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Porto Alegre, 16 a 31 de dezembro de 2008

A teoria das inteligências múltiplas Página 5

Ano XIV - Edição No 528 - R$ 1,50

Jovem tem vez

Dizer “não” pode ser saudável

Giulia Conte (na foto, à direita, com a família) é o destaque jovem desta edição. Página 2

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Natal... de quem?

Dos

agitados e suntuosos palácios de consumo ou da silenciosa e pobre gruta do Menino, presente de Deus à humanidade? A escolha é de cada um. Páginas centrais

u o

Brasil de mãos dadas para socorrer catarinenses

O mais funesto desastre natural da história de S. Catarina mobiliza a maior rede de solidariedade espontânea no Brasil. Ao par do sofrimento de dezenas de milhares de catarinenses que em poucos instantes viram todos os seus sonhos serem arrastados pelas águas e pelo barro, outros tantos milhares de brasileiros se dão as mãos para tentar socorrer. É comovente ver que donativos de socorro – remédios, água, roupas, comida e dinheiro – estão sendo arrecadados em todos os cantos do país e serem levados para amenizar a dor dos irmãos flagelados. Até os que menos têm estão agindo, como mostrado na televisão, onde meninos de pouca idade empurravam um carrinho de papeleiro por uma viela arrecadando o que pudesse ser dado. A formação espontânea dessa imensa rede de compaixão e solidariedade costurada sobre todo o território revela a certeza de um outro Brasil ainda pouco admirado.

Aos leitores e Amigos do Solidário “Anuncio-vos uma grande alegria que será para todo o povo” (Lucas 2, 10) O nascimento de Jesus em Belém desperta em nossos corações sentimentos de ternura e encantamento pelo Deus que se faz criança e vem conviver com o seu povo, para dizer-nos que tudo aquilo que é humano é divino, no mistério da Encarnação. Aos leitores e Amigos do Solidário, que acolhem o Deus-Menino no recôndito de seu ser, os melhores votos de paz e alegria, e que se estendam à nova jornada cuja aurora já se vislumbra. Jorge La Rosa – Diretor da Fundação Attílio I. Hartmann – Diretor do Solidário

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Bispos gaúchos solidários com o povo de S. Catarina Leia nota da CNBB na página 2


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Editorial

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NATAL E SOLIDARIEDADE

Natal deste ano estará marcado pela tragédia e pela solidariedade. A tragédia atinge famílias do vizinho estado de Santa Catarina; a resposta de solidariedade vem de todo o Brasil e de todos os setores da sociedade. Como cristãos, nos sentimos ainda mais particularmente comprometidos e solidários com a dor de milhares de irmãos e irmãs, atingidos pela catástrofe natural que se abateu enlutou o vizinho estado e a todos nós. Diante da tragédia de morte e destruição, o reavivamento e a prática de um dos principais sentimentos e valores do ser humano: a solidariedade. Quase por demais recorrente, mas ainda e sempre tão necessária, o Solidário traz, nas páginas centrais, uma reflexão e depoimentos que, por um lado, apontam para o Natal-comércio, onde toda a sociedade é impelida a uma verdadeira compulsão de compra e, por outro lado, o Natal de Jesus e a incidência que deveria ter na sociedade. Natal... de quem!? é a instigadora pergunta que fazemos. Natal, sinônimo de boas vendas e comércio de presentes, ou Natal, Deus encarnado e inculturado, recordação e celebração do nascimento de um menino, nascido de uma mulher do povo, gente simples e humilde, mas que dividiu a história humana entre antes dele e depois dele? O Natal, antes de tudo, é a prática diária dos ensinamentos daquele menino, Palavra/Comunicação encarnada e histórica deste Deus que, por Ele, com Ele e Nele ousamos chamar de “Pai... Pai Nosso”. Jesus, como Palavra/Comunicação de Deus, presente nos textos bíblicos, centralizou os debates da recente Assembléia Sinodal dos Bispos, convocada pelo Papa Bento XVI. Segundo o Pe. Leomar Brustolin, é na Bíblia que o cristão encontra o verdadeiro sentido do Natal e sua relevância para a própria história da humanidade. Na Bíblia, a Palavra/Comunicação dialoga com e mulher e o homem e oferece caminhos para um mundo justo e solidário. A Assembléia Sinodal volta a enfatizar a leitura orante da Bíblia e, sabedora da importância fundamental da mulher na prática pastoral e litúrgica, propõe o que já no Concilio Vaticano II (1963-1965) era intuído como uma necessidade para a Igreja: a oficialização do ministério do leitorado para as mulheres. O Solidário recupera, ainda, o que já é conhecido e reconhecido: a data real e histórica do nascimento de Jesus não coincide com o dia 24/25 de dezembro. O mais importante é seu significado e o rico simbolismo que a data evoca e celebra. Na contracapa, o destaque para a inauguração de uma nova unidade da Rede de Escolas São Francisco, uma instituição que, no bom e verdadeiro espírito natalino, contribui para que família, escola e fé, possam contribuir para uma vida mais digna de milhares de pessoas. Finalmente, uma nota da participação do diretor do Solidário na Assembléia de SIGNIS, em Roma, e que, coincidentemente com o Natal, faz da criança o centro do seu Congresso Mundial (Thailandia, outubro de 2009) com o sugestivo tema: Direitos da Criança, Promessa de Amanhã. attílio@livrariareus.com.br

Fundação Pro Deo de Comunicação Conselho Deliberativo Presidente: Dom Dadeus Grings Vice-presidente: José Ernesto Flesch Chaves Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi e José Edson Knob Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

Ano XIV – Nº 528 – 16 a 31/12/08 Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo Revisão Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Paulo Oliveira da Rosa, Ir. Erinida Gheller (voluntários), Elisabete Lopes de Souza e Davi Eli Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS Impressão: Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 – Centro – CEP 90010-282 – Porto Alegre/RS Fone: (51) 3221.5041 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.

Cidadania

Jovem

tem vez Giulia da Silva Conte, 17 anos, residente no bairro Higienópolis, concluiu a escola média e está fazendo cursinho para ingressar na Universidade. É extrovertida e fala bastante. O que planejas para o futuro? Em primeiro lugar, entrar na UFRGS este ano. Além disso, quero viajar, conhecer o mundo; acho que isso te faz crescer como pessoa, tu adquires uma bagagem cultural muito grande. O que a família representa para ti? Minha família é muito importante para mim, ela é pequena, mas estamos sempre juntos. Eles apóiam as minhas escolhas, pois sabem que me criaram bem e que eu vou saber tomar a decisão certa sozinha. Sobre os amigos. Meus amigos são definitivamente minha segunda família. Este ano acabei me afastando de amigas muito queridas, por terminar a escola média, porém conheci outras pessoas muito especiais que eu sei que levarei para o resto da vida. Tens amigos virtuais? Não tem como não ter amigos virtuais.com; mas não são estranhas, e sim amigos de amigos que eu não vejo freqüentemente, mas com quem converso muito. O que consideras positivo em tua vida? Ter pessoas ao meu lado que me querem bem e prontas para me ajudar no que precisar. Um livro que te marcou. O Caçador de Pipas, Khaled Hosseini Um filme inesquecível. “P.S.: eu te amo”.

Medos? Hoje, eu tenho medo do futuro: do meu, do planeta e da humanidade. O maior problema dos jovens, hoje? O maior problema do jovem atualmente é a alienação. Grêmios estudantis só servem para organizar festas, estamos bem mais preocupados se recebemos um “scrap no Orkut” do que com qualquer outra coisa. A solução? Uma incógnita. O que pensas da política? Os políticos que não tem o menor respeito a seus eleitores. Hoje, a visão que qualquer pessoa tem sobre a política é que ela é corrupta. Contudo, ninguém faz nada para mudar isso, pois a descrença de uma melhora é tão vaga que, nem os jovens que poderiam mudá-la, tomam uma atitude. O que pensas sobre a felicidade? A felicidade não é algo pleno, são instantes que nos trazem uma alegria tão forte, diria que inexplicável, que faz segundos se tornarem horas, é algo que não se explica, se sente. Giulia Conte Fala de tua religião e de Deus. Deus é uma força que está acima de nós e de qualquer entendimento humano. E a religião é baseada na fé de cada um, é nela que nos apoiamos em momentos de crise ou de alegria, e é assim que ela se manifesta na minha vida, como a luz que sempre haverá no final do túnel. Uma mensagem aos jovens. “Drogas: isso é o fim.” A vida pode ser curtida sem elas.

Carta de solidariedade do Sul 3 da CNBB

“Nós, bispos, presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas, cristãos leigos e leigas, reunidos em encontro ordinário dos Organismos do Regional Sul 3, vimos, através desta, manifestar nossa solidariedade ao povo de Santa Catarina, diante da calamidade que vem se abatendo sobre este Estado. Acompanhamos o sofrimento do povo catarinense atingido pelas chuvas e enchentes, com tantas pessoas desabrigadas e flageladas, bem como as mortes ocorridas. Enviamos nossa solidariedade aos familiares e comunidades que tanto sofrem nesse momento de perda. Incentivando os esforços concretos de solidariedade do nosso povo e unidos em preces ao Regional Sul 4 da CNBB, pedimos

ao Deus da Vida que conforte na esperança e fortaleça, especialmente, os mais atingidos. Desejamos também expressar nosso louvor a Deus pelo centenário da criação da Diocese de Florianópolis. Cordialmente, na alegria de sermos discípulos missionários. Porto Alegre, 25 de novembro de 2008. Dom José Mario Stroeher, Bispo do Rio Grande e Presidente da CNBB- Regional Sul 3 A nota foi tirada durante a reunião dos Organismos da CNBB - Regional Sul 3, dia 25 e 26 de novembro último em Porto Alegre e que reuniu bispos, coordenador diocesanos de pastoral e coordenadores dos Setores e Pastorais do Regional para realizar estudo de aprofundamento sobre o tema “Conversão Pastoral para a Missão”.


