acontecimentos protagonizados por essa mulher a ela se refere simplesmente como a Samaritana de Sícar. Não aparece ela em nenhum dos mais de mil idiomas em que a Bíblia foi traduzida. Jesus de Nazaré, em trânsito da Jordânia para a Galileia, entrou na Samaria. Chegado à cidade de Sícar, sentou-se à beira do poço de Jacó para descansar da fadiga de longa caminhada, enquanto os discípulos saiam à compra de mantimentos. Nisto, chegou a samaritana, que costumava tirar água do poço pela hora do meio-dia, evitando encontrarse com as demais mulheres, que a hostilizavam. Quando Jesus lhe dirigiu a palavra, pedindo água para beber, manifestou-se ela sobremodo surpreendida: “Como é que tu, que és judeu, pedes água de beber a mim, que sou uma samaritana?” Judeus e samaritanos não se davam. Disse-lhe Jesus: “Se conhecesses o dom de Deus e aquele que te pede água, tu lhe pedirias uma água viva que jorra para a vida eterna. Quem bebe dessa água nunca mais terá sede. A samaritana, não compreendendo tratar-se de alusão alegórica ao mistério da graça, pediu a Jesus lhe desse dessa água para nunca mais ter sede e ir buscá-la na fonte. Então Jesus lhe disse: “Vai, chama teu marido e volta aqui.” Ela respondeu: “Não tenho marido”. Jesus respondeu: “Falaste bem: cinco maridos tiveste e este que agora tens não é teu marido”. Replicou-lhe a mulher, numa tentativa de mudar de assunto: “Vejo que és um profeta. Meus pais adoravam neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar”.

Jesus, referindo-se ao santuário do monte Garizim, da Samaria, e ao Templo de Jerusalém, a fez ver que nem lá nem cá se encontra o lugar e o modo certo de orar: “Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus”. E deu a entender à sua interlocutora que chegara a hora em que os verdadeiros adoradores adorarão a Deus em espírito e verdade. E acrescentou: “São estes os adoradores que meu Pai prefere”. Ao demonstrar-lhe fé na próxima chegada do Messias, disse-lhe Jesus: “O Messias sou eu que estou falando contigo”. É de se supor que devotos protagonistas de conduta moral ilibada, hajam estranhado a leniente atitude de Jesus frente ao comportamento da samaritana. Todavia, é de se admitir que tenham eles chegado a entender, somente então, que essa singular mulher albergava em seu íntimo, a par de reservas de bondade, um núcleo de amor insaciável, aprisionado por descaminhos da vida e transvios na meta de suas aspirações. Em seu encontro com Jesus terá ela desvendado, no âmago do seu ser, um veemente anseio de doar-se em serviço à humanidade. Isto a capacitou para levar a boa-nova aos habitantes da Samaria, entre os quais Jesus permaneceu por dois dias. E eles, hereges da fé e desligados do povo eleito, passaram a ser os primeiros a proclamar Jesus como o Salvador do Mundo.

Escutatória Rubem Alves Escritor

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empre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma”. Filosofia é um monte de ideias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma”. Daí a dificuldade: a gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos… Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio [...]. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as ideias estranhas.). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades.

Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado”. Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou”. Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou”. E assim vai a reunião. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar – quem faz mergulho sabe – a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim, Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.


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DUCAÇÃO &

SICOLOGIA

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Pátria amada Jorge La Rosa

Professor universitário, doutor em Psicologia

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omemoramos, anualmente, a independência política do Brasil em 7 de setembro, oportunidade para pensarmos na pátria e deveres cívicos. Nascemos aqui. Crescemos, construímos nossas vidas, desenvolvemo-nos profissionalmente, constituímos família, forjamos amizades – uma das coisas belas da vida – atingimos objetivos. Natural, portanto, sermos agradecidos ao Brasil.

É aqui, ainda, que graças ao trabalho comemos o pão de cada dia, temos ninho para nos aconchegarmos, curtimos lazeres e diversões, contemplamos luas cheias e nascer de sol sobre o Atlântico. Aqui, outrossim, vivemos nossos amores, realizamos sonhos, damos gargalhadas, derramamos lágrimas. Vida sem lágrimas é como terra sem chuva: torna-se estéril. O sofrimento de cada dia fortalece o espírito e abre o coração ao sofrimento alheio. O sofrimento irmana, humaniza. Brasil, obrigado!

httpcienciasgeografiamagia.blogspot.com.br

Os problemas Mas, ao olhar ao derredor, verificamos que nem todos têm trabalho razoavelmente remunerado – muitos sequer trabalho – cuidados médicos satisfatórios, moradia digna, vestuário adequado, educação condizente. Número significativo de brasileiros encontra-se abaixo da linha de pobreza, para nossa vergonha e sentimentos de culpa. É o Brasil das desigualdades gritantes, que estamos construindo. Somos coresponsáveis pelo indivíduo que não consegue emprego, pela família que habita debaixo da ponte, pelo analfabeto que não assina o nome, pelo serviço precário de saúde pública, pelas crianças pobres que passam frio. Já se disse que no Brasil, para cada real arrecadado, outro é sonegado. Quando compramos, somos coniventes com aqueles que não dão nota fiscal, e engordam seus bolsos. Empresas transnacionais pagam altíssimos salários para seus executivos, e exíguos para seus operários; nas eleições, por vezes, votamos em quem promete benefício ou em troca de favores. Os políticos? Com exceções, grandes corporações que legislam rapidamente em causa própria, locupletam-se de vantagens; trabalham três dias na semana na contramão do trabalhador brasileiro: está na hora de elegermos outros representantes! Os atuais deixam a desejar! Entre o funcionalismo público, além dos marajás, existem diferenças enormes entre algumas categorias bem remuneradas - até demais – e a maioria com modes-

tos salários. E um, entre os poderes, é mais aquinhoado: o judiciário. Por quê? Até quando? Nossa sociedade tem problemas e graves distorções. Longe estamos de uma “pátria livre” de exploração, do privilégio, da ganância dos que detêm o poder, dos políticos incompetentes ou corruptos. Solução? Quando o povo for suficientemente educado, e conscientizar-se das tremendas desigualdades, sinal de injustiças abissais. Para ilustrar, o Brasil, segundo o censo de 2010 (IBGE), ainda é um dos países com pior distribuição da riqueza nacional: os 10% mais ricos da população ganharam 44,5 do total de rendimentos, enquanto os 10% mais pobres perceberam 1,1%. Em números absolutos, a renda do indivíduo do grupo mais pobre foi R$

137,05, enquanto a média mensal do sujeito do grupo mais rico foi R$ 5.345,22, ou seja, o segundo grupo ganhou 39 vezes mais que o primeiro. E no que concerne à escolarização, contamos com 18 milhões de analfabetos, e um número maior de analfabetos funcionais, incapazes de interpretar o texto que leram. A libertação de 7 de setembro é estímulo para outras libertações, principalmente a libertação das diversas formas de analfabetismo, da injusta distribuição da riqueza nacional, que aquinhoa bem determinados grupos e poder, e marginaliza grande parte da população. É bom que um saudável sentimento de culpa nos acometa, enquanto perdurarem essas clamorosas injustiças. Ou somos pobres de espírito. E de humanidade.


