IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS
Porto Alegre, 16 a 31 de dezembro de 2009
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Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe 3 a 7 de fevereiro de 2010 Centro de Eventos da PUCRS P. Alegre
Ano XV - Edição No 552 - R$ 1,50
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Desejamos aos nossos anunciantes, assinantes e leitores um Natal abençoado e um Ano Novo cheio de realizações. A Direção
Jovem tem vez
Mariana Ruzicki Corsetti, 11 anos, cursando a 5ª série do Ensino Fundamental no Colégio Anchieta, em meio a colegas. Leia a sua entrevista na página 9.
Arquidiocese de Porto Alegre: um século de amor cristão
Livraria Padre Reus está ofe Livro da Família/2010. Adquir seu pedido no endereço abaix alegria em atendê-lo. Também o está dispon
“Nisso conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”. É essa a mensagem central do cristianismo e referencial da presença da Igreja no Rio Grande do Sul há quase meio milênio. Um cristianismo participativo que também é marca da Arquidiocese de Porto Alegre que prepara seus cem anos de existência. Página 2 e centrais.
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2 EDITORIAL
Ser cristão é ser solidário
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o Natal de Jesus, Deus assume a humanidade num gesto divino de solidariedade. A marca registrada, pela qual se define alguém como discípulo de Jesus e missionário do seu Projeto de um mundo justo e fraterno, é o amor solidário. Em vida, Jesus foi bem claro: “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”. E é muito claro, mais uma vez, quando narra quais os critérios que Ele, juiz da história, vai usar no dia do julgamento: “Eu tive fome e me destes de comer, sede, e me destes de beber, nu, e me vestistes, doente, preso, migrante e me visitastes e acolhestes”. Quando Jesus fala de amor, não fala de qualquer amor, uma palavra tantas vezes deturpada e prostituída; ele fala do amor solidário, do amor que acolhe o outro a partir das necessidades, das fragilidades, das dependências, da pobreza, da solidão, do pecado do outro. Este é o amor do qual fala quando fala de amor: solidário com os demais. E mais: ele mesmo se identifica com as pessoas que o amor solidário acolhe: “tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes”. Mais claro que isso, impossível. O Solidário, nas páginas centrais desta edição, resgata alguns aspectos da dimensão do amor solidário, eminentemente evangélico, praticado ao longo da história da presença cristã em nosso Estado. Esta presença cristã aconteceu numa das mais extraordinárias experiências de amor solidário na “Quando Jesus fala de amor, atividade dos jesuítas junto aos indígenas Ele fala do há 400 anos, as chamadas “Reduções”. amor solidáToda região das Missões fala desta história rio”. maravilhosa, infelizmente abortada pela ganância e pelos interesses políticos dos países colonizadores, Espanha e Portugal. Um cristianismo participativo foi trazido para nosso Estado, particularmente para Porto Alegre, pelos primeiros imigrantes açorianos, no século 18, que levou à criação da primeira diocese gaúcha (1848), evoluindo para Arquidiocese em 1910. Estes cem anos de amor solidário, de entrega voluntária às mais legítimas causas da comunidade e da sociedade, se tornaram marca característica de um cristianismo vivo e participante na Arquidiocese de Porto Alegre e em todo o Rio Grande do Sul. As entrevistas que trazemos nesta edição (Carlos Prietto, José Ivo Follmann e Mauricio Vian) recuperam diferentes aspectos de um mesmo tema e projetam “cem anos de solidariedade” que serão vividos e celebrados ao longo dos próximos meses, culminando com uma grande festa da solidariedade em junho do próximo ano. Sem dúvida, o amor solidário não é teoria, não é discurso, não é poesia religiosa; o amor solidário é, essencialmente, ação organizada por alguém, para muitos. E uma das características deste amor solidário é o voluntariado que Mauricio Vian define como: “...parte da vocação, do envolvimento e da mística cristã. E serviu e serve de referencial e inspiração para outras tantas iniciativas de organizações governamentais e não governamentais”. Repetindo: ser cristão, cristão mesmo, sem firulas nem desvios pietistas, é viver no dia-a-dia o amor solidário que constrói uma nova Terra possível, sonho e projeto do Senhor Jesus. attilio@livrariareus.com.br
Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36
Conselho Deliberativo
Presidente: José Ernesto Flesch Chaves Vice-presidente: Agenor Casaril
Voluntários Diretoria Executiva
Diretor Executivo: Jorge La Rosa Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, José Edson Knob e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj
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RTIGOS
O Cristianismo
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ssim como podemos diguindar ao posto que ocupou. Os zer que nem as línguas contemporâneos o qualificaram de nem as culturas são todas profeta. Nós reconhecemos nele o iguais, porque cada um tem a próprio Filho de Deus, dando-lhe sua, que preza e valoriza, tamo título de Cristo, Salvador da huDom Dadeus Grings bém não é possível querer que manidade. Para nós, Ele é muito Arcebispo Metropolitano todas as religiões sejam iguais querido e conhecido. O testemunho de Porto Alegre e, consequentemente, relativizáde seus fieis, nestes dois mil anos, las, como se nenhuma fosse importante ou muitos dos quais deram sua vida para testemunhar merecesse destaque. Quem tem fé preza sua a fé nele, demonstra o que São João diz: "Ele é religião. vida e luz para os homens". Quem o experimenCorre o provérbio que religião não se trotou dá testemunho. Muitos confirmaram-no com ca como se troca de camisa. Ela faz parte de o próprio sangue: deram sua vida por Ele, sem nossa identidade. Nascemos não só dentro de sequer o terem visto. Sabiam que seu viver é uma religião, como também nos esforçamos Ele. Com São João, reconhecemos que "a vida se em crescer dentro dela. Não se trata apenas de manifestou: nós a vimos e a testemunhamos"(1 uma religião de ancestrais. A certa altura ela Jo 1,2). Jesus de Nazaré, que a partir de nossa torna-se própria, pessoal, e, por isso, única. É fé proclamamos Cristo, reuniu discípulos, num a minha religião. Isto não significa desconheorganismo, que recebeu o nome de Igreja. cer ou impedir que outros tenham e assumam Não basta uma simples inscrição nem uma entusiasticamente a sua. Para permanecer profissão verbal da fé. É preciso submeter-se a um fiel à própria religião é preciso conhecê-la e, rito de iniciação: ser batizado, o que equivale a diacima de tudo, amá-la. Identificar-se com ela. zer que, para pertencer à Igreja, deve-se renascer. Integrá-la na própria vida. Não pode ser apenas Não se trata, pois, de uma filosofia, de uma ideoloverniz, que logo se apague ou esmoreça. Nós gia a ser professada ou de uma instituição humana conhecemos um Homem que nasceu há dois a que se queira aderir. É vida nova: recebe-se um mil anos que reconhecemos ainda hoje, com novo coração, que constitui um organismo novo. milhões de outros fieis, como vivo e ressusciExpressa-se pela fé, esperança e caridade, virtudes tado. É Jesus de Nazaré. Não há dúvida que se sobrenaturais infundidas. Pelo batismo, somos trata do homem mais conhecido e amado que enxertados em Cristo, como ramos na videira. passou por este nosso mundo. São Pedro, como Produzimos frutos a partir da seiva que circula todos os cristãos, o definem como alguém que nela. A Igreja é o Corpo de Cristo. Ele é a cabeça, passou fazendo o bem. Não ocupou nenhum o Espírito Santo a alma e nós seus membros, pelos cargo público que o pudesse, de algum modo, quais Deus age no mundo
Voz do
PASTOR
Espírito de Natal José Mariano Bersch Bancário
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comercial de um grande shopping center, veiculado na TV, despertou minha atenção: “... Investimentos consideráveis estão sendo direcionados para a montagem de um ambiente natalino inédito, com a finalidade de proporcionar um verdadeiro espírito de Natal...” A frase, que me levou à reflexão, não poderia ser mais apropriada para desenhar o perfil da sociedade de consumo dos nossos dias. O que vem a ser o “espírito natalino” das catedrais do consumo que são os nossos shoppings? Trata-se, no mínimo, de uma espécie de apropriação indébita de terminologia. Certas palavras jamais deveriam ser banalizadas e jogadas ao nível da exploração comercial. O significado único e exclusivo da expressão “espírito de Natal” vai numa direção muito distante da “magia do Natal”, a que certamente se referia o comercial de TV, o qual sinaliza com o sentimento de euforia e felicidade proporcionado pelo consumo das mercadorias expostas nas vitrines. Não se trata, aqui, de questionar ou censurar a prática comercial, intrínseca e necessária à economia
Conselho Editorial
Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer e Beatriz Adamatti
Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo
de mercado na qual estamos inseridos, mas sim de apontar para a inversão de valores e o desvirtuamento de sentimentos tidos como sagrados. A prática consumista implantada em nossa sociedade é estimulada através dos poderosos meios de comunicação. Estes, por sua vez, nos induzem à aceitação de ideias, conceitos e valores associados à felicidade proporcionada através do consumo dos produtos ou serviços anunciados. Na presente reflexão, o “espírito natalino” do referido comercial exemplifica muito bem, através da maquiagem da palavra, esta jogada de marketing que, certamente, “pega desprevenida” a grande massa de consumidores. Desnecessário dizer que nossas crianças crescem no embalo dessa onda consumista, como oportunamente expôs a matéria da edição nº 550 do Solidário. Estas, ainda sem o senso crítico formado, tornam-se o alvo preferido do marketing natalino. Cabe aqui, talvez, um alerta a nós, pais, no sentido de esclarecê-las acerca da ambiguidade da expressão “espírito natalino” anunciada aos quatro ventos pelos shoppings. Uma tarefa que poderia, quem sabe, se transformar num item da lista de presentes para os nossos pimpolhos neste Natal. Meus votos de que os amigos leitores do Solidário vivenciem um espírito natalino de fraternidade e comprometimento solidário!
Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS Revisão Nicolau Waquil, Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Paulo Oliveira da Rosa (voluntário), Elisabete Lopes de Souza e Davi Eli Impressão Gazeta do Sul
Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3221.5041 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.
