IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS
Ano XV - Edição No 565 - R$ 1,50
Porto Alegre, 1o a 15 de julho de 2010
Projeto Casa Brasil
NESTA EDIÇÃO
Voz do
PASTOR A Pastoral Bíblica O arcebispo metropolitano, Dom Dadeus Grings, lembra que “na Sagrada Escritura acolhe-se a palavra de Deus e a partir dela se refaz a idéia original de Deus”. Página 2
Família e Sociedade
Solidário
Inclusão de comunidades carentes O projeto está presente com 56 unidades em vários estados brasileiros. E constitui referencial nas comunidades em que atua. “Queremos ser como sal da terra, tentando transformar o entorno social a partir do próprio contexto em que estamos inseridos”, diz o coordenador do projeto na unidade Casa Brasil de Porto Alegre.
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Tema em foco
Conceitos de tempo e espaço não são mais os mesmos. A tecnologia faz mudar a relação com o sagrado e a dimensão do transcendente?
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“A escolha certa”
Divulgação
É assim que o tenor italiano Andréa Bocelli (foto) define a opção de sua mãe em não interromper a gestação, embora aconselhada pelos médicos que a atenderam numa crise de apendicite. O depoimento está num vídeo do “Youtube” em que o cantor conta que os médicos tiveram que aplicar gelo no abdômen da gestante e, com a possível consequência de má formação do feto, “eles disseram que era a melhor solução (aborto), porque o bebê nasceria com alguma deficiência. Mas a jovem mulher, corajosa, decidiu não abortar, e a criança nasceu”, conta o cantor. “Essa mulher era minha mãe, e eu era a criança”, destaca Bocelli. E acrescenta que “talvez eu tenha parte no assunto, mas posso dizer que aquela foi a escolha certa”. Bocelli possui glaucoma congênito e perdeu a visão completamente aos 12 anos de idade, após ser atingido na cabeça durante um jogo de futebol.
FEICOP em Santa Maria, uma outra economia possível
Contracapa
Educação e Psicologia Página 5
Oração da Copa do Mundo
“D
eus todo poderoso, criador de todas as coisas, enquanto pessoas de todas as nações se congregam, com paixão e entusiasmo para a Copa do Mundo de Futebol de 2010, que nossos visitantes sejam hóspedes bemvindos e que os jogadores de todos os times sejam abençoados com um bom espírito esportivo e com a saúde. Que teu espírito de equida-
de, justiça e paz prevaleça entre os jogadores e participantes. Que possam contribuir cada qual à sua maneira, de forma positiva para a prevenção, o controle e a luta contra o crime e a corrupção, o vandalismo de qualquer tipo, a exploração e o abuso de todos os mais vulneráveis. Que aqueles que estarão longe de suas casas e de suas famílias encontrem muita alegria por ocasião de belos jogos de futebol e do belo jogo da vida conforme Teu plano para o bem comum de todos. Amém!”. (Conferência dos Bispos da África do Sul)
Em breve, o Solidário estará na internet. Aguarde.
A
2 EDITORIAL
Embriaguez pela técnica
O
ser humano do futuro estará embriagado pela técnica, porém, fragmentado se não for capaz de serenar, de olhar nos olhos, de sentarse perante o espelho de si mesmo. Toda a técnica do mundo não poderá abrandar uma lágrima necessária, uma carência afetiva ou uma necessidade de sentido último do ambiente onde nascemos e morremos. A afirmação, taxativa, forte, chocante ou desestabilizadora é de Evilázio Teixeira, irmão marista, vice-reitor da PUCRS, doutor em Filosofia e Teologia, que nos traz importante e pertinente reflexão sobre o momento histórico que vive a humanidade e que o Solidário publica nesta edição (central). O teórico da comunicação social, o canadense McLuhan, dizia, há 40 anos, que o mundo se transformaria numa “aldeia global”. Esta “profética” afirmação já é uma realidade. O que é discutível, sem dúvida, é a qualidade de comunicação que se vive nesta “aldeia”. Certamente, não a qualidade que se vivia nas nossas aldeias, onde todos conheciam todos, se chamavam uns aos outros pelo nome e até por carinhosos ou hilariantes apelidos, em relações geralmente tranquilas, pacíficas, de alegre e festiva convivência fraternal. A embriaguez pela técnica, preconizada pelo Ir. Evilázio, já é, também, uma realidade para uma grande parte da humanidade de hoje. Sempre mais pessoas fazem da tecnologia seu primeiro, principal e, muitas vezes, único referencial para seu modo de ser e agir no seu mundo e nas suas relações. O homem desta nova e já atual época humana vive num estágio de fascínio diante de suas próprias conquistas científicas e tecnológicas, o que não deixa de ser uma forma de narcisismo, de autocontemplação e de auto-justificativa para todos os seus atos. Mas esse moderno “bezerro de ouro”, criação das suas mãos, transformado em deus, exige submissão, exige adoração. A auto-estima, o saber-se e sentir-se sujeito do seu mundo e da sua realidade, é, certamente, positivo e fundamental; mas quando esta auto-estima se transforma numa autocontemplação tal que leva o homem à perda de outros referenciais que não sejam ele próprio e a obra de suas mãos, no caso, as tecnologias, chegamos a esta “embriaguez” da qual fala o Ir. Evilázio. Em volta do bezerro das modernas tecnologias, dança, alucinado e embriagado pelo orgulho de suas próprias conquistas, o homem deste novo milênio, desta nova época humana. A serpente de bronze salvadora virá, mais uma vez, da dimensão ética no ser e no agir do homem e de uma espiritualidade que abra seu horizonte para o transcendente, onde a vida ganha seu verdadeiro sentido. Um exemplo de como usar as modernas tecnologias, sem adorá-las nem submeter-se a elas como escravos, vem do Projeto Casa Brasil, 56 unidades em todo o país, sempre em áreas empobrecidas e de vulnerabilidade social. Neste projeto há um uso intensivo das tecnologias da informação e da comunicação (TICs), como meios de promoção social e capacitação para o mercado de trabalho. E uma dimensão sumamente importante: ali se estimula o voluntariado, onde sempre mais pessoas vivem o que o Senhor pedia na prática dos seguidores do seu Projeto de um mundo justo e solidário: “Tudo o que fizerdes ao menor de meus irmãos, a mim o fareis”. É o que podemos deduzir do testemunho de Lucas Waltzer, um dos muitos voluntarios: “Para mim, essa atividade vai além da palavra trabalho. Antes de vir trabalhar aqui já atuava como voluntário com crianças especiais. Quando me mudei de Pelotas para Canoas, a primeira coisa que fiz foi procurar um trabalho voluntário. Aqui realizo minha vida com essa troca de carinho e estima que ultrapassa esse espaço e que é minha vida também” (central). O Solidario explicita, aqui, sua solidariedade com a Diocese de Caxias do Sul que vai acolher seu bispo-coadjutor, com direito à sucessão, Dom Alessandro Ruffinnoni, no dia 8 de agosto próximo. Sacerdote scalabriniano, Dom Alessandro (66), nasceu em Piazza Brembana, Bergamo/Itália e é o bispo referencial das pastorais sociais no Regional Sul 3 da CNBB (contracapa). “Ecologicamente correta”, assim poderíamos definir a FEICOP, uma feira internacional, com múltiplas iniciativas que se transformou, ao longo dos anos da sua realização, no maior evento de cooperativismo alternativo da América Latina. Memória viva do seu idealizador, Dom Ivo Lorscheiter, a feira é a demonstração de que uma outra economia é possível, capaz de criar e fortalecer novos empreendimentos, gerando trabalho e renda, com gestão participativa entre homens e mulheres que constroem um novo modelo de desenvolvimento sustentável. A feira acontece em Santa Maria/RS, de 9 a 11 de julho próximo, e espera milhares de visitantes (contracapa). (attilio@livrariareus.com.br)
Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36
Conselho Deliberativo
Presidente: José Ernesto Flesch Chaves Vice-presidente: Agenor Casaril
Voluntários Diretoria Executiva
Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, José Edson Knob e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj
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RTIGOS
A pastoral bíblica
D
teológica, quer mística. A ideia que iante das vicissitudes da fora infundida no homem, em seus história, a ideia origináprimórdios, torna-se visível e está ria de Deus sofreu detesendo transmitida na Igreja e por riorações, o que biblicamente é ela, a todos os seus membros, de descrito como pecado original Dom Dadeus Grings modo autêntico. ou como corrupção do ser humaArcebispo Metropolitano Essa ideia não se reduz a um no. Mas aconteceu, por fatores de Porto Alegre conceito ou a um sinal interno da que não vêm agora ao caso, que mente. Constitui a ponte que leva concretamengrupos humanos conseguiram redescobrir esta te a Deus. O importante não é cultivar a ideia, ideia. Aparece, inclusive, em obras escritas. mas ir, por meio dela, àquele que ela representa. Falamos da Sagrada Escritura. Acolhe-se Além da pregação, pela qual se comunica nela a palavra de Deus e a partir dela se refaz a ideia de Deus, a Igreja administra os sacraa ideia original de Deus. Outros procuraram mentos, que põem em contato direto, ainda que elaborar esta ideia a partir das coisas sensíveis simbólico, com Ele. Envolve todas as dimenpara estabelecer a base de sua religião. sões humanas, de conhecimento, de vontade e Após vários séculos, acontece um novo fede afetos; leva a conhecer, amar e servir a Deus, nômeno. Grupos humanos reconheceram a pade todo coração. Essa ideia conduz ao Pai, pelo lavra de Deus não apenas escrita, mas falada Filho, no Espírito Santo, fazendo participar de por um homem, que acolhem como encarnação sua vida íntima. desta mesma palavra autêntica de Deus. A partir Em síntese: a primeira ideia de Deus foi indela refizeram sua ideia de Deus. Chamam-se fundida no homem no momento da sua homicristãos. Para eles, a verdadeira ideia de Deus nização; a segunda, elaborada a partir da expeé expressa por Jesus Cristo: caminho, verdade riência vital; a terceira, acolhida das Sagradas e vida. Escrituras para recompor a primeira; e a quarta, Os cristãos não são indivíduos isolados, encontrada numa pessoa que a encarnou: Jesus que só pensam a partir da própria cabeça. Estão Cristo e, por fim, esta mesma palavra, feita hoprofundamente inseridos e reunidos na Igreja. mem, é proporcionada aos fiéis pela Igreja. Ali, ouvem a palavra de Deus e tomam conO Sínodo dos Bispos sobre a palavra de tato pessoal, através dos sinais sacramentais, Deus, em 2008, exprime-o com quatro substancom Jesus Cristo. Encontram a ideia de Deus tivos: é voz, rosto, casa e mandato de Deus. Os a ponto de cada um conseguir refazer a sua, de bispos, reunidos em sua 48ª Assembleia Nacioacordo com o modelo original. Crer, agora, se nal, neste ano de 2010, em Brasília, retomaram torna mais fácil. Tem o aval da Igreja. Não se este tema para projetá-lo para toda a pastoral trata apenas de uma questão pessoal ou do resultado de uma pesquisa, quer filosófica, quer no Brasil.
