IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS
Porto Alegre, 16 a 30 de novembro de 2009
Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe 3 a 7 de fevereiro de 2010 Centro de Eventos da PUCRS P. Alegre
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Como lidar com as frustrações
frustração é um objetivo não alcançado, um desejo que não se realiza, uma expectativa que não se concretiza. Página 5
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Ano XV - Edição No 550 - R$ 1,50
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Jovem tem vez Manuela Machado dos Santos, 12 anos, fala de si, de seus planos e de outros que tais.. Página 9
O marketing infantil e a compulsão consumista
Afinal, o que quer um casal?
Paróquia da Pompéia: 50 anos ao lado do migrante
“Onde está o migrante que trabalha e sofre, aí deve estar a Igreja” (Scalabrini). E é com essa missão que os seguidores do Beato Dom João Batista Scalabrini, fundador da Congregação dos Missionários de São Carlos Borromeu, marcam presença há 50 anos no centro de Porto Alegre, através da Livraria Padre Reus está ofe Igreja daLivro Pompéia. A festa Adquir da Família/2010. seu pedido no endereço abaix do cinquentenário será dia alegria em atendê-lo. Também o 6 de dezembro próximo. E está dispon significa resgatar a história de tantos missionários e missionárias que, com seu trabalho, foram capazes de aliviar sofrimento e promover a vida de tantas pessoas.
esquisa mostra as vantagens e as desvantagens da vida de casado. Página 3
Urna de São João Bosco virá ao Estado
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erá no final deste mês. Ela está percorrendo os cinco continentes em preparação aos 200 anos de seu nascimento. Página 11
CianMagentaAmareloPreto
Igreja da Pompeia
Incapacidade para outra atitude a não ser consumir inconsequentemente. Esse é apenas um e o mais imediato dos malefícios da publicidade voltada para crianças. Prováveis problemas de obesidade, distúrbios alimentares, sexualização precoce, materialismo, individualismo, estresse familiar, diminuição de valores culturais e do brincar criativo são subsequentes. Há culpados? Quais as alternativas para reverter a situação? Páginas centrais
Uma civilização da vida Voz do Pastor/Página 2
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2 EDITORIAL
Marketing & ingenuidade
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ma cena familiar: a avó de uma linda menina de uns sete anos conta como os olhos da netinha brilharam quando ela lhe deu a mais recente edição de uma boneca que a televisão anunciava, exaustivamente. Movida pela publicidade, a pequena queria porque queria aquela boneca. Quando a recebeu, a vibração, o brilho quase febril nos olhos, o abraço na mais recente “conquista” e, finalmente, o “depósito” junto às 28 bonecas daquele repertório de bonecas de todos os tipos, nomes, tamanhos, cores. Uma semana depois, aquela “boneca dos sonhos” era apenas um número a mais da coleção e a televisão já anunciava uma nova versão e, na criança, despertava um novo desejo. Que teria sua fugaz satisfação apenas e quando a pequena pudesse estreitar nos braços “aquela beleza”. E o círculo da compulsão consumista continua, quase ad infinitum. Esta compulsão consumista, promovida e alimentada criminosamente pelas grandes mídias, não afeta apenas as crianças, embora sejam elas as maiores vitimas; afeta também, e como!, muitos adultos que não têm estrutura crítica suficiente e entram ingenuamente no jogo do marketing que fatura alto com a sua ingenuidade. Aqui se poderia repetir: há muitas pessoas que compram produtos que não precisam com o dinheiro que não têm, já que vão pagar em dez, quinze ou vinte “suaves” prestações mensais... A “glória” do mercado é levar as pessoas a comprar pelo simples prazer de comprar, não porque tenham necessidade daquele produto e, muitas vezes, nem sequer para melhorar sua qualidade de vida. Lúcia Villela, pedagoga e idealizadora do projeto Criança e Consumo, alerta para “TV, computaalguns malefícios que o marketing consumista traz para a criança, muito bem em- dor, celular e cibalado e sempre agradável aos olhos e ao nema, os agentes coração: obesidade, distúrbios alimentares, do poder sobre a sexualização precoce, materialismo, indi- infância”. vidualismo, estresse familiar, diminuição de valores culturais e do brincar criativo. Já o comunicador, escritor e sacerdote redentorista, Pedrinho Guareschi, não deixa por menos: “Estão cometendo verdadeiros crimes contra a infância. A prática consumista, implantada em nossa sociedade está se transformando na própria razão de ser de nossa cultura capitalista, uniformizando gostos, sabores e saberes, nivelando, em geral, por baixo, originalidades, costumes, maneiras de pensar, viver e sentir. O consumismo torna-se o centro da atividade humana”. Isso afirma Guareschi no prefácio do livro “Eu Era Assim”, de Flávio Paiva. E o autor da obra complementa: “A comunicação mercadológica voltou suas baterias para atrair o mundo infantil à busca da satisfação do prazer imediato, representada pelo ato de comprar... As quatro telas, que caracterizam a comunicação e os relacionamentos na era digital, são: tevê, computador, celular e cinema. E é com elas que se exerce o poder sobre a infância”. A grande mídia já poluiu nossas mentes e corações a tal ponto que achamos normal e até natural a publicidade que cria e incentiva a compulsão consumista, visando, particularmente, o público infantil. A criança, assim estimulada, faz verdadeira “chantagem” com os pais, obrigando-os a comprar o que as mídias oferecem. Mas nem em toda parte é assim: especialmente na Europa e no Canadá, vários países se deram conta destes malefícios e proíbem, totalmente ou em parte, a publicidade com e para crianças (páginas centrais desta edição do Solidário). attilio@livrariareus.com.br
Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36
Conselho Deliberativo
Presidente: José Ernesto Flesch Chaves Vice-presidente: Agenor Casaril
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Uma civilização da vida
dialética dos sinais dos há judeu nem grego, nem escravo nem tempos com suas crises antilivre, nem homem nem mulher" (Gal éticas leva a uma civilização 3,28), não desconhecia a diferença humana que não se prende mais a entre a cultura judaica e a grega, nem ideologias, nem pauta sua camiaboliu a escravidão e a liberdade e, nhada pela metodologia. Avança muito menos, desconhecia a diferenDom Dadeus Grings a passos largos para seu conteúdo ça entre o masculino e o feminino. Arcebispo Metropolitano básico, que é a vida. Basta auscultar Conhece, muito bem, estas condições de Porto Alegre a voz dos tempos para ouvirmos o de vida. O que enfatiza é que, com a murmúrio da vida: a V Conferência de Aparecida vinda de Cristo, com o novo nascimento que Ele nos aponta vida para nossos povos. As diretrizes da ação proporciona, a vida humana divinizada pelo batismo evangelizadora da Igreja no Brasil, que se inspiram adquiriu uma nova dimensão e obtém nova expresno Documento dos Bispos da América Latina de são: "Todos vós sois um em Cristo!" (Gal 3,28). Aparecida, enfatizam a vida em abundância. O Não se tratava de uma pura teoria. A vida cristã, século XX lançara o apelo pela existência, para brotada do Batismo, se manifestava na comunidade. se contrapor à opressão ideológica. Mas acabou Acontecera algo inaudito para o tempo: pessoas de sucumbindo, no seu final, às exigências mais preorigem judaica confraternizavam, na mesma comentes da vida. Convenceu-se de que não basta munidade, com pessoas de origem grega, batizadas existir. É preciso viver. E a vida tem exigências em Cristo; pessoas de condição escrava se reuniam, que as ideias não conseguem captar nem expressar. em pé de igualdade, com pessoas de condição livre Envolve sentimentos e liberdade. e com seus patrões - basta dizer que um escravo Chegou o tempo da síntese. S. Paulo caracteriza chegou à condição de Papa; homens e mulheres se a entrada do cristianismo no cenário da cultura gaencontravam e rezavam juntos no mesmo recinto. rantindo que não haveria mais tensão entre homem A comunidade cristã era, na verdade, um milagre. e mulher, entre judeu e grego, entre patrão e servo. Albergava pessoas de todas as categorias, raças e Todos seriam um em Cristo. O século XXI apresenta condições sociais. Formavam comunidade. a síntese da nova época, mostrando que não há mais A vida, que vivemos, é mais complexa e mais capitalismo liberal nem comunismo marxista; não rica que a vida que pensamos e até aquela que quehá mais direita nem esquerda; não há mais patrão remos ou sentimos. Reconhecêmo-la primeiro como e operário; nem técnico e humanista; nem homem dom. Viver, na verdade, é conviver. Não existe vida e mulher; nem negro e branco; nem excluído e puramente individual. Vida é relação. Nosso conheincluído; nem católico e protestante ou ortodoxo; cimento, nossa vontade e nossos sentimentos, bem nem gremista e colorado; nem brasileiro e argentino como toda a nossa situação, são compartilhados. É e norte-americano... Todos formarão uma única coexatamente esta convivência que se encontra, no atumunidade, que se respeita na base da vida humana. al passo da dialética, como antítese. Ou convivemos, Sem preconceitos nem oposições. Mas em plena na unidade da comunidade, ou perecemos. A tese dos harmonia, como o olho e o ouvido; a cabeça e os sinais dos tempos, desafiada pela antítese das crises pés; o braço e o estômago, num mesmo organismo. atuais, nos leva à síntese da convivência, que põe a Quando Paulo escreve aos Gálatas, que "já não vida acima de tudo. É o maior valor da atualidade.
Voz do
PASTOR
Contra o extermínio da juventude Dom Sinésio Bohn Bispo de Santa Cruz do Sul
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onheci um jovem padre, idealista e defensor da juventude. Ele desencadeou uma campanha contra o extermínio da juventude. Em junho deste ano foi simplesmente exterminado! Fiquei muito triste. Fiz por ele uma prece e por ele derramei uma lágrima. Era Padre Gisley Azevedo Gomes, CSS. Como Gisley, no Brasil são assassinados por ano cerca de 50.000 jovens! Agora o 24º “Dia Nacional da Juventude” assume a campanha de Gisley, com o tema: “Contra o extermínio da juventude, na luta pela vida”. O lema é lindo: “Juventude em marcha contra a violência”. É o eco da Campanha da Fraternidade de 2009: “Fraternidade e segurança pública”. É urgente a construção de uma cultura de paz, marcada pela solidariedade, a fraternidade e a superação pacífica dos conflitos. O Brasil é exemplo de política pacífica, usando a diplomacia e o diálogo e não a guerra nas relações com outros países.
