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Páginas 4 e Destaque

> José Manuel Gonçalves - Presidente da CMPR

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> Gabriel Martins - Diretor Executivo do ACES Marão e Douro Norte

Destaque

cumprir um conjunto de regras, em especial no que diz respeito a salas de espera, como o distanciamento social, entre outras. Paralelamente temos ainda alguns constrangimentos ao nível dos sistemas de informação com as redes. Com a necessidade cada vez maior de termos bandas largas com mais capacidade e cobertura, sob pena de começar a impossibilitar a utilização de Centros de Saúde em áreas mais periféricas, temos por exemplo, muitos problemas com as extensões, nomeadamente ao nível da necessidade que temos de banda larga para o funcionamento dos sistemas de informação. Hoje em dia a medicina e as profissões de saúde assentam num conjunto de plataformas informáticas que sem elas praticamente não se consegue trabalhar. Se falhar um computador o médico não tem acesso ao processo clínico do paciente. Portanto, todo este conjunto de constrangimentos podem ser resolvidos precisamente com o projeto de reestruturação do Hospital D. Luiz I com a alocação das USF’s e da UCC no edifício. Para nós este projeto foi uma janela de oportunidade de podermos oferecer aos utentes um serviço melhor, em condições melhores, com instalações renovadas e gabinetes médicos com todas as condições. Do ponto de vista dos serviços médicos aos nossos utentes vimos aqui uma oportunidade de melhoria significativa. Outra vantagem deste projeto é a mais valia de podermos ter em funcionamento o serviço de atendimento urgente ao longe do 24 horas, indo de encontro às necessidade da população, dando oportunidade a que utentes de vários concelhos, como Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião, tenham onde se deslocar sem terem que ir a Vila Real, por exemplo. Tudo isto somado acho que está demonstrado que o ACES Marão e Douro Norte tinha todo o interesse em se juntar a este projeto da autarquia. Cada vez mais as políticas locais de saúde têm obrigatoriamente, e mais uma vez a pandemia assim o tem demonstrado, que ter soluções que sejam encontradas localmente através de algumas parcerias com outras instituições, mesmo havendo um fio condutor nacional. Não lhe vou chamar um sistema local de saúde porque isso tem outras implicações mas há um conjunto de parcerias locais que devem ser formalizadas. As necessidades diferem de concelho para concelho ou de distrito para distrito e as soluções que se adequam no Porto ou em Matosinhos, certamente que não se adequam no interior. Há que pensar nestas parcerias como um sistema embrionário para algo maior de futuro, algo que se possa transformar mesmo numa estrutura autónoma de gestão de estratégias de saúde, partilhando recursos, evitando desperdícios e tornando o sistema cada vez mais eficiente. Eu penso que a própria tutela já deu um sinal de que isso é uma necessidade a partir do momento em que transfere competências para os municípios, só esse gesto já traduz que cada vez mais temos que apostar em que várias estruturas da comunidade tenham competências efetivas na área da saúde”. Por seu lado, Manuel Mesquita, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Peso da Régua sublinha o papel da instituição na atividade regular na área da saúde, salientando a importância da remodelação do edifício. “A misericórdia tem na sua génese e na sua atividade regular a área da saúde, tendo por isso a propriedade do atual Hospital D. Luiz I e a sua gestão antes de ser nacionalizado. Este projeto aparece suportado na necessidade de criar em Peso da Régua necessidades de resposta na área da saúde, assentes num modelo inovador e potenciador de sinergias entre um conjunto de entidades, tendo autarquia e a misericórdia um papel liderante. Este projeto assenta valorização das parcerias locais e regionais que pode ser um exemplo, no êxito que o poder político local e uma Instituição Social se podem unir na defesa do património e no bem estar das suas populações, na qual o ACES apoiou, acompanhou e lutou para que fosse coroada de sucesso. Também é necessário realçar a importância na recuperação de um edifício ícone da nossa cidade e que durante décadas foi uma referência na área da saúde no norte de Portugal. A recuperação deste imóvel é de vital importância devido à sua crescente degradação desde que a estratégia para a saúde foi alterada com o evidente prejuízo para as gentes do Douro. Vamos ter uma unidade de saúde que vai dar uma resposta mais abrangente nos serviços prestados, com um serviço complementar urgente a funcionar 24 horas, com Rx e análises clinicas, com uma Unidade de Convalescença com 30 camas para receber todos os casos de internamento com períodos de recuperação temporal até 30 dias, assim como melhorar as condições de funcionamento das USF´s e unidade de cuidados à comunidade. Estou certo que este projeto, será o início de uma dinâmica que irá crescer no futuro assente neste conjunto de parceiros e que novas respostas na área da saúde irão surgir e que vão proporcionar aos reguenses e a este território serviços de proximidade, qualidade e eficiência”. O projeto supera os 3 milhões e deverá estar concluído em 24 meses A requalificação do edifício será superior a 3 milhões de euros de acordo com as propostas que a autarquia tem recebido e que neste momento se encontram em apreciação. Neste momento já temos as propostas dos vários candidatos para realizar a empreitada. Está a decorrer a audiência prévia do relatório preliminar, se tudo correr bem, se não houver qualquer tipo de contestação o relatório final será levado a reunião de câmara e vamos proceder à adjudicação. Há depois os prazos legais a cumprir em especial no que diz respeito à analise do Tribunal de Contas e depois podemos avançar com a obra de requalificação completa do espaço, que deverá rondar os 3,3 milhões de euros, com um prazo de 24 meses e que esperamos que seja cumprido”, afirma José Manuel Gonçalves. ▪