Família e sociedade

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Dizer “não” pode ser saudável

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Fotos: Divulgação

Nieves García*

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ão me lembro da primeira vez que a minha mãe me disse que não podia fazer alguma coisa, mas recordo que foram muitas. E como lhe agradeço agora! Fui uma menina irrequieta que já aos quatro meses tinha caído da cama duas vezes, que arrasava tudo o que as mãos pequeninas podiam alcançar; que aos quatro anos, sem querer, claro, tinha pregado fogo a um quarto de brinquedos; aos sete, por se perder dos pais, acabou numa delegacia, uma vez que não sabia como regressar a sua casa, e aos 12 ensinava as amigas a fumar. Os meus pais depressa aprenderam, sem receber nenhum curso de Escola de Pais, que uma das fórmulas-chave de me amar era ensinar-me que existem limites em todos os campos: físicos, psicológicos e éticos. Os limites para o ser humano não são obstáculos à liberdade, são precisamente os ‘caminhos a seguir para que se possa escolher o bem, a verdade e o amor’, que não são pouca coisa.

Um elemento imprescindível na educação é saber dizer “não” As atuais gerações de pais de família dão a impressão de ter horror a esta palavra. Treme-lhes a voz quando têm que pôr um limite, e até se sentem culpados quando o fazem. O bom educador não necessita levantar a voz, basta-lhe, em muitas ocasiões, um olhar para dizer “isso não se faz”, porque se sente seguro de estar fazendo o que está certo. A diferença psicológica fundamental entre a criança e o adulto reside em que o primeiro desconhece quais são os seus limites, até onde pode chegar nos seus desejos, o que o favorece ou o que o prejudica, o que é o bem e o que é o mal. A sábia natureza organizou de tal maneira a coisas que o período de amadurecimento de uma “cria humana” é dos mais lentos, se comparado com ou-

tros mamíferos. Quantos anos depende uma criança do adulto para poder subsistir por si mesma? Esses anos são vitais não só pela necessidade de receber o alimento, mas também pela necessidade de EDUCAR A LIBERDADE HUMANA EM FUNÇÃO DO AMOR. Herber Macuse foi um dos pensadores que mais intercederam nos anos 60, pelas teorias da total permissividade na criança, para lhe evitar traumas futuros. Das 34 crianças “usadas” como objetos da sua experiência num jardim de infância americano, durante cinco anos, em que nunca se lhes disse “não” a nada, 12 suicidaram-se antes dos 55 anos, 18 apresentaram sérios problemas de adaptação e convivência e quatro levaram uma vida aparentemente normal.

Por trás de cada “não” durante a formação, há milhões de “sim” no futuro da vida de uma criança Pais e Sociedade são co-responsáveis A violência nas escolas, a falta de disciplina, o aumento da delinqüência juvenil, o vandalismo, o uso do próprio corpo e do alheio como instrumento do prazer, as dependências do álcool, das drogas, da pornografia, etc. são fenômenos globais da sociedade ocidental. Todos estes comportamentos – esclarece o psicólogo Tony Anatrella, na sua obra “O sexo esquecido” - dos quais

cada vez mais pessoas se queixam com um sentimento de impotência e de saturação, não estão acontecendo por acaso. A sociedade criou as condições objetivas para que se desenvolvam e não é justo afirmar, como fazem alguns sociólogos, que estão sistematicamente relacionados com o desemprego e a crise econômica. Na realidade estes comportamentos demonstram bem que há uma desres-

ponsabilização da sociedade. E uma das causas principais para este fato foi o medo que nos transmitiram para educar, de vez em quando, com um “não” necessário. O “não” é um termo politicamente incorreto, inimigo da tolerância e da permissividade, mas quando bem utilizado, é o elemento-chave para formar inteligências abertas, vontades livres e afetividades sãs.

Um “não” a um ato egoísta é dizer “sim” a muitos atos de generosidade, um “não” a um comportamento sexual separado de um amor verdadeiro, é o princípio de uniões estáveis e felizes, um “não” à negligência, é um “sim” à responsabilidade e ao espírito de luta, e um “não” à curiosidade mórbida de torturar um animalzinho sem necessidade alguma, é também um “sim” ao cuidado com o planeta e ao desenvolvimento da responsabilidade ecológica. Fica demonstrado que um “não” a tempo pode ser saudável para o ser humano de hoje e para a sociedade do futuro.”

Colaboradora de ‘Mujer Nueva’- Portal da Família


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Opinião

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É Natal

Os idosos e o Natal em família Carmelita Marroni Abruzzi Jornalista e professora universitária

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s ornamentações de Natal e os apelos ao consumo, que cada vez começam mais cedo, lembraram-me um filme a que assisti e que levantava uma das questões mais pungentes de nossa época: o que fazer com os pais idosos. No filme italiano, todos os filhos se reúnem na casa dos pais, já bastante idosos, a pretexto de comemorar o Natal. Na realidade, o casal de velhos não tem mais condições de viver sozinho em sua casa. Os filhos estão com suas famílias constituídas, suas vidas organizadas e nenhum se sente em condições de assumir os pais ou, talvez, não deseje mesmo. O filme se passa em torno das festas de fim de ano, mas o que está sempre presente é a discussão sobre o que fazer com os pais. Cada filho apresenta suas razões, sua história, seus motivos para justificar a impossibilidade de ficar com os velhos. Ao final do período, a família se dispersa e deixa os pais na própria casa. Não vou antecipar o final, bastante trágico, e a solução que a família encontrou. O filme levanta um problema real, que está a desafiar todos nós e que assume cada vez mais importância, numa época em que a média de vida humana aumentou muito. Num passado ainda próximo, havia espaço para os velhos nas grandes famílias; a pessoa envelhecia e tinha, ali, seu lugar garantido, seu papel, suas funções e as comemorações de Natal realizavam-se junto a eles. Hoje, com a família nuclear, as residências pequenas e os adultos trabalhando durante muito mais tempo, não há como dispensar as atenções especiais que os velhos requerem. Felizmente, a sociedade tem se mobilizado em torno da questão. Muitas pessoas realizam trabalhos voluntários, há associações e instituições que recebem idosos desamparados. A Igreja Católica tem sua Pastoral. A medicina tem feito grandes progressos na área, visando melhorar sua qualidade de vida. Há, nos vários campos das ciências humanas, toda uma preocupação com este numeroso segmento da população. Entretanto, quando se aproximam as festas de fim de ano, a gente fica pensando um pouco mais sobre os velhos que estão em casas de geriatria e em asilos, sem perspectivas de passar um Natal em seus lares. Muitos não têm condições de viver com a família e nem sempre esta pode arcar com os custos de um atendimento permanente. Mas, nessa época do ano surge com mais força o sentimento de família e de grupo. Então, as pessoas visitam seus parentes, levam-lhes presentes e fazem um pouco de companhia. O ambiente fica mais alegre e movimentado. Mas, e durante todos os outros dias do ano? O que fazer com os nossos velhos? Dar um pouco mais de nós e encontrar um tempo extra para eles? Todos nós já vivemos ou viveremos essa situação e cada caso é único. Precisamos buscar soluções e essas serão diferentes. Porém, em qualquer circunstância, se colocarmos a pessoa no centro, se a considerarmos em sua dignidade de ser humano, e o respeito que merece, talvez, então a gente se aproxime mais de Deus e o Natal se torne um momento presente em nossas vidas durante o ano inteiro.

J.Peirano Maciel Médico

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eportemo-nos a dois mil e oito anos atrás. Existia um povo, os hebreus, num país chamado Palestina, numa época de dominação estrangeira, povo humilhado, sofredor, vivendo uma paz armada, porém possuidor de forte índole, depositário de uma crença profunda, advinda da Torá e outros livros sagrados. Esses livros lhe atribuíam a condição de “Povo Escolhido por Deus”. Nada mais digno, nada mais confortador naquela época conturbada da história da humanidade. Se fora assim escolhido, seria para patrocinar grandes feitos, quem sabe dominar a terra, expulsar invasores, viver seu maior momento. Uma tradição de grandes figuras, representada principalmente por profetas, nutria essa esperança grandiosa e também anunciava inclusive a vinda de um enviado especial, que seria um Salvador, um Messias Divino. Espera longa e difícil, quatro séculos haviam passado desde que o último dos profetas pregara entre os judeus, mas a esperança messiânica não esmorecera. Foi durante o reinado de Herodes, o Grande, cruel personalidade, que nem judeu era, e em meio à dominação romana, nesse contexto melancólico que ocorreram dois nascimentos milagrosos, dois primos nasceram: João Batista e Jesus. Leitor crente, não precisamos falar muito, a história é conhecida tua, já estamos no Natal, na cidade de Belém, depois de tanta espera, enfim nasceu Jesus, tão anunciado, tão desejado. Tudo simples, modesto, uma criancinha numa manjedoura. Quadro digno de um Rembrandt. Recordemos que, naquela região, havia um grupo de pastores, benditos pastores, aos quais um anjo do Senhor anunciara: “Não temais.Vede: dou-vos uma boa notícia, uma grande alegria para todo o povo, hoje nasceu para vós, na cidade de Davi: o Salvador, o Messias e Senhor (Lucas, 2,8).