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AMÍLIA &
Casal: as diferentes linguagens do amor Deonira L. Viganó La Rosa Terapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia
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modo como expressamos amor tem muito a ver com o jeito como fomos criados. Tem a ver com tudo aquilo que fomos entendendo como expressão de amor, no curso de nossa história, desde a infância. Assim, fica fácil perceber que cada pessoa internalizou uma “linguagem” peculiar para expressar amor e que esta linguagem pode ser muito diferente daquela que seu parceiro, ou sua parceira, entendeu como sendo expressão de amor. Dito de outra maneira: No curso de sua história, uma pessoa entendeu que quem ama tem de usar palavras ternas e de estímulo para expressar seu amor. Já outra pessoa sente que prestar serviços e executar tarefas para ajudar o outro é a máxima expressão de amor. Uma terceira acha que é preciso tocar, abraçar, acarinhar ... E uma quarta, que a pessoa sabe que eu a amo, e não precisa mais muito demonstrar. Cada pessoa criou seu “mapa” do que entende ser o amor. O desafio do casamento é descobrir qual é o “mapa” do amor do seu companheiro ou companheira e dar-se conta que ele pode ser muito diferente do meu próprio mapa. A partir daí, é preciso mostrar amor de um jeito que o outro entenda, do jeito que o outro espera ser amado. Além disso, é fundamental abrir-se ao outro, mostrando-lhe que sua história é diferente e que você tem outro jeito de amar, mas que tem chance de adequar-se à linguagem daquele ou daquela com quem convive diariamente.
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OCIEDADE
3 Grzegorz M. / sxc.hu
Ele (ela) não me ama mais
expressão do amor que cada uma traçou no curso de sua vida, levada pelas circunstâncias em que viveu e pela sua própria química. E deixássemos de imaginar que nosso jeito seco de amar e de viver é o único e o melhor jeito de amar do mundo.
Estou querendo dizer aos casais que, muitas vezes, o companheiro ou companheira espera ser amado com palavras estimulantes e carinhosas ou com muito toque e carícias, mas que você, como Um toque vale cresceu entendendo que amar é prestar serviços mil palavras ao outro, fica procurando tarefas para ajudar em Se eu falasse ao casal sobre suas crianças, casa e não dedica tempo para sentar-se e converdiria que importa abraçá-las, tocá-las e acarinhásar, ouvir e acarinhar... Ou o contrário, conversa e conversa ... mas nunca ajuda nas tarefas diárias. las para que introjetem desde cedo esta particular Então, o outro se decepciona e fica frustrado em linguagem de expressão do amor. Pesquisas super suas expectativas; esta é a queixa que muitas mu- atuais afirmam que cinco segundos de toque têm lheres e homens apresentam ao terapeuta: “Ele o poder de transmitir as mais diversas emoções (ela) não me ama mais”. Mas, se você questiona àqueles que são tocados (crianças ou adultos). os dois, verifica que o que está acontecendo é que Cinco segundos de toque são suficientes para que um ou os dois estão sendo sinceros e pensam que a pessoa tocada identifique o que estão querendo estão mostrando amor, só que a linguagem de amor lhe passar, se raiva, medo, ternura, ódio, alegria, que ele ou ela, ou os dois estão utilizando não é tristeza ou nojo. As palavras são muito importanaquela que a outra pessoa conheceu de primeira tes, prestar serviço também, mas o toque merece mão como sendo a melhor linguagem do amor. particular cuidado. Deveria ocupar um lugar desNão é a linguagem que o outro entende como tacado no mapa do amor. sendo expressão de amor. Não estou dizendo que temos uma única linguagem para expressar amor, mas, que temos sim uma linguagem que Cursos de Especialização é a primeira, a mais forte, introjetada desde bem cedo na nossa vida. E que esta nos é peculiar. E que é importante Conhecimento que seu parceiro ou sua parceira copara você chegar nheçam qual é. Atenção para as críticas que muitas mais alto. vezes fazemos ao jeito das pessoas expressarem amor, achando que são muito melosas, ou muito pegajosas, ou www.pucrs.br/pos muito tarefeiras, ou muito deslumbradas e espalhafatosas ... Melhor fora que respeitássemos o particular mapa de
PÓS-GRADUAÇÃO PUCRS
Colégio Anchieta educa para a Solidariedade Leia matéria na contracapa
4 Muros e portas
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Carmelita Marroni Abruzzi
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Não sei se é mais fácil abrir portas ou construir muros. Em nível de política mundial, as situações têm se revelado muito mais complexas e nem sempre a derrubada de muros termina com as diferenças. Caberá a cada governo ou grupo social e a cada indivíduo um esforço, no sentido de aparálas. Não é fácil, para nós, derrubar os muros invisíveis que habitam em nossos espaços interiores: eles levaram anos sendo erguidos. É difícil dar a primeira marretada, mas as outras se sucederão com mais facilidade. Por que não abrirmos mais portas dentro de nós e da sociedade, derrubando esses “muros invisíveis de nossas posições congeladas”? Há muito por fazer, os MC estão aí e podem contribuir, principalmente na América Latina, quando se prepara um grande “Mutirão da Comunicação”, que tem como tema central “Processos de Comunicação e Cultura Solidária”. (debruzzi@ig.com.br)
Advento Antônio Mesquita Galvão
Professora universitária e jornalista
m 2009, o mundo comemorou os 20 anos da queda do Muro de Berlim: imagens de residentes em Berlim Oriental derrubando o muro com suas marretas voltaram aos noticiários de todo mundo: uma série de fatores sócio-políticos e econômicos, bem como acontecimentos históricos em vários países contribuíram para aquela cena. Vimos o muro de Berlim, em plena guerra fria e o atravessamos em excursão turística vigiada, numa zona de barreiras. Não foi uma experiência agradável; o ônibus foi todo revistado, até com espelhos na parte de baixo. Não podíamos levar impressos ou grandes quantias em dinheiro. Na época, corriam muitas histórias de fugas de Berlim Oriental, algumas acabando em morte, outras como a da imagem publicada na imprensa mundial, em que os cabelos soltos de uma jovem, apareciam sob o automóvel: para resgatá-la, o noivo a levou amarrada ao chassis do carro! Após a queda do Muro ocorreu um fato pitoresco e característico da alma de um povo: os alemães de Berlim Ocidental voltaram à Biblioteca, em Berlim Oriental, para devolver os livros que haviam “Não é fácil derrubar muros retirado há décadas! O Muro de Berlim dividiu famílias intei- invisíveis em ras e amigos. Ao longo da história, muros e nossos espaços interiores” muralhas foram construídos, seja por motivos políticos ou religiosos. Impedem imigrantes de tentar vida melhor noutro país, segregam pessoas por raças ou crenças religiosas e levantam barreiras de ódio entre os seres humanos. Entretanto, assim como os constroem, as pessoas podem derrubá-los. Nem sempre os muros são visíveis, alguns estão dentro das próprias pessoas, outros são representados por acidentes geográficos, como no caso de um rio, numa pequena cidade da Alemanha, que passou a simbolizar a divisão de duas famílias e de duas empresas, quando dois irmãos se desentenderam, dividiram sua empresa e a cidade, fundando cada um sua fábrica de artigos esportivos, famosos, hoje, no mundo inteiro. Apesar de todo o crescimento e de o controle acionário não pertencer mais às famílias, permanece na cidade um acentuado clima de divisão. Em 2003, revisitamos uma Berlim sem o muro, caminhamos sobre as trilhas que o demarcavam e passamos sob a Porta de Bradenburgo. Ela representava a divisão da cidade em duas partes; hoje, ela é um símbolo da reunificação da Alemanha.
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PINIÃO
Escritor
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uando João Batista, às margens do Jordão, recomenda a seus ouvintes que ‘endireitem os caminhos do Senhor, aplainem os valos e ponham abaixo as elevações’, não está apenas se referindo a um momento determinado da história, quando Jesus, o Messias vai chegar. É interessante notar-se que a vinda do Messias não é um instante, mas um tempo, um segmento temporal que tem início com o nascimento de Jesus, mas que iria perdurar por todos os tempos, pois mesmo retornando à casa do Pai, Jesus anunciou que ficaria com seu povo, “todos os dias, até o fim dos séculos”. Na verdade, nesse ficar todos os dias, revela-se todo o mistério do “Deus Conosco” (o Emanuel anunciado), quando Jesus, através da oração, das Sagradas Escrituras, da Eucaristia, dos pobres, dos Sacramentos e da Igreja, decidiu permanecer entre nós. O Natal, de fato, aconteceu uma só vez. O que se comemora é a memória do Natal, é o grande feito de Deus que, por amar os homens, deu-lhes seu Filho único, para que todos os que nele crerem não pereçam, mas tenham vida. A vida cristã iniciada no batismo é simples, porém misteriosa. O batismo, dado às crianças, significa morte. Morte para o pecado, morte em Cristo em ordem da ressurreição. Assim também o Advento que ora se festeja, não é propriamente o advento do Natal, pois o Natal já aconteceu, e o que há, dia 25 de dezembro é como que um aniversário de Jesus, uma comemoração de seu nascimento.
Por que então o Advento? A despeito do simbolismo natalino, não se pode afirmar que Jesus vai chegar no Natal. Ele já chegou, ressuscitou, subiu aos céus, está, de certa forma, no meio de nós, e há de voltar em sua glória, naquilo que os teólogos chamam de parusia (a visita). Então, o tempo de preparação que se vive no Advento e que a Igreja de forma tão veemente exorta, não é para um novo nascimento de Jesus-menino, mas um tempo de reflexão, uma preparação para a segunda vinda de Jesus, quando então não será tempo de Natal, mas os “tempos do Reino” que durarão para sempre. Para o Natal a gente compra presentes, pinta a casa, remete cartões aos amigos e prepara a “missa do galo”. É uma preparação relativamente simples. Mas como estamos preparados para o que os antigos “pais da Igreja” chamavam de vere dies natalis (o verdadeiro dia de Natal)? O advento é, sobretudo, um tempo de restauração e reconciliação. É tempo de varrer o espírito e tirar o pó da alma... Não adianta fazer uma simples trégua no dia de Natal, como fizeram as tropas francesas e alemãs na Primeira Guerra Mundial (até jogaram futebol). A sociedade só terá paz, acolhida e harmonia a partir da reconciliação. O advento é um tempo para resgatar esses sentimentos. O Advento parece um tempo que antecede uma festa humana; e, de certa forma é. Mas na verdade, no fundo, mesmo, ele é a preparação para a grande festa escatológica, aquela que vai acontecer no Reino, uma festa que, para os que aceitarem o convite, nunca terá fim.