Voz do
PASTOR
Um mundo com Deus Dom Sinésio Bohn
V
Bispo de Santa Cruz do Sul
ocê pode imaginar um mundo sem Deus? Onde o final da existência é a morte e nada mais? Bem melhor é viver no mundo onde Jesus oferece a ressurreição e uma vida eterna na qual um dia Deus será tudo em todos. Esta boa nova os cristãos anunciamos em nome do cristianismo (1 Cor 15, 28). Hoje tudo é instantâneo, rápido, sem grande preocupação pelos valores da tradição. Neste turbilhão muitos valores caem no esquecimento. O consumismo e a busca de facilidades substituem a herança histórica. A aparência é salva, os aplausos são indispensáveis, a religião vira espetáculo! O discípulo de Cristo é convidado a anunciar Jesus Cristo, morto e ressuscitado por nós. Vem a propósito a advertência de Bento XVI: “Sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro” (DA, 146). Nem nos faltam as tentações de sempre. A
Conselho Editorial
Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer e Beatriz Adamatti
Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo
inveja mobiliza as forças negativas! O apego ao dinheiro, que levou Judas a entregar o Mestre por 30 denários, paralisa pessoas de bem no seu testemunho. A ira azeda o coração e o cotidiano de cristãos desatentos e os leva à vingança. A soberba é arrogante, presunçosa e busca o poder, o comando, perdendo de vista o serviço ao bem comum. A maledicência e o ódio matam o próximo, destroem a boa fama, “em nome da verdade”, como dizem! Jesus oferece o perdão. O perdão, recebido ou dado, libera as energias interiores e deixa fluir as intuições arcanas. A capacidade de construir e reconstruir um mundo de paz, de primado do amor. A Palavra de Deus, lida e meditada, atrai a pessoa a buscar a vontade de Deus. Os sacramentos da Igreja tendo como ápice a Eucaristia, são antídotos aos vícios. Uma vida com Deus, amado e seguido por amor, deixa o cristão seguro e feliz. E o torna testemunha do Evangelho de Jesus.
Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS Revisão Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Davi Eli Impressão Gazeta do Sul
Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3221.5041 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.
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AMÍLIA &
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OCIEDADE
Separação do casal: como ficam os filhos?
3 Kent Murray/sxc.hu
Isabel Cristina Perceval Iracet Ferreira Bacharel em Direito
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nfelizmente, a separação de casais é um fato que está se tornando comum nos dias de hoje, muitas vezes é inevitável, por motivos diversos. Mas podemos tratá-la de uma forma racional, principalmente quando temos terceiros envolvidos, isto é, nossos amados filhos. Não podemos esquecer dos traumas e sofrimentos causados. Somos conhecedores de que qualquer tipo de rompimento em nossa vida nos causa angústia, dor e sofrimento, imagina para os filhos, principalmente para os pequeninos. Hoje, homens e mulheres encontram-se na mesma luta, isto é, conseguem reconhecimento em nossa sociedade para obter igualdade de direitos e oportunidades. Os homens têm conquistado mais espaços legítimos na família e na educação dos filhos. Surge uma nova consciência, por parte da grande maioria dos pais, é visível a sua importância na formação e educação dos filhos, colaborando de forma positiva na personalidade das crianças. Portanto, não é racional pensarmos como há vinte anos, onde o principal fator constituinte da personalidade dos filhos era a relação que estes tinham com a mãe, pois a ela cabia educar os filhos e o papel do pai era de proteção. O papel de um pai presente nas relações familiares tem uma relevância na vida dos filhos. A psicologia tem mostrado que esta relação promove condições de suma importância para a formação das crianças. Hoje, temos um número significativo de homens exigindo, inclusive judicialmente, mais espaço na vida de seus filhos, sabem que a sua realização como pessoa passa pela realização como pai. Estes são os pais capazes de distinguir que a separação é apenas da esposa e não dos filhos.
Passou o tempo de os homens serem privados da família Nossos filhos devem ter seus ideais de identificação com suas mães e pais, assim se tornarão cidadãos e profissionais responsáveis, terão êxito numa sociedade cada dia mais moderna, mas não esquecerão os padrões afetivos estabelecidos em sua infância. A presença do pai e da mãe mantém o equilíbrio, e é defendida pela psicologia e aceita na grande maioria das culturas modernas. Muitos homens ainda exercem poder de controle sobre a vida das ex-esposas, principalmente utilizando os filhos, através da pensão alimentícia, de terror psicológico e outros. Este é um problema da dificuldade em romperem os laços do casamento, muitas mulheres aceitam por desconhecerem os seus direitos e os dos filhos, ou ainda, para que seus filhos não deixem de conviver com o pai. Os ex-casais não só podem como devem ter uma relação de respeito e se possível de amizade, visando sempre o bem estar dos filhos. Para a criança, conviver em uma família cheia de sérios conflitos é mais prejudicial do que conviver com os pais separados, pois quando ela presencia certas cenas, sofre muito, tratando-se de pessoas que ela ama e necessita. Para isto não importa a idade, até mesmo bebês muito novos, embora não compreendam a situação, captam a tensão do ambiente familiar, e passam a expressar seus sentimentos através do choro e agitação,
tendo, inclusive, atrasos significativos em seu desenvolvimento. Neste turbilhão de sentimentos, não podemos jamais esquecer que existe a preocupação com o futuro e felicidade dos filhos, portanto é importante deixarmos claro aos nossos filhos que eles não são os culpados pela separação, e informá-los quando e como esta acontecerá, explicar o que vai acontecer com eles, pedindo que eles expressem os seus desejos, ouvir seus medos, suas dúvidas e principalmente deixálos, da melhor forma possível, tranquilos, deixar claro que mesmo com a separação eles ainda terão Pai e Mãe com quem poderão contar sempre. Acredito que o mais importante é fazê-los sentir SEMPRE o quanto são amados e como são importantes na vida do pai e da mãe.
O que diz a legislação brasileira A justiça trata esta questão visando sempre o bem estar da criança, pois o filho tem direito de conviver com o pai e a mãe, e preocupa-se com o desenvolvimento emocional e psicológico da criança. A Lei nº 11.698 entrou em vigor há apenas dois anos. Esta nova Lei
altera os artigos 1583 e 1584 do Código Civil Brasileiro de 2002, para instituir a guarda compartilhada. Através desta lei, pais e mães são estimulados a assumir a mesma responsabilidade pelos filhos após a separação. Isto é, divisão da pensão e das questões práticas da vida da criança. A guarda compartilhada também visa acabar com o abuso de algumas mães que usavam as crianças para gerar um complemento de renda, esquecendo que os direitos são dos filhos e que elas, assim como o pai, possuem deveres com seus filhos. Apesar de todo o mal estar causado por uma separação, os homens hoje ganharam um presente, a companhia dos filhos, uma convivência pacífica, presente e participativa, pelo menos na maioria das vezes.
4 Solidão e comunicação
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Carmelita Marroni Abruzzi
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Pode haver risco de enterro ou cremação em vida?