Voluntários Diretoria Executiva
Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, José Edson Knob e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj
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RTIGOS
Padre Gisley escreveu um pouco antes de ser morto: “Queremos motivar as comunidades e os grupos para sair em marcha contra a violência que aniquila as potencialidades juvenis e os criminaliza e extermina injustamente. Não dá mais para ficar parados diante de tanta situação de morte à nossa volta. Vamos juntos marchar para denunciar profeticamente as pessoas, os sistemas e as instituições que banalizam a vida”. E acrescenta: “Queremos, pois, anunciar com toda força a vitalidade da juventude que sonha e busca viver num espaço seguro, real, que lhe dê garantia e perspectiva de realização de seu projeto de vida”. O Dia Nacional da Juventude foi marcado para outubro, mês das missões, para deixar claro que as juventudes cristãs têm missão a cumprir dentro da Igreja e dentro da sociedade. É o que agora nossos Bispos da América Latina proclamam: ser discípulos missionários de Jesus Cristo. Jesus falou em sal e luz no coração do mundo. Com o Evangelho da paz e a lei do amor nosso povo jovem é chamado a renovar a humanidade. Digamos sim à vida, não à morte.
Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS
Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo
Revisão Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Paulo Oliveira da Rosa (voluntário), Elisabete Lopes de Souza e Davi Eli Impressão: Gazeta do Sul
Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3221.5041 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.
F S Afinal, o que quer um casal?
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AMÍLIA &
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OCIEDADE
Imagem: Divulgação (modificada)
Deonira L. Viganó La Rosa Terapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia
Quais os erros que seus pais cometeram na união/casamento e que você tenta não repetir?
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m 2003 foi realizada no Rio de Janeiro uma sondagem de atitudes entre homens e mulheres de classe média acerca de tópicos relativos ao casamento. A pesquisa, coordenada por B.Jablonski (PUC/Rio), dirigiu-se a homens e mulheres casados (mínimo cinco anos de união) e a separados, num total de 152 pessoas, com idade média em torno de 47 anos. Fatores relacionados à melhora e à piora do casamento
Simona Ballint/www.sxc.hu
Resposta dos homens: dificuldades no relacionamento (teimosia, impaciência, inflexibilidade), excessiva dedicação aos filhos e mãe muito submissa (não trabalhava, falta de vida própria, excessiva dependência do marido) e a falta de respeito mútuo. Resposta das mulheres: falta de diálogo, mãe muito submissa e pai machista.
Constituição de família é citada como uma das vantagens do casamento.
Insatisfação feminina é maior
Em relação à melhora, as respostas mais citadas foram: mulher menos submissa, mais independente economicamente, com mais direitos e com as obrigações mais compartilhadas na vida a dois. Maior liberdade, mais diálogo, mais igualdade e mais companheirismo. Comparativamente, as mulheres valorizaram mais do que os homens a igualdade e a emancipação feminina. Quando inquiridos sobre possíveis causas da piora do casamento, os homens levantaram questões como: casal trabalhando fora e dedicando-se pouco ao lar e aos filhos, falta de tempo para a vida a dois, estresse, ausência de compromisso. Já as mulheres destacaram: menor persistência, menor tolerância à frustração e maior possibilidade de separação.
Vantagens e desvantagens da vida de casado Quem estiver muito preocupado com a perda da liberdade e da privacidade deve pensar bem antes de se casar. Entre as desvantagens do casamento, este foi o item mais citado, tanto por casados como por separados, de ambos os sexos. Perda da individualidade, rotina e suas conseqüências (acomodação, monotonia, perda do romantismo, perda da atração sexual, indiferença), aumento de responsabilidades (obrigações, deveres, sacrifícios) também foram citados como desvantagens, embora bem menos que a perda de liberdade e privacidade. Como vantagens do casamento predominaram, entre os homens em geral, intimidade e compartilhamento (estar ao lado da pessoa amada, dividir responsabilidades, companheirismo, amizade) e a constituição de uma família.
Motivações para o casamento O que você procurou no casamento? Companheirismo, amor, constituição de família e respostas de compartilhamento (comunhão de idéias, crescer juntos, cumplicidade, projetos comuns). O que você realmente encontrou? Companheirismo, amor e constituição de uma família. O destaque negativo ficou por conta do item
sexo, francamente mal avaliado dentro do casamento. O que a maioria das pessoas procura no casamento? Quando falaram de si os respondentes disseram que buscavam amor e companheirismo, no casamento, agora, quando falaram como observadores dos outros, disseram que a maioria buscava segurança financeira e estabilidade. Seria uma projeção daquilo que não reconheceram em si?
“Você se imagina passando o resto de sua vida com seu(sua) esposo(a)”?; “qual a freqüência das brigas entre os cônjuges”?; “avalie o grau de felicidade existente na sua união”; “se você pudesse fazer tudo de novo, você se casaria com seu marido/esposa”? Em todas as questões acima foi encontrado o mesmo padrão de respostas, a saber, uma relativa insatisfação feminina com o casamento. A insatisfação feminina enquadra-se como frustração: elas se sentem sobrecarregadas por duplas jornadas de trabalho e estão casadas com homens que detêm, em grande parte e na prática, uma visão tradicional do papel que lhes cabe em casa. Além disso, a valorização da relação amorosa como pilar do casamento é feita mais pelas mulheres do que pelos homens os quais enfatizam a “constituição de família” como sua base. O que existe, por parte das mulheres, é a expectativa de mais igualdade entre os gêneros, em contraposição a uma realidade ainda desigual. Dados publicados em Feres-Carneiro (2003). Família e Casal. R. de Janeiro: Loyola.
PÓS-GRADUAÇÃO PUCRS
Manutenção do casamento Respeito mútuo, amor, companheirismo, confiança e sexo são vistos como fatores que mantêm o casamento. Já os filhos são vistos como verdadeiros freios quando os membros de um casal vislumbram a possibilidade de separar-se. No que diz respeito a decisões mais psicológicas e subjetivas, foram citados como freios para a separação: medo do sofrimento, sentimento de culpa e falta de coragem. Em último lugar ficam motivos “sociais” ligados a pressões familiares, religiosas ou sociais propriamente ditas.
Cursos de Especialização
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4 Infância "encolhida"
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Carmelita Marroni Abruzzi
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A influência do meio ambiente e dos grupos é outro fator que merece ser analisado com os jovens, pois é muito forte a tendência de identificação com os grupos. E essa análise será facilitada, na medida em que os jovens aprenderem a confiar nos adultos que os rodeiam. Estamos apenas levantando algumas questões e possibilidades. Trata-se de um longo caminho, no qual todos nós, sociedade em geral, instituições, igrejas, pais e educadores teremos de percorrer, se realmente estivermos empenhados em construir um futuro, no qual crianças e jovens possam viver com plenitude cada etapa de sua vida, sem atropelos, o que poderá embasar com sucesso sua vida adulta. (debruzzi@ig.com.br)
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Dom Antônio Cheuiche, um intelectual Armindo Trevisan
Professora universitária e jornalista
que estamos fazendo com a infância de nossas crianças? Quanto tempo dura essa infância? Não sei, mas o que vemos são: crianças que pouco brincam, não entoam canções infantis ou fazem aquelas saudáveis brincadeiras que requerem esforço físico, como pular corda, amarelinha, jogar bolinhas de gude; crianças que passam horas defronte ao computador ou saem com seus "notebooks"; crianças precocemente erotizadas, meninas de seis anos maquiladas, com dentes postiços na frente, para participar de concursos de miss ou, ainda, crianças estressadas, correndo de um curso para outro, no horário alternativo à escola. Onde ficou a infância, aquele período de jogos e brincadeiras, tão essenciais ao “Quem educa equilíbrio futuro na vida adulta? Onde precisa ganhar, estão aquelas atividades alegres, aqueles desde cedo, a confiança da momentos mágicos, cuja recordação nos criança” conforta em momentos de dor e tristeza? O que está acontecendo? Qual é a nossa responsabilidade de adultos? Não é fácil administrar essas situações, pois muitos fatores interferem, como: - a bem de uma pretensa segurança, as famílias preferem as crianças, isoladas, à frente de um computador, ao invés de mantê-las ocupadas em brincadeiras ou atividades que promovam sua socialização; - o grupo e a mídia exercem grande influência no comportamento das crianças e jovens, e os pais são fortemente pressionados pelos modelos que eles desejam imitar; - a sociedade coloca toda a responsabilidade nos pais e professores e os culpa pelo que acontece de mal, mas, ao mesmo tempo, não lhes oferece condições para exercer com tranquilidade sua função de educar. Entretanto, é preciso buscar caminhos, há muitos pais e educadores interessados, que conhecem os problemas e perigos que essa precocidade envolve. A questão é complexa e não seria possível abordá-la no âmbito desse artigo: cabe a todos nós propor alternativas. Uma coisa, porém, é certa: quem educa precisa ganhar, desde cedo, a confiança da criança, conversar sobre qualquer assunto que ela proponha, sabendo usar linguagem adequada à sua idade. Também é preciso conversar sobre atividades próprias da idade e estabelecer limites junto com as próprias crianças e jovens. E eles têm, muitas vezes, mais bom senso do que nós supomos. E limites não impostos e, sim, discutidos, são mais facilmente respeitados.
PINIÃO
Poeta, professor e crítico de arte
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rivei com Dom Antônio do Carmo Cheuiche, falecido no dia 15 de outubro passado, em três momentos de minha vida: quando o conheci em Santa Maria, por volta de 1971, bispo recém-empossado da diocese; logo depois, nos anos l985-1987, ao viajar , a convite seu, a Bogotá, para representar o Brasil em dois simpósios, promovidos pela Universidade Javeriana, sobre “A presença de Deus na ficção latino-americana”, e “A presença de Deus na poesia latino-americana!”; o terceiro, recentissimamente, quando o reencontrei no Mercado Público. Desejo, primeiramente, realçar sua personalidade singular. Dom Antônio não era um amigo comum, nem de fácil abordagem, visto que poderia ser definido “um nômade de Deus”. Estava sempre “noutra parte”, como as sementes que, antes de se afundarem no segredo da terra, passam pelo ar. Ninguém mais amável do que ele, ninguém mais solícito e mais sedutor. Sua palavra era, até, de uma fluência e de um colorido únicos. Completava-a um senso de humor que só não se transformava em ironia por ele possuir um coração solidário e cristão. Foi um homem de ampla cultura filosófica, estética, literária. Se tivesse escrito o que poderia ter escrito, seria um “Augusto Meyer católico”, um segundo Erasmo do Pampa. Durante as viagens a Bogotá, referiu-me ter conhecido os maiores escritores contemporâneos da Espanha. Nos seus tempos de estudos, em Madri, manteve contatos frequentes com o poeta João Cabral de
Melo Neto. Narrou-me, sem a mínima vaidade, ter dado instrução religiosa às Infantas da Espanha, no convento onde celebrava missa. Nesse período de sua vida, elaborou uma brilhante tese sobre a estética de São João da Cruz. Suas alocuções fascinavam os ouvintes, onde quer que o escutassem. Dom Cheuiche – seja dito de passagem – não se preocupava em fazer prosélitos. Preferia contagiar ex-cristãos, agnósticos e ateus, com o mistério da Palavra de Deus. Quanto à sua piedade pessoal, sirva aos leitores este breve depoimento. Na primeira noite que passei em Bogotá – não conseguindo dormir devido à reação de meu organismo à altitude – fui à Capela do Celam para conhecê-la. Encontrei lá Dom Cheuiche, às três da madrugada, absorto em meditação – tão absorto na prece que me retirei, imediatamente, na ponta dos pés... Meu último contato com esse homem extraordinário foi poucos meses antes de sua morte. Tal contato acabou sendo para mim doloroso. Dom Antônio, logo que me viu, confidencioume que havia estado enfermo, e que fora a primeira vez na vida em que entrara num hospital. Procurei distraí-lo de tão lúgubres pensamentos. Convidei-o para um cafezinho. Não o aceitou. Hoje o entendo, Excelência. Para alguém que estava no limiar da Vida Eterna, o que poderia ser um cafezinho senão uma frivolidade? Perdoe-me V. Excia a leve mágoa que guardei... No Paraíso, reverencie por mim São João da Cruz, e, se possível, agora já com tempo (e uma Eternidade à disposição!) dê um abraço fraterno a Dante Alighieri e a Juan Ramón Jiménez – poetas que V. Excia, como eu, tanto apreciava.