Novamente Natal J. Peirano Maciel Médico
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m nosso mundo ocidental, não existe outra data tão esperada, desejada pelo público infantil com tanta alegria, e pela maior parte dos adultos como a maior festa do ano. Ocorre um apaziguamento emocional e moral, que torna as pessoas mais solidárias, mais compreensíveis, por efeito de algo imponderável que se manifesta, podemos dizer, misteriosamente. Com efeito, o Natal é um mistério, muito antigo e muito novo, que comemoramos como uma tradição. Sim, para a maior parte uma emocionante tradição, época de presentear, de abraçar, de sorrir e de ceias especiais. Tudo enfeitado, árvores frondosas, músicas lacrimosas. Como data comemorativa do nascimento de uma criança, há dois mil anos, até que muitos sabem disso, porque aí estão os presépios, alguns luxuosos, outros modestos, que apresentam um menino envolto em panos numa manjedoura, seus pais, alguns pastores simples e poucos animais. Entretanto, que menino era esse, tão desconhecido ainda hoje, Anunciado por profetas, tão aguardado pelo povo daquele tempo, o povo judeu, como um futuro libertador, um Rei com poderes divinos, tal como nos ensinam as Sagradas Escrituras? Ora, estamos diante de um Mistério grandioso, o maior acontecimento da História humana, inenarrável teofania, que mudaria o mundo para sempre. Tomemos consciência disso.
Saibamos que, para um mundo perdido, como então acontecia, dominado pelo jugo do Mal, da ingratidão e da prepotência de Imperadores ambiciosos (dominação de Roma antiga e Reis cruéis), fazia-se necessário algo inaudito, algum milagre muito grande, que realmente pudesse restabelecer a ordem e a paz entre as nações.Ainda hoje, muitas vezes, assim pensamos, perante graves problemas, especialmente políticos, quando queremos que surja um salvador, um grande líder. Sabemos que, no primeiro Natal, nada mais, nada menos que o próprio Filho de Deus, que recebeu o nome de Jesus, nasceu de uma mãe Imaculada e que veio “para Salvar o que estava Perdido”!. Ocorreu, realmente, essa libertação? Sim, ela ocorreu mediante um preço altíssimo,com muita rejeição, muita cegueira espiritual, que culminou em Morte na Cruz! Antes de partir, retornando ao Pai, disse que não nos deixaria órfãos, que estaria conosco dia após dia, na Fração do Pão, na Palavra e no coração de todo crente! Neste momento, questionemos se essa promessa é verdadeira, no mundo de hoje, depois de 2000 anos de profundas transformações. Progredimos imensamente na ciência, na técnica, nas artes, nas comunicações, o mundo hoje é fascinante! Contudo, tudo isso que ocorreu, para nosso orgulho, não será devido exatamente Àquela presença misteriosa, que conduz ao Bem? De outra parte, o Mal que não se extingue neste planeta, não é devido à ausência daquela Presença?
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Filhos refletem o modo de vida dos pais
SICOLOGIA
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Universidade Federal do Paraná realizou pesquisa com 1485 adolescentes de ambos os sexos, entre 14 e 17 anos, em Curitiba, sendo 1253 de uma tradicional escola particular de classe econômica elevada, e 232 de uma escola pública de periferia de nível elevado a médio de pobreza. O estudo identificou 4 tipos de pais: presentes, comandantes (autoritários), permissivos (molengas) e ausentes, caraterizados a seguir.
Pais presentes
Pais comandantes
Constituíram 35% da amostra. São absolutamente presentes e consistentes. Fazem tudo para se mostrar afetuosos e envolvidos na vida dos filhos. Futuro para os filhos Autoestima elevada, menor probabilidade de comportamentos antissociais, bom desempenho escolar, mais otimistas com a vida.
São os pais autoritários e constituíram 15% dos sujeitos pesquisados. Não se importam com o que os filhos precisam, mas com o que eles exigem dos filhos: obediência. Comportam-se como se estivessem em regime militar, pois ditam literalmente todas as normas, e determinam o lazer em casa e fora dela. São avessos a demonstrações de afeto e carinho. Futuro para os filhos Serão obedientes, desempenho escolar médio, submissos, pouco criativos, dificuldade de expor suas próprias ideias, poderão se rebelar contra figuras de autoridade no futuro; alta tendência à ansiedade e depressão.
“"A participação dos pais tem reflexos em ações cotidianas".
A pesquisa revela que entre os sujeitos com autoestima elevada, 48% são filhos de pais presentes, e 46% com baixa autoestima são filhos de pais omissos. Autoestima comprometida pode levar a comportamentos antissociais, abuso de drogas ou depressão, tendo presente que nem todos os filhos de pais violentos ou relapsos terão problemas no futuro; mas muitos terão. Muitos adolescentes em conflito com a lei vêm de famílias com perfis de situação de risco – violência, omissão, negligência. Outros dados apontam que pais omissos têm mais chances de ter filhos envolvidos com mentiras, violência e drogas, o oposto do que ocorre quando os pais são participativos. Segundo a investigação, 68% dos que mentem seguidamente são filhos de pais omissos, enquanto que somente 5% de filhos de pais presentes usam eventualmente a mentira. A participação dos pais tem
Pais molengas ou permissivos Foram representados por 15% na amostra; não sabem bem o que é melhor para os filhos, e cedem à pressão do momento. Alimentam o desejo impossível de que os filhos não sofram, não sejam traumatizados por educação rígida, e, ainda, tenham tudo que eles não tiveram na vida. Futuro para os filhos Autoestima elevada, baixa tolerância à frustração, péssimo desempenho escolar, alta probabilidade de comportamentos antissociais, e de uso de álcool e drogas.
reflexo em ações cotidianas, como a frequência escolar: 43% dos que matam a aula frequentemente são filhos de pais omissos, enquanto que apenas 13% são filhos de pais presentes. O consumo de drogas se relaciona também com o estilo de pais. 97% dos que disseram não ter consumido drogas no último ano são filhos de pais presente ou autoritários, enquanto que o percentual cai para 92% quando se trata de filhos de pais permissivos, e para
Pais omissos Aproximadamente 35%. Não se importam com o que os filhos precisam e nem precisam dos filhos. Esses pais não têm uma rotina muito extenuante de trabalho, mas não se ligam no cotidiano casa-e-filhos. Futuro para os filhos Difícil... Os filhos não se sentem amados nem aprendem regras sobre o mundo; baixa autoestima, baixo desempenho escolar, pessimistas; apresentam problemas de ansiedade e depressão, e altíssima probabilidade de comportamentos antissociais, e de uso de álcool e drogas.
82% no caso de pais omissos. Segundo Lídia Weber, pesquisadora da UFPR, há atitudes que são essenciais na educação dos filhos. Entre estas, colocar regras consistentes, lógicas e claras para as crianças, oferecer modelos de comportamento adequado, incentivar a autonomia, ensinar valores morais, estar presente e ter interesse real pelos filhos, praticar a não-violência e demonstrar amor e carinho por gestos e palavras.
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EMA EM FOCO
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rguendo os olhos, Jesus viu pessoas ricas que depositavam ofertas no Tesouro do Templo. Viu também uma viúva pobre que depositou duas pequenas moedas. Então disse: “Eu garanto a vocês: essa viúva pobre depositou mais do que todos os outros. Pois todos os outros depositaram o que sobrava para eles. Mas a viúva, na sua pobreza, depositou tudo o que tinha, tudo que possuía para viver” (Lucas 21- 1-4).
Arquidiocese de Porto Alegre: um século de solidariedade “Eu vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”.
Amar ao próximo como a si mesmo. É essa a mais importante mensagem de Jesus de Nazaré. E a razão central da existência da Igreja por Ele fundada, com o compromisso primeiro – ao menos deveria ser – de materializar, por em prática e fazer acontecer esse amor radical ao semelhante. Também foi esse o objetivo que trouxe para terras gaúchas, há 400 anos, os primeiros missionários jesuítas para fundar as reduções indígenas no noroeste do Estado. E que fez presente o cristianismo em Porto Alegre, trazido pelos primeiros moradores açorianos no século 18, cuja vigorosa florescência permitiu a criação da primeira diocese gaúcha em 1848, então ainda vinculada à Arquidiocese de S. Sebastião do Rio de Janeiro. E que, finalmente, evoluiu para a Arquidiocese em 1910. É esse mesmo carisma cristão que hoje move milhares de voluntárias ou não – leigas e leigos, religiosas e religiosos, sacerdotes e diáconos, em tempo integral ou parcial para acorrer e socorrer a centenas de milhares de jovens, adultos, idosos, famílias, pessoas em situação especial – drogas, alcoolismo, HIV, atendimento psicológico etc – e desempregados na busca de integração ao mercado de trabalho e geração de renda.
100 anos de solidariedade Diácono Carlos Prietto
A Diocese de São Pedro do Rio Grande do Sul, vinculada à Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, foi criada em 7 de maio de 1848. E se tornou Arquidiocese de Porto Alegre em 15 de agosto de 1910, juntamente com as dioceses de Pelotas, Santa Maria e Uruguaiana. (As outras 14 dioceses gaúchas foram desmembradas dessas quatro primeiras e foram criadas, respectivamente, Caxias do Sul, 1934; P. Fundo, 1951; Vacaria, 1957; S. Cruz do Sul, 1959; Bagé, 1960; S. Ângelo,1961; F. Westphalen, 1962; Erexim, 1971; C. Alta, 1971; R . Grande,1971; N.Hamburgo, 1980; Cachoeira do Sul,1991; Osório, 1999 e Montenegro, 2008). Atualmente, a Arquidiocese abrange área de 13.530 km², com 29 municípios, constituída de 155 paróquias. Conta com 15 diaconias, 174 padres diocesanos incardinados residente na Arquidiocese, 16 residentes em outras dioceses, 25 padres de outras dioceses, 46 diáconos permanentes, 165 padres religiosos, 190 irmãos religiosos, 1312 irmãs religiosas e 2738 catequistas.