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EMA EM FOCO

CEBI: desvendando a men A

conteceu na década 60 do século passado, numa comunidade pobre no interior do Brasil. Um entendido em deserto, onde o calor e falta de sal estragavam facilmente a carne e com isso poderia matar quem a comess até então, pediu a palavra e assim falou: “Então hoje, com essa mesma lei, Deus nos manda comer carne de lá em casa. Então, se aquela lei era para defender a vida da comunidade, hoje, para defender a v

Opção p

Aquele homem fez uma interpretação bem mais profunda que o biblista com todos os seus conhecimentos de geografia, história e exegese. Descobriu o verdadeiro sentido que o texto sagrado queria transmitir: a defesa da vida. Assim nasceu um novo método de leitura da Bíblia. Isto é, a Leitura Popular da Bíblia, sistematizado por Jether e Lucilia Ramalho, Agostinha Vieira de Mello e Frei Carlos Mesters sob o nome de Centro de Estudos Bíblicos – CEBI – em 20 de julho de 1979.

http://www.cebi.org.br

Reapropriação da Bíblia

A entidade – sem fins lucrativos – é ecumênica e aberta a mulheres e homens de diversas denominações cristãs, com o objetivo de descobrir o que está por trás dos textos, numa verdadeira tentativa de reapropriação da Bíblia, para encontrar nela a luz, o ânimo, a esperança e a força para resistir e lutar por uma vida mais digna. O que explica que é mais fácil encontrar esses centros de estudos junto a associações de moradores, movimentos populares de saúde, de mulheres, indígenas, pessoas negras, marginalizadas, doentes, desempregadas, agricultoras e agricultores, sem-terra, sem-teto, meninos e meninas de rua, no movimento ecológico, em movimentos pelos direitos das crianças e adolescentes, em associações de professores e professoras.

Universidade popular

Segundo levantamentos recentes, existem hoje, no Brasil, mais de 10 mil grupos de reflexão, círculos bíblicos, cursos de finais de semana, escolas bíblicas que duram várias semanas, cursos de capacitação com um mês de duração, cursos intensivos de seis meses e cursos extensivos que duram vários anos. Os CEBIs estão organizados em 25 Estados brasileiros através de 174 Sub-Regiões/ Núcleos atingindo, diretamente, a mais de 100 mil lideranças populares, a quase total maioria – mais de 90 por cento – de forma voluntária. Não é demais afirmar que o CEBI é, de fato, uma grande universidade popular. Anima e interliga uma grande rede de formação cristã e da educação popular. Ao longo de sua existência, ajudaram a criar mais de 100 Movimentos Populares e participam hoje, ativamente, na animação e assessoria de mais de 210 grupos e movimentos sociais. No Rio Grande do Sul, há escolas bíblicas nos municípios de Agudo, Alvorada, Bagé, Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Canguçu, Esteio, Gravataí, Pelotas, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Sobradinho e Livramento.

“Alguns até con dissociar o comprom desenvolver política Maria Klein, após qu Gravataí. “A Consti prover as condições se põe em prática? O garantam esses dire de 30 anos, já dizia Mas que, dos dois, o Gênesis de uma form

Para Adelaide, a mística que leva a u uma sociedade de pa cesso é vivenciado c Atualmente func de iniciou sua camin a propagar muito a l cursou Teologia Pop vida pessoal, familia Atualmente, faz grupo existe há 15 a Este ano, estamos e Pessoa de Lira e Lili Igreja Anglicana.

Da esquerda para a direita, os fundadores do CEBI: Jether e Lucilia Ramalho, Agostinha Vieira de Mello e Carlos Mesters Solidário

Adelaide Maria Klein

“Sou católica e t mos uma caminhada distinção para acolh católico também sign A vida é maior que a Solidário - Essa Adelaide – Dev ainda tem dificuldad rimônia de abertura fazer seu momento d para celebrar numa S - O que o CEB Adelaide – Mor nismo. Vim sozinha netos. Não foi – e nã junto do seu povo e anterior em movime Ação Social da Pref demandas populares povo também mexe firme no propósito d E essa inspiração m S – E no seu tra Estado? Adelaide- Conti Bíblia é apaixonant tras vezes diminuída Deus. Pela hermenê


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A S ÇÃO

OLIDÁRIA

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nsagem por trás da palavra

m Bíblia falava sobre a lei que proíbe comer carne de porco (Lv 11,7; Dt 14,8). Explicava que essa lei nasceu no se. Visava, portanto, a proteger a vida. Um colono – mãos calejadas, pele tostada pelo sol e semianalfabeto – quieto e porco! Porque, hoje, a única carne que temos para nós e nossos filhos são os porquinhos que nós mesmos criamos vida de nossas crianças e de nossa comunidade, Deus nos manda comer carne de porco! Pronto!”

política é consequência do comprometimento

nseguem não se filiar a alguma agremiação política. Mas é difícil metimento social de alguma ideologia política que dê abertura para as públicas a favor do mais necessitado”. É a convicção de Adelaide uase duas décadas de engajamento no Centro de Estudos Bíblicos de ituição Federal de 88 já disse que é dever do estado e da sociedade de vida digna, garantia dos direitos de todos. Onde e como isso hoje Ora, somente com a proposição e exigência de políticas públicas que eitos mínimos. Carlos Mesters, um dos nossos fundadores, há mais a que Deus criou dois livros: o livro da vida e a palavra (a Bíblia). o mais importante é a vida. Sob essa ótica, comecei a ler o texto do ma muito diferente”.