Para nós, o Natal sempre foi a festa religiosa mais bela, mais aguardada. Nos dias que o antecedem, uma atmosfera diferente, eivada de autêntica alegria, toma conta de nossos dias e corações. O convívio é mais autêntico. Os descrentes ficam tocados. Os sofrimentos são mais suportados. Por quê? Talvez porque pensemos menos e menos questionemos, porque sintamos mais profundamente, fiquemos mais perto dos bons sentimentos, porque nos deixamos penetrar pelo poético da vida. Por acaso ainda não sabeis que Deus, além de suas conhecidas supremas qualidades, é também o maior Poeta do Universo? O que mais nos dá convicção, a razão ou o coração? A seguir, peço licença para efetuar uma transposição de época e de fatos. Estamos em dezembro/2008, em pleno Advento. Desde outubro, variando um pouco. Em nosso meio, começa o anúncio do Natal. Na verdade, nossos meios de comunicação são tomados por uma avalanche de propagandas natalinas, artísticas, caras, luxuosas, luminosas. “Não deixe suas compras para a última hora”; ”amanhã sairá o décimo-terceiro”; “ofertas imperdíveis”; “faça suas encomendas para a Ceia com tempo”; “surpreenda sua esposa com aquele anel”. São frases que ouvimos e pronunciamos. Uma verdadeira metamorfose ocorre no Natal, e vemos um povo alegre invadindo shoppings e lojas, com as cabeças feitas pela TV pelo rádio, pela imprensa. Comparemos, agora, aquele Anúncio lá de cima – que culminou com Cristo na manjedoura – com o de hoje, duas mentalidades em comparação. Tiremos conclusões. Nada mais existe? Existe. Aí estão as Igrejas, muito alegres também, preparando a vinda de nosso amiguinho, o Menino Jesus, que no dia 25 estará novamente na modesta manjedoura. Vamos visitá-lo, dar-lhe um grande beijo, agradecer, talvez chorar?

Uma cruz em chamas

Antônio E. Algayer Advogado

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s primeiros cristãos não usavam a cruz como símbolo. É que a crucificação expunha o supliciado e seus descendentes à execração pública. Para cristãos sem contato direto com o Senhor ressuscitado, a sua morte na cruz assumia as aparências de um grande fracasso. Paulo, com fé inabalável na ressurreição, não hesitou em anunciar o Cristo crucificado, “escândalo para os judeus e absurdo para os pagãos” (l Cor l, 23). Em Roma, a cruz se destinava à punição de escravos rebeldes. Cedo o seu uso se estendeu a revoltosos considerados inimigos do Império. Ao cabo da insurreição dos escravos gladiadores comandada por Spartacus, alinhavam-se, ao longo da estrada entre Roma e Cápua, seis mil cruzes, cada uma com um guerreiro agonizante nela afixado.. Abolida a crucificação no Império Romano e olvidada a ignomínia associada à execução no patíbulo, réplicas da cruz passaram a adornar o peito de pessoas consideradas importantes. Constantino, na véspera da batalha ferida junto à ponte Mílvia entre o seu exército e as hostes de Maxêncio, segundo tradição, viu no firmamento a imagem luminosa de uma cruz com a legenda em grego: “Com este sinal vencerás”. O desfecho da batalha foi favorável a Constantino, o qual se converteu ao cristianismo e libertou os cristãos de perseguições movidas por agentes do paganismo. O Cristo morto e ressuscitado de alguma forma tem sido enaltecido também por não-cristãos. Importa mencionar Milan Machovec e André Comte Sponville, ambos ateus e marxistas. O primeiro, em seu livro intitulado no original alemão “Jesus¨für Atheisten”, afirma que Jesus é paradigmático também para os não-cristãos. O segundo, insigne mestre de Filosofia da Ciência na Sorbonne, ao lhe perguntarem qual no seu entender seria

o símbolo que tipificasse o nosso tempo, declarou ser a cruz. E esclareceu ao interlocutor que a cruz configura o patrimônio da humanidade que lhe diz mais, porque nela um homem chamado Jesus morreu por amor. Pode a cruz alguma vez ter servido de espetáculo em rituais satânicos? Com repugnância passo a rememorar fato que tem a ver com a cruz envolta em chamas mencionada na epígrafe. Na véspera da eleição do afrodescendente Barack Hussein Obama para a suprema magistratura de um país que praticara abominável discriminação racial e perverso genocídio de povos indígenas, acudiu-me à memória um sonho de Martin Luther King Jr., mártir da justiça social: “I have a dream...”. Vi-me transportado a lugar ermo, em sítio inóspito. Ali, na calada da noite, avistei uma cruz envolta em chamas. Perto da mesma, homens ridiculamemte encapuzados espancavam com feroz selvageria um negro indefeso. Fui consultar enciclopédias e constatei que rituais sinistros como este efetivamente ocorreram e quiçá ainda são protagonizados por adeptos de uma organização chamada império invisível, os quais com diabólico cinismo se autodenominam cavaleiros do Ku Klux Klan. Aos nossos irmãos do Hemisfério Norte, que souberam, através de uma juventude brava e atuante em mais de 700 oficinas eleitorais, deixar claro que os Estados Unidos já não constituem nação heterogênea composta de maioria branca e cidadãos de segunda classe. Por obra e graça da sinergia étnica plurirracial, vieram a constituir um povo, representado pela audácia inovadora do seu novo Presidente, filho de pai negro e mãe branca. Em que pese este passo decisivo rumo à democracia real, não será fora de propósito se fique de olho em eventuais integrantes da confraria obscurantista atrás apontada, para tranqüilidade dos afro-americanos cujos ancestrais num passado escravagista prestaram trabalho forçado e não-pago em território que veio a abrigar uma das mais prósperas comunidades políticas do mundo.

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Educação e psicologia

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A teoria das Inteligências Múltiplas Jorge La Rosa

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Foto: Sophie/sxc.hu

Professor universitário. Doutor em Psicologia

oward Gardner, da Universidade de Harvard, sugere que as habilidades cognitivas são mais diferenciadas e específicas do que se acreditava - o sistema nervoso é altamente diferenciado, e diferentes centros neurais processam diferentes tipos de informação. Ele questiona a visão de inteligência que enfatiza as habilidades lingüísticas e lógico-matamáticas, e propõe que os indivíduos normais são capazes de atuação em pelo menos sete diferentes e, até certo ponto independentes áreas intelectuais. Sua definição de inteligência está relacionada à habilidade de resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes culturais. Gardner acredita que processos psicológicos independentes são empregados quando o indivíduo lida com símbolos lingüísticos, numéricos, gestuais ou outros. Numa perspectiva psicológica, afirma que cada área ou domínio tem seu sistema simbólico próprio. Sugere, assim, que existem formas independentes de percepção, memória e aprendizado, em cada área ou domínio.

Inteligência cinestésica - É habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo. É, ainda, a habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza. A criança especialmente dotada na inteligência cinestésica se move com graça e expressão a partir de estímulos musicais ou verbais, demonstra habilidade atlética ou coordenação fina apurada. Inteligência interpessoal - Esta inteligência pode ser descrita como uma habilidade pare entender e responder adequadamente a humores, temperamentos, motivações e desejos de outras pessoas. Ela se manifesta em psicoterapeutas, professores, políticos e vendedores bem-sucedidos, portadores da habilidade para perceber intenções e desejos de outras pessoas e para reagir apropriadamente. Crianças especialmente dotadas demonstram habilidade para liderar outras crianças, uma vez que são extremamente sensíveis às necessidades e sentimentos de outros.

As inteligências múltiplas Gardner identificou as inteligências lógico-matemática, espacial, cinestésica, musical, lingüística, interpessoal e intrapessoal. Propõe que essas competências intelectuais são relativamente independentes, têm substratos neuroanatômicos específicos e dispõem de processos cognitivos próprios. Segundo ele, os seres humanos dispõem de graus variados de cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam e organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e criar produtos. Gardner ressalta que embora estas inteligências sejam até certo ponto independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente. Por exemplo, um cirurgião necessita da acuidade da inteligência espacial combinada com a destreza da cinestésica. Inteligência lingüística - Os componentes centrais da inteligência lingüística são uma sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para transmitir idéias, agradar, estimular ou persuadir: os poetas a exibem na sua maior intensidade. Esta habilidade, nas crianças, se evidencia na capacidade para contar histórias originais ou para relatar, com precisão, experiências vividas. Inteligência musical – Manifesta-se através de uma habilidade para apreciar, reproduzir ou compor uma peça musical. Inclui discriminação de sons, habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre. A criança com habilidade musical especial

das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. É a inteligência dos artistas plásticos, dos engenheiros e dos arquitetos. Em crianças pequenas, o potencial especial nessa inteligência é percebido através da habilidade para quebra-cabeças e outros jogos espaciais e a atenção a detalhes visuais.

percebe desde cedo diferentes sons no ambiente e, freqüentemente, canta para si mesma. Inteligência lógico-matemática - Os componentes centrais desta inteligência demonstram uma sensibilidade para padrões, ordem e sistematização. É a habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada; é a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los. É a inteligência característica de matemáticos e cientistas. Inteligência espacial – É a capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. É a habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir

Inteligência intrapessoal - Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência interpessoal, isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e idéias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprios, a capacidade para formular uma imagem precisa de si próprio e a habilidade para usar essa imagem para funcionar de forma efetiva.


