IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS
Porto Alegre, 1o a 15 de julho de 2009
Ano XV - Edição No 541 - R$ 1,50
Mutirão de Comunicação
Despertar de consciências para a solidariedade Dispondo de diferentes ferramentas, qual o papel do comunicador no processo de construção de uma cultura solidária no mundo atual? Em torno desse questionamento, milhares de comunicadores e animadores de organizações sociais, agentes de pastoral, pesquisadores, acadêmicos, estudantes, produtores e consumidores de comunicação de 37 países da América Latina e do Caribe se encontrarão em Porto Alegre, entre 12 e 17 de julho próximo. Durante o evento, na PUCRS, haverá conferências, seminários, formação de grupos temáticos, oficinas, exposições artísticas e culturais, de arte sacra, exibição de filmes premiados. Páginas centrais e contracapa
Mensageiro da Caridade
Falecimento de Frei Rovílio Costa O mundo religioso e intelectual do Rio Grande do Sul ainda está de luto com a perda repentina de Frei Rovílio Costa (foto), falecido em 13 de junho último em sua residência em Porto Alegre, aos 74 anos de idade. Frei capuchinho ordenado em 1969, Rovílio era natural de Veranópolis. Além de professor universitário, diretor e professor da Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes, de Porto Alegre, também atuou na Pastoral Carcerária na Penitenciária Estadual do Jacuí e no Presídio Central de Porto Alegre como coordenador de grupos, organizador de atividades sociais, religiosas e culturais. Conhecido também como Frei das Letras, o religioso foi patrono da 51ª Feira do Livro de Porto Alegre e se destacou como um profícuo escritor e editor, com a publicação de mais de dois mil títulos, envolvendo mais de três mil autores, especialmente sobre imigração italiana no Rio Grande do Sul.
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CianMagentaAmareloPreto
Mediador entre os que nada têm e os que têm de sobra
‘O que sobra em sua casa pode ser de grande utilidade ao trabalho de promoção humana’ lembra o Mensageiro da Caridade que, há 51 anos promove pessoas carentes graças à colaboração de milhares de pessoas em Porto Alegre. Aceita tudo que possa ser útil, desde móveis e utensílios, eletrodomésticos, equipamentos de informática, louças e baixelas, material de construção, hidráulico e sanitário, roupas, calçados, brinquedos, ferragens, garrafas, livros e todo tipo de sucatas de ferro, metais, alumínio e vidros. Mensageiro da Caridade é um programa do Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre. Tel. (51) 3223.1555.
Jovem tem vez A entrevistada desta edição é Nahiane Pastro da Rosa, 18 anos, residente em Porto Alegre, estudante de Administração na PUCRS, na foto com o seu grupo de amigos. Página 2
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Editorial
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Mutirão de Comunicação
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Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe vai acontecer na PUCRS em Porto Alegre, de 12 a 17 de julho de 2009. Imediatamente antes, de 9 a 11 de julho, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo, o Encontro Latino-americano de Jovens Comunicadores (refresher). Integrado no Mutirão vai acontecer, também, o Fórum Social da Juventude, onde será debatida a importante questão do meio-ambiente e a responsabilidade social da preservação do nosso planeta. Mutirão é construção coletiva, gratuita, alegre, festiva. Mas o que querem construir coletivamente este dois eventos “casados”, o refresher e o mutirão? A resposta: construir uma utopia com os pés no chão. A utopia? Acreditar que outro mundo, justo, fraterno, igualitário, solidário, é possível. Pés-no-chão? reunir, num processo que já está em andamento, mulheres e homens que, conscientes que este tempo e este mundo só tem futuro, se, em vez de apenas globalizar tecnologia, informação, capital, se aposta na globalização da solidariedade. São para isso todos os esforços, os cansaços, as viagens de divulgação, todo um trabalho de uma abnegada equipe: tornar conhecida esta utopia pés-no-chão e levar muitos a apostar numa nova atitude capaz de construir uma sociedade comprometida com a justiça, a liberdade e a paz. No fulcro aberto pela V Conferência Geral do Episcopado latino-americano, em Aparecida do Norte (maio 2007), os bispos afirmaram com todas as letras que uma globalização sem solidariedade afeta, negativamente, os setores mais pobres, levando-os à exclusão social. Os excluidos são, sempre mais, “sobrantes”, “marginais”, “descartáveis”. Diante desta globalização, que está aí, desafiando a criatividade dos que querem outro mundo, os bispos sentem “um forte chamado para promover uma globalização diferente que esteja marcada pela solidariedade, pela justiça e pelo respeito aos direitos humanos” (DCA 62). Diante do avanço espetacular das novas tecnologias da informação, a comunicação se converte na marca característica de cidadania, do ser humano e de todo o espaço democrático e respeitoso dos demais. Por isso, é extremamente importante que os profissionais da comunicação, que têm a responsabilidade de promovê-la, analisem estes novos desafios e construam, com toda a sociedade, propostas que facilitem uma comunicação capaz de ajudar a construir sociedades mais humanas, mais justas e solidárias. Este número do Solidário coloca-se a serviço deste evento transcendental que extrapola o mundo da comunicação e se torna uma necessidade para a própria vida do planeta Terra. Na mesma linha de serviço, a próxima edição será especial, numa parceria entre a organização do Mutirão e este jornal, como já aconteceu no Fórum Católico, em 2007. No site do Mutirão – www.muticom.com - você encontra toda a informação necessária para participar do maior evento de comunicação da América Latina. attílio@livrariareus.com.br
Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36
Conselho Deliberativo
Presidente: José Ernesto Flesch Chaves Vice-presidente: Agenor Casaril
A entrevistada desta edição é Nahiane Pastro da Rosa, 18 anos, residente em Porto Alegre, estudante de Administração na PUCRS. * Fala de ti. Sou uma garota determinada que tem vontade de mudar o mundo, tentando mostrar à minha família e aos meus amigos que, tendo fé em Deus, podemos realizar qualquer sonho. Adoro matemática, filmes, música, namorar, estudar, viajar e amo meu líder Jesus. * O que pensas fazer no futuro? Quero me formar, fazer pós, ajudar nos negócios da minha família, viajar para o Canadá e a Itália. Depois de estar estabilizada financeiramente, quero formar uma família para ensinar tudo aquilo que aprendi com meus pais e com a vida.
* Qual o maior problema no Brasil de hoje? O egoísmo do ser humano, que torna o Brasil um país onde cada um olha apenas para o seu umbigo e não busca mudança, não faz a sua parte, não pensa no futuro dos que vão nascer e acaba se acomodando. * O que pensas da política? O que falta nos políticos é aprender a não deixar o poder subir na cabeça, pois é esse poder que gera tanta corrupção na nossa política. Acho que todos temos direitos de mudar o lugar onde vivemos e os jovens têm muitas ideias e força de vontade para colocar essa mudança em ação.
* Tua família. Minha família representa uma simples palavra na minha vida: TUDO! Eles me deram a base que todo jovem deveria ter para sua vida e se não fossem eles não estaria aqui hoje! Agradeço muito a Deus, pois mesmo com brigas, o amor sempre nos une. * Sobre os amigos. Meus amigos são minha segunda família, irmãos que conquistei ao longo dos anos e é neles que encontro forças para passar pelos obstáculos que tenho na minha vida. Sem eles, não sei se ainda estaria aqui. * O que consideras positivo em tua vida? Acho que a minha determinação em insistir em algo ou numa pessoa que acho estar certa é algo positivo na minha vida, pois assim não perco a esperança de que o mundo pode mudar. * Um livro que te marcou. Os Ratos, de Dyonélio Machado * Um filme inesquecível. Um amor para recordar. * Uma música. Confia em mim. * Um medo. Perder a minha família e os meus amigos. * Um defeito de que gostarias de te livrar? A impulsividade que às vezes me faz magoar as pessoas de que gosto. * Qual o maior problema dos jovens, hoje? O maior problema dos jovens é acreditar em excesso
Voluntários Diretoria Executiva
Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, José Edson Knob e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj
na mídia e em falsos amigos que só querem levá-los para o mundo das drogas, violência e bebida. E isso acontece, pois eles sentem um vazio que é resultado da falta de Deus em suas vidas.
Conselho Editorial Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite e Renita Allgayer Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo
* O que pensas sobre a felicidade? A felicidade é algo maravilhoso que, atualmente, as pessoas estão buscando em lugares e coisas erradas. E para mim, a verdadeira felicidade só pode ser encontrada no amor a Deus e ao próximo. * Já fizeste algum trabalho voluntário? Qual? Sim, participava no colégio do grupo parceiros voluntários e dentro do grupo de jovens de que participo fazemos visitas em instituições. * O que pensas de tua religião? Sou católica e penso que a minha religião é o que tem me dado forças para seguir em frente, pois nela descobri um Deus que ama e perdoa a todos e aprendi a seguir os passos do meu líder Jesus. Gostaria que as pessoas que se dizem católicas demonstrassem isso indo às missas, rezando, se confessando, ajudando as pessoas e a sua paróquia. * O que pensas de Deus? Deus, como minha família, é tudo pra mim. É nele que busco forças e palavras de conforto (a Bíblia) para enfrentar a cruz de cada dia. Sem o amor e a misericórdia dele minha vida teria um vazio, que só ele consegue preencher. * Uma mensagem aos jovens. Penso que vivemos num mundo que precisa de jovens que busquem a mudança sem esquecer o que nosso líder Jesus nos ensinou. Devemos, principalmente, amar ao próximo e respeitar nossos pais, pois família e Deus são a base de tudo.
Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS Jorn.Thais Palharini (voluntária) Revisão Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Paulo Oliveira da Rosa (voluntário), Elisabete Lopes de Souza e Davi Eli Impressão: Gazeta do Sul
Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3221.5041 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.
Família e sociedade
Você almeja viver sem conflitos?
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Ivan Vicencio
Deonira L. Viganó La Rosa Terapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia
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onflitos são situações em que se experimentam desencontros e contradições. Em si, são normais. São neutros. Fazem parte de qualquer sistema vivo que cresce e se desenvolve, portanto, acontecem com todas as pessoas, famílias e sociedades. Os conflitos são a condição fundamental para o desenvolvimento, desde que o sistema tenha condições de resolvê-los. A família é um sistema dentro de outro sistema maior - a Sociedade. Da interação entre os membros da família, e destes com os grupos fora da família, resultam muitas mudanças. Aquelas pessoas e grupos que mudam vão pressionar aqueles que não mudam. Estes vão reagir para conservar-se como estão. Então surgem forças contrárias – Ação e Reação - e surgem os conflitos. Quanto mais diversidade, mais conflitos. Sem esquecer que existem os conflitos internos à própria pessoa: decidir se vou ao cinema ou ao teatro, que acontecem no mesmo dia e horário; decidir se peço aumento, já que tenho medo de ser despedido; decidir se curso medicina, ou engenharia, etc. Jeremy Vos
A negação do conflito Negar o conflito é viver fora da realidade. É não encarar os fatos. É idealizar a própria vida, imaginando que quem ama não pode ter conflitos. É desejar a unanimidade e negar as diferenças. É manter a ordem estabelecida por medo do desconhecido. É uma maneira de defender-se do questionamento dos outros. É como ter a paz dos cemitérios onde não há vida, nem crescimento e nem dinamismo. Pode ser um indicador de que uma das pessoas está se anulando frente à outra, ou que é dominadora, não permitindo a discordância.
Vantagens e desvantagens Oposições ajudam a construir a própria identidade. Ajudam-me a ver que não sou o dono da verdade. Oportunizam-me examinar minha imagem assim como o outro a vê. Permitem revelar minha face escondida e, sobretudo, permitem o crescimento, a evolução, a mudança. Reconheço que o outro é diferente de mim. Descubro que o outro não é feito de massa de modelar. O outro não poderia revelar-se como é se houvesse negação do afrontamento e eu não poderia conhecê-lo. Conflitos provocam a atualização de paradigmas e a libertação das formas arcaicas de manifestação do poder do gênero masculino (e feminino). Como desvantagem, a violência é o grande risco: uma das pessoas reage de maneira desmedida e usa todo tipo de palavra violenta e até a violência física. Ou grupos reagem violentamente contra outros.
Administrar e resolver conflitos A capacidade de resolver conflitos é uma capacidade social essencial para a construção da paz e para poder levar uma vida útil, caracterizada por relações sinceras e solidárias. Conflitos mal resolvidos podem levar à fadiga e provocar a separação.
A recusa ao diálogo é o primeiro passo para a não resolução dos conflitos. A prática da tolerância é fundamental. Importante é conhecer alternativas de solução para as situações conflituosas e libertar-se do paradigma “ganhar-perder”, absorvendo a cooperação. Necessário desenvolver permanentemente a capacidade do autocontrole e ter intenção de buscar a paz.
Conflitos no casal São frequentes: A descoberta dos defeitos do outro, a frustração: ele, ela não me compreende; detesto determinado comportamento dele(dela); ele(ela) não era assim; pensei que mudaria; será que me equivoquei casando com ele, ela?; o meu vizinho, a minha vizinha de sala sim, são elegantes, delicados(as) !!!... Problemas pessoais mal resolvidos; mau uso da liberdade; diferentes modos de lidar com a sexualidade; a comunicação (a mulher falando demais e excesso de silêncio no homem); o mau uso do dinheiro; a dificuldade de lidar com os filhos; as tarefas domésticas mal distribuídas; dificuldades em torno da profissão, do trabalho fora de casa. Enfim, não admitir que homem e mulher são diferentes e não saber lidar com a diferença.
Posturas recomendadas Para que o conflito seja aliado das pessoas, do casal e da família, e não um acelerador de rompimentos, algumas posturas são recomendadas: Pergunte-se: o que nos afasta?, o que nos aproxima? Em vez de gritar, fale de seus sentimentos e ouça as necessidades do outro; não tente que o outro entenda da mesma maneira que você entende; fale sem culpar, acusar, criticar; não demonstre desprezo (jamais); não faça chantagem; não interrompa o outro quando está falando e não discuta em lugares públicos. Sexo não resolve os problemas. Comportamentos como culpar, desconfiar, comandar, ameaçar, desvalorizar, desconfirmar, negar o perdão e ficar ressentido servem somente para aguçar conflitos ao invés de resolvê-los.
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Igreja, Comunicação e Mutirão Carmelita Marroni Abruzzi Jornalista e professora universitária
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Opinião
1o a 15 de julho de 2009
osso objetivo, no espaço desse artigo, não é tentar resumir 20 séculos de história da Igreja e da comunicação, mas levantar algumas reflexões sobre o tema. Desde os primórdios da Igreja, quando os apóstolos se espalharam pelo mundo, e, através da comunicação pessoapessoa, pessoa-grupo, divulgaram a Boa Nova, até os dias de hoje, quando o Vaticano lança o seu canal no You Tube, séculos de história se passaram. Cristo foi o comunicador por excelência, pois sabia usar as palavras certas para tornar a mensagem inteligível para seus receptores, condição essencial para que ocorra verdadeira comunicação. E, se comunicar é “pôr em comum”, a Igreja tem procurado encontrar os meios e as palavras adequadas para falar aos homens de cada época. Assim, tivemos os evangelistas imortalizando as palavras de Cristo em seus escritos, São Paulo escrevendo suas epístolas e os monges copistas da Idade Média preservando as obras dos grandes mestres para as novas gerações. A invenção de Guttemberg permitiu a popularização da palavra escrita e, com ela, a da Bíblia, o primeiro livro editado no mundo por esse sistema. Através dos séculos, ordens religiosas foram fundadas e se espalharam pelo mundo, para levar a palavra de Cristo. Em muitos lugares, essas ordens impulsionaram os meios de comunicação. No Rio Grande do Sul, por exemplo, jornais e emissoras de rádio foram criados, permitindo a comunicação em longínquos recantos e levando não só a mensagem de Cristo, mas, também, assuntos de interesse para as comunidades, o que favoreceu a integração e o desenvolvimento dessas regiões. A Rádio do Vaticano, fundada em 1931 e, sob a administração dos jesuitas, transmite para todo o mundo em 47 idiomas, a palavra e as atividades da Igreja e do Papa. Com o advento da TV, surgiram as emissoras católicas, procurando explorar os recursos que o novo meio oferecia. Hoje, a Igreja volta-se para a Internet e sua utilização. Em recente congresso sobre a Igreja “on line” (Roma, janeiro de 2009), foram analisadas as possibilidades que ela pode oferecer para as ações pastorais e culturais das dioceses, e discutiu-se a importância de a Igreja preparar-se para usar as novas tecnologias, já tão presentes na vida da sociedade. E este é um grande desafio a que se propõe a Igreja de nossos dias: encontrar a linguagem própria, adequada para atingir o homem do século XXI. Não faltam os meios: além dos jornais e revistas, do rádio e da TV, está aí a Internet, com seus inúmeros recursos: os sites, os blogs, as “salas de conversação”. Mas, como chegar a esse homem atual, tão “soterrado” sob tantas informações? Quais as palavras certas, qual o melhor meio para atingi-lo e provocar mudanças mais autênticas e duradouras, no caminho de uma evangelização solidária, que coloque esse homem em sintonia com seu mundo e o predisponha para uma ação transformadora? Está aí o “Mutirão da Comunicação”, que pretende “promover espaços de diálogo à luz da cultura solidária na construção de uma sociedade comprometida com a justiça, a liberdade e a paz”. Quem sabe, durante o Mutirão, o grande grupo de participantes de diferentes países da América Latina e do Caribe possa, discutindo os temas propostos e iluminado pela fé, encontrar algumas respostas para as candentes questões que preocupam a todos nós, cristãos do século XXI?