Professora universitária e jornalista
o ano passado, vi um filme muito interessante; apesar de seu tom de comédia, levantava uma questão crucial: a da solidão humana e da dificuldade que têm os seres humanos de se comunicarem. Conta a história de Lars, um rapaz por volta de seus trinta anos, que não consegue se relacionar com o sexo oposto e resiste a todo o tipo de contato, chegando até a recusar o café da manhã com seu irmão e cunhada. Parecia um ser destinado à solidão, até o dia em que aparece com uma boneca de silicone que acredita ser real e a apresenta à pequena comunidade como sua noiva. A comunidade, que o estimava muito, orientada pela psicóloga, entra no seu jogo e aceita a boneca como uma pessoa real que participa das atividades do grupo. Através da boneca, Lars vai se relacionando com todos, aproxima-se dos colegas de trabalho e das mulheres, integra-se no grupo. Então a boneca “adoece” e a psicóloga confirma a “doença” e acompanha Lars em todo o processo. Mas o rapaz saira de dentro de si, aprendera comunicar-se e já podia dispensar aquele objeto; com isso, a boneca “morre”, com direito até a enterro. Já integrado ao grupo, Lars inicia um relacionamento com uma colega de trabalho. O filme “A Garota Ideal”, do diretor inglês Craig Gilespie, nos traz uma mensagem: os seres humanos, sós e carentes, sofrem com essa condição e tendem, até, a buscar objetos substitutivos para “No fundo de nós ajudá-los a se relacionar, a viver. Existem muitas formas de solidão e existe algo que é incomunicável, muitas maneiras de se lidar com ela. Há que não conseuma solidão produtiva, voluntariamente guimos expressar buscada, no silêncio, na meditação. Há com clareza”. uma solidão que é necessária a todos nós, para refletir e encontrar forças para nossa caminhada. É esse sentimento que expressava a jovem personagem de “O Regresso”, de Rosamund Pilcher: “Judith mal podia recordar a última vez em que estivera sozinha... Agora, só, em seu próprio quarto, ela percebeu quanta falta lhe fizera o luxo da solidão... o prazer de estar consigo mesma... e desejava apenas um pouco de tempo para encontrar-se, para reorientar um senso pessoal de identidade.” Mas há uma solidão que pesa em cada um de nós. Às vezes, parece que ninguém nos compreende, por mais que se tente explicar. No fundo de nós existe algo que é incomunicável, que não conseguimos expressar com clareza. Talvez aí resida a raiz, a essência da solidão. Por mais feliz que a gente esteja, ou rodeada de pessoas, esse sentimento de solidão poderá ser inevitável. E há muitos tipos de solidão, como a do companheiro que perdeu seu par depois de uma longa e feliz vida a dois; a da criança no orfanato, ansiosa por um abraço, uma palavra de carinho; a do adolescente que, defronte à tela do computador, busca a comunicação virtual; a do idoso e a do doente esquecidos pelos familiares e amigos em seu leito de sofrimento; há, também a solidão na multidão e há aquela da vida a dois em que o casal não mais se entende. Enfim, em nossa vida muitas vezes os momentos de solidão são necessários, mas em outros, ela nos sufoca. Então, será o momento de ir ao encontro do outro, de comunicar-se. Afinal, talvez o outro também esteja carente, desejando um contato humano, e acolherá com alegria a oportunidade de quebrar a solidão que lhe pesava! (debruzzi@ig.com.br)
PINIÃO
Antônio Allgayer Advogado
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ntes de comprovar que tal risco não existe, farei referência ao fenômeno morte na óptica de Dorothee Sölle, teóloga de ponta do protestantismo europeu. O seu livro “Leiden” (Sofrimento) traz à estampa, vertido para o alemão, carta pastoral de Dom Hélder Câmara, alusiva ao abuso de poder no regime político à época em vigor no Brasil. Encarregado pela editora Vozes de traduzir o livro da teóloga e não dispondo, por mais que me esforçasse por tê-lo à mão, do texto original, tive de retraduzi-lo do alemão para o português, com todas as falhas inerentes à transposição de texto escrito de um idioma a outro. A teóloga deu-se ao trabalho de registrar declarações de pessoas na iminência de serem executadas. Todos eles, condenados à morte, cristãos e não-cristãos, invariavelmente manifestavam sensibilidade e preocupação pelos amigos e familiares que deixavam. A dor e o cuidado para com os que ficavam, de certo modo, os identificava com a atitude de Jesus, ao dirigir, poucos dias antes da morte na cruz, palavras de consolo e encorajamento a discípulos seus: “Não se perturbe o vosso coração. Na casa de meu Pai há muitas moradas e onde eu estiver estareis vós” (Jo 14, 1-2). Levando ao papel o que aprendi sobre o fenômeno morte na disciplina de Medicina Legal do curso de Direito, talvez eu esteja atrasado no tempo. Segundo então me ensinaram, a morte não acontece em momento dado, exatamente previsível. É que a morte é um processo. Sendo um processo, há um continuum, efetivando-se a morte por etapas, com a lenta deterioração de órgãos, antes e depois de se instalar a rigidez cadavérica. Cabe notar que, mesmo após a morte constatada, o coração humano ainda pode ser transplantado e pulsar num corpo estranho ao do doador já falecido.
A morte cerebral, subscrita por quem de direito, é a garantia de que dispomos para não se proceder a inumação de pessoa viva. Para tranquilidade geral, pode ser dito que, em nossos dias, não há por que temer o risco de enterro ou cremação em vida. Se ocorresse viria à publicidade ao se removerem restos mortais de catacumbas destinadas a novos ocupantes. Almeida Júnior, já em idos tempos, proclamava que “todos os casos de inumação prematura ou autópsia de indivíduos vivos devem ser levados à conta de fábulas”, embora ele mesmo arrolasse casos de enterro em vida ocorridos em remoto passado. Sei de um pároco que se recusava a presidir ao sepultamento de pessoas antes de decorridas 24 horas do óbito empiricamente constatado. A sensatez de tal medida fundamentava-se, entre outros fatores, no fato de em sua comunidade paroquial não haver médicos credenciados para a expedição de atestado comprobatório de morte efetiva. Talvez motivado por mal elaborados temores relacionados com morte aparente por catalepsia, falhas humanas, ou desinformação acerca dos modernos meios de afastar o perigo de inumação em vida, sigo mantendo atitude de reserva à pressa de se levar o corpo inanimado ao cemitério ou à cremação poucas horas após a constatação da morte cerebral. Sou favorável a que se estabeleça em lei o decurso mínimo de 24 horas entre a expedição do laudo comprobatório da morte e o enterro ou cremação. Se estou bem informado, é o que se tem feito na Itália. Na Alemanha, há o costume de se conservar o cadáver em câmara fria pelo tempo necessário aos familiares para procederem às exéquias, acompanhadas de refeição oferecida aos acompanhantes. Eis um belo costume de celebrar comunitariamente o ingresso da pessoa amada na vida que começa com a morte.
O dinheiro não compra Deus Monsenhor Jonas Abib
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Fundador da Comunidade Canção Nova
odemos até cair no erro e pensar que felizes são aqueles que vivem sem problemas financeiros; os que têm dinheiro de sobra e não lhes falta nada; os que trocam de carro todo o ano; os que não têm problemas no casamento e com os filhos; os que têm todas as satisfações do mundo; os que nunca choram. Muita gente pensa que ser alegre é viver como mostram as novelas de televisão. Acabam pensando que para viver feliz é necessário ter todas as coisas que as novelas mostram. No sistema capitalista em que vivemos, temos uma falsa liberdade e uma falsa alegria. Ele vai tirando Deus de dentro de nós. É como uma hemorragia interna, em que a gente vai perdendo sangue sem perceber, e, quando se percebe, o estado já é trágico. É Deus, a causa da nossa alegria e não o dinheiro. Problemas e tristezas costumam nos afastar de Deus, mas deve ser o contrário: só Deus é capaz de nos devolver a alegria, a paz e tudo aquilo de que necessitamos. Não sabemos sofrer e não somos capazes
de reagir e aguentar a dor: acabamos nos entregando. Ficamos tristes por não termos dinheiro suficiente para “certo conforto e facilidades”. Nós nos entregamos a uma murmuração estéril, que nada resolve e nos deixa mais frustrados ainda. Vivendo facilidades e conforto, não conseguiremos ser verdadeiramente felizes. O dinheiro não consegue comprar a paz, o amor, a alegria... O dinheiro não compra Deus. Diz o ditado popular: “O dinheiro não compra felicidade”! Precisamos estar bem atentos: não podemos deixar de estar ao lado de Deus para estar ao lado do dinheiro. É certo que precisamos trabalhar, é uma questão de sobrevivência. Mas não podemos deixar que o dinheiro seja o Senhor da nossa vida. A maior necessidade na nossa vida e na nossa família é Deus. Só Deus não pode faltar. A alegria do homem é o seu verdadeiro tesouro e não há dinheiro que pague esse presente. Confie em Deus e na Sua providência. É certo: não faltará o necessário para você e sua família. Em Deus experimentaremos a alegria de sermos pobres e dependentes do Seu amor. (www.padrejonas.com /http://twitter.com/padrejonasabib)
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DUCAÇÃO &
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SICOLOGIA
Psicologia ambiental e projetos pedagógicos
www.chacaradeorganicos.com.br
Juracy C. Marques Professora universitária, doutora em Psicologia
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sicologia Ambiental (PA) é uma área nova na Psicologia, fortemente ligada a duas outras áreas, com sólida tradição de pesquisa e suas respectivas aplicações: psicologia social e psicologia do desenvolvimento. Entretanto, Psicologia Ambiental surge na onda da interdisciplinaridade e, por isso torna-se mais complexa, consequentemente, mais instigante e promissora. Faz parte das disciplinas que se preocupam com o entorno e as circunstâncias que influenciam e, por vezes, determinam o comportamento das pessoas, tanto naquilo que pertence aos fenômenos da natureza, como clima e desastres ecológicos – vulcões, tornados, deslizamentos de encostas, terremotos, tsunamis – ou dos muitos comportamentos humanos que prejudicam o ambiente. Mas tais fenômenos são vividos pelas pessoas e comunidades, conforme as distintas configurações de seus hábitos e valores. Há que considerar, também, os prejuízos causados por pessoas e pequenos grupos com as pichações, vandalismo e desrespeito aos dispositivos públicos que configuram a paisagem urbana e se manifestam como uma forma de protesto, e não raro de violência e agressividade.
Assim, PA é uma área da psicologia aplicada, pois não leva em conta apenas a realidade externa, mas também abarca as preocupações com as tradições históricas que configuram a cultura e demandam interpretações simbólicas, a fim de decodificar significados das experiências nos seus múltiplos relacionamentos com seu ambiente. Por exemplo, o conceito de desenvolvimento sustentável, hoje presente em planejamentos de viabilidade econômica de projetos que modificam o plano-diretor das cidades e mesmo de certas áreas rurais que contêm reservas ecológicas ou indígenas, levantam várias questões de interesse da PA: Como isto afeta os modos de ser, de pensar e de agir das pessoas? Quais as repercussões em sua hierarquia de valores quanto a seus direitos e deveres para consigo, com sua família e sua comunidade? Quais as perspectivas de qualidade de vida que vamos legar às gerações vindouras?
