Todo solidario 635

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IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO No 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS

Porto Alegre, junho de 2013 - 1a quinzena

Ano XVIII - Edição N o 635 - R$ 2,00

A poluição da Terra no limite

“Dei-lhes o exemplo para que possam fazer o mesmo”.

É o alerta de Christiana Figueres, secretária-executiva da ONU, às delegações de mais de 190 países participantes da conferência anual sobre a luta contra as mudanças climáticas a ser realizada em Varsóvia, na Polônia. Segundo a secretária, gráficos mostram que os índices de concentração de dióxido de carbono na atmosfera bateram recordes e ultrapassaram a faixa limite de 400 partes por milhão (ppm) em boa parte do Hemisfério Norte. Isso significa que por cada milhão de moléculas de diferentes gases na atmosfera há 400 de CO2. Essa é a primeira vez em mais de três milhões de anos que o limite é ultrapassado.

Celulares e os prejuízos à saúde

Foto divulgada pelo L’Osservatore Romano mostra o Papa Francisco lavando o pé de um detento em reformatório juvenil de Casal del Marmo, em Roma. Nesse reformatório 46 jovens e mulheres estão atualmente detidos. Muitos são ciganos e migrantes do norte da África. Como os detentos são em sua maioria menores – o local mantém pessoas entre 14 e 21 anos – , o Vaticano e o Ministério de Justiça da Itália limitaram o acesso da imprensa. Mas a Rádio do Vaticano transmitiu a cerimônia ao vivo, e o Papa Francisco disse aos detentos que Jesus lavou os pés de seus apóstolos na véspera da crucificação em um gesto de amor e serviço. “Se o Senhor lavou os pés de seus apóstolos, vocês deveriam fazer o mesmo um com o outro”, disse Francisco em sua homilia. “Dei-lhes o exemplo para que possam fazer o mesmo.” (Fonte: portal IG)

Ecumenismo

‘Olhemos mais para o que nos une do que para aquilo que nos separa’ João XXIII, o Papa Bom, intuiu o imperativo moral da busca da unidade dos cristãos. Toda divisão na Igreja é uma ofensa a Cristo e um escândalo para o mundo. A unidade supõe capacidade de perdão e purificação das mútuas memórias históricas. E isso se faz com diálogo. Só dialogo com alguém quando percebo um valor nesse alguém. E isso se chama amar: amar o outro a partir do outro, sem querer impor a minha verdade e vontade.

Páginas centrais

Em abril, foram ativadas cerca de 500 mil novas linhas de celulares no Brasil. Temos, agora, 264,55 milhões de linhas ativas na telefonia móvel. São 133 celulares para cada 100 habitantes. E a saúde? Além das sérias dúvidas científicas sobre o prejuízo ou não da proximidade de antenas de telefonia móvel, as denominadas Estações de Rádio Base – que serão multiplicadas com a implantação da conexão móvel de quarta geração, a tal de G4 – sabe-se que o uso prolongado do telefone também pode causar prejuízos na caixa craniana do usuário. E essa radiação será ainda maior com a G4 porque os aparelhos terão que aumentar sua potência.

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RTIGOS

Editorial todos sejam um...”

Deus anunciado por Jesus é Pai/Mãe e é feliz. Criados à sua imagem e semelhança, o Pai Criador quer que todas, sim, todas as suas criaturas sejam felizes. Ninguém nasce para sofrer, ninguém vive para sofrer e morrer. A felicidade é nosso objetivo aqui na terra, a felicidade é nosso destino eterno, no céu do Pai. Se o objetivo da felicidade não é alcançado aqui na terra, é preciso buscar as causas que fazem sofrer. Uma coisa é certa: Deus jamais é causa de sofrimento; Deus, Pai/Mãe, é sempre fonte de felicidade. Um dos aspectos mais dolorosos e escandalosos e que tem causado muitos sofrimentos é a histórica luta pelo poder nas e das igrejas cristãs. E as divisões foram se multiplicando, com as igrejas demonizando-se umas às outras, cada uma afirmando ser a verdadeira Igreja de Jesus Cristo. A pergunta de Pilatos “Que coisa é a verdade?” ficou sem resposta de Jesus. A verdade é sempre uma busca, uma intuição, um horizonte, jamais uma afirmação definitiva e absoluta e, muito menos, uma imposição. Perdem-se nas brumas de um passado longínquo as palavras de Jesus, quando os discípulos discutem entre si quem seria o primeiro, o maior, quem teria mais poder no Reino que Jesus anunciava: Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e aquele que serve a todos (Mc 9,35). Este é o sentido de uma igreja e de todo cristão: ser servidor do outro e, como instituição, contribuir para que todos, mulheres e homens, possam ser felizes. Nenhuma instituição é um fim em si mesma; toda instituição é constituída para servir aos seus membros, e, através de seus membros, a sociedade, a humanidade. Quando falamos de uma igreja, ela ganha sentido e autoridade quando contribui com o sonho do Senhor Jesus: “Pai, que todos sejam um, como tu e eu somos um”. O caminho que conduz à felicidade é a unidade com a divindade e com a humanidade. E o Deus feliz suscitou um profeta que, ao convocar o Concílio Ecumênico Vaticano II, usou uma frase que saiu do coração do próprio Jesus: “É preciso olhar mais para aquilo que nos une e menos para o que nos separa”. Este pensamento de João XXIII vem sendo a referência para o movimento ecumênico, para a busca de um sentido comum que justifique diante do Pai e da humanidade os muitos caminhos eclesiais trilhados pelos humanos. Quando, objetivamente, se olha com os olhos do coração para as muitas causas de dispersão e divisão das igrejas cristãs, fica claro que, na maioria dos casos, são discussões e pendengas ideológicas, de forma e de expressão, além da busca de poder, não o conteúdo central da fé: que Jesus é o Cristo do Pai, é o Senhor da história e somente ele salva a humanidade. Esta edição do Solidário focaliza a caminhada ecumênica recente, inspirada pelo Concílio, trazendo diferentes testemunhos desta caminhada. Quando o Papa Francisco lava e beija os pés de uma menina muçulmana ele diz, sem falar: “Pai, que todos sejam um...”. Sem distinção.(attilio@ livrariareus.com.br)

Fundação Pro Deo de Comunicação CNPJ: 74871807/0001-36

Conselho Deliberativo

Presidente: Agenor Casaril Vice-presidente: Jorge La Rosa Secretário: Marcos Antônio Miola

Voz do Pastor Dom Dadeus Grings

Arcebispo Metropolitano de P. Alegre

“Pai, que

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Junho de 2013 - 1a quinzena

Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e Ir. Erinida Gheller Secretário: Elói Luiz Claro Tesoureiro: Décio Abruzzi Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

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As três dimensões humanas

ser humano compõe-se de dois princípios metafísicos, um material, que chamamos corpo, e outro espiritual, que recebeu o nome de alma. Pelo corpo, estamos no mundo físico, que compreende espaço e tempo e, pela alma, adentramos o mundo da cultura, que nós mesmos construímos e povoamos.

Além desses dois princípios – que requerem muitos cuidados de nossa parte para serem conservados e desenvolvidos –, estamos providos de três dimensões a constituírem as modalidades de nossa vida: a dimensão física, a dimensão psíquica e a dimensão simbólica. Isto equivale, respectivamente, a estar vivo, a ter consistência e a exprimir-se significativamente. A dimensão física inicia-se no momento da concepção e da acolhida na comunidade humana. É, portanto, fruto da relação de duas pessoas, uma masculina e outra feminina, e da comunicação numa família e na comunidade. A dimensão psíquica vem retratada pela consciência. Consta de três profundidades: consciente, inconsciente e subconsciente. Quem diz “eu” é também capaz de dizer “tu”. Na verdade, o eu só se torna consciente pelo encontro com o tu, que é o outro eu. A subjetividade se realiza pela intersubjetividade. Eu não teria nome se alguém não se tivesse dirigido a mim para me chamar. Só conseguimos desenvolver e cultivar virtudes porque tivemos mestres que nos educaram. Temos modelos de vida, alimentamos uma tradição, que nos faz ser mais filhos da cultura que da natureza. Não conseguiríamos conhecer, querer e apreciar se não tivéssemos sido introduzidos num mundo de símbolos. Constituem a linguagem humana. Algumas décadas atrás, descobriu-se, na África, uma criança

Conselho Editorial

Presidente: Carlos Adamatti Membros: Paulo Vellinho, Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer, Beatriz Adamatti e Ângelo Orofino

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS Editora Adjunta Martha d’Azevedo

que, desde sua tenra idade, fora criada por macacos. Calculava-se que, no tempo do encontro, tivesse em torno de oito anos. Não articulava sons, mas uivava como os animais; não se alimentava como humanos, mas comia folhas e frutos como os macacos; não caminhava como bípede, mas como quadrúpede, à semelhança de seus tutores. É óbvio que não vestia roupa, mas nadava nua como os animais. Levou tempo para reconhecer humana, entrando no nosso mundo simbólico. Falamos de hominização, como desafio para a educação. Atinge não só a inteligência e a vontade, mas também o físico e o relacionamento. A humanidade começou a distinguirse dos irracionais pelo uso de símbolos. Marcou assim a descoberta do transcendente. Quando pela primeira vez se prostrou diante de algo invisível, acima de capacidade física, mostrou sua capacidade simbólica e racional. Referiu-se ao polo supremo da perspectiva de sua mente. Percebeu que sua vida mudara. Passou do irracional para o racional Tornou-se capaz de Deus. Não por nada, ao longo de toda a história humana, este tema está na mira das pesquisas. Por mais importantes que sejam as dimensões física e psíquica, a dimensão simbólica dá uma conotação mais profunda. Dentro dela se destaca o aspecto religioso. Trata-se da busca de Deus, como polo supremo na perspectiva da mente. Jesus Cristo veio revelar seu verdadeiro rosto.

