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Porto Alegre, 1.º a 15 de fevereiro de 2009

Ano XIV - Edição No 531 - R$ 1,50

Veraneio com Oração

Olhar solidário sobre a

religiosidade popular

Confira os horários de Missas durante o mês de fevereiro em todas as comunidades dos balneários do Litoral Norte do Estado. Contracapa.

Alegria, espontaneidade, capacidade de fascinação e permeabilidade ao diálogo são as virtudes da religiosidade popular presente na relação com o sagrado do cotidiano do brasileiro. A Igreja, antes de condenar a priori, agora adota um olhar sem preconceitos e administra as manifestações da devoção popular enraizada na cultura, procurando depurá-la e afastá-la dos riscos de desvios doutrinários. Páginas centrais

Procissão de Navegantes 2009 também será fluvial

Círio de Nazaré, uma das maiores festas religiosas do país

Liro Meurer será bispo auxiliar de Passo Fundo

As ruas centrais e a Av. Castelo Branco serão novamente tomadas em 2 de fevereiro por centenas de milhares de devotos para acompanhar a maior festa religiosa de Porto Alegre. Depois de 20 anos de interrupção, a 134ª Procissão de N. Sra. de Navegantes também voltará a ser fluvial pelas águas do Rio Guaíba para o que são esperadas mais de duas centenas de embarcações. O evento obrigará alterações no trânsito tanto nas ruas centrais da Capital bem como nos acessos à ponte do Guaíba e à auto-estrada. A programação inicia com missa concelebrada na Igreja N. Sra. do Rosário, no centro da Capital, onde está a imagem da Santa. Às 8 horas começa a caminhada de cerca de quatro quilômetros com duração prevista de duas horas e meia. Às 10h30min será celebrada missa campal em frente ao santuário de Navegantes. As festividades continuarão durante todo o dia com atrações musicais e feira.

Jovem tem vez

David Gabriel Rodrigues Soares, que aparece aqui com sua turma, é a força jovem desta edição. Leia mais sobre ele na página 2.

A posse está marcada para 5 de abril próximo – Domingo de Ramos. Nomeado em 14 de janeiro último por Bento XVI, em atendimento a apelo de Dom Ercílio Simon, titular daquela diocese, Monsenhor Liro será ordenado bispo na Catedral Metropolitana de Porto Alegre em 22 de março. O novo integrante do bispado gaúcho é natural de Linha Júlio de Castilhos, município de Salvador do Sul, onde nasceu em 1954. Depois de sua formação, foi ordenado sacerdote em dezembro de 1981. Prestou serviços em diferentes paróquias e atuou na formação de novos sacerdotes na Arquidiocese de Porto Alegre. Desde 2001, era vigário episcopal do Vicariato de CamaquãGuaíba, na arquidiocese de Porto Alegre. Atualmente, era pároco da paróquia de São Geraldo, na capital gaúcha.

Expediente do Solidário em fevereiro Durante o mês de fevereiro, o expediente do jornal se dará somente no horário das 8h às 12h. A Direção

CianMagentaAmareloPreto


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1º a 15 de fevereiro de 2009

Cidadania

Jovem

Editorial

O

Religiosidade popular

termo já é consagrado: religiosidade popular. Esta religiosidade pode ser entendida como a manifestação sincrética de cunho religioso que nasce das bases populares, onde encontra seu habitat natural e que, por vezes, se coloca na contramão da religiosidade oficial das instituições eclesiais. Geralmente, sem criticar e, muito menos, excluir a prática de fé eclesial de determinada religião, a religiosidade popular se expressa mais espontaneamente, não tem normas ou leis rígidas nem definidas, trabalha muito o imaginário e, mesmo, o fantasioso, deixa falar mais o coração e menos a razão. No Brasil colonial, ela encontrou terreno fértil, especialmente pela opacidade da linguagem dos ritos litúrgicos e a falta de acesso aos textos bíblicos, o que levou a uma evangelização epidérmica e sem raízes culturais. Não é exagero dizer que a religião católica, no caso, sobreviveu no espaço da religiosidade popular. Combatida pela ausência ou não seguimento da ortodoxia religiosa, só com o Concílio Vaticano II o fenômeno da religiosidade popular começou a ser estudado com seriedade e sem preconceitos por historiadores, antropólogos e sociólogos da religião e, também por isso, foi recebendo uma crescente aprovação por parte das autoridades eclesiásticas. Nas páginas centrais desta edição, o Solidário traz alguns testemunhos de pessoas que falam de expressões da religiosidade popular, como romarias, procissões, promessas e graças alcançadas por algum “santo popular”, mesmo que estes “santos” não tenham o reconhecimento da igreja oficial. E uma das devoções mais conhecidas é, sem dúvida, a devoção a Nossa Senhora dos Navegantes, que Porto Alegre e muitas outras cidades litorâneas celebram com grande afluência de devotos, sem distinção de credos, raças ou classe social. O jesuíta José Ivo Folmann, vice-reitor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e sociólogo da religião, em sua entrevista ao Solidário faz referência à crescente aceitação da religiosidade popular na Igreja Católica. Citando a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano (Aparecida do Norte/SP, maio/2007), repete uma significativa afirmação dos bispos: “Eles (devotos marianos e romeiros) nos edificaram e evangelizaram”. E José Ivo conclui: “Por detrás de toda esta manifestação (romarias, procissões, pagamento de promessas...) existe algo grandioso: as pessoas em busca de uma referência sagrada, em busca de segurança, de paz, de perspectiva de vida e de confiança na esperança, de busca de sentido”. Na contracapa desta edição, o Solidário publica, como vem fazendo há alguns anos, os horários de missas nas paróquias e capelas das praias do nosso litoral norte. Mas não é apenas a publicação objetiva destes horários; o que queremos dizer é que acreditamos que o tempo de férias, além de ser um tempo de merecido e necessário descanso, de encontro com familiares e amigos, é, também, uma bela oportunidade de encontro conosco mesmos e com a dimensão espiritual e religiosa da nossa vida.

tem vez David Gabriel Rodrigues Soares, 16 anos, trabalha e estuda na 2ª série da Escola Média, residente em Porto Alegre, é o entrevistado desta edição. Fala um pouco de ti. Sou uma pessoa normal, gosto de sair com amigos e me divertir, adoro jogar futebol e às vezes outros esportes. O que pensas fazer no futuro? Não sei bem ao certo, mas como eu estou trabalhando no Ministério da Fazenda, pretendo me tornar um procurador . Fala de tua família Adoro minha família, sei que sempre posso contar com eles, e eles sabem que podem contar comigo, eu dou força a eles e eles me dão também. Fala de teus(tuas) amigos(as) São os que me fazem mais feliz, mas digo o mesmo que antes: eles me apóiam e eu apóio eles, principalmente tento sempre conservá-los. O que consideras positivo em tua vida? Ser um jovem com a cabeça no lugar. Um filme inesquecível. Uma Mente Brilhante. Um medo. Perder minha família. Um defeito do qual gostarias de te livrar. Vergonha. Qual o maior problema dos jovens, hoje?

Verdadeira caridade Monsenhor Jonas Abib*

attílio@livrariareus.com.br

Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36

Conselho Deliberativo

Presidente: José Ernesto Flesch Chaves Vice-presidente: Agenor Casaril

Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi e José Edson Knob Secretário: G. Carlos Adamatti Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

Ano XIV – Nº 531 – 1.º a 15/02/09 Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo Revisão Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Paulo Oliveira da Rosa, Ir. Erinida Gheller (voluntários), Elisabete Lopes de Souza e Davi Eli Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS Impressão: Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 – Centro – CEP 90010-282 – Porto Alegre/RS Fone: (51) 3221.5041 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.

As drogas e as bebidas. A solução estaria em mostrar as consequências das mesmas nas pessoas. Qual o maior problema no Brasil de hoje? A violência. O que pensas da política? Olha, eu ouço tanto que só existe ladrão e corrupto, acaba me vindo na cabeça que é um lixo, mas acho interessante a participação dos jovens. O que pensas sobre a felicidade? O maior bem do ser humano. Já fizeste algum trabalho voluntário? Sim, já fui com o CLJ (grupo de jovens da Igreja N. Sra. das Dores) a uma casa de crianças com problemas mentais, e fizemos uma tarde de atividades lá. Fala de tua religião. Ela é uma religião que deve ser levada a sério como qualquer outra. Gosto de tudo nela. Acho ótimo o jeito como ela está. O que pensas de Deus? Deus se tornou homem e deu sua própria vida para nos salvar, Ele me representa força e coragem. Envia uma mensagem aos jovens Hummm... Sejam felizes, e corram sempre atrás de seus sonhos, sempre com a cabeça erguida.

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ma coisa é certa: você é cheio de amor. Esse amor se manifesta, muitas vezes, através de atos de caridade. Infelizmente, às vezes, o inimigo estraga tudo e acaba caricaturando o que há de mais lindo, profanando nossas boas ações. Popularmente, caridade significa dar esmola, doar roupas, móveis e objetos em mau estado e que já não nos são mais úteis. Também ouvimos muito por aí: “Eu não quero saber de caridade; se você quiser me dar alguma coisa, me dê, mas não quero saber de caridade”. Muitos pobres, inclusive, dizem isso. Por quê? Porque a palavra “caridade” tornou-se uma caricatura. Mas caridade vem de cáritas. Cáritas vem de caris. Caris resultou na palavra carisma, e caridade vem daí. A verdadeira caridade é a união do amor divino com o amor humano. Deus lhe deu amor. No começo da criação o amor era puro, como

a nascente de água que sai da serra. O seu amor era amor de Deus. Depois veio o pecado original e envenenou a fonte; o amor se misturou com sensualidade, sexualidade, egoísmo, ganância, cobiça. Jesus, quando veio no poder do Espírito Santo, deu a esse amor o nome de caridade. É um dom. Um presente. É o próprio Espírito Santo amando e misturando em você o amor divino com o amor humano. Entenda, de uma vez por todas, que esse é o verdadeiro significado de caridade. O Senhor quer nos batizar nesse amor - que é caridade - para que a nossa sensibilidade tire de dentro de nós amor verdadeiro daqui pra frente. Amor que é doação, serviço, entrega. Amor que, muitas vezes, é sacrificar-se, doar-se e esquecer-se de si; perder por causa dos outros. Amor que muitas vezes é perdoar, desculpar, suportar, agüentar, dar, ouvir, passar noites sem dormir. Você é capaz dessa caridade porque é cheio de amor. *www.cancaonova.com


Família e sociedade

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Serão as mulheres mais vulneráveis aos

1.º a 14 de fevereiro de 2009

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efeitos do álcool? xc

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s mulheres parecem ser mais vulneráveis do que os homens a muitas consequências adversas do consumo de álcool. As mulheres alcançam maiores concentrações de álcool no sangue e tornam-se mais fragilizadas do que os homens após terem bebido quantidades equivalentes de álcool. As mulheres absorvem e metabolizam o álcool de forma diferente dos homens. Geralmente, as mulheres possuem uma menor quantidade de água corporal e maior quantidade de gordura do que os homens com peso corporal semelhante, por isso as mulheres atingem maiores concentrações de álcool no sangue após consumirem quantidades semelhantes de álcool.