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Natal de quem?

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atal do ‘compro, logo existo’ ou Natal com Cristo, logo sou? Natal do pernil ao fogo, da mesa farta de frutas, das bebidas, nozes, tender, perus ou de um renascer individual para a solidariedade? Natal do ofuscamento de luzes que acenam para o consumo desenfreado nas angustiadas corridas aos shoppings para as compras de presentes ou da busca de luz de significado na palavra bíblica? Dos ricos epulões que não abrem seus corações e se lambuzam em festivais gastronômicos e excessos alcoólicos ou dos pobres Lázaros do lado de fora, afastados do mínimo conforto, sem pão, sem teto, sem roupa? Natal da discórdia e inimizade ou do encontro das famílias, do reatamento de relações rompidas e reencontros afetivos? A escolha é livre!

Mesa sem excluídos

Independente de data e lugar em que nasceu (ver box abaixo), a celebração do Natal é mais uma bela oportunidade para lembrar as lições e o exemplo de Jesus. Veio habitar entre os homens e deixou um legado, o maior de seus mandamentos: o amor radical por todos os irmãos, especialmente os mais esquecidos. Por isso, a data é também bela oportunidade de um sincero exame de consciência. Porque, no ‘vestibular’ de fim de vida, não nos será perguntado sobre sacrifícios, orações, cultos, peregrinações, promessas, dízimos, dogmas. Haverá apenas uma única questão: fomos justos com nosso

próximo? Isto é, demos de comer a quem tinha fome? Demos de beber a quem tinha sede, vestimos o despido, consolamos o triste? O dinheiro nos importou mais que a pessoa? Diante do dinheiro nos prostramos como se fora um deus? Nossas boas intenções de final de ano ficaram apenas em intenções e continuamos a puxar o tapete dos outros durante o ano? Continuamos mentindo, enganando, esbanjando ridícula vaidade, cometendo injustiça e torpezas, inflando arrogância, discriminando, constrangendo moralmente, promovendo intrigas e fofocas, disputas desonestas, traindo, ameaçando, sendo revanchistas, impiedosos e hipócritas?

A luz bíblica Pe. Leomar Antônio Brustolin, do clero de Caxias do Sul, doutor em Teologia Sistemática, professor e coordenador do curso de Pós-graduação em Ensino Religioso da PUC/RS, comenta sobre a recente XII Assembléia Sinodal dos Bispos, em Roma e aponta o Livro Sagrado como melhor luz para o restabelecimento do sentido da festa de Natal. “As 55 proposições dos 244 padres sinodais, que deverão resultar em Exortação Apostólica de Bento XVI, estão dividas em três partes. Em sua primeira parte, «A Palavra de Deus na fé da Igreja» (proposições 3 a 13) sugerem que as comunidades vivam melhor sua relação com a Palavra: Jesus Cristo, encontrado na leitura e na meditação das Escrituras. Trata da Palavra de Deus como reconciliação, compromisso a favor dos pobres e fundamento da lei natural. Na segunda parte, «A Palavra de Deus na vida da Igreja»(p.14 a 37) expõem idéias concretas para melhorar as homilias, propõe a revisão do Lecionário – leituras bíblicas usadas na liturgia –, estimula a Leitura Orante da Bíblia e indica a abertura do ministério do leitorado às mulheres. E na terceira parte, «A Palavra de Deus na missão da Igreja» ( p.38-54) trata da Palavra na arte e na cultura, aborda a questão da tradução e da difusão da Bíblia. Menciona a transmissão da Palavra pelos meios de comunicação social, a questão da leitura fundamentalista da Bíblia e os novos grupos religiosos”.

A palavra e o encontro com Deus

“Das proposições do Sínodo, destaca-se a centralidade do encontro com Jesus na Palavra. O Sínodo concretiza essa possibilidade ao sugerir a Leitura Orante da Bíblia. Merece atenção a relação que se faz entre a escuta da Palavra e o cuidado pela vida ameaçada e ferida, especialmente a dos pobres. Importante também é a proposta de revisão sobre o uso da Bíblia na liturgia, o que permitirá melhor proveito da Mesa da Palavra na Eucaristia. A proposição 17 inova ao propor o ministério do leitorado às mulheres e reconhece seu papel de anunciadoras da Palavra. Apesar da catequese e da liturgia de nossas comunidades serem lideradas por mulheres, o fato de o Sínodo sugerir esse ministério, possibilita a consolidação e a difusão dessa prática. Para a ação evangelizadora, contudo, permanecem os desafios de aprofundar a Palavra de Deus em pequenos grupos, nas comunidades e nas paróquias. Mais do que mero estudo bíblico, trata-se de conhecer para amar, aprofundar para viver e testemunhar. Apesar dos ventos contrários do individualismo e da religião privatizada, a Palavra de Deus há de ser luz para tantos que jazem nas sombras da solidão do vazio. É preciso desencadear uma formação dos cristãos de nossas comunidades para que encontrem na Palavra uma oportunidade singular do

Pe. Leomar Brustolin

encontro com Cristo. Além de ir ao encontro dos batizados afastados, é necessário aprofundamento na Palavra para nossos agentes de pastoral’.

E o Verbo se fez Carne

“O Sínodo dos Bispos nos faz resgatar o Natal sob nova ótica. O texto mais antigo sobre o natal é sóbrio em dizer que a Virgem deu à luz e enfaixou o menino. Mas é Deus que se encarna e habita no meio de nós (Cf. Jo 1,14). Ele entra na vida das pessoas para dar a vida em abundância (Jo 10,10). O compromisso com os pobres se impõe como uma capacidade dilatada de amar, além dos limites e das fronteiras que impomos. O encontro com Jesus não se faz no brilho ofuscante de luzes que piscam para o consumismo, mas no sol que repousa na manjedoura de Belém”.

O 25 de dezembro na mitologia

Um fio oculto liga a cultura atual a mitos e histórias da antiguidade. A gestação do cristianismo durou vários séculos num meio político que o hostilizava. A introdução do 25 de dezembro é apenas um dos diversos símbolos de religiões que o precederam. A mesma data é referencial no seio das primeiras religiões do médio oriente, ligado ao culto solar sob diversas formas e sentimentos. A primeira referência se dá na Babilônia, no vale do Rio Tigre, (atualmente Irã e Iraque). Lá o 25 de dezembro marcava o nascimento de Tamuz, o deus do sol, filho de Semíramis e Nimrod. Era conhecido também

como dia da criança. Na antiguidade egípcia está vinculado a Isis e Osíris e seu filho Hórus. No auge do império romano, lembrava a “Festa da Saturnalia” em honra de Saturno, celebrado entre 17 e 23 de dezembro e se trocavam-se presentes em honra de Saturno. O 25 de dezembro era a celebração do nascimento do sol invencível. À medida que as tradições romanas iam sendo suplantadas pelas tradições orientais importadas, os maiores festejos realizavam-se em honra do deus Mitra – o correspondente do babilônico Tamuz - cujo nascimento também se comemorava a 25 de dezembro.

Natal de quê?

“A celebração do Natal é, acima de tudo, compactuar com o gesto de Deus de nos redimir da nossa fragilidade humana através da encarnação de seu Filho Jesus. Aceitarmos esta nossa nova condição de Filhos de Deus, e enxergá-la em cada ser humano é o que nos deve mover mais do que qualquer outros sentimentos de bemestar e nostalgia” (J. Mariano Bersch – bancário).

“Se a mensagem natalina fosse vivenciada diariamente, o convívio humano seria diferente. O menino, rejeitado na noite de Natal, nasceu para nos libertar das prisões interiores para sermos os seres humanos sonhados por Deus: viver com amor, com simplicidade e generosidade todos os dias” (Egon Fröhlich – professor universitário)

“Jesus veio ao mundo para nos mostrar como é ser feliz de verdade. Natal é dia de reacender a esperança e de celebrar a fé, de olhar para o lado e enxergar o outro. Mas não só no Natal e sim em todos os outros dias do ano. O mundo está cheio de milagres de natal, entre eles, Papai Noel que para mim são todas as pessoas que estão por aí fazendo o bem. (Ana Lúcia Machry, pedagoga)

“Representa festa, alegria, reunir amigos e familiares, fazer o bem, as pessoas dispostas a dar amor ao próximo e com o coração mais aberto à caridade. É uma data diferente de qualquer outra”. (Juliana Cadó, arquiteta)

“Representa a lembrança do nascimento de Jesus, que veio ao mundo para que a humanidade pudesse viver num verdadeiro espírito cristão de mais amor, fraternidade união entre os povos, para que as desigualdades sociais fossem banidas do mundo”. (Maria de Lourdes Policarpo,- contabilista)

Natal: introdução tardia O Natal não é uma festa bíblica. Aos seguidores de Jesus dos primeiros séculos pouco importava idade e o dia em que Jesus nascera. Não celebravam Natal. Bastava-lhes o seu exemplo, suas palavras, sua luta em favor dos mais fracos e sua morte e ressurreição. Importava segui-Lo e praticar seu legado. Os Evangelhos são breves – quase lacônicos – sobre o nascimento de Jesus. E é pouco provável que tenha sido em dezembro. Lucas, (2:8) relata que alguns pastores estavam no campo com seus rebanhos. Ora, dezembro é pleno inverno na Judéia e os pastores costumavam recolher seus rebanhos nos currais a fim de protegê-los do frio e das chuvas. Há quem diga que de fato tenha sido abril, outros, que foi em outubro. A festa, com definição de data, foi introduzida na Igreja no século IV, (324) pelo Papa Libério, durante o governo do imperador romano Constantino, quando o 25 de dezembro passou a ser a festa do “Dies Natalis

Domini”, por decreto papal, substituindo as festividades do Dies Natalis Solis ou Natalis Solis Invicti (no império romano, o dia 25 de dezembro era conhecido e festejado como o dia do nascimento do deus sol). Assim a Igreja forneceu uma nova linguagem e simbolismos cristãos à cultura local. Com a cristianização do império, em vez do nascimento do Sol passou-se a adotar essa mesma data para comemorar o nascimento do Filho de Deus, como Sol da Justiça, a Estrela da Manhã, a verdadeira Luz do mundo. Alguns outros costumes pagãos também foram incorporados à festa, como o uso de árvores, guirlandas, estrelas e troca de presentes. Com a medida, a Igreja tinha a esperança de atrair e converter, o que efetivamente veio a acontecer. A história do presépio é ainda mais recente e foi adotada com S. Francisco de Assis que materializou sua devoção nas figuras que imaginou terem participado do nascimento de Jesus.


