Ed_622 2a_quinz_nov_2012

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IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS

Porto Alegre, novembro de 2012 - 2a quinzena

Ano XVIII - Edição N o 622 - R$ 2,00

Migrantes: o sexto continente que sofre

ACNUR

Exilados, refugiados, apátridas, deslocados internos. Formam o invisível e silencioso sexto continente de mais de 250 milhões de seres humanos, muitas vezes marginalizados, sem nome, sem identidade. Desgarrados de sua pátria, de seus lares, de seus afetos, eles estão por toda parte, às vezes perto de nós. Um gesto solidário pode devolver-lhes o sorriso. Páginas 2 (Editorial) e centrais

Presente, passado e futuro no cotidiano Nós somos o que pensamos ser. Tudo o que imaginamos torna-se um gatilho que dispara sentimentos e ações. É preciso não deixar passar o tempo, sem reconhecermos a oportunidade de fazermos o bem para os outros e para nós mesmos. Página 5

Como os pais podem propor a fé aos filhos

A proposição da fé exige certas práticas, certas aprendizagens específicas que acontecem na família a qual, neste particular, é insubstituível. Página 10

Eles só querem amor e uma terra para pisar livremente, sem medos nem preconceitos...

Cruz Peregrina no Estado Enviada pelo Papa em 18 de setembro último, a Cruz Peregrina percorrerá as principais dioceses de todo o Brasil até chegar ao Rio de Janeiro em julho de 2013. Principal símbolo da Jornada Mundial da Juventude, ao lado do ícone de Nossa Senhora, está no Rio Grande do Sul desde 31 de outubro, onde permanecerá até 30 de novembro, quando fará breve passagem pelo Paraguai. Em Porto Alegre, já passou pela Assembleia Legislativa, PUCRS e Rede de Escolas S. Francisco.

Página 11

"A mais terrível pobreza é a solidão e o sentimento de não ser amado" Madre Tereza de Calcutá.

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RTIGOS

Voz do Pastor Dom Dadeus Grings

Editorial

Arcebispo Metropolitano de P. Alegre

A acolhida de Cristo

Os Herodes de hoje

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anjo do Senhor apareceu, em sonho, a José, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e fica lá até que eu te fale; porque Herodes vai procurar o menino para o matar. José levantou-se às pressas, tomou de noite o menino e sua mãe, e partiu para o Egito...” (Mateus 2,13-14). Há dois mil anos, uma pobre família de Nazaré, na Palestina, é forçada a migrar, a deixar sua terra, sua casa simples, seus familiares e vizinhos, sua cultura, sua aldeia e sua pátria e fugir para salvar a sua vida. Anos depois, a “perigosa” criança que metia tanto medo ao rei Herodes, iria incorporar a sua experiência de migrante forçado e refugiado em terra estranha ao estatuto dos que se salvam e são bem-vindos ao Paraíso: “Vinde benditos de meu Pai: (...) porque eu era peregrino, migrante, refugiado, apátrida... e vós me acolhestes” (cf Mt 25,34-35). Quem são os “Herodes” de hoje? Quem são os “Josés”, as “Marias”, os “Jesus” de nosso tempo? Herodes são sistemas perversos, são ideologias, são constituições e convenções, são forças e poderes excludentes; mas são, também, pessoas, inclusive cristãos formais, que se fecham sobre seu pequeno mundo egoísta, racista, elitista e excluem de suas relações, pelo desprezo e pela perseguição, velada ou aberta, a todos que não são deste seu mundo ou que não comungam de suas ideias e seu modo de pensar e viver. São Herodes, procurando o “menino” de muitos nomes, de muitos rostos e muitas vidas, para o matar... Para sobreviver, é preciso fugir. Tem muitos nomes os “Josés”, as “Marias”, os “Jesus” de nosso tempo. Eles fogem de muitos países, de muitos “Herodes” poderosos, de muitas ideologias, de muitos racismos, de muitas maneiras de dizer: “Desapareçam... morram... vocês são perigosos para o meu poder... para o meu bem-estar”. Eles são exilados, refugiados, apátridas, deslocados internos ou desplazados, migrantes sazonais, temporários, pendulares, indocumentados e clandestinos. São 250 milhões, que formam o invisível, o silencioso, o sofrido, o incômodo, o escandaloso sexto continente deste tempo de exclusão massiva. Escandaloso, sim, porque são pessoas que, até por direito constitucional, têm direito à existência, a uma vida digna, a ir e vir livremente, a ser alguém. O Jornal Solidário, fiel à sua política de denunciar a injustiça e garimpar solidariedade na sociedade, à luz do texto bíblico de Mateus (31,25-46), traz, nesta edição, o doloroso e escandaloso tema dos migrantes e algumas iniciativas verdadeiramente humanas e cristãs que buscam minimizar este drama humano de nosso tempo. (attilio@livrariareus.com.br)

Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36

Conselho Deliberativo

Presidente: Agenor Casaril Vice-presidente: Jorge La Rosa Secretário: Marcos Antônio Miola

Novembro de 2012 - 2a quinzena

Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

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pós 20 séculos de comprovação, não podem pairar dúvidas: ou Jesus é o messias, preconizado pelas escrituras, como nos atestam os Evangelhos e a tradição bimilenar e nos propõe o sábio Gamaliel, ou a esperança messiânica falhou e as profecias foram vãs. Ora, não só cremos nas escrituras, mas também na sua realização em Jesus Cristo, da descendência de Davi, o servo de Javé, o salvador do mundo. Muito mais do que um messias à semelhança de Moisés, reconhecemos, em Jesus, o filho de Deus. De fato, se não tivesse esta condição, não poderia realizar o que está fazendo: perdoar pecados, tornar-se presente em todo tempo e lugar, e pela eucaristia e pelos sacramentos, revelar-nos o Pai e enviarnos o Espírito Santo. Todos os que creem nele e o aceitam como Senhor se sentem felizes. A fé nele salva. Somos felizes de ter um Deus como Ele nos revelou e como Ele é. Veio ao mundo e garante que tudo o que fez e disse é para que a sua alegria esteja em nós e nossa alegria seja completa. E assim é! É verdade que o Talmud jogou, a partir do século IV, os judeus contra os cristãos, com um cunho nitidamente subversivo. Mas é preciso reconhecer que esta obra não está na linha da sagrada escritura, que norteou os judeus do tempo pré-cristão. Pelo contrário: os cristãos, desde sua origem, vêm firmando sua fé no cumprimento das promessas feitas por Deus aos patriarcas, comunicada, confirmada e concretizada pelos profetas. Lembremos, a título de exemplo, 1 Crônicas 22,8-10, mostrando que o próprio Davi reconhece que derramou muito sangue e fez grandes guerras. Por isso, Deus não quis que lhe edificasse um templo. Seu filho, enquanto homem de paz, terá paz e edificará uma casa para

Conselho Editorial

Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer, Beatriz Adamatti e Ângelo Orofino

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo

Deus. “Ele será para mim um filho e eu serei para ele um pai. Darei estabilidade ao trono de seu reinado para sempre”, garantiu-lhe o Senhor. Em outras palavras, o descendente de Davi, ao qual foi prometida estabilidade para sempre, não imitará Davi nas guerras e no derramamento de sangue, mas na busca da paz. Jeremias revela que Deus fará “brotar um rebento justo: Ele reinará de verdade e com sabedoria, pôr em prática no país a justiça e o direito” (Jer 23,5). Como é agradável e gratificante reconhecer que esta promessa foi cumprida em Jesus Cristo! Nele reconhecemos o cumprimento de todas as promessas e a realização da esperança messiânica. Os cristãos, ao longo de dois milênios, atestam-no. E, mais ainda, a Igreja não só o anuncia, mas o torna presente e atuante em meio aos seus fiéis, através da pregação, da celebração e da vida comunitária. Não espera outro, nem põe sua confiança em alguém ou alguma força diversa dele. Ele é o único Salvador, prometido e acolhido com muita alegria. Os cristãos o atestam, os santos o testemunham com sua vida, os grandes convertidos o garantem com sua descoberta e a Igreja oficialmente lhes dá a chancela definitiva. Cremos com a Igreja, que foi constituída, no mundo, como sinal elevado entre as nações e garantia de credibilidade. Não vamos atrás, como advertia S. Paulo, de qualquer vento de doutrina. Temos a solidez da fé, esperança e caridade, que nos firma na Igreja de Cristo. Respeitamos os que pensam de modo diferente e que procuram, em outros homens, em outras ideias e em outros sistemas, a solução de seus problemas e a salvação do mundo. Isto, porém, não nos priva da certeza de nossa descoberta e de nossa vivência cristã. Sabemos em quem acreditamos. Sentimo-nos plenamente realizados nesta e por esta fé em Jesus Cristo. Ele mesmo nos garante que nos comunica sua mensagem para que sua alegria esteja em nós e nossa alegria seja completa.

Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS

Revisão Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3093.3029 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.


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AMÍLIA &

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OCIEDADE

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A família e o desenvolvimento emocional das crianças em situação de risco Deonira L. Viganó La Rosa

Terapeuta de Casal e Família. Mestre em Psicologia

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uando escrevemos sobre família, pais, filhos ou escola, na verdade estamos nos referindo à família de classe média ou alta, com pais geralmente comprometidos e filhos com mil e uma estimulações e chances de avanços, sobretudo na área cognitiva. O mesmo quando conversamos sobre facilidades e dificuldades da vida de casal. Temos por hábito, talvez inconscientemente, enxergar as famílias brasileiras como se fossem aquelas às quais nos dirigimos em nossos textos, sermões, reflexões e convivências. Pura ilusão. Nós todos e a própria Igreja parecemos desconhecer, negar ou passar a borracha sobre esta dura realidade que é o alto número de famílias excluídas das benesses da cidade e cujos filhos vivem em situação de risco. Se as dificuldades de qualquer família atrapalham a vida de muita gente, as experiências pelas quais passam as famílias que vivem na pobreza e ignorância nem sequer têm comparação. Imagens: Arquivo

A pobreza-miséria é um escândalo

Ou melhor, a crueldade com a qual a sociedade trata as famílias sem condições de usufruir as vantagens que ela oferece, esta sim é o verdadeiro escândalo. A sociedade, isto é, nós todos que formamos a cidade, e sobretudo os que nos dizemos cristãos, não estamos vendo e não nos responsabilizamos por solucionar esta problemática. Há mais de 10 anos trabalho numa Vila de Porto Alegre, considerada das mais violentas. Apenas 35 minutos de caminhada me levam à Casa onde acolhemos crianças e adolescentes em situação de risco, a qual dirijo como voluntária. Moradias extremamente precárias, adolescentes e mulheres grávidas pelas ruelas, tiroteios noturnos e diurnos cada vez mais frequentes, assassinatos, familiares presos - em quase todas as famílias. Comércio de drogas à luz do sol, falta de policiamento, ruas e córregos apinhados de lixo nunca recolhido, falta de transporte público, adultos analfabetos e sem trabalhar – outros cultivando a indústria do seguro desemprego, ou a frequente espera por perícias e aposentadorias no INSS conseguidas com falcatruas. Ou o encosto no INSS por motivo de “saúde” enquanto se fazem bicos que exigem todo esforço físico... Falta de higiene: percevejos, carrapatos, ratos que passam sobre as crianças enquanto estão deitadas para dormir. Repetição de escabiose, ano após ano. Maus cheiros que levam crianças ao isolamento. Há muitas exceções, evidentemente. Há famílias que vivem valores, e cuidam seus filhos. Ora, dirão, por que não se esforçam, não lutam, não trabalham? Não fazem como nós? Por que desistem da Escola? São uma turma de preguiçosos.

São tantas as variáveis ... e a situação é complexa

O primeiro ambiente socializador de todo indivíduo é o espaço familiar. Este exerce papel fundamental no amadurecimento e desenvolvimento biopsicossocial da criança. É no ambiente familiar que a criança aprende a resolver os conflitos, a controlar as emoções, a expressar os diferentes sentimentos que constituem as relações interpessoais, a lidar com as adversidades e diversidades da vida. Estas habilidades sociais e sua forma de expressão ou acionam aspectos salutares ou provocam problemas e alterações na saúde mental e física dos indivíduos. A manutenção da saúde familiar, a construção de vínculos afetivos, auto-estima, auto-conceito e interação social, não dependem apenas da capacidade de superação das crises, mas também da boa qualidade das relações entre os membros da família e da boa qualidade das trocas familiares com o meio social no qual está inserida. O ente humano necessita, durante sua infância, de quem o crie e eduque, ampare e defenda, guarde e cuide dos seus interesses, em suma, tenha a regência de sua pessoa e seus bens. As pessoas naturalmente indicadas para o exercício dessa missão são os pais. As crianças sob situação de risco não têm oportunidade de receber da família alguns conceitos vitais de sobrevivência psicoafetiva. Como exigir de pai ausente, mãe só e sem instrução, sem trabalho e dinheiro, sem histórico de vivência afetiva familiar, com moradia sub-humana e alimentação inadequada, em comunidade violenta, que tenha importante papel no desenvolvimento emocional, e mesmo cognitivo, de seus filhos?

O que fazer? Você faz?

A grande maioria de nós não convive com pessoas pobres, não está no meio delas no dia a dia, não tem o histórico familiar e social que elas têm. Não podemos então julgá-las do nosso conforto e do nosso histórico. Nós não sabemos lidar com elas. Não nos unimos e nem nos reunimos para descobrir como fazer. E os que estão olhando do alto do seu ar condicionado tornam tudo fácil, dão opiniões, dão ordens, distribuem kits, mas a situação permanece... Sabe-se que estas crianças podem minimizar e/ou superar algumas necessidades, suavizar ou excluir comportamentos como insegurança, ansiedade, medo, violência, entre outros, se inseridas em programas de intervenção que lhes oportunizem relacionar-se com o mundo, demonstrando suas próprias necessidades, aflições, vontades, sentimentos e redescobertas, sobretudo através do lúdico e de experiências de encontro, com muita conversa e afeto.


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Pe. Renato dos Santos

para os apenados Lizete Andreis Sebben

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ivenciamos, hoje, no Sistema da Justiça Criminal, um modelo multiplicador de danos, onde, no âmbito dos crimes de entorpecentes, quanto maior o envolvimento do indivíduo no uso de drogas, maior é seu comprometimento na seara da ilegalidade, sendo comum que esse indivíduo passe a cometer outros delitos para a manutenção do uso, como furto, roubo, e até outros mais graves e violentos. Por outro lado, a condução de pessoas à privação da liberdade amplia o conhecimento e as opções pelo crime, onde o apenado, na sua maioria, passa a fazer parte de uma engrenagem na indústria do crime. Ao adentrar no mundo da droga, a rede social do usuário se transforma, prevalecendo às relações com outros que adotam igual prática, ficando cada vez mais restritos os vínculos derivados de suas relações familiares, de estudo ou de trabalho. Soma-se que, na atualidade, não só o criminoso cumpre a pena que lhe é fixada pelo Poder Judiciário, posto que sua família, embora não tenha praticado ou participado da prática delitiva, também passa a cumprir a pena, junto com ele. No país, o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, instituído pela Lei 11.343/2006, prescreveu medidas para a prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, estabelecendo normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico de entorpecentes. Essa lei distinguiu o usuário de drogas da figura do traficante, despenalizando o uso de drogas para consumo pessoal, onde o réu, na hipótese de procedência da denúncia apresentada, será submetido às seguintes penas: advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo, com o que restou afastada a aplicação da pena privativa de liberdade a essas infrações de menor potencial ofensivo. Ao lado dessa Justiça Retributiva, que envolve a política punitiva da repressão, temos a denominada Justiça Restaurativa, que sintoniza as relações sociais, prevenindo futuros crimes. Realidade crescente no Brasil, a justiça consensual traça a ideia de, ao invés de punir o criminoso, busca-se reparar ou amenizar os danos gerados pelo crime, onde a solução dos conflitos passa a ser realizada pelo consenso, com envolvimento da comunidade. Na verdade, essa Justiça cria a obrigação de corrigir os erros, envolvendo a vítima, o infrator e comunidade, objetivando a solução que promova a reparação, a reconciliação e a segurança, satisfazendo os interesses e alcançando a pacificação social. O Rio Grande do Sul foi o pioneiro no país a adotar a prática restaurativa. Na atualidade, durante os meses de outubro e novembro de 2012, está se realizando o 3o Simpósio Internacional de Justiça Restaurativa, com encontros em Porto Alegre, Caxias do Sul, São Paulo e Belém. Iniciativas como essa, exemplificadamente, merecem aplausos, uma vez que, ante as estatísticas apresentadas, inclusive recente pesquisa que aponta o Brasil como no pódio do uso de drogas, urge a adoção de uma política de redução da demanda de drogas, envolvendo estratégias e ações mais eficazes. (www.lizetesebben.com.br)