Sociedade de partilha

a metodologia do CEBI vai além do estudo bíblico. “Gera-se uma uma prática não violenta que tem sua fonte alimentadora na luta por artilha, solidariedade e respeito a todas as formas de vida. Esse procomo um mergulho no grande mistério que são a vida e a divindade”. cionária comissionada junto à Secretaria da Mulher do Estado, Adelainhada de CEBI na paróquia de Tupaciretã, “Um padre novo começou leitura popular da Bíblia, inspirado no Concílio”. Adelaide também pular na ESTEF de S. Maria. “A leitura da Bíblia foi decisiva na minha ar, social e profissional. Mas também se passa por incompreensões”. parte de um grupo de Gravataí que fica na Morada do Vale I. “Nosso anos. Somos entre 20 e 30 pessoas. Reunimo-nos uma vez por mês. estudando a Práxis de Jesus em Marcos, com assessoria de David ian C. S. Pessoa de Lira, bacharéis e mestres em teologia, ambos da

diminuíram as mulheres na Bíblia. Aliás, não é nada difícil perceber que a Bíblia foi europeizada, ‘branqueada’ e patriarcalizada, masculinizada. Assim como as mulheres aparecem mal, também os homens de cor não existem, contrariando a própria realidade étnica e geográfica do lugar onde foi escrita, onde a cor humana não era necessariamente da raça branca. A nossa Secretaria da Mulher é voltada para o empoderamento das mulheres, procurando assegurar as garantias dos seus direitos, de se tornarem sujeitas e se libertarem da ditadura da violência e terem vida digna, alegre e feliz. Foi para isso que nós também fomos criadas pelo Criador. S – Que caminhos futuros aponta para a Igreja? Adelaide - Fico entristecida com o retrocesso da nossa Igreja. O Vaticano II acenou com oportunos avanços e estamos voltando a tempos anteriores ao Concílio. A instituição está se fechando cada vez mais em vez de se renovar, o que ela precisa. Acredito que devemos manter essa pequena chama acesa na esperança de que um dia se voltem a iluminar melhor os caminhos que Ele nos apontou. Acredito nisso. Acredito num catolicismo que vai além da Instituição. S - Na prática, o que sugere? Adelaide – Redescobrir sinceramente e pôr em prática os ensinamentos de Jesus, seus exemplos de caridade, de sacrifício, de compreensão, de amizade, de sua humanidade, em suma. E isso está no Evangelho que não está sendo passado pelos atuais métodos da Igreja, nem nos sermões – com raríssimas exceções. O povo que sofre busca respostas e as acaba buscando em outras denominações, onde também, por fim, se frustra. Por quê? Porque os mecanismos de formação de opinião e de cultura atual do consumismo ilusório e desenfreado do vazio são mais poderosos. A humanidade – deprimida, doente – ficou sem rumo e a mensagem bíblica poderia indicar o caminho. http://www.cebi.org.br

Igreja é universal

tenho minha vida na religião católica. O CEBI é ecumênico e fazea muito tranquila com outras denominações, porque Jesus não fazia her a quem quer que fosse – pagão, estrangeiro, etc. Afinal, o adjetivo nifica universal. Essa compreensão a obtive através da leitura bíblica. as religiões”. a compreensão é aceita por todos? via ser e se faz necessária. Mas a nossa Igreja, isto é, a instituição, de de ver assim. No recente encontro de CEBs em S. Maria, a cea foi feita pelo bispado. No dia seguinte, as outras igrejas puderam de espiritualidade. Vejo que ainda temos dificuldades institucionais mesa comum. Uma pena. BI significa na sua vida diária? ro em Gravataí há 16 anos. O CEBI me deu outra visão do cristiaa do interior do Estado, com cinco filhos. Hoje, tenho também cinco ão é – fácil. Mas sempre tive a certeza desse Deus da Vida a caminhar com a gente, a nos alimentar a esperança e dar ânimo. A caminhada entos sociais me propiciou uma função comissionada de secretária de feitura de Gravataí. O impacto foi grande, pois não é fácil lidar com s e conciliar conflitos internos de administração. Estar no meio desse e com a gente e conseguimos demonstrar que é possível se manter daquilo em que se acredita, manter os objetivos, não perder o foco. me veio da Bíblia. abalho atual na Secretaria Especial da Mulher do Governo do

inuo bebendo na fonte da Bíblia. Tentar encontrar as mulheres da te. E, embora escondidas nos textos, muitas vezes sem nome e ouas aos olhos dos homens, elas estão aí, caminhando como povo de êutica e exegese, percebe-se que também as traduções prejudicaram,

A leitura da Bíblia a partir da realidade e em defesa da vida


8 Prendam aqueles genes!

S

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ABER VIVER

Fernando de Oliveira Souza

Como superar traumas? Mari Cordeiro

Médico e professor universitário

Consultora em desenvolvimento humano

O

artigo do dr. J.J. Camargo, no caderno Vida de Zero Hora do dia 4 de agosto, traz à discussão um tema bastante polêmico e que cada vez estará mais presente na nossa realidade – o da engenharia genética. Trata o artigo de um determinado gene cuja expressão se correlacionaria com características comportamentais do indivíduo portador do mesmo, sendo responsável por atitudes antissociais e mesmo anti-instintivas ,como abandono das crias pelas mães, por exemplo.

M

uito se fala sobre a violência e os traumas gerados por ela. Pessoas atirando em outras sem motivo, se é que existe motivo para se atirar em alguém. Situações inimagináveis acontecem e fazem um verdadeiro estrago na vida das pessoas. Mas, o fato é que todo ser humano vivencia situações traumáticas, isso é inevitável. Num acidente, uma pessoa pode se machucar muito e outra apenas assistir, quem ficou mais traumatizada? Acreditar que foi a que se feriu nem sempre é a resposta correta.