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Saber viver

Dançar é um excelente exercício para a terceira idade Quem diz que é difícil “remexer os quadris” na terceira idade está muito enganado! Segundo estudo realizado por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, a atividade física pode ajudar pessoas com mais de 50 anos até a melhorar a memória. Imagine o bem que a dança pode trazer aos idosos. De acordo com Gabriela Campos, terapeuta ocupacional, a atividade em questão pode proporcionar o bem-estar, a socialização e a interação a todos os velhinhos, principalmente para aqueles com AVC, depressão e Alzheimer, doenças que atingem cerca de 10,5% do total da população no país, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No Brasil, já existem aulas de dança voltadas à terceira idade. A prática, que surgiu em 1974 na Alemanha, vindo para o Brasil em 1978, consiste em desenvolver a geronto-ativação, ou seja, exercícios que têm o intuito de preservar a força muscular, prevenir a rigidez articular e a perda do domínio dos movimentos coordenados. “A proposta de escolas de

Foto (modificada): Caroline Morelli

dança que vêm surgindo no país é trabalhar a mobilidade, estimular a circulação, a memória, a coordenação motora, o equilíbrio e a percepção espacial e corporal enquanto os idosos praticam passos de dança ao som de uma bela música e na presença de amigos”, explica Campos. No Espaço Senior, uma escola paulista de dança, a Dança Sênior é realizada uma vez por semana com duração de uma hora, sendo que antes de cada aula é tra-

çado um plano para selecionar as músicas de acordo com o grupo. Nos “bailes”, os idosos dançam cinco músicas em círculo. A primeira é a “Dança Sentada” em ritmo de valsa, ou seja, todos “bailam” sentados de mãos dadas em razão da dificuldade de locomoção de alguns e daqueles que são usuários de cadeira de rodas. “A segunda é a ‘Dança das BoasVindas’, que é bem aceita pelos velhinhos, principalmente para aqueles que participam pela primeira vez, pois por meio dela o novo integrante é recepcionado”, destaca a terapeuta. Já a terceira e a quarta são danças alegres e descontraídas. A última é bastante animada, mas exige dos idosos atenção e coordenação, assim eles conseguem exercitar ainda mais seus reflexos. “No final, os velhinhos escolhem a dança de que mais gostaram para encerrar”, afirma. Depois da aula, é visível a alegria deles. Até os familiares percebem isso. “Cada vez mais, as famílias nos dizem que seus pais ou avós chegam animados do centro-dia, estão mais ativos e participativos nas atividades do dia-a-dia”, finaliza Campos.

Como a família pode auxiliar o estudante na hora do vestibular Final de ano, a mesma cena: o adolescente se desdobra para passar no vestibular, enquanto o estudante de ensino fundamental ou médio corre atrás da recuperação das notas baixas conseguidas durante o ano... Pais preocupados, jovens e crianças estressados: o resultado negativo abala toda a família.“Esse é um dos fatores que geram mais ansiedade nas famílias neste período. No consultório, o que mais presencio são pais desesperados no terceiro bimestre escolar, pressionando os estudantes para que um verdadeiro milagre aconteça e ele se recupere para ‘passar’ de ano”, comenta Márcia Ferreira, psicóloga especializada em desenvolvimento escolar, infanto-juvenil e especialista em relacionamentos familiares. Quem vai prestar vestibular tem de dedicar muitas horas de seu dia aos estudos. Cursinho, simulados, revisões, a nova rotina inclui pouco tempo para o lazer e para a convivência em família. “Esse é um período de muita cobrança, inclusive pela presença do estudante nas reuniões familiares e dos amigos. É hora, porém, de pais e amigos entenderem que o pré-vestibulando precisa dedicar-se com afinco ao estudo e, sobrando tempo, deve descansar”, orienta Márcia. Ela diz que os pais são importantes também no sentido de organizarem a casa e os horários da família para que haja tranqüilidade no ambiente. “Pode parecer exagero, mas toda a família tem de colaborar com o vestibulando. Barulho em excesso prejudica os estudos, bem como a invasão do local de estudo por crianças, empregados, animais domésticos e outros elementos que desviem a atenção do estudante”, explica. No período pré-vestibular, são os pais que precisam impor limites às atividades dos filhos. “Dificilmente o vestibulando alcançará êxito se decidir ir à escola, ao cursinho, à academia e sair com os amigos. Os pais precisam realmente agir com firmeza e determinar a redução de atividades para que ele se dedique aos estudos”. Márcia explica que os jovens são impulsivos e acham que dão conta de tudo e uma boa conversa para ajudar a focar o objetivo do vestibular ameniza as tensões e ansiedades do vestibulando. Para que os pais ajudem ainda mais, Márcia Ferreira dá um último conselho: “cabe ao vestibulando decidir a carreira que ele seguirá. Os pais podem ajudá-lo colocando-o em contato com profissionais da área, fornecendo livros, revistas e material que explique um pouco da profissão e mostrando as oportunidades ligadas a ela. Porém, não devem impor ou decidir o caminho da vida profissional do filho, já que ele ficará infeliz e não será um bom profissional. Cada um precisa seguir seu caminho, mesmo que ele não agrade completamente os pais”, finaliza.

Cuidado com os olhos foi tema de simpósio de Urgências Oculares O I Simpósio de Trauma e Urgências Oculares, realizado recentemente no Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre, destacou um tema que merece a atenção de todos: o cuidado com os olhos. O evento teve a coordenação do oftalmologista Alberto Luiz Gil. Ele destacou, na abertura, que Porto Alegre conta com importante número de emergências e profissionais qualificados no tratamento destas urgências. Salientou, ainda, que existem novas técnicas cirúrgicas para tratar problemas desta natureza e o importante papel do Hospital neste cenário. Um dos temas de maior importância durante o evento foi abordado pela platonista do Hospital Banco de Olhos, Cláudia Borowski, que falou sobre o herpes ocular e suas diferentes manifestações. A doença, que pode ser causada por ação direta do vírus ou imunológica, apresenta-se de diferentes formas e, às vezes, é difícil de ser diagnosticada. Vermelhidão e diminuição da visão podem ser alguns dos sintomas da enfermidade. A médica alerta: em casos mais graves, o herpes pode levar a perfuração da córnea. O Banco de Olhos foi sede, também, do II Simpósio de Enfermagem em Oftalmologia. O tema do evento foi “Novas perspectivas de enfermagem em oftalmologia”, tendo como público-alvo enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais profissionais que atuam nesta área. A programação incluiu visita aos Centros Cirúrgico, de Cirurgia Refrativa e de Diagnóstico e Tratamento do Hospital.

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Espaço aberto

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Vale a pena visitar a Casa Genial da PUC

Pe. Ludinei M. Vian (ordenação em 10/01/09)

Pe. Ricardo Nienow (ordenação em 24/01/09)

Nomeações e transferências na Diocese de Montenegro

Dom Paulo De Conto, Bispo de Montenegro, comunica as seguintes nomeações e transferências: Pe. José Inácio Steffen, confirmado como vigário geral e ecônomo da Diocese de Montenegro; Diácono Ernesto Costella, confirmado como chanceler da Diocese de Montenegro; Pe. Carlos Roberto Vicente, pároco da Paróquia São João Batista de Montenegro; Pe. Ludinei Marcos Vian, vigário paroquial da Paróquia São João Batista de Montenegro; Pe. Eduardo Botega, pároco da Paróquia Santos Reis de Vale Real; Pe. Leonardo Reichert, assistente dos Seminaristas Maiores em Viamão; Pe. Moisés A. Dalcin, assistente espiritual dos Seminaristas Maiores em Viamão; Pe. Edison Stein, assistente espiritual dos Seminaristas Maiores em Viamão; Pe. Luciano Royer, reitor do Seminário de Bom Princípio; Pe. Ricardo Nienov, auxiliar do Seminário de Bom Princípio e Pastoral Vocacional e Setor da Juventude; padres freis Valdesir L. Guzzon, Vanderlei B. Feil e Gregório Volfkamp, auxiliares na área de Estrela.