Corredor de solidariedade
“Queremos visibilizar para a sociedade a abrangência das ações de solidariedade da Igreja ao longo dos Cem Anos e reforçar a fidelização e qualificação dos agentes que atuam nessa rede de serviços", adianta o diácono Carlos Prietto, coordenador da Comissão dos Cem Anos de Solidariedade da Arquidiocese de Porto Alegre constituída por diaconias, províncias religiosas, instituições de ensino e saúde, conferência de religiosos e diversas associações profissionais com sede em Porto Alegre. Solidário – Que estratégias adotará a comissão para fazer conhecer essas ações? Prietto - Sabemos que a Igreja é responsável por 80 por cento das ações na área social. Mas precisamos fazer uma pesquisa histórica e um completo inventário dessas ações e identificar seu público beneficiado, formar um banco de dados dinâmico com permanente atualização e hospedar esses dados no site da Arquidiocese. A Cúria Metropolitana conta com relatório anual de atividades desenvolvidas pelas 155 Paróquias. Igualmente, as congregações religiosas, irmandades, fundações, diaconias e outros organismos de promoção humana divulgam seus balanços sociais. Precisamos sistematizar e unificar esses dados. S – Assistência social ou assistencialismo? Prietto – A caridade é o grande legado da Igreja de Jesus Cristo. ‘Atualmente permanecem estas três: a fé, a esperança, a caridade. Mas a maior delas é a caridade’, diz São Paulo em Coríntios, 13. A partir do Concílio Vaticano II, a Igreja, principalmente através das congregações religiosas, assumiu um novo jeito de atuar, com ações diretamente junto às periferias. Observamos uma Igreja mais missionária também nas nossas paróquias, diaconias, irmandades, fundações e outras, com preocupação da promoção humana, de resgate da autoestima e inclusão social sempre à luz do princípio da subsiedariedade. E conseguimos distinguir melhor o que é ação social e o que é assistencialismo. A humanidade necessita de escuta, de atenção. Um
Pe. José Ivo Follmann
Maurício Vian
exemplo disso é a resposta do presidente da Associação dos Moradores de Rua de Porto Alegre, quando esteve no Conselho Diaconal, e Dom Dadeus perguntou: do que mais necessitavam? Este respondeu que necessitavam de pessoas que os escutassem. S- Já tem cronograma para a celebração do Centenário? Prietto – O ponto alto se dará entre 2 e 6 de junho de 2010 e se concentrará na Usina do Gasômetro de Porto Alegre. Aliás, o coordenador da Usina disse que quer fazer da Usina a Catedral da Solidariedade. Está prevista a celebração de Corpus Christi, com a Missa na Catedral seguida da procissão para a Usina, finalizando com a Bênção do Santíssimo. Na Usina estará armada uma exposição com 192 estandes para visibilizar a solidariedade na Arquidiocese.
Política de ação social Para Pe. José Ivo Follmann, “normalmente existem muitas motivações – de ordem pessoal ou ordem institucional e também motivações políticas de engajamento mais amplo da sociedade – que levam alguém a se engajar no trabalho social. Devemos nos empenhar para que haja sempre uma boa política de ação social que ajude a orientar o engajamento das pessoas”. O jesuíta foi palestrante durante o Seminário Cem anos de Solidariedade realizado em novembro último em Porto Alegre.
Voluntariado e profissionalização “O voluntariado faz parte da vocação, do envolvimento e da mística cristã. E serviu e serve de referencial e inspiração para outras tantas iniciativas de organizações governamentais e não governamentais. Mas hoje, tanto a Igreja como as organizações sociais são chamadas a terem e desenvolverem um trabalho profissional, aliando mística com profissionalismo, tendo em vista a complexidade dos problemas sociais, na área da saúde, na área da educação e serviço social, da drogadição, dos maus tratos, do jovem infrator. Já dizia o grande guru da administração moderna Peter Druker: ‘as empresas têm muito a aprender com as entidades não governamentais da Igreja, que é a mística, o vestir a camiseta. Mas as entidades da Igreja têm muito a aprender com as grandes empresas que é o planejamento, esclarecimento, levantamento de indicadores, estratégias, medir resultados. Hoje devemos juntar a mística com o profissionalismo”.
Pequena amostragem da ação social de organismos da Igreja da Arquidiocese de Porto Alegre ocorreu durante o Seminário dos 100 anos de Solidariedade realizado no Colégio Sevigné, em 21 de novembro último. Dezenas de cartazes, banners, folders, mesas de exposições e paineis constituíram um verdadeiro ‘túnel social’ no corredor de acesso ao auditório em que se reuniram agentes e coordenadores de mais e uma centena de obras sociais.
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8 O meio ambiente e o seu bolso agradecem A revista Magazin Deutschland traz algumas dicas para o dia-a-dia, com relação à preservação do meio ambiente e ao bolso de cada um. Diz, incialmente, que nos EUA as emissões de gás do efeito estufa vêm se reduzindo há três anos – de 2006 a 2007 – em 1,2%, ou seja, em cerca de 60 milhoes de toneladas de CO. A Alemanha, por sua vez, reduziu entre 1990 e 2007 quase 24% dos gases perniciosos. Reduzir o CO não é tão difícil, como alguns exemplos mostram (com base nos usos e costumes da Comunidade Européia, cujos dados citados na revista foram aqui mantidos). Você sabia... ...que uma alimentação com pouca carne poupa o clima e um quilo de carne de boi a menos por semana traz uma economia de 500 euros e de 700 quilos de CO2 por ano? ...que cada grau a menos de temperatura num quarto da casa economiza cerca de 6% de custos de calefação e um grau a menos de temperatura na casa economiza 300 quilos de CO2? ...que lâmpadas econômicas consomem 80% menos eletricidade que lâmpadas comuns e que quem passar a usar lâmpadas econômicas em casa economiza até 330 quilos de CO2 por ano? ...que desligando o ar condicionado quatro horas por dia, há uma redução de 300 quilos de CO2 por ano? ...que a compra de uma geladeira econômica (A++) poupa 100 quilos de CO2 por ano? ...que a compra de produtos regionais poupa 300 quilos de CO2 por ano? ...que dirigir carro com precaução, mudando de marcha a tempo, economiza 330 quilos de CO2? ...que uma família de quatro pessoas economiza 90 euros e 300 quilos de CO2 por ano, se prescindir de uma secadora de roupas? ...que um bom isolamento térmico de paredes externas, sótãos e tetos de porão pode reduzir em 50% os custos de calefação? ...que a televisão ou o aparelho de som economizam 100 quilos de CO2 por ano, se forem sempre desligados em vez de ficarem em stand-by?
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Osteoporose (1) Hoje vamos conversar sobre uma das enfermidades que mais atingem as pessoas de maior idade, especialmente as do sexo feminino. Em 1954, quando iniciei minha atividade médica, a expectativa de vida era de 50 anos. Atualmente, no Rio Grande do Sul, uma pessoa ao nascer pode esperar viver até os 75 anos. Para aqueles que acompanham o obituário divulgado nos jornais, verificamos que muitos são aqueles que ultrapassam os 80 anos de vida. No Brasil, já existem milhares de pessoas acima dos 100 anos. A qualidade de vida deve ser, entretanto, compatível com uma boa existência, e para que isto realmente aconteça, devemos nos preparar desde a juventude com uma alimentação equilibrada, Dr. Varo Duarte contendo os nutrientes indisMédico nutrólogo e endocrinologista pensáveis à composição sadia do corpo. Relembramos que os alimentos são constituídos de nutrientes que passamos a descrever: Proteínas, são substâncias químicas, compostas de aminoácidos e entram na formação de nossas células. Citamos especialmente os ossos e os músculos. Devem representar cerca de 15% da dieta normal diária. Carboidratos, também chamados de hidratos de carbono, são os conhecidos açúcares. São a principal fonte de energia. Eles responderão pelo consumo energético inicial em qualquer exercício. Em uma dieta normal, devem ser ingeridos em maior proporção, cerca de 60% da quantidade calórica diária. Lipídios, conhecidos como ácidos gráxicos, são as gorduras. São também indispensáveis ao nosso organismo, pois constituem-se em importante reserva energética e são responsáveis pela proteção de nossos músculos e ossos. As vitaminas A, D, E,K são lipossolúveis e dissolvidos nelas que entram em nosso organismo. Devem constituir cerca de 30% do aporte energético. Serão metabolizadas após o consumo dos hidratos de carbono. Vitaminas, são substancias químicas importantes pois constituem as substâncias reguladoras do funcionamento celular. Ingeridas em menores quantidades, são indispensáveis ao metabolismo celular. Citamos as vitaminas C, B1 , B2, B6 , etc. Sais Minerais. Irão constituir o arcabouço das células. Nossos ossos são constituídos fundamentalmente do cálcio, mas o ferro, o magnésio, o zinco, o cobre, regulam também suas funções vitais. Água, indispensável para o bom funcionamento de nossas células, é constituinte de 70% do peso corporal. Deve ser ingerida em quantidade não inferior a dois litros diários, A quantidade de calorias necessária para uma pessoa idosa varia com a sua atividade. São necessárias de 1500 a 1800 kilocalorias diárias . Em nossa orientação, recomendamos para obter esta energia, beber diariamente pelo menos meio litro de leite, comer 200 gramas de carne, 40 gramas de pão, seis colheres de sopa de arroz ou massa, cerca de seis colheres de sopa de feijão, um ovo e gorduras ao redor de 40 gramas de óleo ou manteiga. Nossos livros COMA DE TUDO SEM COMER TUDO, E ALIMENTOS FUNCIONAIS, da Editora Artes e Ofícios, apresentam exemplos de cardápios que fornecem estes nutrientes. Permitem conhecer e executar estas dietas, utilizando os alimentos a que estamos habituados, corrigindo os possíveis erros alimentares e fortificando os nossos ossos. A osteoporose é consequência da descalcificação dos ossos e ocorre especialmente após os 35 anos de idade, sendo encontrada nos idosos de ambos os sexos. Mais comum nas mulheres após a menopausa, e nos homens no período que chamamos de andropausa, está relacionada à deficiência dos hormônios sexuais. Relembramos que os hormônios sexuais, são derivados de uma substância química, denominada colesterol, da qual só se fala mal, sem explicar sua importância em taxas consideradas normais, tornando-se prejudiciais se ultrapassam determinados valores. Os ossos ficam quebradiços e sujeitos a fraturas mesmo espontâneas, sem que ocorram quedas ou traumatismos. A coluna, e o quadril são as partes mais vulneráveis.