Criança: Cidadã ou Consumista? Frei Betto Escritor
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que temos feito com as nossas crianças? Estamos formando futuros cidadãos ou consumistas? Pesquisas indicam que as crianças brasileiras costumam passar quatro horas por dia na escola e o dobro de olho na TV. Impressiona o número de peças publicitárias destinadas a crianças ou que as utilizam como isca de consumo. A pesquisadora Susan Linn, da Universidade de Harvard, constatou que o excesso de publicidade causa nas crianças distúrbios comportamentais e nutricionais. De obesidade precoce, pela ingestão de alimentos ricos em açúcares ou gorduras saturadas, como refrigerantes e frituras, à anorexia provocada pela obsessão da magreza digna de passarela. Sexualidade precoce e desajustes familiares são outros efeitos da excessiva exposição à publicidade. São menos felizes, constatou a pesquisadora, as crianças influenciadas pelas ideias de que sexo independe de amor, a estética do corpo predomina sobre os sentimentos, a felicidade reside na posse de bens materiais. Impregnada desses falsos valores, tão divulgados como absolutos, a criança exacerba suas expectativas. Se uma criança associa a sua felicidade a propostas consumistas, tanto maior será sua frustração e infelicidade, seja pela impossibilidade de saciar o desejo, seja pela incapacidade de cultivar sua autoestima a partir de valores enraizados em sua subjetividade. Torna-se, assim, uma criança rebelde, geniosa, impositiva, indisciplinada em casa e na escola. Um dos fatores de deformação infantil é a desagregação do núcleo familiar. No Dia dos
Pais um garoto suplicou ao pai, em bilhete, que desse a ele tanta atenção quanto dedica à TV... Um filho de pais separados pediu para morar com os avós após presenciar a discussão dos pais de que, um e outro, queriam se ver livre dele no fim de semana. Causa-me horror o orgulho de pais que exibem seus filhos em concursos de beleza. Uma criança instigada a, precocemente, prestar demasiada atenção ao próprio corpo, tende à esquizofrenia de ser biologicamente infantil e psicologicamente "adulta". Encurta-se, assim, seu tempo de infância. A fantasia, própria da idade, é transferida à TV e ao apelo de consumo. Não surpreende, pois, que, na adolescência, o vazio do coração busque compensação na ingestão de drogas. Com frequência pais me indagam o que fazer frente à indiferença religiosa dos filhos adolescentes. Respondo que a questão é colocada com dez anos de atraso. Se os filhos fossem crianças, eu saberia o que dizer: ore com eles antes das refeições; leiam em família textos bíblicos; evitem fazer das datas litúrgicas meros períodos de miniférias, como a Semana Santa e o Natal, e celebrem com eles o significado religioso dessas efemérides; incutam neles a certeza de que são profundamente amados por Deus e que Deus vive neles. Se você adora passear com seu filho em shoppings, não estranhe se, no futuro, ele se tornar um adulto ressentido por não possuir tantos bens finitos. Se você, porém, incutir nele apreço aos bens infinitos – generosidade, solidariedade, espiritualidade – ele se tornará uma pessoa feliz e, quando adulto, será seu companheiro de amizade, e não o eterno filho-problema a lhe causar tanta aflição. Saber educar é saber amar.
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DUCAÇÃO &
SICOLOGIA
Como lido com as frustrações Jorge La Rosa Professor universitário, doutor em Psicologia
Saí de casa às 14 horas para compromisso que teria às 14h45min, tempo mais do que suficiente; houve acidente, grande engarrafamento, trânsito lento, muito frustrante; consegui chegar só meia hora mais tarde do que deveria para a reunião: as pessoas estavam visivelmente contrariadas, eu humilhado e desolado, o trabalho foi retardado, todos fomos prejudicados. Tinha um amigo muito íntimo, e em função dessa proximidade fiz-lhe algumas confidências. Não é que outro dia, na presença de pessoas estranhas, ele as publicou? Foi doloroso; senti-me traído, aspectos íntimos, sem qualquer pudor, foram revelados: minha vida tinha sido parcialmente devassada. Muito frustrante! Em outra oportunidade, pessoa pela qual tenho grande apreço, e com a qual convivi em ambiente de trabalho, ofendeu-me gravemente, depois de ter interpretado equivocadamente um e-mail. Ao lhe explicar melhor o conteúdo, pediu-me desculpas. Mas a ofensa já tinha sido perpetrada! E eu ofendido. No quotidiano, todos sofremos pequenas frustrações. Mas o que é mesmo frustração? É um objetivo não alcançado, um desejo que não se realiza, uma expectativa que não se concretiza. – Como reagimos diante delas? A reação é bom indicador de nosso desenvolvimento emocional, do equilíbrio e paz de que gozamos.
fazer o tema de casa. Os pais não podem renunciar à função de serem educadores. Ou estão renunciando à paternidade! Educar, às vezes, é duro!, desgastante! Implica também em dizer não. Para o bem! É assim que o filho vai aprender, aos poucos, a reagir às frustrações: de um choro convulsivo no começo, chegará a aceitar, com o tempo, um não com tranquilidade. Ele evoluiu emocionalmente, está melhor equipado para defrontar-se com as pequenas frustrações do cotidiano, e com grandes perdas no futuro! A maneira como reajo como adulto às frustrações está de alguma forma vinculada ao modo como meus pais me educaram na infância, em que aprendi ou não, e em que medida, que em todas as coisas e situações existem limites. Que precisam ser respeitados! Quem não aprendeu isso, está ainda no bê-a-ba do desenvolvimento emocional. Não admira, pois, que alguém ao se sentir frustrado quebre louças, atire cadeiras, dê murros na mesa, profira palavrões, ofenda a mãe do motorista! Tudo faz parte da síndrome da incapacidade de reagir adequadamente às frustrações.
Frustração, agressão e educação
Dollard e Miller, na primeira metade do século passado, escreveram livro para mostrar que frustração está fortemente associada à agressão. O Infância, frustração e limites indivíduo, quando frustrado, tende a agredir: no Pode haver pais que queiram evitar toda a trânsito se percebe isso quando se houve palavrão sorte de sofrimento para seus filhos, que queiram dirigido ao motorista que cortou intempestivamente fazer sempre suas vontades, atender seus caprichos. Os querem em uma redoma. Pais equivocados! Super-protetores! Estão preparando futuro penoso e frustrante para seus filhos. Não há vida sem sofrimento! Não há existência sem frustração! Os filhos estão sendo mal preparados. A criança precisa aprender que em todas as situações existem limites. Até no brinquedo! Há hora que é preciso interrompê-lo para tomar banho, alimentar-se ou
5 Alexander Redmon/ sxc.hu
“"A frustração é um objetivo não alcançado, um desejo que não se realiza".
a frente de alguém. Quando uma pessoa te agride, o ímpeto primeiro é responder na mesma moeda. Há, aqui, evidente frustração: esperavas cortesia e bom trato, e veio justamente o contrário. A educação, o processo civilizatório e o conhecimento da alma humana vieram oportunamente para mediar entre o estímulo frustração e a resposta agressão. É possível introduzir entre ambas os processos cognitivos através dos quais o indivíduo sujeita seus ímpetos e “doma” o animal que em nós existe. Afinal, somos mais que animal, somos também cultura; e seres espirituais. Somos filhos de Deus, chamados a desvelar sua imagem no cotidiano, isto é, no relacionamento com os irmãos, com a natureza e conosco mesmo!
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terrabrasileira.net
16 a 30 de novembro de 2009
EMA EM FOCO
“O mundo que vamos deixar para os nossos filhos depende dos filhos que deixaremos para o mundo”.
Divulgação
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terrabrasileira.net http//projetodeaprendizagemandreia.pbworks
criandocriancas.blogspot
(Mário Sérgio Cordella, filósofo paulista)
Os malefícios do marketing infantil O besidade, distúrbios alimentares, sexualização precoce, materialismo, individualismo, estresse familiar, diminuição de valores culturais e do brincar criativo. São algumas das consequências do marketing dirigido à criança, segundo Lúcia Villela, pedagoga e idealizadora do projeto Criança e Consumo. Talvez um pouco tarde. Mas antes tarde do que nunca, sociólogos e educadores brasileiros também estão agindo para reverter ou, ao menos, tentar estancar as consequências deletérias do marketing que até afeta as nossas escolhas adultas, induzindo-nos de como definimos a felicidade e de como devemos medir nosso próprio valor, associando o sentido de felicidade a valores materiais, a objetos.
Impossibilidade de dissociação Se o adulto tem sérias dificuldades para racionalizar e ‘digerir’ conscientemente o assédio diário da publicidade, através dos mais diversos meios eletrônicos e visuais, o que dirá a criança e o adolescente! A criança é manipulada pelo mercado. “Estão cometendo verdadeiros crimes contra a infância. A prática consumista, implantada em nossa sociedade está se transformando na própria razão de ser de nossa cultura capitalista, uniformizando gostos, sabores e saberes, nivelando, em geral, por baixo, originalidades, costumes, maneiras de pensar, viver e sentir. O consumismo torna-se o centro da atividade humana” (Pedrinho Guareschi, in Prefácio do livro “Eu Era Assim”, Flávio Paiva). “A comunicação mercadológica voltou suas baterias para atrair o mundo infantil à busca da satisfação do prazer imediato, representada pelo ato de comprar.../São as quatro telas que caracterizam a comunicação e os relacionamentos na era digital: tevê, computador, celular e cinema. E é com elas que se exerce o poder sobre a infância” (Flávio Paiva, in Eu Era Assim, página 34).
Criatividade de ontem “Brincar é, portanto, a senha da conquista do equilíbrio e da flexibilidade no relacionamento com o mundo e suas infinitas circunstâncias. Aprender a contar as próprias histórias é ato revelador de pertencimento”, escreve Flávio Paiva.