Violência na televisão e a família Eduardo Teixeira Farah
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Advogado
“formatando” o senso crítico e a reflexão do jovem telespectador.
em dúvida, o mais poderoso veículo de comunicação de massa é a televisão, cujo impacto no comportamento das novas gerações pôde ser evidenciado pelo recrudescimento da violência juvenil – consectária da fragmentação moral de nossa sociedade. Inclusive, o noticiário televisivo dá ênfase às matérias sobre violência e outras imoralidades que obviamente têm açulado o aumento na criminalidade, não apenas pela notória impunidade reinante, mas pela concupiscência dos telespectadores contumazes comprovada pelas altas taxas de audiência dos “reality shows”. Nesse sentido, diariamente, um monturo de programas de baixa qualidade expõe crianças e adolescentes a cenas de sexualidade explícita que, além de não agregarem qualquer forma de afeto ou valor cultural, mostram atos de amor de forma trivial e descompromissada. Aliás, esta afetividade utilitarista tem sido o tópico favorito das telenovelas que, com seus belos e atraentes personagens, seduzem o público ávido por afeto virtual. Além disso, diversos temas apresentados na televisão abordam valores distorcidos que terminam
Por outro lado, há uma pequeníssima parcela da programação televisiva que busca transmitir conhecimento e aprimorar a cultura popular, apenas disponível para um seleto grupo de consumidores de TV paga. Todavia, mesmo esta seleta espécie de informação é transmitida em horários de pouca audiência e não costuma ser subsidiada pela máquina comercial – marketing para vendas –, cujo objetivo visa apenas aumentar e incrementar o consumo de bens e serviços. Entrementes, a violência na televisão, além de anestesiar a população sobre a sua gravidade e dimensão de seus danos à sociedade, pode inclusive propiciar a proliferação da própria criminalidade, conforme espelhada nos recentes conflitos armados nas grandes cidades brasileiras. Infelizmente, o busilhão de violência colorido apresentado nas telas, agora plasma e LCD, têm desservido à formação intelectual e humanística dos telespectadores e, se permanecer este quadro, é pouco crível que o volutabro televisivo se transforme em eficaz instrumento para a expansão cultural de nossas famílias. Pois, violência só gera violência, nada mais!
Hélio e Selma Amorim
vida dessas pobres vítimas. Infelizmente, é real, filmada e televisada às oito da noite, pela Band, para horror de telespectadores horrorizados em suas poltronas depois do jantar. Metade da quadrilha está presa e confessou. A outra metade está foragida mas identificada, depois de meses de investigação. Ponto para a polícia. Restam muitos problemas: onde acolher e como assistir as vítimas, profundamente feridas e deformadas física e psiquicamente; como desmontar outras quadrilhas que provavelmente estejam nesse ramo de negócio naquela e em tantas outras cidades; o que fazer como cidadão comprometido com o bem comum. Autoridades políticas e policiais parecem perdidas diante do tamanho social e geográfico do problema. As pessoas de boa vontade não dispõem de instrumentos eficazes para a atuação individual na cura dessa ferida social, a não ser na ajuda pontual em casos de vítimas próximas. Melhor e mais efetivamente integrando-se em entidades sociais intermediárias que se dediquem à luta pelos direitos da infância e adolescência.
Graus impensáveis de perversidade Membros do MFC e Instituto da Família - INFA
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ara atender as preferências de tarados sexuais que incluem a procura de travestis de menos de 14 anos, os bandidos têm uma força-tarefa que alicia meninos de boa aparência em cidades das regiões mais pobres do país com a promessa de trabalho em São Paulo. As famílias são enganadas e ganham esperança de dias melhores para os filhos. Ou simplesmente são sequestrados. Entra em ação outra equipe, a que transporta os meninos para a cidade grande, recebidos pela quadrilha da ponta, aquela que prepara as crianças para a prostituição infantojuvenil. A preparação começa com a intimidação e promessa de ganhos. Segue a adequação física dos meninos, com o uso de hormônios que arredondam as suas formas e asseguram rostos imberbes, silicone para modelar os seios, crescem os cabelos. Como quem engorda um porco ou peru que será servido no Natal. Logo vestirão roupas femininas provocantes e passarão às ruas para o trabalho escravo degradante. Os tarados pedófilos chegam e consomem o produto desejado, pagam mal. Voltarão amanhã. Os meninos-travestis não terão mais chances de fuga ou de retorno para casa: a família nem reconheceria a criança ou adolescente metamorfoseado. Difícil acreditar em tamanha deformação moral nessa prática hediondamente criminosa com efeitos terríveis, talvez irreversíveis, na
O que também pode fazer facilmente como responsabilidade social cidadã será a denúncia de casos comprovados ou mesmo apenas suspeitos de práticas de pedofilia na vizinhança, abusos sexuais com crianças – muitas vezes dentro das famílias – e a prática hedionda da exploração da prostituição infantil. Não se omita. Use o telefone. Talvez alguém se salve por sua intervenção.
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Educação e psicologia
O segredo do autocontrole: saber esperar e postergar gratificações Juracy C. Marques Professora universitária. Doutora em Psicologia
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professor Walter Mischel iniciou seus estudos sobre autocontrole na Escola Maternal Bing, da Universidade de Stanford (Califórnia), e, posteriormente, aprofundou-os na Universidade de Columbia (Nova York), onde se encontra presentemente. Ele fez descobertas notáveis, como a capacidade de crianças pequenas – quatro anos de idade - poderem superar sua natural tendência ao imediatismo, quando orientadas a pensar em outra coisa que não a gratificação que lhes é oferecida, como, por exemplo, um pedaço de chocolate agora, ou uma barra de chocolate mais tarde; se esperassem mais cinco minutos, receberiam dois pedacinhos e assim por diante até a barra inteira se seu adiamento da gratificação chegasse a 15 minutos. Eram convidadas a cantar canções infantis que sabiam de cor, ou brincar de esconde-esconde ou outras brincadeiras que inventassem na hora para se distrair. O ponto crítico é desviar a atenção do objeto de desejo, embora não o esqueça totalmente, podendo a ele retornar mais tarde. Já na universidade Columbia prosseguiu seus estudos sobre adiamento de gratificações, com adolescentes e adultos e verificou que aqueles que, ao longo de sua infância tinham aprendido a esperar, obtinham mais sucesso em suas tarefas escolares e em suas atividades profissionais. O segredo residia em quanto a pessoa é capaz de pensar em algo diferente daquilo que clama por urgência de realização, seja por necessidade ou por mera compulsão de desejos palpitantes. Divulgação
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Jeremy Doorten
Dificuldade de sono satisfatório José queixava-se de dormir mal, acordava-se no meio da noite, levantava, ia à geladeira, comia alguma coisa e retornava para a cama, mas continuava por muito tempo acordado sem conseguir reconciliar o sono. Levantava de manhã em sua hora costumeira, exausto e sem ânimo para nada. Até que, conversando com uma amiga que era religiosa, esta lhe sugeriu que quando acordasse e sentisse que o sono não retornava, rezasse o terço e ao repetir as ave-marias, fosse, ao mesmo tempo
invocando imagens prazerosas, como as ondas do mar batendo na areia ou uma paisagem de montanhas com muita vegetação e um córrego de águas tranquilas. Deu certo, e tornando a conversar com a amiga, esta lhe explicou que tinha aprendido em um retiro, com um padre-psicólogo, que podemos exercer autocontrole se formos capazes de desviar nossa atenção daquilo que nos aflige, dominar nossa ansiedade através da mudança dos conteúdos que se sobressaem em nosso pensamento.
Crianças mudam o foco de atenção com facilidade Giselda, cinco anos, queria toda a atenção da mãe só para ela e esta precisava conversar com sua professora sobre as contínuas brigas dela com outra colega, tanto na sala de aula como no recreio. Depois de vários xingos de “cala a boca”, ocorreu-lhe buscar em sua bolsa um caderno de figuras para pintar e uns lápis de cor que, por acaso, também
estavam disponíveis. Pediu licença à professora, sentou Giselda no chão, em um tapete, e ofereceu-lhe o material; então, conseguiu se entender com a professora. Mais tarde, esta professora comentou com as colegas o que tinha aprendido na entrevista com a mãe da ‘minha aluna brigona’. É só ensinar a ver o mundo desde outra perspectiva.
Relacionamentos estratégicos de pais e filhos Saber esperar o momento certo para agir é uma longa aprendizagem que começa na infância e vai se transformando em hábito, na medida em que é constantemente praticado. Os pais, quando impõem limites, estão, na maioria das vezes, oferecendo situações de aprendizagem que, através de processos intrincados, alargam o horizonte de compreensão do certo e do errado, do melhor e do pior comportamento e de quanto este ou aquele modo de agir
resulta em ganhos para seus filhos e para eles próprios. Um “Não” dito na hora certa pode ser tão eficaz quanto um elogio apropriado ou um afago, contanto que um ou outro sirva para fazer pensar os problemas do cotidiano, desde outros ângulos de análise. Os desejos não são eliminados, mas adiados, assumindo outras configurações e significados. E resta, talvez, a mais importante aprendizagem que é saber esperar, postergando merecidas gratificações.
