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Páginas 12 e Entrevista

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Entrevista

Para nós, era a repressão e a falta de liberdade emocional e intelectual. Para outros, era a tortura e a fome. Londres deu-me a liberdade de olhar para o meu país. Nunca o deixei-completamente. Trazia Portugal para Londres e pintava-o lá.

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E considera que o nosso Estado nacional, está bem tal como está, ou precisaria literalmente de um novo Estado? E de que forma e à luz de que modelo acha que deveria ser?

Não precisamos de um novo «Estado novo» de maneira nenhuma: que ideia! Não existe modelo perfeito. Mas desde que haja liberdade e a opção de mudar quem nos dirige, já não é mau.

Entre algumas das condecorações oficiais pelo Estado Português, é também Dama Comandante da Ordem do Império Britânico. Esta distinção acabou por pesar mais, pelo facto de ter fixado residência em Londres, onde vive?

Não é uma questão de peso. Tenho passaporte Britânico desde 1959, mas isso foi sinal de que fui aceite, que fazia parte da vida de cá. E é extraordinário.

Em 2007, foi homenageada pela «Bienal do Douro», região onde também teve algumas vezes obras expostas, inclusive em Chaves, no ano 2020. Se tivesse de descrever, pintando, o que é o Douro em si e para si, qual seria o resultado?

Já tive exposições maravilhosas no Norte. Serralves (Porto), por exemplo, é um museu espetacular. Até agora, a única obra que eu pintei sobre a região do Douro foi «Os Bombeiros de Alijó». Tinha passado uns dias, com o meu marido e os meus pais, numa pousada em Alijó. Quando nos levantámos tinha nevado e houve uma procissão de homens a dançar, vestidos com casacos de palha e sem sapatos nos pés. A Tate – Museu Nacional de Arte Moderna do Reino Unido – comprou essa pintura.

Sente uma forte ligação ao Douro, mesmo que espiritual, tendo em conta a tradição do vinho do Porto e respetiva relação histórica com os ingleses? E é normal o consumo deste vinho em festas britânicas?

Há quem goste muito do vinho do Porto na Inglaterra. Era tradição beber sempre um pouco, depois do jantar, mas não tanto na nossa casa. Eu prefiro o vinho verde.

Entre os 177 e os 382 milhões encontra-se o «top3» dos quadros mais caros alguma vez vendidos, de L. Da Vinci, W. Kooning e J. Pollock, respetivamente. Daria todo esse dinheiro para obter obras-primas de mestres mundiais como esses ou outros que se encontram no «top10» (Cézanne, Gauguin, Picasso, Rembrandt, etc.)?

Se eu tivesse esse dinheiro todo comprava um Picasso. Era um génio! Mas fica melhor pendurado num museu, para todos o verem.

Foto: DR

> The Firemen of Alijo Ou acha que a área comercial e leiloeira nem sempre respeita a essência dum quadro? Só o nome do artista e o estilo fá-lo ser mais ou menos dispendioso? E, nesta análise, que opinião tem sobre ter tido um quadro seu vendido em leilão por 1.614.795 euros? (o mais alto em obras suas)

Com os leilões nunca se sabe o que vai acontecer. Até me espanta, porque eu vendi esse quadro, há muito tempo, e por muito menos.

Muitas das suas obras têm / tiveram uma imersão na literatura clássica e no folclore tradicional. Qual o livro e o motivo que lhe marcou mais, desde a sua leitura até à conceção artística com maior impacto na sua pintura?

Os contos tradicionais nunca perdem o poder.

Também a misoginia no mundo das artes a marcou e contra a qual se debateu. Sente que essa luta resultou ou ainda é saliente o desprezo, o preconceito e a exclusão feminina?

Menos que em tempos passados. A Josefa D’Óbidos, cujo trabalho eu sempre apreciei, deve ter tido bastante dificuldade.

Através do documentário sobre si, do seu filho Nick, para a BBC, soubemos da sua batalha contra a depressão. É uma batalha vencida?

Nem por isso. O meu pai também sofria de depressão. Agora ando bem, apesar da maçada com esta vida do vírus.

difícil e recorrente atualmente, que conselhos dá a quem possa estar a vivê-la?

Se puder, trabalhe. E evitar beber demasiado vinho do Porto.

A nível da política europeia-mundial sente que se vive já os efeitos, amenos ou drásticos, do «Brexit»? Concorda com esta saída da UE?

Sempre pensei que era má ideia, muitíssima má. Já que a Inglaterra faz parte da Europa.

Se tivesse de fazer um registo autobiográfico, considera que o seu movimento estético veio trazer novos conceitos e performances ao modernismo e à arte contemporânea?

Eu não tenho um estilo nem um movimento. Eu faço o que posso.

Pressupondo que continua a pintar – e tendo em conta que Nadir Afonso, cujo centenário estamos a celebrar, pintou até aos 92 anos –, qual a nova história na qual se tenta apropriar e recriar, com ela mesma?

Pois não sei, como é que eu posso saber? O que me interessa, de momento, é pintar a Nossa Senhora, na qual estou à volta, com uma pintura da Sagrada Família.

Por fim, e como é habitual neste jornal, solicito à pessoa entrevistada uma mensagem final e motivacional, de carácter positivo e alento face aos tempos pandémicos que vivemos. O que lhe inspira dizer a quem nos lê?

Confiança, isto vai passar! Entretanto, esperemos. ▪

Região Vinho do Porto foi a bebida de eleição no Natal

De acordo com um estudo de mercado desenvolvido pela Multidados, o Vinho do Porto foi a bebida licorosa mais consumida na época natalícia.

Olhando para os dados apresentados, 41,1% dos inquiridos afirmam que a sua bebida espirituosa para o Natal foi o Vinho do Porto, seguido pelo Licor Beirão (35,3%) e os Baileys (25,1%). O Néctar duriense é também a bebida espirituosa eleita pelos portugueses, 30,6% dos inquiridos afirmam ser a sua favorita, batendo o Licor Beirão (21,3%) e os Baileys (9,1%). Dentro do Vinho do Porto também foram auferidas as marcas favoritas dos portugueses com destaque para a marca Velhotes (5,3%), seguida de perto pela Ferreira (5%), e pela Cálem (1,5%).

George Sandeman - Chanceler da Confraria do Vinho do Porto

Sem dúvida que são bons indicadores. Sabemos o quão importante o Vinho do Porto é para os portugueses e em especial na época Natalícia. Da mesma forma não nos surpreende o decréscimo face a 2019, uma vez que o Vinho do Porto está muito relacionado com os convívios em Família que, mesmo tendo sido realizados por alguns no último Natal, foram claramente reduzidos e/ou celebrados com um menor número de elementos.

António Saraiva – Presidente AEVP

O Vinho do Porto ao longo dos anos, foi-se tornando incontornável em certas ocasiões como o Natal e a Páscoa, e alguns momentos considerados de exceção, no chamado Porto de Honra, pelo que o resultado deste estudo de mercado, confirma o que de alguma forma se esperava. O nosso sector tenta desde há alguns anos, democratizar o consumo do Vinho do Porto, extraindo-o apenas destes momentos, e o sucesso dos Cocktais com Porto, mostra como o nosso Vinho continua a ser jovem e atual, e tem inúmeros momentos de consumo que os Portugueses ainda tem que descobrir. Não obstante as vendas em Portugal caíram 31,1% em volume e 36,4% em valor devido à ausência do turismo, cuja presença teve também a particularidade de dar a descobrir aos Portugueses quão apetecível é um copo de Porto bebido em aperitivo ou digestivo, fresco e com moderação. Obviamente Vinho do Porto é uma marca coletiva, mas que só se afirma graças às grandes marcas Nacionais e com prestígio Internacional, como revela este estudo o que é gratificante.