Brincadeiras de roda; jogo das Cinco Marias; Pula-Pula em quadrados desenhados a giz ou carvão na calçada ou riscados no chão batido; brincar de casinha; corridas com carrinhos de lomba, com patinetes; ou do aro de ferro ou do pneu velho, empurrados em terrenos baldios ou até mesmo em ruas de pouco movimento, imitando com a boca o barulho de um motor: são cenas raras, quando não do passado. A lista é muito maior e variável segundo contexto de lugar e época. Mas todas essas brincadeiras exigiam criatividade, além de exercerem a sociabilidade e movimento. Susan Linn, pedagoga americana citada por Flávio Paiva, pensa que a boa e sadia brincadeira depende 90 por cento da criança e 10 por cento do brinquedo.
Passividade de hoje
No Brasil, mais de 90 por cento das crianças têm, na televisão, seu principal espaço de diversão. “A valorização da esperteza e a banalização das relações humanas, temas reincidentes na televisão com destaque para os falsos afetos e emoções cínicas, estimulam uma grande confusão entre o que é a realidade e o que é a versão da televisão na vida das pessoas”, escreve Flávio Paiva. As crianças hoje não estabelecem mais a necessária cumplicidade/fidelidade ao seu momentâneo e transitório brinquedo tecnológico, além de, em geral, também não lhe ser exigida a sociabilidade lúdica, porque brincam sedentária e solitariamente. E, o que é pior, brincam com brinquedos de forte conteúdo de desconstrução de valores, quando não de violência, destruição. Roteirizados, não permitem a menor criatividade pelo que, passada a curiosidade, são logo abandonados com provável frustração e sensação de vazio que reverterá em novas exigências aos ‘submissos’ pais incapazes de dizer não por conta do sentimento de culpa por causa de sua ausência. “Na tentativa de preencher esse vazio existencial, partem para o consumismo em busca de uma felicidade inalcançável”, adiantam as psicanalistas Ana Olmos e Gisela Sanches (In Eu era Assim). Está lançado o embrião para um futuro cidadão intolerante diante das regras sociais.
Proibições de publicidade para crianças em outros países Bélgica - toda e qualquer; Dinamarca - durante programas infantis e cinco minutos antes e cinco minutos depois; Irlanda – toda e qualquer durante programas infantis em tv aberta; Itália - de qualquer produto ou serviço durante desenhos animados. Noruega – toda e qualquer de produtos e serviços direcionados a crianças menores de 12 anos; Suécia – toda e qualquer durante programas infantis, nem imediatamente antes ou depois; Canadá – não pode agir no inconsciente da criança e nem de produtos destinados a crianças em programas infantis e também não pode sugerir a compra pela criança nem que leve a criança pedir aos pais que compre; na província de Quebec é proibida qualquer publicidade de produtos destinados a crianças até 13 anos, em qualquer mídia.
Iniciativas no Brasil Os formadores de opinião, a escola e os pais deveriam ajudar às crianças a terem um critério de escolha. Isso exige postura porque nós, adultos, somos também seduzidos e induzidos por produtos totalmente desnecessários. E o destino de uma nação não deve se limitar ao de ser apenas consumidora e fornecedora de mão-de-obra barata. Algumas iniciativas de resistência e formação estão bem encaminhadas no Brasil. Mais detalhes: www.vertv. radiobras.gov.br, www.midiativa.org.br, www.fndc.org. br, www.desligueatv.org.br, www.eticanatv.org.br, www. tver.com.br, www.observatoriodaimprensa.com.br
Iniciativas gaúchas “Somos jovens, de um bairro pobre da periferia de São Leopoldo, bairro Arroio da Manteiga, onde vemos e vivenciamos a falta que faz, um mínimo que seja, de consciência e postura crítica diante dos meios, que de meio nada são, pois monopolizam os modos de comunicação, interferindo e manobrando diretamente nos diversos setores sociais, mas principalmente na vida estrutural das famílias de periferia”, esclarece Tiago Greff, do Grupo Rali de Comunicação, (Blog: ralisecomunica. wordpress.com), integrante da ONG Trilha Cidadã. “Temos por base uma formação em comunicação alternativa e crítica social, através do Projeto Consórcio Social da Juventude. Crianças, adolescentes, jovens e adultos são influenciados por estes meios e devido às suas situações econômicas, direcionam seu potencial à estrutura do mercado consumista e à prática de atos infracionais” Solidário - Em que espaços atuam? Greff – A partir de outubro de 2008, provocados pelo Dia Nacional da Juventude, com o tema: Juventude e os meios de comunicação, “Queremos pautar as razões do nosso viver”. Lançamos o nosso primeiro DVD temático intitulado “Que Parafernália é Essa?. Discutindo juventude e comunicação, tendo divulgação, distribuição e comercialização em muitos lugares do Brasil, através da Rede de Brasileira de Institutos de Juventude, fomos desafiados a elaborar oficinas, primeiramente em espaços onde estava sendo comemorado o DNJ, após em retiros de jovens, seminários, encontros e meios e modos de comunicação alternativa, popular e solidária. Para nós, a comunicação alternativa, popular e solidária é possível. S - Como e vocês fazem para passar essa preocupação? Greff - Somos prisioneiros de várias
condições, mas uma delas nos diz que, “a comunicação é para poucos”. Partindo desse pressuposto, mostramos que a comunicação é um meio que temos por natureza. Somos comunicadores (as) por natureza, primordial para nossa sobrevivência e não lucrando, como fazem, que nada nos serve para a vida. Apresentar os meios e modos de comunicação aos grupos, como sendo algo natural, que é, e de fácil produção, sem tornar a coisa banal, por isso a postura crítica diante esses meios que banalizam até a vida. Expressar-se dos mais variados meios e modos de comunicação, a partir de nossas realidades, sonhando e buscando novas possibilidades, expressarse para a vida. S – Algum trabalho recente? Greff - Este ano realizamos um projeto em parceria com a ONG Trilha Cidadã e Fundação Luterana de Diaconia, que consistia em capacitar jovens do Bairro Arroio da Manteiga na área da comunicação alternativa para ingressar no grupo Rali de Comunicação e participar desta militância. Jaiane Kroth foi uma das participantes e disse o seguinte: “Foi muito importante para descobrir uma mídia de massas que determina o pensamento dos brasileiros de hoje. E vemos que o meio mais utilizado de mídia, nos dias de hoje, é a TV, que cada vez mais impõem um único modo de pensar nas pessoas”.
Tiago Greff
O DVD temático
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Sanja Gjenero/sxc.hu
A relação médico-paciente na doença inflamatória intestinal Marta Brenner Machado Médica
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esolvi escrever para meus pacientes, pois os sinto como meus amigos, e assim poderei melhor ajudá-los. Preciso saber escutar, entender, pensar, e confiar neste meu amigo... só depois desta difícil harmonia poderei pensar em farmacoterapia... cirurgia... terapia alternativa... A doença surge quieta e lentamente, e manifestase, mais tarde, pela sensação de que algo não vai bem. A partir daí, muitas vezes, os pacientes podem ser levados a diagnósticos errôneos até que ocorra o diagnóstico verdadeiro: você tem Doença Inflamatória Intestinal. Saber como a doença se desenvolve é fruto de estudo médico, e, importante, fruto da noção de que, em cada individuo há nuances diferentes ao longo do tratamento. Conseguimos, pouco a pouco, ajudar os pacientes. Por este motivo, crucial, é que se fala em melhora, e não em cura da doença. É por isso que os objetivos concentram-se em induzir um período de remissão, onde os sintomas poderão desaparecer por completo, como se existisse uma “cura temporária”. É um período variável de tempo, meses ou anos, em que o paciente deve estar ciente de que sua doença está em remissão não se sabe exatamente o porquê, mas o fato é que está, e que isso deve ser aproveitado da melhor forma possível. As mudanças de hábito, as interferências medicamentosas, o estado emocional, e todas as sugestões de cuidados, provenientes de uma boa relação com o
profissional adequado, poderão estar envolvidas no processo de remissão. A remissão não pode ser vista somente como resultado de uma boa escolha médica, o que é decisivo, mas também deve ser compreendida como o sucesso da enorme responsabilidade do paciente em modificar algumas de suas atitudes, muitas vezes por ele desconhecidas, mas detectadas e alertadas pelo bom profissional. Os pacientes têm uma participação ativa no tratamento, pois interagem com suas experiências, com suas dúvidas, com suas observações. Se não soubermos que esta troca é imprescindível para o bom tratamento, estamos diante de um dos maiores problemas da medicina: a falha de interação entre o médico e o paciente. Isso não quer dizer que o médico não deva responsabilizar-se pela arquitetura do tratamento e pela forma como faz as sugestões pertinentes à doença (e à saúde) de seu paciente. O paciente, por sua vez, é o grande responsável por sua vida, seus temores, suas reações. Cada um com os seus botões. A doença é, isso sim, uma realidade que não pode ser negada. A relação entre médico e paciente deve ser colorida pelas emoções, e sempre fortalecida pela verdade. Ocorre que, invariavelmente, as dúvidas do paciente são as mesmas do médico: “Por que nasceu esta fistula, doutor? Ou então, “O que eu tenho de errado no meu intestino que, além de sangrar, estenosa, e eu devo ser operado sob o martírio de estenosar de novo?” Ou, ainda, “Vale a pena viver desta maneira?” Estamos, então, frente a questões existenciais, cujas respostas não dependem somente do profissional capacitado, mas principalmente da forma como o paciente enxerga e aceita a sua circunstância.
Uso de salto alto
É proibido fumar
As pessoas que usam salto alto poderão ter problemas na postura e no modo de andar, segundo pesquisa feita na Universidade de São Paulo. O uso constante do salto alto pode causar aumento da lordose lombar, ou seja, uma curva acentuada na base da coluna, e, também, a anteversão da pelve, quer dizer o chamado “bumbum” empinado. Além disso, constatou-se a aproximação dos joelhos dos sujeitos da pesquisa, deixando as pernas em formato de X.
A Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou a lei que proibe o fumo em ambientes coletivos fechados no Estado, tanto públicos como privados. A lei proibe fumar nas baladas, restaurantes, shoppings e empresas, permitindo, contudo, que se construam fumódromos que deverão ser isolados dom sistema de ventilação adequados. A lei precisa, ainda, ser sancionada pela Governadora. Agora, cabe aos frequentadores desses ambientes urgir para que a lei seja cumprida, e reclamar em caso contrário. Um gol para a saúde!