Quando vivenciamos situações traumáticas, as informações ficam armazenadas Os genes, para os menos ilustrados, são fragmentos de DNA em nosso cérebro. Acontece que constituem nossos cromossomas, herança herdada dos nossos que imagens, sons, emoções, pais, que codificam nosso organismo, determinando todas as nossas sensações são armazenadas em características físicas, como altura, cor do cabelo, cor dos olhos, áreas diferentes e específicas e capacidades como competência para combater agressões, como do cérebro, naturalmente essas informações são integradas e infecções ou câncer e assim sucessivamente. O genoma humano, conjunto de nossos genes, é composto de o trauma se dissolve, mas em aproximadamente 25 mil genes, cada um com sua função específica, algumas situações isso não algumas já bem definidas, como síntese de proteínas, e outras ainda acontece e as informações ficam separadas e voltam à tona não suficientemente esclarecidas. A vinculação genética das características comportamentais do toda vez que aquele ponto no indivíduo é um tema fascinante e de repercussão em várias áreas, cérebro for acessado, quer seja como na criminologia, já que atribuiria a um determinismo bioló- por movimentos dos olhos, por gico ligado aos genes as atitudes condenáveis do indivíduo a ser pensamentos perturbadores ou julgado. Os genes atuariam neste quesito favorecendo a síntese pelo por novas situações similares à organismo destes indivíduos de neuro-hormônios que atuariam no traumática. As sensações perturbadoras reacendem e formam cérebro destas pessoas, desencadeando reações violentas. O que poderia ser um bom argumento para um atilado advo- comportamentos disfuncionais. gado na defesa do seu cliente, para nós, médicos, é somente uma O que antes era fácil agora passa parte da explicação que condiciona os arroubos comportamentais a ser muito difícil. Como as crianças ainda não dos indivíduos. Aquele motorista que mata o outro numa infração têm um filtro desenvolvido para boba de trânsito não o faz porque o seu gene “mata-motorista” aslidar e discernir, os acontecisim o determinou, o faz porque, além deste “precondicionamento mentos estão mais suscetíveis a genético” está num dia ruim, cheio de interações negativas com o seu meio. Por esta razão, por sermos racionais, embora alguns duvidem, é que devemos nos pautar por um código de conduta instituído pela sociedade em que vivemos que controle nossas características genéticas, principalmente aquelas lesivas ao meio em que estamos. Na impossibilidade disto, restarão futuramente, quem sabe, as manipulações genéticas, que alguns chamam de “brincar de Deus”, onde aquelas características genéticas poderão ser identificadas e neutralizadas. Será um verdadeiro “Prendam aqueles genes !”. Quem viver, verá.

permanecer no trauma, mesmo em situações que, na maioria das vezes, para um adulto não teria o mesmo impacto. Ao longo dos últimos 10 anos, fazendo coaching com executivos de carreiras brilhantes, fui percebendo que a conversa não alcança bons resultados em todas as situações. E, investigando com mais profundidade, cheguei a um ponto em comum – traumas, principalmente da primeira infância, mas também da vida adulta. A partir desta descoberta, constatei que meus títulos em formações internacionais em coaching já não bastavam para estes casos. Neste momento, passei a estudar cada vez mais a neurociência e a física quântica. Sabemos que pensamento gera emoção que gera comportamento. Mas como mudar pensamentos? Entender o funcionamento do cérebro e o que há de mais moderno em labre-sp.org.br

(Extraído de Zero Hora de 07/08/12)

Visa e Mastercard

Após a segunda sessão de reprocessamento ele se deu conta que conseguiu se apresentar para 100 pessoas sem todos aqueles sintomas

Antoninho Musa Neime - 01/09 Agenor Casaril - 03/09 Paulo D'Arrigo Vellinho - 06/09 Dom Dadeus Grings - 07/09 Walter A. Hommerding - 09/09

Albano L. Werlang CRP - 07/00660

TERAPIA DIRETA DO INCONSCIENTE Cura alcoolismo, liberta antepassados, valoriza a dimensão espiritual Vig. José Inácio, 263 - conj. 113 - Centro - POA 32245441 - 99899393

desatar os nós que criamos foi fundamental para dar um salto significativo em meus processos de coaching. Compreender a física quântica, como a física das possibilidades, verificando o impacto das crenças e dos conflitos em nosso funcionamento foi libertador. Após todos estes estudos e formações, criei o coaching de reprocessamento. Foi com ele que consegui identificar os pontos traumáticos que impedem comportamentos funcionais, possibilitar ao coachee (pessoa que se beneficia do coaching) escolher pensamentos e comportamentos mais saudáveis, quebrar crenças e aprender a lidar com suas emoções. Dentre os inúmeros casos emocionantes que me deparei nos últimos anos, um me toca profundamente pela vontade e força de superação. Chegou à minha consultoria um executivo já com uma carreira consolidada ao longo de seus 59 anos, mas com um pedido especial: quero não ficar nervoso, não ter brancos e palpitações todas as vezes que for fazer apresentações e reuniões com pessoas importantes. De maneira curiosa, ele manobrou situações difíceis e conseguiu construir uma bela carreira mesmo com este sofrimento num ambiente corporativo, o que não é fácil pela enorme e constante exposição. Sua disponibilidade e entrega para o processo era tal que na primeira sessão as situações traumáticas vieram à tona e, após a segunda sessão de reprocessamento, ele se deu conta que conseguiu se apresentar para 100 pessoas sem todos aqueles sintomas. Ele tinha metas arrojadas para este processo, mapeou situações e público alvo. Seu processo durou 12 sessões e hoje ele manda muito bem em suas apresentações e diz que sua vida pessoal também teve ganhos que nem esperava. Nós, seres humanos, somos complexos demais. Infelizmente, não temos como fugir de traumas, coisas cruéis acontecem para boas pessoas. E a vida nos convida a dar a volta e encontrar a felicidade. Estas descobertas são apenas o começo de uma longa jornada na ampliação da compreensão sobre como funcionamos, onde estão nossos botões e como os acionamos. (ww.msdh.com.br)


Humor

E Notas e notícias

*Precisamos tirar as fendas dos olhos para enxergar com clareza o número de famigerados que aumenta. *Os analfabetos nunca tiveram chance de voltar à escola. *O bem estar dos abtantes endependente de roça, religião, sexo e vegetarianos está preocupan-do-nos. *É preciso melhorar as indiferenças sociais e promover o saneamento de muitas pessoas, de nível municipal, estadual e federal. *Também preocupa o avanço regressivo da violência. *No começo os índios eram muito atrazados mas com o tempo foram se sifilizando. *Então o governo precisou contratar oficiais para fortalecer o exército da marinha. *No tempo colonial o Brasil só dependia do café e de outros produtos extremamente vegetarianos. *Oceano é onde nasce o sol; onde ele nasce é o nascente, e onde desce, o decente. *Tiradentes, depois de morto, foi decapitulado. *Entre os índios da América destacam-se os aztecas, os incas, os maias, os pirineus, os phenícios, egípcios, facistas... *A História se divide em 4: Antiga, Média, Moderna e Momentânea, esta, a dos nossos dias. *Em Esparta as crianças que nasciam mortas eram sacrificadas. *A Terra é um dos planetas mais conhecidos no mundo e suas constelações servem para esclarecer a noite. (Extraído do Livro da Família)