Gilberto Igrejas – Presidente IVDP

Sempre que o consumidor elege o Vinho do Porto como a sua bebida preferida, é uma excelente notícia. No entanto, sabemos que, apesar dos portugueses conhecerem e reconhecerem o Vinho do Porto como um dos melhores e mais emblemáticos vinhos do mundo, paradoxalmente, reduzem o seu consumo a momentos solenes e a um target em que os jovens, praticamente, não têm expressão. Se tínhamos alguma dúvida sobre este perfil do consumidor português, as mesmas foram dissipadas com a crise no setor HORECA e do Turismo, provocadas pela Pandemia, que determinaram quebras expressivas nas vendas de Vinho do Porto no mercado nacional. Tem sido estratégia do IVDP, nas suas ações de promoção no mercado nacional, reformular a perceção e a relação que o consumidor tem com o Vinho do Porto. Trata-se de um desafio, também geracional, para conquistar relevância junto de um público mais jovem, através da associação a bons momentos da vida, de socialização e convívio, rompendo com o padrão atual, descomplicando a forma de consumo, por exemplo, através do recurso à mixologia. No final de 2020, implementámos uma campanha publicitária intitulada #Onde levas o teu Porto, nas televisões, imprensa escrita e digital, redes sociais, MUPI e influenciadores que teve o objetivo de trazer uma nova linguagem para o Vinho do Porto. Através do apelo direto ao consumo moderado, concentrando as mensagens num discurso leve, claro e mobilizador, chegámos aos mais jovens, implementando a bebida em ambientes mais cosmopolitas e descontraídos e, ao mesmo tempo, demonstrámos a qualidade e a diversidade dos Vinhos do Porto e do Douro, consolidando o reconhecimento das marcas junto do consumidor.

Sabrosa

Bandeiras Verdes Eco-Escolas atribuídas novamente às escolas de Sabrosa

A Escola EB2,3/S Miguel Torga e o Centro Escolar Fernão de Magalhães, em Sabrosa, foram, mais uma vez, distinguidas com a Bandeira Verde Eco-Escolas, atribuídas na sequência das práticas desenvolvidas por estes estabelecimentos escolares ao longo do último ano no âmbito da sustentabilidade ambiental. Para oficializar o feito aconteceu a cerimónia do hastear da bandeira verde, simbólica desta atribuição aos dois estabelecimentos de ensino, num momento que contou com a presença de vários representantes escolares e municipais, incluindo o presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Domingos Carvas, que, mais uma vez, demonstrou a sua satisfação por esta distinção “ que valoriza todo o trabalho e intervenientes no projeto”, dizendo também que este “ é o reflexo das políticas que vêm sendo desenvolvidas pelos responsáveis escolares, em parceria com o município, neste sector”. Considerou também que todo este trabalho contribui para a diminuição da pegada ecológica e para a desenvolvimento no terreno das responsabilidades e preocupações ambientais tidas pela escola e o município, que está comprometido em apoiar todas as práticas que se desenvolvam neste âmbito. Para a Escola EB2,3/S Miguel Torga é o sexto ano consecutivo em que é galardoada com a Bandeira Verde do Programa Eco-Escolas. Por sua vez, o Centro Escolar Fernão de Magalhães vê-lhe atribuído este galardão pelo terceiro ano consecutivo, ambas as escolas por implementarem várias práticas no âmbito da preservação do ambiente. ▪

Município de Sabrosa na lista dos primeiros 10 concelhos do ranking de fundos Portugal 2020 aprovados por habitante por concelho

Segundo a análise da intensidade de fundo aprovado por habitante para operações do meio municipal apoiadas no âmbito da Política de Coesão na Região do Norte, o município de Sabrosa encontra-se nos 10 primeiros concelhos do ranking. No ranking em questão, 10 concelhos de baixa densidade destacam-se por uma intensidade de apoios superior a 1.000€ por habitante. Neste sentido, Sabrosa destaca-se, sendo o valor do fundo aprovado por cada habitante de 1.161 €, superior ao triplo da média do fundo aprovado por habitante para a região norte que é de 335 €. Os dados constam na publicação oficial da CCDR-N (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte) “NORTE UE Dinâmicas dos fundos europeus na Região do Norte”, de dezembro de 2020. O Órgão de Acompanhamento Os resultados alcançados são consequência da estratégia implementada pelo executivo municipal, fazendo do rigor e da capacidade para investir em projetos capazes de obterem financiamento comunitário uma prioridade, aliada à capacidade técnica que o município de Sabrosa tem evidenciado na preparação e submissão adequada das candidaturas. ▪

Requalificação do Largo do Terreiro em Gouvinhas

O Largo do Terreiro, em Gouvinhas, foi recentemente requalificado, com intervenções ao nível da repavimentação existente, da organização do espaço destinado a estacionamento, das suas estruturas de suporte e da remodelação sua rede elétrica. O projeto implementado pretendeu promover a qualificação da área de intervenção preservando as características intrínsecas do lugar, assumindo o desenho da obra os principais traços orientadores existentes, sendo regulado o perfil do arruamento e da área de aparcamento automóvel. Também os muros de xisto que suportam aquele espaço foram alvo de intervenção, sendo reabilitados e reconstruídos os que se encontravam danificados e com necessidade de atualização. Para além da atualização da rede elétrica da área abrangida, foi também colocado um novo abrigo de passageiros, com modelo atual e enquadrado nas intervenções efetuadas. Esta é mais uma intervenção que vai ao encontro das preocupações do executivo municipal em intervir e trabalhar transversalmente no concelho para as suas populações. ▪ das Dinâmicas Regionais do Norte, analisa e compara os resultados dos fundos disponibilizados pelos diferentes programas de apoio aos investimentos dos municípios. Este Organismo ressalta os valores observados nos concelhos de baixa densidade, tendo por base a intensidade dos fundos aprovados para operações da esfera municipal, onde se incluí o município de Sabrosa.