Dicas de
NUTRIÇÃO
Um novo sinal está mudando relações nas ruas da cidade As relações entre pedestres e motoristas estão mudando em Porto Alegre desde a introdução, pela Municipalidade, de um novo sinal de trânsito. Embora não faça parte oficial do Código Nacional de Trânsito, o ato de estender o braço com a palma da mão voltada para os carros, em uma faixa de segurança onde não haja sinaleira, é entendido pelos motoristas como intenção do pedestre de atravessar a rua e, neste caso, devem darlhe a preferência. Com isso, em dois meses o número de acidentes de trânsito em Porto Alegre caiu 17%. Por outro lado, cidades integrantes da Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre (Granpal) poderão aderir à campanha do novo sinal de trânsito. Em reunião da entidade, o prefeito de Porto Alegre relatou o conceito da proposta de respeito aos pedestres na faixa de segurança e colocou técnicos da Prefeitura à disposição dos municípios para orientação e divulgação da campanha. As prefeituras poderão adaptar o material de disseminação da prática, a ser fornecido pela Capital, conforme a identidade de cada cidade e suas características.
JOSY M. WERLANG ZANETTE Técnicas variadas Atendemos convênios
ABER VIVER
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SPAÇO LIVRE
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Martha Alves D´Azevedo
“O maior problema dos jovens é a falta de respeito com os mais velhos”.
Comissão Comunicação Sem Fronteiras
Renovação ou
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ariana Ruzicki Corsetti, 11 anos, cursando a 5ª série do Ensino Fundamental no Colégio Anchieta, Porto Alegre, deu a presente entrevista ao Solidário. Quem és tu?
Sou uma menina sonhadora que adora os amigos e a família que tem. Sou companheira e amiga. Às vezes, sou um pouco egoísta, mas também posso ser solidária. Adoro sair para brincar ao ar livre.
O que pensas fazer no futuro? No futuro quero ser jornalista, pois adoro falar e dizem que eu daria uma boa jornalista.
E sobre a família? Minha família é muito unida. Sempre estamos juntos. Minha família é um exemplo que eu pretendo seguir. Sem a minha família eu não seria nada, eles estão sempre presentes me ajudando nos momentos bons e ruins.
Por que ter amigos? Acho que é bom ter amigos porque com eles nos sentimos mais seguros. Com a ajuda dos amigos nós somos mais confiantes e fazemos as coisas com mais facilidade. Superamos obstáculos que achávamos que não iríamos conseguir superar.
O que consideras positivo em tua vida? O que eu considero positivo em minha vida... bom, gosto de muitas coisas, mas eu agradeço a Deus por me dar uma família e amigos tão bons, que sempre me apoiam.
Um livro que te marcou.
Qual o maior problema dos jovens, hoje? Acho que o maior problema dos jovens é a falta de respeito com os mais velhos. Acho que devemos respeitá-los, pois eles devem ser um exemplo a seguir.
Qual o maior problema no Brasil de hoje? Acho que é a poluição de rios, essa situação já está ficando fora de controle. Acho que cada um deve fazer a sua parte e quem sabe, algum dia, a poluição acabe.
O que pensas da política? Eu acho que a política de hoje em dia está muito corrupta, os presidentes, governadores e senadores não se importam mais com o resto da comunidade. Acho que os jovens não dão tanta importância, mas deviam dar, pois são eles que vão votar daqui a pouco e eles têm que ter noção de como está a política.
O que é ser feliz? Ser feliz é aproveitar a vida ao máximo possível.
Nunca fiz, mas pretendo fazer.
Um filme inesquecível.
O que pensas de Deus?
Uma música. I gott a feeling.
Um medo. Perder meus amigos e minha família.
Um defeito do qual gostarias de te livrar? Às vezes me exibo.
rês países da América do Sul tiveram eleições neste final de ano para escolher seus dirigentes e o panorama político da região começa a se redefinir. Dia 29 de novembro último ocorreram eleições no Uruguai e, no primeiro e no segundo turnos, a Frente Ampla, partido que ocupa o governo do país, ganhou a eleição, mas o presidente vencedor é José Mujica, ex-guerrilheiro tupamaro, atual ministro do presidente Tabaré Vasquez, e que tem uma longa história ligada à política do país. Dia 6 de dezembro, o presidente da Bolívia, Evo Morales, com 50% das intenções de voto do povo boliviano, disputou com Samuel Doria Medina e Manfredo Reyes Villa a preferência do eleitorado do país. Dia 13 de dezembro foi a vez de o Chile escolher um novo governante. A presidente atual, Michelle Bachelet, do partido socialista, pela lei eleitoral chilena, não tem direito à reeleição e não quis mudar as regras do jogo político, como fizeram outros presidentes latino-americanos. O candidato governista da Concertación, o democrata-cristão Eduardo Frei, ex-presidente do Chile, que desempenhou um importante papel à frente dos destinos do “No Brasil, país, goza da preferência do povo chileno. os candidatos Em 2010, novas eleições serão realiainda não se zadas na Colômbia e no Brasil, para escoencontram bem lha de seus governantes. Dia 30 de maio definidos”. próximo, Álvaro Uribe, atual presidente da Colômbia, depois de um plebiscito autorizando a sua reeleição, vai submeter-se às urnas para disputar mais uma vez a presidência do país, onde já alcançou 70% de popularidade, graças às medidas de segurança adotadas. Dia 3 de outubro de 2010 ocorrerá o 1o turno das eleições presidenciais no Brasil, mas os candidatos ainda não se encontram bem definidos. Em 2011, Peru e Argentina deverão realizar eleições, e a renovação ou permanência dos governantes da América do Sul estará sendo definida.
Visa e Mastercard
Já fizeste algum trabalho voluntário?
Romeu e Julieta. Troia.
permanência
Acho que Deus não tem preconceito, Ele ajuda a todos, não importando sua raça ou classe social. Isso é muito importante. Para mim, Ele representa a fé.
Uma mensagem aos jovens. Acho que devemos parar de desrespeitar os mais velhos, afinal eles são mais sábios do que nós e podem nos ajudar, por isso, eu acho, vamos ouvir o que eles têm a falar, pois essas dicas podem servir para algo!
Therezinha C. Azevedo - 18/12 Hugo Hammes - 24/12 Antônio E. Allgayer - 26/12 Aura Maria Cardoso - 29/12
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CATEQUESE ria
COMUNIDADE
Solidário
LITÚRGICO
Solidá
Comentário dos textos bíblicos na Catequese Maria Helena Pastoral Catequética de Novo Hamburgo
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comentário dos textos bíblicos, como é proposto nos encontros, é um verdadeiro aprofundamento do tema. Não basta explicar e compreender o texto. É preciso compreender sua ligação com o tema do encontro. Essa ligação equivale à aplicação do texto à realidade da vida. O texto bíblico não é um fim em si mesmo. Ele serve para iluminar a vida. Então, é preciso ficar claro em que sentido o texto a ilumina. Qual é a mensagem que ele traz? De um único texto costuma ser possível tirar várias mensagens. Como o catequista vai saber conduzir a reflexão sobre o texto sem fugir do assunto? É só ficar atento ao tema e ao objetivo de cada encontro. Há um risco enorme de se sair do assunto e conversar sobre um tanto de coisas, sem concluir nada. Se a curiosidade da turma puxa o assunto noutra direção, satisfaça, enquanto possível, essa curiosidade. Mas depois volte ao assunto principal para concluir a reflexão. O texto bíblico não deve ser visto como uma camisa-de-força para limitar a reflexão. Ao contrário, ele é o ponto de partida para uma conversa de aprofundamento do tema. É importante que o momento da reflexão seja momento de diálogo. O catequista não deve se sentir num púlpito fazendo sermão. Deve, sim, conversar com a turma e ajudá-la a debater o assunto. Mais
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importante que falar é deixar falar, induzindo todos a se expressarem. Quando só o catequista fala, ninguém garante que a turma tenha se ligado à reflexão. Mas quando o grupo fala, tem-se a certeza de que de algum modo houve interiorização. O momento do comentário é privilegiado para perguntar, tirar dúvidas, esclarecer. Deve-se dar essa liberdade aos catequizandos, mas sem perder o controle do debate, prolongando-o em demasia. Às vezes, quando o tema desperta interesse, a turma parece querer passar o resto do dia em discussão. O catequista saberá dosar tudo isso para que o encontro não vá muito além do horário programado. O segredo é buscar a objetividade. Quando o assunto exige certa organização lógica, para sua compreensão, costumamos sugerir que se use algum recurso didático apropriado, que venha auxiliar a reflexão: cartazes, faixas, álbuns seriados. Esses recursos facilitam a organização das ideias e proporcionam uma síntese mais conveniente. Quando o assunto é mais intuitivo e depende mais da opinião pessoal, costumamos sugerir alguma forma de partilha. A partilha é importante porque ajuda cada um a emitir suas opiniões. Afinal, o catequizando precisa ser incentivado a elaborar o seu pensamento a partir dos conteudos apresentados. A partilha é possível e útil em qualquer idade. Só vai diferir quanto ao seu conteudo. Mesmo uma criança de cinco anos já sabe emitir opiniões sobre os temas propostos, desde que compreenda o assunto. Catequisar.com.br
20 de dezembro – 4o domingo do Advento (
roxa)
1a leitura: Profecia de Miquéias (Mq) 5,1-4a Responsório: Sl 79 (80) 2a leitura: Carta de S. Paulo aos Hebreus (Hb) 10,5-10 Evangelho: Lucas 1,39-45 NB.: Para uma melhor compreensão dos comentários litúrgicos é fundamental que se leia, antes, o respectivo texto bíblico. Comentário: Maria acabara de dialogar com o mensageiro de Deus que lhe anunciara que ela, a “menina de Nazaré”, fora escolhida para ser a mãe do Messias de Israel. Maria tinha consciência do que isso significava, instruida que era nas leis e profecias do seu povo. E tinha consciência, também, de que aquela criança não seria apenas o Messias Salvador para o povo judeu, mas para a humanidade. Isso significava que o Filho que dela nasceria inauguraria um tempo novo de igualdade entre todos os povos e nações, um tempo de paz e harmonia, um tempo de um mundo solidário e justo, onde o amor seria a característica central de todos os que o seguissem. Por isso, Maria deixa a tranqüilidade e segurança da sua casa e vai, às pressas, para prestar solidariedade à sua prima Izabel, grávida de seis “O filho de meses. Toda mulher sabe o que significam os últimos Maria inaugura três meses de uma gravidez. Mas o que ela não o novo tempo esperava foi a reação de sua prima: Bendita és tu entre na história da todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre salvação”. (1,42), exclamação consagrada ao longo da história e que repetimos sempre que recitamos a prece da “Ave Maria”. No encontro de duas mulheres grávidas, a história da humanidade se divide em dois momentos: João, o filho de Izabel, conclui o tempo antigo e Jesus, o filho de Maria, inaugura o novo e definitivo tempo da história da salvação que o Criador quer para todas as suas criaturas, sem exceção. E quando, mais uma vez, lembramos e celebramos o Natal de Jesus, que os sentimentos de justiça, de paz e de amor solidário, que aquela criança significa, possam renovar-se em nossos corações e em nossas vidas. E seremos os homens e as mulheres de boa vontade que farão a salvação de Deus acontecer...