PINIÃO

O bom samaritano

Medidas restaurativas Desembargadora do Tribunal de Justiça do RS

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SDB

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aquele tempo, um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, o que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” Jesus lhe disse: “Que está escrito na Lei? Como lês?” Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e a teu próximo como a ti mesmo!” Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás”. Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora deixando-o quase morto. Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado. Mas um samaritano que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois, colocou o homem no seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: “Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais”. E Jesus perguntou: “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” Ele respondeu: ”Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa” (Lucas 10,25-37). A vida Eterna não depende da quantidade de coisas materiais que temos ou podemos ter. Não serão as

muitas ou poucas coisas materiais que nos garantirão a vida eterna. O que nos garante a vida eterna são nossas atitudes. Vida eterna deve ser conquistada por nós, pelas nossas boas obras em favor dos menos favorecidos. Aqui está o grande diferencial que nos garante a salvação eterna: fazer o bem. O amor, decididamente, não é palavra, é atitude. Quem aprende isso logo, logo entende que a vida eterna é para quem ama. A vida eterna é uma questão de amor. Ora, o amor deve ser expresso com as atitudes. Ninguém gosta de ser amado teoricamente. Ou demonstramos que amamos, com atitudes, ou nossa vida de cristãos ficaria seriamente comprometida. Onde quer que nos encontremos, sempre poderemos fazer o bem, pois Deus sempre colocará um “próximo” em nosso caminho para exercitarmos a misericórdia. Devemos fazer o bem, não por desencargo de consciência, mas, por convicção, por opção, porque somos de Deus. Quem é de Deus deve procurar fazer o bem. O amor incondicional aos mais necessitados haverá de ser nossa porta para a eternidade feliz. Descuidando da caridade, estaríamos falseando o Evangelho de Jesus. O melhor e maior testemunho de fé é a caridade. Caridade é amor. Amor é atitude. (Fones: (51) 3331.4799/8124.6248).

Desinformação teológica e científica Francesco Scavolini Doutor em jurisprudência pela Universidade de Urbino (Itália). Especialista em Direito Canônico

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ardiloso ataque contra a Igreja Católica perpetrado há poucos dias pelo presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto D'Avila, e pelo especialista em bioética Diaulas Ribeiro não pode ficar sem resposta, até porque a questão envolvida, o "direito" de decidir sobre a vida e a morte, mexe com todos nós. O fato citado pelos dois articulistas é a recusa do cardeal Martini, morto em 31 de agosto, a aceitar tratamentos que talvez poderiam ter prolongado um pouco sua vida. Os articulistas, sabe-se lá por quê, viram na atitude de Martini um gesto em contraposição à Igreja de Roma, que na errada visão deles seria a favor da "obstinação terapêutica". Na verdade, D'Avila e Ribeiro, além de demonstrarem total desconhecimento sobre os ensinamentos da Igreja Católica nessa matéria (teria sido suficiente consultar o catecismo), se contradizem e caem no ridículo. Ao citarem as declarações do cardeal Sgreccia, por eles mesmos definido como o homem de confiança do Papa em matéria de bioética, confirmam que a morte de Martini ocorreu "conforme os preceitos e os cânones da ética católica". No afã de querer mostrar uma Igreja Católica contraditória e impiedosa, D'Avila e Ribeiro citam também o caso de Piergiorgio Welby, que, embora sofresse há muitos anos de distrofia muscular, não estava absolutamente em fase terminal (como aponta o parecer do Conselho Superior do Ministério da Saúde da Itália em 20/12/2006), ao contrário do que erradamente afirmam D'Avila e Ribeiro.

ciente, predeterminada e publicamente preanunciada. Por isso, a Igreja não concedeu o funeral religioso a ele, pois teria legitimado um suicídio escolhido de forma plenamente consciente. Para a Igreja, de fato, a vida não nos pertence, mas é um dom de Deus que deve ser guardado e promovido com todo cuidado e carinho desde a concepção até seu termino natural. Por isso, ninguém tem o direito de tirar a vida humana quer com ações quer com omissões: nem o próprio paciente, nem os familiares nem, ainda mais, os médicos. Nesse sentido, é preocupante a recente resolução 1995/12 do CFM, que deixa ao médico, como "última instância", o poder de interpretar o Código de Ética Médica e o poder de decidir se continuar ou não a cuidar da vida de um ser humano. Todos devemos lembrar os inúmeros casos de pessoas em estado vegetativo que "acordaram" depois de anos. Esses casos levaram à recente publicação, pela conceituada revista "The Lancet" (em 10/11/2011), de um estudo mostrando que exames de eletroencefalograma (EEG) ajudaram médicos a perceber que alguns pacientes, aparentemente em estado vegetativo permanente, na verdade estavam conscientes.

Welby (apesar da doença, ele era casado, pintor, poeta, ativista político e escritor), com a ajuda de um médico que o sedou e desligou o aparelho auxiliador da respiração, suicidou-se de forma plenamente cons-

Diante de tudo isso, torna-se necessária e urgente uma ação do Congresso para legislar em favor da vida e contra a cultura de morte que alguns pretendem implantar na Terra de Santa Cruz.


Novembro de 2012 - 2a quinzena

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SICOLOGIA

Presente, passado e futuro no cotidiano Juracy C, Marques Professora universitária, doutora em Psicologia

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ós somos o que pensamos ser. Tudo o que imaginamos torna-se um gatilho que dispara sentimentos e ações. É preciso não deixar passar o tempo que passa, sem reconhecermos a oportunidade de fazermos o Bem para os outros e para nós mesmos. Livro da Família

Em nossas tomadas de decisões em nosso diaa-dia, na maioria das vezes levamos em conta, mais que tudo, o presente – aquilo que estamos vivendo no momento – todavia, há pessoas que tendem a dar mais peso ao que aprenderam de suas experiências anteriores (passado) e outras que avaliam seus planos e projetos, pensando em suas consequências (visão de futuro). Entretanto, manter equilíbrio nos posicionamentos relativos ao presente, passado e futuro, de conformidade com valores, estilos de vida e objetivos resulta mais saudável, evitando resultados indesejáveis. O tempo em que nos situamos é um determinante marcante, pois o tempo é evasivo, como já nos assinalou Heráclito: Ninguém entra no mesmo rio duas vezes, uma vez que o rio já não é o mesmo e nem o homem é o mesmo. (Zimbardo e Boyd, The Time Paradox, New York: Free Press, 2008). O “Tempo é dinheiro” é ao mesmo tempo um alerta, mas também um desafio para avaliar o uso que se faz do tempo, algumas vezes, criando preconceitos, privando-nos de gastá-lo com aquilo que nos dá prazer, por exemplo, a convivência desinteressada com nossas famílias, os grupos aos quais pertencemos e nossos amigos mais íntimos.

A Psicanálise e suas técnicas terapêuticas dão mais importância ao passado nas análises das experiências vividas pelas pessoas, principalmente aos primórdios de seus relacionamentos com os pais, enquanto que as terapias cognitivo-comportamentais acentuam os dilemas e conflitos que estão sendo vividos no presente, em busca de possíveis soluções. Já as terapias de cunho existencial procuram questionar os planos e projetos dos indivíduos em suas perspectivas de futuro. José tinha feito sua opção profissional: ser médico. Reprovado várias vezes em suas tentativas de obter vaga num vestibular de alta concorrência, resolveu acompanhar seus estudos intensivos com apoio terapêutico e na quinta tentativa, por fim, ingressou no sonhado curso de Medicina. Presente, passado e futuro se entrelaçaram, ajudando a diminuir suas angústias, introduzindo drásticas mudanças, em seus modos de estudar, a fim de redimensionar seus objetivos e possibilidades de sucesso.

Jovens e velhos

Pontualidade

Luíza queixava-se, muitas vezes, de sua experiência de quase sempre ter de esperar pelos outros. Procurando entender porque ‘os outros’ estavam sempre atrasados, deu-se conta que eles e elas pautavam seus comportamentos, numa perspectiva de futuro, cumprindo suas obrigações, de acordo com as responsabilidades que assumiam. Uma vez questionada sobre seu atraso para uma reunião de trabalho, Joana respondeu-lhe: “Desculpa-me, mas eu estava cuidando de minha neta, porque sua mãe tinha uma consulta médica”. Luíza estava dando prioridade ao presente, enquanto Joana estava imersa numa visão de futuro: o bem-estar de sua neta. “Depois de fazer outros questionamentos com outros colegas, chegou à conclusão que cada um tem suas razões para eventuais atrasos, tornou-se mais tolerante, capaz de compreender o quanto planejar as ações cotidianas são mais complexas do que tinha imaginado”, disse ela. O aqui – e – agora, nem sempre é o mais decisivo em certas situações de vida. Deixa-se de considerar, de maneira rígida, que pontualidade é uma virtude relacionada ao caráter das pessoas.