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Tema em foco
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Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe Por uma cultura solidária continental
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rocessos de Comunicação e Cultura Solidária é o tema central que perpassa as dezenas de conferências, oficinas e painéis do evento que reunirá comunicadores e animadores de organizações sociais, agentes de pastoral, pesquisadores, acadêmicos, estudantes, produtores e consumidores de comunicação de 37 países na PUC/RS entre os dias 12 e 17 de julho próximos. O Mutirão é iniciativa das 18 dioceses gaúchas e de diversas organizações ligadas à Igreja do Brasil e dos países latino-americanos e caribenhos.
Desejo e expectativa É o que motiva os 18 painelistas e conferencistas, como revelam algumas manifestações abaixo, feitas com base no tema que abordarão no evento. Agenor Brighenti – Brasil Tema:”Comunicação ante o Deus da Esperança” “Uma cultura solidária no tempo histórico presente? É uma tarefa árdua e complexa, mas possível. Árdua, pois vivemos um tempo de triunfo do indivíduo solitário, hiper-narcisista, hiper-consumista e hiper-hedonista. Complexa, porque “outro mundo” é urgentemente necessário, mas não sabemos que mundo deveria ser este, só temos certeza que precisa ser “outro”. Possível, porque apesar dos falsos profetas do capitalismo como “fim da história”, que tentam impedir todo excesso do real, é próprio do ser humano pensar, transcender, ter fé. Ninguém pode tirar a liberdade de esperar. O imaginário também pertence ao real, à sua melhor parte. Contribuição do Mutirão para alcançar esse objetivo? Numa sociedade fragmentada, inclusive em seus ideais e, consequentemente, desencantada e desesperançada, reunir pessoas de todo um continente em torno à realidade da comunicação é, por si só, uma grande contribuição para a reconstrução da esperança. Quem vier ao Mutirão irá constatar que não somos nós que carregamos sonhos, são os sonhos que nos carregam, pois ele será um espaço de exercício de uma esperança ativa. Não há outra saída, é na precariedade do presente e na tessitura do risco que poderemos ir ensaiando um outro mundo onde caibam todos, conforme o sonho de Deus”.
Carlos Eduardo Cortés – Colômbia Tema: “Sociedade da informação, processos de digitalização, convergência tecnológica”. “É a gente não a tecnologia que dá razão e sentido aos avanços. A ‘geração do milênio’, nascida entre e 1978 e 2000 é um grupo humano único na história, uma poderosa força política e social global, apoiada pelas novas TIC. São jovens inteligentes, de mente aberta e independentes do ponto de vista político, social, e filosófico. São caridosos, dispostos a antepor o bem comum aos interesses individuais. Haverá um terreno mais fértil para esperança e uma melhor expressão de uma nova cultural solidária que esta geração que usa as TIC digitais para desenvolver novos enfoques de trabalho colaborativo; novas formas de ativismo cidadão e de interação em redes sociais e novas plataformas de criação coletiva de conteúdos? O Mutirão de Comunicação Social é o espaço de diálogo desta nova geração e dos que estejam dispostos a apoiar e promover este câmbio urgente e necessário”.
Denis Smith - Guatemala Tema: “Comunicação no diálogo ecumênico e inter-religioso” “A luta por construir o mundo solidário imaginado por Deus seguirá. Hoje a ‘incomunicação’ em que vivemos gera violência, gera, em cada pessoa um profundo vazio que o consumismo jamais preencherá. Nessas
circunstâncias não é suficiente promover a tolerância; urge-nos aprender como celebrar a diversidade. Como chegar a afirmar que o Criador está presente na outra pessoa? Como comunicadora, como comunicador, como estender a mão a outra pessoa desde minha própria experiência do Deus da Vida? Como contar suas histórias? O Mutirão é um laboratório que nos permitirá descobrir como o Criador se faz presente na diversidade”.
a oportunidade que nos brinda o Mutirão para por em comum nossas práticas comunicativas e para analisá-las apropriando-nos do que nelas haja de emancipador. E isso será possível se, com atitude humilde e reflexiva leiamos também o que há nelas de mera reprodução da ordem dominante.
Martín Becerra –Argentina Tema: “Concentração da propriedade nas comunicações e relações de poder”
Leomar Antonio Brustolin - Brasil Tema: “Deus como mercadoria na Era Digital” “A religião também interage de forma diferenciada com seus fiéis. O ser humano está informado, conectado aos espaços virtuais. A ausência religiosa nesses meios é quase inconcebível. O risco que se corre é o de alimentar uma experiência religiosa individualista, privatizada, mercantilizada, com raros momentos de convivência e participação presencial. Na relação entre mídia e religião estimula-se a solidariedade ou fomenta-se o individualismo. Tudo depende da forma como o processo é conduzido e dos objetivos que se estabelecem. A mídia pode transformar desejos em necessidades, manipular expectativas e transformá-las em sonho de consumo. Ela informa, entretém, educa, e, paradoxalmente, distorce, controla e destrói o senso crítico das pessoas. Diante dos novos processos de comunicação será preciso discernir o que se pretende com a comunicação religiosa. Os critérios não poderão esquecer os princípios da verdade, da bondade e da beleza. O Mutirão da Comunicação pode ser a instância privilegiada para uma avaliação crítica da relação mídia e religião que permita identificar limites e possibilidades dessa interação”.
Agenor Brighenti
Carlos Eduardo Cortés
Denis Smith
Paul Singer – Brasil Tema: “Economia solidária e processos de comunicação”
Luciano Sathler Guimarães – Brasil Tema: “Economia e Comunicação na Era Digital” “A cultura solidária não apenas é possível como urgente para dar conta de manter a vida humana sobre a terra, pois do contrário, a se manter a lógica atual de expropriação e exclusão a tendência é tornar insustentável as relações entre seres humanos e destes com a própria natureza. O Mutirão é um espaço de reverberação de vozes em prol da cultura solidária, em suas múltiplas e plurais faces, e fundamentação para avançar de forma coletiva na construção dessa nova realidade”.
Leomar A. Brustolin
Luciano S. Guimarães
María Cristina Mata
“Sim, julgo não só possível como provável uma cultura solidária no tempo histórico presente, por dois motivos: 1o porque o estímulo ao consumo desenfreado é insustentável, como a atual crise ambiental mostra; 2o porque o consumismo e o individualismo são efeitos da competição como modo de vida universal, que aprofunda a desigualdade econômica e intensifica o stress a que grande parte do povo está sujeito. E quase ninguém aguenta mais. Acho que o Mutirão contribuirá tanto pela discussão que promove como pela democratização da mídia que o Mutirão deverá acelerar”.
Paulo Suess –Brasil Tema:“Novas linguagens nos processos de inculturação do Evangelho”
María Cristina Mata – Argentina Tema: “Comunicação dos silenciados e processos de resistência” “Certamente vivemos em sociedades marcados brutalmente por desigualdades que, longe de serem expressão de pluralidade, implicam exclusão dos bens materiais e simbólicos que deveriam ser compartilhados. Vivemos em sociedades onde dói a indiferença de muitos diante da dor e das necessidades das maiorias pobres. Mas também é certo que, no meio dessa realidade emergem, cotidianamente, sinais de esperança que revelam outros modos de ser e pensar. São essas atitudes e práticas que permitem seguir crendo na possibilidade de humanizar nossa sociedade. Mas não é possível uma redistribuição equitativa da riqueza, do saber e do poder se não trabalhamos a partir de uma redistribuição equitativa da palavra. Isto é, se não nos esforçamos para que todos tenham a possibilidade de pronunciar-se como sujeitos. Nesse sentido é necessário que aproveitemos
“A cultura solidária é a antítese da cultura consumista e individualista promovida pelos grandes meios de comunicação. A solidariedade, enquanto capacidade de compreender e articular necessidades por parte dos mais postergados para empreender um processo de construção coletiva de soluções, se manifesta como cultura e como prática contra-hegemônica, na medida que repõe o valor histórico da cooperação entre os seres humanos anterior à competência e a negação do outro. O Mutirão contribui para a gestação de culturas e práticas solidárias como grande reunião comunitária e como aposta para que a construção de conhecimentos e saberes se empreendida de maneira grupal e coletiva não somente de modo individual e ilhado. A reflexão colaborativa acerca das condições presentes em que se estrutura a vida em nossos países resulta, pois numa contribuição indiscutível para o cultivo de alternativas viáveis e superadoras”.
Martín Becerra
Paul Singer
“A busca de novas linguagens, que poderá ser uma contribuição do Congresso, se aplica também à falácia que atribui a cada fenômeno cultural o estatuto de “cultura”. Do infanticídio de um determinado povo indígena em determinadas circunstâncias se construiria logo uma “cultura de infanticídio”. “Individualismo” e “consumismo” são fenômenos culturais, mas não constituem uma cultura que exige um sujeito individual ou coletivo. Quem seriam os sujeitos de uma “cultura de consumismo”? A ambivalência humana (ver Freud!) nos faz compreender que somos consumistas e ascetas, individualistas e solidários ao mesmo tempo. A solidariedade existe no meio do individualismo, como o trigo no meio da cizânia. Não haverá cultura de solidariedade como não existe cultura do Paulo Suess individualismo. Enquanto a humanidade existe, existirá solidariedade. Dela depende a sobrevivência da espécie”.