Redação Jorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RS

Revisão Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários) Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes Impressão Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282 Porto Alegre/RS Fone: (51) 3093.3029 – E-mail: solidario@portoweb.com.br Conceitos emitidos por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade, não expressando necessariamente a opinião deste jornal.


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AMÍLIA &

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OCIEDADE

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A família e a construção da paz Deonira L. Viganó La Rosa Terapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia

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elizes os que promovem a paz! Serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9). Impossível “construir” a paz sem agir. Tornou-se rotina usarmos discursos, cantos e orações para pedir a paz e, pronto, temos a consciência tranquila. Se nossa solidariedade e discursos não se tornarem ativos, perderemos o direito de cantar na Igreja: “Vinde, povos da terra, para juntos a paz celebrar. Não queremos o ódio e a guerra, mas a Paz, a Justiça cantar”. Se não agirmos, continuaremos surdos aos apelos do Sermão da Montanha, porque “a fé sem as obras é morta” (Tg 2,17).

Como agir? De mil maneiras: construindo relações cotidianas pacíficas, convivendo com os oprimidos, sendo mediadores entre eles e as classes mais ricas e participando de permanentes ações políticas. Comece com o que está mais próximo de você. Por exemplo:

Jogue fora a arma da culpa

Quanto mais você se sente culpado – por sentir o que sente, por não responder às suas próprias exigências, por incomodar, por ser quem é, por existir – mais você tem necessidade de culpar o outro. A culpa sempre foi a grande arma de todo tipo de opressões e esta arma cortante funciona a todo o vapor na dinâmica do casal e da família. Reforce sim, a responsabilidade por seus atos, mas, livre-se da arma da culpa que talvez você carregue engatilhada desde criança. E, creia, ela lhe tira a paz interior.

Desfaça-se da arma do medo

Medo da diferença, medo do outro. “Não temais”, repetiu muitas vezes Jesus. Você precisa libertar-se deste medo que alimenta no mais profundo de si mesmo. Quanto maior o seu medo, mais você outorga a si o direito à crueldade. Tudo o que você tem medo de expressar vai se reforçando subterraneamente e pode jorrar de forma brutal, nas horas mais inoportunas e sobre as pessoas a quem você menos gostaria de magoar. O medo não convive com a paz. O perfeito amor exclui o temor. Desarme-se também em relação aos que, com honestidade, praticam religião diferente da sua. Ouvi, há pouco tempo, uma senhora de um grupo de Igreja afirmando que empreenderia qualquer esforço para acabar com o namoro de sua filha, porque o rapaz era de religião diferente da sua. Armas no chão, flores nas mãos, senhora! Há mais de um caminho para Deus. Quem disse que o seu é o melhor?

Aposente as armas da dominação autoritária e escravizante

Os casais se separam cada vez mais, num confronto permanente. Ninguém até agora parece saber como entrar na paz interior e exterior. Está sendo difícil passar da dominação para a cooperação. Esta passagem exige esforço consciente. Parece anedota, mas nesta época pós-movimento feminista, ainda morre diariamente, no Brasil e no mundo, um alto número de mulheres, assassinadas pelos maridos, em absurdos conflitos familiares. É grande o número de menores estuprados por pais, padrastos, parentes ou vizinhos. Neste quesito, Porto Alegre e o Rio Grande do Sul estão nos primeiros lugares, nas estatísticas. Vergonha !

Hoje, a maior parte da humanidade está mergulhada no processo de busca da sobrevivência e as relações são permeadas de competição, de dominação, de luta. O planeta Terra vive em guerra aberta e encoberta, em guerra armada, em guerra econômica, psicológica e mesmo amorosa. A humanidade busca diuturnamente uma passagem para o nível do coração. Esta passagem é, por sua vez, de nível coletivo e individual. Estamos todos preocupados, estamos todos em dificuldade para efetuar esta passagem, e nós temos necessidade de nos fortalecermos para momentos difíceis. E nos fortaleceremos se nos envolvermos em ações construtoras da paz, sendo mansos na forma de tratar a todos, dentro e fora de casa, e envolvendo-nos até o pescoço na luta por uma sociedade mais justa, pois a paz é fruto da justiça (Is 32, 17).

Desconfie de quem isola a paz familiar da paz social

Não pretenda dar vida à sua família, como se ela tivesse realidade por si só, com independência das estruturas Benjamin Earwicker

sociais e das interações família-sociedade. Querer construir uma família melhor, sem ter em conta as condições sócio-econômico-culturais, é uma ficção. É alienação. O desconhecimento das interações entre a instituição familiar e a instituição social tem como resultado a redução de certas problemáticas a dados ilusórios. Procure ler, envolver-se, participar. O individual, o comunitário e o social são interdependentes e se co-produzem. Neste âmbito, construiremos a paz. (deoniralucia@gmail.com)


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4 Antônio Mesquita Galvão

Nizan Guanaes

Escritor

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Em geral, as famílias das vítimas, especialmente nos chamados crimes hediondos, vão à mídia clamar por uma forma mais radical de justiça: a prisão perpétua ou a pena de morte. De outro lado, os defensores dos direitos humanos e as igrejas, se revelam figadalmente contrários à pena capital. Eu sempre manifestei contrariedade à pena de morte, por uma série de razões morais, ontológicas e religiosas, pela convicção da inviolabilidade da vida humana. A mesma vida que, em muitos casos, é desprezada pelos criminosos. Mesmo assim, nos locais onde exponho minhas ideias, tenho aberto uma possibilidade de revisão nos meus conceitos, em caso de crimes cruéis, contra indefesos, vulneráveis, terrorismo, genocídio, cárcere privado, sequestros, etc. Pois agora, desde poucos dias, o caldo entornou. Acho que meus pruridos de ética cristã foram para o espaço. Eu sempre disse, meio sério meio brincando, que quem explora crianças ou as faz sofrerem, rouba merenda escolar, defrauda o alimento dos pobres, deixa apodrecer comida e remédios, age com crueldade ou se vale do cargo para enriquecer merece pena de morte. Agora a casa caiu! Ultimamente o noticiário nos trouxe alguns fatos emblemáticos que nos fazem repensar conceitos, dado a pobreza axiológica de alguns comportamentos humanos, ocorridos no Rio Grande do Sul. Primeiro foi ação corrompida de alguns homens públicos e empresários que são acusados de violar a natureza, vendendo liberações ambientais, permitindo o comércio de areia nas margens dos rios, degradando padrões ecológicos, etc. O crime ambiental é mais grave que o roubo e o homicídio, pois sua devastação vai significar morte a médio e longo prazo para muita gente. Agora nos aparece, na região central do RS o crime de falsificação do leite, com mistura de produtos nocivos à saúde, como uréia e formol, com o fito de dar mais lucro aos meliantes. Cem milhões de litros foram criminosamente defraudados. Quantas crianças já tomaram desse produto, e que consequência essa criminosa atitude vai desencadear nas gerações futuras e também nos idosos? Que punição a sociedade deve dar nestes casos? Eu acho que cadeia é pouco! Eu não sei se os indiciados pela falsificação do leite e pelos crimes ambientais contra uma natureza que não é deles, são todos culpados. Mas para quem for imputada a culpa, não cabe nada menos que a pena de morte. A gente há muito deixou de confiar no sistema punitivo brasileiro. A polícia prende, o Judiciário, por conta de leis mal feitas manda soltar, o criminoso não fica preso e a população fica a mercê da bandidagem. As execuções penais são falhas. O cara comete um crime bárbaro, é condenado a seis anos e sai em três. Para corrigir os erros de um sistema falho, só nos resta clamar por uma solução mais radical.

PINIÃO

Francisco

Pena de morte! ão muitos os argumentos de ponto e contraponto a respeito da aplicação pena de morte no Brasil. Se formos compulsar o peso de cada idéia pró e contra, veremos que o assunto não é pacífico, controverso desde suas origens. O grande obstáculo dessa atitude são as raízes passionais de nossa latinidade.