Abordagens teóricas

Bem-estar da criança: uma visão de futuro

É evidente que para os jovens, o futuro conta mais em suas preocupações, pois, estão, na maioria das vezes, imersos em seu presente, no prazer imediato, são hedonistas em seus comportamentos, procurando aproveitar as muitas oportunidades que a vida lhes oferece. Entretanto, para os velhos domina-os o pensamento de que o fim está próximo, com indagações perturbadoras de como e quando chegará sua morte. Isto encurta sua visão de futuro, levando-os a planejar cautelosamente o pouco tempo que lhes resta, buscando mais que tudo qualidade de vida. Sentem-se gratos a Deus pelas graças alcançadas, pelo amor dos que ama, pela paz de espírito, pelas bênçãos recebidas. Mantêm a fé e a esperança, exclamando, com entusiasmo: Pelo dom da eterna vida, sempre graças hei de dar!”.


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EMA EM FOCO

Novembro de 2012 - 2a quinzena

Migrantes: o sexto continente

“Passa de 300 mil o número de refugiados na Turquia, Líbano, Jordânia e Iraque, países vizinhos da Líbia on “Dois mil angolanos e liberianos que vivem no Brasil já podem receber residência permanente no País

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xilados, refugiados, apátridas, deslocados internos ou “desplazados” e migrantes sazonais, temporários, pendulares, de fronteira, legais, indocumentados e clandestinos. Eles estão por toda parte. Podem chegar a mais de 250 milhões. Formam o invisível e silencioso sexto continente. São os desgarrados de sua pátria que deixaram para trás, uns, qual caça, fugindo, para não morrer; outros, espontaneamente para tentar vida melhor. Deixaram sua pátria, que é muito mais que o chão que pisaram ou o lugar em que nasceram. Pátria de seus afetos, seus amores, seus amigos. Pátria de seus lares, suas famílias. Pátria de seus colegas, vizinhos em quem podiam confiar e falar a mesma língua. Pátria de seus usos, costumes e valores. Pátria, onde tinham nome, identidaDivulgação

Fugir para não morrer

Muitas vezes, sob contagem regressiva de dias ou até de horas. Deixar tudo para trás – bens, carreira, amigos, familiares... – sob iminente ameaça de morte. (Lembra o drama de Maria e José, fugindo para o Egito por causa da ameaça de Herodes (Mateus 2:13-23). Com certeza, o dos refugiados é o pior drama que assola o mundo. Por serem perseguidos nos próprios países, são considerados portadores do germe da intolerância ou de alguma outra doença social. Por ingressarem em outros países de forma ilegal, junto aos numerosos migrantes da miséria, são criminalizados e, não raramente, deportados para os países de onde vieram ou confinados em campos de refugiados. Do total de migrantes existentes no mundo, 50 milhões são considerados refugiados, dos quais 19,2 milhões, 38,4 por cento, são assistidos pelo ACNUR - Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.

Presença do ACNUR

Segundo o ACNUR, 12,6 milhões de refugiados estão dentro dos seus próprios países, como acontece em Darfur, Uganda e República Democrática do Congo, por exemplo. Através desse órgão, a ONU dá destacado apoio mundial a afegãos (2,9 milhões), colombianos (2,5 milhões), iraquianos (1,8 milhões), sudaneses (1,6 milhões) e somalis (839 mil). No Brasil, o ACNUR dá assistência a 4.626 refugiados reconhecidos pelo Governo, de mais de 70 nacionalidades diferentes. A maioria é de origem africana (742) e latino-americanos (342),especialmente colombianos. As mulheres constituem 30 por cento. Concentram-se nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo onde o ACNUR tem parceria com a Cáritas Arquidiocesana. No Rio Grande do Sul a parceria é com a ASAV - Associação Antônio Vieira (leia-se Padres Jesuítas), atendendo a 250 refugiados que são acolhidos pelo programa de Reassentamento Solidário, a maioria de nacionalidade colombiana, seguida por palestinos e uma pequena parte de afegãos. Em outros estados, o ACNUR também tem o apoio do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres e com os Ministérios da Saúde, Educação, Trabalho e Desenvolvimento Social. Hoje, as Redes de Proteção são formadas por mais de 30 organizações, presentes em praticamente todos os Estados brasileiros...

“O migrante é combatente de guerra não decla

Desde que o mundo é mun manos se valem de sua mobi satisfazer sua curiosidade ou s sidades. Faz parte de sua natur ção. E, para isso, tiveram que muitos obstáculos: no começo de caça, pesca e frutas, sua alim primeiras tribos humanas era por densas floretas. Vencidas contraram escarpas montanho os rios e lagos e, por fim, os im anos. E foi assim que consegui a Terra, após muitos milênios Já menos nômade com a de agricultura, o homem se fixou nasceram as primeiras civiliz não esgotou sua vontade de tentar a sobrevivência em outr Hoje, abstraído o turismo – d negócio, cultural ou religioso dade humana se dá para fugir d armados, lutas políticas, étnic e religiosas e catástrofes natur causa do atual sistema de pro gera desigualdade de classes.


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A S ÇÃO

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OLIDÁRIA

e à espera de aceno solidário

nde conflito já dura 19 meses. Mais da metade tem menos de 18 anos” (ACNUR, 30 de outubro de 2012). s após a publicação da Portaria 2650 no Diário Oficial da União” (ACNUR, 26 de outubro de 2012).

“O migrante é vítima sem pátria da sociedade de consumo”

é um e uma arada”

élida Piñon

ndo, os huilidade para suas necesral inquietaultrapassar o, em busca mentação, as am barradas s essas, enosas, depois mensos oceiram povoar s. escoberta da u na terra e zações. Mas conhecer e ros lugares. de lazer, de – a mobilide conflitos cas, sociais rais; ou por odução que Divulgação

O seminário sobre mobilidade humana, realizado em fim de outubro último, em P. Alegre, entre outros temas, atualizou desafios e dificuldades. Desafios para quem se dispõe a atenuar o drama do migrante; dificuldades para quem optou tentar a vida em outro país. Um dos diversos resultados positivos deste seminário foi a criação do Fórum Permanente de Mobilidade Humana/RS, do qual participam a Associação Antônio Vieira - ASAV e outras 17 instituições e órgãos envolvidos com o tema da migração e dos Direitos Humanos. Um dos membros do citado Fórum é o professor universitário e pesquisador Jurandir Zamberlam, que tem formação e especialização na área social, jurídica e econômica e é voluntário no Núcleo de Pesquisa do CIBAI Migrações em Porto Alegre. Zamberlam também é autor e co-autor de inúmeros livros nas áreas de micro-história; de desenvolvimento regional; de cooperação agrícola; de agroecologia; e de migrações contemporâneas (sua tese de doutorado é sobre o tema.) Solidário - A legislação brasileira sobre imigração corresponde à realidade e necessidade atuais? Zamberlam - Há urgente necessidade de mudança nas leis que regem os direitos dos imigrantes. Aqui, ainda vigora uma legislação que vê o imigrante como uma ameaça à segurança nacional, herança de um regime há muito tempo encerrado. Até hoje, o Brasil não incorporou a Convenção internacional já adotada por outros países, porque ainda enxerga essas pessoas como uma ameaça à economia local. Solidário - E os que vêm tentar a vida aqui sem documentação em dia? Zamberlam - Pior ainda para os indocumentados: são trabalhadores que saem empobrecidos de seus países e, sem documentação em dia, sofrem a rigidez da lei brasileira e, por cima, são discriminados pela sociedade. Nesse sentido, vem muito a propósito o que diz a pesquisadora Rosita Milesi: “Os fluxos migratórios criam, nos governantes, na mídia e na população em geral, inquietações. Os migrantes são vistos como ameaça no mercado de trabalho e como responsáveis pelo aumento da violência. Com esta visão distorcida, os governos e a própria sociedade se tornam cada vez mais restritivos à entrada de estrangeiros e adotam como solução o estabelecimento de mais restrições, mais leis, iludidos de que ali está a forma de resolver a questão migratória. Há uma resistência em valorizar a concepção positiva dos migrantes, a dimensão construtiva do seu trabalho, o seu contributo na evolução cultural dos povos, a riqueza da articulação de novas identidades e de relações ‘inter-éticas’, o que reforçaria o despertar de um processo de globalização da solidariedade”. Milesi identifica posturas legais e concepções de aplicadores da lei brasileira, reforçadas, hoje, pela grande mídia, que criaram figuras estereotipadas do imigrante: na década de 1840 do século XIX eram os servos de gleba; nas primeiras décadas do século XX eram taxados de anarquistas; durante o Estado Novo e no pós II Guerra Mundial eram tidos como comunistas ou fascistas; durante a ditadura militar de 1964-1985, eram chamados de subversivos; e após o atentado às torres de Nova York, em 11 de setembro de 2002, são chamados de terroristas. Solidário - Além dos problemas jurídicos por conta de uma legislação desatualizada, que outras principais dificuldades tem o imigrante no Brasil? Zamberlam - São incontáveis. E os desafios para quem trabalha