Morre ex-Capelão da Aeronáutica Faleceu às 23h30min do último sábado o Mons. Antonio Guilherme Grings. Ele estava internado no Hospital de Gravataí. Em razão de problemas de saúde, Mons. Guilherme residia desde 2002, no Lar Sacerdotal, junto ao Seminário São José de Gravataí. Nos últimos anos padeceu em função do elevado grau do diabetes. Nascido em 22 de junho de 1922, no município de Dois Irmãos, fez seus estudos seminarísticos em Gravataí e São Leopoldo. Foi ordenado sacerdote por Dom Vicente Scherer, no dia 30 de novembro de 1947. Era irmão do Arcebispo Metropolitano, Dom Dadeus Grings. Sua primeira atividade como padre foi a de Vigário Cooperador na Paróquia Pão dos Pobres. Exerceu a mesma função em General Câmara e Camaquã. No dia 1º de janeiro de 1955, assumiu como pároco, na Paróquia Nossa Senhora Medianeira de Porto Alegre. No dia 24 de dezembro de 1957, foi nomeado Capelão do Hospital da Brigada Militar e, no dia 27 de dezembro de 1958, Capelão da Beneficência Portuguesa. No daí 27 de dezembro de 1959 foi designado Capelão Militar da Aeronáutica, exercendo duas funções no 5º Comando Aéreo Regional, em Canoas. Também exerceu nos anos de 1949 e 1950 a função de professor nos seminários de Bom Princípio e Gravataí. No dia 12 de maio de 1987, foi nomeado pelo Arcebispo Dom Cláudio Colling, Assistente Eclesiástico do Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre. Exerceu a função até o dia 20 de março de 1995, sendo substituído pelo Pe. José Romeo Maldaner.

Amparo S. Cruz faz 70 anos O Amparo Santa Cruz - Orionópolis é uma entidade que comemora os seus setenta anos de existência. Idealizada e fundada por Dona Luiza de Freitas Valle Aranha, genitora do chanceler Oswaldo Aranha, o Amparo foi construído para ser casa de acolhimento dos filhos sãos dos lázaros - que é como se chamavam os portadores de Hanseníase. Em maio de 1938, Dona Luizinha começa a campanha de arrecadação de fundos para construir a casa que funcionaria como um local de apoio ao leprosário de Itapoã, construída para tal fim próximo à Clínica dos Leprosos de Itapoã. Com o passar do tempo veio o controle da Hanseníase e o conhecimento de que o isolamento não era uma das terapias indicadas para a doença. Outra finalidade foi, então, proposta aos casarões da Estrada Costa Gama. Depois de algum tempo administrado pelos Rotarianos, que conquistaram o direito de administrar a entidade, vencendo em batalha judicial a Sociedade Eunice Weaver - defendida pela, então, jovem advogada Ellen Grace (hoje, ministra do STF). Os Rotarianos passaram a administração aos Orionitas, que fizeram da imensa área de 49 hectares um local de atendimento à população carente. O Amparo atende em torno de 300 pessoas carentes por dia, com idades variando entre zero e mais de 70 anos.

Um passeio ao Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS (MCT) pode resultar em contas mais baixas para pagar no final do mês e atitudes ecologicamente corretas. Recentemente, na área de exposições do MCT, foi lançada a “Casa Genial”, uma residência completa, de 51 m², com dormitório, sala de estar, cozinha, escritório, lavanderia e banheiro, para incentivar os visitantes a utilizarem a energia elétrica de forma racional. A criação tem parceria com a Eletrobrás, que financiou parte do projeto. Como o MCT recebe muitos estudantes, o coordenador de exposições, Luiz Marcos Scolari, destaca que a idéia é contribuir na conscientização dos futuros consumidores. O espaço tem eletrodomésticos, ar condicionado, utensílios e móveis, havendo, por exemplo, dois refrigeradores (um deles com o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, da Eletrobrás) para mostrar a diferença no consumo. Segundo o vice-diretor dos Laboratórios Especializados em Eletroeletrônica, Calibração e Ensaios (Labelo), Álvaro Theisen, ao trocar refrigeradores e freezers antigos (mais de 15 anos de vida) por aparelhos novos com a etiqueta A do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), em geral, o consumidor recebe o retorno do investimento da compra em menos de 18 meses apenas com a redução da conta de luz. Quem passeia pelo Museu verá os medidores de energia em funcionamento e poderá fazer a comparação. Notará o quanto um banho demorado pesa no orçamento. Os ambientes terão lâmpadas incandescentes e fluorescentes. Será utilizada ainda a iluminação fluorescente dimerizada (com sensor que capta a iluminação natural), que auto-regula sua iluminação conforme a intensidade da luz solar no ambiente. Na Casa Genial, a simulação incluirá uma lanterna, substituindo a luz das janelas.

Integrantes da SIGNIS reuniram-se em Roma

SIGNIS prepara seu congresso mundial

De 20 a 26 de novembro passado estiveram reunidos, em Roma, os membros do Conselho Diretor de SIGNIS Mundial. SIGNIS é a organização de comunicadores católicos e é representada, na América Latina, pela OCLACC (Organização Católica Latinoamericana e Caribenha de Comunicação). Pe. Attilio Hartmann sj, diretor do Solidário, que participou desta reunião como vice-presidente da OCLACC, diz que foi um momento importante de avaliação honesta e transparente da caminhada de SIGNIS e, principalmente, a identificação de caminhos possíveis para que a entidade contribua para uma Cultura de Paz, seu lema identificador. Momento importante do programa foi a visita à Rádio Vaticano, onde os participantes tiveram um encontro com o jesuíta Federico Lombardi, Diretor do Centro Televisivo Vaticano e da Rádio Vaticano e, desde 2006, Diretor da Secretaria de Informação da Santa Sé, na prática, porta-voz do Papa Bento XVI. Também participaram deste encontro, Dom Mario Celli, Presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, e seu antecessor, o Cardeal John Folley. Dom Mario Celli confirmou sua presença em Porto Alegre, para participar do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe (PUCRS, 12 a 17 de julho/2009). Foram discutidos detalhes do Congresso Mundial de SIGNIS (Chiangmai, Tailândia, 17 a 21 de outubro/2009) no qual o tema central é Direitos da Criança, Promessa de Amanhã. Apenas como proposta foi apresentada como candidata à realização do Congresso Mundial de SINGIS de 2013 a cidade de Porto Alegre, idéia recebida com entusiasmo pelos participantes. Finalmente, foram confirmados como novo Secretário Geral de SIGNIS, Alvito de Souza e como seu assistente, o argentinoamericano Ricardo Yañez.

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Catequese solidária

Igreja e comunidade Voz do Pastor

A globalização

Tecnologias na catequese

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Dom Dadeus Grings

José Carlos de Azevedo e Sá*

emos ouvido falar das novas tecnologias que devem estar a serviço da educação. Mas, que tipo de utilização é que se pode fazer das tecnologias na catequese? Há quem pense que basta fazer umas apresentações para mostrar às crianças. E muitos catequistas já o fazem. Desta forma, estão utilizando o computador apenas como um recurso pedagógico. É bom… mas é preciso ir mais longe. Quando se fala da integração das tecnologias na educação, estamos falando de recursos e de estratégias. Isto é, é preciso repensar a forma de fazer catequese, optando por outra pedagogia. É bom que se tenha conteúdos (apresentações/filmes) para apresentar. Mas não podemos esquecer que precisamos questionar a metodologia que vem sendo adotada. O catequista não deve ser apenas o fiel transmissor da doutrina, fazendo das crianças depositárias passivas, sem espírito crítico, não valorizando as suas experiências de vida e saberes construídos previamente. O catequista deve assumir o papel de facilitador, de orientador, menos diretivo, promovendo a interação dentro do grupo, o trabalho de pesquisa e a capacidade de reflexão crítica. Assim, a criança aprende de uma forma mais autônoma, ativa, com respeito pela diferença, com espírito crítico (capacidade de reflexão) e, por isso, uma catequese mais significativa, cujo efeito perdure e se concretize na vida. Os saberes construídos em cada encontro, juntamente com os conhecimentos prévios, e a interação com o grupo e outras pessoas externas ao mesmo, permitirão a construção de novos caminhos para novas situações. Para melhor entendermos, exemplificamos com uma imagem: a forma de manter a areia na mão é manter a mão aberta; se a fecharmos, com medo de perder a areia, esta escapa por entre os nossos dedos, e quando abrirmos a mão, restam poucos grãos. Uma das situações problemáticas com que nos deparamos na sociedade atual são as crianças fruto de famílias com dificuldades na sua forma de estruturação. As crianças destas famílias, sem culpa, terão que faltar freqüentemente à catequese, em virtude de terem de passar fins-de-semana, alternados, com os progenitores. Consequência: faltas contínuas à catequese, falta de acompanhamento, e conseqüente desmotivação e desvinculação. Não esquecendo a pseudo questão da justiça em relação aos outros que são assíduos. Será que não podemos fazer nada que minimize esta situação? Será que vamos ficar impávidos e serenos, ou pregar contra esta situação, em vez de procurarmos soluções? Dentro do espírito de uma nova metodologia, e tentando encontrar uma resposta a esta situação problemática e desafiante, a Internet reúne uma série de potencialidades que podem e devem ser aproveitadas ao serviço da catequese. Preparemos material interessante para as crianças pesquisarem na internet, mesmo aquelas que, porventura, tiverem faltado ao encontro de catequese. Não diabolizemos a Internet, culpando-a de todos os males. Encontremos, antes, soluções motivadoras, capazes de atrair as crianças e apostando em bom conteúdo. Não falo da simples navegação na Internet, mas de aproveitar os diversos serviços e ferramentas que ela disponibiliza. Para não me alongar mais, fico por aqui, mas deixo a porta aberta para o debate sobre estas e outras questões. Este texto não pretende oferecer soluções perfeitas, mas sim estimular o debate e a reflexão, com espírito aberto. *www.partilhar.com