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Publicitário baiano*

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ue coisa mágica é a vida. Estava eu chegando a Buenos Aires para uma reunião de trabalho e jamais poderia imaginar que estivesse ali naquele dia para presenciar a mão do Espírito Santo e da história. Saí do Aeroparque, o belo aeroporto ribeirinho da capital argentina, e fui até o meu hotel trocar de roupa antes de minha reunião. Liguei a televisão e, para a minha surpresa, o Papa já havia sido escolhido. Durante a próxima hora, eu e o mundo esperamos para ver que novo Papa a fumaça branca nos traria. E eis que ele chegou. Surpreendente como a vida. Um argentino. E eu em Buenos Aires. Começava ali uma aula de comunicação para o mundo que resume e mostra de maneira instintiva tudo o que os teóricos enchem a paciência e perdem um tempo enorme para explicar: a comunicação de 360 graus. O cardeal Jorge Mario Bergoglio mostrou sem powerpoint nem lero-lero como uma palavra pode mudar tudo, como um nome pode ser capaz de transmitir para o mundo todo uma mensagem tão poderosa e precisa. A palavra é Francisco. Francisco é uma palavra rica de significados num mundo pobre de significado. Francisco quer dizer coma moderadamente num mundo obeso. Francisco quer dizer beba com alegria num mundo que enfia a cara no poste. Francisco quer dizer consumo responsável em sociedades de governos e consumidores endividados. Francisco quer dizer o uso responsável do irmão ar, do irmão mar, do irmão vento e de todas as riquezas debaixo do irmão Sol e da irmã Lua. Francisco é um freio de arrumação não só na Igreja Católica Apostólica Romana, mas na sociedade a quem ela deve guiar. Em 24 horas, Bergoglio pegou uma instituição que estava emparedada e a tirou da parede, transportou-a dos intramuros do Vaticano para o meio da rua, para o meio do rebanho. Comunicar é o papel da Igreja. Para isso, foram escritos o Velho Testamento e o Novo Testamento, e Jesus não deixa dúvida quando disse aos apóstolos: "Ide e anunciai o Evangelho". Ide, ao contrário do que faz a gorda Cúria Romana, quer dizer ir, não quer dizer ficar em Roma. Quer dizer ir e anunciar.

E anunciar hoje é muito mais do que o comercial de 30 segundos. Anunciar hoje é usar todas as ferramentas disponíveis, todos os pontos de contato com seu público. Papa Francisco sabe disso muito bem. Tanto sabe que muito antes de se apresentar ao mundo na sacada do Vaticano, baixou um Steve Jobs nele, e, quando o monsenhor veio lhe oferecer uma veste toda rebuscada, Francisco Jobs retrucou: Se o senhor quiser, pode vesti-la, monsenhor, eu, não. O carnaval acabou. É digno de reparo que Francisco não fez pesquisas nem testes antes de criar tudo isso. Não precisava. Foi buscar sua mensagem no DNA da Igreja. E está escrevendo certo por linhas tortas. Mesmo as coisas conservadoras que tem dito, coisas com as quais eu, pessoalmente, não concordo, são muito relevantes. A Igreja não pode querer agradar a todo mundo. Ela tem que marcar territórios e significar coisas, e, ao fazê-lo, naturalmente exclui almas de seu rebanho. Marca, design, conduta, relações públicas, endomarketing, alinhamento interno: "habemus papam". Francisco se utilizou de todos os recursos do marketing para passar sua mensagem rapidamente, com alto impacto e precisão, para o público interno e para o público externo. Parece até que o 3G Capital assumiu o comando da Igreja. Choque de gestão, orçamento base zero, alinhamento com a cultura perdida, volta às raízes, fé no trabalho, administração franciscana e disciplina de jesuíta de Santo Inácio e professor Falconi. Paradoxalmente, Francisco hoje acredita numa gestão mais parecida com Lutero do que com a tradição romana. Mas a Igreja só teve que se enfrentar com Lutero porque ao longo do tempo se esqueceu da palavra Francisco. *O autor é também dono do maior grupo publicitário do país, o ABC

Estamos cansados de quê? Pe. Renato dos Santos Salesiano de Dom Bosco

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aquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse:“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Evangelho (Mateus 11,28-30). Estamos cansados de quê, precisamente? Dos nossos medos e receios infantis que não nos deixam crescer de verdade? De fingirmos o tempo todo? De aparentar o que não somos? De andarmos por caminhos errados? De trabalharmos demais para conseguirmos coisas e mais coisas? De não sermos pessoas humanas com sensibilidade e ternura? De mentirmos? De vivermos numa vida desvairada, sem sentido? De aborrecermos as pessoas com nosso tipo petulante e intransigente? Estaríamos cansados de sermos metidos por demais na vida dos outros? Cansados das imposições que o dia-a-dia nos apresenta? Quais são, de verdade, os nossos fardos? Para darmos um fim em todos estes cansaços, bastaria deixar Jesus tocar o coração com estas palavras: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou

manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Infelizmente, procuramos o remédio para os nossos cansaços em coisas e lugares que não nos restauram, e esquecemos que Jesus quer ser o grande remédio em nossas vidas. Vinde a Mim, significa: Traze todos os teus descontentamentos, amarguras, raivas, mágoas, ódio, dissabores, desconfortos, desânimos, doenças físicas, espirituais, morais e mentais. Coloca tudo isso no meu coração misericordioso e tu encontrarás descanso. Jesus quer ser o grande porto seguro em nossas vidas. Basta que O aceitemos! Basta que nos deixemos amar por Ele. O amor de Deus é a energia que cura todas as canseiras. O amor de Deus é seiva que nos revigora. (Fone 51.8124 6248 - Facebook: Pe. Renato Dos Santos)


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DUCAÇÃO &

SICOLOGIA

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Processos de improvisação na música litúrgica Em busca de diálogos com a juventude Ana Lúcia Louro Professora da UFSM, doutora em Música

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música está entre os muitos aspectos que podem atrair a presença dos jovens para a missa. Entre as práticas relacionadas à música, os processos de improvisação se destacam enquanto opção nas quais práticas populares e eruditas podem se encontrar.

A improvisação na prática de um professor de música tocando na igreja

Entre muitas alegrias de ser professora universitária do curso de Licenciatura Plena em Música da UFSM, estão as poucas vezes em que consigo dialogar sobre minhas experiências da Igreja Católica com meus alunos. No caso da orientação da monografia de conclusão de curso do aluno Lucas Cattelan houve um encontro muito produtivo e feliz. Eu coloquei a ele sobre minha experiência de quem vem tocando na liturgia e em grupos de oração da Renovação Carismática Católica há mais de 15 anos, junto com os outros trabalhos que orientei e escrevi sobre culturas religiosas cristãs, e ele me falou de sua experiência de uma vida inteira ligada a estar a serviço como músico nas liturgias. Dentro de nossas experiências observamos a importância da prática da improvisação, como quando se cantarola o salmo minutos antes da missa ou se lê a partitura à primeira vista no teclado, caso do Lucas, ou da flauta, meu caso, mesmo não conhecendo a canção previamente. Nesta direção, pensamos em improvisação num sentido amplo quando não se ensaia previamente o que se deve ministrar na liturgia.

Culturas populares e acadêmicas na música da Igreja

Foi sobre estes processos “improvisados” mais relacionados às culturas populares que Lucas focalizou em seus diários sobre a prática musical em seis missas, entre elas a primeira missa da manhã na catedral de Santa Maria no dia da Romaria Estadual da Medianeira em 2012. A análise de dados desses diários serviu de base à monografia de conclusão de curso de graduação que escreveu. No entanto, não existe uma dicotomia entre tais processos “improvisados” e o ensaio planejado e preparado com antecedência que também faz parte do relato de Lucas. Acontece que, às vezes, não se consegue uma preparação tão planejada, nestas ocasiões se processa a improvisação. Essas improvisações são interessantes para o professor de música que atua na Igreja na medida em que ensina a ele a também ter uma atitude flexível na sala de aula. Por outro lado, a presença da improvisação, de ação e musical, aproxima a música feita na Igreja com o povo, em especial entre os jovens, pois incorpora modos de ser das culturas populares que, muitas vezes, estão mais próximos das vivências dos fiéis.

A beleza e importância da cultura erudita

Em nenhum momento negamos a beleza da cultura erudita, de tão larga história na vida da Igreja Católica. Mas ainda mais belo de se perceber uma ação atual que não nega tal tradição, mas busca, através de práticas populares, aproximar os músicos da Igreja e o povo em geral da liturgia. Mais belo ainda é quando tais tradições se encontram, como em missas que possuem coros completos que executam algumas canções enquanto outras músicas são tocadas com acompanhamento de violão e cantadas pelo povo. A improvisação, na atitude de ministrar sem um ensaio prévio, ou a improvisação musical, no momento em que se toca no instrumento algumas possibilidades de melodia e harmonia que não são previamente previstas, estão a serviço dessa música que busca ao mesmo tempo auxiliar uma liturgia tradicional e cuidadosa e se aproximar do povo de Deus.