Consequências do consumo de álcool Pesquisas sugerem que as mulheres são mais vulneráveis do que os homens a danos nos órgãos relacionados com o consumo de álcool, a traumas, e a dificuldades interpessoais. Danos hepáticos. Comparativamente aos homens, as mulheres desenvolvem doenças do fígado induzidas pelo álcool, durante um menor período de tempo e depois de consumirem menos álcool. Além disso, as mulheres têm maiores probabilidades de desenvolverem hepatites alcoólicas e de morrerem de cirrose. Pesquisas sugerem que o maior risco de danos hepáticos por parte das mulheres pode estar associado a efeitos fisiológicos do hormônio feminino: o estrogênio. Danos cerebrais. Embora haja controvérsias, observações do cérebro obtidas por simulação imaginária magnética (MRI) sugerem que as mulheres podem ser mais vulneráveis que os homens a danos cerebrais provocados pelo álcool. Vitimização violenta. Uma pesquisa acerca das jovens universitárias verificou uma significativa relação entre a quantidade de álcool que estas admitiam consumir por semana e as suas experiências de vitimização sexual. Um outro estudo descobriu que as jovens estudantes de nível universitário que consumiam álcool no último ano tinham maior probabilidade de serem vítimas de encontros violentos do que as que não bebiam. A história de um forte consumo pré-matrimonial por ambos os parceiros tem permitido prever agressões no primeiro ano de casamento. Em alguns estudos, os problemas de bebida das esposas têm sido associados às agressões por parte dos maridos, independentemente dos níveis de bebida destes. Acidentes rodoviários. Apesar de as mulheres apresentarem uma menor probabilidade de conduzir depois de beber do que os homens e de se envolverem em acidentes fatais relacionados com o consumo de álcool, estas têm um maior risco relativo de uma fatalidade rodoviária do que os homens com semelhantes concentrações de álcool no sangue. O fato de as mulheres apresentarem menores taxas de condução após beberem pode ser devido à sua baixa tendência para arriscar, comparativamente aos homens. As mulheres são igualmente aquelas que menos consideram aceitável a condução após a bebida.

A idade de iniciação do consumo de álcool Além de fatores genéticos que podem interferir, resultados de um estudo desenvolvido nos Estados Unidos mostram que mais de 40% das pessoas que iniciaram o consumo de álcool antes ou em torno dos 15 anos de idade foram diagnosticadas como alcoólicas em algum momento das suas vidas. Steve Woods/ sxc.hu

Paul Yerrick/ sxc.hu

O sofrimento da família Muitas mulheres relatam não entender por que sua amiga, sua irmã, ou sua mãe, a quem elas amam, muitas vezes as tratam com agressividade e dureza, ofendendo-as e criando ressentimentos. Observam, entretanto, que em outras ocasiões as mesmas amigas, mãe ou irmã, se mostram afáveis e prontas em dar-lhes alegrias. Essas mesmas mulheres, quando interrogadas, afirmam que as agressividades de sua amiga, mãe ou irmã acontecem quando ela está ingerindo álcool, mesmo que seja em média quantidade. Nestas ocasiões, ela diz aquilo que nunca diria se estivesse em pleno domínio de suas faculdades. E as ofensas acontecem. O fato é que uma pessoa que bebe além do que deveria é uma pessoa que sofre e faz sofrer aqueles que lhe são próximos afetivamente. Todos são afetados. Maus tratos não são apenas físicos, os maus tratos psicológicos, como agressividade, xingamentos e acusações, também causam dor. Com o tempo, a família deixa de confiar na pessoa que bebe em excesso. Os conflitos são frequentes, independentemente de o doente estar intoxicado. A família vive o dia a dia em estresse com medo que a pessoa em foco aumente a ingestão de álcool. Pouco álcool, para certas pessoas, é muito. É típico daquele e daquela que bebe negar o fato, e com isso se torna mais difícil diminuir a ingestão de álcool. Valeria o esforço para o bem de sua saúde física e psicológica. E para o bem dos relacionamentos familiares. Fonte : Web master Alcoologia.net Reduzido e adaptado


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Opinião

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“O homem não é produto das circunstâncias. As circunstâncias é que são resultados do homem”. Disraelli

Renovação do amor José Eduardo de Moura Missionário da Comunidade Canção Nova

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enhum tipo de relacionamento entre pessoas está livre de conflitos e discussões. As pessoas são diferentes umas das outras. Como se não bastasse, cada uma teve um tipo de criação, um círculo de amigos, professores, mestres etc. E essa bagagem influencia os relacionamentos, incluindo o casamento. Mesmo aqueles casais que são exemplos de respeito, carinho, atenção e amor aprendem dia a dia como agir, adaptando suas atitudes para a manutenção da relação. Para saber se um casal tem ‘futuro’, basta avaliar como lidam com determinadas situações. Há casos em que até mesmo desavenças passageiras são capazes de alterar a vida conjugal. Obviamente, ninguém em meio a uma acalorada discussão tende a ressaltar qualidades do outro. Ao contrário, ainda que a pessoa tenha qualidades e virtudes notáveis, mais cedo ou mais tarde acabam se afogando no mar de palavras pejorativas. Por isso, é necessário ter cuidado sempre, calculando os resultados. Momentos conflituosos podem acabar em verdadeiros campeonatos para saber quem consegue ser mais hostil para com o outro. Incrível, mas é verdade. Muitas vezes, as discussões têm início por causa de uma bobagem e acabam mal, com agressões morais e físicas, difíceis de serem apagadas da memória. Dificuldades financeiras e conflitos familiares são os problemas mais recorrentes. Sem perceber, mesmo em momentos de intimidade, o teor da conversa esbarra em problemas difíceis de serem digeridos. É como se o casal adotasse um novo vocabulário, muito diferente das doces palavras pronunciadas à época de namoro. E, sem palavras de carinho e apoio, o abraço solidário e apaixonado fica cada vez mais fora do contexto. Com o passar do tempo, homem e mulher encontram pouco espaço para se abrir um com o outro e reviver momentos agradáveis. Pouco a pouco, o distanciamento torna muitas situações insustentáveis, transformando um casal feliz em pessoas amargas e frustradas. As sequelas de uma discussão mal administrada podem resultar em feridas que não cicatrizam nunca, levando o relacionamento - que um dia foi sadio - ao fim. O único ‘remédio’ para manter a saúde do relacionamento é conquistar o outro todos os dias. Olhar para a pessoa com quem se divide uma vida inteira e ainda encontrar motivos para cativá-la mais, mantendo o “fogo alto”. A sincera disposição para o diálogo amoroso pode ser o estímulo que faltava para salvar um relacionamento adoentado. Às vezes, é necessário ceder. Longe de ser uma demonstração de fraqueza, trata-se de um ato de grande bravura. Mais do que isso, é preciso declarar o seu amor, ainda que em meio à discussão. Se cada um der o melhor de si dentro do relacionamento, não haverá problema que não possa ser solucionado a dois. Relacionamentos amorosos têm discussões e desavenças. É utopia pensar o contrário. O que vale é saber que seu casamento não se concretizou apenas no dia da cerimônia, diante do sacerdote e das juras de amor e fidelidade proferidas diante dos presentes. Esses votos devem ser renovados a cada novo dia, tendo como bagagem a experiência de toda a convivência. Dedique-se, tenha fé, e faça de sua relação um eterno namoro, hoje e sempre. www.cancaonova.com)

Férias, tempo de família João Luís Almeida Machado Editor do Portal Planeta Educação*

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ão foram poucas as vezes em que ouvi os pais se lamentando em função da chegada das férias. Nada poderia ser mais desanimador para as crianças do que saber que seu pai e sua mãe não ‘curtem’ a possibilidade de todos estarem juntos durante períodos mais longos de tempo. As férias existem também para isso, para estreitar os laços familiares, aproximar pais e filhos, criar espaços de diálogo e definir uma verdadeira amizade. O tempo passa muito rapidamente e não percebemos isso. De repente, nossas crianças se tornam adolescentes, estão às vésperas de exames vestibulares e, finalmente, decolam para seus vôos particulares, em que viverão suas vidas totalmente independentes de nossa existência. Quando abrimos os olhos e percebemos a forma como o tempo se esvai, ficamos nos lamentando dos momentos que não vivemos, das emoções que não extravasamos, dos beijos e abraços que não demos. Ser pai e mãe envolve cobranças, castigos, ‘puxões de orelha’ e regras. Temos que cobrar disciplina de nossos filhos para que eles possam se adaptar aos rigores do mundo em que vivemos. Entretanto, temos que perceber a necessidade de uma presença mais participativa e carinhosa nessa relação entre pais e filhos. Brincar com os filhos em casa, ler histórias, assistir desenhos animados, desenhar, pintar e tantas outras atividades aumentam a cumplicidade e estimulam a amizade e a sinceridade entre pais e filhos. E não é necessário fazer estragos no orçamento doméstico para conseguir isso. Pelo contrário, as melhores fórmulas são justamente as mais simples e baratas. Aquelas que envolvem principalmente a participação, a presença dos pais, são muito mais valiosas do que qualquer uma que envolva investimentos mais altos. Uma volta de bicicleta na praça, uma visita ao clube, brincar com carrinhos ou bonecas na sala de casa, ler histórias infantis e revistas em quadrinhos, montar quebra-cabeças ou mesmo se divertir visitando algum museu ou exposição podem ser ótimos programas aos olhos de nossos filhos. Tenho certeza que todos nós conseguimos recordar diferentes situações em que estivemos reunidos com