JOSY M. WERLANG ZANETTE Técnicas variadas Atendemos convênios
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ABER VIVER
Fome oculta:
Q
algumas verdades
uem vem acompanhando nossas últimas dicas está vendo como as diferenças são grandes enquanto contribuintes e enquanto beneficiários da Previdência, e como estão sendo tratados os cidadãos brasileiros de maior idade. Vejamos este exemplo, a mim relatado: seguindo o mestre Garrincha, chamaremos de João a vítima em foco. Quando recebia, desconDr. Varo Duarte tava para a Previdência Médico nutrólogo e endocrinologista pelo limite de 20 salários mínimos. Sua contribuição era descontada na folha de pagamento, impedindo qualquer redução. Quando de sua aposentadoria, a lei previdenciária já estabelecia um máximo de 15 salários para o valor do benefício. Como sua aposentadoria foi por regulamento especial, este cálculo estabeleceu em 8,35 salários mínimos o seu valor. Já nesta época. começava a preocupação com o futuro da Previdência, e formava-se uma reserva de caixa. Ano após ano, foi recebendo cada vez menos, atingindo a quantia mensal de menos de quatro salários mínimos. Chegou a Constituição Redentora do senhor Ulisses Guimarães e o constituinte, reconhecendo a expropriação do aposentado, corrigiu esta defasagem e o nosso João passou a receber novamente o que a sua carta de aposentadoria lhe havia concedido: 8,35 salários mínimos. Os gênios atuariais da Receita Previdenciária, baseados na expectativa da falência da entidade, voltaram a criar descontos proporcionais à sua inacreditável longevidade. Nascido na época em que a expectativa de vida não chegava aos 40 anos, agora, de acordo com um funcionário da dita instituição, como já completara mais de 70 anos, estava explorando a Previdência, pois ainda não morrera! O João, com saúde e ainda podendo dedicar-se à sua profissão, permanecia vivo, atingia os 80 anos, recebendo menos da metade do que lhe outorgara sua carta de aposentadoria, e teimosamente trabalhando, tinha que descontar mensalmente R$ 443,00 para reforço da caixa previdenciária. CALCULADO, EM TERMOS CONTÁBEIS, O JOÃO DEIXA DE GANHAR CERCA DE R$ 1.000,00 POR MÊS, EM RELAÇÃO AO VALOR QUE LHE FOI ATRIBUIDO AO SE APOSENTAR. Utilizando a definição de antigo caçador de marajás, nosso João é reconhecido pela Previdência como um novo marajá, pois imaginem, até possui um apartamento próprio, e como morador de Porto Alegre ainda usufrui da vantagem de adquirir a cesta básica mais alta do Brasil. E, perguntou-me o citado cidadão: e o senhor ainda quer que nós façamos uma refeição saudável? COMA DE TUDO SEM COMER TUDO. C O M A B A S TA N T E FRUTAS E VERDURAS, pois elas possuem substâncias antioxidantes e anti-cancerígenas. MEXA-SE. “Faça exercícios. caminhe e gaste a sola dos sapatos, de preferência ao ar livre, para pegar um solzinho, melhorando a formação dos ossos pelo maior aproveitamento do cálcio do leite, pela transformação da vitamina A, que protege a visão e da vitamina D que evitará o estabelecimento da osteoporose, para que possamos viver mais e melhor com aumento da imunidade e para permanecer vivos e saudáveis garantindo nossa vaga num asilo para idosos deficientes econômicos”.
Dicas de
NUTRIÇÃO
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“Falta de confiança e de diálogo com os pais é o maior problema dos jovens hoje”
Martha Alves D´Azevedo Comissão Comunicação Sem Fronteiras
Importância do G-20
O
M
anuella Machado dos Santos, 12 anos, aluna da 6ª série do Colégio Anchieta, Porto Alegre, fala de si, de seus planos, e outros que tais.
*Quem és tu? Eu sou um ser humano. E por ser um ser humano, eu tenho o direito de errar, e de acertar, de respeitar e ser respeitada, de amar e ser amada. *O que pensas fazer no futuro? Eu ainda não sei bem qual vai ser a minha profissão, mas eu acredito que seja algo ligado às artes, porque tenho talento para dançar e representar. *Fala de tua família. Minha família é minha base, ou seja, ela me dá apoio, carinho, ajuda e acima de tudo muito amor. Ela me respeita e me faz crescer na vida. *Por que ter amigos? Porque nos momentos difíceis eles vão te ajudar, nos momentos de felicidade eles vão compartilhar essa alegria contigo, isto é, eles sempre vão estar prontos para te auxiliar. *O que consideras positivo em tua vida? Em minha vida existem muitas situações e pessoas positivas, como minha família, os meus amigos, meus professores, os momentos de alegria que vivencio, entre outros. *Um livro que te marcou. A saga de Crepúsculo. *Um filme inesquecível. Crepúsculo. *Uma música. Bella’s Lullaby, tocada por Robert Pattinson no filme Crepúsculo. *Um medo. De animais como aranha e cobra. *Um defeito do qual gostarias de te livrar. Teimosia.
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SPAÇO LIVRE
*Qual o maior problema dos jovens, hoje? É a falta de confiança e diálogo com os pais. Então, uma solução seria conscientizar os pais da importância de promover o diálogo com os filhos, para que assim não tenham surpresas desagradáveis depois, como o envolvimento com drogas, crimes e outras.
JOVEMez tem v
*Qual o maior problema no Brasil de hoje? O desrespeito e a corrupção. *O que pensas da política? Eu acho que a política está resumida à corrupção e à guerra entre partidos. Ela precisa de uma renovação, que poderá acontecer através das ideias inovadoras dos jovens conscientes de seus propósitos para tornar o país melhor para todos. *O que é ser feliz? Ser feliz é ser respeitada e amada. É ter o direito de errar, de acertar e ser compreendida. É ter amigos, uma boa família e saber que Deus está te guiando.
G-8, que reunia os oito países mais ricos do mundo, durante muito tempo decidiu os rumos da economia mundial. Faziam parte dele EUA, Grã Bretanha, França, Itália, Alemanha, Canadá, Japão e Rússia. O flutuante grupo de países criados sobre a liderança do Brasil no seio da Organização Mundial do Comércio (OMC), para defender os agricultores do mundo em desenvolvimento, chegou a denominar-se de G-16. O grupo, liderado pelo Brasil e a Índia, era composto pelos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, China, Cuba, Egito, Filipinas, Índia, Indonésia, México, Paquistão, Paraguai, África do Sul, Tailândia e Venezuela. A adesão de novos países fez com que o grupo passasse a ser denominado de G-20. Fazem parte dele: EUA, Brasil, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, China, Índia, Japão, Rússia, Argentina, Canadá, México, África do Sul, Austrália, Indonésia, Coréia do Sul, Turquia, Arábia “O G-20 Saudita e União Europeia. Até 2008, o grupo reunia ministros das passou a ser o Finanças. O primeiro encontro do G-20 principal fórum com a participação dos chefes de Estado de cooperação ocorreu em Washington, em 15 de noveminternacional”. bro de 2008. Juntos, os países que integram o G-20 representam cerca de 90% do Produto Interno Bruto (PIB), mundial, 80% do comércio global e dois terços da população do planeta. Na reunião da cúpula governamental, ocorrida em setembro último nos EUA, o G-20 passou a ser o principal fórum de cooperação internacional. Não formará instância capaz de determinar políticas de cada país membro, mas será um centro de discussões, em que cada país dirá o que pretende fazer com sua economia e que impactos pode eventualmente ter nos parceiros. Não implica o desaparecimento do G-8, cujo foco passará a ser nas relações internacionais. O G-20 concordou em mudar pelo menos 5% do poder de voto a favor dos membros sub-representados, principalmente os países em desenvolvimento e emergentes, que têm cota de representação ao redor de 43%. No comunicado divulgado no final do encontro de cúpula de dois dias, os presidentes e primeiro-ministros do bloco fazem apelo para que os membros atuem juntos para assegurar crescimento econômico equilibrado. O anfitrião do encontro, o presidente Barack Obama, dos EUA, qualificou o resultado da reunião como “um grande passo na direção de um aumento da prosperidade global.
Visa e Mastercard
*Já fizeste algum trabalho voluntário? Eu ainda não fiz nenhum, mas gostaria de fazer. *O que pensas de Deus? Deus é tudo. Em minha opinião, quem não ama a Deus, não ama a si próprio. Para mim, ele é quem nos dá apoio, quem nos ama, quem nos guia, ou seja, ele é o nosso grande Pai. *Envia uma mensagem aos jovens. Saibam escolher entre o certo e o errado, pois isso definirá o futuro de vocês. (lellamachado@hotmail.com)
Draiton G. Souza - 23/11 José E. F. Chaves - 24/11 Homero F. Martins - 25/11 Alberto Hoffmann - 30/11
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GREJA &
CATEQUESE ria
COMUNIDADE
Solidário
LITÚRGICO
Solidá
Mudanças culturais e catequese Pe. José Carlos de Azevedo e Sá*
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um Encontro Nacional de Catequese, ouvi um cardeal falar que a Igreja ainda não encontrou a forma de se adaptar à mudança cultural, mas está fazendo tudo o que pode. Afirmou também que o modelo do passado tem que ser adaptado ao presente. E que não se pode ficar apenas criticando as mudanças culturais. Outra ideia que partilhou foi a de que se perdeu o hábito de refletir sobre a vida. A seguir, também ouvi uma pessoa responsável pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã dizer que a catequese não pode ser um mero ensino, nem ter como objetivo principal educar para a moral. Que deve acompanhar as mudanças culturais e que os novos catecismos são uma forma de o fazer.
Qual a minha ideia?