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Arcebispo Metropolitano de P. Alegre

novo milênio confirmou a visão de Mac Luhan de que a humanidade se transformaria numa aldeia global. O sinal mais vistoso para marcar esta passagem foi 1989, com a queda do Muro de Berlim. Registrou concomitantemente a implosão da União Soviética e, conseqüentemente, a superação dos dois blocos herméticos e antagônicos. O novo milênio deveria iniciar sem o pesadelo dos mísseis atômicos, instalados de lado a lado, para pulverizar as maiores cidades do mundo, em caso de conflagração bélica entre as duas potências, em questão de minutos. O mundo respirou aliviado. A providência realizou uma obra humanamente impensável algumas décadas antes e totalmente irrealizável. Até a data da implosão do regime soviético, que apostara tudo na força e no armamento, foi significativo. Natal do Senhor, quando soa, há dois milênios pelo mundo, a mensagem da paz. Vivemos várias décadas de guerra fria. As famílias não mais arriscavam ter filhos, considerando uma temeridade expor criaturas humanas às agruras de uma nova guerra, que se julgava iminente. O mundo se atrofiava. Em nenhuma etapa da história se registraram tantos mártires da fé. No regime marxista era proibido crer – exceto no partido. Fechava-se a vida à transcendência. A assinatura da dissolução da União Soviética, por obra da providência, ocorreu no dia 25 de dezembro. Não deveria deixar dúvidas acerca do verdadeiro vencedor. Após 20 séculos ecoava, novamente, a palavra de Cristo: ‘Coragem, eu venci o mundo’. No ano de 325, por ocasião do Primeiro Concílio Ecumênico, realizado em Nicéia, os padres conciliares sentiram, pela primeira vez, a força dessa exclamação: viram a vitória de Cristo sobre o Império Romano, que tanto perseguira a Igreja. O mesmo se repetia, alguns séculos depois, com o batismo de Clóvis, o rei dos francos. Lembremos ainda, após as agruras da Revolução Fran-

cesa, o regresso triunfal do papa Pio VII para Roma, após a prisão que lhe impusera o todo-poderoso imperador Napoleão – enquanto este, derrotado, ia para o exílio. A globalização simboliza a queda dos muros que separam os homens: muros de ideologias, muros de raças, de culturas, de religião... Inicia a era do diálogo universal. O sonho de Paulo, que marcou os primórdios do Cristianismo, começa a se tornar realidade nova, não só para o grupo dos fiéis, mas também para toda a humanidade. Sentimos que nada de humano nos é alheio. Co-estendemos nossa sensibilidade a todo o universo e sentimos, como se fosse de nossa localidade, tudo o que acontece no mundo. Neste mundo globalizado, a Igreja aparece, no dizer do Concílio Vaticano II, como sinal de unidade e de paz. Ela mesma se define como católica. Garante a universalidade dos valores e da verdade. Acolhe tudo e todos. Por isso, entre as prioridades, está a promoção da paz. A globalização enseja uma nova civilização. Existe a tentação de reduzi-la à economia, como solução de todos os problemas. Urge promover uma globalização da solidariedade, uma globalização do relacionamento humano, que promova a vida e respeite as diferenças e as peculiaridades de cada pessoa e de cada cultura. A nova civilização globalizada tem poderosos meios para se afirmar na sociedade humana. Estão, em primeiro lugar, os meios de comunicação, que estendem nosso conhecimento e nossos sentimentos por todo o mundo. Vêm, depois, os meios de transporte, que levam as pessoas a se aproximarem e vencerem as distâncias, que as separavam, e levam seus bens, de modo que toda a humanidade possa facilmente usufruir de tudo o que a terra e os homens produzem de bom. Flores e frutas não são mais exclusivos dos povos que habitam certos ambientes, onde medram. Todos têm rápido acesso tanto às frutas tropicais como às glaciais, para significar e simbolizar todos os bens da cultura humana, que se globalizou.

O Bispo emérito

Dom Sinésio Bohn

Bispo de Santa Cruz do Sul

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enho um grupo de pobres aos quais dou regularmente uma pequena ajuda. Após a Missa do Crisma de 2008, um deles me procurou preocupado: “Os padres estão falando que o senhor vai se aposentar”. Respondi: Um dia será! E o pedinte: “O que será de nós”? Notei que não é só o esmoler que vê o Bispo emérito como “aposentado”, em repouso, qual funcionário público. Mas o Bispo não se aposenta. Ele renuncia ao ofício de governar ou presidir uma Diocese e passa a servir a Igreja de outro modo. Recebe uma nova missão em prol do bem da Igreja. Continua membro do Colégio Apostólico, em comunhão com o Romano Pontífice e, com os demais Bispos, corresponsável pela Igreja inteira. Pode participar do Concílio Ecumênico com voto deliberativo e do Sínodo dos Bispos. Numa palavra, assume fortemente a dimensão missionária da Igreja. O Bispo emérito não governa. Antes, assume a função de intercessor da Igreja e do mundo, mediante a oração de caráter apostólico, o conselho forjado na experiência, as obras de caridade, a pregação do Evangelho, a celebração dos sacramentos, o cuidado pastoral dos fiéis, a defesa dos pobres e

dos fracos e pode ser juiz eclesiástico. É preciso lembrar que o Corpo de Cristo se edifica não só pelo poder e o ativismo, mas muito pela doação discreta da própria vida a Deus e às pessoas, assumindo como Jesus, o sofrimento pela salvação da humanidade. É o sofrimento apostólico tão recomendado aos enfermos e idosos. Isto até meu pai sabia. Ele repetia: “Quando eu era jovem, trabalhava muito pela comunidade e rezava menos. Agora não posso fazer muitas coisas, então rezo bastante”. Talvez o Bispo emérito, vivendo uma espiritualidade de comunhão, pode zelar eficazmente pela unidade pastoral da Igreja. Mas quando o Bispo fica emérito? Diz o Direito Canônico: “O Bispo diocesano, que tiver completado setenta e cinco (75) anos de idade, é solicitado a apresentar a renúncia do ofício ao Sumo Pontífice” (Cân 401 § 1). A renúncia pode ser aceita imediatamente, ou demorar algum tempo. O discernimento é do Papa. Esta norma é fruto do Concílio Ecumênico Vaticano II. É sábia e oportuna. Pois a pessoa, quando perde a capacidade de presidir uma Diocese, pode não ter a percepção exata da conjuntura. Cada idade é bela e, colocada a serviço, agrada a Deus e edifica a Igreja de Deus.


Comunidade e Igreja Mensagem da Equipe Vocacional

Fabiano (D) e seus colegas que com ele serão ordenados

MINHA ORDENAÇÃO PRESBITERAL Minha história é bem legal. Minha vocação é um chamado de Deus que escutei desde a infância, pois me lembro que meu pai dizia que o primeiro filho que se tornasse padre ganharia um fusca. Imagina uma criança ganhar um carro, que tri. Fui batizado pelo cônego Alfredo Ody (03/04/1976) e cresci indo à igreja com minha família, onde minha mãe, a professora Ada Helena, tocava órgão nas missas da Paróquia São Sebastião Mártir. Com sete anos, entrei no grupo dos coroinhas e aprendi a servir o altar de Deus. Fiz catequese com a tia Leninha e recebi a primeira comunhão (16/10/1988). A resposta veio bem mais tarde, com 21 anos – a chamada vocação adulta – assim, despertei para ‘um seguimento consciente de Jesus Cristo’. Era nos meses de agosto que eu escutava o chamado de Deus mais forte, batendo na porta do meu coração, pela pregação da Igreja e pelos diversos convites que me faziam: – Você já pensou em ser padre? No começo eu não aceitava muito a idéia. Mas fui fazendo encontros de jovens: o CLJ, RCC, o ‘acampamento’. Pensei em consagrar-me como Carmelita, depois como Frei Franciscano. Mas a resposta veio em 2000, quando comecei a cursar a faculdade de Filosofia, ainda como leigo, em um retiro vocacional da Arquidiocese, o ‘kairós’. “Vou ser diocesano”. (Fabiano Lucaora Pauli, ordenação na Paróquia São Sebastião de Porto Alegre dia 12 de dezembro, às 20 horas) .