nossos pais, irmãos e amigos a jogar baralho, assistir a algum filme, jogar conversa fora, lembrando histórias de extraterrestres ou de fantasmas ou ainda ajudando na cozinha à espera de algum petisco saboroso para acompanhar a ‘sessão da tarde’. É justamente por esse motivo que fico indignado quando escuto as lamúrias dos pais quanto a esses meses de férias. As crianças em casa passaram a ser vistas como problema ou então como gastos adicionais. A geladeira precisa estar constantemente abastecida, é necessário agendar passeios caros, a insatisfação dos filhos parece sempre ser maior do que o contentamento, eles parecem estar o tempo todo nos nossos pés pedindo alguma coisa. Não encarem as férias dessa maneira. Revertam essas expectativas. Pensem nas boas alternativas que se apresentam a partir dessa fortuita reunião familiar. Façam uma pesquisa das alternativas existentes em sua cidade ou região. Há muitos programas gratuitos ou baratos. Tornem a estadia em sua própria casa uma lembrança das mais agradáveis. São também muito legais as visitas a parques, as idas ao cinema e ao teatro. Se possível, tirem muitas fotos. Guardem recordações de cada um dos momentos vividos. Mostrem seu interesse para que as crianças percebam o quanto tudo o que estão vivendo é especial. Riam e se divirtam junto com seus filhos. Isso também representa uma alegria indescritível para eles. Não se esqueçam de visitar amigos e parentes, de ir à casa de seus pais para que seus filhos tenham um contato permanente com os avós. Permitam que eles se encontrem com primos e amigos, para que possam se divertir juntos. Acima de tudo, caros pais, valorizem o encontro com seus filhos. Todos os momentos vividos são especiais porque permitem que vocês estejam junto deles. O amor que existe entre vocês se torna ainda maior a cada novo dia compartilhado. O período de férias é a época do ano mais propícia ao estreitamento da união entre pais e filhos. Vivam esse período com grande intensidade. Isso será eternamente lembrado. *O autor é também doutor em Educação, professor universitário e pesquisador. Autor do livro “Na Sala de Aula com a Sétima Arte - Aprendendo com o Cinema”. Acesse o Portal em www.planetaeducacao.com.br

Com Jesus na contramão Antônio E. Allgayer

É

Advogado

o título que Carlos Mesters deu a um de seus livros. Nele me louvei para expor o que aí vai: Elites da intelectualidade de Israel não entenderam a mensagem de Jesus de Nazaré. Porém, a entenderam pessoas simples do povo. Ele bendisse ao Pai por ter revelado a Boa Notícia aos pequenos e não a pretensos sábios...(Mt l l, 25-26). Na sinagoga de Nazaré, Jesus revelou o seu propósito de pregar o Evangelho aos pobres. Em nossa realidade de país latino-americano, entre os pobres hão de ser incluídos os índios sobreviventes ao genocídio, os afrodescendentes ainda discriminados, os bóias-frias da hinterlândia brasileira, os migrantes constrangidos a trocar o campo pela cidade, os favelados, os sem-teto, sem voz e sem vez. No Sermão da Planície, segundo Lucas, são por Jesus declarados felizes os pobres, os esfomeados crônicos, os acabrunhados, os perseguidos (Lc 6, 2O-23). Pelo mero fato de estarem inseridos num contexto social de miséria e abandono, são alvo da compaixão de Deus. O Reino prometido aos radicalmente ofendidos acontece na contramão daquilo que nós, os “bem-situados” na vida, consideramos normal, razoável e apetecível. A mensagem salvífica de Jesus por vezes soa estranha e de certo modo paradoxal: “O menor é o maior”

(Lc 9,48); “o último é o primeiro” (Mt 19, 30); “quem perde ganha” (Mc 8,35); “quem morre vive” (Jo 11,25). Na senda do lava-pés o rei serve e o servo reina. O adulto é instado a imitar a criança. “Num oficial pagão se encontra mais fé do que em Israel; uma prostituta demonstra ter mais amor do que um fariseu observante da tradição dos antigos” (in “Um Novo Céu e Uma Nova Terra”, Vozes, 1973, pp 34 e 35). Na prática de Jesus o novo substitui o velho (Is 43, l8-l9). Admitir que Mateus, um agente a serviço do erário romano, fosse convidado a ser apóstolo de Jesus era algo que não se coadunava com o pensar de fariseus e escribas. Menos ainda que Jesus “comesse com publicanos e pecadores”, contraindo impureza ritual. E o fato de Jesus hospedar-se em casa de Zaqueu, odiado chefe dos exatores de impostos em Jericó, foi deveras provocativo, conquanto levasse o hospedeiro a mudança radical de vida. Uma anônima samaritana de Sicar, sexualmente volúvel, foi a única confidente direta da messianidade de Jesus e se tornou a primeira arauta do Evangelho na Samaria. E, fato pouco lembrado, ainda hoje na celebração eucarística repristinamos a prece que nos ensinou um oficial pagão: “Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada...” A advertência de que não nos deixemos contaminar pelo fermento dos fariseus é de um espantoso realismo. Considerar-nos melhores do que o publicano da parábola e semelhantes ao fariseu é tentação que facilmente nos acomete.

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Educação e psicologia

A música

1.º a 15 de fevereiro de 2009

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Fotos: Divulgação

volta à escola básica

Ana Lúcia Louro

Professora da UFSM. Doutora em Música

Em 15 de setembro de 2008 foi sancionada a lei 11.769 que determina a volta da música como conteúdo obrigatório na Educação Básica. O conteúdo é aquilo que deve ser ensinado por lei, sendo a Escola Básica a que nossas crianças frequentam durante a infância e adolescência, e é constituída pela Educação Infantil e os ensinos fundamental e médio.

Qual a importância desse ato para a O que muda A Educação Musical na música para além das práticas formação de nossas crianças? Segundo um depoimento presente no site da Associação Internacional de Eduda Igreja? religiosas cação Musical, uma criança diz “ A música definitivamente ajudou a que eu me entendesse melhor” (criança, no site da ISME, pode ser visto pela Internet em www. isme.org/Advocacy, em Inglês). A música parece ser uma poderosa ferramenta de autoconhecimento. Ainda para o manifesto que levou à sanção da lei, “a música é uma prática social, produzida e vivida por pessoas, constituindo instância privilegiada de socialização, onde é possível exercitar as capacidades de ouvir, compreender e respeitar o outro” (Manifesto - Pode ser visto pela Internet em www.queroeducacaomusicalnaescola.com/index2.htm, em Português). A música se torna uma ferramenta de convívio social mais pacífico entre as pessoas. Anna Viljoen/ sxc.hu

Quais as consequências do aumento dessa atividade artística? Várias pesquisas têm comprovado o impacto da música sobre a cognição e a sociabilidade das crianças. Alguns educadores argumentam que é mais uma matéria que terá de ser agregada à grade curricular. Ainda existe um debate se este conteúdo seria dado dentro das horas da Educação Artística, disciplina já existente com uma carga-horária de 2 horas semanais em média, ou em um contra-turno, que seria fazer a criança que estuda de manhã, por exemplo, ficar na escola à tarde para ter esta disciplina entre outras. Mas, muito embora o debate esteja só começando, podemos afirmar que os benefícios da aprovação da nova lei já podem ser sentidos numa maior valorização dos profissionais da área. Os professores com formação em Licenciatura em Música têm sido mais requisitados nas escolas particulares e nos concursos públicos, apesar de haver ainda muito problema no que diz respeito à realização de concursos para área.

O Salmista já nos estimula ao canto de louvor: “Cantarei um cântico de louvor ao nome do Senhor, e o glorificarei com um hino de gratidão” (Salmo 68: 31). Alguns estudos já têm sido feitos sobre a música dentro da nossa religião. Recentemente, este foi tema de uma monografia de conclusão, no curso de Licenciatura em Música onde leciono, mas a autora falava da aprendizagem musical informal ocorrida entre os jovens do CLJ (Curso de Liderança Juvenil). Se a Igreja já possui uma musicalidade latente sem que haja música formalmente nas escolas, muito mais ela se fará presente agora. Isto significa uma maior alegria e competência musical nos ritos litúrgicos. Mas seria apenas para “alegrar nossa vida” que a nova lei se torna importante?

A música na escola vai bem mais além das práticas religiosas, embora estas sejam importantes. A música na escola significa o encontro multicultural das diferentes “tribos” dos alunos que a frequentam. Onde diferentes maneiras de ser e ouvir o mundo possam entrar em diálogo com diversas tradições eruditas ou não trazidas pelo professor de música. Para alguns deve haver uma volta ao movimento coral, onde cantar seja a principal atividade, para outros a descoberta de novos sons e de sonoridades alternativas, como no uso de instrumentos de sucata (aqueles fabricados a partir de materiais que normalmente iriam para o lixo), deve prevalecer. Ainda outros destacam a importância da educação para a audição, do saber ouvir música, onde o senso do “belo” é o que mais se sobressai. Para visões ligadas aos estudos sociológicos da Educação Musical, conviver musicalmente é aceitar o diferente, é também aprender a vivenciar outras culturas e “abrir a cabeça” para diferentes pensamentos. Fazer música em grupo é negociar significados e ações. Haverá muitas contribuições da volta da música na escola. E que ela seja bem-vinda!