Sem Fronteiras Martha Alves D´Azevedo

Comissão Comunicação Sem Fronteiras

(TRISTE, MAS HUMOR...) ALGUNS TEXTOS DE VESTIBULARES

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SPAÇO LIVRE

Festividade em honra de N. Sra. da Piedade De 8 a 16 de setembro corrente a Paróquia Nossa Senhora da Piedade (rua Cabral, 543 - bairro Rio Branco) estará promovendo um septenário (festa que dura sete dias) em honra à sua padroeira. A programação terá início dia 8, sábado, às 18 horas, com a abordagem do tema "A fé de Maria como confiança e entrega aos designios de Deus", sendo celebrante o Pe. Eduardo Santos; dia 9, às 18 horas, "Maria: Fé na paternidade de Deus". Celebrante: Pe. Fábio José Christ; dia 10, às 19h30min, "Maria: Na fé, estar e conviver com Jesus". Celebrante: Pe. Péricles William Corrêa (CMS); dia 11, às 19h30min, "Maria: Fé no Projeto do Reino de Deus". Celebrante: Pe. Luis Antonio C. Larratéa (Tom); dia 12, às 19h30min, "A fé de Maria sustenta a Igreja". Celebrante: Pe. Gustavo Mota; dia 13, às 19h30min, "Maria: Guardiã da fé". Celebrante: Pe. Claudio D'Angelo Castro; dia 14, às 19h30min, "A fé de Maria é levar a todos a Boa Nova". Celebrante: Pe. Cesar Leandro Padilha; dia 15, às 18 horas, celebração especial: "As sete alegrias de Nossa Senhora da Piedade". Bênção especial às mães gestantes. Dia 16, às 10 horas, missa festiva em honra a Nossa Senhora da Piedade com bênção das crianças. Às 12 horas, almoço festivo com inauguração do salão paroquial. Mais informações pelos fones (51)37378876 e 32376737 - pnspiedade@yahoo.com.br

Retiro de Meditação Cristã O tema do retiro deste ano da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã (CMMC) da Região Sul será: “Os ensinamentos essenciais da tradição da meditação cristã”. O evento terá a direção espiritual de Dom Matthias Tolentino Braga OSB, abade do Mosteiro de São Bento de São Paulo (SP), nos dias 12 a 14 de outubro de 2012, na casa de Retiros São Bernardino, das Irmãs Franciscanas Bernardinas, em Viamão (RS). Haverá, também, conferências de Leonardo Winck Corrêa (jornalista, oblato da CMMC, diretor internacional de Comunicações da CMMC) e Marcelo Melgares (médico, coordenador dos oblatos brasileiros da CMMC e da CMMC na região sul do Brasil). Mais informações com Eliete, fones 3346.9213 e 8134-8588 ou com Sirley, 3279.2421/9216.0156, de preferência à noite, ou endereçar e-mail para wccmsul@gmail.com.

Preparação ao IX Encontro Tradicionalista Dia 20 de agosto, segunda-feira, o Pe. Adilson Corrêa Fonseca pároco da Paróquia N. Sra. da Paz, de Guaíba, o Pe. Amadeu Gomes Canellas - pároco da Paróquia Santo Hilário de Gravataí e Breno Bornhorst - leigo, passaram o dia em Camaquã para, juntos do Pe. Tiago Francesco Escouto - vigário paroquial da Paróquia São João Batista e Antônio Omar - leigo, organizarem o IX Encontro Tradicionalista Cristão. Ficou decidido que o Encontro será realizado na Paróquia N. Sra dos Navegantes, em Arambaré, nos dias 26 e 27 de novembro de 2012, com o tema: "Missa Crioula em debate". Padres, diáconos, seminaristas, religiosos, leigos, tradicionalistas, a favor ou contra, são convidados a participar do evento.

RESERVE O SEU EXEMPLAR O Livro da Família 2013 e o Familienkalender 2013 estarão disponíveis para venda a partir de setembro/2012. Faça seu pedido na Livraria Padre Reus, em Porto Alegre, e também na filial do Santuário Sagrado Coração de Jesus, em São Leopoldo. Fones: 51-3224.0250 e 51-3566.5086 livrariareus@livrariareus.com.br

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Mercosul repaginado

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Declaração de Iguaçu, assinada em 1985 pelos presidentes do Brasil e da Argentina, deve ser considerada um marco entre os esforços para integração empreendidos na América Latina. Em julho de 1986 é assinada a Ata para a integração Brasil-Argentina, com 12 protocolos sobre relações bilaterais em setores específicos. Dados os primeiros passos, o processo de integração começou a ter andamento. Foi então elaborado um Tratado para a Constituição de um mercado comum entre a República Argentina, a República Federativa do Brasil, a República do Paraguai e a República Oriental do Uruguai. Os Estados Partes decidem constituir um Mercado Comum que deverá estar estabelecido a 31 de dezembro de 1994, e que se denominará “Mercado Comum do Sul” (MERCOSUL). Finalmente, em 26 de março de 1991, como resultado de intensas negociações levadas a cabo durante os meses precedentes, os presidentes da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai puderam firmar o Tratado de Assunção, que passou a reger as relações econômico-comerciais dos quatro países no período transitório 1991/1994, antecedendo à plena conformação do Mercado Comum do Sul. “O Mercosul constitui, assim, uma resposta criativa à nova dinâmica das economias nacionais e internacionais, uma vez que o esgotamento das políticas substitutivas levou obrigatoriamente à necessidade de encontrar novas formas de inserção econômica externa”(Almeida, Paulo Roberto-O Mercosul no contexto regional e internacionalAduaneiras,1993). Dia 31 de julho último, em reunião realizada em Brasilia, a Venezuela ingressou oficialmente no Mercosul, repaginando a história do bloco criado pelo Tratado de Assunção, e lembrando o sonho de Bolivar por “Uma América Unida e Forte”. Em um encontro fechado de quase duas horas, a presidente Dilma Rousseff e seus colegas do Uruguai, José Mujica, da Argentina, Cristina Kirchner, Hugo Chávez, da Venezuela, mas com a ausência do representante do Paraguai, discutiram os próximos passos da integração. “O que não cresce, perece. Estamos obrigados a buscar uma incidência maior do que a de hoje”, defendeu o presidente uruguaio. ”Temos de buscar formas inteligentes de incorporar. Temos de abrir a cabeça, porque quando a coisa está demasiadamente fechada, rígida, cheia de regras, não funciona”. Apesar das ressalvas ao ingresso de Chávez, as opiniões são unânimes em elogiar a expansão do Mercosul, que será a quinta, ou quarta maior economia do mundo, com soma do PIB de US$3,3 bilhões, e um bloco ampliado de 270 milhões de habitantes. (geralda.alves@ufrgs.br)