Lamego Caretos de Lazarim em casa no caminho para a UNESCO

O Entrudo de Lazarim é uma festa que já ultrapassou as barreiras da vila transformando-se num símbolo do concelho de Lamego na promoção turística nacional e internacional. Este ano, devido à pandemia da Covid-19, os caretos não saem à rua e os milhares de turistas não trarão alegria à vila que aguarda a conclusão do processo de elevação desta tradição a Património Cultural e Imaterial da UNESCO.

Apesar do anunciado tom saudosista da conversa que se avizinha, é recorrendo ao humor que Adão Almeida, um dos mais antigos artesãos das máscaras de Lazarim, dá o aperitivo. “Se eu tivesse 20 anos uma coisa lhe garanto, um careto ia à rua (risos…) Eu tinha que ir à rua com ela, viesse de lá a fiscalização ou quem fosse… Até é uma máscara por isso protege contra o Covid (risos…)”. Já num tom mais sério conclui a sua ideia, “não com o povo todo, obviamente, mas era bonito que dois ou três caretos saíssem à rua, a passear no povo para que as pessoas os pudessem ver da sua janela. Pelo menos o nosso povo marcava o dia. Passar este ano sem ver um careto na rua vai ser muito triste”. Este ano a celebração foi feita de forma diferente, os caretos apareceram, mas em vez do tradicional desfile as máscaras estiveram penduradas nas portas das casas dos moradores da vila. “Na minha infância as coisas eram diferentes, quando era ainda um miúdo os caretos saíam à rua mais para beber um copo, iam batendo às portas e animavam o povo. Depois, mais tarde, tinha eu os meus 16, 17, 18 anos, por aí, queimávamos a comadre e líamos o testamento, que habitualmente falava mal das raparigas da aldeia, e isso causava alguns problemas com alguns pais a quererem bater-nos (risos…). Com o passar dos anos foram percebendo que era uma brincadeira e com a chegada dos turistas para verem as nossas tradições tudo passou a ser levado com mais leveza e agora até acham piada ao que o testamento diz”, conta-nos Adão Almeida. O turismo é efetivamente uma mais valia para a vila que se enche de gente para assistir às celebrações do entrudo que as gentes de Lazarim se orgulham de mostrar. “O turismo trouxe outro valor a esta tradição, mesmo nós valorizamos mais tudo isto. Antigamente havia caretos que saiam à rua só para bater, algum ajuste de contas, se alguém perguntasse tinha sido um careto, não se sabia quem era. Agora não, agora vive-se mais o entusiasmo de mostrar às pessoas a nossa tradição”. Um dos problemas das tradições é o seu desaparecimento com a chegada das novas gerações, contudo, em Lazarim isso não é um problema, reconhece Adão Almeida. “Felizmente ainda há vários artesãos nesta área, só eu, aqui no meu espaço, já formei 5 artesãos que agora fazem as suas próprias máscaras”.

Autarquia fala em tristeza e esperança

A tristeza pela ausência dos Caretos nas ruas da vila é também “uma grande tristeza” para o autarca lamecense, Ângelo Moura que desafiou os artesãos das máscaras a colocarem um careto à porta de sua casa “simbolizando esta passagem”. O autarca afirma que apesar do “acentuado decréscimo dos casos diários, à imagem do que acontece a nível nacional, esta ainda não é a altura para aligeirar os cuidados, em especial no que diz respeito às regras sanitárias impostas pelas autoridades, como o distanciamento físico”. Apesar do dia ser vivido com menos alegria, Ângelo Moura refere que este é também um dia de esperança para os lamecenses. “Hoje, no nosso município, iniciamos uma nova fase da vacinação com esta a chegar à população mais idosa, mais vulnerável. É uma mensagem de serenidade, tranquilidade e esperança de que as máscaras e o Entrudo de Lazarim voltarão em 2022”.