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Religiosidade popular Riscos e vantagens para o catolicismo brasileiro

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Tema em foco

1.º a 15 de fevereiro de 2009

Emocionante devoção em Porto Alegre A maior festa religiosa do Rio Grande do Sul, em que pese todo o esforço da Igreja, não está imune a todo tipo de sincretismo. A ‘santinha’ de Navegantes – como costuma ser chamada –, sob as suas diversas denominações, é uma das santas mais poderosas da devoção, especialmente da população pobre ou com instrução insuficiente das cidades ribeirinhas do Rio Grande do Sul onde a devoção é mais acentuada. Em Porto Alegre, centenas de milhares de devotos acompanham o translado, em meados de janeiro, da estátua da Paróquia de N. Sra. de Navegantes até a Igreja do Rosário, no centro capital, visitam esta igreja durante as duas semanas que ali fica e acompanham seu retorno à igreja de origem dia 2 de fevereiro.

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eligiosidade popular: riscos e vantagens para o catolicismo brasileiro Antônio Conselheiro e Canudos, Padre Cícero Romão e Juazeiro, Guerra do Contestado, Círio de Nazaré (foto abaixo), romarias, oferendas nas praias, curas miraculosas. São algumas das expressões clássicas de religiosidade popular brasileira já bem conhecidas e estudadas por antropólogos, historiadores e sociólogos da religião. Com certeza, representam apenas uma ponta de incontáveis outras manifestações religiosas sincréticas não alinhadas com a religião oficial e que se fazem presentes na relação mágica e fantástica com o sagrado que subjaz na matriz cultural brasileira.Têm sua origem na incompleta e superficial ‘cristianização’ do País, desde o Brasil Colônia; na impermeabilidade dos ritos litúrgicos – em latim; e na inacessibilidade aos textos sagrados e completa ausência da inculturação do evangelho à cultural local, só tornada possível com o Concílio Vaticano II, mas ainda não transformada em realidade junto às camadas populares. Divulgação

Vantagens e riscos Entre os principais aspectos positivos a que o catolicismo oficial poderia estar mais atento está a capacidade de encatamento em contraposição à racionalidade; a abertura ao diálogo religioso em contraposição a atitudes de posições fundamentalistas; e a alegria espontaneidade, bem diferente à sisudez e contenção de gestos litúrgicos de enfadonhas celebrações católicas. Os riscos ficam por conta do sincretismo religioso, excesso de intermediações nas relações com o divino e ausência da graça, especialmente, enfatizando-se a ‘graça alcançada’ ou ‘pedido atendido’ através da intermediação, anulando, assim o sacrifício de Jesus na Cruz.

“Representa tudo. Minha mãe estava mal mesmo, fez uma cirurgia e complicou: estava quase morrendo. Pedi para a mãe de Navegantes para salvá-la e tenho certeza que foi ela que salvou. Desde aquele ano não perco mais procissão”- Eni Fátima Gonçalves, 31 anos, atendente

“Ela é nossa mãezinha, consoladora dos aflitos. Sempre recorro a ela para pedir paz e proteção para a família. Que os irmãos continuem se amando e sendo generosos”. Sônia Barreto, 54 anos, três filhos e vários netos

“Tenho devoção antiga a Iemanjá. Ela é algo forte. Toda vez que a imagem está aqui eu venho. E nesse ano vou de novo na praia, alugo um barquinho e entro na água para as oferendas”. Wolmar Neves Marques, 43 anos

“Minhas duas santas são tudo: Nossa Senhora Aparecida e a Iamanjá”. João Almerão Pereira, 62 anos

“Vim trazer meu neto e pagar promessa a Iemanjá que atendeu pedido e curou o Igor. Ela é tudo para mim”. Marinês Correa, 40 anos (na foto, com a filha e o neto)

“Eles nos edificam e convertem!” É nesses termos que Pe. José Ivo Follmann avalia a massivas manifestações de religiosidade popular brasileira. José Ivo é padre jesuíta, doutor em sociologia das religiões, vice-reitor e professor da Unisinos. Concedeu entrevista exclusiva ao Solidário a propósito da Festa de Navegantes. Solidário: Dentro do contexto da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, qual o papel que a “religiosidade popular” continua tendo no Brasil? Pe. J. Ivo: Historicamente, no Brasil, foram cultivadas múltiplas expressões de “catolicismo popular” ou, talvez mais precisamente, de “religiosidade popular”, compostas de uma ampla gama de criativas fórmulas de “sobrevivência” religiosa. Trata-se de uma característica que em geral é atribuída ao desamparo dos fiéis de parte de um clero relativamente escasso ou mal preparado, ao longo de amplos períodos de nossa história. Poder-se-ia dizer, no entanto, que “há males que vem para o bem” e foi graças a esse desamparo, em muitas situações, que a criatividade religiosa teve oportunidade de fluir melhor. Por ocasião de uma reflexão sobre o Documento da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho – CELAM, em Aparecida do Norte, Brasil, escrevíamos que a escolha do Santuário de Aparecida para a realização daquela Conferência devia ser entendida dentro do contexto de um decidido empenho, de parte da hierarquia católica, neste continente, por uma maior aproximação com a maneira de vivenciar e expressar a fé católica, testemunhada pelo povo. Tratava-se de um gesto de

aproximação que devia ser visto como um gesto de diálogo, dizíamos no texto. A V Conferência deu-se num ambiente de permanente contato com devotos marianos e romeiros e os bispos escreveram: “eles nos edificaram e evangelizaram”. Ao aprovarem estas palavras, com certeza, os bispos não estavam simplesmente referendando uma bela frase de efeito retórico... O diálogo não permanece ao nível de devotos marianos e romeiros, mas são todos os “rostos” do povo sofrido latino-americano e caribenho que compareceram naquele texto dos bispos. Trata-se de “rostos” de pessoas, que quando se voltam para alguma imagem de sua devoção, - seja ela de Nossa Senhora de Aparecida ou de Guadalupe, ou do Padre Cícero, ou do Padre Reus, ou de Nossa Senhora dos Navegantes, ou..., - não o fazem de uma forma alienada, mas carregam consigo uma grande carga existencial, de sofrimento e de busca de superação desse sofrimento. As imagens, por vezes, são pequenas ou até estranhamente minúsculas, mas a carga existencial da relação, que se estabelece, é de difícil medida. Solidário: O povo que frequenta em massa festas como a de Nossa Senhora dos Navegantes, ou Santuários como o de Nossa Senhora de Aparecida, etc, está efetivamente buscando o quê? Pe. J. Ivo: As movimentações do povo em torno de festas como a de Navegantes, do Círio de Belém, do Santuário do Aparecida, entre outras, são conhecidas e são impressionantes, mas o que mais deve chamar a nossa

atenção é o motivo dessas concentrações e peregrinações. Devemos ter claro que não se trata só de mobilizações católicas. Em geral, há outras concepções e atribuições religiosas envolvidas. Os Orixás femininos, “Oxum” e “Iemanjá”, são homenageados tanto por umbandistas como por seguidores de religiões de matriz africana, na mesma imagem da Virgem Maria venerada pelos católicos. Por detrás de toda essa movimentação de gente existe o grandioso: as pessoas em busca de uma referência sagrada, em busca de segurança, de paz, de perspectivas de vida e de confirmação na esperança. Pode-se falar em “busca de sentido”. Aquele sentido que dá unidade a tudo o que existe e que a pessoa experimenta em sua existência. É o sentido religioso, para as pessoas que crêem. É a sua forma de “narrar Deus” em sua vida. Solidário: Pode-se dizer que hoje a hierarquia católica está mais tolerante com relação às manifestações do “catolicismo popular” do que em outros momentos da história? Pe J. Ivo: Já transcorreram vários anos desde o evento patético e inusitado do “chute da santa”, por um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus. Na época, o gesto foi rejeitado com veemência não só pela Igreja Católica, mas pela sociedade brasileira como um todo e de forma unânime. A rejeição tinha evidentemente um forte conteúdo de cultura e identidade nacional, mas também, foi a manifestação de que a sociedade não aceita mais este tipo de intolerância. O evento em si já caiu no esquecimento e seria insignificante trazê-lo à memória se não fosse a nossa intenção de lembrar

as inúmeras intolerâncias cometidas em relação às manifestações religiosas populares e, sobretudo, em relação às manifestações religiosas dos povos indígenas, dos afro-descendentes e de outros, em nossa sociedade. Na virada do século (ano 2000), na Assembléia Geral dos Bispos do Brasil, a Igreja Católica manifestou publicamente um pedido de perdão aos povos indígenas e outros setores da sociedade contra os quais foram cometidos erros ao longo da nossa história de quinhentos anos depois da chegada dos portugueses em terras brasileiras. Mais do que Pe. José Ivo Follmann comemoração, o ano 2000 significou, no caso, para a Igreja Católica, uma nova tomada de consciência. A mesma tomada de consciência que fez com que os bispos da América Latina e Caribe, dissessem: “eles nos edificaram e evangelizaram!” Em festas como a de Nossa Senhora dos Navegantes, encontramos, sem dúvidas, muitos motivos para dizer: “eles nos edificam e convertem!”