Terezinha C. Azevedo - 18/12 Hugo Hammes - 24/12 Antônio Allgayer - 26/12 Aura Maria O. Cardoso - 29/12

16 a 31 de dezembro de 2008

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Solidário Litúrgico 14 DE DEZEMBRO - 3o DOMINGO DO ADVENTO (

ROXA)

1a leitura: Livro do Profeta Isaias (Is) 61,1-2a.10-11 Cant.: Lc 1,46-48.49-50.53-54 (R/.61,10b) 2a leitura: 1ª Carta de Paulo Apóstolo aos Tessalonicenses (1Ts) 5,16-24 Evangelho: João (Jo) 1,6-8.19-28 Comentário: João Batista, se vivesse hoje, certamente não seria compreendido nem aceito e, possivelmente, chamado de um “cara exótico, por fora, ingênuo, doidão”. Alguém que atraia multidões, que tinha um grande poder de persuasão e que, em vez de aproveitar esse poder para seu beneficio pessoal e até mesmo para “ganhar uns bons trocados”, repetia para quem quisesse ouvir: “Eu não sou o Messias (...). Sou apenas uma voz clamando no deserto (1,20.23). Se vivesse hoje, João Batista seria assediado diariamente por empresas de marketing que buscariam convencê-lo de desenvolver aquele seu potencial e ficar rico, em pouco tempo! Há dois mil anos, aquele profeta recusou-se a servir ao poder religioso e político e, fiel à sua missão, viveu e morreu a serviço da verdade. Preparando, com sua vida e morte, a vinda daquele que já estava no meio do povo, mas não era reconhecido pela gente, por seu povo (cf 1,26). Depois de dois mil anos, lembramos João Batista e agradecemos sua vida, porque foi uma vida que não se guardava para si mesmo, mas foi uma vida para os outros. Esta é, talvez, uma das dimensões do nosso ser cristão nas quais mais insisto em meus comentários: a vida da gente tem sentido e valor quando tiver sentido e valor para os outros. O referencial da minha vida nunca posso ser eu mesmo mas, sim, aqueles e aquelas que vou encontrando pelos caminhos da minha história. E quanto mais eu me desgastar e me entregar ao serviço dos outros, mais estarei cumprindo a missão da minha vida. Quando o tempo litúrgico nos convida a preparar-nos para mais uma celebração do Natal do Senhor, esta deve ser uma pergunta recorrentemente repetida: guardo minha vida para mim mesmo ou faço da minha vida um valor bom para os demais? Se, honestamente, puder responder positivamente a esta pergunta, eu estarei preparando a vinda do Senhor... estarei sendo uma presença de Natal na vida da gente.

21 DE DEZEMBRO – 4O DOMINGO DO ADVENTO (

ROXA)

1a leitura: 2o Livro de Samuel (2Sm) 7,1-5.8b12.14a.16 Salmo 88 (89),2-3.4-5.27.29 (R/. 2a) 2a leitura: Carta de Paulo Apóstolo aos Romanos (Rm) 16,25-27 Evangelho: Lucas (Lc) 1,26-38 Comentário: Uma das preces mais conhecidas e comuns entre os católicos é, sem duvida, a oração da Ave Maria. A passagem de Lucas deste domingo nos remete à base bíblica desta oração. Na tradução para o português, o texto diz: Alegra-te, Maria, cheia de graça, o Senhor está contigo (1,28). A saudação do enviado de Deus transmite a alegria do tempo novo que Maria, por aceitar ser a mãe do Senhor, está inaugurando. Talvez esta prece devesse recuperar toda a força que está nesta expressão: alegra-te, Maria! A alegria deveria ser sempre a característica do cristão. Aqui se poderia aplicar o conhecido dito popular: “Um santo triste é um triste santo”. Pessoalmente, desconfio dos santos tristes e dos artistas que assim os pintaram e tantos autores que assim os descreveram. Como cristãos, somos filhos e filhas do novo tempo da alegria, prenúncio do Reino, sinal da felicidade, do céu. Com razão se ouve dizer muitas vezes por muitas pessoas: se o céu é triste como são tristes tantos cristãos, eu prefiro algum outro lugar! Esta mesma leitura deveríamos fazer de tantas “marias” que “aparecem” aqui e ali: geralmente, são “marias” tristes, de rosto fechado, amargas, destilando negativismo. Estas “marias” certamente não têm nada a ver com Maria, a mãe de Jesus, mulher forte e assumida no texto bíblico, saudada pelo anjo: “alegra-te... o Senhor está contigo”. Que o Natal de Jesus seja um tempo de recuperarmos a alegria de nosso ser cristão. E que o mundo possa crer na nossa fé, talvez não tanto pela doutrina, mas pelo testemunho vivo de alegria que damos a todos. Maria cantou seu magnífico canto... Izabel se rejubilou pela visita da prima... João, ainda no ventre de Izabel, exultou de alegria. Desde o seu gênesis, crer em Jesus, o Cristo do Pai, é ser alguém que testemunha esta fé no brilho do olhar... no canto da vida... na alegria do coração!

28 DE DEZEMBRO – FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA (

BRANCA)

1a leitura: Livro do Eclesiástico (Eclo) 3,3-7.14-17a Salmo 127 (128) 1-2.3.4-5 (R/. cf 1) 2a leitura: Carta de Paulo Apóstolo aos Colossenses (Cl) 3.12-21 Evangelho: Lucas (Lc) 2, 22-40 Comentário: Os relatos da infância de Jesus, que encontramos apenas no evangelista Lucas, deveriam merecer maior reflexão por parte de muitos cristãos. O que se sente e percebe, na prática pastoral e de anúncio do Evangelho de algumas igrejas, é que o Jesus histórico, filho de Maria e José, inculturado numa realidade geograficamente situada, é praticamente ignorado ou, então, substituído, à exaustão, por um Jesus messiânico – fundamental na fé cristã - , mas divinizado a tal ponto que chega a perder seu ser e existir humanos. Lembrar e celebrar a família humana de Jesus é uma urgência urgentíssima para se viver uma fé que não separa jamais - por ignorância, por interesse ou por um devocionismo fundamentalista descomprometido com a realidade – o Jesus histórico do Cristo da fé. Afirmar que Jesus é gente como a gente não é heresia; heresia é transformar Jesus num ser tão divino que apenas deve ser adorado, não seguido nem assumido no seu Projeto de um mundo justo e solidário. Daí a importância fundamental para uma fé sem dicotomias celebrar a família humana de Jesus, uma família humana integrada por José e Maria, bem como por seus parentes mais próximos, citados, aqui e ali, nos evangelhos. No horizonte da história humana estamos iniciando um novo tempo, um novo ano. Que a família humana de Jesus seja um referencial importante na vida de nossas famílias, tão necessitadas de maior integração e unidade, para serem o melhor espaço e lugar para crescer em idade e sabedoria (2,40) para uma vida sadia, de convívio alegre, feliz. attilio@livrariareus.com.br


Porto Alegre, 16 a 31 de dezembro de 2008

Casamento feliz e duradouro

Antônio e Lydia Cherubini (foto) completaram 60 anos de casados em outubro passado. Eles residem atualmente em Curitiba, onde Antônio exerce suas atividades de empresário. Eles se casaram na Igreja Matriz de Veranópolis, em 16 de outubro de 1948, sendo pais de quatro filhos: Álvaro, Alvarez, Nídia Lúcia e Jaci, este adotado. Na comemoração de seus 60 anos, com missa especial e jantar, reuniram sua grande família e amigos. Na ocasião, se pôde sentir o ideal que norteou sua união: muita fé e amor, muito carinho e capacidade de acolher os outros, a família e os amigos.

Uma outra economia possível De 8 a 13 de dezembro, o Largo Glênio Peres de Porto Alegre será sede da X Feira Estadual de Economia Popular Solidária do RS. A tradicional iniciativa reúne homens e mulheres em busca de alternativas de trabalho e renda e sobrevivência de suas famílias. Os diversos estandes da Feira são ocupados por cooperativas, associações, empresas augestionárias, redes de cooperação, entre outros, para comercializar produtos agrícolas e artesanatos das mais diversas procedências e segmentos. Divulgação

Dom Dadeus Grings abençoou o novo prédio

Rede de Escolas São Francisco inaugura mais uma unidade

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Construção moderna, com amplos e iluminados espaços, salas de aula e outros espaços pedagógicos e administrativos bem distribuídos são algumas das características do novo prédio de mais uma unidade da Rede de Escolas S. Francisco, em Cachoeirinha. A inauguração ocorreu dia 20 de novembro último, com missa na Igreja Matriz de Cachoeirinha, co-presidida por Dom Dadeus Grings, arcebispo metropolitano, e por Pe. Guido Kuhn sj, presidente da Associação de Educação Católica do RS e diretor do Colégio Anchieta, e com presença das autoridades do município, direção, professores e funcionários das Escolas da Rede, alunos representantes de todas as escolas, todos os alunos da Escola de Cachoeirinha, pais e familiares. “A primeira finalidade da educação é ensinar a fraternidade. O novo se aprende pela convivência e pela fraternidade”, disse Dom Dadeus na homilia. Pe. José Luiz Schaedler, diretor da Rede de Escolas São Francisco, fez um agradecimento “a cada um dos presentes, pais, autoridades, sacerdotes, bispos, funcionários e professores que ajudaram a

concretizar este sonho.” Falou da importância da família, da escola e da fé, para o desenvolvimento integral da pessoa. “O compromisso da nossa escola católica é estar com a família, ficar com a família e Educar com a Graça de Deus, para formarmos seres humanos sadios, felizes e prósperos.” Após a missa, Dom Dadeus Grings realizou a cerimônia de bênção do novo prédio e o descerramento da placa de inauguração feita pelo presidente da Mantenedora, José Medeiros, e o bispo do Vicariato de Gravataí, Dom Alessandro Ruffinoni.

Materialização de um sonho Desde março de 2007, Cachoeirinha conta com a unidade de ensino da Rede S. Francisco. Enquanto o novo prédio estava em construção, as aulas funcionavam no Centro Cultural, contíguo e pertencente à Paróquia São Vicente de Paulo. A partir de março de 2009, a Escola oferecerá o 1º, 2° e 3º anos do ensino fundamental. A instituição é a primeira escola católica da cidade e fica na Av. Papa João XXIII, n. 300


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