Concordo plenamente com o que disseram. Só acho que a Igreja não está fazendo tudo o que pode para se adaptar. Ainda está muito agarrada à tradição e ao esquema que dizem ultrapassado. O diálogo com outras ciências da educação não acontece. Se não há oportunidades é preciso criá-las. Temos tanto a aprender, como a ensinar. Para se querer aprender, é preciso duvidar das nossas certezas. Outra ideia que partilho: os catecismos atuais, mesmo depois da mudança, serão mesmo atuais? Será que refletem a vida atual? Será que utilizam as novas possibilidades atuais, tanto pedagógicas como tecnológicas? Ou ainda pensamos que a inclusão de
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uns power-points será verdadeira mudança? Os catecismos não serão uma forma de cristalizar essa mutação cultural, ou de a ignorar, pois a mutação é contínua? Não podemos olhar para as crianças como um depósito passivo, pronto a receber, sem questionar, o que o catequista tem para ensinar. A catequese tem de envolver as crianças no processo de crescimento da fé e de conscientização da vida. Uma vez disseram-me: para se poder arrumar uma gaveta em condições, é preciso, em primeiro lugar, desarrumá-la. Urge uma verdadeira reforma, a começar pela mentalidade das pessoas, para depois se chegar à operacionalização da metodologia. Temos falado de uma nova geração de catequese, para uma nova geração de cristãos e de crianças. Este é um caminho que deve ser percorrido com convicção, desejo de descoberta, sem medo de mudanças, de uma forma progressiva, em diálogo, e não com transmissões de certezas e com metodologias inquestionáveis. Lanço um desafio às catequistas: exprimam a sua opinião. Se querem que a catequese mude, não calem sua voz. Falem do que sentem, pensam e fazem… Que acham da catequese? Estaremos preparados para falar de Cristo à criança de hoje? Como falar a crianças hiperativas? Que será preciso mudar? Os nossos catecismos estão adequados aos nossos dias? Que tipo de formação acham que precisam para falar de Cristo às nossas crianças? *Blog Partilhar
22 de novembro – Jesus Cristo, Rei do Universo (
branca)
1a leitura: Profecia de Daniel (Dn) 7,13-14 Salmo 92 (93) 1ab.1c-2.5 (R/.1a) 2a leitura: Livro do Apocalipse (Ap) 1,5-8 Evangelho: João (Jo) 18,33b-37 NB.: Para a compreensão dos comentários litúrgicos é fundamental que se leia, antes, o respectivo texto evangélico. Comentário: Na festa de Cristo Rei, a liturgia nos traz o diálogo de Jesus com Pilatos. Um diálogo “impossível” porque era o confronto de duas visões absolutamente diferentes. Para Pilatos, ser rei é ter poder temporal, é ter soldados às suas ordens, é impor a sua vontade, é ter súditos, muitos súditos que lhe prestam homenagens e juram fidelidade. Para Jesus, ser rei é simplesmente ser alguém que ama a verdade e que faz da verdade o fiel da balança do seu julgar e do seu agir. Então, quando Jesus diz a Pilatos que o seu reino não é deste mundo, Ele quis dizer que Ele, Jesus, é rei de uma outra proposta de poder onde a verdade é a luz que ilumina as relações entre as pessoas e que transforma o poder em serviço à verdade, aos demais. Duas visões de reinado diferentes... duas visões de mundo contra-postas. No mundo de Jesus, não há súditos, nem vassalos, muito menos escravos; no mundo de Jesus todos são irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai que está nos céus. É o céu feliz do Pai a referência do mundo de Jesus. O mundo de Pilatos é o mundo de reis e vassalos, de exploradores e explorados, de senhores e escravos, de ricos cada vez mais ricos e de pobres sempre mais pobres. É o mundo das dolorosas e injustas diferenças. O mundo de Jesus é o mundo dos iguais. Mas Jesus não foge à pergunta de Pilatos e responde, claramente: Eu sou rei, sim. Foi para isso que vim ao teu mundo, Pilatos, não para ser do teu mundo, mas estando nele, oferecer a toda humanidade o Projeto do meu mundo, onde a verdade é a luz e servir aos demais é a única lei. Disso dou testemunho. E os que são da verdade, escutam a minha voz, ouvem a minha palavra, assumem o meu Projeto (cf 18,37).
29 de novembro – 1o Domingo do Advento (
roxa)
1a leitura: Livro do Profeta Jeremias (Jr) 33,14-16 Salmo 24 (25) 4bc-5ab.8-9.10 e 14 (R/.1b) 2a leitura: 1a Carta de São Paulo aos Tessalonicenses (1Ts) 3,12-4,2 Evangelho: Lucas (Lc) 21,25-28.34-36 Comentário: O fim do mundo é um prato cheio para os meios de comunicação sensacionalistas, que exploram as ansiedades e angústias humanas, que investem no medo para conquistar audiências e obter o retorno de belos ingressos econômicos. Que é o que mais “No mundo de interessa a estas mídias: como para elas comunicação é Jesus não há negocio, o medo é um grande e rentável investimento. súditos, nem A exploração exaustiva dos “dias de pavor” que vão vassalos, muito anteceder o fim do mundo, conforme o relato do texto menos escravos”. bíblico deste domingo, só assusta e apavora a quem não tem fé nas palavras consoladoras de Jesus. Primeiro, ele afirma, claramente, que a respeito daquele dia (do fim do mundo) ninguém sabe, somente o Pai. E neste domingo Jesus alerta para que o nosso coração não fique insensível e demasiadamente voltado para as preocupações da vida. Por outro lado, ele anima seus ouvintes/ discípulos para que levantem a cabeça e estejam preparados para ficarem de pé diante dele, o Filho do Homem, quando vier na sua glória (cf 28,35-36). Aqueles e aquelas que não tiverem os corações entorpecidos pela gula – há muitas formas de gula! - , pela embriaguez – há tantos tipos de embriaguez e o álcool não é o tipo principal de embriaguez ao qual se referia Jesus! - , pelo fascínio do consumo, a grande tentação do nosso tempo e que torna insensíveis tantos corações, pelos bens temporais acumulados, pela exagerada preocupação com o dia de amanhã. Quem se libertar de todas estas amarras, que não fizer destes ídolos modernos o seu deus, no Dia do Senhor estará de pé, diante do Filho do Homem, que não será seu juiz, mas um amigo querido que irá acolhê-lo e introduzi-lo na felicidade definitiva. attiliohartmann@hotmail.com
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Só os fortes fazem a vontade de Deus Monsenhor Jonas Abib
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osé do Egito, descendente de Abraão, que foi vendido por seus irmãos como escravo, enfrentou o assédio da esposa de Putifar que, vendo sua sabedoria e beleza, tentou seduzi-lo (cf. Gênesis 39, 6-20). Mas, no momento em que ela o agarrou, José fugiu, deixando para trás seu manto. Perversa, a mulher mostrou aquele manto ao marido, acusando o jovem de tentar violentá-la. José não teve como provar sua inocência. Era a sua palavra contra a palavra da sua patroa. Foi preso. No cárcere, conheceu dois servos do faraó que narraram seus sonhos para que ele os interpretasse. Um deles se tornou seu amigo. Pouco tempo depois, José foi chamado para interpretar o sonho do faraó. Diante da sabedoria do jovem, o poderoso rei egípcio o constituiu seu primeiro-ministro. José guardou o alimento em celeiros e assim salvou o Egito da fome. Na época de escassez, eles tinham celeiros abarrotados de alimento. Tanto para os egípcios, como para os povos vizinhos. Sem imaginar que José estava naquele país, seus irmãos
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foram para lá em busca de alimento. Embora os tivesse reconhecido, José não os castigou pelo que lhe fizeram no passado. Ao contrário, os convidou para morar lá também, perdoando seus atos. José foi canal da graça e salvação para toda a sua família. É importante prestar atenção nos fatos. Se José tivesse cedido aos caprichos da esposa de Putifar, provavelmente ele jamais saberia e o jovem não teria sido preso. Mas, porque ele foi firme e resistiu, a grande guinada de sua vida aconteceu. Embora passasse por dolorosa prisão, ele não apenas se salvou, mas foi salvação para o país onde havia se tornado escravo, assim como o foi para seus irmãos que o traíram. Os planos de Deus para Seus filhos são perfeitos, grandiosos. Embora cheios de obstáculos que exigem muitos sacrifícios e dores, devemos ousar realizar o plano do Todo-poderoso para nós, desprezando os atalhos e os descaminhos. Essa é a única maneira de levarmos uns aos outros para o céu. (www.cancaonova.com)
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Encontro de comunicação em Salvador “Igreja em Missão, Igreja em Comunicação” foi o tema do 8º Encontro Arquidiocesano de Comunicação, em Salvador, dias 7 e 8 de novembro. O encontro foi aberto com palestra do presidente da Comissão Episcopal para a Cultura, Educação e Comunicação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, e refletiu sobre o uso das ferramentas de comunicação para o anúncio do Evangelho. A iniciativa se soma a outras tantas realizadas pelo País, visando a chamar a atenção para a importância do uso e da presença da Igreja nas diversas mídias. O Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, em Porto Alegre, em fevereiro próximo, procurará ampliar essa preocupação.
ASSINANTE Ao receber o DOC renove a assinatura. Dê este presente para a sua família. LIVRARIA REUS NA 55a Feira do Livro de Porto Alegre Sessão de Autógrafos
Dia 11/11/2009, 17h30min: Dom Dadeus Grings autografa: A Promoção Humana Dia 14/11/2009, 16h30min: Pe.Roque Schneider sj autografa: 750 Pensamentos de Autoajuda Livraria e Editora Padre Reus lembra: já estão à venda suas tradicionais publicações anuais Livro da Família e Familienkalender de 2010. Passe na Duque, 805, pertinho da Praça da Matriz; teremos a maior alegria em atendê-lo. Rua Duque de Caxias, 805 – 90010-282 – Porto Alegre/RS Fone: (51) 3224-0250 – Fax: (51) 3228.1880 E-mail livrariareus@livrariareus.com.br
Urna de São João Bosco Estará em Porto Alegre ainda neste mês a urna de São João Bosco, o santo dos jovens, que já visitou vários países, devendo percorrer todos os continentes em comemoração aos 200 anos de seu nascimento, que ocorrerá em 2015. Em nossa Capital, a urna estará em exposição no dia 29 de novembro, domingo, na Paróquia São Manoel(f.3331.4427) e no dia 1o de dezembro, na Paróquia Dom Bosco (f. 3337.1701); e no dia 30 de novembro, no Lar de Menores, em Viamão (f. 3485.5500). Em todos os locais, ocorrerá a seguinte programação: 9 horas - Acolhida da Urna; 11 horas Missa Solene; 15 horas - Celebração da Comunidade Educativa; 18 horas - Missa Festiva; 21 horas - Momento da Família Salesiana e 22 horas - Vigília dos Jovens (até meia noite). Haverá oportunidade para confissóes, lanches e lembranças nos locais.
Porto Alegre, 16 a 30 de novembro de 2009
Matrimônio duradouro e feliz Severino Honorato Bavaresco e Lidia Dalmina Bavaresco, aposentados, festejaram seus 60 anos de casamento – Bodas de Diamante - em oito de fevereiro último, na Igreja S. Judas Tadeu, em Porto Alegre. São os pais de Ivani (do lar), Idair (falecido) e Ivone (secretária) e avós de Rudimar e Rodrigo, Anderson e Sabrina, Diego e Daniele. Naturais de Carlos Barbosa, Severino trabalhava numa loja de móveis em Garibaldi e foi transferido para Porto Alegre em 1970, residindo no bairro Partenon. “Nosso casamento foi na Igreja Mãe de Deus, de Carlos Barbosa, em cinco de fevereiro de 1949. Uma vida matrimonial duradoura deve contar com muito amor, paciência, respeito e muito diálogo. E, é claro, parceria e amizade para o crescimento mútuo”, revela o casal.
Michael Brehl é o 17o superior geral dos Redentoristas
Michael Brehl
SERKI FUNDAÇÕES está patrocinando 500 exemplares deste Jornal para os enfermos da Santa Casa de Misericórdia.
CianMagentaAmareloPreto
A eleição ocorreu em 4 de novembro último, durante XXIV Capítulo Geral da Congregação, realizado em Roma entre 19 de outubro e 9 de novembro, dia em que S. Afonso de Ligório fundou a congregação em 1732. O novo superior geral da Congregação do Santíssimo – CSsR – substitui a Pe. Tobin, no cargo desde 1997 e é o atual Provincial de Edmondo, Toronto, Canadá, sua terra natal, onde nasceu em 1955. Brehl também já foi mestre de noviços, diretor de teologia e vigário provincial. Foi também diretor da Conferência dos Religiosos do Canadá entre 2002 e 2005.