Travessa da Tapada do Senhor e Travessa da Rua Central, em Souto Maior, pavimentadas em calçada em cubo Elevador no edifício dos Paços do Concelho para promoção de acessibilidade a todos os munícipes e visitantes

A Travessa da Tapada do Senhor e a Travessa da Rua Central, em Souto Maior, foram intervencionadas ao nível dos seus arruamentos, sendo pavimentadas em calçada em cubo. Intervenções há muito desejadas pelos seus moradores, estas obras foram executadas pela Câmara Municipal de Sabrosa no âmbito da intervenção de proximidade que o executivo municipal desenvolve no concelho para solucionar as necessidades da sua população. ▪ O edifício dos Paços do Concelho do Município de Sabrosa viu-se recentemente dotado de obras de adaptação para a promoção de acessibilidade com a colocação de um elevador. Agora, o acesso a todo o edifício da Câmara Municipal de Sabrosa está mais facilitado e cómodo a todos os munícipes e visitantes, especialmente aos que apresentam mobilidade condicionada. ▪

XV JORNADAS COOPERATIVAS

SÃO JOÃO DA PESQUEIRA SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO DO INTERIOR - DOURO

ORGANIZAÇÃO:

XV JORNADAS COOPERATIVAS SÃO JOÃO DA PESQUEIRA Investir nos portugueses, desenvolver o interior

Álvaro Amaro Deputado do Parlamento Europeu

A dimensão dos impactos da pandemia obrigaram a na resposta robusta da UE. O Pacote de Recuperação Europeu, permitirá injetar na economia 1824,3 milhares de milhões de euros nos próximos 7 anos (perto de 61 mil milhões para Portugal), cabendo 1099,7 milhares de milhões de euros à rubrica orçamental “Coesão, Resiliência e Valores”. Em Bruxelas, temos lutado por uma Politica Agrícola (PAC) adequadamente financiada e por um período transitório de 2 anos. Os 387 mil milhões de euros da nova PAC (10,141 mil milhões para Portugal) garantem aos consumidores europeus o acesso a alimentos seguros e suficientes, a preços acessíveis e promovem uma produção e sistemas alimentares mais sustentáveis, sem comprometer a resiliência do setor e a vitalidade das zonas rurais. Caberá ao Governo aplicar estes apoios sem paralelo na nossa história recente, para que os portugueses, mas principalmente as gentes do interior, possam perspetivar uma vida com futuro na sua terra. É por isso que temos defendido um Pacto Europeu para as Regiões de Baixa Densidade, de forma a inverter o inverno demográfico a que estas Regiões foram votadas! E a Presidência Portuguesa da UE, que se inicia em janeiro, será a oportunidade para perceber o nível de compromisso do Governo para com os complexos desafios vividos por estas Regiões, nomeadamente no que diz respeito à nova visão de Longo Prazo da UE para as Zonas Rurais, previsivelmente apresentada durante a nossa Presidência. Esta é uma oportunidade que Portugal não pode desperdiçar!

O Papa Francisco, na Encíclica Laudato Si, relembra o cuidado a ter sobre a Casa Comum. Em grego, Casa, diz - se OIKOS, que significa ambiente habitado, família, templo, bens. A “ECO-LOGIA” formada pelo prefixo eco, procedente do grego oikos, com o sufixo grego -logía, associado ao vocábulo logos, em referência à palavra e ciência propriamente dita, desafia o ser humano a consciencializar – se que, também, é uma criatura deste mundo, não podendo deixar de considerar os efeitos da degradação ambiental, do modelo atual de desenvolvimento e da cultura do descarte sobre a Vida. Por que a desigualdade não afeta apenas os indivíduos, mas países inteiros, e obriga a pensar numa ética de relações internacionais. Devemos viver um verdadeiro COOPERATIVUS (latim), isto é, redescobrir propósitos e intenções para procedermos em conjunto e cumprir um objetivo comum. O Douro tem uma relevante “Ecologia”, possuindo uma matéria prima especial, e diferenciadora, do restante território Nacional. Património ligado à natureza, vinha e vinho. É impreterível um “Cooperativus”, na área Classificada como Património Mundial, na sua riqueza Histórico Cultural, Arqueológica, Natural, Social e a simpatia, tranquilidade e segurança da comunidade anfitriã. Com efeito, ainda há uma verdadeira «dívida ecológica». O ano de 2020, com esta marca particular que o caracteriza – um ano de pandemia! -, exige de todos nós a reorganização de todas as atividades. A necessidade, emergente, de reforçar os laços culturais, sociais e económicos, o Douro Internacional (Portugal e Espanha), nomeadamente com reativação da linha do Douro, será uma confluência de interesses para um território comum e seu desenvolvimento. Tudo isto, leva a pensar ou “repensar” as oportunidades para sectores importantes da economia, que possam lançar novas cooperações e novas ações de dinamização de sectores importantes, BASEADOS NUM PASSADO COMUM EM TERMOS CULTURAIS E NATURAIS. O turismo, como por exemplo, é o sector ideal para catapultar uma nova cooperação. Os locais de baixa densidade populacional, como são as aldeias do interior, irão vivenciar uma procura reforçada, o que poderá constituir um valor para o futuro, na revalorização e promoção destes destinos de baixa densidade e num reequilíbrio da atividade na totalidade do território português, servindo, assim, um bem comum, mais alargado. A articulação intersectorial é decisiva! Uma política de turismo (traduzida num Plano de Turismo) tem de ser inclusiva e abrangente. É um “erro” primário não promover uma visão integrada de todos os sectores e agentes económicos. Todas instituições deveriam estar envolvidas, permitindo a criação de redes de ligação, coordenação e cooperação entre os diversos agentes e atores institucionais, quer de âmbito, local, regional e nacional. O trabalho em rede, possibilita uma base para a formulação de produtos coerentes, que podem ser objeto de uma promoção integrada e devidamente direcionada para segmentos de mercado alvo com uma oferta turística num tecido geográfico mais alargado, criando oportunidades de desenvolvimento local para todos, sobretudo nos espaços de menor procura; sempre no respeito pela identidade e equilíbrio de cada local a visitar ou a fruir. O Douro tem um relevante Património Classificado, paisagens únicas e miradouros magnificentes; Gastronomia e produtos tradicionais e diferenciadores. O turismo tem servido para conservar o património cultural e tradições sempre inventadas e/ou reinventadas. Para muitas comunidades, a cultura e o património cultural passaram a ser o único ou o principal “modus vivendi”. Os fenómenos turísticos e patrimoniais são fatores preponderantes para o desenvolvimento e que em termos conceptuais se situa na confluência do turismo cultural com o turismo religioso. Esta perspetiva, permite encontrar a convergência dos territórios, dos fenómenos e das terminologias, demonstrando que a dualidade é condição necessária para a conceção de um produto baseado numa cultura comum. No entanto, não podemos esquecer a palavra – chave que é “SUSTENTABILIDADE”. A sustentabilidade só é possível, e existe, quando se desenvolve e mantêm numa área (ambiente, comunidade) de tal forma e a uma tal escala que, garante a sua viabilidade por um período indefinido de tempo sem degradar ou alterar o ambiente (humano ou físico) em que existe e sem pôr em causa o desenvolvimento e bem-estar de outras atividades e processos, desenvolvendo atividades prósperas e economicamente viáveis que melhorem a qualidade de vida da comunidade anfitriã.