Projetos Pedagógicos Os Projetos Pedagógicos (PP), hoje, não se restringem aos programas curriculares das escolas, pois há uma ampla difusão dos benefícios de lutar por uma população educada que, aos poucos, vai reformulando seus comportamentos e hábitos. Por exemplo, a prefeitura de Xangri-Lá uniu-se aos responsáveis pelo festival Planeta Atlântida em uma ação pontual para neutralização de carbono, com plantio de mudas de árvores a fim de compensar o impacto ambiental causado, anualmente, pelo evento (Zero Hora, 1o de maio de 2010). Desta forma, estão sendo plantadas 1,1 mil árvores, numa área verde pública de 10 mil metros quadrados. No último evento foram quantificadas 172,87 toneladas de carbono – medida através da transformação em unidade única dos gases causadores do efeito estufa emitido para a atmosfera: deslocamento de artis-
tas e equipamentos, consumo de energia elétrica, geração de efluentes e resíduos. Vai levar vinte anos, mas é no crescimento da planta que reside a maior taxa de absorção do gás carbônico na produção de oxigênio. Dentre as mais de 30 espécies nativas da flora gaúcha foram escolhidas: angico, araçá-amarelo, ipê amarelo, cedro-rosa e ingá-feijão. Este é um PP que passa para os jovens a importância da preservação do ambiente, em meio a um clima de festa.
Programação curricular da Escola A Escola X, no interior do Estado (RS) tem como seu projeto pedagógico para o semestre em curso, a preservação do meio-ambiente. Ema, psicóloga, membro da comissão de supervisão pedagógica, contou-nos sobre as ações em desdobramento, com a decidida participação dos estudantes. Esta é uma escola de Educação Fundamental que atende a um pouco mais de 500 alunos. Por exemplo, disse-nos ela, os alunos de 7a e 8a séries estão visitando as agroindústrias locais, fazendo um levantamento sobre como tratam seus resíduos e qual a destinação que dão aos
mesmos, pois há uma queixa da população sobre o ‘maucheiro’ que é mais forte em certos pontos da cidade. Este levantamento, depois de organizado em categorias, nas reuniões de professores, é trabalhado em sala de aula por todos os professores e disciplinas, com o objetivo de, posteriormente, enviar relatório para os dirigentes das agroindústrias participantes. Tem-se, aqui um enorme potencial de múltiplas aprendizagens, revestidas de alta motivação, considerando-se o envolvimento da comunidade.
Criatividade e ações inovadoras Portanto, a PA é um campo de estudos do ‘lugar’ e do momento, espaço-tempo, no qual as experiências se constroem e se realizam, às vezes baseadas em boas intenções e outras que decorrem da superação da ignorância, ingenuidade e falta de educação. Por isso, a PA busca não só novos conceitos e visões de mundo embasadas no conhecimento, mas também suas interfaces com a biologia, geografia, botânica, zoologia, química, entre outras e, por outro lado, conecta-se com arquitetura, urbanismo, ciências sociais e políticas, principalmente no planejamento de políticas públicas para melhoria das condições de vida das populações. É uma área de estudos que desafia não só psicólogos, mas muitos profissionais e estudiosos de distintos campos da atividade humana, que emergem e se impõem, não só pela globalização, mas também pelos avanços de novas tecnologias que sugerem criatividade e ações inovadoras para a preservação do ambiente no planeta Terra.
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EMA EM FOCO
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Tecnologia e relação com o sagrado J
amais, em qualquer época da história, a humanidade teve tantas facilidades à sua disposição. A tecnologia tornou a terra realmente uma aldeia global: eliminou distâncias, comprimiu o tempo. E, em certo sentido, assumiu o papel de sujeito da história. Por conta, é capaz de desumanizar e eliminar a consciência de transitoriedade da existência humana, na medida em que seus inúmeros bens disponibilizados para o lazer, consumo, mobilidade, divertimento e bem-estar constituam exclusividade de seus usuários sem qualquer espaço para o sagrado e o transcendente. Paradoxalmente, no entanto, a técnica pode contribuir para a busca do transcendente, usando-a para seu encontro para a produção e comunicação eficaz de conteudos e valores. E, mesmo imersa profundamente na técnica, ainda assim a cultura atual permite emergir na dimensão espiritual do existir inata no ser humano. Em sua palestra “O mundo da técnica e a emergência da espiritualidade” no Projeto Fé e Cultura, dia 8 de junho último, na PUCRS, o Irmão Evilázio Teixeira fez valiosíssimas colocações sobre o tema de que extraímos algumas reflexões. Irmão Evilázio, marista, é doutor em Filosofia e Teologia, professor e vice-reitor da PUCRS. (A íntegra da palestra está em http://www.pucrs.br/feecultura/).
Mudança de conceitos “Vivemos na idade da técnica, de cujos benefícios usufruímos em termos de bens e espaços de liberdade. Somos mais livres do que os homens primitivos, porque dispomos de mais campos de atuação. Na facilidade com que utilizamos os instrumentos e serviços que encurtam o espaço e o tempo, amenizamos a dor. A influência da técnica, não obstante, vai influenciar diretamente o modo de conceber os grandes conceitos que forjaram o processo civilizatório da cultura ocidental, levando a uma revisão dos cenários históricos”.
Razão “Não é mais a ordem mutável do cosmo que se refletia na mitologia, depois na filosofia e por fim na ciência, criando as respectivas “cosmoslogias”, mas se torna procedimento instrumental que garante o cálculo mais econômico entre os meios à disposição e os objetivos que se pretendem alcançar”.
Verdade “Não é mais a conformidade com a ordem do cosmo ou com Deus; se a ordem do mundo não está mais no seu ser, mas depende do “fazer técnico”, a eficácia se torna explicitamente o único critério de verdade”.
Ética
Divulgação PUCRS / Ramon Fernandes
da história como tempo dotado de sentido. Em relação à memória histórica, a memória da técnica, sendo só procedimental, reduz o passado à insignificância do “superado” e concede ao futuro o mero significado de “aperfeiçoamento” dos processos”.
Novo sujeito da história “O que se vê é a agonia do próprio sujeito. Assistimos a uma reviravolta pela qual o sujeito da história não é mais o homem, e sim a técnica que, emancipando-se da condição de mero ´instrumento`, dispõe da natureza como um fundo e do homem como um funcionário seu”
Comodidade versus felicidade “O hedonismo conduz a técnica, a serviço de maior conforto e bem-estar do homem. O progresso torna-se ingovernável. Se a técnica é uma linguagem que descreve e constrói o mundo, o Irmão Evilázio Teixeira discurso sobre a técnica exprime o amor ou o deNatureza samor que temos pelo mundo que construímos. “Hoje a natureza mostra toda a sua vulnera- Exprime o amor ou o desamor pela nossa própria bilidade por efeito da técnica, abre-se um cenário imagem, que é reenviada pela técnica. A sociedadiante do qual as éticas tradicionais emudecem, de técnica promete comodidade e confunde conporque não têm instrumentos para acolher a natu- forto com felicidade. Dessa falha nasce a moral da eficácia que pensa que tudo aquilo que se opõe reza no âmbito da responsabilidade humana”. ao avanço tecnológico em direção ao possuir mais Religião conforto é necessariamente um mal.”
“A técnica substitui a dimensão escatológica Embriaguez do tempo pela projetual – subtrai da religião, por “A ética, como forma de agir em vista de fins, “O ser humano do futuro estará embriagado sente a sua impotência no mundo da técnica, re- efeito dessa contração do tempo, a possibilidade de ler no tempo um projeto”. pela técnica, porém, fragmentado se não for cagulada pelo fazer como pura produção de resulpaz de serenar, de olhar nos olhos, de sentar-se tados. Isso significa que não é mais a ética que História perante o espelho de si mesmo. Toda a técnica do escolhe os fins e encarrega a técnica de encontrar “O caráter “a-finalista” da técnica, que não se mundo não poderá abrandar uma lágrima necesos meios, mas é a técnica que, assumindo como fins os resultados dos seus procedimentos, condi- move em vista de fins, mas só de resultados que sária, uma carência afetiva ou uma necessidade ciona a ética, obrigando-a a tomar posição sobre nascem dos seus procedimentos, elimina qualquer de sentido último do ambiente onde nascemos e uma realidade, não mais natural e sim artificial”. horizonte de sentido, determinando assim o fim morremos”.
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A S ÇÃO
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OLIDÁRIA
Casa Brasil:
Solidariedade pela inclusão de comunidades carentes
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iniciativa tem o apoio de ministérios, órgãos públicos, bancos e empresas estatais. Mas se torna realidade com a mão-de-obra de pessoas que tem a solidariedade no seu DNA. E que se transformam em referenciais nas comunidades carentes em que estão instaladas. “Atuamos como sal da terra, tentando transformar o entorno social a partir do próprio contexto em que estamos inseridos”, diz Airton Francisco Pereira, coordenador do projeto na unidade Casa Brasil de Porto Alegre. As atividades incluem uso intensivo das tecnologias da informação e da comunicação, capacitando segmentos excluídos da população na inserção da sociedade do conhecimento. As ações da Casa Brasil se desenvolvem em 56 unidades em diversos estados do país, em áreas de vulnerabilidade social. Cada unidade conta com seis módulos padronizados – telecentro, estúdio multimídia, oficina de rádio, sala de leitura, auditório, laboratório de reciclagem de computadores ou laboratório de divulgação de ciência.
Em Porto Alegre
“Aqui é bom estar”
No Rio Grande do Sul, estão instaladas cinco unidades, duas em Caxias do Sul, uma em Pelotas, uma em Santa Maria e uma em P. Alegre. “Aqui temos um telecentro, com computadores e banda larga com acesso gratuito à comunidade; sala de leitura com biblioteca com 3.500 itens, a maioria doados e disponibilizados para pessoas de qualquer idade da comunidade”, contabiliza o coordenador da Unidade Casa Brasil de Porto Alegre, situada na Rua Voluntários da Pátria, 2557, próximo da Vila Santa Terezinha, caracterizada por população constituída eminentemente de carrinheiros de coleta de papel e recicladores.