27 de dezembro – FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA 1a leitura: Livro do Eclesiástico (Eclo)3,3-7.14-17a Responsório: Sl 127 (128) 2a leitura: Carta de S. Paulo aos Colossenses (Cl) 3,12-21 Evangelho: Lucas 2,41-52 Comentário: O episódio narrado por Lucas no Evangelho deste domingo tem grande atualidade. Jesus, como todo adolescente normal, está iniciando nova etapa de sua vida. Acompanha os pais e conhecidos da sua pequena Nazaré nos atos rituais religiosos na “cidade-capital”, prescritos pela lei judaica mas, sem que eles se dessem conta, entra em contato com outra realidade. Deixa a segurança da família e se aventura num outro espaço e lugar: o lugar público na cidade grande. De certa forma, Jesus inaugura sua vida social, pública, deixando claro, desde muito cedo, que seu projeto de vida seria diferente de tudo o que se conhecia até então. Verbo, Palavra, Comunicação do Pai, ele dialoga com sábios e doutores. Neste episódio, que muitos pais não compreendem e até pensam que Jesus cometeu uma desobediência, foi rebelde, causou preocupação a Maria e José, há uma mensagem implícita de extrema importância: a família é importante, sim, é onde a vida de um novo ser é acolhida, protegida, amada; mas, na medida em que uma criança cresce e vai se tornando adulta, ela não pode ficar presa, enclausurada no recesso do lar, dependente dos pais, mas deve buscar o seu próprio espaço, relacionar-se com o mundo exterior, fazer a sua vida. Os filhos não são uma extensão ou “propriedade privada” dos pais; os pais, ao gerarem uma nova vida, são o meio sacramental do Criador para a criação desta nova vida. Assim como José e Maria foram o meio sacramental do Pai para que Jesus pudesse fazer-se gente, encarnar-se, participar de nossa história humana e realizar seu projeto de vida. Com todos os desafios inerentes à vida de qualquer pessoa. Maria, guardando no coração todas estas coisas (cf. 2,51) ), deixa um recado para todos os pais: nossos filhos não são nossos, mas nascem e crescem para a vida, para realizarem a sua vida. Só assim, como Jesus, podem crescer em estatura, idade e sabedoria (cf 2,52), realizar-se como pessoas, ser felizes. attiliohartmann@hotmail.com
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Cantata de Natal no mosteiro das clarissas Após a missa das 17 horas de domingo, 13 de dezembro, haverá cantata de Natal na Capela das Irmãs Clarissas, em Porto Alegre. A apresentação estará a cargo do Coral Despertar para a Terceira Idade, sob regência de Tercílio Boffo. A Capela das Clarissas fica na Vicente da Fontoura, 498.
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Irmão Firmino
Arte e Natal das crianças na S. Rosa de Lima Apresentação da Banda Municipal de Barão e do Coral Cruz Derberger, sob regência de Lucas Grave, é a pedida para a noite de 12 de dezembro, após a missa das 18 horas. E Festa de Natal para 500 crianças pobres é o evento do dia 13 de dezembro, na Paróquia S. Rosa de Lima, animada por Pe. Antônio Heinzmann. A paróquia fica na Av. Bernardino de Oliveira Paim, 82, Zona Norte de Porto Alegre.
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Faleceu o Irmão Firmino Biazus, diretor do Rosário Faleceu no dia 28 de novembro último o Irmão Firmino Caetano Biazus, aos 75 anos, em decorrência de complicações renais e respiratórias e do avanço de um linfoma. Graduado em Pedagogia pela PUCRS e estudioso da Teologia da Vida Religiosa e da Espiritualidade Marista, Firmino exercia o cargo de diretor do Colégio Marista Rosário há 13 anos. Deixou ele, além de familiares, a comunidade de Irmãos Maristas onde vivia, em Porto Alegre e uma comunidade inteira de professores, funcionários, alunos e amigos que acompanharam e compartilharam momentos de sua trajetória de dedicação ao ensino e à missão marista. Antes de assumir a direção do Rosário, o Irmão foi professor dos colégios maristas Maria Imaculada, em Canela, São Luís, em Santa Cruz do Sul, Champagnat, na Capital, e Graças, em Viamão. Exerceu o cargo de direção nos três últimos colégios, além do Marista Rosário, onde estava até seus últimos dias.
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Setor Missionário da CNBB analisa Campanha da Evangelização 2009 Em novembro passado, estiveram reunidos os membros do Setor Missionário do Regional Sul 3 (COMIRE), na Sede do Secretariado da CNBB Regional. Com a iluminação evangélica de São Lucas “Discípulos/as missionários/as, enviados/as para anunciar a Boa-Nova” (Lc 4,18), o encontro contou com a presença de aproximadamente 30 pessoas para refletir sobre a Campanha da Evangelização Advento 2009, tendo como ponto de partida as dimensões da esperança, do despojamento, da acolhida da Boa-Nova, da conversão, do amadurecimento e da partilha, entre outras. Entre as prioridades destacadas pelos grupos de reflexão, estão: o reforço da evangelização com novo enfoque; a consciência da responsabilidade de cada batizado; a disponibilidade de recursos para as campanhas; a articulação, sensibilização e motivação dos agentes que contribuem com as missões e a compreensão do seguimento de Jesus Cristo. Além disso, os presentes elegeram alguns encaminhamentos como: promover a criação de um projeto missionário, a participação nos encontros interdiocesanos, os estágios missionários para seminaristas; elaborar materiais referentes à coleta que falem da realidade e sejam acessíveis às paróquias/dioceses; produzir um jornal missionário com periodicidade de quatro meses. Outro assunto discutido pela comissão foi sobre a participação no Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, que acontecerá de 3 a 7 de fevereiro de 2010, em Porto Alegre, seguido do relato de Rudson sobre o Encontro de Coordenadores da Infância e Adolescência Missionária (IAM) do Sul do Brasil, realizado em Joinville, entre os dias 13 e 15 de novembro. Por fim, ficaram previstas para o ano de 2010 as seguintes atividades: reunião da IAM no dia 7 de abril, na Sede do Secretariado da CNBB Regional Sul 3; EFAIAM nível 2 no mês de maio, em Vacaria; Encontro da Juventude Missionária em junho, Diocese de Santa Maria; Encontro de Coordenadores Diocesanos da IAM em outubro ou novembro, em Caxias do Sul, entre outras atividades realizadas de acordo com a realidade de cada diocese.
Chegou
LIVRO DA FAMÍLIA 2010 Livraria Padre Reus está oferecendo a edição do Livro da Família/2010. Adquira seu exemplar ou faça seu pedido no endereço abaixo, que teremos a maior alegria em atendê-lo. Também o Familienkalendar/2010 está disponível. Lembrando: a Livraria Padre Reus é representante das Edições Loyola para o sul do Brasil.
Livraria Editora Padre Reus
Caixa Postal, 285 - Duque de Caxias, 805 - Cep 90001-970 Porto Alegre/RS - Fone: (51)3224.0250 - Fax: (51)3228.1880 E-mail: livrariareus@livrariareus.com.br Site: http://www.livrariareus.com.br
Porto Alegre, 16 a 31 de dezembro de 2009
Projeto Apadrinhamento ensina a conviver com as diferenças A cada ano, os alunos de 4ª série do Ensino Fundamental do Colégio Anchieta são convidados a praticar a solidariedade de uma maneira especial. Por meio do Projeto Apadrinhamento, eles são desafiados a conviver com as diferenças de forma saudável, formando vínculos e compartilhando ensinamentos com crianças carentes das instituições assistidas pelo Colégio. Essa ideia de apadrinhamento insere-se no contexto do Projeto “Nosso jeito de conviver”, pensado para promover a reflexão de valores importantes para o desenvolvimento das crianças, a fim de gerar mudanças pessoais e sociais nos futuros cidadãos. É através do princípio da solidariedade que os alunos do Anchieta são estimulados a conviver e compartilhar com crianças de instituições que atendem aos pequenos em situação de vulnerabilidade social, desenvolvendo uma cultura de ajuda. Para a Orientadora Religiosa Tatiane Waldow, o Projeto Apadrinhamento é a semente do voluntariado sendo plantada no coração de cada aluno. “A ideia é que, a partir do testemunho de vida que têm durante o apadrinhamento, nossas crianças se solidarizem com o outro e venham a ser voluntários atuantes”. O dia em que recebem no Colégio a visita dos seus afilhados é pensado com muito carinho por cada um dos participantes do projeto. Cerca de 300 crianças são esperadas com muita expectativa por seus padrinhos, que não poupam esforços para arrancarem um sorriso do rosto dos pequenos. “O Projeto Apadrinhamento é uma das mais significativas experiências vivenciadas por nossos alunos, pois todos se envolvem, sentem-se importantes com a afeição, respeito e a solidariedade com que são agraciados nos diferentes momentos de interação e de trocas. Este projeto possibilita aos nossos alunos, como também aos professores, ressignificar sentimentos, valores, ideias, costumes e papéis sociais”, diz Beatriz Ely, Coordenadora Pedagógica da Pequena Casa da Criança, entidade atendida pelo Projeto.