O "COOPERATIVUS" na Sustentabilidade e Desenvolvimento do Douro

Filipe Pereira Padre

A região duriense é um território único. A começar na paisagem, quer a natural quer a moldada por mão humana, e a acabar no património histórico, cultural, arquitetónico e gastronómico sem esquecer, evidentemente, o vinho ao qual se encontra umbilicalmente ligada. Só que não basta ter um “produto” fantásti-

O Marketing da Região do Douro

Carlos Brito Vice-Reitor da Universidade Portucalense

co e diferenciado se ele não for devidamente promovido. E não tenho dúvidas em afirmar que falta uma estratégia de marketing à região duriense. Estratégia essa que deverá assentar em três pilares fundamentais: valor, clientes e inovação. O marketing não serve só para vender mas também para criar valor, uma vez que estas duas vertentes são uma condição necessária para o sucesso e sustentabilidade de qualquer negócio ou atividade económica. Isto significa que o marketing da região duriense não deverá servir apenas para “vender” o território através de criativas campanhas de comunicação dirigidas a turistas nacionais e estrangeiros, mas também para gerar valor e riqueza. Trata-se de um desafio enorme que está, desde logo, nas mãos de todos os durienses, mas que envolve também os poderes públicos e a iniciativa privada. Em segundo lugar, o marketing da região não deverá focar-se apenas na vertente turística, aquela que tem vindo a ser mais trabalhada. De facto, há que considerar de forma holística os seus três grandes públicos-alvo: os residentes, os investidores e, obviamente, os visitantes. Mas é preciso que haja uma verdadeira integração destas vertentes. A longo prazo não faz sentido promover turisticamente a região se não houver uma estratégia de marketing dirigida à atração e retenção de investimento e, principalmente, com um foco muito especial nos que lá residem, promovendo as condições de vida, as oportunidades de emprego e o empreendedorismo. Em terceiro lugar, e sem prejuízo da desejável diversificação de setores de atividade económica, a verdade é que os destinos da região duriense estarão sempre ligados ao vinho que, nela sendo produzido, acabou por receber o nome da cidade situada em frente ao local de onde era tradicionalmente exportado. O vinho do Porto é um dos grandes vinhos do mundo e o marketing da região duriense deverá potenciar a experiência em torno do vinho de forma integrada e sinergética. Para isso exige-se inovação, não apenas ao nível dos serviços oferecidos mas também dos processos e dos modelos de negócio, tirando partido, designadamente, das novas tecnologias digitais. A ligação ao meio científico é, neste aspeto, um requisito essencial. Em suma, existe um “produto” único e existem “clientes”. Ao marketing cabe desenvolver propostas de valor diferenciadas e atrativas que se traduzam em condições de vida, de investimento e de lazer geradoras de riqueza, sem esquecer a necessária inclusão social e preservação ambiental.

XV JORNADAS COOPERATIVAS SÃO JOÃO DA PESQUEIRA O projeto Dourotur: que turismo queremos para o Douro?

Xerardo Pereiro Antropólogo Sociocultural

O projeto Dourotur (https://dourotur.utad.pt/) foi um projeto de investigação estratégica da UTAD sobre o turismo no Douro, liderado pelo CETRAD (Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento), financiado pelo programa Norte 2020, e no qual tive a honra e responsabilidade de ser o coordenador. Os grandes objetivos do projeto foram: a) produzir conhecimento científico multidisciplinar sobre o turismo na região do Douro (NUT-III) e partilhar este com a sociedade; b) oferecer soluções tecnológicas para melhor comunicar o destino; c) ajudar a melhor organizar a rede de agentes turísticos (ex. AETUR, TPNP, CIM Douro, Turismo de Portugal,…). Já concluído formalmente, o projeto teve uma duração de 3 anos e meio (1-5-2016 / 31-10-2019) e foi desenvolvido por uma equipa constituída por cerca de 50 investigadores do CETRAD (https://cetrad.utad.pt) e do MassiveLab da UTAD (Laboratório de Realidade Virtual e Aumentada). O projeto desenvolveu quatro linhas de trabalho interconectadas: 1) Análise da oferta turística (produtos, experiências, hospitalidade) e do papel dos agentes turísticos do Douro; 2) A imagem produzida e os relatos turísticos do Douro: Comunicação e mediação turística; 3) A procura turística e os efeitos do turismo no Douro; 4) Marketing Digital e Novas Tecnologias para Desenvolvimento do Turismo no Douro. No seguimento de uma filosofia de RSI (responsabilidade social investigadora), a maior parte dos resultados do projeto podem ser consultados e descarregados na seção de resultados da página web do projeto. Os resultados são de três tipos: a) científicos (livros, e-books, capítulos de livros, artigos, relatórios…); b) tecnológico-audiovisuais (ex. vídeos de promoção turística da região que receberam prémios internacionais em festivais como o Art-tur; exposição sobre os postais turísticos da região); c) sociais (articulação e cooperação entre os agentes turísticos da região). Em jeito de breve balanço, consideramos que os resultados do projeto são um valioso capital que acumula ferramentas e conhecimentos úteis para entender as mudanças, e para planificar estratégica e operacionalmente o turismo no destino Douro. O turismo no Douro deixou de ser uma potencialidade e esperança de desenvolvimento para converter-se numa realidade vivida e num motor de desenvolvimento integral desta sub-região do Norte interior de Portugal. E o turismo que desejam os agentes turísticos é um turismo responsável, adequado à vocação agrícola e patrimonial do território, e inclusivo do ponto de vista da multiplicação e distribuição dos benefícios do turismo. O Douro é um destino de interior que em relação com as suas outras produções de energia elétrica, vinhos e outros produtos agroalimentares, anceia produzir um turismo de qualidade não elitista, um turismo com identidade cultural, um turismo inteligente que seja positivo não apenas para o desenvolvimento da região como também para a felicidade coletiva do país, de Europa e do mundo. Estamos prontos para isso e podem contar com a UTAD para essa empreitada.

A fixação das populações no interior do país não passa, hoje, pela construção de novas infraestruturas, pois é notório que tendo as autarquias realizado um trabalho notável neste domínio, tal não foi suficiente para estancar o êxodo das pessoas. Todos os concelhos dispõem de equipamentos e infraestruturas que os qualificam ao nível das áreas metropolita-

Contributos da economia social na luta contra a desertificação

Altamiro da Ressurreição Claro Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Valpaços

nas de Lisboa e Porto. A economia social gerada pelas organizações do terceiro setor, entidades da sociedade civil com fins públicos e não lucrativos, tem hoje um peso significativo no contexto da região de Trás-os-Montes e Alto Douro, que ao longo das últimas décadas tem sofrido um processo de desertificação física e humana muito profundo. Estas entidades são a par com as organizações cooperativas, em especial na região do Douro, fundamentais na valorização da economia local. Gostaria, porém, de partilhar uma experiência à qual estou intimamente ligado, a Santa Casa da Misericórdia de Valpaços e a sua importância na luta contra a desertificação deste concelho da CIM Alto Tâmega, começando por dar a conhecer um pouco da sua história. Instituição criada há pouco mais de sete décadas e que até ao 25 de Abril apenas dispunha de uma valência, o seu Hospital. Hoje, tem 10 Estruturas Residenciais para Idosos, 4 Serviços de Apoio Domiciliário, 4 Centros de Dia, Creche e Jardim de Infância (155 crianças), Unidade de Cuidados Continuados de Média Duração e Reabilitação e muito recentemente a Reabertura do Hospital. Ao dispor de todos estes equipamentos transformouse na maior entidade empregadora do concelho, com aproximadamente 350 colaboradores. Mas é importante neste momento dar especial ênfase à Reabertura do Hospital, fruto de uma parceria estratégica estabelecida em 10 de Dezembro de 2016, através de um Memorando de Entendimento entre a Misericórdia, o Município de Valpaços e a Administração Regional de Saúde do Norte. Nesse memorando a Misericórdia e o Município comprometeram-se a suportar em partes iguais o investimento nas obras de Recuperação e Ampliação do Hospital e a aquisição dos equipamentos, e a ARS Norte a proporcionar os acordos de cooperação, indispensáveis ao seu funcionamento futuro. Concluídas que foram as obras e os licenciamentos, contamos com acordos com o Serviço Nacional de Saúde e outras convenções e uma Unidade de Saúde com todas as valências indispensáveis a um hospital moderno: Medicina Física e Reabilitação, Consultas de Especialidade, Internamento, Bloco Operatório, Imagiologia, Análises Clínicas e Serviço de Apoio Permanente (SAP). Dentro do espírito de complementaridade com o Serviço Nacional de Saúde foi recentemente assinado um Acordo de Cooperação com a ARS Norte (CTH), já em vigor, e que permite a realização de Consultas e Cirurgias nas especialidades de Oftalmologia, Ortopedia, Cirurgia Vascular, Cirurgia Geral, Otorrinolaringologia, Urologia e Ginecologia, cuja referenciação é efetuada pelos médicos de família dos ACES Alto Tâmega e Barroso, Nordeste, Douro Norte e Douro Sul, abrangendo um universo potencial de 400.000 pessoas. O Hospital da Misericórdia de Valpaços com uma longa história de serviço público prestado na área da saúde, tem uma localização estratégica privilegiada no centro geográfico de Trás- os – Montes. Trata-se do único hospital do setor social no interior do país, que irá contribuir para a dinamização da economia local e para a fixação de muitos quadros qualificados, dando um exemplo concreto no combate à desertificação.