As casas Brasil integram o projeto guardachuva denominado ‘Tabor’, palavra bíblica e que significa ‘aqui é bom estar’. “É essa condição que queremos oferecer para as crianças”, resume Lucas Bohrer Waltzer, 20 anos, pedagogo. “Sob minha responsabilidade estão as oficinas de convivência em que trabalhamos aspectos sociais, relacionamento com o grupo, coisas gerais da vida, como comprar e se comportar na escola. Objetiva-se, em suma, formar futuros cidadãos. A dinâmica é de uma oficina diária e um período de convivência”, informa o educador.
Dois turnos As crianças e adolescentes, 20 em cada turno, a grande maioria procedente da Vila S. Terezinha, são recebidos em turnos inversos do período escolar. “Além das oficinas normais, queremos mostrar outras possibilidades e fazer emergir a autoestima. Criamos oficinas de corte e costura que chamei de ‘ziguezagueando e cortando reto’, com 64 participantes, das quais 15 se formaram e que hoje estão ajudando na geração de renda em suas famílias”, contabiliza Airton. “Precisamos ser o sal da terra, ajudar as pessoas, oferecer oportunidades. Embora com menos de um ano em funcionamento, temos pequena história e bons resultados, relata o coordenador do Projeto.
Airton Pereira
Lucas Waltzer
Voluntariado A Casa Brasil de P. Alegre iniciou suas atividades em outubro de 2009. Além dos funcionários bolsistas, conta com oficineiros voluntários e muitas doações. “Temos parceiros para a viabilidade do espaço e salários dos funcionários. Mas o gesto dos voluntários assegura lanches, cachorro quente. Aqui tudo funciona praticamente na base da solidariedade”, informa Airton.
Gratificação plena “Somos bolsistas. Mas a maior recompensa é o carinho e a sensação de ajudar. Eu sou professor, mas a questão social está no sangue, atuando como voluntário em trabalhos sociais, facilitando a vida das pessoas”, se emociona Airton.
“Para mim, essa atividade vai além dessa palavra trabalho. Aqui realizo minha vida com essa troca de carinho e estima que ultrapassa esse espaço e que é minha vida também” relata Lucas Waltzer.
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8 Alergias podem estar com dias contados Logo depois de a ciência ter apresentado uma célula com DNA sintético, que muitos chamaram de “vida artificial”, agora um outro grupo de cientistas anuncia a criação do primeiro anticorpo sintético. Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos e do Japão criou uma versão artificial, sintética, de proteínas produzidas pelo sistema imunológico humano capazes de reconhecer e lutar contra infecções e substâncias estranhas que entrem na corrente sanguínea. A descoberta, sugerem eles em um artigo do jornal da American Chemical Society, é um avanço rumo ao uso médico de simples partículas de plástico que podem ser adaptadas para combater uma série de “antígenos problemáticos”. Esses antígenos incluem qualquer coisa, de vírus e bactérias causadores de doenças, até as incômodas proteinas que causam reações alérgicas ao pólen, à poeira doméstica, a determinados alimentos, à hera venenosa ou a picadas de abelhas. No artigo, Kenneth Shea, Yu Hosino e seus colegas da Universidade da Califórnia referem-se a uma pesquisa anterior, na qual eles desenvolveram um método para construir as nanopartículas de plástico que imitam os anticorpos naturais em sua capacidade de grudar em um antígeno. Nanopartículas são minúsculos aglomerados de matéria com dimensões 50.000 vezes menores do que a espessura de um fio de cabelo humano. Mais detalhes em http://www.sissaude.com.br/ sis/inicial.php?case=2&idnot=6987
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ABER VIVER
HTLV: vírus silencioso que pode ser fatal Um vírus antigo (estimase que exista há mais de 75 mil anos), mas descoberto só em 1977. Apesar de muitas vezes não causar doença nem apresentar sintomas, o Human T-Lymphotropic Vírus-1 (HTLV) pode ser fatal. Atinge de 10 a 20 milhões de pessoas no mundo; 2,5 milhões no Brasil. Ataca as células responsáveis pela defesa do corpo (linfócitos do tipo T) e as multiplica, causando doenças autoimunes (nas quais o organismo ataca a si mesmo) e até a lesão dos sistemas nervosos central e periférico. Em alguns casos, o vírus fica latente de 20 a 40 anos para depois se manifestar. De 1% a 5% dos infectados desenvolve leucemia e 0,3% a 4%, doenças neurológicas. Uma delas é a mielopatia/paraparesia espástica tropical, que implica perda de movimentos inferiores, uveíte (complicações na visão) e inflamação na medula espinhal. Outros sintomas ligados a essa doença são incontinência urinária, impotência e, raramente, ataxia (falta de coordenação de movimentos, podendo afetar o equilíbrio). Pesquisa liderada por Moisés Bauer, pesquisador do Laboratório de Imunologia Celular e Molecular do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUCRS, analisou os linfócitos em laboratório para tentar entender por que muitos pacientes não respondem ao tratamento com glucocorticoide (antiinflamatório). Nos infectados que desenvolveram a doença neurológica, foi verificado o fenômeno da anergia, quando as células não
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Dicas de
respondem a nenhum estímulo, a exemplo de uma infecção bacteriana ou viral. O grupo de pesquisa observou ainda a proliferação celular espontânea numa parcela significativa dos pacientes. Foi verificado que 60% dos linfócitos (CD8) são regulatórios – sem função na resposta imune. "O vírus sobrevive e debilita a principal ´arma´ que serviria para matar as células infectadas", explica. Entre os assintomáticos, não ocorre a anergia com frequência. Moisés Bauer, também professor da Faculdade de Biociências, destaca que o trabalho contribui para o entendimento da infecção e da sensibilidade aos fármacos. Pode servir de alerta aos médicos sobre a conduta no caso de pacientes com proliferação celular espontânea. Precisam, por exemplo, prescrever uma dose de anti-inflamatórios mais alta desde o início do tratamento. Artigo relatando os resultados foi publicado no Journal of Neuroimmunology, da Sociedade Internacional de Neuroimunologia, em novembro de 2009. Outro estudo sobre o tema está na revista Cell Proliferation, em 2007. Duas dissertações de mestrado abordaram o assunto, feitas por Micheli Pillat e Rodrigo Lopes, orientadas por Bauer no Programa de Pós-Graduação em Biologia Molecular e Celular da PUCRS. O grupo atuou em conjunto com o neurologista Márcio Menna Barreto. Houve financiamento do CNPq e Capes. Saiba mais: O HTLV-1 é transmitido pelo sangue contaminado, amamentação e relação sexual. Bancos de sangue são obrigados a incluir o teste antes das transfusões. Como o HIV, esse vírus se aloja no DNA do hospedeiro e não pode ser eliminado do organismo. Em grande parte das pessoas nunca se manifesta.
NUTRIÇÃO Dr. Varo Duarte
Médico nutrólogo e endocrinologista
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Importância do leite
bordamos na última publicação o assunto referente a possíveis lesões cardíacas no feto, provocado pelas frutas e verduras. Hoje, voltaremos ao segundo tópico a ser discutido. A proibição, por médico psiquiatra, da utilização do leite pelas pessoas idosas, como causa de depressão. Para grande satisfação nossa, já abordamos em Relembrando nº 7, de maio deste ano, a importância do leite na alimentação humana em todas as idades, incluindo o idoso. Apenas as pessoas de qualquer idade, que apresentam intolerância à lactose, não podem fazer uso deste alimento que constitui a principal e mais barata fonte de cálcio para a terceira idade. Com a utilização do sol, o leite torna-se também a principal fonte de vitamina D. Por esta razão, aproveitamos a oportunidade para insistirmos na importância da Nutrologia, indicativa dos alimentos como fonte das vitaminas e sais minerais, em lugar da utilização das mega-doses medicamentosas indicadas por falsos profetas na mídia diária, fruto de propaganda, com falsas promessas, na ingestão de remédios ricos em doses exageradas de vitaminas e sais minerais, a custo imensamente aumentados, fornecendo quantidades muito superiores às recomendadas para o funcionamento normal do organismo. Relembrarei apenas uma frase: “O brasileiro possui a urina mais cara do mundo” (Rubens Mena Barreto Costa).
Idosos e depressivos ficam mais satisfeitos com plástica Pacientes mais velhos e aqueles tratados para depressão parecem ficar mais satisfeitos com os resultados de uma cirurgia estética, segundo estudo recentemente publicado na revista especializada Archives of Facial Plastic Surgery. Em pesquisa com 51 pacientes submetidos a alguma cirurgia plástica facial entre 2007 e 2008, os pesquisadores da clínica californiana Premier Plastic Surgery descobriram que os pacientes com mais de 53 anos ficavam mais felizes com
JOSY M. WERLANG ZANETTE CRP-07/15.236 Avaliação psicológica
Técnicas variadas Atendemos convênios
a cirurgia do que os mais jovens, e que aqueles que estavam em tratamento contra depressão demonstravam maior satisfação com os resultados, comparados àqueles que não estavam em tratamento. Os pesquisadores fizeram análise de dados demográficos dos pacientes, de um teste que avaliou a propensão ao otimismo ou pessimismo, e da autopercepção dos pacientes em relação aos resultados da cirurgia. E traçaram um “perfil” dos pacientes mais propensos a ficarem satisfeitos com a cirurgia, apesar de não conseguirem explicar as razões de idosos e pessoas com depressão serem os mais satisfeitos. “A capacidade de identificar as características dos pacientes no pré-operatório - psicológicas, sociais ou demográficas - que podem afetar a percepção subjetiva do resultado cirúrgico e prever a insatisfação com a cirurgia plástica facial poderia ser altamente útil para os cirurgiões”, concluiu a pesquisadora Jill L. Hessler. Embora reconheçam que o estudo ofereça evidências valiosas neste sentido, os especialistas destacam a necessidade de estudos maiores. (Site Boa Saúde)
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1o a 15 de julho de 2010 Site da Paróquia
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SPAÇO LIVRE
Copa do Mundo Dom Jaime Pedro Kohl
Capela de S. Sebastião, na rua Carazinho, na década de 30. Pe. Alfredo Ody foi o terceiro pároco
S. Sebastião festeja 100 anos de ex-pároco Coincidindo com o encerramento do Ano Sacerdotal, instituido pelo Papa Bento XVI, a paróquia de São Sebastião, de Petrópolis, também encerrou o Ano do Centenário de seu ex-pároco, cônego Alfredo Ody, com a inauguração de uma herma, colocada junto ao monumento erguido em sua memória em 1992, na praça Breno Vignoli, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre. Com a presença de exparoquianos e amigos do cônego Alfredo, o atual pároco, Pe. Leandro Miguel Chiarello, presidiu a cerimônia religiosa, ressaltando o significado do ato comemorativo de um sacerdote que, durante quase meio século, marcou a paróquia de São Sebastião com a sua edificante ação pastoral, acompanhando, ao mesmo tempo, o desenvolvimento do bairro Petrópolis. Vários paroquianos deram o seu depoimento enaltecendo as suas qualidades de pastor com a orientação segura aos seus fieis e à sua ação social em favor dos mais necessitados. Nascido no dia 15 de junho de 1909, o cônego Alfredo Ody foi ordenado sacerdote a 28 de outubro de 1935. Depois de exercer o seu ministério no interior e na capital do Estado, assumiu a paróquia São Sebastião no dia 1o de janeiro de 1941, onde atuou durante 49 anos, 39 como pároco e 13 como vigário paroquial até o seu falecimento no dia 10 de agosto de 1989.