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As viroses e a infância Moises Chencinski Médico pediatra e homeopata*

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ocê não fica com muita raiva quando leva seu filho ao médico e ele vem, mais uma vez, com aquele papinho de virose? E não interessa em que época do ano, que sintomas ele tenha, bastou ir ao pronto socorro, fazer exames, avaliações e lá vem ela de novo: a virose. Vou te contar uma coisa: esses médicos devem estar com a razão. Agora mesmo, em janeiro, em Mongaguá, na Baixada Santista, existe um surto de cerca de 400 casos com diarréia, vômito e febre, lotando os hospitais da região e exigindo um cuidado maior das autoridades de saúde locais. E adivinhem!!! Isso mesmo: é virose. São vários os microorganismos que podem causar doenças nos seres humanos, em qualquer faixa etária. Podemos ter bactérias, fungos, parasitas, mas sem a menor dúvida, mais de 90% dos quadros infecciosos febris – que atingem especialmente a população infantil – são causados pelos vírus. Todos conhecem algumas doenças causadas por vírus: sarampo, caxumba, rubéola, catapora, raiva, dengue, febre amarela, herpes, HPV, AIDS, hepatite A, B e C, rotavírus, bronquiolite entre outros. Mas há muitas, muitas, muitas outras que provocam sintomas tanto respiratórios (tosse, coriza, falta de ar) quanto digestivos (diarréia, vômitos) e até bem gerais (febre, falta de apetite, desânimo, prostração), mas que não têm um nome especial. Para esses quadros provocados por vírus que não apresentam uma sintomatologia característica, mas que se encaixam nesse perfil através de avaliações epidemiológicas, clínicas, radiológicas e laboratoriais nós, médicos, damos o nome genérico de... de... de... viroses. Cada vírus tem sua preferência por alguma parte do nosso organismo. Nas épocas de verão e calor, é mais comum o aparecimento de quadros digestivos (diarréia, vômitos e febre). Já no inverno, os quadros respiratórios aparecem com mais intensidade (tosse, coriza, espirros, respiração cansada, dor de garganta, ouvidos, entre outros). Agora você deve estar se perguntando: então, como posso saber se meu filho está com virose? Te explico! Existem alguns sintomas inespecíficos que podem nos fazer suspeitar desse quadro, mas é principalmente a evolução e o aparecimento dos quadros mais específicos que poderão garantir o diagnóstico. Mal estar, inapetência (falta de apetite), uma febrícula inicial que pode aumentar muito, alteração de humor, de sono, indisposição são alguns desses sintomas que podem estar presentes em quadros virais. Lembre-se: o mais importante, nos quadros virais, é a prevenção. Há doenças virais que podem ser prevenidas por vacinas com alto índice de eficácia. Entre elas a poliomielite (Sabin ou Salk), hepatite A e B, sarampo, caxumba e rubéola, febre amarela e, mais recentemente, o HPV. Não deixe de conversar com seu pediatra ou ir aos postos de saúde para acertar a carteira de vacinação do pequenino. As crianças são as que mais sofrem com os sintomas de virose. *www.doutormoises.com.br

Saber viver Contra o câncer e por eterna juventude Experimente o seguinte: durante 30 dias, quando for dormir à noite, leve em garrafa térmica um litro de água, com a temperatura do corpo, de 36 a 40 graus. Ao levantar, na manhã seguinte, tome o equivalente a ¾ de litro, antes de escovar os dentes (sem escovar os dentes, porque a saliva, antes da escovação, se transforma em detergente e lava o estômago também). Desta maneira, evitará o câncer e outras doenças. Após 45 minutos, faça o desjejum, mas tome água somente após 2 horas ou mais. Se tomar qualquer líquido antes deste espaço de tempo, terá uma fermentação muito forte e com o decorrer dos anos, pode sofrer de azia e outros inconvenientes e poderá, no futuro, ter câncer no fígado e estômago, bem como em qualquer parte do corpo. Mastigar, somente com a própria saliva, sem nenhum outro elemento. A água e os alimentos são o que há de melhor para a boa saúde, porém, deverão ser usados de maneira correta, caso contrário poderão fazer muito mal. Com este sistema de tomar água, você vai sentir o seguinte: não terá mais mau hálito, o suor e gases não terão mau cheiro e não terá mais mau odor nos pés. Vai sentir-se muito bem para o resto de sua vida. Portanto, juventude eterna e muitas alegrias junto com seus entes queridos. Faça uma experiência, pratique este sistema por uma semana e verá o resultado. Este é o preço da boa saúde. Tenho certeza de que nunca mais irá abandonar este sistema. Transmita estas experiências aos seus amigos e também aos menos amigos, que serão bem amigos no futuro. (Heitor Dill Silva)

É bom saber Mau hálito. A halitose pode ser provocada por rinite, sinusite ou pelo acúmulo de “caseum” - secreção resultante da fermentação - nas amídalas. Por problemas no aparelho digestivo (gastrite e refluxo), e também no processo conhecido por cetose, decorrente de diabetes ou de regimes de emagrecimento, bem como dentes em mau estado. Refrigerante nos dentes. A bebida com gás pode ser a razão principal do aumento do desgaste do esmalte dos dentes entre adolescentes. O risco de erosão foi 50% maior em crianças de 12 anos e 220% maior nas de 14 que tomavam refrigerantes e outras bebidas com gás. A erosão é causada pelas substâncias ácidas presentes nessas bebidas. Prato cheio de vegetais. Estudo feito em mais de 488 mil voluntários confirma que é disso que se precisa para blindar o intestino. Em uma publicação na prestigiada revista American Journal of Epidemiology, cientistas americanos constataram que voluntários que comiam mais de duas porções de vegetais por dia, diminuíam o risco de problemas como tumor de cólon, em 26%. O trio de substâncias que está por trás do benefício são os flavonóides, que protegem a membrana das células de danos capazes de torná-las malignas, o ácido fólico (vitamina do complexo B encontrada nos verdes) e os carotenóides, que defendem nossas células da ação danosa dos radicais livres. Maçã Verde. Boa para combater a prisão de ventre e controlar os níveis de colesterol ruim e triglicérides. Ela tem muitas fibras solúveis na polpa e insolúveis e pode ser consumida diariamente até mesmo por diabéticos. Mas, diferentemente da vermelha, a verde não conta com teor significativo de fenóis, antioxidantes que diminuem o risco de doenças coronarianas. Laticínio para Gota. Beber de um a cinco copos de leite desnatado por dia reduz em 43% risco de ter gota, forma de artrite causada pela cristalização do ácido úrico nas juntas, afirma o médico autor do estudo Hyon Choi, do Hospital Geral de Massachustes, que avaliou os hábitos alimentares de 47.150 homens. Esta é a primeira evidência cientifica de que o leite e derivados protegem contra a doença. Romã reduz doenças cardiovasculares. Uma pesquisa israelense comprovou a presença de substâncias antioxidantes no suco de romã. Um copo de romã por dia reduz os riscos de doenças cardiovasculares e, ainda, outro estudo nos EUA com ratos, mostrou que o suco pode diminuir o avanço do câncer de próstata. Batata, o quarto alimento mais consumido no mundo. A produção mundial chega a 300 milhões de toneladas anuais. O valor energético, a ausência de colesterol e o fato de possuir sabor e aroma pouco acentuados – possibilitando grande variedade de combinações – são as razões de seu sucesso. No mercado brasileiro estão disponíveis 12 variedades, mas algumas dessas variedades deixam a desejar na aplicação culinária. As que têm mais água rendem menos, absorvem mais gorduras e são inadequadas para fritar, caso da ágata e da monalisa. As variedades que tem mais matéria sólida ficam crocantes e quando fritas absorvem menos gordura e são mais saborosas. Uma unidade média assada fornece 25mg de vitamina C (mais de 40% da cota diária recomendada para adultos), 20% de vitamina B6, 10% de niacina (ferro e magnésio) e 840 mg de potássio. Em uma batata média assada ou cozida consumimos 60 a 100 calorias, enquanto a frita pode chegar a 500 calorias e até 35g de gordura.

Batata “rösti”

Uma receita de sucesso mundial INGREDIENTES 800g de batata 4 colheres (sopa)de manteiga 2 colheres de óleo de milho ou de girassol Sal a gosto COMO FAZER Cozinhe as batatas com casca e sal e deixe-as descansar por ao menos quatro horas em temperatura ambiente. Na hora de preparar, descasque e rale as batatas em lascas grossas, tomando cuidado para não amassá-las. Numa frigideira anti-aderente, junte a manteiga e o óleo, deixando esquentar bem. Acrescente a batata ralada, salpique o sal a gosto e mexa com cuidado toda batata para deixá-la levemente tostada. Depois de virar algumas vezes, deixe fritar novamente para formar uma crosta dos dois lados. Cubra a frigideira com um prato e vire. Sirva em seguida. Varie a receita acrescentando alecrim, cogumelos, rodelas de alho-poró refogados ou cubos de queijo. (Receita do restaurante Florina - tel.0/xx/5041-5740)


Espaço aberto

Dias J.Peirano Maciel Médico

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ias difíceis são estes que estamos vivendo. Um amigo dizia: para grandes problemas, grandes soluções. Na verdade, precisaríamos, se fosse possível,uma grande solução,que tivesse o condão de conhecer e suprimir as causas de nossas dificuldades. O mundo atual vive dominado por uma cosmovisão cientifista. Devemos, porém, fazer uma distinção entre “cientismo” e “ciência”. É o “cientismo” que leva a essa cosmovisão que referimos, ou seja, uma concepção do mundo e do homem limitada, que não tem respostas para os grandes problemas da vida. E’ claro, devemos à ciência, grande fruto da inteligência humana, o incontestável progresso, notadamente tecnológico, no meio do qual usufruímos conquistas que se foram somando ao longo dos séculos. Homens notáveis construíram, pedra sobre pedra,o legado que desfrutamos. Recordemos apenas o que ocorreu,como simples comparação, no período iniciado no ano de l900 até nossos dias superssônicos. Impossível enu-

difíceis

merar aqui as principais diferenças, mas você, leitor inteligente, pode imaginá-las .Entretanto, como disse acima, o cientismo, que mal interpreta a Ciência com C maiúsculo, conduz à cosmovisão cientifista, em oposição à cosmovisão realista ou até à metafísica, onde encontramos os elementos que contemplam nossos anseios mais profundos: nossa origem, nossa natureza, nosso destino, nossos profundos questionamentos existenciais. Ressaltemos mais algumas características de nossos difíceis dias. A confusão reinante no mundo das idéias, das crenças,dos hábitos, da moral em geral e familiar, a violência e a corrupção universais, que convivem com quadros de aparente felicidade, as ilhas de prosperidade e os continentes de miséria, guerras e a falsa paz, o nosso planeta sofrendo os efeitos da devastação ecológica, ameaçando nossa sobrevivência em futuro incerto. Não podemos, leitor,seria enfadonho, talvez muito técnico, esmiuçar essas questões relevantes. Também não sou especialista nos temas enunciados e o espaço é curto. Detenhamo-nos, porém, dentro da confusão reinante, no