> Adão Almeida, artesão

candidatar a máscara e o Entrudo de Lazarim a Património Cultural e Imaterial da UNESCO. “Foi um propósito que colocamos desde a primeira hora”, afirma o autarca. “Quando manifestamos esta ideia, em 2018, tínhamos a noção que este seria um caminho longo, durante o qual teríamos que dar passos sustentados e certos. É isso que estamos a fazer. Ao longo desta primeira fase temos feito várias ações, nomeadamente a inventariação e catalogação das máscaras existentes. Neste momento estão inventariadas e catalogadas mais de meio milhar de máscaras, muitas espalhadas pelos quatro cantos do mundo, desde o Canadá, aos EUA, Brasil, Japão… constituindo coleções particulares de instituições de grande afirmação mundial. Fizemos também diversas ações para envolver a comunidade, de sensibilização e preservação. Uma aposta essencialmente em ações de salvaguarda deste património”. Os “passos firmes” que o autarca refere têm sido condicionados por acontecimentos alheios ao município, que têm condicionado o andamento da candidatura. “De facto ao longo destes 3 anos outras factualidades surgiram, uma saudação para a elevação dos Caretos de Podence a Património Imaterial em dezembro de 2019 que todos aplaudimos e que nos dá também alento no nosso sucesso. Depois veio março e a pandemia que nos arrastou para um confinamento mundial com as consequências que todos conhecem. Foram dois acontecimentos, um positivo, outro negativo, que também têm condicionado todo este processo”. Apesar de tudo isso, na hora do balanço deste processo, Ângelo Moura destaca ainda outro momento crucial para esta tradição carnavalesca, anunciando que até ao final deste ano a máscara e o Entrudo de Lazarim farrão parte do Inventário Nacional Cultural e Imaterial. O autarca afirma finalmente que o município vai “iniciar um trabalho na construção de um Plano de Salvaguarda”, com vista a alcançar o objetivo de ter “as máscaras e do Entrudo de Lazarim na lista de Património Cultural e Imaterial da UNESCO, num futuro que todos desejamos o mais breve possível”. Para o artesão Adão Almeida a distinção da UNESCO seria a “distinção máxima” para um trabalho que ajuda a perpetuar e que “faz parte do povo de Lazarim”. Com dificuldade em escolher as palavras que representem o que esta distinção poderia significar, Adão Almeida afirma que “seria uma orgulho muito grande”. ▪

Serviço “take-away literário”

A Biblioteca Municipal de São João da Pesqueira criou um serviço de entrega de livros ao domicílio durante este novo confinamento decretado por causa da Covid-19. O serviço de “take-away literário” visa ajudar a ultrapassar o isolamento com os livros e a leitura, cumprindo todos os procedimentos exigidos de proteção. Quem quiser aderir ao serviço pode fazê-lo consultando o catálogo online no site pacweb.sjpesqueira.pt e enviando mensagem ou e-mail, ou fazendo uma chamada telefónica, indicando os títulos dos livros ou documentos pretendidos. O serviço está disponível de segunda a sexta-feira, entre as 9h00 e as 17h30, e também durante os fins de semana. Os números de telefone são 254489987 (apenas disponível durante os dias úteis) e 925200370. Os contactos de e-mail são biblioteca@sjpesqueira.pt e manovais@sjpesqueira.pt. ▪

São João da Pesqueira

Município entrega testes aos bombeiros do concelho

O Presidente da Câmara Municipal entregou aos Bombeiros Voluntários de S. João da Pesqueira e aos Bombeiros Voluntários de Ervedosa do Douro, 100 kits de testes rápidos antigénio para a COVID-19, a cada uma das corporações, por forma a regularmente testarem os seus operacionais. Foi ministrada também formação para a sua aplicação. Entende-se como pertinente que se testem regularmente os seus operacionais expostos que estão diariamente na linha da frente no combate a esta pandemia. O Município agradece e reconhece assim o papel ativo e muito relevante dos Bombeiros Voluntários do Concelho. ▪

Cedência de internet / bandas largas e computadores

O Município de S. João da Pesqueira disponibilizou um pacote de internet (bandas largas) e, em parceria com o Agrupamento de Escolas, diversos computadores / tablets aos alunos que não possuem estes serviços e equipamentos, de forma a apoiar o ensino à distância neste período de Confinamento Geral provocado pelo aumento de casos de COVID 19. Não obstante o Município de S. João da Pesqueira dispor de uma rede de internet wireless gratuita em todo o concelho, há locais onde a rede é inexistente ou o seu sinal não permite uma utilização adequada. Por forma a assegurar um acesso equitativo de todos os alunos às aprendizagens neste contexto não presencial, o Município disponibilizou Internet a 35 alunos dos escalões A e B. ▪

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