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Dor crônica atinge 28,7% da população Pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública da USP, em parceria com profissionais do Hospital das Clínicas de São Paulo, é a mais abrangente na avaliação da dor crônica, aquela que persiste por mais de três meses. Para Manoel Jacobsen, chefe do Grupo de Dor do HC, brasileiro, a dor crônica não tem cura e deve ser suportada. Automedicação é outro problema verificado no estudo A dor crônica, que persiste por pelo menos três meses, atinge 28,7% da população. Os resultados preliminares estão no estudo EPIDOR, apresentado em São Paulo. A pesquisa foi coordenada pela professora Maria do Rosário Dias de Oliveira Latorre, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP, em parceria com profissionais do Hospital das Clínicas. No estudo EPIDOR foram realizadas 2401 entrevistas com pessoas maiores de 18 anos, moradoras no município de São Paulo. O objetivo da pesquisa, inédita neste modelo na América Latina, foi avaliar a prevalência de dor crônica na população, suas causas, gravidade, duração e local da dor. Os achados foram relacionados ao sexo e idade. “O estudo EPIDOR trouxe à tona questões importantes. A população não utiliza medicamentos para tratar a dor e quando o faz, frequentemente faz uso de automedicação para controlar o problema”, explica Manoel Jacobsen, chefe do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas de São Paulo, e um dos autores do estudo. Para Jacobsen, muitas pessoas não tratam a dor crônica pois acreditam que não existe cura e que ela deve ser suportada. “Essa idéia é muito prejudicial para o tratamento da dor. Por exemplo, muitos indivíduos imaginam que a cefaléia não tem cura, o que não é verdade” completa. Afirmou que aproximadamente um terço dos indivíduos com dor crônica não utiliza nenhum medicamento para tratar a dor nos últimos 12 meses. “A dor crônica é negligenciada no país. Vivemos esta situação e a população precisa ser informada sobre as opções de tratamento. Ninguém precisa viver com dor”, completa Karine Leão, coordenadora do Grupo de Dor do HC, também autora do EPIDOR. (Mais informações no site www.janssen-cilag.com.br)
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Saber viver Técnicas caseiras só atrapalham a cicatrização de uma queimadura Os acidentes em ambientes domésticos são bastante comuns nos lares brasileiros, fazendo milhares de vitimas todos os anos. A principal causa de ferimentos e desastres é por meio de produtos que proporcionam queimaduras na pele como, por exemplo, água, leite, gordura, panela quente, entre outros alimentos que precisam ser aquecidos e, claro, o descuido na manipulação do álcool no tradicional churrasco do fim de semana. O que muita gente não sabe, contudo, é que estes acidentes são mais comuns nas crianças, conforme dado da Sociedade Brasileira de Queimaduras de São Paulo (SBQ). O que fazer, então, para tentar amenizar os efeitos que uma queimadura pode causar na pele? De acordo com Jardis Volpe, médico dermatologista da Clínica Volpe, de São Paulo, nas queimaduras causadas por líquidos aquecidos, fogo ou eletricidade, a melhor conduta é resfriar as lesões, seja por meio de água corrente (torneira, chuveiro, mangueira), ou por aposição de toalhas ou panos umedecidos em água gelada ou em temperatura ambiente. Essa medida interrompe o calor residual que permanece mesmo após o acidente, melhorando imensamente a dor. “É muito importante não dar nenhum tipo de remédio até o primeiro atendimento médico. O resfriamento das lesões ajuda a melhorar a dor até a avaliação do profissional da saúde”, recomenda Volpe. Ter em casa um kit de primeiros-socorros, afirma ele, é primordial, tais como: gaze, curativos adesivos, esparadrapo, termômetro, bolsa térmica, soro fisiológico, entre outros produtos. O problema social das queimaduras, tanto o traumático como o de caráter social, merece atenção, por isso o tratamento imediato é muito importante no sentido de prevenir o surgimento de sequelas. Nas queimaduras de primeiro grau, por exemplo, causadas por exposição solar, o tratamento clínico conservador impõe aplicação de medicamentos tópicos, uso de malha compressiva, entre outros, possibilitando a regeneração da pele sem causar danos estéticos. Nas queimaduras de segundo e terceiro graus, consideradas mais graves, a camada da derme é atingida, causando maior tendência a bolhas e cicatrizes.
Substâncias caseiras
Habitualmente, quem sofre algum tipo de queimadura no ambiente doméstico, utiliza-se de alguns artifícios para amenizar o prejuízo causado na pele, tais como: creme dental, manteiga, pó de café, clara de ovo, folha de bananeira, pomadas caseiras, entre outras substâncias. O medico Jardis, entretanto, explica que estas técnicas caseiras não ajudam em nada a melhorar o ferimento, muito pelo contrário, pode dificultar a evolução natural da cicatrização, além de causar infecções. “Até que se encontre um atendimento médico, nada deve ser colocado em cima das áreas queimadas, nem mesmo pomadas que se tenha em casa. Apenas cobrir estas áreas com toalhas, lenços ou panos úmidos”, finaliza Volpe. (Mais informações: www.clinicavolpe.com.br)
JOSY M. WERLANG ZANETTE Técnicas variadas Atendemos convênios
Conselhos para evitar a Influenza O melhor que você pode fazer para enfrentar a Influenza A (erroneamente chmada de gripe suina), segundo o médico imunologista da Unicamp Odair Alfredo Gomes, é reforçar o seu sistema imunológico através de uma alimentação correta e saudável, no sentido de manipular sua imunidade, preparando suas células brancas do sangue (neutrófilos) e os linfócitos (células T) as células B e células matadoras naturais. Essas células B produzem anticorpos importantes que correm para destruir os invasores estranhos, como vírus, bactérias e células de tumores. As células T controlam inúmeras atividades imunólogicas e produzem duas substâncias químicas chamadas Interferon e Interleucina, essenciais ao combate de infecções e de tumores. Recomendações sobre alimentos importantes que estimulam a ação do sistema imunológico e potencializam seu funcionamento. Antes de mais nada, tome pelo menos um litro e meio de água por dia, pois os vírus vivem melhor em ambientes secos, e manter suas vias aéreas úmidas desestimulam os vírus. Não tome gelado, sempre preferindo água natural e de preferência água mineral de boa qualidade. Não tome leite, principalmente se estiver resfriado ou com sinusite, pois produz muito muco e dificulta a cura. Use e abuse do iogurte natural, um excelente alimento do sistema imunológico. Coloque bastante cebola na sua alimentação. Use e abuse do alho, que é excelente para o seu sistema imunológico. Coloque na sua alimentação alimentos ricos em caroteno (cenoura, damasco seco, beterraba, batata doce cozida, espinafre cru, couve) e alimentos ricos em zinco (fígado de boi e semente de abóbora). Faça uma dieta vegetariana (vegetais e frutas). Coloque na sua alimentação salmão, bacalhau e sardinha, excelentes para o seu sistema imunológico. O cogumelo Shiitake também é um excelente anti-viral, assim como o chá de gengibre, que destrói o vírus da gripe. Evite ao máximo alimentos ricos em gordura (deprimem o sistema imunológico), tais como carnes vermelhas e derivados. Evite óleo de milho, de girassol ou de soja que são óleos vegetais poli-insaturados. Importante: mantenha suas mãos sempre bem limpas e use fio dental para limpar os dentes, antes da escovação. (Internet)
Espaço aberto
Obediência e
Um projeto para acabar
rebeldia
com as drogas
Mons. Jonas Abib Fundador da Comunidade Canção Nova
O
inimigo vem destruindo as estruturas de nossas famílias. Ele está transformando as pessoas em marionetes, manipulando-as para que não obedeçam mais a Deus. Quando isso acontece, vivemos na desordem. Nossa sociedade tem incorrido cada vez mais nesse erro. Talvez a nossa geração seja a que mais gritou a independência de Deus. Daí a desordem e todo sofrimento que vivemos. Muitos homens entre 40 e 50 anos, começam a trair suas esposas com meninas bem mais novas. Às vezes, inclusive, com a mesma idade de suas filhas. Vão fazendo o que lhes dá vontade, seguindo somente as paixões e cultivando o firme pensamento de que essa “felicidade” que encontraram nem Deus pode tirar. Isso não tem acontecido somente com os homens. Há mulheres formadas na “faculdade das novelas” que também vivem dessa forma. Temos, então, homens e mulheres, pais e mães de famílias, querendo imitar os enredos das novelas. Que loucura! Pior ainda: há muita gente de Igreja, de comunidade e de grupos de oração caindo nisso também. É preciso ter muito cuidado com esse vírus. A nossa sociedade pegou uma virose - causada pelo destruidor vírus da rebeldia - e tem buscado a independência de Deus. Deixe-me dar um exemplo: a gripe derruba a gente; e o que causou tudo isso? Um vírus bem pequeno. Se o vírus pegou você e o seu cônjuge virou o maior chato, seu casamento não presta mais, não tem mais sabor, desculpe-me a comparação, mas seu casamento não perdeu o sabor. É você que foi contaminado pelo vírus. O seu casamento não é uma desgraça. Cria juízo na sua cabeça! Será que é preciso você pegar doenças sexualmente transmissíveis e Aids, primeiro, para cair na realidade depois? Conheço profundamente o “antibiótico” contra esse vírus: Deus. Não continue nessa loucura de uma sociedade que pediu a independência de Deus. Lúcifer e os anjos decaídos querem trazer a divisão e separar o povo de Deus. Meus filhos, nós precisamos romper com esse círculo vicioso. Talvez nossos pais, irmãos, filhos, esposa ou esposo não queiram rompê-lo. Então, rompamos nós com esse círculo vicioso. Repitam: “Eu e minha casa serviremos a Deus”. www.cancaonova.com
