FEVEREIRO 2021 VIVADOURO
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Destaque
> José Manuel Gonçalves - Presidente da CMPR
> Gabriel Martins - Diretor Executivo do ACES Marão e Douro Norte
> Manuel Mesquita - Provedor SCMPR
cumprir um conjunto de regras, em especial no que diz respeito a salas de espera, como o distanciamento social, entre outras. Paralelamente temos ainda alguns constrangimentos ao nível dos sistemas de informação com as redes. Com a necessidade cada vez maior de termos bandas largas com mais capacidade e cobertura, sob pena de começar a impossibilitar a utilização de Centros de Saúde em áreas mais periféricas, temos por exemplo, muitos problemas com as extensões, nomeadamente ao nível da necessidade que temos de banda larga para o funcionamento dos sistemas de informação. Hoje em dia a medicina e as profissões de saúde assentam num conjunto de plataformas informáticas que sem elas praticamente não se consegue trabalhar. Se falhar um computador o médico não tem acesso ao processo clínico do paciente. Portanto, todo este conjunto de constrangimentos podem ser resolvidos precisamente com o projeto de reestruturação do Hospital D. Luiz I com a alocação das USF’s e da UCC no edifício. Para nós este projeto foi uma janela de oportunidade de podermos oferecer aos utentes um serviço melhor, em condições melhores, com instalações renovadas e gabinetes médicos com todas as condições. Do ponto de vista dos serviços médicos aos nossos utentes vimos aqui uma oportunidade de melhoria significativa. Outra vantagem deste projeto é a mais valia de podermos ter em funcionamento o serviço de atendimento urgente ao longe do 24 horas, indo de encontro às necessidade da população, dando oportunidade a que utentes de vários concelhos, como Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião, tenham onde se deslocar sem terem que ir a Vila Real, por exemplo. Tudo isto somado acho que está demonstrado que o ACES Marão e Douro Norte tinha todo o interesse em se juntar a este projeto da autarquia. Cada vez mais as políticas locais de saúde têm obrigatoriamente, e mais uma vez a pandemia assim o tem demonstrado, que ter soluções que sejam encontradas localmente através de algumas parcerias com outras instituições, mesmo havendo um fio condutor nacional. Não lhe vou chamar um sistema local de saúde porque isso tem outras implicações mas há um conjunto de parcerias locais que devem ser formalizadas. As necessidades diferem de concelho para concelho ou de distrito para distrito e as soluções que se adequam no Porto ou em Matosinhos, certamente que não se adequam no interior. Há que pensar nestas parcerias como um sistema embrionário para algo maior de futuro, algo que se possa transformar mesmo numa estrutura autónoma de gestão de estratégias de saúde, partilhando recursos, evitando desperdícios e tornando o sistema cada vez mais eficiente. Eu penso que a própria tutela já deu um sinal de que isso é uma necessidade a partir do momento em que transfere competências para os municípios, só esse gesto já traduz que cada vez mais temos que apostar em que várias estruturas da comunidade tenham competên-
cias efetivas na área da saúde”. Por seu lado, Manuel Mesquita, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Peso da Régua sublinha o papel da instituição na atividade regular na área da saúde, salientando a importância da remodelação do edifício. “A misericórdia tem na sua génese e na sua atividade regular a área da saúde, tendo por isso a propriedade do atual Hospital D. Luiz I e a sua gestão antes de ser nacionalizado. Este projeto aparece suportado na necessidade de criar em Peso da Régua necessidades de resposta na área da saúde, assentes num modelo inovador e potenciador de sinergias entre um conjunto de entidades, tendo autarquia e a misericórdia um papel liderante. Este projeto assenta valorização das parcerias locais e regionais que pode ser um exemplo, no êxito que o poder político local e uma Instituição Social se podem unir na defesa do património e no bem estar das suas populações, na qual o ACES apoiou, acompanhou e lutou para que fosse coroada de sucesso. Também é necessário realçar a importância na recuperação de um edifício ícone da nossa cidade e que durante décadas foi uma referência na área da saúde no norte de Portugal. A recuperação deste imóvel é de vital importância devido à sua crescente degradação desde que a estratégia para a saúde foi alterada com o evidente prejuízo para as gentes do Douro. Vamos ter uma unidade de saúde que vai dar uma resposta mais abrangente nos serviços prestados, com um serviço complementar urgente a funcionar 24 horas, com Rx e análises clinicas, com uma Unidade de Convalescença com 30 camas para receber todos os casos de internamento com períodos de recuperação temporal até 30 dias, assim como melhorar as condições de funcionamento das USF´s e unidade de cuidados à comunidade. Estou certo que este projeto, será o início de uma dinâmica que irá crescer no futuro assente neste conjunto de parceiros e que novas respostas na área da saúde irão surgir e que vão proporcionar aos reguenses e a este território serviços de proximidade, qualidade e eficiência”. O projeto supera os 3 milhões e deverá estar concluído em 24 meses A requalificação do edifício será superior a 3 milhões de euros de acordo com as propostas que a autarquia tem recebido e que neste momento se encontram em apreciação. Neste momento já temos as propostas dos vários candidatos para realizar a empreitada. Está a decorrer a audiência prévia do relatório preliminar, se tudo correr bem, se não houver qualquer tipo de contestação o relatório final será levado a reunião de câmara e vamos proceder à adjudicação. Há depois os prazos legais a cumprir em especial no que diz respeito à analise do Tribunal de Contas e depois podemos avançar com a obra de requalificação completa do espaço, que deverá rondar os 3,3 milhões de euros, com um prazo de 24 meses e que esperamos que seja cumprido”, afirma José Manuel Gonçalves. ▪