As práticas de improvisação como parte da música litúrgica que busca tocar os corações

A atitude de improvisação está até mesmo na escrita de uma partitura na hora de tocar, como conta Lucas que a Irmã que ia cantar o salmo cantarolou a melodia e ele escreveu rapidamente os acordes que ia tocar no teclado. A grafia musical está presente, porém, a serviço de um ministrar não ensaiado previamente; culturas populares e eruditas se encontram. Acredito que seja interessante meditar sobre esses processos de improvisação na música nestes tempos em que buscamos liturgias apropriadas aos jovens, pois creio que o desafio posto para a Liturgia de forma geral, e para os músicos em particular, está no encontro entre tradições e inovações, nas quais se preserva a essência das heranças preciosas da nossa história ao mesmo tempo em que se busca o diálogo com uma juventude do século XXI. Na música, os processos de improvisação podem auxiliar

http://www.malach.org

(em conjunto com ensaios sistemáticos e modos mais tradicionais de se fazer música) a melhorar a beleza e empatia das sonoridades na liturgia, potencialmente atraindo os jovens para a Igreja, considerando o envolvimento com música que lhes é peculiar. Neste sentido, ministrar através de práticas de improvisação faz parte de um desejo maior de que nossa música possa tocar os corações e ajudar a abri-los para ouvir a voz de Deus.


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EMA EM FOCO

Ecume

‘Olhemos mais para o que nos

‘Divide et impera’, diziam os generais do império romano. Divida e reinarás, parece Os erros pessoais de católicos, embora igualmente condenáveis e muito repercutidos, são menores. A divisão do cristianismo é o pecado maior, o escândalo maior. Por isso, a intuição de João XXIII de olhar mais para o que nos une é emblemática. A convocação e a realização do Concílio Ecumênico Vaticano II e o seu decreto ‘Unitatis Reintegratio’ são sobejamente os parâmetros mais seguros e claros para o caminho do diálogo e reaproximação das religiões cristãs e o seu retorno para uma única igreja, pois são ‘membros do mesmo corpo’, como refere Paulo na primeira carta aos Coríntios.

Construção do Reino: tarefa de todos

No fim de maio as igrejas cristãs do hemisfério sul celebraram a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, promovida pela Comissão de Fé e Ordem do Conselho Mundial de Igrejas e pelo Pontifício Conselho da Unidade dos Cristãos da Igreja Católica Romana. No hemisfério norte, a Semana acontece no fim de janeiro, coincidindo com a Festa da conversão de S. Paulo, 25 de janeiro. A partir de que lugar nós rezamos pela unidade?A partir da tolerância, apenas, o que jamais permitiria a aproximação e diálogo? Ou a partir do respeito que já é um primeiro passo? Ou melhor ainda, a partir do ‘dar valor’ ao outro e à sua filiação religiosa? Rezamos para que todos se convertam ao catolicismo? Ou rezamos para que todos contribuam na construção do reino?

O que nos une?

O que temos em comum? No monoteísmo judeu, muçulmano e cristão, reverenciamos e invocamos o mesmo Deus. Já com nossos irmãos cristãos orientais das Igrejas ortodoxas, decorrentes do Grande Cisma de 1054, celebramos também a mesma Eucaristia e cremos no mesmo Filho de Deus. Com nossos irmãos luteranos e comunidades eclesiais, surgidas após a reforma de Martinho Lutero, cremos no mesmo Jesus, temos os mesmos Evangelhos e Epístolas. O que, afinal, então, não nos separa? Alguém já disse que são as religiões que provocam as guerras. Pelo contrário, as religiões são únicas capazes de promover e assegurar a paz. E quanto mais unidas mais fortes serão, invencíveis diante da ideologia bélica. Temos divergências? Sim. Mas não em relação à palavra de Deus. ‘Quem separa são as instituições’, já afirmou alguém apropriadamente. Os católicos temos a mensagem toda, completa. Mas todas as comunidades batismais não-católicas tem seus valores eclesiais. O decreto “Unitatis Redintegratio’ chega mesmo a enumerar estes “valores eclesiais”, presentes nas demais confissões cristãs e que são: o sacramento do batismo, a Palavra de Deus, a vida da graça, as virtudes teologais (fé, esperança, caridade), os dons interiores do Espírito Santo, o rito memorial da Ceia do Senhor, a contemplação do mistério de Cristo na Palavra meditada, a oração, o culto congregacional de louvor e adoração, o zelo pela justiça, a fé operante, testemunhada pela caridade, o martírio.

Os passos ecumênicos da Igre

Pe. Pedro Alberto Kunrath, professor de Teologia da PUCRS e pároco do Santuário Noss Alegre, aponta algumas iniciativas locais da caminhada ecumênica. “Na Faculdade de Teologia da PUCRS temos a disciplina de Teologia Ecumênica obrigatória para todos os alunos, assim como uma disciplina de Questões de Ecumenismo no curso de Pós Graduação, na mesma Faculdade. Também na cidade de Porto Alegre, reconhecido por Lei municipal, existe o DIRPOA (Grupo de Diálogo Inter-religioso de Porto Alegre), integrado por um padre católico da Arquidiocese de Porto Alegre, um pastor luterano, uma presbítera anglicana, um representante da religião muçulmana, da fé Bahai, do Zen Budismo, das Religiões Afro-brasileiras, do Espiritismo e do Judaísmo”.

Auto-realização

Para o teólogo, “o Ecumenismo é um ato de obediência; mas é, ao mesmo tempo, uma ‘aventura’ iniciada pelo Espírito no interior das Igrejas, para que estas possam apresentar-se ao mundo de hoje com toda a expressividade da ‘Igreja indivisa’ das suas origens. Os obstáculos são os de sempre: a intransigência revestida de fidelidade, o imobilismo camuflado de ‘santa paciência’, os integrismos e autoritarismos mantidos à força de ameaças. O diálogo é passagem obrigatória no caminho da auto-realização do indivíduo e da comunidade humana. É neste contexto que se situa o diálogo inter-religioso. Um diálogo autêntico que é a arte de compreender, para deixar valer o outro, a prontidão em se deixar transformar pelo encontro, busca a unidade, mas salvaguarda a diferença e a liberdade. E esse diálogo deve começar no interior de cada ser humano – religioso ou não – pela criação e favorecimento de espaços de acolhida e hospitalidade. Ele não pode exigir, num primeiro momento, nada do outro, senão a disposição de ouvi-lo, com

Unidade não rima com uniformidade

“Frequentemente se entende por unidade uma uniformidade que anula todas as diferenças in mento. Inaugura-se, assim, um sistema simples de rótulos e simples exclusão. Quem não se adapt como extremista, reacionário ou herege. No entanto, a diversidade e a variedade dos caracteres d riqueza da humanidade. Também o fato de ser a Igreja una e universal não impede que possam coe modos’ de viver a única fé. Durante muito tempo a Igreja esteve ligada ao mundo cultural ocide ponto de reduzir-se o cristianismo às imagens e categorias mentais tipicamente europeias. Mas ser branca, negra ou amarela, como não pode ser proletária, burguesa ou capitalista, pois suas p O cristão autêntico não pode refutar aprioristicamente a novidade ou a originalidade de outras deve antes verificar se não são elas apenas uma nova dimensão da fé no único Cristo e na única

As paróquias ignoram

É o alerta do monge beneditino e escritor Marcelo Barros. “O risco é que algumas Igrejas nom nica, encarreguem seus membros de participarem das relações ecumênicas em nome da Igreja e de pelo assunto. Nesse caso, as reuniões, fóruns e orações em comum envolveriam sempre os mesm Estes, ao cumprirem as atividades ecumênicas, acabam legitimando suas Igrejas a não mudar nad e paróquias continuam como sempre foram. Ignoram e até desprezam as outras Igrejas e religiõe abertura para outras Igrejas só acontecem quando se baseiam em uma “ecumenicidade” de toda a siais. Ou a Igreja inteira se compromete nesse caminho ou a pastoral ecumênica terá sempre po


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enismo

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ÇÃO OLIDÁRIA OLIDARIEDADE

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Imagens: Divulgação

une do para o que nos separa’

e dizer o diabo. Espalha a discórdia e a obra do Reino de Deus não se completará.

Resistências

reja local

sa Senhora da Paz em Porto

Pe. Kunrath

mpreendê-lo e respeitá-lo”.

ndividuais, um total nivelata à medida geral é rotulado das nações e religiões são a existir em seu seio ‘diversos ental e ao homem branco, a a Igreja de Cristo não pode portas estão abertas a todos. expressões religiosas, mas a Igreja”

meiem uma comissão ecumêepois disso se desinteressem mos e poucos personagens. da. Comunidades concretas es. A pastoral ecumênica e a a pastoral e atividades ecleoucos resultados positivos”.