JORNAL DO MUTIRÃO Presidente do Mutirão leva convite ao Vaticano INFORMATIVO DO MUTIRÃO DE COMUNICAÇÃO AMÉRICA LATINA E CARIBE - PORTO ALEGRE - RS - BRASIL
Nº 10 - 2ª Quinzena de Dezembro/2009
Comissão do RS, que incluiu Dom Dadeus Grings, presidente do Mutirão e o Pe. Tarcísio Rech, levou oficialmente convite ao Vaticano para estar presente no evento que acontecerá em Porto Alegre, em fevereiro de 2010
Em audiência com o Papa Bento XV, o arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings e seus auxiliares falaram ao papa sobre o centenário da Arquidiocese de Porto Alegre e sobre a realização do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe.
E MAIS...
Rádio Vaticano confirma participação no Mutirão com transmissões ao vivo e estará divulgando o evento. A Rádio transmite sua programação para todo o mundo em mais de 55 idiomas. (PÁGINA 03)
Cinema é ponto forte na programação do Mutirão (PÁGINA 04)
EDITORIAL: Natal é uma forma de comunicação
“Que possa a proximidade da celebração de mais um Natal do Senhor Jesus renovar em nosso coração os mesmos sentimentos que, há dois mil anos, animaram alguns pastores a buscarem uma criança recém-nascida porque enviados celestes lhes haviam anunciado, em meio às trevas da noite, uma luz de esperança, uma grande alegria para toda a humanidade: “Encontrareis um menino...”. São os desejos das equipes do Mutirão a todas as mulheres e homens que desejam e trabalham pela construção de um mundo mais justo,
FELIZ NATAL e um ALEGRE ANO NOVO. fraterno e igualitário.
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Assessora de Comunicação diz porque vem para o evento (PÁGINA 04)
PUC aprimora estrutura para receber Mutirão Diversas reuniões estão acontecendo entre as equipes administrativas e de estrutura do Mutirão com representantes da Pontifícia Universidade Católica, com vista a realização do Muticom. Nos encontros, são apresentadas as necessidades do evento e o que precisar ser providenciado pela PUCRS para que todas as questões sejam contempladas. O objetivo das equipes do Mutirão, em conjunto com a PUCRS, é que o evento, exatamente por tratar do tema da comunicação tenha, além da habitual estrutura disponibilizada pela Universidade em eventos como o Fórum Social Mundial, também condições de proporcionar transmissões de rádios, de rádiosweb e de emissoras de televisão.
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EDITORIAL NATAL.. DEUS É GENTE COM A GENTE
Natal... o céu se debruça sobre um berço de palha e canta canções de ninar ao seu Deus. Pode ser uma frase poética, provocando ojeriza na mente de muitas pessoas, acostumadas e estimuladas a mover-se num mundo materializado, de coisas tangíveis e adquiríveis. Natal e poesia se entrelaçam, essencialmente; e a materialização do Natal e sua transformação num “mercado persa” de compra/venda e intercâmbio de presentes é, sem dúvida, um dos aspectos mais tristes desta festa, porque mata sua poesia, banaliza e esvazia seu sentido e sua dimensão de fé e transcendentalidade. Para os cambistas dos novos templos do consumo, Natal bom é Natal que vende bem... Mercenários do sagrado, desacralizam uma celebração que deveria ser a mais terna, fraterna e solidária celebração de cada ano. Natal é Deus fazendo história em nossa história. Deus “Emanuel”, em Jesus, é gente com a gente. Há dois mil anos, o filho de Maria, comunicação do Pai à humanidade, iniciava um mutirão de solidariedade, propondo um Projeto religioso absolutamente novo, no qual os seus seguidores seriam conhecidos e reconhecidos por viverem como irmãos e irmãs, “filhos e filhas do mesmo Pai que está nos céus”. Discípulos missionários, ouviriam o “clamor que vem dos mais pequeninos” e anunciariam um tempo novo de justiça, de harmonia, de paz. Em mutirão comunitário, lutariam para que este tempo novo se tornasse feliz realidade no mundo e na história dos homens. Fiéis ao seu inspirador, guia e divino irmão, fariam da comunicação o lugar da construção de uma outra Terra possível. Possa a proximidade da celebração de mais um Natal do Senhor Jesus renovar em nosso coração os mesmos sentimentos que, há dois mil anos, animaram alguns pastores a buscarem uma criança recém-nascida porque enviados celestes lhes haviam anunciado, em meio às trevas da noite, uma luz de esperança, uma grande alegria para toda a humanidade: “Encontrareis um menino...”. Que a solidariedade de um Deus feito criança nos leve a viver como irmãos e irmãs, testemunhando, assim, que o sonho daquele Projeto de amor solidário trazido à Terra continua sendo construído por milhões de mulheres e homens de boa vontade em pleno século XXI daquele Menino. Attilio Hartmanm, coordenador de comunicação do Mutirão.
GERAL Fórum de Mídia Livre
Três dias de debate sobre a comunicação
Antecipando os debates da I Conferência Nacional de Comunicação, aconteceu em Vitória (ES), entre os dias 3 e 6 de dezembro, o II Fórum de Mídia Livre (FML). Entre os pontos debatidos no encontro, salientou-se a redefinição dos critérios de publicidade oficiais, de forma a estimular também os veículos progressistas em prol de uma diversidade informativa, a defesa da internet banda larga com inclusão digital, assim como a aprovação da difusão das rádios comunitárias. Além dos debates, aconteceram no FML mesas temáticas e oficinas de produção de mídia propostos pelos convidados, via internet, e transmissão ao vivo das palestras; colóquios de mídias sociais nas organizações e movimentos; lançamentos de livros, revistas e sites; e o primeiro encontro nacional de blogs políticos. Na parte cultural, os participantes foram brindados com apresentações musicais de artistas da cena nacional independente, performances multimídias e projeções áudiovisuais. Criado em 8 de março de 2008, o Fórum de Mídia Livre reúne, basicamente, acadêmicos, jornalistas, produtores independentes, representantes de rádios comunitárias e profissionais de sites, blogs e revistas progressistas em atividade no país. Durante a atividade também foi feita a divulgação do Mutirão de Comunicação.
Mutirão é tema do Encontro dos Organismos O Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe foi um dos temas do Encontro dos Organismos, que aconteceu na Vila Betânia, nos dias 24 e 25 de novembro, em Porto Alegre. O encontro, que reuniu representantes de todas as Dioceses do RS, teve como principal objetivo debater a Missão da Igreja. Falando aos participantes, o Frei Luiz Carlos Susin, questionou como fazer acontecer uma Missão “eficaz”, para não fazer mais do mesmo. Destacando dois movimentos na experiência religiosa cristã - um místico e outro messiânico - esclareceu que o primeiro é um movimento com o mundo para Deus e, o segundo, com Deus para o mundo. Susin destacou, ainda, que o interlocutor não é um simples destinatário. “O Espírito sopra na criação e cria a inquietação da busca de sabedoria. Não se pode decretar, é necessário suscitar, criar, vocacionar”, ensinou. Em sua fala, o Coordenador Geral do Mutirão, padre Marcelino Sivinski, falou aos participantes sobre o evento. Destacou que o Muticom é um compromisso assumido pelo Regional Sul 3 com seus bispos, presbíteros, coordenadores de pastoral, coordenadores dos setores de pastoral e movimentos eclesiais e apostólicos. “Pela primeira vez, um Regional assume a organização de um evento ligado à comunicação. Começa-se a dar a devida importância à ciência da comunicação e à sua enorme influência nos destinos da humanidade e da Igreja”. Após a apresentação, o coordenador convidou todos a somarem no esforço de divulgá-lo e a estarem presentes ao evento.
COMUNICANDO JORNALISTAS
Em breve serão abertas no site do Mutirão (www.muticom.org) as inscrições para jornalistas de veículos de comunicação de todo o continente que desejarem fazer a cobertura do evento. As inscrições são fundamentais para que a coordenação possa disponibilizar uma estrutura de suporte para rádios, TVs, jornais impresso e web.
ARI
O Muticom participa, no dia 19 de dezembro, do evento que comemorará os 74 anos da Associação Riograndense de Imprensa (ARI). Na data, será realizado um encontro, com celebração e confraternização comemorativa para associados e convidados. A ARI tem sido uma parceira na divulgação do Mutirão e em mais de uma vez já abriu suas portas à coordenação do Muticom para apresentar o evento.
NEWSLETTER
O site do Mutirão é atualizado diariamente com notícias sobre o evento e assuntos relacionados à temática do encontro. Se você deseja receber as notícias diretamente no seu e-mail, basta acessar a página do Muticom na internet e se cadastrar. Além de notícias, também estão disponíveis a programação, forma de inscrição, conferencistas, palestrantes, oficinas, a programação cultural, entre outras atividades.
RÁDIO VATICANO
A Rádio Vaticano estará participando do Mutirão com presença de jornalistas do veículo e com painéis apresentando o trabalho da Rádio desde o ponto de vista sobre a América Latina e, também, para estabelecer contato com pessoas e entidades interessadas em receber informações sobre a Rádio.