Como duriense partilho a minha reflexão sobre algumas questões que me parecem relevantes e problemáticas, sem a ousadia de apresentar certezas ou soluções para questões de elevada complexidade, que são do domínio de estudiosos e especialistas. Será pontuado eventualmente pelo politicamente incorreto e aqui ou ali, a paixão se sobreporá certamente à racionalidade. Existe objetivamente um desequilíbrio secular entre o que a região tem aportado ao país e o retorno que dele tem recebido. Fala-se de uma região rica e os indicadores económicos objetivos, dão-na como das mais pobres. Fala-se de vinhos únicos e as suas uvas são vendidas ao desbarato e sem atualização de preços por uma década pelo menos. Fala-se de paisagens únicas, mas ninguém cura de saber dos custos de manutenção desses territórios. O Douro vive este paradoxo e tarda em ver refletidas essas aparentes mais valias. Para quem vive numa região como a nossa, vergada ao efeito centrifugo no que respeita à fixação de população, que vive há longos anos com preços estagnados do seu produto de eleição, ainda muito condicionada com acessibilidades, coloca desde logo em perspetiva, a imperatividade de implementação de um modelo que possa reverter este quadro, numa ótica de discriminação negativa devidamente sistematizada na sua enorme transversalidade. A variedade de instrumentos nem sequer originais e aqui meramente indicativos, como vantagens fiscais para a fixação de pessoas/empresas, de segurança social no que concerne a majorações relativas à duração da carreira ativa, ou vínculos mais duradouros e vantajosos em contratos individuais de trabalho. Uma vincada politica de descentralização, acompanhado do reforço do investimento na área da saúde, dando assim maior confiança, poder de atratividade e suporte a uma decisão desta natureza. Uma politica de solos para construção, ou politicas de concessão de crédito, com potencial de captação de novos residentes. Centrando-nos mais na Região Demarcada do Douro (RDD), condicionantes há, nomeadamente de natureza económica que muito nos têm enfraquecido. Imagine-se a fragilidade de uma Região, quase em regime de monocultura, em que o seu produto de eleição não vê repercutido no preço final, o aumento dos custos de produção. Todo o impacto dos aumentos dos custos de produção, está a cargo do agricultor. Nenhuma região se poderá desenvolver, com um nível de fragilidade desta dimensão. Acrescentem-se os baixos níveis de produção por hectare e os elevados custos de produção, ou a subvalorização de outros produtos endógenos como o azeite, fruta ou frutos secos. Reconheça-se o crescimento dos vinhos DOC, que vem contribuindo nos últimos anos para uma valorização do preço das uvas a eles destinadas, mas ainda insuficiente e não consolidada. A insuficiência da mão de obra residente na RDD, levanta no atual contexto, questões e oportunidades. A Região vem suprindo essa necessidade com o recurso a mão de obra dos concelhos limítrofes. A implementação ao nível da RDD, de uma politica integrada e articulada entre os concelhos que dela fazem parte, com potencial de atração dessa mão de obra e famílias, com a utilização de instrumentos atrativos como uma politica de habitação favorável, permitir-lhe-ia reintegrar na Região um valor substancialmente maior das mais valias salariais. O Turismo consubstancia um novo potencial de desenvolvimento, sendo certo que a Região apresenta vantagens comparativas e uma multiplicidade de valias e complementaridades. Projetos estão a ser delineados com vista ao necessário aumento do período de estadia no Douro, fator essencial de crescimento. A Região começa a ser dotada de estruturas de perfil médio e médio/alto, (o aconselhável) de qualidade e com um nível de formação e afetação de pessoal qualificado. Tem obviamente uma margem de progressão nesta área evidente, podendo tornar-se um eixo de desenvolvimento económico a par da cultura da vinha, que seria fortemente potenciado por uma estruturante ligação da Linha do Douro à ferrovia espanhola. A navegabilidade do Douro e o seu aproveitamento turístico empresarial deu um enorme impulso e divulgação à nossa Região. A questão da navegabilidade no Douro, exigirá a meu ver sempre numa perspetiva construtiva, dois ajustamentos: a questão de uma maior interação com o comércio e com a população em geral ao longo da linha de navegação e suas periferias e a questão da taxação da sua navegabilidade. Concretamente que verbas reverterão no modelo vigente para as populações locais, concelhos ou suas atividades comerciais? Importante será o aproximar de “linhas” entre o que a Região contribui e o que recebe, numa relação que se pretende mais paritária e equilibrada. A RDD tem um histórico de superação. Não deixará certamente de ser assim no futuro.

O Douro-Desenvolvimento (Imparidades e perspetivas)

José Luís Cardoso Rodrigues Advogado e viticultor

Carrazeda de Ansiães

Autarquia alerta para limpeza de terrenos

Os proprietários, arrendatários, usufrutuários ou entidades que detenham terrenos confinantes a edifícios inseridos em espaços rurais, devem proceder à sua limpeza até ao dia 15 de março. A criação de faixas de gestão de combustível em redor dos terrenos e das casas de no mínimo 50 metros. É ainda obrigatória a gestão de combustíveis numa faixa exterior de proteção de largura mínima não inferior a 100 metros nos aglomerados populacionais inseridos ou confinantes com

Trabalhos em execução no município

O Município de Carrazeda de Ansiães tem neste momento vários trabalhos em execução em diversas áreas. Na área da reabilitação urbana estão a decorrer os trabalhos de requalificação de várias ruas em Carrazeda de Ansiães, cujos trabalhos incluem substituição de infraestruturas, melhoria da circulação pedonal e viária; Na área da valorização dos recursos endógenos estão a decorrer os trabalhos de Valorização Patrimonial e Cultural do santuário de Nossa Sra. da Saúde em Mogo de Malta. Na área de apoio à melhoria dos acessos a explorações agrícolas estão a decorrer vários trabalhos de pavimentações; No âmbito dos protocolos estabelecidos com a Diocese de Bragança-Miranda estão a decorrer os trabalhos de requalificação do adro da capela de São Bartolomeu em Mogo de Ansiães. ▪ espaços florestais, previamente definidos no Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI). O não cumprimento dos prazos consiste numa contraordenação grave punível através de coimas que podem ir de 280€ até 10.000.00€ para pessoas singulares e de 1.600.00€ até 120.000.00€ para pessoas coletivas. Qualquer dúvida poderá ser esclarecida no Gabinete Técnico Florestal da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães. ▪