“O mundo não terá paz enquanto as religiões não dialogarem e isso não ocorrerá se as Igrejas cristãs não se unirem”, afirmou o teólogo suíço Hans Küng. “Toda divisão na Igreja é uma ofensa a Cristo”, disse Bento XVI em 25 de janeiro último. A caminhada ecumênica mundial nasceu em 1910, em Edimburgo, Austrália. A Igreja Católica aderiu ao processo apenas durante o Concílio Vaticano II. No Brasil, essa caminhada e as atividades são articuladas pelo CONIC Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - www. conic.org.br - que nasceu em Porto Alegre em 1982. O CONIC é constituído pelas igrejas Católica Romana, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Episcopal Anglicana do Brasil, Presbiteriana Unida e Sirian Ortodoxa de Antioquia. Sua secretária geral é a pastora Romi Márcia Bencke, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil - IECLB, formada pela Escola Superior de Teologia de S. Leopoldo e atuando na cidade de Juiz de Fora/MG. Em entrevista para a revista Missões, ela Pastora Romi Bencke elenca algumas dificuldades na caminhada do diálogo religioso e ecumênico. “Nosso país, durante muito tempo, foi reconhecido como um país religiosamente tolerante. Grupos religiosos dos mais variados conviviam e respeitavam-se mutuamente. Esta realidade está cada vez mais frágil. Os grupos que mais sofrem são as religiões de matriz africana, indígenas, ciganos. O não reconhecimento do valor do outro é algo que destoa completamente de qualquer princípio religioso. As religiões têm como prerrogativa o testemunho do amor de Deus. A discriminação religiosa e a não aceitação das diferenças como um valor positivo são atitudes contrárias àquilo a que as religiões se propõe, que é testemunhar a possibilidade de um mundo de paz, com uma diversidade reconciliada”.

Só há dialogo quando se percebe o valor do outro

Bencke lembra que Jesus relacionava-se com pessoas de diferentes religiões, estabelecendo as bases da verdadeira religiosidade universal que deve perpassar o cristianismo. Respeitou todas elas, independentemente de sua origem religiosa, étnica, de gênero, política. Ele, filho, de mulher hebreia, estabeleceu relações de amizade com uma mulher siro-fenícia (Mc 7, 24-30), dialogou com a mulher samaritana (Jo 4,1-15). No Brasil, a maioria das igrejas históricas tem perdido membros. E isso pode estar freando o ecumenismo, segundo Bencke. “A opção por teologias e discursos que reforçam a identidade teológica eclesial é outra consequência direta deste novo cenário brasileiro. Há uma resistência ao diálogo porque se associa o diálogo, com ou entre igrejas e religiões, como um fator que pode contribuir positivamente para o esvaziamento das Igrejas. Nota-se surgir, em todas as Igrejas históricas, o fortalecimento de práticas e discursos teológicos mais adaptados à nova configuração de disputa por um mercado religioso. Podem ser citados, como exemplos, a febre por construções de mega-templos ou, então, o entusiasmo diante da aglomeração de números grandes de pessoas em eventos religiosos. O número tem se tornado mais relevante do que o conteúdo. Qual é o lugar da teologia neste cenário complexo em que a religião tem sido identificada única e exclusivamente pelos números?A religião tem sido associada a espetáculo! Vamos nos render à religião enquanto mercado? Ou vamos refletir sobre o nosso papel social, sobre nosso compromisso primeiro com a proposta de Jesus, que era a de assumir um projeto de humanidade?” questiona a secretária do CONIC.”

Um gesto concreto O uso de meios coercitivos são formas de traição ao Evangelho. O testemunho cristão, em um mundo plural, inclui o compromisso de entrar em diálogo com pessoas de diferentes religiões e culturas (cf. At 17,22-28). Os cristãos foram encarregados por Cristo de perseverar fielmente em solidariedade uns com os outros no seu testemunho sobre Jesus (cf Mt 28, 19-20; Mc 16, 14-18; Lc 24, 44-48; Jo 20,21; At 1,8). Muitas vezes a divisão entre as Confissões cristãs não é apenas falta de soluções doutrinais, mas falta de reconciliação. E reconciliação se dá mais facilmente por gestos. O Papa Francisco acena fortemente para isso. Poucos dias depois de ter sido eleito, inovou na cerimônia do Lava-pés da Quinta-Feira Santa. Em vez de lavar os pés de padres como de costume, escolheu doze adolescentes de diferentes nacionalidades, sendo duas jovens e uma delas muçulmana, presos em um reformatório. E, em vez da basílica de São João de Latrão, que é a catedral de Roma e a que lhe pertence como bispo da cidade, escolheu a capela do reformatório. Francisco valorizou a fraternidade, rejeitando a discriminação. Mostrou que o amor de Cristo não tem fronteiras.

Emoção

Os jovens do “Casal del Marno”, em Roma, onde estão 46 reclusos, 35 meninos e 11 meninas, entre 14 e 21 anos, foram de espontânea vontade, mas a emoção tomou conta do lugar. E por conta disso, um dos rapazes não conseguia parar de chorar tendo que ser substituído na última hora. “Entre nós o que está mais alto deve estar a serviço dos outros”, disse o Papa. E lavou os pés, os secou e, depois, os beijou. Dirigindo-se a eles, Francisco declarou que “as coisas do coração são assim. Não deixem que lhes roubem a esperança, sempre com a esperança pela frente, entendido?” Quando o Papa lava os pés de uma muçulmana a Igreja é universal, é católica. E se ela, a Igreja, não for para todos, não é a Igreja de Jesus. É isso que ele quis dizer: vamos dialogar, vamos valorizar, porque lavar os pés é um gesto de quem serve. Mostrou o que é dar valor a outras expressões de fé a partir da pessoa.


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ABER VIVER

Fatos incomuns sobre o corpo humano As pessoas geralmente dizem que conhecem algo como a palma de sua mão para indicar que estão familiarizadas com ela da cabeça aos pés. Mas quanto você realmente sabe sobre seu próprio corpo? Temos 16 petiscos para você. Impressão da língua Não saia mostrando a língua por aí se quiser esconder sua identidade. Similar à impressão digital, todo mundo tem uma impressão da língua única e exclusiva. Perda de pele e pelos Seu animal de estimação não é o único na casa com problema de queda de pelos. Os humanos perdem 600 mil partículas de pele por hora. Isso resulta em cerca de 680 g por ano, por isso uma pessoa comum terá perdido cerca de 47 kg de pele até os 70 anos de idade. Contagem de ossos Um adulto tem menos ossos que um bebê. Começamos a vida com 350 ossos, mas como eles se fundem durante o crescimento, terminamos com apenas 206 quando adultos. Novo estômago

Você sabia que seu estômago ganha um revestimento novo a cada três ou quatro dias? Do contrário, os ácidos fortes que seu estômago usa para digerir a comida também o fariam digerir-se.

não caberia dentro da cavidade abdominal, tornando as coisas meio bagunçadas para nós. Bactérias Isso realmente vai fazer sua pele arrepiar: cada 6,4 cm2 de pele no corpo humano tem cerca de 32 milhões de bactérias, mas felizmente, a grande maioria delas não oferece risco algum. Fonte do odor do corpo A fonte de pés com chulé, como a do cecê, é o suor. E as pessoas transpiram muito em seus pés. Um par de pés tem 500 mil glândulas sudoríparas e pode produzir mais de 470 ml de suor por dia.

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Velocidade do espirro O ar do espirro humano pode viajar a uma velocidade de 160 km/h ou mais - outra boa razão para você cobrir seu nariz e boca quando espirrar, ou desviar a cabeça quando ouvir um vindo em sua direção. Distância do sangue O sangue tem uma longa estrada para percorrer: estendidos de ponta a ponta, há cerca de 96,5 mil km de vasos sanguíneos no corpo humano. E o trabalhador árduo que é o coração bombeia cerca de 7.500 litros de sangue através dessas veias todos os dias. Quantidade de saliva Você pode não querer nadar em sua saliva, mas se você guardasse toda ela, poderia. Durante sua vida, uma pessoa média produz cerca de 23.650 litros de saliva - o suficiente para encher duas piscinas.

Memória de cheiro Seu nariz pode não ser tão sensível quanto o de um cachorro, mas ele é capaz de lembrar-se de 50 mil cheiros diferentes.

Altura do ronco Aos 60 anos de idade, 60% dos homens e 40% das mulheres vão roncar. Mas o som de um ronco pode parecer ensurdeceIntestinos longos dor. Embora o ronco beire os O intestino delgado é cerca de quatro vezes maior 60 decibéis (o nível de ruído que a altura de um adulto médio. Se ele não desse de uma fala normal), ele pode voltas e mais voltas, seu comprimento de 5,5 m a 7 m atingir mais de 80 decibéis. Oitenta decibéis é tão alto quanto o som de uma britadeira quebrando o concreto. Os níveis de ruído acima de 85 decibéis são considerados perigosos ao ouvido humano. Visa e Mastercard

crescem mais rápido. As unhas dos dedos das mãos crescem mais rápido na mão que você escreve e nos dedos mais longos. Em média, unhas crescem cerca de 2,5 mm por mês. Peso da cabeça Não é de se espantar que os bebês têm dificuldade para sustentar suas cabeças: a cabeça humana tem 1/4 do nosso comprimento total ao nascimento, mas apenas 1/8 quando chegamos à fase adulta. Necessidade de sono Se você disser que está morrendo por uma boa noite de sono, pode estar sendo literal. Dá até para ficar sem comer por semanas sem sucumbir, mas 11 dias é o máximo que se chega sem dormir. Depois de 11 dias, você dormirá - para sempre! (Da Internet)

Quinoa: mais um modismo ou fonte importante de nutrientes? A quinoa é um alimento de alto valor biólogo, ou seja, possui todos os aminoácidos essenciais que o nosso corpo precisa para funcionar corretamente. É fonte de cálcio, ferro e ácidos graxos ômega 3 e 6. É muito rica em fibras, sendo portanto uma ótima fonte de carboidratos. Além disso, possui quantidades importantes de vitaminas do complexo B, essenciais para o bom funcionamento do sistema nervoso, manutenção muscular e síntese de hormônios. A quinoa ajuda no fortalecimento muscular, e é importante aliada na prevenção de doenças cardiovasculares. Ela também ajuda no fortalecimento dos ossos e prevenção de doenças como osteoporose e hipertensão, devido às suas quantidades de cálcio. A quinoa também é rica em zinco, um nutriente que atua no fortalecimento do sistema imunológico e nos processos de cicatrização. Além disso, as fibras presentes na quinoa dão a sensação de saciedade, podendo favorecer o emagrecimento. Por fim, é um grão recomendado para pessoas que possuem doença celíaca, já que não contém glúten. A quinoa pode ser encontrada em supermercados e lojas de produtos naturais, até mesmo a orgânica. De acordo com o nutrólogo Roberto Navarro, da Associação Brasileira de Nutrologia, não existe uma recomendação certa para o consumo diário de quinoa. “Pensando em uma dieta de 2 mil calorias, podemos dizer que duas colheres de sopa por dia são suficientes”, afirma. Pode ser consumida nas saladas, com leite ou iogurte, substituindo a farinha de trigo, misturada com sucos ou frutas e para engrossar caldos.