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Sem fronteiras
Fim da Guerra do Chaco
Luiz Fernando Oderich
Martha Alves D´Azevedo
Presidente da ONG Brasil sem Grades
Comissão Comunicação Sem Fronteiras
e quisermos combater o uso de drogas, primeiro precisamos compreender a maneira como ela satisfaz a quem a consome. Pelas pesquisas disponíveis, ela preenche o vazio do desamor de uma existência. A solução, portanto, passa menos pela repressão policial ou pelos bancos escolares, e muito mais pela reestruturação das famílias. Senão, vejamos como tudo já começa mal. Em 30% das certidões de nascimento hoje emitidas, não consta o nome do pai (pesquisa da Universidade de Brasília, em 180 mil certidões). Se os pais não fazem esse gesto simples, de colocarem seu próprio nome no registro do filho, também não pagam a pensão alimentícia, não visitam, não cobram posturas etc. Amar os filhos? Jamais. As mães, desprovidas de apoio material e emocional, saem à luta no mercado de trabalho. Enfrentam longas jornadas, voltam cansadas, para enfrentar um novo desafio: serem agora donas de casa. Daí a cair na tentação da permissividade ou de tentar compensar a ausência com presentes é um passo. Notese que os drogados têm baixa tolerância às frustrações. Seria bom se pudéssemos acreditar que os demais 70%, que chegam ao reconhecimento, fossem pais maravilhosos. Entretanto, ainda teremos de nos ver com os omissos e os violentos, entre outros, fora as mães sem aptidão para a maternidade. Portanto, matéria-prima para o desastre não falta. Comecemos pelo início. Há um plano-piloto em curso em São Sebastião do Caí, cujo foco é reduzir quatro males: evasão escolar, consumo de drogas, delinquência juvenil e comportamento antissocial. Para tanto, foi feita uma parceria entre o Ministério Público, a prefeitura de São Sebastião do Caí e a ONG Brasil sem Grades. Iniciamos pela colocação em prática do artigo 27 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Nenhuma criança sem o nome do pai na certidão. Já foram identificadas as crianças (6% da população), nas creches e nas escolas municipais, e estão sendo feitas reuniões de convencimento com as mães. No aspecto humano, é incrível o número de dramas que florescem. Dentro
de poucos dias, o Dr. Charles E. M. Martins irá despejar no fórum o primeiro lote de ações. Ato contínuo, virá o pagamento dos alimentos, posteriormente haverá ações por abandono intelectual (não mandar o filho à escola). As ações preventivas propriamente ditas começam pela apresentação do DVD de uma palestra do Dr. Sérgio de Paula Ramos, cujo foco é justamente a participação do pai. Essa palestra será ministrada nas escolas, nos bancos, nas empresas e em quaisquer locais públicos que o permitirem. Nas áreas mais carentes, o prefeito de São Sebastião do Caí, Darci Lauermann, está implantando a escola de turno integral. A primeira já começou no bairro Navegantes. A seguir virá a São Martim. Idem quanto a apoio ao esporte. A secretária de Educação do município, Ingrid Oberto, e sua equipe já estão pensando em como fazer do limão uma limonada. Vale dizer, proporcionar nas escolas ações prazerosas, que busquem fortalecer o vínculo do filho com a figura paterna. Por fim, àquelas crianças às quais não houver condições de atribuir-se um pai biológico ou adotivo, procuraremos, ao menos, proporcionar um padrinho afetivo, à semelhança do que “Amigos de Lucas” faz. Algo semelhante já foi feito em Mirassol, no Estado de São Paulo, tão somente no que tange à evasão escolar, com extraordinários resultados (redução da evasão de 20% para 0,5%). Enfim, é isso ou rezar para que o Papai do Céu faça um milagre. (Fonte: Zero Hora, ed. 07.05.09)
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Guerra do Chaco, que se travou entre o Paraguai e a Bolívia de 1932 até 1935, pelo controle do Chaco Boreal, apesar da aridez do solo e escassa população da área, deu continuidade às disputas existentes desde a luta pela dominação entre Espanha e Portugal. O controle do Chaco tinha entre suas motivações o valor estratégico do rio Paraguai, que o limita ao oriente. O domínio do rio abriria a porta para o Oceano Atlântico, uma vantagem crucial para os únicos dois países da América do Sul que não possuem saída para o mar. A Bolívia havia perdido para o Chile sua costa no Pacífico, após a Guerra do Pacífico, em 1879, e nunca se recuperou desta perda. O Paraguai sonhava com um desenvolvimento almejado a partir das supostas reservas petrolíferas na pré-cordilheira andina. Durante três anos, a Bolívia e o Paraguai lutaram numa guerra selvagem, na qual houve uma grande quantidade de baixas (55.000 bolivianos e 40.000 paraguaios). No econômico a guerra foi um desastre para ambos os países. Anos depois, descobriuse que não existiam mais reservas petrolíferas além das que se haviam descoberto na cordilheira boliviana no Chaco. A Guerra do Chaco foi a maior e mais sangrenta que se travou na América durante o século XX. A enorme destruição de material bélico e munições não tem comparação com nenhum outro conflito americano ao longo deste século. Durante três anos, 250.000 soldados bolivianos e 150.000 paraguaios se enfrentaram no território chaqueano, uma das regiões mais inóspitas do mundo, para travar uma guerra das mais duras e sofridas na história. A vitória na disputa coube ao Paraguai, com o reconhecimento da maior parte dos territórios em conflito como paraguaios, por parte da Bolívia, que nunca se conformou com o resultado da guerra. Praticamente, dois terços do território paraguaio hoje estão localizados nesta área. Agora, 74 anos depois do encerramento das lutas (19321935), os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Paraguai, Fernando Lugo, assinaram dia 27 de abril último, em Buenos Aires, um acordo, que fixa os limites fronteiriços e põe fim à Guerra do Chaco.
Visa e Mastercard
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São Paulo, apóstolo
Igreja e comunidade Voz do Pastor
A crise do trabalho
Antônio Mesquita Galvão Biblista, doutor em Teologia Moral
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este dia 29 de junho, a Igreja celebra o fim do “Ano Paulino”. O apóstolo nasceu no ano 8 de nossa era, cujo segundo milênio agora se completa. Paulo de Tarso é uma figura notável. Depois do Deus Trino e da Virgem Maria, ele é a pessoa mais importante do cristianismo. Eu sempre digo, como seria difícil falar em Jesus, pregar o Evangelho, pensar em Igreja e desenvolver uma atitude missionária se não tivéssemos o modelo cristão que ele nos deixou. Em uma audiência geral do fim de junho de 2008, o Papa Bento XVI citou a vida de Paulo de Tarso como proposta de ensinamento para nós, cristãos do terceiro milênio. O Papa destacou a sua originalidade, além do fato de Paulo compartilhar sua cultura e o ambiente em que vivia. Diante de aproximadamente oito mil fiéis, Bento XVI destacou a tripla formação de Paulo (judaica, helenista e romana), anunciando que “ao grande apóstolo é consagrado este ano litúrgico porque ele é uma figura distinta e inimitável, mas sempre estimulante diante de nós, como exemplo de grande abertura à humanidade e às suas culturas”, afirmou o Papa. Um dos livros que mais me impressionou foi “Os santos que abalaram o mundo” (R. Füllop-Miler, 1948) no qual o autor destaca a vida e obra de cinco santos: Antão, Agostinho, Francisco, Inácio e Teresa de Jesus. Sem querer ser polêmico, me permito discordar de uma nominata da qual Paulo de Tarso não faça parte. É impossível falar de cristianismo sem citar a pessoa e a obra de São Paulo, chamado com muita propriedade de o maior depois do Único. Ele, mais do que ninguém abalou o mundo. A teologia paulina é um tratado, especial e privilegiado sobre a graça de Deus. Lá encontramos inúmeras referências ao dom da salvação, gratuitamente colocado à disposição de quem crê pelo Deus rico em misericórdia, que nos arrancou da morte e nos deu vida. São Paulo é um comunicador por excelência. Ele rompe o círculo vicioso da pregação religiosa de seu tempo, em que os sacerdotes não saiam dos templos. Ele saiu para ir onde o povo estava. Por esta razão, o Papa Paulo VI disse certa vez que, se São Paulo vivesse hoje, certamente seria jornalista. Dentro dessa perspectiva, é preciso ler sua obra como uma reportagem que nos relata a grandeza de Deus, assim como o grande amor do gesto redentor de Cristo. Assim como um crítico especializado tenta, através de apologias, nos convencer do valor de um livro, de um filme ou de uma ideologia qualquer, assim o apóstolo viveu, viajou, pregou, fundou igrejas e deixou documentos para mostrar a todos a eficácia do evangelho da salvação. Compreender Paulo e sua obra é sedimentar nosso conhecimento sobre o cristianismo.