Lançado concurso para Parque Empresarial Beneficiação da EM624 entre Vilarinho da Castanheira e Pinhal do Douro

O município lançou no dia 25 do mês de janeiro, o concurso público para a construção do Parque Empresarial com o valor base de 2 012 916,95€. Esta empreitada irá disponibilizar 40 novos lotes aumentando em mais de 50% a capacidade da zona industrial existente e tem como objetivo a instalação de novas empresas e a criação de novos postos de trabalho. ▪ O Município de Carrazeda de Ansiães e a empresa Carlos Augusto Pinto dos Santos & Filhos, S.A, assinaram, 8 de fevereiro, nos Paços do Concelho o contrato de empreitada de obra pública da Estrada Municipal 624 que liga a freguesia de Vilarinho da Castanheira à localidade de Pinhal do Douro. A empreitada que ascende aproximadamente a 400.00.00€ prevê o alargamento do perfil existente, melhoramento do piso e drenagem de água pluviais, tem prazo de execução de 180 dias a partir da data de consignação. ▪

Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I

Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária Unidade de Saúde Pública do ACeS Douro I

Dia Mundial das Doenças Raras

No último dia do mês de fevereiro comemora-se o Dia Mundial das Doenças Raras. As doenças raras, tal como o nome indica, afetam um pequeno número de pessoas e são doenças crónicas, graves e degenerativas, que podem colocar em risco a vida dos doentes. Existem cerca de 6000 a 8000 doenças raras, a maioria de origem genética. Na Europa considera-se que uma doença é rara quando afeta 1 em cada 2000 pessoas. Estima-se que em Portugal possam existir até 600 000 pessoas com doenças raras, ou seja, cerca de 6% da população. Muitas das doenças raras, apesar de afetarem poucos doentes, pela sua gravidade acabam por ter um peso social, económico e de saúde muito elevado, sendo em muitos casos incapacitantes e difíceis de controlar. É fundamental que o portador de doença rara tenha o melhor acompanhamento possível e, para tal, existem no país vários Centros de Referência para Doenças Raras, integrados em vários hospitais. Foi também criado o cartão da pessoa com doença rara, com o objetivo de assegurar que numa situação de urgência os profissionais de saúde tenham acesso a toda a informação disponível sobre a doença e estado clínico da pessoa e, ainda, facilitar o encaminhamento apropriado e rápido para a unidade de saúde/Centro de Referência que possa proporcionar os cuidados mais adequados. Quando se trata de crianças portadoras de doença rara, a estas devem ser garantidos todos os seus direitos, nomeadamente o direito à educação, devendo ser garantido o apoio à aprendizagem e à inclusão sempre que existam necessidades de saúde/ educação especiais, conforme disposto no Decreto-lei 54/2018, de 6 de julho – Educação inclusiva. Sempre que existam dúvidas ou questões relacionadas com direitos, deveres e benefícios na área da deficiência e/ou reabilitação, deve recorrer-se ao Balcão de Inclusão da Segurança Social, este existe nas sedes dos 18 distritos. Também se pode ter acesso ao Balcão de inclusão através do endereço eletrónico: http://www.se-social.pt/balcao-da-inclusao. O que se espera de uma sociedade civilizada é equidade para com as pessoas que vivem com doenças raras. Equidade nas oportunidades para viver em sociedade, em família, na escola e no mundo do trabalho.

Vila Nova de Foz Côa

IVDP passa a dispor de Gabinete de Apoio ao Agricultor

Um protocolo assinado entre o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), e o município de Vila Nova de Foz Côa, permite que os viticultores do Douro Superior tenham agora uma ligação mais próxima com o Instituto.

Com a abertura deste gabinete nos espaços da autarquia os viticultores do concelho de Foz Côa não necessitam de se deslocarem às instalações do IVDP sediadas na Régua, podendo tratar de diversos assuntos da área da viticultura na Câmara Municipal. “O presente protocolo, que materializa o desiderato de deslocalização dos serviços do IVDP para Vila Nova de Foz Côa, é resultado da proposta apresentada pelo município, decorrente da necessidade de garantir uma prestação de serviços de proximidade e adequada à presente realidade dos viticultores deste concelho”, afirma João Paulo Sousa, vice-presidente da autarquia. Por seu lado, Gilberto Igrejas, Presidente do IVDP, afirma que o Instituto já tinha percebido “ que havia muita dificuldade de deslocação à Sede do IVDP, no Peso da Régua, por parte de certos vitivinicultores mais idosos, menos familiarizados com as novas tecnologias, o que constituía um entrave ao acesso a informação e à possibilidade de tratarem dos seus processos junto do IVDP. Com o elevadíssimo nível de desmaterialização que temos vindo a conseguir, quase todas as operações que eram feitas ao balcão podem ser executadas num terminal de computador, mas sabemos que nem todos conseguem ter um nível de inclusão informática que o permita”. Desta forma, continua o presidente do IVDP, “protocolámos com a Câmara Municipal de Foz Côa a possibilidade de dedicarem certos funcionários ao apoio dos vitivinicultores. Para tal, demos formação e qualificamos funcionários municipais nas ações mais correntes que conseguem, assim, desenvolver uma ação de apoio remota”. Gilberto Igrejas afirma ainda que o IVDP irá avaliar depois os resultados deste gabinete, que espera serem positivos, para “alargar a outros municípios num quadro de inclusão e de proximidade com os cidadãos”. ▪

Armamar CENSOS 2021 - candidaturas abertas para recenseadores

Decorre até ao próximo dia 21 o prazo de apresentação das candidaturas para recenseadores para o CENSOS 2021. A Câmara Municipal de Armamar vai colaborar com o Instituto Nacional de Estatística (INE) nos trabalhos de planeamento e preparação do recenseamento que se realiza em abril próximo. A responsabilidade desta interligação no concelho de Armamar recai sobre o Gabinete de Apoio ao Presidente da Autarquia, que coordenará os esforços. O CENSOS 2021 é o 16.º Recenseamento Geral da População, onde se contam todos os cidadãos e famílias residentes no território nacional, e o 6.º Recenseamento Geral da Habitação, que conta todos os alojamentos e edifícios destinados à habitação. No atual contexto da pandemia da Covid-19, o INE definiu um Plano de Contingência. Assim, a estratégia passará tanto quanto possível pela recolha da informação através da Internet. Para os cidadãos com maiores dificuldades no acesso à Internet, ou impedidos de contacto presencial no contexto da Covid-19, há possibilidade de resposta via telefonica. ▪

Vacinação Covid-19 começa esta semana

Começa esta terça-feira, dia 16, no concelho de Armamar a vacinação dos cidadãos com 80 e mais anos de idade contra a Covid-19. A operação é da responsabilidade da unidade de saúde local que está a convocar os utentes, via contacto telefónico direto ou através de familiares. A vacinação vai prolongar-se por vários dias, de acordo com a disponibilização das vacinas e também para evitar ajuntamentos. A Câmara Municipal, em articulação com a unidade de saúde, vai disponibilizar o transporte aos utentes que dele necessitem. Recorde-se que em Armamar a vacinação nos lares está numa fase já bastante avançada. A administração da segunda dose a utentes e funcionários será concluída nos próximos dias. ▪

Região Estúdio duriense ganha prata nos World Brand Design Society Awards

Sediado na freguesia de Covas do Douro, Sabrosa, o estúdio de design Nauvegar foi premiado na competição com o projeto Quinta dos Montes – Parcela Nº 5. Os World Brand Design Society Awards são uma competição que distingue os trabalhos mais criativos de agências e estúdios de todo o mundo.