Jurandir Zamberlam

Jurandir Zamberlam

Rosita Milesi

com migrantes – independente de serem espontâneos ou forçados – são imensos. Podemos enfeixá-los, a grosso modo, em desafios psicológicos, econômicos, sociais, culturais e religiosos. Não precisamos de grandes exercícios mentais para perceber quais são: é só imaginar-se um imigrante. Solidário - Fui migrante e me acolheste (MT. 25). A Igreja, no cumprimento deste mandato, desde tempos imemoriais esteve ao lado dos migrantes. Como se dá essa presença no Brasil? Zamberlam - Temos a Pastoral do Migrante, estruturada em vários Estados, a partir da CNBB, com bela e eficaz presença. Mas, principalmente, o benemérito e cotidiano trabalho de muitas instituições religiosas masculinas e femininas que atuam de forma direta e indireta com a questão da mobilidade humana. Assim, hoje, atuam no Mundo das Migrações, com carisma específico a assistência pastoral dos migrantes: a Congregação dos Missionários de São Carlos-Scalabrinianos, (fundada 1887), a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos-Scalabrinianas (1895), a Sociedade dos Santos Anjos (1924), a Sociedade de Cristo (1932), a Sociedade Missionária do Sagrado Coração de Jesus (Cabrinianas -1880), o Instituto Secular das Missionárias Scalabrinianas e o Movimento de Irmãos e leigos/as Scalabrinianos/as. Instituições sem carisma específico: Sociedade do Apostolado Católico (Palotinos), Sociedade Salesiana de São João Bosco, Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, Filhas de Maria Auxiliadora – Salesianas e Companhia de Jesus – Jesuítas. E, por fim, congregações nascidas da experiência migratória: Pequenas Irmãs da Imaculada Conceição (Santa Paulina Wisenteiner), Irmãs de Santo Antônio de Pádua (Franciscanas Missionárias) e Missionários Catequistas. Portanto, com certeza, a Igreja, através de suas instituições religiosas, representa o ombro mais próximo de quem busca apoio num mundo desconhecido e, muitas vezes, hostil. Não deixa de ser um gesto de bom samaritano. “O migrante é, antes de tudo, um forte”. - Euclides da Cunha


8 Porque falar é viver

S

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ABER VIVER

Morte emocional

Nei Alberto Pies

Rodrigo Fonseca

Professor e ativista de direitos humanos

Especialista em Inteligência Emocional

quem mais amamos, menos sab e m o s f a l a r " ( P r ov é r b i o i n g l ê s ) Todo tipo e forma de discriminação, além de ser um problema pessoal de quem os sofre, é também um problema social. A gagueira, como outros tantos limites humanos, deixa marcas e imprime jeitos de resistir para sobreviver socialmente. Como eu, pelo menos 1.700.000 pessoas em todo o nosso país apresenta algum grau de gagueira na sua comunicação, conforme dados do Instituto Brasileiro de Fluência. A gagueira ganhou também um dia internacional: 22 de outubro.

ão deixe que a maior das dádivas que temos como seres humanos,a de emocionar-se, se asfixie dentro de você mesmo, provocando sua “morte emocional. Pessoas de 80 anos podem ter mais disposição e vitalidade do que uma de 20. As emoções são responsáveis pela energização dos nossos órgãos vitais”.

"A

A fala é o meio mais eficaz e mais utilizado para a nossa comunicação e interação social, porém não a única. Esta é a maior descoberta para alcançarmos reconhecimento social, através da comunicação. Se não falamos fluentemente ou temos algum grau de timidez, arranjamos jeitos de ser reconhecidos e valorizados socialmente por alguma outra habilidade ou virtude. Se não somos "experts" na fala, podemos ser bons na escrita, no canto, na representação, no estudo, na convivência ou nas relações. A qualidade da nossa comunicação depende da interação de todos, inclusive do apoio e compreensão que temos de dar àqueles que sofrem para se comunicar. O ser humano é especialista na arte de compensar. Sem compensar não sobreviveria, porque se não é possível ser bom em tudo, é necessário ser bom e útil em alguma coisa. Por isso, a gente se faz "agarrando-se" ao que tem de bom, àquilo que tem facilidade e àquilo que nos renda reconhecimento dos outros. A gente inventa e reinventa jeitos e trejeitos para ser querido, amado e promovido pelos outros. O reconhecimento social é uma das maiores necessidades humanas, pois ninguém sobrevive se não comprovar para si mesmo o quanto é útil, importante, querido e estimado pelos outros. O resgate da auto-estima e a auto-aceitação são preponderantes para a cura ou convivência com a gagueira. A gagueira é influenciada por fatores neurobiológicos ou emocionais. Conhecer-se, estudar o seu problema, procurar auxílio e terapias, aumenta as possibilidades de conviver socialmente, sem maiores traumas. É fundamental, ainda, assumir publicamente os limites da fala e da comunicação sempre que se puder. Assumir os limites da fala propicia discernimento e tranquilidade interior para lidar com os desafios de se comunicar melhor. Quem fala se liberta! Falar é a forma mais concreta de nos apresentar ao mundo. Por isso mesmo, falar pressupõe primeiro aceitar-se como se é para depois buscar o reconhecimento junto aos outros. A felicidade de "seres humanos falantes" alicerça-se tanto nos fracassos e limites como nos êxitos e nas conquistas, pessoais e coletivos. Uma boa convivência social pressupõe a aceitação de todos os limites humanos e a superação de todas as formas de discriminação. (pies. neialberto@gmail.com) (Fonte: Revista Missões)

José E. F. Chaves - 24/11 Homero F. Martins - 25/11 Alberto Hoffmann - 30/11

Visa e Mastercard

“N

Muitas pessoas já ouviram falar em morte cerebral, que acontece quando alguém sofre um traumatismo craniano ou um acidente vascular, provocando a morte das funções cerebrais apenas, mantendo-se os demais órgãos do corpo em funcionamento com a ajuda de aparelhos. Nesses casos, o corpo não responde mais a quaisquer estímulos, vivendo um estado idêntico ao de um vegetal, e por isso é chamado de "estado vegetativo". E então, quando isso ocorre em alguns países, são desligados os aparelhos, com a autorização da família. A isso se dá o nome de eutanásia. Com o passar do tempo, pude observar que muitas pessoas, mesmo sem uma morte cerebral, não respondem a quaisquer estímulos. É como se fossem verdadeiros robôs, sem expressão, sem brilho, sem calor, sem vida e incapazes de sentir emoções. Essas pessoas, sem se darem conta, criaram uma espécie de parede invisível em volta delas mesmas com a finalidade de se protegerem da dor e do sofrimento, mas com isso provocaram o falecimento de um conjunto de funções tão indispensável quanto o próprio cérebro. Assim como o tato, o olfato, a visão e a audição são os recursos que o corpo tem para sentir a vida através do toque, do cheiro, imagens, dos sons e uma dezena de outras funções cerebrais são responsáveis pela compreensão desses sentidos. E deles decorrem, com igual importância, a sensibilidade e o desejo, que são molas propulsoras para que uma pessoa tenha vontade de viver, de criar, de amar e de ser feliz. Um fato traumático pode provocar sequelas tão graves em uma pessoa quanto um traumatismo craniano, bloqueando a capacidade de uma pessoa de sentir emoções, ao que intitulo

http:enjoythesunwhileitlast.blogspot.com.br

Algumas pessoas deixaram de experimentar o prazer de estar vivo

de “morte emocional”. Essa pessoa está viva, mas não sente absolutamente nada. Se sente imune à raiva e à tristeza, como se fossem sentimentos desprezíveis e por fazerem lembrar de momentos ruins, mas também se afastam, consequentemente, da alegria e da felicidade, que são o lado oposto da mesma moeda. Bloquearam o coração ou o cérebro, seja lá o que for do ponto de vista científico, pois prefiro me ater somente às sequelas emocionais, e se transformaram no homem de lata do conto “O Mágico de Oz”, deixando de experimentar o verdadeiro prazer de estar vivo, que é saborear todas as sensações, o verdadeiro “tempero” da vida. O medo de sentir dor os afasta da alegria e das infinitas possibilidades e oportunidades que a vida nos dispõe. Se isso está acontecendo com você, não deixe que a maior das dádivas que temos como seres humanos, a de emocionarse, se asfixie dentro de você mesmo, provocando sua “morte emocional”. Pessoas de 80 anos podem ter mais disposição e vitalidade que uma de 20. As emoções são