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Bispo Diocesano - Osório
ossos olhos estão anestesiados das cores verde e amarelo. A mídia, especialmente a TV, nos introduz no maior espetáculo esportivo do mundo. O futebol é o esporte mais conhecido e praticado mundialmente. Um evento pacífico que mobiliza meio mundo. A expectativa é grande e animosidade à flor da pele, esperando pelo êxito de nossa seleção. O Brasil está na cabeça do ranking desse esporte e com muitas possibilidades de a “canarinho” conquistar mais um caneco. Todos estaremos torcendo para que os nossos canarinhos façam bonito, joguem com muita esportividade e o Brasil possa ser mais uma vez campeão do mundo. Mesmo quem não é fanático por futebol, vai querer dar uma espiadinha para ver como nossos artistas vão dançar em campo. Nessas horas o patriotismo fala mais alto, sem com isso cair no fanatismo. Este mês do mundial, de 11 de junho a 11 de julho, vai ser de muita adrenalina. O importante é não perder a cabeça com algo que por si é bom, mas que não pode ser a coisa mais importante na vida da pessoa. Aproveitemos para fazer dessa ocasião um momento de lazer, de reunir amigos, de vibrar e de expressão da nossa brasilidade. O risco da alienação existe, mas ninguém no Brasil, hoje, se atreve a negar a importância e influência positiva que tem o futebol sobre o nosso povo. Pode ser visto num certo sentido como uma terapia para levantar o astral de quem anda desanimado e estressado com os problemas do dia-a-dia. É a primeira vez que essa competição esportiva se realiza no Continente Africano, o mais pobre do mundo. A África do Sul é país mais desenvolvido daquele continente, mas não livre de problemas, como certo racismo, resquício do apartheid. Alguém pode ter razão ao criticar todo este investimento feito. É verdade que poderia ser melhor usado em favor dos pobres. Pessoalmente, acredito no poder de união e de paz a nível mundial que um acontecimento desse calibre produz. De qualquer modo, se o evento conseguir lembrar e passar ao mundo a tomada de consciência que a África existe e que precisa ser lembrada no planejamento econômico e político mundial, terá conseguido seu fruto mais importante. Também concordo que o time montado por Dunga não é o mais artístico, enquanto espetáculo, mas um dos mais eficientes. A seriedade do trabalho do treinador e a postura dos convocados trará mais credibilidade ao nosso pais e será de estímulo para a nossa juventude, pois terá diante de si pessoas de caráter e responsabilidade, nas quais se espelhar. O esporte, em especial o futebol de campo, é um expressão cultural e lúdica, quer para os atletas que competem como os que assistem seja ao vivo como pelos meios de comunicação. Ele tem a capacidade de unir pacificamente pessoas e povos de diversas raças e línguas, numa convivência alegre e sadia. Torcemos para que com espírito esportivo ajude no desenvolvimento das nações e na construção da paz.
Edith de Lima Xavier - 12/07 Vergilio Perius - 14/07 Antônio Parissi - 14/07 Elizabetta W. R. Torresini - 15/07
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Problemas na festa
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partir de 25 de maio último, a Argentina parou por dois dias para comemorar o bicentenário da Revolução de Maio, que fez com que o país se libertasse da Espanha. A Revolução de 1810 foi a primeira manifestação latino-americana na busca por sua independência. A Argentina, que formava o Vice-Reinado do Rio da Prata, deu o primeiro passo e foi seguida pelos outros. Ao se iniciar o processo de emancipação em 1810, a Argentina era a menor economia do Império Espanhol na América. A independência da Argentina só foi proclamada em 9 de julho de 1916. Em 1910, ao comemorar o centenário da Revolução, a economia Argentina, que um século antes representava 10% da economia latino-americana, passou a ser a metade dela. O PIB argentino era o décimo do mundo, mais que o dobro do brasileiro. Era o sétimo país em volume de exportações. A rede de metrô que foi inaugurada na época, era uma das mais extensas do mundo. A Argentina era o país mais alfabetizado da América Latina e tinha o menor número de pessoas que não sabiam ler em relação à maioria dos países europeus. Em 2010, ao comemorar o bicentenário da Revolução, o PIB argentino já não é o dobro do brasileiro, passou a ser um quinto deste. No desfile do dia 25 deste ano pelo centro de Buenos Aires, o grupo Fuerza Brutavai encenou os 200 anos da história da Argentina e contou com a presença dos presidentes latino-americanos, mas a comemoração foi prejudicada por problemas internos. Infelizmente, conflitos pessoais e políticos entre a presidente Cristina Kirchner e o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, refletiram a crise institucional em que o país está mergulhado. A festa começou pela reabertura do Teatro Colón, fechado para reformas em 2006.Enquanto os convidados assistiam ao terceiro ato do balé O Lago dos Cisnes e logo após o segundo ato da ópera Bohéme, de Puccini, com a apresentação da Orquestra Filarmônica de Buenos Aires, milhares de pessoas assistiam em telões instalados na av. 9 de julho à comemoração histórica. O prefeito convidou a presidente para o evento, mas pediu que seu marido Nestor Kirchner não a acompanhasse por divergências políticas e Cristina declinou do convite. A presidente também não compareceu ao Te Deum (cerimônia religiosa) oficial, em Buenos Aires, para não encontrar adversários políticos. Além das picuinhas políticas, outra polêmica que invadiu o bicentenário foi a própria situação do país e as dificuldades que enfrenta. Para que o país volte a assumir uma posição de liderança, seus dirigentes devem esquecer as divergências e caminhar unidos na busca dos interesses do país.
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10 CATEQUESE ria Solidá
Marina T. Zamberlan
A catequese está falida?
lguns pais, mesmo cristãos, veem a catequese como algo falido, que não mais tem interesse, embora achem que é preciso passar por ela para obter o “certificado” da identidade cristã que, segundo eles, consiste em fazer a comunhão: “Quero que meu filho vá ao catecismo para que possa fazer a primeira comunhão; mas, que seja no menor tempo possível e na medida em que isso não comprometa nenhuma das atividades extra-escolares às quais é preciso inscrevê-lo; e, ainda, na condição que ele mesmo deseje ir, sem obrigá-lo”. Na verdade, trata-se de outra coisa, muito além desta caricatura! A decisão de matricular os filhos na catequese consiste em colocar em prática a escolha fundamental que os pais fizeram pelos pequenos no momento do batismo: “Fazê-los descobrir a liberdade da fé para que eles possam aderir a ela pessoalmente, e que a fé em Jesus Cristo possa iluminar toda a sua vida, dando-lhe um sentido”. Ninguém entra conscientemente numa vida de fé porque o fizeram decorar e aprender rapidamente os elementos principais da crença cristã, e porque o fizeram conhecer o que comporta esta “prática” cristã! Ao contrário, trata-se de aprender como caminhar com o Cristo, de aprender a maravilhar-se com tudo o que representa para nós a existência, hoje e sempre; trata-se de saber acolher o amor de Deus através de todos os sinais que ele nos envia; trata-se de estar inserido em uma comunidade cristã e de descobrir, nela e por ela, a novidade do Evangelho. Eis aí o que quer ser a catequese, o que ela quer permitir às crianças. Não se vai ao catecismo como se vai a uma dança. A música e a dança enriquecem a criança em sua maneira de viver, mas elas não a fazem descobrir o sentido profundo de sua vida, não a educam para a vivência espiritual, a não ser que algo mais a ilumine para que venha a descobri-lo. E é desta formação espiritual que tantas pessoas sentem hoje uma falta fundamental. Se fazemos a escolha pela catequese, é preciso interessar-nos por ela. É preciso dar-lhe o tempo, amá-la. A catequese não é obra de “especialistas”, os catequistas apenas representam toda a comunidade cristã. Na verdade os catequistas são os delegados dos pais e eles precisam ter com eles uma relação verdadeiramente efetiva. Os pais devem colaborar na formação dos catequistas e com a própria catequese.
Quando o(a) catequista é 10!
Se o(a) catequista tiver por objetivo mostrar a vida de Jesus e estimular crianças, jovens e adultos à decisão consciente de segui-lo; se ele utilizar a leitura do Evangelho, destacando os textos em que Jesus pede e manda que pratiquemos o amor concreto ao próximo, a misericórdia e a justiça, então os pais acharão que vale a pena investir tempo na catequese. Se o(a) catequista utilizar o tempo para defender a única verdade da qual Deus faz questão para a sua Igreja, que é o amor a todos, em todas as ocasiões, por mais diferentes que sejam, então a catequese será amada por todos e nunca falirá.