Gustavo Roseira, CEO e Diretor Criativo do estúdio, fala em orgulho sublinhando que a localização é uma barreira que se ultrapassa com esforço, dedicação e entrega. “É um enorme orgulho, sermos destacados ao lado de tantos projetos inspiradores, e partilharmos o pódio com pessoas tão talentosas, ainda mais numa competição internacional, independente e de prestígio, que celebra a excelência e promove os melhores trabalhos criativos, de agências e estúdios de design de todo o mundo. Esta distinção é uma oportunidade maravilhosa para celebrarmos o esforço, dedicação e total entrega da nossa equipa que, com todas as limitações que um pequeno estúdio tem, continua a quebrar barreiras, e a superar-se a cada novo desafio. Para nós, este prémio vem confirmar algo em que há muito acreditamos: que é possível estar no interior do país, numa pequena aldeia como Covas do Douro, e desenvolver projetos criativos de topo, ao nível do melhor que se faz em qualquer grande capital mundial. Que se desengane quem pensa que temos a vida facilitada, trabalhamos o dobro, demoramos mais a chegar a todo o lado, parece que estamos sempre longe de tudo. Infelizmente, o interior do país é sucessivamente esquecido pelos nossos governantes, mas nunca baixamos os braços, vamos à luta com garra e criamos as nossas oportunidades. Viajamos muito, visitamos viticultores de norte a sul e ilhas, corremos feiras nacionais e internacionais, embarcamos em jornadas entre vinhas, adegas, garrafeiras e caves por esse mundo fora, mas voltamos sempre ao Douro. No processo criativo é essencial o sentimento de liberdade e tranquilidade que aqui se proporciona, o sentir e ouvir a natureza em pleno, sem distrações”. Com um trabalhado único, fazendo lembrar a cepa da videira, a ideia para este rótulo surgiu durante uma visita à Quinta dos Montes, com vinhas centenárias, trabalhadas com todo o cuidado, uma a uma, um trabalho complexo que se espelha agora na garrafa. “Estávamos a passear pelas belíssimas vinhas da Quinta dos Montes, no Vale do Douro, com o nosso bom amigo, e enólogo da quinta, Pedro Sequeira, enquanto ele nos contava sobre a sua última criação, um vinho de uma só vinha, proveniente de uma parcela muito especial da propriedade. Quando chegamos à Parcela Nº 5, sentimos definitivamente algo especial e único! É difícil pôr em palavras o quão mágicas as vinhas muito velhas do Douro podem ser… Esta é uma parcela minúscula, com apenas 0,61 hectares, mas com uma enorme diversidade, 23 diferentes castas, identificadas, com mais de 100 anos. Foi como entrar num autêntico museu vivo! O Pedro explicava o amor e cuidado que dedicou a esta vinha, e como as plantas são tratadas uma a uma, “Cêpa-a-Cêpa”, e o seu sonho de expressar de alguma forma o espírito do lugar e a textura complexa que as cêpas velhas têm, na garrafa. Instantaneamente, muitas ideias começaram a "fermentar" na nossa imaginação. Continuamos a caminhar e pensar... No momento em que finalmente provamos o vinho foi como uma epifania, tudo parecia bater certo, os 23 “músicos da uva” tocavam uma sinfonia surpreendente, muito complexa, repleta de diferentes camadas, mas ao mesmo tempo incrivelmente elegante e refinada. Um momento bonito!!! Assim que voltamos à nossa "adega criativa", a mesa, o papel, o lápis, diversas experiências começaram a surgir. Estávamos a cortar camadas de papel com diferentes formatos, na tentativa de recriar algumas ideias que tínhamos para representar as vinhas quando ocorreu a segunda epifania: percebemos que podíamos integrar um conceito de dualidade, que comunicaria ao mesmo tempo as complexas texturas em camadas das cêpas velhas e a sinuosa topografia das vinhas do Douro! Partilhamos os esboços com o Pedro que imediatamente adorou a ideia. De seguida, reunimos com os nossos bons companheiros Manuel Ribeiro e João Santiago, da gráfica VOX, que ficaram igualmente empolgados e prontamente abraçaram este desafio connosco! No final, devido à complexidade das formas e aos pequenos detalhes de cada camada, mesmo na VOX, parte do processo de produção dos rótulos teve que ser feito manualmente, um a um, tal como o cuidado com estas vinhas centenárias e como a nossa abordagem de design, que foi desenvolvida minuciosamente à mão. Tudo neste vinho, em todas as fases de criação, nasceu desta paixão pelo artesanal, resultando numa jóia autêntica e rara. Foram lançadas apenas 1333 garrafas, tornando o lema “Cêpa-a-Cêpa”, realmente digno”. ▪

> Tiago Fialho e Gustavo Roseira - Nauvegar

Gin duriense ganha prémios internacionais

Produzido no concelho de Tabuaço, o Gin Cobalto Douro recebeu recentemente dois prémios internacionais no prestigiado concurso EUROPE Wine & Spirits TROPHY, na categoria de espirituosos. Edgar Rocha, um dos criadores do Cobalto, afirma que este prémio “é de extrema importância para a Cobalto Douro, porque é um dos concursos mais destacados no mundo dos espirituosos e existem muitas marcas conceituadas a concorrer de diferentes países”, revelando ainda que após a distinção têm recebido contactos de “por importadores de diferentes Países, e os consumidores já começam a associar a Cobalto a uma destilaria que produz gins de elevada qualidade e que se destaca por ser irreverente nos seus gins”. Os prémios ganhos são para dois gins da Cobalto Douro, o The Wizard Blue e o Co-17, “dois gins completamente diferentes de modo a abranger diferentes gostos dos nossos clientes”, afirma Edgar Rocha. “O The Wizard Blue é um gin azul devido a uma planta que se chama clitorea ternatae, é bastante frutado, devido às amoras e mirtilos e à maçã verde, que lhe conferem um misto de sabores doces e ácidos, prevalecendo o sabor ácido no final de boca. É um gin completamente diferente dos gins que se encontram a nível europeu e é essa diferença que está a conquistar os consumidores. O Co-17 ( Cobalto 17) é um gin incolor, deve o seu equilíbrio e frescura à aliança entre métodos de produção e a incorporação de seis botânicos, pensados para garantir a integridade de um Gin clássico e a irreverência de um Gin de nova geração, de aroma frutado e sedutor. A frescura deste gin faz com que seja consecutivamente reconhecido em provas internacionais de espirituosos. As críticas internacionais consideram-no como um gin que irá perdurar no tempo pela sua singularidade e integridade de sabores”. Criar um gin numa região em que as bebidas alcoólicas em destaque são os vinhos (Douro e Porto), é para Edgar Rocha “um orgulho. fomos por assim dizer “treinados” nas adegas e destilarias do Douro e acaba por ser um prémio para todos os que nos ensinaram, trabalham/trabalharam connosco e uma distinção para a região. É um demonstrar que no Douro se está a trabalhar bem tanto nos destilados como nos vinhos e que é mais um destaque para uma região que merece estar considerada como uma das melhores produtoras de bebidas alcoólicas de elevada qualidade a nível mundial”. ▪