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responsáveis pela energização dos nossos órgãos vitais. Assim como um enfarto pode ser provocado por reiterado acúmulo de estresse, que, aliás, nada mais é do que um subproduto de uma raiva não digerida, uma boa dose de alegria todos os dias pode manter saudáveis sua mente e seus órgãos vitais. Aceite sua dor, enfrente o medo, a insegurança, e viva uma sensação de vitalidade por ter se superado dia após dia. Isso é o que nos traz a verdadeira alegria e felicidade. Perceba quantas pessoas estão ao seu lado deixando de viver e de aproveitar a vida, como se já estivessem mortas. Ajude essa pessoa, que pode estar dentro de você mesmo, a se libertar dessa morte em vida. Procure novos significados para os fatos traumáticos que possam ter bloqueado suas emoções. Concentre-se nisso e você poderá viver os próximos dias e anos com muito mais felicidade, o que lhe dará muitos mais anos de vida, energia e vitalidade. Aproveite esse dia para renascer para uma vida de grandes e fortes emoções. (Mais dados: www.lotustreinamentos.com.br)


Humor

A comunhão dos santos Antônio Mesquita Galvão Doutor em Teologia Moral

PERGUNTAS INFAMES E RESPOSTAS MAIS AINDA Você sabe o que a zebra disse para a mosca? - Você está na minha lista negra... O gago chega em casa, seu telefone toca, ele atende e diz: -A-a-a-a-a-a-a-a-a-a... ih, desligou... Era uma vez um rapaz que pediu uma moça em casamento. A moça disse: - Não. E os dois viveram felizes para sempre. Durante o jantar, Joãozinho conversa com a mãe: - Mamãe, por que é que o papai é careca? - Ora, filho,porque ele tem muitas coisas para pensar e é muito inteligente! - Então por que é que você tem tanto cabelo? - Cala a boca e toma a sopa, menino! A professora para o Joãozinho: - Se eu digo fui bonita, é passado. Se eu digo que sou bonita, o que é, Joãozinho? - É mentira. - Papai, papai, na escola estão me chamando de dentuço! - Ah, não liga, filho. Mas fecha a boca que tá riscando o assoalho...

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SPAÇO LIVRE

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omunhão dos santos é aquela união, mística e inefável que há entre Jesus Cristo, Cabeça da Igreja, e seus membros, e destes entre si. Por “membros da Igreja” entendemos os santos do céu, as almas do purgatório e os fiéis da terra. Depois de professar a fé na “Santa Igreja Católica”, o Símbolo dos Apóstolos continua dizendo: “Creio na Comunhão dos Santos”, artigo que, em certo modo, explicita o anterior: “O que é a Igreja, senão a assembleia dos santos?”. A Igreja é o Corpo de Cristo, unido e articulado, no qual se integram os fiéis da terra, os que estão no purgatório e os santos do céu; e entre os três grupos existe uma seiva que circula, uma comunhão de vida, igual àquela da família de cada membro que a compõe, comunhão de afeto e ajuda. Esta comunhão de vida e de bens sobrenaturais, que intercomunica os membros da Igreja com a Cabeça, que é Cristo e entre si, é o que se chama de Comunhão dos Santos. Pelo batismo nós começamos a fazer parte do corpo da Igreja que é o Corpo Místico de Cristo; por isso se diz que, pelo batismo, começamos a fazer parte do Corpo de Cristo. Ao receber a graça do sacramento, nos unimos a Cristo, que é a Cabeça deste corpo, e começamos a ser membros vivos. Se perdermos a graça, nos separamos da Cabeça, e nos tornamos membros mortos. É como se um galho fosse cortado do tronco. Ele morreria e não serviria para mais nada. Sabemos que no corpo humano, quando o sangue limpo e bom chega a todos os membros, esse sangue faz com que os membros estejam vivos e se comuniquem uns com os outros. No Corpo Místico de Cristo há algo que é como o sangue. Trata-se da graça e dos dons que Deus nos dá. É isto que estabelece uma comunhão de vida sobrenatural. É a seiva que enriquece. A Igreja é formada pelos batizados que vivem na terra (a Igreja militante); há também os santos que estão no céu (a Igreja triunfante) e os que estão em purificação no purgatório, antes de entrar no céu (a Igreja padecente). Os três níveis da única Igreja estão unidos porque a única Cabeça é Cristo e Ele é a vida que anima a todos, na graça. A vida do Corpo de Cristo, pois, é a graça, com tudo o que comporta a vida sobrenatural que os membros recebem da Cabeça, estabelecendo-se uma estreita relação da Cabeça com os membros e dos membros entre si. Cristo infunde seus dons – o sentido da fé e o impulso da caridade –, e os fiéis adoram e louvam; os bem-aventurados do céu nos ajudam a nós que estamos na terra e aos que estão no purgatório, e nós invocamos a intercessão dos santos, que já estão no céu; os fiéis da terra nos ajudamos mutuamente e socorremos com sufrágios às almas do purgatório, que, por sua vez, intercedem também por nós. A comunhão dos santos é uma realidade tão fecunda e arrebatadora, tão importante para a vida humana e a santidade da Igreja, que não podemos perder as oportunidades em vivê-la. A melhor maneira de viver a comunhão dos santos é através do amor e da vivência sacramental. Somos unidos pela graça a Deus que é o Santo por excelência. Outro modo de viver a comunhão é invocar a Santíssima Virgem Maria e os santos, para que nos obtenham as graças que necessitamos. É preciso, portanto, cultivar a tripla comunhão dos santos, com a Igreja triunfante (honrando ao Deus Trino e aos santos do céu), com a Igreja padecente (rezando pelas almas do Purgatório, para que também elas por nós rezem quando lá chegarmos), e pela Igreja militante, orando uns pelos outros. ( kerygma.ag@terra.com.br)

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Sem Fronteiras Martha Alves D´Azevedo

Comissão Comunicação Sem Fronteiras ard on Le

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Rota invertida

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urante muitos anos, os brasileiros almejavam transferirem- se para outros países em busca de melhores condições de vida e trabalho. Alguns conseguiam obter nacionalidade de um país europeu, outros entravam como turistas e passavam a viver como clandestinos na tentativa de obter a nacionalidade desejada, ou por casamento com um natural do país, ou através de um trabalho considerado importante para o país onde residiam. Agora, a situação parece que mudou significativamente. Em reportagem veiculada pela imprensa local, um estudo divulgado pela Organização Internacional de Migrações mostra que 107 mil europeus saíram de seus países entre 2008 e 2009, no auge da crise que os atingia e, tiveram como principal destino o Brasil. No caminho dos estrangeiros que deixam seus países fugindo dos diferentes problemas que os afetam, o Rio Grande do Sul tornou-se o estado onde mais cresceu a população vinda do Exterior. O número de residentes oriundos de outros países no Estado, passou de 25,8 mil para 57,1 mil entre os anos de 2009 e 2011, alta de 121,40%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Alem disso, dados do Ministério do Trabalho mostram que, no primeiro semestre deste ano, 872 estrangeiros receberam autorização para trabalhar no Rio Grande do Sul. Em todo o ano de 2009, foram 654 os autorizados. Durante muitos anos, o Brasil foi um exportador de mão de obra, oficial ou clandestina, e muitos brasileiros do exterior enviavam recursos para algum parente ou para a família. Hoje, a rota anterior inverteu o rumo. Com uma grande vantagem para o Brasil, os estrangeiros que estão vindo, são executivos da áreas técnicas, engenharia e desenvolvimento de produto. Os brasileiros terão de competir com estrangeiros bilíngues, que chegam com nível de escolaridade alto e terão de esforçar-se para ter condições iguais ou melhores para atingir o mesmo nível profissional. As autorizações concedidas pelo Ministério do Trabalho revelam mudança no perfil dos estrangeiros que chegam ao Rio Grande do Sul. Entre os que vieram em 2012, os norte-americanos estavam em primeiro lugar, seguidos pelos alemães, os chineses, os ingleses e os holandeses. Verifica-se que, não só a rota foi invertida, como os países exportadores também mudaram. (geralda.alves@ufrgs.br)