Ofereça o Solidário para os enfermos da Santa Casa. Patrocine 500 exemplares por R$ 250.
Decisão ameaça tirar crucifixos nas escolas da Itália As escolas públicas da Itália estão na iminência de ter que retirar os crucifixos das paredes das salas de aula, se a recente decisão da Corte Europeia de Direitos Humanos não for derrotada em outra instância. Os juízes do órgão consideraram que a exposição da imagem viola a liberdade de religião e de educação previstas na legislação da União Europeia. O argumento do governo italiano, de que o crucifixo é um símbolo nacional de cultura, relacionado à identidade do país, não convenceu os sete juízes que analisaram a ação, movida por uma moradora da cidade de Abano Terme. Para ela, o uso desses objetos religiosos fere o princípio da educação secular que as escolas públicas devem seguir. Mas o governo italiano vai recorrer. Já o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi (foto ao lado), disse que só se manifestaria depois de conhecer o conteúdo e as razões da decisão.
JORNAL DO MUTIRÃO INFORMATIVO DO MUTIRÃO DE COMUNICAÇÃO AMÉRICA LATINA E CARIBE - PORTO ALEGRE - RS - BRASIL
Nº 08 - Novembro/2009
Evento é divulgado em encontro em Caruaru, no Pernambuco (Página 02)
Atividades culturais serão momento forte da programação (Página 03)
Novos depoimentos mostram porque vir ao Mutirão (Página 04)
“O Mutirão é uma causa” E MAIS...
Encontro de Jovens prepara atividades Já estão praticamente definidas as atividades do Encontro da Juventude, evento que acontecerá paralelo ao Mutirão. Na progra-mação, além das palestras e oficinas, estão sendo pensadas visitas para conhecer experiências que estão sendo colo-cadas em prática e que vem mudando a vida das pessoas. (Página 04)
“O Mutirao de Comuicação é uma causa”. Com esta afirmação, o coordenador Geral do vento, padre Marcelino Sivinski, convidou os participantes do 3º Mutirão de Comunicação Nordeste 2 a participarem, de 3 a 7 de fevereiro, do Muticom em Porto Alegre. (Página 02).
Equipe Acadêmica se reúne para tratar das etapas finais do encontro
Nos dias 6 e 7 de novembro a Equipe Acadêmica do Mutirão se reunirá para debater e avaliar a caminhada do Mutirão até o momento. Além de ter um tempo para refletir sobre alguns temas que serão aprofundados no encontro, a equipe também aproveitará os dois dias de reunião para definir alguns pontos que ainda precisam ser encaminhados, traçar estratégias para a reta final da organização. A equipe também tem a tarefa de pensar a Carta de Porto Alegre, que será escrita com as deliberações tiradas durante o Mutirão, entre outras questões. Na próxima edição do Jornal do Mutirão, leia sobre os encaminhamentos definidos neste encontro. (Página 02).
Vivemos uma época de incomunicabilidade? Este foi um dos importantes questio-namentos feitos pelo assessor de comunicação da CNBB, pe. Geraldo Martins Dias, durante encontro de Comunicação que aconteceu em Caruaru. Falando para uma plateia atenta, destacou o paradoxo que isto significa. Para reforçar sua tese, cita R. Gaurady: “Nunca se falou tanto de comunicações, de Norbert Wiener a Mac Luhan, e nos encontros. E no entanto, nunca houve menos comunicações verdadeiramente humanas entre os homens, pois o homem está cada vez mais solitário em relação aos outros e mais dividido dentro de si mesmo”. (Página 03)
Crescem parceiros de caminhada na divulgação do evento Membro da Coordenação Executiva do Fórum Nacional pela Democratização da Comu-nicação, Celso Schröder, recebe equipe do Mutirão. Na pauta do encontro, a divulgação do evento na Conferência Estadual de Comu-nicação, que será realizada dias 17 e 18 de novembro, na Assembléia Legislativa do RS. (Página 02)
O Mutirão de Comunicação está presente na 55ª Feira do Livro
03
02 EDITORIAL
GERAL
Muticom é apresentado em Caruaru (PE)
O QUE É O MUTIRÃO DE COMUNICAÇÃO? Muitas pessoas nos fazem essa pergunta. Além da programação ampla, diversificada e bem preparada, há uma proposta que costura todas as atividades e um espírito que anima todo o evento. No Mutirão estarão pessoas que continuam sonhando com uma comunicação capaz de fazer a diferença e despertar a esperança de uma sociedade mais fraterna, uma política a serviço do bem comum, uma economia solidária com a vida e uma cidade mais humana e vazada na justiça social e na convivência harmoniosa. Mutirão é trabalho comunitário, gratuito, solidário, antecipação no tempo e no espaço do que desejamos e propomos para os habitantes do Continente, onde queremos nos reconhecer como iguais, sem discriminações nem exclusões, mas abertos ao diálogo e inseridos na caminhada da libertação. Mutirão guarda uma certeza invencível e cativante: juntos e unidos tudo poderemos, tudo venceremos e tudo conquistaremos. Mutirão é a assembleia dos que querem e pensam um Continente altaneiro e livre e a comunicação colocada ao lado da verdade, da justiça, da liberdade e da dignidade das pessoas. No Mutirão cantaremos o hino da esperança e proclamaremos o sonho dos que não se acomodaram nem construíram castelos cercados de muros, mas que permanecem nas praças e nas estradas, fazendo a ciranda da aurora dos novos tempos, convidando os passantes para a festa da vida e da alegria. Os pobres, os lascados, os tristes, abandonados, rejeitados e discriminados terão presença no Mutirão? Mais do que isso: por causa deles e com eles o Mutirão quer abrir as janelas e as portas de uma casa bem grande, confortável e digna para todos os filhos e filhas dessas terras. Venha participar do Mutirão e faça parte dessa empreitada construtora dos novos tempos, em companhia de parceiros de todas as idades, raças, culturas, religiões e opções políticas. Um belo dia, ninguém sabe bem quando, estaremos reunidos e celebrando a vitória conquistada pelos peregrinos incansáveis da solidariedade. Nesse dia, o sol não se porá atrás das montanhas e o vento da primavera não se cansará de acariciar os cabelos da jovem, noiva da humanidade, rainha do amanhecer e encanto do noivo amado que se chama: nunca mais haverá fome na terra dos homens e das mulheres.
A programação do 3º Mutirão de Comunicação Nordeste 2, realizado entre os dias 23 e 25 de outubro de 2009, em Caruaru (PE), contemplou momentos de reflexão como na Plenária de Abertura, motivada pelo assessor de imprensa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Pe. Geraldo Martins, sobre “Processos de Comunicação e Evangelização”, seminários temáticos, oficinas, momentos celebrativos e culturais. Além disso, abriu espaço para a divulgação de eventos como o XVI Congresso Eucarístico, que acontece em Brasília de 13 a 16 de maio de 2010 e o Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, com realização entre os dias 3 e 7 de fevereiro de 2010. Convidados pela coordenação do Mutirão Nordeste 2, Pe. Marcelino Sivinski, coordenador geral do Mutirão de Comunicação Latino-
Americano e Caribenho e Daiane Bristot, assessora de imprensa do evento e membro da equipe de coordenação do Encontro de Jovens falaram aos presentes em Caruaru na tarde do dia 24 de outubro. Pe. Marcelino falou da importância de refletirmos sobre a comunicação enquanto ferramenta de uma evangelização pautada por uma comunicação onde todos possam ter sua participação em prol de uma sociedade mais justa e solidária. “O Mutirão de Comunicação é uma causa. É um projeto embalado no sonho de muitos. É um caminho com espaços para os que quiserem ir ao encontro de uma nova sociedade”, destaca o coordenador.
Jovens tem espaço garantido
É nesse espírito que o Mutirão de Comunicação também deseja ser espaço aberto para a juventude latino-americana e caribenha. Por isso, realizará em sintonia com o Mutirão de Comunicação, o Encontro de Jovens por uma Cultura Solidária (2 a 7 de fevereiro de 2010). “Desejamos que a juventude latino-americana e caribenha se faça presente, ocupando seu espaço no Mutirão de Comunicação, sendo protagonista desta história que promove, através de uma comunicação pautada pela boa nova, uma cultura de paz, de respeito, de solidariedade e de justiça. Esperamos contar com os jovens nordestinos, para que juntos com os demais 37 países presentes formemos uma ciranda da comunicação”, disse Daiane Bristot.
GERAL
4º Mutirão de Comunicação NE2 já tem local definido
A 4ª edição do Mutirão de Comunicação Nordeste 2 (NE2) já possui local definido. O anúncio de que a próxima edição do evento será em Maceió (AL) foi declarado pela articuladora da PASCOM do NE2, Cacilda Medeiros, na cerimônia de encerramento do 3º Mutirão de Comunicação NE2, no último dia 25 de outubro, em Caruaru (PE). O encontro
reuniu 320 participantes para dialogar sobre os Processos de Comunicação e Evangelização. Em ato solene, os representantes da nova sede do Mutirão de Comunicação receberam das mãos da atual coordenação uma placa, símbolo oficial do evento. O momento do anúncio,ainda contou com a apresentação de um audiovisual convidando a todos para conhecer as belezas existentes na nova casa que tem o intuito de refletir outra comunicação possível. Embora ainda não tenha sido definida a temática do 4º Mutirão de Comunicação Nordeste 2, já se sabe que será realizado em outubro de 2011 e que estão todos convidados.
A comunicação em forma de arte popular
COMUNICANDO
Mutirão será divulgado na Conferência Estadual de Comunicação
Em reunião dia 22/10 com o superintendente de comunicação social da Assembléia Legislativa, Celso A. Schröder, o coordenador geral do Mutirão, Pe. Marcelino Sivinski, e o representante da equipe administrativa/ financeira do evento, Dalci Matiello, foram debatidas as possibilidades de divulgação do Mutirão na Conferência Estadual de Comunicação, que será realizada nos dias 17 e 18 de novembro. Durante o evento serão distribuídos folders e jornais do Mutirão de Comunicação aos conferencistas, além da apresentação de um vídeo explicativo. A 1ª Conferência Estadual de Comunicação elegerá delegados do RS que participarão da Conferência Nacional. Durante o evento, haverá a apresentação de painéis em torno de três eixos temáticos: Produção e Conteúdo, Meios de Distribuição e Cidadania - Direitos e Deveres.
Equipe Acadêmica do Mutirão se reúne nos dias 6 e 7 de novembro
Nos dias 6 e 7 de novembro, a equipe Acadêmica do Mutirão estará reunida em Porto Alegre. No encontro, serão propostos temas para reflexão como as novas tecnologia e a inclusão social e o contexto histórico do Continente e a filosofia ou a proposta do Mutirão de comunicação e cultura solidária. Sobre a organização do Mutirão, serão tratados assuntos como a retomada da programação oficial, a metodologia e estratégias a serem adotadas, o andamento dos trabalhos da equipe de comunicação, as noites de abertura e encerramento, a infra-estrutura e o projeto orçamentário do evento. Em relação à Carta de Porto Alegre, será discutido qual será seu conteúdo, o que não pode ser esquecido, entre outros pontos.