Informativo do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe
De 3 a 7 de fevereiro de 2010 - PUCRS - PORTO ALEGRE - RS - BRASIL - www.muticom.org Secretaria: Av. Cristovão Colombo, 149 - CEP 90.560-003 - Porto Alegre (RS) - Fone + 55 51 3391.2434 mutirao@portoweb.com.br Presidente: Dom Dadeus Grings, Arcebispo de Porto Alegre - Coordenador Geral: Pe. Marcelino Sivinski Coordenador de Comunicação: Pe. Attilio Hartmann - Promoção: CNBB, OCLACC, CELAM - Apoio: OCIC, RCR , UCBC, ALER, FELAFACS, PCCS, PUCRS, RIIAL, SIGNIS, UCIP, UNISINOS e WACC/AL. Jornalistas Responsáveis: Nara Soter Roxo (MTb 4.436), Daiane Bristot (CONREP 2927) e Cynara Baum (DRT 14.336) Diagramação: Nara Soter Roxo - Revisão: Regina Reis - Tiragem: 20 mil exemplares - Impressão: Jornal Gazeta do Sul S/A
ESPECIAL
Mutirão de Comunicação na pauta da visita dos Bispos ao Vaticano
Bispos do sul do país visitam Roma
Entre os dias 27 de novembro e 10 de dezembro, aconteceu a tradicional visita que os bispos realizam periodicamente a Roma, momento esse que foi vivenciado pelo episcopado do Regional Sul 3. O Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe, evento promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que será realizado entre 3 e 7 de fevereiro de 2010, na PUC, em Porto Alegre, foi apresentado ao presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais da Igreja Católica, Dom Cláudio Maria Celli. Sua participação durante o Mutirão está confirmada para a abertura do evento no dia 3, permanecendo até 5 de fevereiro. Os 18 bispos do Rio Grande do Sul e o secretário executivo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Regional Sul 3, Pe. Tarcisio Rech, além de bispos de Santa Catarina (Regional Sul 4) participaram da visita. Um dos momentos de destaque no roteiro foi a visita pessoal com o Papa Bento XVI, segundo Dom Zeno, um dos momentos mais preciosos da
visita. “Nessa audiência, cada bispo falou sobre os temas ligados à vida da diocese, como a situação religiosa, as paróquias, os padres, os seminaristas, os movimentos leigos, a catequese e a juventude diocesana”, enfatiza. Ainda durante o encontro, os bispos entregaram a cartilha com a programação oficial completa do Mutirão ao Papa. A Visita Ad Limina é realizada pelo episcopado brasileiro, de cinco em cinco anos, como uma forma de expressar a sua vinculação à Igreja de Roma. “A Visita Ad Limina é realizada desde o Concílio Vaticano II, e permite que os bispos de uma mesma província eclesiástica convivam em Roma e apresentem temas e problemas de seu regional.
Peregrinações e celebrações
Durante a visita, os bispos do Rio Grande do Sul fizeram peregrinações e celebrações nas Basílicas Papais de São Pedro, São João em Laterano, Santa Maria Maior e São Paulo. Além disso, também foi realizada missa nas Catacumbas de São Calisto, em memória das primeiras comunidades cristãs. Já no primeiro dia de atividades, os bispos do RS e SC, fizeram visitas aos Dicastérios Romanos: Conselho para a Pastoral da Saúde e a Congregação para a Doutrina da Fé. Dom Liro Meurer, bispo auxiliar de Passo Fundo, saudou o cardeal do Conselho da Pastoral da Saúde e apresentou a delegação dos bispos em visita. Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre falou, em nome dos bispos, na Congregação para a Doutrina da Fé. No dia 29, vários bispos acompanharam, na praça São Pedro, a oração do “Angelus”
e bênção do Papa. Um grupo foi celebrar a Eucaristia com os brasileiros residentes em Roma; Dom Alessandro Ruffinoni, responsável pela Pastoral dos migrantes da CNBB, conduziu a celebração. No dia 30, foi organizada uma intensa programação para o grupo. Houve celebração da Missa no altar junto ao túmulo de São Pedro, presidida por José Mário Stroeher, bispo da Diocese do Rio Grande, cuja catedral é São Pedro. Na avaliação do padre Tar-
cisio Rech, além dos compromissos oficiais da Visita Ad Limina, o encontro é importante para a comunhão, oração e fraternidade dos dois Regionais.
Rádio Vaticano
Em visita à Rádio Vaticano, que transmite sua programação para todo o mundo em 55 idiomas, Dom Hélio Rubert, bispo de Santa Maria, referência na área de comunicação do Regional Sul 3, fez a entrega do material do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe para a equipe da rádio e os convidou a participarem do evento. Membros da equipe confir maram presença no Muticom, onde terão um espaço para elaborar a transmissão de seu trabalho.
Convite ao Papa
Em audiência com o Papa Bento XVI, o arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings e seus auxiliares falaram sobre o centenário da Arquidiocese de Porto Alegre e sobre a realização do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe. Em seguida, foi recebido o primeiro grupo de bispos das dioceses gaúchas, quando levaram objetos para presentear o Papa e falaram de diferentes temas. ( Com informação de Roma, pelo Pe. Tarcisio Rech).
04 ENCONTRO DE JOVENS
Cinema será ponto forte na programação
A exibição de filmes premiados será um dos pontos fortes da programação do Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe. A cada noite, serão exibidos filmes e documentários, de curta, média e longa metragens, que concorreram ou concorrem a prêmios e que tratam de temáticas ligadas aos temas do Mutirão. As projeções serão feitas em diferentes salas na própria PUCRS e em outros locais que ainda estão sendo estudados pela Coordenação do Mutirão. Segundo o coordenador geral do evento, Marcelino Sivinski, a arte do cinema representa uma importante forma de comunicação. “Através das milhares de imagens capturadas por cineastas famosos, amadores e pessoas que estão apenas interessadas em registrar cotidianos, temos uma amostra do que é a vida dos povos da América Latina. E esta arte, como forma de comunicação e pela sua importância como instrumento de mudança na vida dos povos latino-americanos, terá um lugar de destaque durante o Mutirao”, diz ele.
De acordo com Marcelino, a mostra de cinema, assim como arte, cultura, exposições e shows artísticos também serão importantes para ampliar os debates e trabalhar a comunicação da forma ampla proposta pelo evento.
Premiações
Além destas exibições, também serão apresentadas películas que concorrem aos prêmios concedidos anualmente pela CNBB e Signis. São premiados com estas distinções os melhores trabalhos na área de cinema, rádio, televisão e imprensa escrita. Entre os filmes que serão apresentados estão vários premiados com o Prêmio Margarida de Prata, criado pela Central Católica de Cinema, e que foi entregue, pela primeira vez, no Festival de Cinema Brasileiro de Brasília, de 1967, ao filme Proezas de Satanás na Vila do Leva e Traz, de Paulo Gil Soares. Durante o período da ditadura militar, tornou-se uma expressão de resistência e afirmação da liberdade artística brasileira. Nos seus 41 anos de existência,
Margarida de Prata afirmou-se junto à comunidade cinematográfica brasileira como um dos mais importantes prêmios do país.Também serão entregues os prêmios “Clara de Assis para a Televisão”. Instituído, em 2005, teve como objetivo favorecer a educação para uma leitura crítica da comunicação televisiva; Dom Hélder Câmara de Imprensa, que desde 2002, premia pessoas e trabalhos jornalísticos; e o Microfone de Prata , criado em 1989, como forma de reconhecer a criatividade e o bom gosto dos profissionais das emissoras católicas comprometidas com os fundamentos de missão de comunicar. Entre os filmes cujas exibições que já estão confirmadas aparecem, Abril Despedaçado; Prá Frente Brasil; Uma Onda no Ar; Eles Não Usam Black Tie; Terra Estrangeira. Em documentários, estão títulos como O Xente, Pois Não; Os Libertários; Em cima da Terra; Me leva nos braços, me leva nos olhos; Um cotidiano perdido no tempo; Nelson Sargento; Vala Comum; Frei Tito, entre outros.
O POVO FALA... “O Regional Leste 2 está se organizando por diocese, para estar presente no Mutirão de Comunicação. Aqui, na Diocese de Colatina, estamos montando um grupo formado por leigos, padres e seminaristas que têm interesse no tema “comunicação”. Nosso bispo também estará presente. Nosso objetivo é fazer do Mutirão o começo de uma série de iniciativas voltadas para o fortalecimento da comunicação em nossa Igreja Particular. Além disso, acredito que o Mutirão contribui e muito com a Pastoral da Comunicação, uma vez que se propõe a pensar a comunicar sob um viés cristão. Só o fato de encontrarmos pessoas de diferentes partes do país e de outros países, ocupando um mesmo ambiente e pensamento em como construir uma comunicação de fato evangelizadora já é uma grande motivação para as nossas equipes de Pascom”. (Fernanda Farina Fraga, Assessora de Comunicação, Diocese de Colatina/ES).
CURTAS CONFECOM - Depois de par-
ticipar da etapa estadual da Conferência de Comunicação, o Mutirão será agora divulgada na etapa nacional da Confecom. Diversos representantes da CNBB Nacional e estaduais estarão no encontro, onde divulgarão o Muticom. Entre os delegados do RS estará
contribuindo para os debates da Conferência, o membro da equipe acadêmica do Mutirão e professor especialista em Comunicação, Pedrinho Guareschi.
FÓRUM SOCIAL MUNDIAL -
Está sendo fortalecida a integração entre as coordenações
de organizações do Fórum Social Mundial - etapa Porto Alegre e do Mutirão de Comunicação. O objetivo é garantir a ampliação dos debates que acontecem na sequência, na capital gaúcha.
ABRAÇO - O Mutirão também está buscando um trabalho
conjunto com a ABRAÇO/RS (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária). Para o coordenador de comunicação do Mutirão, Attilio Hartmann, as propostas da Abraço vão ao encontro das temáticas que estarão sendo discutidas em fevereiro na PUCRS durante o evento do Muticom.