COMUNIDADE
2000 anos de
1o a 15 de julho de 2010
Solidário
TURBULÊNCIAS
LITÚRGICO
Os antipapas e a Igreja
4 de julho – Solenidade de S. Pedro e S. Paulo (vermelha)
PARTE V
Professora e catequista
A
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GREJA &
L
amentavelmente, o surgimento de antipapas (ou opositores aos Papas legítimos) é um fato real na História da Igreja, e é bom conhecer, não para se escandalizar, mas sim para reforçar a fé, pois o único timoneiro que guia a Nau de Cristo, através dos tempos, é Ele próprio. Pouco se escreveu sobre eles, embora alguns passaram como meteoros. Outros se perpetuaram no seu cargo, criando verdadeiros cismas. O primeiro deles foi Hipólito, no século III, de 217 a 235 d.C. Após a morte do Papa Zeferino, em 217, por divergências teológicas, Hipólito opôs-se à eleição de Calisto I, arvorando-se em Papa, apoiado pelo grupo de seus admiradores. Ele, com Tertuliano, combatiam o Monarquianismo, que negava a existência de três pessoas na Santíssima Trindade. Só reconheciam a pessoa do Pai. O Filho e o Espírito Santo eram apenas “modalidades” da manifestação do Pai. Por isso, essa heresia se chamou de Modalismo. Hipólito atacava o Papa Zeferino, porque, segundo ele, fazia média com os hereges ao não condená-los. Hipólito, depois, juntamente com o Papa S. Ponciano, foram deportados para a Sardenha, onde os obrigaram a trabalhos forçados numa mina. Durante essa estada na ilha, Hipólito reconciliou-se com o Papa e a Igreja, e ambos acabaram morrendo e considerados mártires. O calendário da Igreja comemora S. Ponciano e S. Hipólito no dia 13 de agosto. A História da Igreja relaciona mais 36 antipapas, sendo dez os mais destacados, além de S. Hipólito. São eles: Constantino II (767-768); Bento X (1058-1059); Honório II (1061-1071); Gregório VIII (1118-1121); Celestino II (1124); Calisto III (1168-1178); Clemente VII (1378-1394); Alexandre V (1409-1410); João XXIII (1410-1415); e Félix V (1439-1449). A maior parte destes se arvorou ao Trono de São Pedro por ambições pessoais, espírito de partido, facções contrárias, motivos políticos, divisões do clero e até motivos religiosos. Nos 20 séculos de Cristianismo, eles foram vítimas das circunstâncias, impostos por famílias poderosas, por reis e imperadores, e até por parcelas do clero. Outras vezes, eles mesmos ambicionavam o trono pontifício. No que diz respeito às qualidades dos antipapas, alguns foram até pessoas dignas, como Santo Hipólito, outros eram medíocres e servis, não faltando os viciosos. Entre eles, houve cardeais, bispos, abades, presbíteros, diáconos e até leigos. O último dos antipapas foi Felix V (1439-1449). Foi eleito pelos descontentes do Concílio de Basileia, que se rebelaram contra o Papa Eugênio IV, por ter transferido o Concílio para a cidade italiana de Ferrara. Félix, cujo nome era Amadeu, nada entendia de teologia e nem sabia latim. Foi eleito em 3 de novembro de 1439, tomando o nome de Félix V. Muito poucos o reconheceram. Após dez anos, renunciou em 7 de abril de 1449. Foi acolhido benignamente pelo Papa Nicolau V, que o absolveu de todas as irregularidades, e lhe concedeu o título de Cardeal e Legado apostólico para administrar as dioceses de Lausanne e Genebra, na Suíça. Faleceu em 5 de janeiro de 1451, aos 68 anos, reconciliado com a Igreja. Este encerrou a lista oficial de 36 antipapas, muitos dos quais nos séculos anteriores acabaram reconhecendo seu erro e voltaram a fazer parte do verdadeiro rebanho de Cristo. (CA/Pesquisa)
1a leitura: Atos dos Apóstolos (At.) 12,1-11 Salmo 33(34), 2-3.4-5.6-7.8-9 (R/. 5) 2a leitura: Segunda Carta de S. Paulo a Timóteo (Tm) 4,6-8.17-18 Evangelho: Mateus (Mt) 16,13-19 NB.: Para uma melhor compreensão dos comentários litúrgicos é fundamental que se leia, antes, o respectivo texto bíblico. Comentário: Há dois domingos, no Evangelho de Lucas, Jesus faz a mesma pergunta do Evangelho de Mateus deste domingo aos discípulos: Quem diz o povo que eu sou? (Lc 9,18 e Mt 16,13). A resposta dos discípulos é similar em ambos os textos: uns dizem que tu és João Batista, outros, que és Elias, Jeremias ou algum dos profetas (cf Lc 9,19 e Mt 16,14). Mas quando Jesus dirige a pergunta aos seus discípulos, perguntando quem ele, Jesus, era para eles, os discípulos, é Pedro quem toma a iniciativa e responde pelo grupo: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo (Lc 9,20 e Mt 16,16). Diante da profissão de fé de Pedro, Jesus lhe passa a responsabilidade de ser testemunha de serviço da sua igreja e a certeza de que ele, Jesus, estará com Pedro e com toda a igreja por todos os tempos e que nada e ninguém será capaz de destruir este projeto, de acabar com esta comunidade de fé em Jesus. O poder conferido a Pedro (cf 16,18-19) não é exclusivo de Pedro, mas é concedido, de formas e intensidades diferentes, a todos e a todas que creem e professam que Jesus é o Filho de Deus vivo e que vivem esta fé no seu dia-a-dia. A exclusividade do poder e do serviço na Igreja não são do Espírito do Senhor Jesus, pelo contrário: Jesus, o Cristo do Pai, quer que todos os que nele creem participem, também, do seu poder de ligar e desligar, de acolher sua Palavra como discípulos, de anunciar seu Evangelho como missionários e ser sua presença salvadora no mundo dos homens por todos os tempos. Ele está vivo e presente hoje naqueles e naquelas que o acolhem, como Pedro e Paulo o acolheram há dois mil anos, em diferentes circunstancias, assumindo os riscos que este acolher significa. A promessa – eu estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos – Jesus a vem cumprindo na Igreja de todos os que nele creem e o testemunham, por suas vidas, com fé firme e alegre esperança.
11 de julho – 15o Domingo do Tempo Comum (verde) 1a leitura: Livro do Deuteronômio (Dt) 30,10-14 Salmo 18(19), 8.9.10.11 (R/.9a) 2a leitura: Carta de S. Paulo aos Colossenses (Cl) 1,15-20 Evangelho: Lucas, (Lc) 10,25-37 Comentário: A passagem do Evangelho de Lucas, que fala do “bom samaritano”, deveria fazer parte de uma das primeiras aulas ou encontros da catequese cristã. Antes de serem quase obrigadas a memorizar as, por vezes, complicadas orações do devocionario cristão, nossas crianças deveriam conhecer este relato, apresentado a elas nas mais diferentes linguagens – lido, declamado em versos, cantado, teatralizado, com som e imagens - para que possam compreender seu significado e alcance e sejam capazes de interiorizar o sentido da parábola como referência central da fé no Senhor Jesus. Os verdadeiros seguidores de Jesus, discípulos do Mestre e missionários de um novo tempo na humanidade, são chamados a viver, no seu dia-a-dia, o espírito desta parábola. Jesus escolhe, criteriosamente, os personagens da parábola. Um mestre da lei quer saber como pode ganhar a vida eterna. Jesus o faz dizer o que consta na lei, que ele conhece muito bem. Ao ouvir do mestre a resposta correta da letra da lei, Jesus dá imediatamente a primeira lição: não basta conhecer a lei, é preciso penetrar no seu espírito e praticá-la nos acontecimentos cotidianos. E para exemplificar, Jesus conta a parábola. Primeiro, ele cita dois personagens que deveriam ser os primeiros a socorrer o homem morrendo à beira do caminho: um sacerdote e um levita, homens dedicados ao serviço do Templo e da fé judaica e que, também, conheciam muito bem a letra da lei. Para eles, contudo, a lei era letra morta e “seguiram seu caminho”. O socorro veio de quem os judeus não esperariam: um samaritano, estrangeiro, peregrino na região, e que não conhecia a letra da lei, mas praticava a lei maior, a lei da compaixão, a lei do amor. Jesus quer discípulos missionários que sejam como o samaritano. Talvez não tenham tanto conhecimento dos textos das normas e leis, mas praticam a lei do perdão, da generosa misericórdia, do amor solidário. (attilio@livrariareus.com.br)
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Encontro de Educadores e Lideranças Estudantis Acontecerá no dia 8 de julho, no Salão de Atos da PUCRS, o Encontro de Educadores e Lideranças Estudantis das escolas católicas de Porto Alegre. Com o tema Educação Católica: Identidade e Missão, e o lema Educação Católica: Agregando valores, tem por objetivo celebrar o centenário da Arquidiocese de Porto Alegre como protagonistas na educação de cidadãos e cidadãs a serviço da promoção da vida e da dignidade humana. Programação: 8h Acolhida 8h20min Celebração de Abertura 8h40min Painel Educação Católica: Memória e Profecia -Pe. Bonifácio Schmidt -Pe. Inácio Neutzling sj -Prof.ª Maria Helena Bastos 9h Identidade e Protagonismo Juvenil 10h30min Intervalo 11h Apresentação da Orquestra Sinfônica da PUCRS 12h Almoço 13h45min Espiritualidade 13h45min Oficinas: Espaço de Protagonismo e Identidade do Jovem 14h Painel Educação Católica: Desafios e Perspectivas Pe. Marcos Sandrini Ir. Celina Dal Moro 16h Celebração Eucarística 17h Encerramento
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Missão Vila Fátima recebe inscrições Estão abertas as inscrições para a 7ª edição do projeto “Missão Porto Alegre - Vila Fátima”. A atividade será realizada de 23 a 29 de julho, oportunizando aos universitários uma experiência espiritual e solidária junto a comunidades em situação de vulnerabilidade social. Os participantes visitam famílias, realizam oficinas educativas e de cultura religiosa, além de prestar trabalhos comunitários e pastorais. As inscrições seguem até 18 de junho no site www.pucrs. br/pastoral. Informações complementares pelo telefone (51) 3320-3576. A promoção é do Centro de Pastoral e Solidariedade, por meio do Programa Universidade Missionária.