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GREJA &

COMUNIDADE

Solidário Litúrgico 18 de novembro - 33o Domingo do Tempo Comum Cor: verde

1a leitura: Profecia de Daniel (Dn) 12,1-3 Salmo: 15(16),5.8.9-10.11 (R/.1a) 2a leitura: Carta de S. Paulo aos Hebreus (Hb) 10,11-14.18 Evangelho: Marcos (Mc) 13,24-32 Comentário: O fim do ano litúrgico traz alguns textos bíblicos que nos levam a lembrar o fim dos tempos. Sempre é importante ter presente que a Bíblia foi escrita por pessoas que pagaram tributo ao que se acreditava na época: que a segunda vinda de Jesus e o fim do mundo estavam muito próximos. Nestes últimos meses, a humanidade vive, pela enésima vez, tempos apocalípticos. Inclusive, uma rede de televisão brasileira está se aproveitando deste imaginário popular, de expectativa e de medo, para faturar milhões, mostrando como se pode aproveitar o fim do mundo... A passagem de Marcos deste domingo conclui, dizendo: O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. Quanto àquele dia, ninguém sabe, nem os

anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai (13,31-32). Que a vida, como a conhecemos em nosso planeta, um dia, vai acabar, é uma certeza científica; para afirmar isso não é preciso uma visão profética. Quando? Sobre isso, somente conjeturas, suposições, vaticínios sem base, afirmações levianas e... filmes, programas de televisão, livros etc. Para faturar! Os textos bíblicos nos trazem uma advertência e uma esperança. A advertência é de que estejamos sempre preparados para o fim; a esperança é a certeza de fé de que o Reino, anunciado por Jesus, vai acontecer, vai se realizar. Que a vitória final será do Bem, não do Mal. E estaremos sempre preparados para o Dia do Senhor se o reconhecermos nos acontecimentos e, principalmente, nas pessoas que Ele for colocando em nossa vida. E se soubermos acolher a cada uma a partir de suas necessidades. “Tudo o que fizerdes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fazeis”.

25 de novembro - 34o Domingo do Tempo Comum Cor: branca

JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO 1 leitura: Profecia de Daniel (Dn) 7,13-14 Salmo: 92(93),1ab.1c-2.5 (R/. 1a) 2a leitura: Livro do Apocalipse (Ap) 1,5-8 Evangelho: João (Jo) 18,33b-37 Comentário: O mundo pode ter mudado muito nestes últimos dois mil anos; mas o coração humano continua mais ou menos igual. Neste domingo, a liturgia nos leva a olhar para Jesus Cristo como Rei do Universo. Historicamente, esta festa foi instituída na época dos governos totalitários nazistas, fascistas e comunistas nos anos da Segunda Guerra Mundial, para afirmar que o único poder absoluto é o poder de Deus, em Jesus Cristo. Hoje, milhões de pessoas sofrem sob o jugo de um poder totalitário mais nefasto que aqueles, porque mentiroso e de “bela aparência”, tentador como o fruto do paraíso: o poder do capital, do lucro a qualquer preço, do mercado, que de livre só tem o nome. Os suntuosos e aprazíveis shopping centers são a versão moderna do “bezerro de ouro”, ídolos aos quais sempre mais gente presta culto. E deles se torna escravo. Jesus é rei, sim, mas não como o imaginava a

Pilatos, não como o queriam os poderosos do seu tempo, especialmente os saduceus e os sacerdotes. Por isso, “convinha” que Jesus fosse morto. O seu projeto de Reino representava um perigo para o poder romano e para os vassalos judeus deste poder. Um reino que queria mulheres e homens iguais, um reino onde poder fosse serviço, um reino construído sobre a verdade, um reino de justiça, de liberdade, de paz, de amor. Realmente, um reino muito “inconveniente” para os poderosos de então e de hoje. Diante do Rei Jesus, todos somos chamados a optar, todos temos que nos posicionar. Diante deste Rei não há lugar para “jeitinhos”, nem “panos quentes”, nem práticas de fé ou religiosidade somente quando e até onde nos convém ou nos ajudam em nossos projetos individuais. Jesus quer seguidores que vivam um amor verdadeiro, um amor exigente e coerente, um amor que contribui para uma sociedade mais justa e mais solidária. Um amor poderoso que se transforma em serviço a todos e a todas, sem distinção. (attilio@ livrariareus.com.br)

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Catequese Como os pais podem propor

A

a fé aos seus filhos proposição da fé exige certas práticas, certas aprendizagens específicas que acontecem na família a qual, neste particular, é insubstituível.

As sugestões a seguir contribuem para tornar possível o caminho da fé de seus filhos: • Desenvolva, junto a seu filho, o sentimento de confiança em si e na vida: através de experiências de ternura, de uma família acolhedora, da abertura aos outros, da atenção às pessoas de qualquer classe social, do maravilhar-se diante do sol, das flores, dos animais, do entorno. • Comece a dizer a seu filho o nome de Deus e de Jesus em momentos oportunos, relacionando-os ao amor, à alegria, à beleza, apresentando até mesmo o símbolo da cruz, mas sem fazer de Deus o supremo castigador. • Ensine as primeiras palavras rituais da oração, falando a Deus em recolhimento, com palavras cotidianas: obrigado, bom dia, perdão, ajuda-me, por favor. Leve seu filho a dizer “Pai Nosso”. • Conte ou leia páginas ilustradas do Evangelho da mesma forma que conta outras histórias, no sofá ou ao redor da cama, com momentos particulares de interioridade. • Coloque em destaque elementos simbólicos e rituais: uma imagem de Jesus, um cantinho de oração, o presépio, a bíblia ilustrada. • Organize projetos concretos de serviço ao próximo e de partilha, visando o bem estar dos necessitados. • Fortaleça as tradições familiares como a festa de Natal e Páscoa, os aniversários dos familiares, os álbuns de fotos, as refeições familiares, os costumes religiosos. • Desperte nos filhos o senso moral, o cuidado da crença pessoal, do respeito aos outros toda vez que seja necessário tomar uma decisão, resolver um conflito ou acabar uma discussão. • No tempo da adolescência, procure antes de tudo que os jovens despertem o gosto pela vida, pela prestação de serviço, pela vivência da fraternidade, o desejo de desenvolver seus talentos através do estudo, das artes e do esporte. • Esteja ao lado do adolescente quando ele precisar, quando quiser falar, quando questionar sobre o sentido da vida; assegure-lhe que é amado e respeitado, em qualquer circunstância, mesmo em ocasião de marginalidade. • Aceite que o jovem crescido se revele diferente, acolha esta diferença como um enriquecimento, aceite que tome distância e continue ajudando-o a tornar-se responsável por suas escolhas e seus valores. • Conte com a cumplicidade e a aliança entre os jovens e seus avós para estabelecer a ligação entre as gerações e a transmissão de valores de longa duração. • Saliente as etapas de crescimento dos jovens e enriqueça sua memória com lembranças alegres: entrada na escola secundária, primeira medalha, primeiro emprego, primeiro diploma, permissão para dirigir, passagem à maioridade, etc. (Fonte: Assembleia dos Bispos de Quebec –Tradução de Deonira La Rosa)


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SPAÇO DA

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RQUIDIOCESE

Arquidiocese de Porto Alegre acolheu a Cruz e Ícone de Maria da Jornada Mundial da Juventude

Coordenação: Pe. César Leandro Padilha

Jornalista responsável: Magnus Régis - (magnusregis@hotmail.com) Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos pelo fone (51)32286199 e pascom@arquidiocesepoa.org.br Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa Facebook: Arquidiocese de Porto Alegre Imagens: Pascom

Os símbolos passaram pelos Vicariatos da Arquidiocese mobilizando milhares de jovens que participaram de missas, vigílias, caminhadas e dos shows "Bote Fé"

Vicariato de Canoas iniciou a peregrinação

O Vicariato de Canoas iniciou a peregrinação dos símbolos da JMJ na Arquidiocese de Porto Alegre. Ocorrido na tarde do sábado, dia 3 de outubro, Cruz e Ícone foram acolhidos durante missa no Santuário São Cristóvão, bairro Igará. A Igreja ficou lotada para a Celebração Eucarística presidida pelo vigário episcopal de Canoas e bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre, Dom Agenor Girardi. Representantes dos quatro municípios que integram a região e das 24 paróquias marcaram presença. Nem mesmo o calor do início da tarde afastou a juventude e os fiéis que, mesmo antes da celebração, fizeram fila para tocar a cruz e o ícone mariano. Na homilia, Dom Agenor Girardi agradeceu às comunidades e, sobretudo, à juventude por atender ao chamado para acolher os símbolos da JMJ. O bispo recordou as palavras de Jesus ao dizer que, pela cruz, atrairia multidões e relacionou com o ato da Igreja local: "É isto o que acontece aqui. Somos atraídos por Jesus. Deixemo-nos, então, atrair por Jesus Cristo. A Cruz atraiu uma multidão e continua atraindo. Hoje nós estamos aqui numa multidão, porque cremos, amamos e por que somos de Cristo." Dom Agenor lembrou ainda do Ano da Fé e questionou sobre a melhor forma de levar a fé em Deus aos que estão distantes: "Como levar essa fé aos outros jovens e pessoas? A quem está frio e distante. Eis o nosso compromisso, juventude!" No Vicariato de Canoas, a programação segue com vigília. As 19 horas, os símbolos da JMJ foram levados em caminhada até o bairro Guajuviras. Durante a caminhada, foram realizadas duas paradas que refletiram a cruz como sinal de morte e como sinal de ressurreição.