Informativo do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe
De 3 a 7 de fevereiro de 2010 - PUCRS - PORTO ALEGRE - RS - BRASIL - www.muticom.org Secretaria: Av. Cristovão Colombo, 149 - CEP 90.560-003 - Porto Alegre (RS) - Fone + 55 51 3391.2434 mutirao@portoweb.com.br Presidente: Dom Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre - Coordenador-Geral: Pe. Marcelino Sivinski Coordenador de Comunicação: Pe. Attilio Hartmann - Promoção: CNBB, OCLACC, CELAM - Apoio: OCIC, RCR , UCBC, ALER, FELAFACS, PCCS, PUCRS, RIIAL, SIGNIS, UCIP, UNISINOS e WACC/AL. Jornalistas Responsáveis: Nara Soter Roxo (MTb 4.436), Daiane Bristot e Cynara Baum (DRT 14.336) Diagramação: Nara Soter Roxo - Revisão: Regina Reis - Tiragem: 15 mil exemplares - Impressão: Jornal Gazeta do Sul S/A
Nem só de palestras, seminários e oficinas será feito o Mutirão. As apresentações artísticas - mais de 50 - serão um dos pontos fortes do evento. Elas acontecerão durante todas as tardes, nas de-pendências da PUCRS. Dança, música e representações artísticas e culturais dos diferentes países latino-americanos, entre outras atividades, mostrarão aos par-ticipantes, a riqueza cultural da América Latina. Além das apresentações artísticas, o público será brindado com shows especiais à noite, com música clássica, popular e regional, com exposições de arte sacra, artesanato e livros. Completam a parte
cultural do Mutirão, a apresentação de filmes de curta e média metragens, inclusive com premiações. Além do cinema, serão premiados também os melhores trabalhos em rádio, imprensa e televisão.
Comunicador da Paz
A OCLACC (Organização Católica Latino-Americana e Caribenha de Comunicação) também estará entre-gando o Prêmio Comunicador da Paz, distinção para homenagear a trajetória e o compromisso de vida dos comunicadores latino-ameri-canos que trabalharam em prol de uma cultura voltada para a paz.
ESPECIAL
Processos de comunicação e evangelização “Incomunicabilidade, segundo a alguns autores, é o mal do século. Um paradoxo, já que assistimos, no século passado, a uma verdadeira revolução das novas tecnologias de comunicação. Como admitir, então, que vivemos uma época de incomunicabilidade?”, questionou padre Geraldo, presbítero da arquidiocese de Mariana (MG), jornalista e assessor de imprensa da CNBB, já no início de sua fala. Segundo ele, cotidianamente se pode constatar a veracidade desta afirmação. Não raras vezes, diz, a reclamação mais comum que ouvimos nos grupos de pastorais, em paróquias, comunidades, grupos sociais e de trabalho, diante de uma programação malsucedida, de uma atitude mal interpretada, da ausência em uma reunião, é: faltou comunicação. Com bastante frequência, na tentativa de sanar estes hiatos provocados pela incomunicação, as assembleias e encontros, promovidos pelas comunidades eclesiais, terminam por aprovar, como uma de suas propostas de ação, melhorar ou investir mais na comunicação. Na Campanha da Fraternidade, em 1989, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil admitiu que há muita incomunicação e prática de ‘comunicar’ sem que isso produza resultado concreto. Publicações e documentos não são conhecidos e postos em práticas, porque não são suficientemente divulgados. Não existe uma preocupação global de informar e de se comunicar intensamente com as bases, num intercâmbio de animação eclesial.
Comunicação e Evangelização
Durante muito tempo, a comunicação foi vista de forma linear, tendo como base o superado esquema: Emissor – Mensagem – Receptor. Vista assim, a comunicação é somente transmissão de mensagem e atende unicamente os interesses do emissor. É, portanto, uma comunicação vertical e autoritária. A comunicação é circular, de tal maneira que quem envia a mensagem, é também receptor e vice-versa. É preciso que o canal também seja comum aos interlocutores. Além disso, há que considerar todo o contexto em que isso se dá. Nada pode ser imposto.
Portanto, comunicação é muito mais que informação. Implica um participar da vida do outro. O excesso de informação que nos chega através da internet, celular, rádio, TV, nos ilude. A informação escapa de nós com a mesma rapidez com que chega. Uma é substituída pela outra quase que instantaneamente e nem conseguimos nos lembrar onde vimos ou ouvimos tal notícia. Tudo é muito fugaz. Os meios de comunicação, neste cenário, adquiriram tanto poder que acabam por determinar o que é e o que não é; o que existiu e o que não existiu. Se saiu na TV, por exemplo, é real; do contrário, é ficção. Esse olhar crítico sobre os meios de comunicação é muito importante. Nosso modo simplista de ver e definir as coisas poderá nos iludir e fazernos crer que nos comunicamos pelo simples fato de estarmos usando esse ou aquele meio de comunicação. A reconhecida imprescindibilidade dos mass media não pode, porém, nos tornar ingênuos a ponto de não percebermos, também, os interesses que os movem. Já evangelizar é levar a Boa Nova a toda a humanidade, e pelo seu influxo transformá-la a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade. “A finalidade da evangelização é precisamente esta mudança interior”. Assim, a Igreja evangeliza quando, firmada na potência divina da mensagem que proclama, procura converter ao mesmo tempo a consciência pessoal e coletiva dos homens, a atividade em que eles se aplicam, e a vida e o meio concreto que lhes são próprios” Sem a clareza do que seja evangelização, podemos comunicar sem evangelizar. E, se comunicamos de forma plena, então, estamos evangelizando, uma vez que somos capazes de penetrar o íntimo do outro, deixando-nos também habitar por seu saber. “Podemos dizer, afinal, que comunicação e evangelização são as duas faces de uma mesma moeda. Ambas estão intimamente ligadas de tal forma que uma deve levar à outra. Se admitirmos que, de fato, temos muita incomunicação neste mundo dominado pelas tecnologias de comunicação, a evangelização é um caminho para sua superação”, finalizou ele.
04 ENCONTRO DE JOVENS
Jovens por uma cultura da solidariedade Os jovens terão espaço aberto no Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe. Com o intuito de ser um momento de formação, troca de experiências, construção de redes de articulação, tendo como características a democracia e o ecumenismo, será realizado o Encontro de Jovens por uma Cultura Solidária. Apresentando uma programação que contempla diálogos de práticas, plenárias de reflexão, atividades culturais e visitações a realidades que promovem uma cultura solidária, o Encontro de Jovens acontecerá na PUCRS, entre os dias 2 e 7 de fevereiro de 2010.
Inscrições para Salão de Arte vão até dia 27/11 Iniciaram dia 1º e vão até 27 de novembro de 2009, as inscrições para participar do Salão de Arte Sacra Contemporânea, organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento será realizado durante o Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe. Podem participar artistas nacionais, da América Latina e Caribe, de qualquer idade, desde que tenham participado, no mínimo, de três exposições coletivas, in-cluindo outros Salões. As obras deverão obedecer aos critérios previstos no edital do Salão, disponível no site do Mutirão (www.muticom.org). Os prêmios, serão anunciados na inauguração da Exposição.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO
O POVO FALA...
2 de fevereiro de 2010 14h – Credenciamento 15h – Painel de Abertura – Dialogando e transmitindo Cultura Solidária 20h – Sarau – Cores, Sons e Sabores Latino-Americanos 3 de fevereiro de 2010 8h – Visitas a realidades que promovem uma Cultura Solidária 14h – Partilha das experiências vivenciadas a partir das visitas 18h30min – Abertura Oficial do Mutirão de Comunicação 4 de fevereiro de 2010 14h – Plenária – Ver a realidade da juventude na América Latina 5 de fevereiro de 2010 14h – Plenária – Julgar a partir dos princípios éticos de uma Cultura Solidária 6 de fevereiro de 2010 14h – Plenária – Desafios para a continuidade, construindo e articulando redes e potencialidades 7 de fevereiro de 2010 Encerramento do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe
Comunicação na programação do Curso de Renovação Presbiteral
Um dia foi pouco para que os participantes do Curso de Renovação Presbiteral, realizado em setembro, em Nova Santa Rita (RS), debatessem o tema da comunicação. Durante o dia inteiro, numa troca de experiências e conhecimentos, foi debatido como funciona e qual a melhor forma de se comunicar com a mídia, os erros mais comuns, as principais regras e o que pode ser feito para que cada paróquia possa se comunicar me-lhor com a sua comunidade, entre outros assuntos. Também foi distribuído material sobre o Mutirão
CURTAS FORTALEZA - O pessoal de Fortaleza está organizando uma caravana para participar do Mutirão. Chega em Porto Alegre, em feve-reiro uma grande delegação, com agentes de pastorais, estudantes, professores, comunicadores popu-lares e outros que querem apro-fundar o debate sobre o tema e trazer suas experiências para o Mutirão. Todos serão bem-vindos. SITE - O site do Mutirão (www.muticom.org) é atualizado diariamente com notícias do evento e outras envolvendo o tema da comunicação. Também estão no site artigos, a programação, informações gerais sobre o evento, palestrantes, entre outras. Quem desejar também pode se inscrever para receber informações por e-mail. Além disso, é possível interagir, dando opiniões, sugestão, escrevendo artigos, etc. Acesse o site do Mutirão e fique por dentro de tudo o que está acontecendo.
“Não podemos negar que as constantes mudanças no mundo, às vezes nos deixam atordoados. Acompanhamos em todo o mundo eventos que nos afetam diretamente, seja a crise diplomática do nosso país, as chuvas que atingiram as regiões sul e sudeste, ou até mesmo a escolha do Rio de Janeiro como cidade-sede dos jogos olímpicos de 2016. No entanto, todos esses eventos são uma ótima opor-tunidade para que possamos construir um mundo melhor. Compartilhar nossos sentimentos, desejos, angústias, fortalecer os elos emocionais que nos permitem entrar em contato com pessoas de diferentes regiões. Ser editorialista do Mutirão tem sido uma experiência inédita e também muito boa, porque é uma possibilidade real de conhecer pessoas diferentes, trocar experiências, aprender e apreender novas culturas, fortalecer os laços de uma cultura solidária. Fico muito feliz em poder contribuir na transformação desse cenário”. (Danilo Marinho – Comunicador Social - Pernambuco)
Alterada a data da 1ª Conferência Estadual de Comunicação
Evento será nos dias 17 e 18 de novembro, no auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa/ RS. Conforme o superintendente de Comunicação Social e Relações Institucionais da ALRS, jornalista Celso Schröder, a mudança foi negociada e informada a todos os setores envolvidos. “Decidimos pela prorrogação para que a Conferência Estadual do Rio Grande do Sul ocorra com maior potência e possa obter melhor aferimento da sociedade gaúcha sobre a comunicação”, argumentou.