Cor e quantidade de cabelo Louras podem ou não se divertir mais, mas elas definitivamente têm mais cabelo. A color dos cabelos ajuda a determinar quão denso o cabelo da cabeça é, e as louras (apenas as naturais, claro), lideram a lista. A cabeça humana média tem 100 mil folículos capilares, cada um dos Albano L. Werlang - CRP/07-00660 quais é capaz de produzir 20 fios de cabelos durante a vida de uma Marlene Waschburger - CRP/07-15.235 pessoa. As louras têm cerca de 146 mil folículos. As morenas Jôsy Werlang Zanette - CRP/07-15.236 tendem a ter cerca de 110 mil folículos, enquanto aquelas com Alcoolismo, depressão, ADI/TIP cabelos castanhos têm exatos 100 mil folículos. As ruivas têm Psicoterapia de apoio, relax com aparelhos a cabeleira menos densa, com Preparação para concursos, luto/separação, cerca de 86 mil folículos.

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Humor PIADAS MUITO INFAMES Duas senhoras tricotam, enquanto tomam o chá das cinco: - Sabe, Adélia! Depois de anos e anos consegui tirar do Olegário o vício de roer as unhas! - É mesmo, Zulmira? E como você conseguiu isso? - Escondi a dentadura dele! xxx Um homem, viajando de ônibus, fica impressionado com uma matéria que lê no jornal, falando sobre o índice de mortalidade no mundo. Ele vira-se para a passageira do lado e diz: - Senhora, você sabia que cada vez que eu falo uma palavra morre alguém no mundo? - Nossa! Você já experimentou escovar os dentes antes de falar? xxx Um velhinho, de uns 82 anos, dirigindo um Porsche, pára o carro diante de uma bela moça e diz: - Casa comigo. Sou rico, bem sucedido e tenho uma ótima saúde! - Não quero me casar com o senhor! - Ué, por que não? - Por causa da ótima saúde!

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SPAÇO LIVRE

Como será?

Os sonhos(noturnos) J.Peirano Maciel

Dom Demétrio Valentini

Médico

Bispo de Jales (SP) e presidente da Cáritas Brasileira

uando dormimos,entra em cena uma realidade a qual chamamos de atividade onírica, ou simplesmente, de sonhos, que povoam nossa mente, experiência com caráter diferente, sob ponto de vista religioso, científico e até cultural.

empos atrás a gente só fazia esta pergunta para fantasiar como seria a vida após a morte. Se não era possível descer a muitos detalhes, ao menos se sonhava São Pedro de bom humor, abrindo a porta para a gente ir entrando. As atenções se voltavam para o outro mundo.

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Através dos tempos, tem sido objeto de estudos e pesquisas pelas mais brilhantes inteligências. Podem ser discretos, leves,ou intensos,até dramáticos, chamados de pesadelos. Na Bíblia, tanto no Antigo como Novo Testamento, encontramos belíssimas passagens. Citemos, com especial destaque, os notáveis José do Egito e Daniel. Também pessoas comuns explicam os sonhos como mensagens ou profecias. Falemos de São José, cujo sonho fê-lo aceitar a incumbência ímpar de esposo de Maria e pai adotivo do Redentor. Podemos explicar tais fatos? Na verdade, são mistérios, na linguagem específica da Bíblia. Até hoje, há pessoas que interpretam seus sonhos de forma semelhante. Abordemos os aspectos científicos. Sigmund Freud, utilizando interpretações psicológicas, com sua teoria do inconsciente humano e sua ênfase no instinto sexual dominante, considera os sonhos fundados em desejos “reprimidos”, que assim buscam realizações. Durante muito tempo, esse autor, brilhante médico e psicólogo, gozou de prestígio, após publicar seu livro “Interpretação dos Sonhos”. Criou um sistema de símbolos bastante complicado e que na atualidade caiu totalmente em descrédito, pela sua arbitrariedade e falta de rigor científico. Mais verossímel é a teoria da “fixação ou recalque”, geralmente ocorrida na infância ou adolescência, que se manifesta por atitudes nervosas. Carl Young, psiquiatra suíço, merece mais destaque que Freud, pelas suas exaustivas pesquisas e teorias abrangentes. Os sonhos teriam o papel de mostrar aspectos negativos e transformáveis das personalidades. Não esqueceu a espiritualidade e criou o conceito de “arquétipos”, espécie de comunhão de mentes humanas. Sobra pouco espaço. Todo mundo sonha? Indubitavelmente, inclusive os nascituros. Os sonhos cumprem papel relevante na espécie humana, com funções de compensação e amadurecimento, mesmo inconscientes.

Paróquia São Manoel - 01/06 Urbano Zilles - 01/06 Carmen Cauduro Oliveira - 06/06 Miriam do Espírito Santo Vieira Heerdt - 13/06 Eduardo Teixeira Farah - 15/06

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Agora, com tantas mudanças em andamento, a pergunta vale para este mundo mesmo. Em meio ao ritmo alucinante de mudanças, nos perguntamos como será o dia de amanhã, como será a vida nos próximos anos. A pergunta é tão frequente, e angustiante, que muitas empresas já contratam futurólogos, para que tentem identificar estratégias de sobrevivência, num contexto de situações que mudam tão rapidamente. Um deles é o escocês Eamon Kelly. Ele aprendeu a pensar o futuro, constatando as mudanças radicais por que passaram trabalhadores nas minas de carvão na Escócia, que simplesmente foram desativadas. Ele faz algumas previsões, sempre aliadas a advertências. Supõe, por exemplo, que em poucos anos outros dois bilhões de pessoas no mundo serão integradas na economia mundial. Mas adverte que se esses dois bilhões assumirem o padrão de consumo dos americanos, seria necessário explorar cinco planetas como o nosso. Como só temos este, como se fará esta reeducação de costumes? O Brasil ainda festeja a descoberta de surpreendentes reservas de petróleo, no pré sal. Só o campo de Tupi poderia fornecer de cinco a oito bilhões de barris. Mas se perguntamos pelas consequências da queima deste petróleo, quantos milhões de toneladas de gás carbônico seriam lançadas ao ar? Em que medida iria colaborar para o aquecimento global, que já está ficando perigoso? Aí a pergunta sobre o futuro se reveste de angústia. E se o processo de aquecimento atingir um patamar de descontrole total,

numa dinâmica irreversível de mudanças climáticas, como ficará nosso planeta? Após a sua reciclagem total, quem sobraria para contar a história? Chegaria o fim da espécie humana? A pergunta pode ter incidências bem próximas e práticas. Como será o relacionamento entre as pessoas, que estarão com certeza superconectadas, mas com o risco de se desconectarem de valores vitais básicos, como a natureza, a família, a comunidade? Como ficará a vida sem este contexto salutar de convivência humana? Quem dará conta de administrar as tensões daí resultantes? Como ficará o sistema de comunicação através do rádio e da televisão, arduamente construído ao longo de décadas, se passar a ser usado sem nenhuma regulamentação e sem compromissos éticos? Como ficará o trânsito nas cidades e rodovias, se continuar o atual ritmo de novos veículos entrando em ação? Como ficará a vida e a economia quando finalmente se esgotarem as reservas de combustíveis fósseis? Faz cem anos, apenas, que o avião levantou vôo. Foram tantas as mudanças de lá para cá. Daqui para frente, serão muito maiores, e mais rápidas. Como constatou a Conferência de Aparecida, vivemos não só uma época de muitas mudanças, mas uma mudança de época. Como será? Quem viver, verá!