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GREJA &

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COMUNIDADE

Solidário Litúrgico 2 de setembro - 22o Domingo do Tempo Comum

Catequese O uso da Bíblia na catequese Maria Helena

Cor: verde

Diocese de Novo Hamburgo

1a leitura: Livro do Livro do Deuteronômio (Dt) 4,1-2.6-8 Salmo: 14(15),2-3ab.3cd-4ab.5 (R/. 1a) 2a leitura: Carta de São Tiago (Tg) 1,17-18.21b-22.7 Evangelho: Marcos 7, 1-8.1415.21-23 Comentário: Citando o profeta Isaias, Jesus deixou bem claro para os escravos da letra da lei do seu tempo e que vale também para nosso tempo: Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos. Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens (7,6-7). Honrar com os lábios... prestar culto... seguir a tradição. Honrar com os lábios: muita hipocrisia e falsidade podem esconderse por trás de palavras bonitas, de expressões de aplauso, de abraços efusivos, de “batidinha nas costas”. Prestar culto: quantos cristãos-católicos, ainda hoje, pensam que cumprem com sua fé e praticam sua religião, assistindo mis-

sa todos os fins de semana, recebendo os sacramentos e, quem sabe? pagando sua contribuição à comunidade? As estatísticas afirmam que é a maioria. Seguir a tradição: não é novidade que, grande parte dos católicos tem imensa dificuldade em viver sua fé no espírito do Concílio Vaticano II, uma fé viva e transformadora da sociedade. Os que se agarram à tradição preferem acomodarse ao “como sempre foi” e reagem criticamente aos sempre novos desafios que o dinamismo da vida traz consigo. Obviamente, não se quer negar a importância da oração, do culto litúrgico, da tradição; pelo contrário. Mas, mais importante que o culto e a tradição, é ter um coração que esteja perto do Senhor Jesus e do seu projeto libertador. Jesus quer cristãos que vivam uma fé religiosa que liberta, cristãos que contribuem concretamente para uma sociedade solidária e se definem como cidadãos políticos e participativos em ações de justiça social... discípulos missionários que se jogam, de alma e coração, na grande aventura da construção de um mundo melhor para todos.

9 de setembro - 23o Domingo do Tempo Comum Cor: verde

1a leitura: Livro de Profeta Isaias (Is) 35,4-7a Salmo: 145(146),7.8-9a.9bc-10 (R/.1.2a) 2a leitura: Carta de São Tiago (Tg) 2,1-5 Evangelho: Marcos 7, 31-37 Comentário: Tudo o que Jesus não queria era ser tomado como um “milagreiro” ou um “curandeiro”, como tantos outros antes e depois dele. Por aí se compreende sua insistência com os eventualmente agraciados para que não divulgassem o benefício que haviam recebido. Também por isso, sempre que queriam aclamá-lo rei, ele se retirava para lugares desertos, onde ficava em oração, em diálogo com o Pai. Este aspecto de fugir da glória e do poder do mundo fica bem claro nas chamadas “tentações do deserto”, antes de iniciar sua vida pública. Certamente, não é cristã a fé que busca ou depende de “milagres”, de “graças espetaculares”, de exterioridades, de suntuosidade. Jesus é gente simples, “do povo”, não quer se sobrepor, nem distinguir, quer apenas servir

e, servindo, anunciar um Reino diferente, de relações justas e fraternas, totalmente distinto de tudo o que seus contemporâneos conheciam. Diz o texto do Evangelho deste domingo: colocado diante de um surdo, Jesus afastou-se da multidão – ele não quer espectadores que o aplaudam – olhou para o céu e disse ao surdo: abre-te. E os ouvidos do surdo se abriram e, como consequência, ele começou a falar. A multidão que presenciou a libertação do surdo de suas deficiências, não se conteve e disse uma palavra profética: Ele fez bem todas as coisas: aos surdos fez ouvir, aos mudos, fez falar (7,37). Viver a fé cristã é, também, ser uma presença deste Jesus libertador que leva seus verdadeiros seguidores a levantar a voz e lançar um grito por tantos excluídos da sociedade, contribuindo no processo de inclusão dos que não podem nem ver, nem ouvir, nem falar, porque um sistema iníquo e injusto não lhes permite. Que de cada cristão se possa dizer o que, há dois mil anos, disseram de Jesus: Ele tem feito bem todas as coisas... (attilio@ livrariareus.com.br)

C

ostuma-se dizer que a Bíblia é o principal livro da catequese, a mais importante fonte do processo de evangelização. E isso é fácil de entender, pois sabemos que a Bíblia é, para nós, Palavra de Deus. Se na catequese o que se pretende é ajudar o catequizando a realizar o seu encontro com Deus, fica clara a importância da Palavra de Deus, por meio da qual se realiza esse encontro. A catequese deve, portanto, ser centrada na Palavra de Deus. O catequizando deve aprender a escutar a Bíblia e deve ser incentivado a vivenciá-la. No entanto, o uso da Bíblia na catequese pode trazer algumas dificuldades. Por isso, damos algumas dicas. Quanto à linguagem bíblica As traduções da Bíblia, em geral, não empregam uma linguagem acessível aos catequizandos e adolescentes. E não só o vocabulário traz dificuldades, mas também certas noções históricas e certos costumes dos povos antigos nem sempre serão facilmente compreensíveis. Algumas versões da Bíblia para crianças deixam muito a desejar, pois desfiguram completamente certos textos. O desejável seria uma tradução que não desfigurasse tanto, mas apresentasse uma linguagem compreensível, de acordo com a idade dos catequizados. Quando se trabalha com adolescentes, jovens ou adultos, principalmente se eles já têm certa caminhada, é importante familiarizá-los com a Bíblia completa que deve ser levada para os encontros. E será preciso todo um cuidado para treinar o manuseio da Bíblia e para explicar aquilo que não se compreende à primeira vista. Nesse caso, depois de proclamar o texto, é preciso compreendê-lo, explicando seu vocabulário e seu sentido, para depois partilhá-lo e tirar dele conclusões. Quanto à seleção dos textos Apesar de a Bíblia ser um livro básico na catequese, o processo catequético não consiste num mero estudo dela. Do ponto de vista pedagógico, seria inconcebível na catequese e ninguém pensa nisso: estudar a Bíblia do começo ao fim, seguindo seus esquemas históricos e canônicos. A seleção de textos para cada encontro levará em consideração o conteúdo que se quer transmitir. A catequese é organizada a partir de certos conteúdos fundamentais no processo de evangelização. Primeiro, decidimos os conteúdos. Depois, procuramos a fundamentação bíblica. Os textos bíblicos servirão de base e suporte para a transmissão dos conteúdos. Com isso, entendemos duas coisas: 1. Não se pode, na catequese, ler os livros bíblicos do começo ao fim, sem organizar os textos a partir dos conteúdos programados. 2. Não se pode também realizar aquele tipo de leitura bíblica, em que se abre a Bíblia a esmo e se lê o primeiro texto que os olhos encontram, como se essa fosse a vontade de Deus para aquele momento. Isso é inconcebível. Os roteiros de catequese devem apresentar, como é costume, uma sugestão de texto bíblico que se encaixe dentro do assunto de cada encontro. Extraído de Texto de Maria Helena: www.catequizar.com.br