Reportagem

Soldados da Paz na guerra da pandemia

> Bombeiro Filipe Almeida - BVSMP > Bombeiros José Luis e António Queirós - BVT > Comandante BV Santa Marta de Penaguião > Comandante BV Tabuaço

Texto: Carlos Almeida

Com a chegada da pandemia Covid-19 a vida nos quartéis de bombeiros mudou drasticamente, desde o tipo de transportes que realizam aos cuidados que agora os novos tempos obrigam. Marcos Fonseca é Comandante dos Bombeiros Voluntários de Tabuaço, uma das corporações da região que tem vivido este ano de muitas mudanças com o espírito de sacrifício e entrega que é habitual encontrar nos ‘Soldados da Paz’. “Há um ano atrás alterou completamente aquilo que era a nossa forma de estar e de agir, porquê? Porque além de algum receio que também os profissionais e os operacionais têm obrigou-nos aqui a um quantidade de novas formas de atuar que alteraram aquilo que era o normal funcionamento. Em primeiro lugar logo no início de março nós fechamos o quartel, ou seja, criamos aqui duas equipas que trabalhavam de quinze em quinze dias cada uma e fechamos o quartel. Cada equipa tinha doze elementos que ficavam aqui quinze dias fechados, vinte e quatro horas. Desde logo isto obrigou a um aumento das despesas com os vencimentos e os subsídios que pagamos durante os quinze dias que estavam em casa. Outras despesas que tivemos que suportar foi a aquisição dos equipamentos individuais de proteção, que ao princípio eram extremamente caros, toda a gente sabe, as máscaras atingiram preços astronómicos e não havia álcool gel, tudo que era necessidade que nos obrigou este vírus, esta pandemia, criou-nos aqui, realmente, bastantes despesas. Nessa altura também adquirimos um aparelho de higienização das ambulâncias, dos espaços e do próprio fardamento. Depois a autoridade começou a dar algum equipamento, mas muito pouco. Eu diria que oitenta por cento daquilo que nós gastamos é comprado pela associação”. A somar ao aumento das despesas, lembra o comandante, houve também uma diminuição da receita com a falta de transporte de doentes a unidades hospitalares e outros. “Notou-se no princípio uma quebra acentuada nos serviços, porque deixou de haver fisioterapia, deixou de haver consultas externas. É nesses serviços que ganhamos algum dinheiro. Continuamos a fazer diálises, e as emergências. A partir de maio, junho, começamos a abrir um pouco mais o quartel novamente até porque iniciou a época de incêndios e temos sempre mais bombeiros aqui, os voluntários. Não fazia muito sentido termos só doze elementos quando eram necessários mais para os incêndios. Foi uma reabertura feita com muitas cautelas e que os operacionais respeitaram até porque depois foram surgindo alguns casos em lares e cada saída que fazia obrigava a cumprir todas as regras. Qualquer chamada, qualquer saída, era suspeita. Bastava cair uma chamada e eles tinham que ir sempre equipados. Nesta fase já voltamos a ter um aumento significativo de trabalho. As emergências aumentaram um pouco e temos feito muitos transportes de utentes que têm que ir realizar testes. Estamos também a trabalhar, em colaboração com a autarquia para ajudar no transporte de famílias que não têm condições para se deslocar ou para o fazer de táxi, por exemplo. Não voltamos a fechar o quartel desta vez porque, apesar de até haver mais casos do que na primeira fase, nesta altura há também uma maior consciência e todos agimos com extremos cuidado. Nós não conseguimos recusar nenhum serviço, não podemos recusar nenhum serviço, estamos sempre disponíveis para fazer todo o serviço, portanto não fazia muito sentido ter a porta fechada”. Em Santa Marta de Penaguião o comandante Vasco Correia assume também que este foi um ano diferente, contudo assume que a corporação, apesar do largo número de transportes Covid que faz, tem estado tranquila com a situação, depois de um momento inicial de maiores receios. “Foi um ano diferente, mas acabamos por ter sempre os nossos utentes que temos que transportar para alguns serviços como a hemodiálise, por exemplo. Passamos a ter mais cuidado com a limpeza das ambulâncias, tivemos que adquirir material que na altura não tínhamos, compramos um aparelho de ozono. Tentamos seguir as regras que a DGS nos impõe. Como estamos sempre na linha da frente, temos que ter sempre o máximo de cuidado, e esses alertas foram sempre transmitidos desde o início, as regras para a segurança sempre em primeiro lugar, a segurança dos utentes e a segurança dos elementos dos bombeiros. No início o transporte Covid era um bicho de sete cabeças, adquirimos material desde viseiras, máscaras, e outros, mas numa fase inicial com alguma dificuldade. As viseiras que utilizamos são as viseiras que os trabalhadores agrícolas utilizavam para trabalhar. Houve algum receio no início, era tudo novidade, agora estão mais à vontade. Nós fazemos muitos transportes Covid, abrangemos uma área muito grande, levamos pessoas ao Porto, Gaia, Arcos de Valdevez, Vila Pouca de Aguiar, etc. No início o impacto é grande, uma coisa nova, conversas e notícias na televisão que no fundo assustam um bocadinho as pessoas. Ouvia-se falar em mortes e que o contágio também era grande, aí tinham um bocadinho receio, mas depois com o decorrer dos dias não, fomos percebendo como funcionava tudo isto e ficamos mais tranquilos. Agora é algo que faz parte do nosso dia-a-dia e aprendemos a lidar com isso”.

Operacionais entre o cuidado e os receios

Entre os operacionais das corporações reina agora um ambiente mais tranquilo depois de a primeira fase ter sido marcada por algum receio face ao desconhecimento da doença. “Este último ano tem sido um ano diferente, cuidados mais redobrados, a nível de higienização e desinfeção das ambulâncias também tem de ser muito mais profundas, tem que ser tudo mesmo ao pormenor para evitar contágios tanto para nós como para os utentes. Por exemplo, quer seja suspeita Covid, ou confirmada, nós usamos um fato que nos cobre totalmente, temos também os cobre-botas para evitar contactos, luvas de cano, etc. Sempre que tocamos em alguma coisa, principalmente no pré-hospitalar, usamos sempre dois pares de luvas, ou seja, o primeiro par para tocar no utente e tratar, estabilizar, o quer que seja, depois do doente estar estável tirarmos essas luvas com o devido cuidado e calçamos um segundo. Também adquirimos um equipamento para desinfeção, uma máquina de ozono, que tem de estar um período de tempo fechado, e depois tem que ser tudo arejado e ventilado, porque aquilo é um cheiro muito tóxico. Infelizmente há muita gente assintomática, que não tem qualquer tipo de sintomas, e que

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