Edith de Lima Xavier - 12/07 Vergílio Perius e Antônio Parissi - 14/07 Elizabetta W. Torresini - 15/07
Dom Dadeus Grings
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Arcebispo Metropolitano de P. Alegre
século XX provocou uma catastrófica crise do trabalho. João Paulo II, de feliz memória, reconheceu, em sua encíclica ‘Laborem Exercens’, no trabalho a chave da questão social. O trabalho havia se mercantilizado. Pior ainda, chegou-se até ao extremo da escravidão, cujas consequências funestas perduram no século XXI acerca da concepção do trabalho. João Paulo II procurou, por isso, alargar a visão. Reconhece, contrariamente à ideologia marxista, que o restringia ao setor primário e secundário da atividade humana, simbolizados, respectivamente, pela foice e o martelo – como toda e qualquer atividade humana. Incluía, assim, na categoria de trabalhadores, todos os setores, desde o primário ao quaternário. Hoje já o alargamos para o quinquenário, superando a concepção mercantilista do trabalho. Onde se situa a crise do trabalho? Está nas atitudes que se tomam a seu respeito, como se fosse algo extremamente ruim e prejudicial. Chega-se a proibir o trabalho para menores. As leis trabalhistas tornaram o sentido do trabalho tão mesquinho que o regulamentam com normas extremamente rígidas e desumanas. Delimitam o horário e punem severamente quem ousar transgredir estes limites. Horas extras, férias não gozadas, folgas não usufruídas etc são motivos de severas repressões. Nem se fale de alguém que preste algum serviço fora do contrato ou além de sua especificação em carteira. O trabalho é coisa tão ruim assim? Tudo isto certamente se justifica pelos abusos ocorridos. Quer-se garantir o direito do trabalhador ou do menor. Mas a isto subjaz uma concepção extremamente negativa, tanto do que seja atividade
humana, como do que ele representa para o desenvolvimento humano, e como o que o trabalho deveria ensejar pela solidariedade e colaboração entre os seres humanos. Dá a impressão de que todo trabalho escravize. Até se chega a afirmar, em âmbito anedótico, que há gente à procura de quem o inventou para eliminá-lo. Com a abolição da escravatura parece que o próprio trabalho foi afetado, senão eliminado: os ex-patrões não trabalham porque não se lhes afigura digno e os ex-escravos não trabalham porque foram libertados... Se a concepção do trabalho, como emprego, está em crise, sente-se a necessidade de modificar seu conceito. As leis que estabelecem a formalidade do trabalho, tanto trabalhistas como previdenciárias, estão bem longe da realidade humana. Não por nada mais da metade dos ‘trabalhadores’ refugiam-se na informalidade. Constituem por si só, um estridente grito e como que um plebiscito premente contra todo o sistema formal, que rege os empregos. Há algo visceralmente errado, tanto na concepção como na legislação trabalhista e, muito pior ainda, na dita justiça do trabalho... Para onde leva esta crise? A informalidade responde, em parte, protestando silenciosamente contra o sistema. Foi necessário implodir a União Soviética parar mostrar que a foice e o martelo, isto é, os agricultores e os operários da indústria não são os únicos trabalhadores. Nem sequer constituem a maioria. Com o avanço da informática, o trabalho humano se torna cada vez menos braçal e mais intelectual; produz cada vez menos bens materiais e mais bens imateriais. Há uma nova visão do mundo, que repercute no âmbito do trabalho. A foice e o martelo passaram para o âmbito da técnica. O trabalho humano foi assim sublimado.
O Cura e o Ano Sacerdotal Dom Sinésio Bohn
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Bispo de Santa Cruz do Sul
o dia 08 de maio de 1786 nasceu em Dardilly, perto de Lyon (França), o menino João Maria Vianney. Seus pais - Mateus e Maria Beluze - educaram o filho na fé cristã. Quando fez 11 anos, sua família foi visitada clandestinamente por um sacerdote (Padre Groboz) e ali mesmo, em casa, fez a primeira experiência de confissão auricular. A primeira comunhão, João, apelidado de "gordinho", fez dois anos depois, também às escondidas, por causa da Revolução Francesa. O gordinho era muito piedoso, mas tinha dificuldade no estudo. Outra dificuldade encontrou no exército napoleônico, em marcha para a Espanha: não acertava o passo com seu batalhão! O jovem entrou no seminário, muito desejoso de ser padre. Conta-se que os professores queriam impedir o acesso às ordens sagradas, mas um deles falou ao vigário geral: "É uma lástima, porque é um modelo de piedade". Este interveio: "É um modelo de piedade? Então eu o promovo e a graça de Deus fará o resto!" Foi ordenado padre e, em 1818, aos 32 anos, foi enviado para Ars uma pequena paróquia rural, onde o santo cura permaneceu até a morte, aos 04 de agosto de 1859, com 73 anos de idade.
O Cura d'Ars foi um exímio confessor e diretor espiritual. Chegava a permanecer 18 horas por dia no confessionário. Rapidamente, sua fama se espalhou pela França e paises vizinhos e Ars tornou-se um centro de peregrinação. Outra virtude do Cura d'Ars foi sua imensa bondade e generosidade. Usava uma desbotada batina. Um pobre vestia um par de calças muito ruins. O santo trocou sua calça pela do mendigo. Às vezes doava também as meias e os sapatos. Para os órfãos criou a "Providencia", um orfanato, cuja direção coube a Catarina Lassagne. Para comemorar os 150 anos do falecimento de São João Maria Vianney, o Papa Bento XVI proclamou um especial "Ano Sacerdotal". Ele mesmo abriu o ano especial em Roma, dia 19 de junho, na festa do Sagrado Coração de Jesus. O Papa proclama o Cura d'Ars como padroeiro de todos sacerdotes. O encerramento será dia 19 de junho de 2010, na Praça São Pedro, em Roma, na presença de milhares de presbíteros do mundo inteiro. Na Diocese de Santa Cruz do Sul foi aberto o "Ano Sacerdotal" em Santa Clara do Sul, também dia 19 de junho, no encontro regional do Apostolado da Oração. Pede-se aos fiéis que neste ano se lembrem de orar pelos padres e pelas vocações sacerdotais. E os próprios presbíteros orem pelo povo a eles confiado. E oremos todos uns pelos outros.
Comunidade e Igreja
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1o a 15 de julho de 2009
Solidário Litúrgico 5 de julho – 14o Domingo do Tempo Comum (
verde)
1a leitura: Profecia de Ezequiel (Ez) 2,2-5 Salmo 122 (123),1-2a.2bcd.3-4 (R/.2cd) 2a leitura: 2a Carta de S. Paulo aos Coríntios (2Cor) 12,7-10 Evangelho: Marcos (Mc) 6,1-6
Encontros em várias paróquias para orar pelos sacerdotes
Ano de orações para os sacerdotes a pedido do Papa
Os ministros extraordinários da Sagrada Comunhão da área de Ipanema, através de seus coordenadores: Pe. Antônio Marcelo Todeschini, (padre responsável pela área), Irene Salvadori (coordenadora) e Ivone Menegotto (vice-coordenadora), atendendo ao pedido do Papa Bento XVI, neste ano sacerdotal que se iniciou no dia 19 de junho, na festa do Sagrado Coração de Jesus, na Paróquia São Martinho, estão convidando os fiéis para participarem da adoração ao Santíssimo Sacramento e de orações pelos sacerdotes, para o fortalecimento desse ministério, e aumento de vocações sacerdotais, redescobrindo a beleza e a importância do sacerdócio. O encontro será realizado mensalmente, encerrando com a Santa Missa, conforme calendário a seguir: 19 de julho – das 8 às 18 horas – Paróquia Santa Luzia; 2 de agosto – das 8 às 18 horas – Paróquia Santa Tereza de Jesus; 18 de setembro – das 8 às 18 horas – Paróquia N.S. das Graças; 9 de outubro – das 8 às 19 horas – Paróquia Santa Cruz; 15de novembro – das 12 às 18h30min – Paróquia Santa Flora; 16 de dezembro – das 7 às 19 horas - Paróquia São Vicente Mártir; 8 de janeiro de 2010 - das 17 às 18h30 horas - Paróquia Nossa Senhora Aparecida; 6 de fevereiro – das 08 às 18 min – Paróquia Santa Luzia; 5 de março – das 9 às 19 horas - Paróquia Sagrado Coração de Jesus; 21 de abril – das 9 às 18 horas – Santuário de Schoenstatt; 25 de maio – das 9h30min às 18 horas -Paróquia Nossa Senhora da Assunção; e 19 de junho –das 7 às 20 horas – Paróquia São Martinho – Encerramento
Comentário: Voltando para sua terra, Jesus pôs à prova conhecido provérbio popular: “santo de casa não faz milagre”. Os moradores de Nazaré, há dois mil anos, tinham ouvido falar do seu conterrâneo, que se fizera famoso noutras regiões da Palestina por seus milagres e por uma doutrina nova que anunciava. Doutrina tão nova que escandalizava a muitos, enraivecia a outros, especialmente aqueles que tinham muito a perder com uma religião que fazia da igualdade, da fraternidade, da justiça e do perdão suas colunas basilares. Mais: que fazia do amor solidário sua referência, sua doutrina central e sua condição de pertença à nova comunidade religiosa de discípulos missionários que se estava criando. Para seus conterrâneos de Nazaré, Jesus não era mais que um carpinteiro, filho do carpinteiro José e da dona de casa Maria, sua mãe. Era familiar demais, próximo demais, conhecido demais para que acreditassem nele. As pessoas não mudaram muito nestes últimos dois mil anos. Também hoje, santo de casa dificilmente faz milagres. As pessoas preferem, aplaudem e seguem mitos, geralmente construidos pelas modernas mídias e que não são do seu relacionamento cotidiano. Se alguém é muito familiar, próximo, conhecido, tem poucas chances de realizar “milagres”, os verdadeiros milagres, que não são espetaculosos, nem pirotécnicos, nem aparecem nas grandes mídias. São milagres que acontecem no coração e salvam para a vida e para a eternidade. Milagres de perdão, de esperança, de acolhida generosa e gratuita, de amor solidário, mais difíceis e maravilhosos do que curar um cego, um coxo, um paralítico... Como há dois mil anos, são estes os milagres que Jesus mais realiza pela fé de quem nele crê e põe nele a sua confiança.