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SPAÇO DA

RQUIDIOCESE

Dia Nacional do Patrimônio Histórico é celebrado com entrega do restauro da Cúria Metropolitana A Cúria Metropolitana abriu suas portas para acolher a comemoração do Dia Nacional do Patrimônio Histórico, no dia 17 de agosto. Para marcar a data, foi feita a entrega parcial das obras de restauro do prédio que data do século XIV. Autoridades civis, religiosas e a imprensa marcaram presença no evento que pelo quarto ano consecutivo aconteceu em um espaço católico. O evento contou com a apresentação musical das crianças atendidas pelo PROJARI (Projeto Artesanato, Recreação e Informática), de Guaíba, projeto gerido pelas Irmãs de São José. Na solenidade, três autoridades fizeram uso da palavra. Representando o prefeito de porto Alegre, o secretário municipal de Cultura, Sérgius Gonzaga, destacou que além da obra da Cúria, a Igreja das Dores e Igreja da Conceição também estão em obras de restauro. Essa ação é de grande significado para a história da capital: “Estas obras representam a força religiosa do cristianismo. Mais de uma que uma força religiosa, também representa um poder civilizatório inacreditável. Escondem-se atrás dessas arcadas, desses prédios, os valores que transformaram o homem para sempre”, disse. O governador Tarso Genro foi representado pelo seu chefe de gabinete, o historiador Vinicius Wu. Ele destacou o sentimento de acolhida que o prédio proporciona e ressaltou a iniciativa de abrir o espaço para a visitação pública. Enfatizou ainda que esta ação da Igreja Católica é um encontro do povo gaúcho com sua identidade: “O que se faz hoje contribui com a cultura e com a construção de espaços indispensáveis à formação e afirmação da identidade cultural do nosso povo. Sem dúvida, a identidade cultural do povo brasileiro está vinculada à instituição Igreja Católica”, destacou. Finalizando o ato, o arcebispo metropolitano Dom Dadeus Grings falou que quem não tem

Imagens: PASCOM

passado não tem presente, e que a construção do prédio foi uma expressão materializada da fé dos antepassados. O arcebispo disse que depois das obras concluídas, o prédio será o mais bonito de Porto Alegre: “Nós olhamos o nosso passado e vemos que é um trabalho realizado e será o prédio mais bonito de Porto Alegre pela beleza, pela história, pelo passado e presente. Hoje queremos primeiro agradecer a Deus pelos antepassados que implantaram esse patrimônio aqui. Seríamos infiéis aos nossos antepassados e a Deus se não cuidássemos desse prédio para que as futuras gerações possam usufruir desta beleza e participar dessa grandeza de um trabalho realizado”. Foram entregues os dormitórios, salas de audiências e gabinetes. O piso original foi resgatado, assim como antigos vitrôs. O prédio guarda cerca de 200 anos de história da Igreja e será uma nova opção cultural no Centro Histórico de Porto Alegre, com visitação e o fortalecimento do turismo religioso. A previsão é que a obra, que iniciou em 2009 termine até 2014. As doações são bem-vindas e também podem ser deduzidas do imposto de renda. Mais informações: www. arquidiocesepoa.org.br

Arquidiocese reúne Comissão Provisória do Plano Global de Ação Social Dando início a um processo de articulação de toda sua ação social, a Arquidiocese de Porto Alegre nomeou uma Comissão Provisória do Plano Global de Ação Social. A primeira reunião aconteceu no dia 16 de agosto, na Cúria Metropolitana. Participam da reunião padres, diáconos, religiosos/as e funcionários leigos/as ligados às pastorais e entidades de ação social nos Vicariatos da Arquidiocese. A convocação foi assinada pelo arcebispo Dom Dadeus Grings, após deliberação do Conselho Arquidiocesano de Presbíteros. No início da reunião, Dom Dadeus destacou a forte presença da Igreja Católica e sua ação junto aos que mais precisam. Lembrou o senso comum que diz que 'ser católico é ir à missa'. Para o arcebispo, o verdadeiro católico vai além deste gesto de fé: “A essência do cristianismo é o amor. Vamos à missa para nos fortificar. Temos que ser católicos praticantes e amar”. O arcebispo enfatizou a função desta equipe provisória que visará a articulação das obras sociais: “Temos muitas obras e precisamos nos

articular. Fizemos esse trabalho com o grupo da educação, e agora faremos com as obras sociais para que todos se sintam apoiados, sintonizados, para que tenham mais força e coragem”, disse Dom Dadeus, que classificou ainda toda ação como um “forte testemunho do ser cristão”. O administrador da Arquidiocese, Dom Jaime Spengler, fundamentou a reunião nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, para que as ações não aconteçam de forma isolada, mas sim, promovam a vida em todos os aspectos. O bispo auxiliar destacou também que os trabalhos nas comunidades não podem estar dissociados da mística e espiritualidade cristã. Segundo os objetivos estabelecidos na carta de convocação da Comissão Provisória do Plano Global de Ação Social, esta equipe terá, entre outras atividades, a de realizar um diagnóstico abrangente da Ação Social realizada na Arquidiocese, elaboração e implantação de um plano de ação para este setor. A medida tem como objetivo final o reconhecimento da filantropia exercida pela Igreja e melhor atendimento dos que buscam o apoio nas entidades católicas.