7o Jantar Italiano A paróquia Nossa Senhora de Fátima promoverá o 7º Jantar Italiano, no dia 10 de julho, a partir das 20 horas. E às 23 horas terá início o baile. A animação do evento ficará por conta da banda Tropical Latino. Para aquisição de convites, dúvidas e informações é só entrar em contato com a secretaria paroquial através do fone (51)3341.7245, (51)3341.7245. A paróquia fica localizada na Rua Arroio do Meio, nº 132, Bairro Vila IAPI, Porto Alegre.
Coordenação: Pe. César Leandro Padilha
Paróquia Universitária tem novo titular Dia 16 de junho passado, no gabinete do Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, foi realizada a cerimônia de posse do novo pároco da paróquia Universitária, Pe. Manoel Augusto dos Santos, sendo sua nomeação anunciada no dia 11 de junho. Estavam presentes na cerimônia o arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus GrinPe. Manoel Santos gs, o vigário do Vicariato da Cultura, mons. Urbano Zilles, o diretor do Instituto de Teologia da PUCRS, Pe. Leandro Miguel Chiarello, e o vigário geral, mons. Tarcísio Pedro Scherer. A paróquia, fundada em 24 de abril de 2003, teve como primeiro pároco o Pe. Pedro Alberto Kunrath, e estava há três anos sem um titular. Ela se diferencia das demais por não ser territorialista, mas sim de cunho pessoal e de integração com a comunidade, estejam as pessoas onde estiverem. Visa contemplar a comunidade universitária em geral como alunos e ex-alunos, funcionários, professores e familiares. O Pe. Manoel pretende realizar encontros, cursos, viagens e atividades culturais para aproximar a paróquia da comunidade. Semanalmente, aos domingos, será celebrada a missa no mosteiro São Damião, localizado na Rua Vicente da Fontoura, nº 498, às 10 horas. E brevemente estará no ar o site www. paroquiauniversitaria.com.br, que será um dos principais canais de comunicação da paróquia. Lá estarão à disposição dos internautas notícias, artigos e agenda dos eventos realizados pela paróquia.
Arquidiocese presente no encerramento do Ano Sacerdotal Mais de 1500 padres brasileiros foram a Roma atendendo ao chamado do Santo Padre Bento XVI para encerrar o Ano Sacerdotal. Quatorze mil padres presentes. A maior concelebração da história romana. Para quem lá esteve, sem dúvida, foi uma experiência impar. Para a Igreja, um momento especial. Também eu me fiz peregrino. De nossa Arquidiocese também estava o Pe. Miguel Faleiro (Santuário São Cristóvão – Canoas) e o Pe. João Batista (Paróquia N. Sra. da Glória – P. Alegre), além do Pe. Gustavo Haas, que atualmente trabalha em Brasília. Diversos padres de outras dioceses gaúchas também se uniram aos milhares de padres do mundo inteiro presentes ao Congresso Mundial de Sacerdotes. A Congregação para o Clero foi a responsável pela organização do evento, ao qual foram convidados todos os presbíteros do mundo. Esse encontro é uma espécie de ponto culminante do Ano convocado por Bento XVI por ocasião dos 150 anos da morte de São João Vianney e partilha do tema Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote. Nos dias 9 e 10 de junho as atividades incluíam pela manhã uma conferência e momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, confissões e Celebração Eucarística. Pela tarde, os grupos tinham oportunidade de visitar a cidade de Roma. No final da tarde do dia 10, uma vigília solene na Praça de São Pedro com a presença do Santo Padre. Grande emoção. Bento XVI foi aclamado pela multidão de padres. Bento... Bento.... Bento... Era a manifestação dos fi-
lhos presbíteros na presença do Pai comum. O Papa emocionou-se. Chorou. Suas palavras mostravam o carinho pelos presbíteros e a alegria pelo Ano Sacerdotal. O evento, que durou três horas, foi iniciado pelo secretário da Congregação para o Clero, Dom Mauro Piacenza, que reiterou que os sacerdotes devem ser “fiéis ao radical chamado da santidade”. O Cardeal Cláudio Hummes lembrou do objetivo do Ano Sacerdotal de “promover o compromisso de interior renovação de todos os sacerdotes por um forte e incisivo testemunho evangélico no mundo de hoje”. Terminou afirmando que “queremos que o Ano Sacerdotal não termine nunca”. O Papa Bento XVI respondeu a perguntas feitas por cinco sacerdotes, cada um representando um continente. Além de testemunhos de alguns sacerdotes, aconteceram inserções televisivas com Ars, o cenáculo de Jerusalém, bairros pobres de Buenos Aires e Hollywood, bem como um diálogo entre Bento XVI e os sacerdotes, com adoração e benção eucarística. Na manhã do dia 11 a cidade de Roma mostrava um belo sol, com o calor do verão europeu. A Praça de São Pedro colorida por bandeiras de todos os continentes. A celebração Eucarística encerrava o Ano Sacerdotal. Bento XVI ressaltou: “Senhor, nas trevas da tentação, nas horas das trevas, em que todas as luzes parecem apagar-se, mostra-me que tu estás ali. Ajuda-nos a nós, sacerdotes, para que possamos estar junto às pessoas que, nessas noite escuras, nos foram confiadas, para que possamos mostrar-lhes tua luz”. E concluiu afirmando: “Te agradecemos a graça do ministério sacerdo-
Padres César Padilha e Gustavo Hass
tal. Senhor, abençoai-nos e abençoai a todos os homens deste tempo que estão sedentos e buscando. Amém!” (Pe. Cesar Leandro Padilha, Coordenador Arquidiocesano da Pastoral da Comunicação)
Porto Alegre, 1o a 15 de julho de 2010
FEICOP em Santa Maria, uma outra economia possível “Uma experiência aprendente e ensinante”. É assim que Irmã Lourdes Dill define a 17ª. Feira Estadual do Cooperativismo – FEICOP, realizada em Santa Maria entre 9 e 11 de julho próximo, concomitante à 6ª Feira de Economia Solidária do MERCOSUL, 9ª Feira Nacional de Economia Solidária, 10ª Mostra da Biodiversidade e Feira de Agricultura Familiar, 6º Seminário Latino-americano de Economia Solidária e 6ª Caminhada Internacional Ecumênica Pela Paz. “É o maior evento de cooperativismo alternativo do Rio Grande do Sul, do Brasil e da América Latina”, define a religiosa, presidente da Comissão Organizadora do evento e coordenadora do Projeto Esperança, que é o embrião de toda a cultura de economia soli-
dária da Diocese de S. Maria, idealizada pelo falecido bispo diocesano Dom Ivo Lorscheiter. A promoção conta com o apoio da diocese local, FBES, SENAE/MTE, Cáritas Brasileira, Instituto Marista Solidariedade, Fórum Gaúcho de Economia Irmã Lourdes Dill Solidária, Prefeitura local e diversas organizações de Santa Maria, do Brasil e da América Latina. A comercialização direta na Feira é feita entre 7h30min às 20 horas sem fechar ao meio dia.
Uma outra economia já acontece “Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas mudarão a face da terra”. É o provérbio africano recorrente de Irmã Dill e que impulsiona seu entusiasmo que se materializa num grande palco de economia solidária em que é transformada a Rua Heitor Campos, no Bairro Medianeira, de S. Maria, onde está o Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter. A par da comercialização de produtos sem aditivos químicos, agrotóxicos, produtos naturais e ecológicos como sucos, caldo de cana, água potável, e sem consumo de refrigerante ou cerveja industrializada e cigarros, o evento pretende ser um grande espaço de articulação, debate, troca de idéias, experiências de comercialização direta dos empreendimentos solidários da agricultura familiar, das agroindústrias familiares, dos catadores/ as, dos povos indígenas, dos trabalhadores/as do campo e da cidade. “A Feira é a demonstração de nossa luta, nossa história e de nossos sonhos”, resume Irmã Lourdes.
Dom Alexandro
Dom Alexandro assume diocese de Caxias do Sul Dom Alexandro Ruffinoni é o bispo-coadjutor da Diocese de Caxias. Sua posse se dará em 8 de agosto próximo em cerimônia na Catedral S. Tereza. Com a saúde fragilizada e não mais podendo ter presença assídua na vida religiosa da comunidade, Dom Paulo Moretto pediu a ajuda de um bispo-coadjutor até completar a idade de 75 anos. Diferentemente de bispo-auxiliar, a condição de bispo-coadjutor dá direito à sucessão direta e automática na vacância da sé episcopal. Dom Paulo Moretto está em Caxias do Sul desde 1976 e assumiu como bispo diocesano em 1983. Deixará o cargo em 25 de maio de 2011 quando completar a idade limite. Dom Alexandro, bispo auxiliar de Porto Alegre desde 2006, à frente do Vicariato Episcopal de Gravataí, tem sua vida religiosa ligada aos migrantes. É padre scalabriniano, 66 anos, natural de Piazza Brembana (Bergamo), Itália. Veio ao Brasil em novembro de 1970, atuando nos seminários de Casca e Guaporé, RS, e Igreja da Pompeia, P. Alegre Em 1988, foi trabalhar em Ciudad Del Este, Paraguai. Retornou ao Brasil em 1999 para ser superior provincial (Scalabriniano) da Província São Pedro. Em 2005, retornou ao Paraguai como coordenador da Pastoral dos Migrantes, na Arquidiocese de Asunción até ser nomeado bispo-auxiliar de P. Alegre no início de 2006. Entre suas prioridades na nova missão está a estruturação de novas comunidades eclesiais na diocese de Caxias do Sul que abrange 29 municípios na Serra gaúcha.