Mais de dois mil participam do "Bote Fé" em Gravataí

A juventude atendeu ao chamado da Igreja e compareceu em peso ao "Bote Fé Gravataí", realizado entre a noite do dia 3 e a madrugada do dia 4 de outubro. Mais de duas mil pessoas compareceram à Igreja de São Vicente (Cachoeirinha). Um show seguido de Celebração Eucarística marcou o encontro. Na mesma oportunidade, foi realizada abertura do Ano da

Fé no Vicariato. Os símbolos da JMJ foram repassados pelo Vicariato de Canoas. Na Região de Gravataí, a primeira parada dos símbolos foi na Fazenda Renascer, espaço que oferece recuperação aos dependentes químicos. O encontro dos internos com os sinais da JMJ foi um momento forte de convivência, oração e reflexão. Uma Celebração da Palavra e bênção reuniu a todos em um mesmo espírito. Já em Cachoeirinha, cerca de duas mil pessoas aguardavam a chegada dos símbolos. Música e dança animou a juventude presente. Já era perto da meia-noite quando os símbolos chegaram ao local do 'Bote Fé'. O encontro dos fiéis com a Cruz e o Ícone foi um dos momentos mais fortes e carregado de emoção. Na porta da Igreja São Vicente, Dom Jaime Spengler, vigário episcopal do Vicariato de Gravataí, pediu que este fosse um momento de unidade com a juventude do mundo inteiro e seus problemas: cruzes da juventude como as drogas, abandono, violência, ausência da família, prostituição. Também pediu oração e união para jovens que se disponibilizam a lutar por um mundo melhor. Em sua homilia, Dom Jaime fez um alerta à comunidade, ressaltando a força dos jovens: "Ai de quem falar mal de nossa gurizada. A nossa gurizada sabe trabalhar. A nossa gurizada sabe se organizar e se programar e sabe encontrar os caminhos. Isso tem sido uma experiência bonita para nós. Ai de quem não acredita na nossa gurizada". Sobre a cruz, o vigário episcopal destacou a mensagem que dela emana: "A Cruz inquieta, a cruz perturba, porque ela aponta para aquilo que significa para nós sermos cristãos. A Cruz é loucura para o mundo sustentado só por imagens, pois a cruz diz de uma

realidade que marca a nossa carne, que marca a nossa vida, a vida de todo ser humano autenticamente cristão (...) Somente o amor constrói relações, somente o amor consegue vida plena ao mundo. Portanto, sejamos capazes de tocar a cruz. Vamos tocar a cruz não só esta noite, mas todos os dias, na nossa sociedade, na nossa gente. Vamos nos deixar tocar pela cruz como pedia o Papa. Não tenhamos medo, por que junto à cruz, terá sempre a presença da Mãe a nos ajudar". Após a Santa Missa, seguiu-se vigília até às 3 horas da manhã, quando os símbolos da JMJ foram repassados ao Vicariato de Porto Alegre.

Porto Alegre: Diversos pontos da capital foram visitados As visitas marcaram a passagem dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude pelo Vicariato de Porto Alegre. Em uma manhã e uma tarde, a Cruz e o Ícone de Maria mobilizou as juventudes e os fiéis da capital gaúcha no domingo, dia 4 de novembro. Os símbolos foram recebidos do Vicariato de Gravataí na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, em Cachoeirinha. Seguido de carreata, a Cruz e o Ícone foram levados ao Colégio São Francisco. A comunidade estava esperando com velas acesas, iniciando a celebração “das trevas para luz”. A visita dos símbolos por Porto Alegre seguiu em direção à Restinga, precisamente à Paróquia Nossa Senhora da Misericórdia. Os jovens da Pastoral da Juventude carregaram os símbolos e realizaram uma Celebração da Palavra. Sem dúvida, um dos momentos marcantes foi a visita ao Presídio Feminino Madre Pelletier. As detentas, filhos e familiares foram

Porto Alegre

Canoas

Gravataí

Guaíba

abençoadas. Em seguida, foi a vez do Parque Redenção, Carmelo e Hospital Santa Casa onde doentes e funcionários foram abençoados. O último ponto a ser visitado foi a Catedral Metropolitana, onde Dom Dadeus Grings, arcebispo metropolitano, presidiu uma Celebração Eucarística. Dom Dadeus ressaltou: "A Cruz, símbolo da salvação e redenção, foi entregue pelo Papa João Paulo II para ser levada ao mundo inteiro e mostrar o nosso sinal de vida e difundir a fé no mundo inteiro". Após a missa, uma procissão que passou inclusive pela Feira do Livro conduziu os símbolos até o Terminal Hidroviário, de onde a Cruz e o Ícone Mariano foram levados para Guaíba.

de fiéis foi ao terminal hidroviário para acolher os símbolos. Uma procissão guiou os símbolos da JMJ até a Igreja de Nossa Senhora do Livramento. No local, demonstrações de fé e emoção aconteciam a todo o momento. Os fiéis formaram filas para tocar a Cruz e o ícone mariano. Missa presidida pelo vigário episcopal, Pe. Léo Hastenteufel, abriu a peregrinação. Para uma Igreja completamente lotada, o presbítero disse que a Jornada da Juventude é o convite para abrir o coração: " JMJ faz o convite para abrir o coração. Acolher não só os símbolos, mas a vida, a mensagem, a palavra, o projeto de Jesus que se revela e realiza na cruz" Após a missa, os símbolos foram levados em carro aberto para as cidades de Charqueadas e, em seguida, para Camaquã. Nas duas cidades foram realizados o evento Bote Fé, vigília e missa. Mais uma vez, os eventos foram acompanhados por milhares de pessoas que venceram a madrugada para fazer a entrega dos símbolos à Arquidiocese de Pelotas.

Guaíba: Símbolos foram levados de catamarã O Porto Hidroviário de Guaíba foi a porta de entrada da Cruz e do Ícone de Maria para a peregrinação no Vicariato de Guaíba. Os símbolos foram transportados de catamarã até a cidade. Uma multidão


Porto Alegre, novembro de 2012 - 2a quinzena

Torradas queimadas! Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro. Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola. Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geleia e engolindo cada bocado. Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que ele disse: "Adorei a torrada queimada..." Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me disse: "Companheiro, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor marido, empregado, ou cozinheiro, talvez nem o melhor pai, mesmo que tente todos os dias! O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros. Desde que eu e sua mãe nos unimos, aprendemos, os dois, a suprir um as falhas do outro. Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma panela de alumínio brilhando. Ela não sabe usar a furadeira, mas após minhas reformas, ela faz tudo ficar cheiroso, de tão limpo. Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não sabe assar uma carne como eu. Eu nunca soube fazer você dormir, mas comigo você tomava banho rápido, sem reclamar. A soma de nós dois monta o mundo que você recebeu e que te apóia, eu e ela nos completamos". Nossa família deve aproveitar este nosso universo enquanto temos os dois presentes. Não que mais tarde, o dia que um partir, este mundo vá desmoronar, não vai. Novamente, teremos que aprender e nos adaptar para fazer o melhor. De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e com amigos. Então, se esforce para ser sempre tolerante, principalmente com quem dedica o precioso tempo da vida, a você e ao próximo. (Fonte: internet).

A falta que o trem faz

EE Railtours

Quase um quinto do PIB gaúcho é gasto para transportar o que aqui se produz. Enquanto o RS gasta 18 por cento, os Estados Unidos gastam somente 8,5 por cento. Lá e na Europa é tudo por trem, especialmente nas longas distâncias. Aqui é tudo pelo caminhão. Um trem carrega sozinho mais de três mil toneladas de produtos em uma única viagem, substituindo quase 100 caminhões. Outro desperdício é o pouco uso dos rios e lagoas, onde o Rio Grande do Sul tem a maior malha navegável do país. Solidário/LCV

Bancarrota de água

Sete das 10 principais bacias fluviais do mundo baixarão drasticamente o nível de água até 2050 a continuar a atual urbanização desordenada, atividade econômica não sustentável e o alarmante aquecimento das águas oceânicas. O grave alerta é do Instituto da Água, Meio Ambiente e Saúde da Universidade das Nações Unidas (UNU) em informe detalhado sob o título "Science-Policy Bridges over Troubled Waters", expedido após a análise de 200 grandes projetos mundiais relacionados com o meio aquático. E mais: a escassez atingirá uma quarta parte da população mundial, que depende dessa água e que gera 10 por cento do Produto Interno Bruto do planeta.

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