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Coordenação: Pe. César Leandro Padilha

Jornalista responsável: Magnus Régis - (magnusregis@hotmail.com) Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos pelo fone (51)32286199 e pascom@arquidiocesepoa.org.br Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa Facebook: Arquidiocese de Porto Alegre

Grupo de Diálogo Inter-Religioso de Porto Alegre promoveu II Mostra Cultural Nos dias 20 e 21 de agosto, o Grupo de Diálogo Inter-Religioso de Porto Alegre promoveu a segunda edição da Mostra Cultural da entidade. A exposição aconteceu no andar superior do Mercado Público. Nove das 10 entidades que compõe o grupo participam da atividade. A Arquidiocese de Porto Alegre montou uma mesa com livros, imagens e objetos litúrgicos (foto abaixo). Segundo o Pe. Luís Carlos de Almeida, esta é mais uma das atividades que a Igreja Católica soma com o grupo: “A Igreja participa desde a fundação do grupo. Temos o intuito de mostrar o trabalho e de dar um testemunho de aproximação. A Igreja Católica trouxe alguns elementos que caracterizam os ritos, a produção bibliográfica e o vídeo com que retrata a ação social da Igreja” Pe. Almeida acrescentou ainda que esta ação demonstra que é possível o diálogo, o respeito e, sobretudo, a união de forças por valores importantes como a paz. Para a coordenadora do grupo, Alfa Scavone Buono, a II Mostra Cultural reforça o pioneirismo da capital gaúcha na unidade das religiões como entidade: “Queremos mostrar as pessoas não só coisas típicas de cada religião, mas a unidade deste grupo. Na experiência que tivemos no ano passado, vimos que os visitantes ficam conhecendo coisas que não imaginavam que pudessem haver em cada religião.A cidade de Porto Alegre é privilegiada por que este grupo mostra que é possível os diferentes conviverem em paz”, afirmou.

Dom Jaime Spengler é o novo administrador da Arquidiocese de Porto Alegre A Arquidiocese de Porto Alegre conta com um novo administrador: Dom Jaime Spengler, bispo auxiliar e vigário episcopal do Vicariato de Gravataí. A nomeação foi feita pelo arcebispo Dom Dadeus Grings e anunciada dia 15 de agosto. Dom Jaime assume a função em substituição ao Pe. Luís Inácio Ledur, que desempenhou a função nos últimos sete anos. O anúncio foi feito em reunião com os quase 40 colaboradores da Cúria. O arcebispo abriu a reunião com uma oração e, em seguida, explicou que Pe. Inácio Ledur exerceu o cargo nos últimos sete anos, sendo que o tempo previsto era de cinco. Dom Dadeus agradeceu a dedicação do Pe. Inácio e afirmou “que a nomeação de Dom Jaime tem caráter provisório, e seguirá até que a Santa Sé nomeie um novo rcebispo”. Pe. Luís Inácio Ledur continua na Cúria Metropolitana acompanhando as Obras de Restauro do prédio, ao mesmo tempo em que desempenha a função de pároco da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre. Já empossado, Dom Jaime disse encarar o novo trabalho como um desafio. Reiterou a importância dos trabalhos realizados pelos colaboradores na dinamização das demandas das paróquias e padres da Arquidiocese: “Esta função denota o 'ser Igreja' para nós”, pontuou, acrescentando ainda esperar que o trabalho de todos seja baseado em três pontos: eficiência, transparência e alegria.


Porto Alegre, setembro de 2012 - 1a quinzena

IAPI: 80 anos ao lado do mais fraco Maria Rosa Junges

Sílvio Sampaio, o presidente

PAI, COMEÇA O COMEÇO! Um endereço no bairro Partenon, zona Leste de P. Alegre, guarda uma bela história de solidariedade que já dura 80 anos. E que, com certeza, marcou a vida de inúmeros moradores do bairro, pois foi neste endereço, na Antônio Ribeiro, 350, que encontraram abrigo, ânimo e impulso que marcou o resto de suas vidas. O Instituto de Assistência e Proteção à Infância – IAPI – acolhe, de forma inteiramente gratuita, crianças em situação de vulnerabilidade social das vilas Maria da Conceição, Vila São Pedro, Vila São José e outras do bairro. “Acreditamos que ao longo destes 80 anos, o IAPI tem feito a diferença na vida de milhares de crianças e de famílias. Esperamos que, com o apoio das pessoas de bem que se sensibilizam para nossa causa, possamos continuar este trabalho por muitos anos. A realidade destas crianças é cruel e aqui no IAPI elas encontram apoio, solidariedade e têm a possibilidade de construir uma vida diferente”, assegura seu atual presidente, Sílvio Sampaio. O Instituto de Assistência e Proteção à Infância foi fundado em setembro de 1932. É uma sociedade civil filantrópica e leiga. Acolhe crianças e jovens entre

sete e 14 anos, sob grave risco social e pessoal. Oferece alimentação e educação complementar, através de oficinas diversificadas em turno inverso ao da escola. Quem a mantém são seus associados e é dirigido por uma diretoria executiva de forma voluntária. Também conta com o voluntariado de pessoas da comunidade para o atendimento e entretenimento das crianças. “Atualmente, temos 63 crianças. E já tivemos mais de 120 em décadas passadas. Pensamos que a criança deve estar na escola em algum turno, e no outro vem para a entidade, onde recebe acompanhamento e auxílio nas tarefas escolares, artes, capoeira, música, informática, educação física, aspectos de limpeza e higiene, socialização e alimentação. Desejamos ampliar o número de assistidos, em decorrência de nossa excelente capacidade física. Para tanto, além de tornar o atendimento mais qualificado e capaz de dignificar as crianças que daqui fazem, quem sabe, seu primeiro lar, com afeto, respeito e socialização, vamos ampliar a integração com a sociedade civil, a fim de proporcionarmos melhores oportunidades de atendimento ao nosso público alvo”, complementa o diretor.

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APEDIDO

Quando eu era criança e pegava uma laranja para descascar, corria para meu pai e pedia: "pai, começa o começo!". O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos. Depois, sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim. Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo providencial que ele havia feito. Meu pai faleceu há muito tempo (e há anos, muitos, aliás) não sou mais criança. Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, "começar o começo" de tantas cascas duras que encontro pelo caminho. Hoje, minhas "laranjas" são outras. Preciso "descascar" as dificuldades do trabalho, os obstáculos dos relacionamentos com amigos, os problemas no núcleo familiar, o esforço diário que é a construção do casamento, os retoques e pinceladas de sabedoria na imensa arte de viabilizar filhos realizados e felizes, ou então, o enfrentamento sempre tão difícil de doenças, perdas, traumas, separações, mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo, as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios. Em certas ocasiões, minhas laranjas transformam-se em enormes abacaxis... Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia para "começar o começo" era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até o último pedacinho da casca e saborear a fruta. O carinho e a atenção que eu recebia do meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu, que nunca morre e sempre está ao meu lado. Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do Céu, é eterno e que Seu amor é a garantia das nossas vitórias. Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma laranja para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus: "Pai, começa o começo!". Ele não só "começará o começo", mas resolverá toda a situação para você. Não sei que tipo de dificuldade eu e você encontraremos pela frente. Sei apenas que vou me garantir no Amor Eterno de Deus para pedir, sempre que for preciso: "Pai, começa o começo!" (Autor desconhecido. Fonte: internet).


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