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GREJA &

COMUNIDADE

Solidário Litúrgico 2 de junho - 9o Domingo do Tempo Comum Cor: verde

1 leitura: Livro dos Reis (Rs) 8,41-43 Salmo: 116(117),1.2 (R/. Mc 16,15) 2a leitura: 1a Carta de S. Paulo aos Gálatas (Gl) 1,1-2.6-10 Evangelho: Lucas (Lc) 7,1-10 Comentário: “Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira o pecado do mundo”. Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa, mas dizei uma só palavra e serei salvo (cf 7, 6 e 7). Em cada Eucaristia, antes da comunhão, nos acostumamos tanto a ouvir estas palavras que elas se tornaram “paisagem”; a maioria dos fiéis nem se dá conta do seu significado bíblico, do contexto e por quem foram ditas. Quem fez esta profissão de fé e total confiança em Jesus era um oficial romano, pagão, segundo os conceitos da época, impuro perante as leis judaicas e que tornava impuro quem dele ou da sua casa se aproximasse. Jesus é o Senhor de normas e leis e não tem receio de expor-se, ir ao encontro do oficial e atender o pedido da cura de seu servo. Mas o oficial, sabendo que Jesus estava chegando, mandou dizer que não se preocupasse em ir até ele e que uma palavra de Jesus era suficiente para curar o seu servo. Isso motivou a chamada a

de atenção de Jesus aos que o seguiam: Nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé (7,9). O que chama a atenção neste episódio é a atitude de Jesus, a prontidão com que atende o pedido daquele “pagão”, estrangeiro, impuro, oficial romano e, portanto, representante e sinal visível da dominação romana. E, claro, odiado pelo povo judeu. Jesus interrompe sua pregação para dizer, com gestos e palavras, que no seu Reino, na sua “igreja” todos são bem-vindos e acolhidos. Carinho especial merecem exatamente os mais vulneráveis, os mais frágeis, os mais “pecadores”, os mais marginalizados. Naquele momento, Jesus agiu, coerente com sua sentença maior: “Eu não vim para salvar os justos, mas os pecadores”, os que estão fora, os excluídos, os que reconhecem, humildemente, que não são dignos, mas creem na palavra de Jesus que a todos cura, a todos acolhe, a todos salva. Comungar Jesus eucarístico é comungar a todas as pessoas que Deus coloca em nossa vida. Sem distinção.

9 de junho - 10o Domingo do Tempo Comum Cor: verde

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1a leitura: Livro dos Reis (Rs) 17,17-

Salmo: 29(30, 2 e 4.5-6.11.12a.13b (R/. 2a4b) 2a leitura: Carta de S. Paulo aos Romanos (Rm) 5,1-5 Evangelho: João (Jo)16,12-15 Comentário: Compaixão, um termo muito presente nos textos bíblicos do Novo Testamento. Ter compaixão significa “sentir com”, colocar-se no lugar do outro de mente e coração abertos, acolher o outro nas suas alegrias e tristezas, nas suas buscas, nos seus sonhos e desejos... é colocar-se na vida do outro. Porque somente assim se pode amar e acolher o outro a partir do outro. Como Jesus. No Evangelho deste domingo, Jesus está na sua missão de pregador da Boa Nova do seu projeto religioso, do seu Reino. Ao chegar perto da cidade de Naim, um cortejo fúnebre: uma viúva chora a morte de seu único filho, ainda muito jovem. O coração humano/divino de Jesus não se contém. Compadecido com aquele transe doloroso, ele se dirigiu à viúva e sua primeira palavra foi para ela: Não chores (7,13). A compaixão sempre

é consoladora e não olha para quem deve ser consolado. Simplesmente, se compadece e acolhe. Depois, Jesus vai até o caixão e dirige-se ao jovem: Eu te ordeno, levanta-te (7,14). E o texto conclui: O que estava morto, levantou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe (7,15). Neste ano, em que o foco da Campanha da Fraternidade e da Jornada Mundial da Juventude se voltam para o jovem, esta passagem de Lucas tem tudo a ver. É como se Jesus voltasse a dizer para muitas mães, para muitos pais, preocupados com seus filhos, vivendo em tantas situações de morte, “não chorem, eu estou aqui”. E repetisse para cada jovem: “levante-se, assuma sua vida, seus projetos, seus sonhos e esperanças. Sem medo, sem receio de espécie alguma, olhos postos no horizonte do perdão, da compaixão, do amor solidário. Ame com o mesmo amor que eu amei... o amor que ama o outro a partir do outro, de todos os “outros” que o Pai, na sua misericórdia, fizer seus companheiros de caminhada, de vida. (attilio@livrariareus.com.br)

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Catequese Católicos franceses falam sobre a catequese O que é a catequese? - A catequese não pode ser reduzida à transmissão de um simples saber, ela é o anúncio da Boa Nova do Evangelho para todos. - Neste sentido, a catequese é muito mais que uma moral, mais que uma disciplina ou uma pedagogia, ela é um caminho cujo percurso conduz ao reconhecimento e à acolhida de uma Pessoa presente entre nós, Jesus Cristo ressuscitado. Ela é convite e iniciação a seguir o Cristo e a viver dele. - Ela se nutre e se renova nas fontes da fé; esclarecida pela Palavra de Deus, vivificada pelos sacramentos, notadamente a Eucaristia. - Por estas razões, a catequese tem um lugar primordial na vida e na missão da Igreja e deve ter o primeiro lugar na preocupação das comunidades. Ela não pode restringir-se à primeira infância, deve abrir-se às pessoas em dificuldade, a todas as idades e a todas as gentes. - A palavra-chave que comanda a catequese é o Amor que Deus dá a todos, em Jesus Cristo. Finalidades às quais a catequese não pode escapar: - Permitir e propor às pessoas de nosso tempo e de todas as classes sociais ou culturais de ir ao coração da revelação e de viver esta fé. - Colocar em prática, sobretudo junto aos mais jovens, uma pedagogia apropriada à sua idade e ao seu tempo, ou seja, renovar sua expressão, seus métodos e proposições. Atenções particulares: • A acolhida e a escuta favorecem as relações humanas verdadeiras, respeitam as pessoas e sua história. Esta proximidade, esta convivialidade, se manifestará sobretudo junto aos que vêm pedir o batismo, o casamento ou por ocasião dos funerais. • A família é o primeiro lugar da catequese, daí a importância de dar formação aos pais. • A ligação com a comunidade, porque a catequese é afazer da comunidade. É necessário fazê-la tomar consciência de sua responsabilidade catequética. Sobre a pedagogia e os métodos usados: • Desentravar : A catequese abrange todas as idades e todos os meios, então, é preciso repensá-la num espírito mais amplo e renovar sua imagem. • Atenção às culturas e ao conhecimento do meio ao qual se quer transmitir a fé. A catequese, para uma melhor acolhida, deve oferecer um espaço para compartilhar os valores, as expectativas e os questionamentos. • Busca de uma linguagem de hoje: Encontrar as palavras mais adequadas que possam explicar a palavra e seu dom. • Apelo à memória: Aprender de cor uma oração, um salmo, não é uma pedagogia ultrapassada, mas uma terra boa para a semente do Evangelho. • Apelo à criatividade: Procurar os caminhos que permitam que cada um seja sujeito de sua fé e participe plenamente da vida eclesial. • Criatividade na ligação da catequese à vida espiritual com vistas a incitar a formação da consciência religiosa esclarecida. • Criatividade na ligação com a liturgia, com o mistério pascal, com os sacramentos, com toda celebração, que é onde acontece o nascimento da Comunidade. A catequese não se reduz a sessões semanais. Respostas dadas pelos franceses a uma enquete feita na França. Tradução de Deonira La Rosa


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Ilustrações: Pascom

Mantenedoras e Direções das Escolas Católicas tiveram encontro na Arquidiocese Entre as Arqui/Dioceses brasileiras, a Arquidiocese de Porto Alegre é a que possui o maior número de escolas católicas de ensino básico com 57 instituições. A busca de identidade entre estas escolas é uma ação da Igreja. Neste sentido, o Grupo de Trabalho de Educação da Arquidiocese realizou em maio o II encontro das Mantenedoras e Direções das Escolas Católicas. Mais de 30 representantes entre padres, religiosos/as e leigos/as participaram do encontro realizado na Sala João Paulo II, na Catedral Metropolitana. O encontro debateu como otimizar a integração entre as escolas católicas e a Arquidiocese de Porto Alegre. O arcebispo metropolitano, Dom Dadeus Grings e o bispo auxiliar e referencial do setor Educação no Regional Sul 3 da CNBB, Dom Jaime Spengler, participaram do encontro. Em sua fala de abertura, Dom Dadeus Grings destacou a mística comum que une as instituições: “Estamos aqui para pensar sobre o que podemos fazer em comum enquanto escolas católicas. Temos uma mística em comum e por isso queremos nos conhecer e trabalhar juntos”, disse. Dom Jaime Spengler destacou a iniciativa da Igreja no Brasil em aproximar e dar unidade às instituições católicas para que ajudem a fazer um diálogo nacional da Igreja e a sociedade. O bispo auxiliar motivou as escolas a sintonizarem-se neste objetivo comum:

“A pergunta é sobre como a Igreja pode se tornar acessível na sociedade hoje. A educação é o caminho. Em Porto Alegre, temos uma presença consistente das escolas católicas. Então, como poderíamos responder de uma forma mais sintonizada e contundente aos desafios que vêm da sociedade, hoje?” indagou. Representante do GT da educação da Arquidiocese, o religioso salesiano, Pe. Marcos Sandrini, enfatizou que a Arquidiocese de Porto Alegre empreende esforços para oferecer suporte às escolas: “Somos 57 instituições de ensino básico com 57 escolas de ensino básico, sem contar as creches e instituições de ensino superior. Há cinco anos, o GT da educação foi criado para não deixar nenhuma escola católica fechar e oferecer suporte às instituições. Este é um grupo que se reúne quase que mensalmente com a proposta de trabalhar a identidade da escola católica”, enfatizou. O encontro também oportunizou trabalhos em grupos para debate e elaboração de uma proposta de ajuda mútua da Arquidiocese para as escolas e das escolas para Arquidiocese. Os participantes apontaram a necessidade de uma maior integração entre as escolas e as paróquias, o trabalho com as provínciais e o fortalecimento da representação política da Arquidiocese na defesa das instituições católicas de ensino. O encontro foi concluído com a bênção do arcebispo metropolitano. Ilustrações: Pascom

Coordenação: Pe. César Leandro Padilha

Jornalista responsável: Magnus Régis - (magnusregis@hotmail.com) Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos pelo fone (51)32286199 e pascom@arquidiocesepoa.org.br Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa Facebook: Arquidiocese de Porto Alegre

“Pé na Estrada” em Esteio No sábado, 11 de maio, iniciou-se a construção da segunda edição do “Pé na Estrada”. Esta iniciativa é uma proposta de formação de multiplicadores da Pastoral da Juventude (PJ), que tem por objetivo integrar e animar os grupos de base do Vicariato de Canoas. A segunda edição do curso irá contemplar os grupos da Área Pastoral Esteio. O “Pé na Estrada Etapa Esteio” irá acontecer na Paróquia Imaculado Coração de Maria, com apoio do grupo de base JAC (Jovens Amigos Confirmados). O espaço para o pernoite está sendo organizado para que todos os participantes possam fazer a experiência teológica da amizade juvenil. A formação tem dois eixos básicos: a formação bíblica e a animação de grupos de jovens. A data foi alterada para os dias 29 e 30 de junho e nos próximos dias serão disponibilizados o folder e a ficha de inscrição no blog: pjcanoas. blogspot.com.br. Para mais informações, envie um e-mail para: pjcanoas@gmail.com.

Penitenciária Madre Pelletier teve Missa para as Mães

Dom Dadeus palestrou no encontro de Mantenedoras e Escolas Católicas

Padres do Vicariato de Canoas participam de reunião Os padres que integram o Clero do Vicariato de Canoas estiveram reunidos no dia 16 de maio, na Paróquia São Cristóvão de Canoas. A coordenação das atividades esteve a cargo do vigário episcopal de Canoas, Dom Agenor Girardi, MSC. O encontro debateu temas relacionados ao Vicariato Episcopal, dentre eles, a organização da ação social, realizada pelas paróquias do Vicariato. Este tema foi facilitado pela assistente social da Mitra, Marta Bangel e pelo diácono Carlos Prietto. A reunião foi concluída com um almoço oferecido pela paróquia São Cristóvão.

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RQUIDIOCESE

Dentro das celebrações em homenagem ao “Dia das Mães”, a Pastoral da Criança da Paróquia Nossa Senhora da Saúde promoveu na quinta-feira, dia 9 de maio, Missa pelas Mães na creche do Presídio Feminino Madre Pelletier. Nesse estabelecimento penal há uma ala destinada exclusivamente às gestantes e mães com filhos menores de um ano. A Celebração Eucarística foi presidida pelo Pe. Cesar Leandro Padilha.

Pastoral Vocacional lançou logotipo Uma imagem marcante para uma Pastoral fundamental. Agora, a Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Porto Alegre poderá ser identificada através de seu logotipo. A nova marca foi lançada durante a missa de Ordenação Diaconal de nove seminaristas. O arcebispo metropolitano, Dom Dadeus Grings, abençoou o logotipo. Cada vigário episcopal e os reitores dos Seminários receberam um banner com o logo, simbolizando a comunhão da ação vocacional nesta Igreja Particular. O designer da Pastoral da Comunicação (PASCOM), Nelson Silveira Pereira foi o idealizador do logo e destaca que “a composição contempla as cores litúrgicas, as vocações específicas, o solidéu do arcebispo, o primeiro animador

vocacional, a Cruz e a Igreja”. Durante a apresentação, o Pe. Claudio D’Angelo Castro, animador vocacional da Arquidiocese, destacou a importância desta ação: “Hoje, o mundo é da imagem. Com a criação do nosso logotipo queremos dar mais visibilidade à Pastoral Vocacional, às nossas ações”, enfatizou.

Seminário da Província Eclesiástica de P. Alegre

Em reunião no último dia 15 de maio, ocorrida no Seminário Maior São Lucas (Diocese de Caxias do Sul), o COMISE - Conselho Missionário do Seminário da Província Eclesiástica de Porto Alegre iniciou os encaminhamentos da sua primeira atividade oficial do ano de 2013, a Formação Missionária de Seminaristas (FORMISE) da Província, que será realizada no primeiro semestre deste ano. Estiveram presentes na reunião os seminaristas (cf. a ordem da foto): Marciano Guerra (Dioc. Caxias do Sul); Augusto Mércio Machado (Porto Alegre); Paulo Henrique da Rosa (Montenegro); Tiago Avila Camargo (Porto Alegre); Mateus Boldori (Caxias do Sul); Luiz Eduardo Dias Lima (Porto Alegre).


Porto Alegre, junho de 2013 - 1a quinzena

Apostolado da Oração Um século de caminhada em P. Alegre

Religioso foi partícipe da revolução ocorrida nas artes gráficas, tendo se adaptado plenamentre à editoração eletrônica depois de passar pelo chumbo e pelos clichês usados nas tipografias

Irmão Waldemar Bösing Perdi um grande amigo

P

ois Deus chamou o Irmão jesuíta Waldemar Bösing quando ainda gozava a plenitude dos seus 86 anos. Para mim, foi prematuro, pois o religioso ainda tinha muito trabalho pela frente. Aliás, a morte o encontrou em plena confecção do Familienkalender 2014, a versão em alemão do “Livro da Família” produzido pela Editora e Livraria Padre Reus, deixando atônitos a todos os que com ele conviviam na comunidade dos jesuítas, na Rua Duque de Caxias, e onde funcionam também a Administração e Redação do Solidário. Mas, como Deus tem planos para cada um de nós, e dos quais só Ele sabe, só nos cabe aceitar a partida do querido Irmão e rezar pelo descanso de sua alma. Conheci o Irmão Bösing há quase 10 anos, quando vim trabalhar no Solidário, e logo uma bela amizade se consolidou entre nós, não só pela troca de experiências em artes gráficas – ele era um grande conhecedor do setor gráfico, tendo atravessado, como eu, o período de transição entre o chumbo e o clichê e a editoração gráfica – mas também pelas conversas que tínhamos pelos corredores da Editora e pela troca quase diária de e-mails, que ele recebia e me repassava e vice-versa, assim como a outro contingente de amigos. Passado o choque da perda, já se pode sentir a sua falta. Não o vemos mais caminhando pelo pátio com sua bengala, nem recebo mais os e-mails com mensagens de otimismo, e nem mais os seus telefonemas, consultando com humildade sobre alguma dúvida em editoração (aliás, para um estudioso como ele, as dúvidas eram raras). Ficou só a lembrança de uma figura ímpar, doce e terna, exemplo de homem capaz, correto e justo. Fique com Deus, Irmão Waldemar! (Luiz Carlos Vaz, jornalista do Solidário)

Missa solene às 18h30min, dia 7 de junho próximo, marcará o centenário de fundação do Movimento Apostolado da Oração na Paróquia Madre de Deus Catedral, de P. Alegre. A celebração será presidida por Dom Dadeus Grings, arcebispo metropolitano de P. Alegre. Nos dias 4, 5 e 6 de junho, sempre às 18h30min, haverá tríduo de preparação para tão significativa data. O convite é do pároco Pe. Carlos Gustavo Haas e de Eda Rojo, presidente do Movimento na Paróquia.

Conscientização alimentar

Campanha do Agasalho na PUCRS

É o objetivo do trabalho que alunos e professores do Instituto de Educação S. Francisco estão buscando com estudo da evolução de uma horta escolar. A iniciativa foi finalizada com uma apresentação teatral: de um lado um grupo que cultiva bons hábitos e de outro o que cultiva péssimos hábitos. O objetivo é mostrar aos estudantes as vantagens de se cultivar o consumo de bons alimentos.

Roupas de inverno, cobertores e calçados em bom estado podem ser depositados em caixas coletoras distribuídas nas Faculdades, no Centro de Pastoral e Solidariedade e na Gerência de Recursos Humanos, até quatro de junho próximo. As doações serão divididas entre as instituições sociais conveniadas à Associação do Voluntariado e da Solidariedade (Avesol) e organizações sociais que solicitam atendimento à Universidade. A expectativa é superar a arrecadação do ano anterior, que foi de três mil itens.

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