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Sem fronteiras

que diz respeito às idéias e crenças. “Profetas” de várias origens têm afirmado que nosso século XXI será um século de espiritualidade. Há uma explosão de autores espíritas, cujos livros lotam prateleiras de livrarias e as revistas nos estandes, todos de ótima apresentação e padrão literário. Do mesmo modo, encontramos literatura de ritos africanos e hindus, sem falar nas igrejas pentecostais, etc.. Os espíritas, cujas crenças não constituem uma religião, e que, segundo me consta, não são contra as religiões como tais, têm o direito de tirar conclusões com base nas premissas científicas vigentes. Os patamares científicos estabelecidos em meados do século XX, especialmente a física quântica de Planck e a relatividade geral de Einstein, a equivalência entre matéria e energia, a concepção do Cosmo como algo unitário e interdependente, fora de dúvida influenciou àqueles que acima chamamos de “profetas”. Não podemos duvidar das descobertas quânticas e da relatividade, pois isso seria negar que o uso de iPods, navegadores GPS, impressoras a laser, TVs digitais e DVDs,etc., são frutos derivados daquelas descobertas. Podemos é contestar a ciência que gerou o “cientismo”, que por sua vez levou ao ateísmo científico, negador de Deus . De outra parte, a Ciência com C maiúsculo, criacionista, não aceita que, por exemplo, a vida teve início de reações químicas que geraram moléculas e que estas, por acaso, foram se combinando até surgir a vida orgânica. Impossível excluir uma Ação Superior Inteligente na origem do fantástico Universo dos Seres, do Homem. Pouco antes de morrer, Einstein afirmou: Quem não admite o mistério insondável, não pode ser nem mesmo um cientista. A Ciência se aproxima do mistério, portanto da Religião. Muito bom

Prioridades para a ação Martha Alves D´Azevedo

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Comissão Comunicação Sem Fronteiras

m seu relatório semestral, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) declara que a maioria dos países, que fazem parte dela, vai enfrentar uma recessão severa e prolongada, alguns até 2010, e recomenda um coquetel de retomada orçamentária, redução das taxas de juros e injeções de liquidez na economia. Numa perspectiva sombria, afirma que “para a maioria dos países da OCDE não há perspectivas de retomada antes do segundo semestre de 2010, o que significa que esta recessão será, sem dúvida, a mais severa desde o inicio dos anos 80”. Os especialistas brasileiros concordam que o cenário previsto para a crise financeira e a economia global tem sido cada vez mais sombrio, mas destacam que para os países emergentes pode haver um alento na segunda metade do ano 2009. O diretor de renda fixa e pesquisa macroeconômica do Unibanco Asset Management (UAM), Alexandre Mathias, acredita que “a crise vai ser importante, mas muito mais curta nos países emergentes, que deverão presenciar uma retomada na curva de crescimento a partir do segundo semestre do próximo ano”. Na opinião do executivo, a crise deverá se prolongar nos países desenvolvidos, especialmente nos Estados Unidos, onde deverá durar de dois a três anos. Marcelo Muinhos, do Citi Group, Regina Nunes, presidente da Standard & Poor, (S&P) no Brasil, e Alexandre Mathias participaram em novembro, em São Paulo, do seminário “O Brasil e a crise internacional: Prioridades para a ação”, organizado pela Câmara Americana de Comércio (AMCHAM), onde, depois de discutir a crise econômica internacional e o perigo da recessão e desemprego, buscaram soluções para que o Brasil evite um impacto maior da crise e supere de forma mais tranquila outras que poderão surgir. Foram recomendados investimentos estruturais, especialmente em educação básica e em infraestrutura. O ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Roberto Abdenur, destacou a necessidade de investimentos em educação e em inovação, a realização de reformas como a tributária, a trabalhista e a previdenciária, e, uma política externa voltada para a diversificação das parcerias, são algumas das ações que precisam ser colocadas na agenda interna do governo.

Visa e Mastercard

Chegou

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Catequese solidária

Igreja e comunidade Voz do Pastor

O desafio da genética

Tecnologias na catequese

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Dom Dadeus Grings

José Carlos de Azevedo e Sá*

emos ouvido falar das novas tecnologias que devem estar a serviço da educação. Mas, que tipo de utilização é que se pode fazer das tecnologias na catequese? Há quem pense que basta fazer umas apresentações para mostrar às crianças. E muitos catequistas já o fazem. Desta forma, estão utilizando o computador apenas como um recurso pedagógico. É bom… mas é preciso ir mais longe. Quando se fala da integração das tecnologias na educação, estamos falando de recursos e de estratégias. Isto é, é preciso repensar a forma de fazer catequese, optando por outra pedagogia. É bom que se tenha conteúdos (apresentações/filmes) para apresentar. Mas não podemos esquecer que precisamos questionar a metodologia que vem sendo adotada. O catequista não deve ser apenas o fiel transmissor da doutrina, fazendo das crianças depositárias passivas, sem espírito crítico, não valorizando as suas experiências de vida e saberes construídos previamente. O catequista deve assumir o papel de facilitador, de orientador, menos diretivo, promovendo a interação dentro do grupo, o trabalho de pesquisa e a capacidade de reflexão crítica. Assim, a criança aprende de uma forma mais autônoma, ativa, com respeito pela diferença, com espírito crítico (capacidade de reflexão) e, por isso, uma catequese mais significativa, cujo efeito perdure e se concretize na vida. Os saberes construídos em cada encontro, juntamente com os conhecimentos prévios, e a interação com o grupo e outras pessoas externas ao mesmo, permitirão a construção de novos caminhos para novas situações. Para melhor entendermos, exemplificamos com uma imagem: a forma de manter a areia na mão é manter a mão aberta; se a fecharmos, com medo de perder a areia, esta escapa por entre os nossos dedos, e quando abrirmos a mão, restam poucos grãos. Uma das situações problemáticas, com que nos deparamos na sociedade atual, são as crianças fruto de famílias com dificuldades na sua forma de estruturação. As crianças destas famílias, sem culpa, terão que faltar frequentemente à catequese, em virtude de terem de passar fins-de-semana, alternados, com os progenitores. Consequência: faltas contínuas à catequese, falta de acompanhamento, e consequente desmotivação e desvinculação. Não esquecendo a pseudo questão da justiça em relação aos outros que são assíduos. Será que não podemos fazer nada que minimize esta situação? Será que vamos ficar impávidos e serenos, ou pregar contra esta situação, em vez de procurarmos soluções? Dentro do espírito de uma nova metodologia, e tentando encontrar uma resposta a esta situação problemática e desafiante, a Internet reúne uma séria de potencialidades que podem e devem ser aproveitadas ao serviço da catequese. Preparemos material interessante para as crianças pesquisarem na internet, mesmo àquelas que, porventura, tiverem faltado ao encontro de catequese. Não diabolizemos a Internet, culpando-a de todos os males. Encontremos, antes, soluções motivadoras, capazes de atrair as crianças e apostando em bom conteúdo. Não falo da simples navegação na Internet, mas de aproveitar os diversos serviços e ferramentas que ela disponibiliza. Para não me alongar mais, fico por aqui, mas sugiro o debate sobre estas e outras questões. Este texto não pretende oferecer soluções perfeitas, mas sim estimular o debate e a reflexão, com espírito aberto. *WWW.partilhar.com

João C. Nedel - 07/02 Rodolfo Pfitscher - 09/02 Martha G. A. D’Azevedo - 10/02 Odete Gonçalves - 13/02

Arcebispo Metropolitano de P. Alegre

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nova época penetrou no código da genética e se habilitou a decodificála. Descobriu o gene, que está na sua base. Penetrou no segredo da vida. Tem sua chave e pode dispor dela. A pergunta agora é: que fazer dela? Deixá-la como está ou modificá-la com novos projetos? A vida – que classificamos em três graus: vegetativa, sensitiva e intelectiva – constituiu, até há pouco tempo, um segredo que desafiava a racionalidade humana. Investiu-se na sua conservação. Falamos, por isso, de ecologia. Conseguimos avanços significativos. Basta citar um exemplo: não temos nenhum registro de pessoa centenária no século XVIII. Com o progresso, que atingiu a conservação da vida, contamos, no início do século XXI, só no Brasil, com mais de 24 mil pessoas com mais de 100 anos. Algo de muito bom está acontecendo. A descoberta do gene e a consequente atuação sobre ele permitem prevenir doenças antes que apareçam. Foi sempre o sonho da humanidade. Prefere prevenir a remediar. A vida tem a seu favor uma ciência e uma técnica – na medicina, na odontologia, na psiquiatria – cada vez mais sofisticadas. Podemos, senão eliminar, pelo menos minimizar o sofrimento humano e animal. A saúde tem recursos que antigamente se diriam milagrosos, para se manter em nível satisfatório. Com as novas técnicas, parece que chegamos aos tempos messiânicos, previstos pelos profetas

do Antigo Testamento. Os cegos veem, o coxos andam, os leprosos são limpos e até mortos ressuscitam, ou seja, são reanimados. A qualidade de vida cresceu. Neste contexto de sinais tão promissores dos tempos novos, cabe uma atenção especial à vida como um todo. Ela não é apenas física. Além da dimensão vegetativa, que recebeu a maior contribuição das ciências, registramos também a vida sensitiva, com o funcionamento dos diversos órgãos, mas principalmente a vida intelectiva, expressa pelo conhecimento, pelo amor e pelos sentimentos. Se a genética se enquadrar nas diretrizes do amor, será extremamente benéfica. Sabemos que só o amor constrói. Por isso S. Agostinho pode orientar, com segurança: ‘Ama e faze o que quiseres’, o que equivale a garantir que tudo o que for feito por amor será bom. A ontologia nos ensina que a unidade, a verdade e a bondade, sendo propriedades transcendentes do ser, equiparam-se. Em outras palavras, a bondade só será autêntica se for verdadeira. Isso não necessita de explicação, pela evidência do enunciado. Mas, igualmente, nenhuma verdade será legítima se não for bondosa. É que ambas têm a mesma extensão transcendente do ser. Portanto, o futuro da humanidade e o valor da nova época, que os sinais dos tempos estão a preconizar, dependem da genética, baseados nas exigências do amor. Esse amor, conforme os demais sinais dos novos tempos, adquiriu uma consciência planetária e dispõe de uma abundância de bens materiais nunca vista e, talvez, por isso mesmo, cedeu prioridade aos bens espirituais, que se concentram no conhecimento e no amor. O desafio da genética está, pois, em levá-la às culminâncias do amor e acioná-la por ele.