12 de julho – 15o Domingo do Tempo Comum (
verde)
1a leitura: Livro do Profeta Amós (Am) 7,12-15 Salmo 84 (85),9ab-10.11-12.13-14 (R/.8) 2a leitura: 2a Carta de S. Paulo aos Efésios (Ef) ,3-14 Evangelho: Marcos (Mc) 6,7-13 Comentário: Aquele foi, sem dúvida, um noviciado... um “ensaio” de evangelização para os discípulos de Jesus. Dois a dois, eles foram enviados para as aldeias e povoados da região, livres e leves, usando apenas as roupas do corpo, um bastão e sandálias nos pés. Sem pão nem roupa de reserva, sem sacola nem dinheiro. Esta primeira experiência evangelizadora foi cansativa, mas muito gratificante. Muitos habitantes da região os acolheram e escutaram, outros não queriam nem ouvi-los, nem recebê-los em suas casas. E os discípulos ficaram maravilhados pelo bem que puderam fazer. Uma linda experiência franciscana de paz e bem doze séculos antes de S. Francisco, o poverello de Assis! Nestes dois mil anos da história cristã, os grandes evangelizadores sempre foram homens e mulheres desapegados das seguranças materiais, anunciando o Evangelho, livres e leves, sem as muitas amarras que impedem e inibem este anúncio. Jesus sonhou uma igreja assim, pobre e desapegada, feita de comunidades de discípulos missionários desapegados, sem as preocupações angustiantes das “coisas da terra”. Esta é a mensagem central do texto de Marcos deste domingo: somente corações desapegados, sem a preocupação de várias sacolas, de reserva de dinheiro, de “pão” para o ano e para a vida são capazes de anunciar, livre e alegremente, a Boa Nova de Jesus para este nosso mundo, onde a maioria se “preocupa com todas estas coisas” da terra. Jesus quer para seus discípulos homens e mulheres livres e alegres, anunciando a sua Boa Nova e, sendo, assim, sinal do Deus feliz que ele veio anunciar. attilio@livrariareus.com.br
Porto Alegre, 1o a 15 de julho de 2009
Mutirão de Comunicação debate a cultura solidária Porto Alegre – 12 a 17 de julho de 2009 Centro de Eventos PUC/RS Resumo da programação geral 12 de julho – domingo 19h: Abertura Oficial, com a presença de autoridades e conferência de Dom Cláudio Maria Celli 20h30: Abertura acadêmica, em formato de programa televisivo sobre o tema central. Entrevistados: Ismael González (Cuba); Fernando Checa Montúfar, diretor do CIESPAL; Carlos Augusto dos Santos (Paraguai); Gabriel Mariotto (Argentina). Entrevistadores: Juremir Machado da Silva (Brasil) e Washington Uranga (Argentina).
13 de julho – segunda-feira 8h45 às 12h: Conferência: Novos cenários políticos e sociais e processos de comunicação - Salão de Eventos Conferencista: Pedro Ribeiro de Oliveira (Brasil), Coordenadora mesa: Anamaría Rodríguez (Equador). 22h30: Programa Tribuna Livre com Mons. Cláudio Maria Celli - Rede Vida de Televisão.
14 de julho – terça-feira 8h45: Conferência: Economia e comunicação na era digital Conferencistas: Rubens Salvador Bordini (Brasil) e Luciano Sathler (Brasil). Coordenador da mesa: Carlos Arturo Quintero Gómez (Colômbia). 20h: Entrega dos prêmios Margarida de Prata, Microfone de Prata, Prêmio Dom Helder Câmara e Prêmio Clara de Assis aos melhores do cinema, rádio, imprensa e televisão, respectivamente. Entrega do Prêmio Comunicador da Paz, pela OCLACC, homenageando a trajetória e o compromisso de vida das comunicadoras e comunicadores latino-americanos que trabalharam em prol de uma cultura voltada para a paz.
15 de julho – quarta-feira 8h45 às 12h: Conferência: Comunicação CianMagentaAmareloPreto
no diálogo das culturas. Conferencista: Washington Uranga (Argentina). Coordenador da mesa: Luciano Sathler (Brasil).
16 de julho – quinta-feira 8h45 às 12h: Exposição sobre Processos de Comunicação e Cultura Solidária: construção de cenários de futuro, a cargo do Comitê Acadêmico do Mutirão. Síntese da proposta da carta. Coordenador: Washington Uranga (Argentina). 14h: Apresentação das entidades promotoras do evento – OCLACC, CELAM, CNBB, UCBC, OCIC/BR, RCR e UNDA: o que são e o que fazem (10 minutos). 20h: Apresentação da Carta de Porto Alegre sobre processos de comunicação e cultura solidária. Leitura da Carta do Rio Grande do Sul, da Juventude, a ser encaminhada ao Parlamento do Mercosul. Encerramento solene.
PAINÉIS TEMÁTICOS A partir das 14h, diariamente entre os dias 13 e 16, com os seguintes temas: Novo cenário político regional e políticas de comunicação - Rosa Alayza (Peru). Novos processos de comunicação nos diferentes atores sociais - Wrana Panizzi (Brasil). Meios públicos e direito à comunicação - Guillermo Mastrini (Argentina) Ética da comunicação na perspectiva de direitos - Gabriel Jaime Perez Montoya (Colômbia) Comunicação ante o Deus da esperança - Agenor Brighenti (Brasil). Concentração da propriedade nas comunicações e relações de poder - Martín Becerra (Argentina) Sociedade da informação, processos de digitalização, convergência tecnológica - Carlos Eduardo Cortés (Colômbia) Nova realidade econômica latino-americana e suas consequências na comunicação - Inácio Neutzling (Brasil) Economia solidária e processos de comunicação - Paul Singer (Brasil)
Deus como “mercadoria” na era digital - Leomar Brustolin (Brasil) Comunicação nas diferenças e no conflito - Tanius Karam (México) Comunicação no diálogo ecumênico e inter-religioso - Dennis Smith (Guatemala) Novas linguagens nos processos de inculturação do Evangelho - Paulo Suess (Brasil) Comunicação dos silenciados e processos de resistência - María Cristina Mata (Argentina) Teologia e comunicação na sociedade do conhecimento - Urbano Zilles (Brasil)
Outros painéis Como fomentar/valorizar a cultura popular na América Latina? A educação popular construindo a cidadania: Como articular governos e sociedade civil para defender a natureza? Como integra as diversidades sexuais, étnicas, raciais, culturais nas sociedades do Planeta? Como melhorar a qualidade da educação Pública no Brasil?
MESAS-REDONDAS Diariamente, para debater com a comunidade e interessados sobre a grade das TVs católicas: avaliação e sugestões na perspectiva da evangelização.
OFICINAS Diariamente, a partir das 14 horas, Feira e atrações artísticas Exposição de material e livros sobre comunicação e tecnologias, partilha de experiências, diálogo de práticas nos estandes/tendas, com abertura diária às 9 horas no Prédio 40 Apresentações musicais: diariamente, entre 13 e 18h Mostra de filmes premiados pela CNBB, diariamente, em dois espaços.