Testemunho de fé e prova científica Urbano Zilles Teólogo

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ertamente, existe uma diferença entre uma “prova” científica e o “testemunho” da fé. A prova é um processo de estrutura triádica, pois “provo algo a alguém”, ou seja, coloco alguém em condição de ver algo da mesma maneira que eu vejo. A prova envolve apenas meu intelecto. O testemunho, cuja estrutura é diádica, envolve toda minha pessoa, pois significa que “estou com todo meu ser por aquilo que digo”. Em outras palavras, há uma diferença entre um simples discurso sobre Deus e o testemunho da verdade do evangelho, pois este nos compromete em todo nosso ser, nossa vida. Os antigos cristãos chamavam “martírio” o testemunho da fé. O termo “martírio” deriva do grego. Era usado no vocabulário judicial, designando o testemunho dado sob juramento. Refere-se mais à prova apresentada que ao próprio fato de testemunhar. Ocorre mais vezes na versão grega do Antigo Testamento, tanto em sentido estrito quanto em sentido mais amplo. Em algumas passagens do Novo Testamento adquiriu um sentido mais específico quando guarda relação com a missão de Jesus. Assim, João Batista é testemunha do Messias (Jo 1,8.19; 3,16) e o próprio Jesus testemunha sua relação privilegiada com o Pai, da mesma maneira que este dá testemunho de que Cristo é seu enviado (Jo 3,33; 5,31 etc.). Quando

os apóstolos anunciam sua fé, chamam-se a si mesmos de testemunhas do ministério, da paixão e ressurreição de Cristo. Este testemunho pode exigir que o discípulo chegue ao sacrifício último de sua vida. Foram as perseguições que conferiam ao termo “martírio” sua acepção corrente na Igreja cristã. A oferta de sua vida pelos mártires converte-se no testemunho por excelência que conforma o fiel com seu Senhor morto na cruz. Neste sentido, antes de ser uma “Igreja dos mártires”, deveria ser “uma Igreja mártir”, pois Cristo foi o mártir por excelência. A Igreja nasce, vive e se constrói sobre o fundamento de Cristo mártir. Desde o começo, a Igreja vê o martírio como um lugar privilegiado para verificar a verdade e a eficácia de seu anúncio. Por isso considerava que o mártir não precisa de suas orações, mas Ela, desde logo, reza aos mártires para obter sua intercessão. Em 155, no “Martyrium Policarpi”, lemos: “Policarpo, que foi o 12º a sofrer o martírio em Esmirna, não só foi mestre insigne, mas também mártir excelso, cujo martírio todos aspiram imitar, pois ocorreu à semelhança de Cristo, como narrado no evangelho” (19,1). Mártir significa, aqui, aquele que dá sua própria vida pela verdade do evangelho. Nosso cristianismo seria mais fidedigno se se limitasse menos a belos discursos, mas tivesse mais o suporte do testemunho de vida, se a fé fosse menos usada a serviço da luta pelo poder, na Igreja e na sociedade, e mais como testemunho de vida. Martírio é a coerência entre o discurso e a vida concreta.


Comunidade e Igreja Mensagem da Equipe Vocacional

Evangelizar a pé Pe.Maurício da Silva Jardim

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Missionário em Moçambique

etta ni Yesu orera” (Andar com Jesus é bom). Embalado por este refrão, percorri a pé junto com cinco seminaristas mais de cem quilômetros numa peregrinação que durou quinze dias, visitando quinze comunidades. Saímos de Moma dia 30 de dezembro levando em nossas sacolas as recomendações de Jesus aos seus discípulos. “Nada leveis pelo caminho: nem cajado, nem alforje, nem pão, nem dinheiro, nem tenhais duas túnicas” (Lc9,3). Ao longo do caminho, fomos contagiados pelo espírito de festa do povo. De uma comunidade a outra um grande número de pessoas nos acompanharam, a maioria jovens que percorriam cinco, dez ou quinze quilômetros, cantando e dançando pelas vias empoeiradas ao som de muito batuque. Mesmo enfrentando um forte calor, nada pode abafar a alegria expressa em cada rosto que encontramos. A pergunta que mais ouvimos trazia um ar de admiração: “Por que andar a pé se o padre tem carro?” “O que houve com o carro? Está na oficina?”. Tentava dizer algo de minhas motivações pessoais, tais como: - Inspiração de Deus dentro do ano Paulino; ir ao encontro do povo e conhecer melhor a realidade. Partilhei com eles que a idéia nasceu numa ocasião quando passava de carro por aquela estrada e vendo tantas comunidades e pessoas a pé, carregando muitas coisas pesadas em suas cabeças, me perguntei: por que não fazer a pé este caminho? Fui pouco a pouco descobrindo que o fato de percorrer a pé estas quinze comunidades trazia consigo um forte conteúdo de Evangelização. No principio, não imaginei que seria tão grande a repercussão desta escolha. Entendi ao longo do caminho que a iniciativa primeira era do Espírito de Deus e que cada um interpretaria de maneira diferente. Na comunidade de Maculane uma liderança expressou sua posição: “Não se faz evangelização somente de carro”. Um catequista disse que as longas distâncias não podem ser justificativa para se acomodar e ficar em casa esperando a solução cair do céu. Aqui no chão africano muitas vezes tenho me perguntado o que é mesmo evangelizar. Sempre ouvi que a missão da Igreja é anunciar, pregar, servir, testemunhar, dialogar e formar. Neste caminho vive a forte experiência de evangelizar pela presença gratuita, com meios pobres e com poucas palavras. “Estar com”, visitar, ouvir, partilhar e celebrar a Eucaristia para um povo que fica mais de um ano sem missa, foi o próprio conteúdo-pregação. Neste caminho até Chalaua predomina um cenário de pobreza social. Ouvimos sempre preocupações sobre a fome, a falta de condições para o estudo da juventude e carência de atendimento médico e medicamentos. Como símbolo de exploração do povo, encontramos na contramão uma média de dez caminhões de chineses que diariamente carregam toneladas de madeira. Algumas áreas de Moçambique já estão desérticas, fruto do desmatamento. Um dos pontos fortes desta caminhada foi a visita aos doentes. Acompanhados pela comunidade, chegamos à casa de 46 pessoas enfermas em estado grave, a maioria sem diagnóstico, sem atendimento ou remédios. Por isso, apelam para soluções da cultura e religião tradicional. Buscam ajuda no curandeiro e no advinho que receitam medicamentos de plantas naturais. Grande parte morre sem saber a “causa mortis”. Em algumas situações, pensei que seria providente que neste caminho estivesse comigo um médico e uma autoridade política. Na maioria dos casos, fiquei sem resposta ou encaminhamento diante desta realidade. Nestes quinze dias de intensa vivência e convívio nas comunidades, também aproveitei para rezar pedindo ao dono da messe que envie mais padres gaúchos, religiosos(as) e leigos(as) para este grande campo de missão. Sei do empenho dos bispos e responsáveis pelo setor missionário da CNBB que tem a tarefa de motivarem as dioceses do Regional Sul III para continuarmos no compromisso com nossa Igreja irmã de Moçambique. Desde o inicio de dezembro, com o retorno do padre Fabiano Dalcin ao Brasil, estou como padre sozinho para atender as duas paróquias com 140 comunidades. Concluo com a expressão do papa PauloVI: “quem evangeliza, se evangeliza”. Neste caminho, o povo nos evangelizou, pregando o evangelho da partilha, da acolhida, do despojamento, da fé comprometida, da sede de Deus na Eucaristia, da força da comunidade, da resistência no sofrimento e da alegria no Cristo ressuscitado.

 Notas Rebanhão no Carnaval Mais uma vez a Paróquia São Martinho (Rua Cel. Claudino, 220 - Cristal) promoverá, durante o período de Carnaval, o seu tradicional Rebanhão, de 22 a 24 deste mês. Mais detalhes na próxima edição. Informações pelos fones 3249.9957 e 3249.4477.

Missionários para o Xingu Dois sacerdotes seguem, no mês de fevereiro, para a gente missionária do Xingu, no Sul do Pará. Os padres Antônio Hoffmeister e Ricardo Mostardeiro Costa viajam no dia 16 de fevereiro. Eles irão residir na paróquia São Francisco Xavier, no município de Senador José Porfírio, para atender às comunidades instaladas no Sul paraense.

Promotores vocacionais Qualificar coordenadores e agentes de animação vocacional nas paróquias e na dioceses. Com esse objetivo, inicia-se no dia 2 de fevereiro a escola vocacional. A iniciativa é coordenada pelo serviço de animação vocacional do Regional Sul 3 da CNBB. As atividades serão desenvolvidas na casa de encontros dos freis capuchinhos, no bairro Santo Antônio, em Porto Alegre. O coordenador do curso, irmão Narciso Camatti, destaca que um dos enfoques básicos do curso é a formação pessoal do agente vocacional. Contatos e informações sobre o curso pelo fone (54) 9919-2877 ou pelo e-mail savsul3@ gmail.com.

1.º a 15 de fevereiro de 2009

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Solidário Litúrgico 8 de fevereiro – 5º Domingo do Tempo Comum (

verde)

1a leitura: Livro de Jó (Jó) 7,1-4.6-7 Salmo 146 (147),1-2.3-4.5-6 (R/. cf 3a) 2a leitura: 1ª Carta de Paulo Apóstolo aos Coríntios (1Cor) 9,1619.22-23 Evangelho: Marcos (Mc) 1,29-39 Comentário: A passagem do Evangelho deste domingo é uma síntese do projeto religioso de Jesus: anunciar a Boa Nova aos pobres, curar os enfermos, retirar-se para orar, passar pela vida fazendo o bem. Quando os discípulos o encontram, orando sozinho na madrugada, eles estranham e não compreendem esta atitude de Jesus: Todos estão te procurando (1,37). Para eles, Jesus deveria aproveitar esta popularidade, esta aceitação, esta atração que exercia sobre as pessoas para colocar logo os fundamentos de uma igreja com poder temporal, definir quem poderia integrar esta igreja, quem não, elaborar os estatutos, criar normas e leis que dessem sustentação e visibilidade a esta instituição. Mas não: Jesus decepciona aquele seu grupo de discípulos, que ainda pensavam em termos humanos de poder religioso, e os convida a continuar caminhando. Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza. Devo pregar também ali; foi para isso que eu vim (1,38). Mais que uma instituição, com normas e leis que “orientam” os seguidores de Jesus, ele quer uma comunidade de irmãos e irmãs, com um mínimo de organização e um máximo de amor solidário. Jesus compendia este seu projeto numa única recomendação, que pode ser definida assim: sereis reconhecidos como meus discípulos, meus seguidores, meus continuadores... se vos amardes uns aos outros, com amor de bem-querer. A cura da sogra de Pedro e de muitas outras pessoas, bem como a expulsão de “demônios”, como várias vezes aparece no Evangelho de Marcos, tem um significado simbólico muito particular: Jesus quer que seus discípulos sejam mulheres e homens livres de todas as amarras para o seguirem alegremente e realizarem comprometidamente o seu projeto de uma vida e de um mundo melhor para todos.

15 de fevereiro – 6º Domingo do Tempo Comum (

verde)

1a leitura: Livro do Levítico (Lv) 13,1-2.44-46 Salmo 31 (32),1-2.5.11 (R/.7) 2a leitura: 1ª Carta de Paulo Apóstolo aos Coríntios (1Cor) 10,3111,1 Evangelho: Marcos (Mc) 1,40-45 Comentário: A cura do leproso, narrada por Marcos neste domingo, é destas passagens de grande significado na pedagogia de Jesus:a proximidade com o necessitado, seja ele quem for e em que estado se apresente. Hoje, esta proximidade leva a duas infrações à lei e à cultura da época: a lei exigia que os leprosos ficassem distantes da população, geralmente em lugares desertos, e que gritassem seu estado de “impureza” para que ninguém se aproximasse deles. O leproso, curado por Jesus, corre o risco de ser apedrejado por chegar perto de Jesus e seu grupo de discípulos e Jesus infringe a lei ao tocar no leproso, o que o torna “impuro” também. Que se tomem certos cuidados no contato com leprosos – a lepra é, ainda, altamente contagiosa – até se compreende e, de certo modo, se justifica; o que não se justifica é a discriminação que sofriam os leprosos no tempo de Jesus. Esta discriminação era, principalmente, de ordem religiosa: a lepra era sinal do castigo de Deus. O leproso era, antes de tudo, alguém abandonado por Deus e castigado com a lepra por seus pecados. Jesus, ao aproximar-se e tocar no leproso para curá-lo quis dizer, alto e de bom som, que aquele homem não era alguém abandonado e a lepra não era um castigo de Deus. Pelo contrário: era alguém amado por Deus com amor de Pai e que, em seu Filho e por seu Filho, neste amor solidário o acolhia e lhe devolvia a saúde, a dignidade, a reintegração social e o convívio com seus familiares. Jesus menospreza leis injustas que discriminam e atentam contra a pessoa. Falando e agindo com autoridade, ele coloca as coisas no seu devido lugar quando põe a lei do amor solidário como a lei referencial do seu novo e revolucionário projeto religioso para a humanidade. attilio@livrariareus.com.br


Veraneio com oração Porto Alegre, 1.º a 15 de fevereiro de 2009

Férias, bela oportunidade de reencontro consigo mesmo, com a família, com a natureza e com Deus. E, por que não, uma retomada e retorno a atividades comunitárias e frequência às celebrações litúrgicas. Abaixo, os horários de missas nas comunidades do litoral norte, em fevereiro.

TRAMANDAÍ

TORRES

PARÓQUIA N. SRA. DOS NAVEGANTES

PARÓQUIA S. DOMINGOS Fone: (51) 3664.11.66 Pároco: Ceverino Craco Vigário: Paulo Ricardo Schmidt

Fone: 3661.1509 Pároco: Frei Miguel Debiasi Vigários: Frei Jadir Segala, Frei Jenésio Pereira da Silva Matriz Segundas a sextas – 19h Sábados – 19h e 20h30min 1º sábado – 14h30min com batizados Domingos e Cinzas - 8h, 19h e 20h30min Navegantes - 8h, 11h, 19h Proc. Fluvial - 20h Missa Campal - 21h Procissão até Matriz -22h30min Mariluz Sábados e 1ª sexta-feira - 19h Domingos – 9h e 19h Navegantes e Cinzas – 19h Oásis do Sul Sábados, Navegantes Cinzas e 1ª sexta-feira - 20h Domingos – 8h30min e 20h Santa Terezinha Sábados, Navegantes, Cinzas e 1ª sexta-feira – 19h Domingos - 9h e 19h Albatroz Sábados, Navegantes e Cinzas e 1ª sexta-feira – 19h Domingos – 9h e 19h Santa Rita 1º e 3º domingos – 9h Menino Jesus de Praga Dia 22.02. - 15h30min Medianeira 1ª sexta-feira – 19h Domingos - 10h N. S.ª Fátima Sábados, Navegantes e Cinzas - 19h Domingos – 9h e 19h São José Sábados e Cinzas -19h15min 1ª Sexta-feira e Cinzas - 19h Domingos– 9h São Francisco 2º Domingo do mês e Cinzas - 18h 4º Domingo do mês - 10h Tramandaí Sul Sábados, Domingos, Cinzas, Navegantes e 1ª sexta-feira - 19h São Sebastião Sábados, 1ª sexta-feira, Navegantes e Cinzas - 19h Domingos - 8h30min e 19h Presidente Domingos - 8h Sábados, (exceto 3º sábado) Cinzas e 1ª sexta-feira – 20h Agual Dia 13.2 –20h Imara/Imbé Domingos 8h Indianópolis 1º e 3º domingos - 10h Estância 2º sábado – 15h Cruzeiro 2º e 4º sábados 18h Santa Clara 2º domingo 10h Santa Luzia 1º e 3º domingo – 18h Nova Tramandaí Sábados e Cinzas - 20h Capela Litoral 12.02. – 19h

CianMagentaAmareloPreto

ARROIO DO SAL PARÓQUIA N. SRA. DE LOURDES Fone: 3687.2177 Fundação: 25.07.2006 – Pe. Celito Manganelli Matriz: Quartas a sábados - 21h Domingos – 8h e 21h Figueirinha Terças – 19h30min Areias Brancas Segundas a domingos às 19h30min Quatro Lagos Terças – 21 horas Rondinha Nova Quartas – 19h Jardim Olívia (H. Apressul) Quintas – 19h Arroio Seco Sextas-feiras – 19h Marambaia Sábados – 8h Balneário Atlântico Sábados – 19 h Rondinha Velha Sábados – 20 h Estância do Meio 1º domingo - 10h Bom Jesus Domingos – 18h

XANGRI-LÁ PARÓQUIA SÃO PEDRO Fone: 51 3689 2051 Pároco: Gibrail Walendorf Matriz: Terças-feiras: 19h30min Sextas a domingos – 19h30min Atlântida Sextas a domingos - 18h Atlântida Sul Sábados – 19h30min Rainha do Mar Domingos – 8h30min Quartas-feiras - 21h Remanso Sextas-feiras – 21h Figueririnha Quartas-feiras - 19h30min Guará 1ª e 3ª quintas-feiras e 2º e 4º domingos – 21h

Matriz Segunda a sábado - 19h Domingos – 8horas e 19h Santa Luzia Segunda a sexta-feira – 19h Sábados –17h e 19h Domingos – 9h, 17h e 19h São Jorge 1ª sexta do mês – 18h 3º sábado do mês – 18h São Francisco Sábados – 20h Faxinal 1º sábado do mês – 20h 3º domingo do mês - 10h30min Stan 2º e 4º domingos do mês – 20h Curtume 2º domingo do mês – 20h 4ª sexta-feira do mês -20h Igra 1ª sexta-feira do mês - 20h 3º domingo do mês - 20h Getúlio Vargas 1º domingo do mês 20h 3ª quinta-feira do mês – 20h Itapeva Norte 2º sábado do mês – 16h Guarita 4º sábado do mês – 17h Salinas 4º sábado do mês – 9h30min TORRES - VILA S. JOÃO PARÓQUIA S. JOSÉ OPERÁRIO Pároco: Pe. Leonir Alves Fone (51) 3605 2592 Itapeva Sul Sextas - 21h Praia Weber Sábados – 20h Paraíso – Sábados - 20h30min Estrela do Mar Sábados - 19h30min

CAPÃO DA CANOA PARÓQUIA N. SRA. DE LOURDES Fone: (51) 3665.2356 Pároco: Edson Luiz Bataglin Vigário: Luiz Carlos Rosa da Silva Matriz Terças a Sextas – 19h Sábados – 19h e 21h Domingos – 8h30min, 19h e 22h Capão Novo Sábados e domingos - 20h30min Santuário – Zona Nova Sábados e domingos – 19h30min Arroio Teixeira Domingos – 8h30min Curumim Domingos – 10h Praia do Barco 2ª e 4ª quartas-feiras às 20 horas e 2º e 4º domingos às 10 horas. Santa Luzia Domingos – 10h Zona Norte 1º e 3º domingos – 10h Hospital S. Luzia Terças – 16h Santa Rita de Cássia Sextas - 19h30min

CIDREIRA PARÓQUIA N. SRA. DA SAÚDE Fone: (51) 3681.11.18 Pároco: Pe. Jorge Soares Menezes Matriz Segunda a sexta-feira – 18h Sábados – 18h, 19h30min Domingos – 8h30min, 10h, 18h e 19h30min Salão Paroquial Domingos – 18 Nossa Senhora Aparecida (Chico Mendes) 2º e 4º domingos do mês – 8h30min Senhor Bom Jesus (Fortaleza) 22 de fevereiro - 9h Costa do Sol Domingos - 8h30min Salinas Sábados – 21h

PINHAL PARÓQUIA SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA Fone: 3682.34.00 Pároco: Marco Antônio Antunes Matriz: Terças a sextas-feiras - 19 h Sábados – 20h Domingos - 9h e 20h Magistério: Sábados e domingos - 18h30min. Quintão: Sábados e domingos - 17h Túnel Verde: Sábados – 9h Aparecida: Quartas-feiras - 8h30min. S. Rita: Quartas-feiras - 9h20min.


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