Mundo Fiat 115

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Studio Cerri

REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASIL Número 115 - abr/mai 2012

O presidente da Iveco, Marco Mazzu, apresenta a linha Daily, da nova geração Ecoline

A nova linha Daily Os vencedores do Prêmio Qualitas 2012 • Case New Holland inaugura Centro de Logística em Contagem • 9ª edição do Atentado Poético da Fundação Torino • Repórter da Mundo Fiat visita as casas de Pablo Neruda, no Chile • As cores do maracatu e Pernambuco • Caravaggio e os seus seguidores em exposição na Casa Fiat de Cultura


TECNOLOGIA COM SUSTENTABILIDADE.

Cinto de segurança pode salvar vidas.

O nosso compromisso com a qualidade e a s u s t e nt abi l id ade s e de s t ac a no reconhecimento da FIAT Automóveis a uma equipe qualificada para o sucesso.

O b r i g a d o , F I A T, p o r m a i s e s t a

comunicação

honrosa dist inção.

Tecnologia de Vanguarda


Cada passo uma conquista.

A expectativa é que o novo regime automotivo possa promover o fortalecimento e o adensamento da cadeia industrial automotiva brasileira cledorvino belini*

Cenários previsíveis, desenvolvimento sustentável

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estratégia de condução da política econômica brasileira está ganhando um contorno claro: aumentar a previsibilidade dos cenários futuros para assegurar o desenvolvimento sustentável. Se observarmos os principais elementos da política industrial em consolidação, do regime automotivo ou os rumos da política monetária, constatamos que as grandes linhas convergem para a remoção de travas ao crescimento econômico. Foram eleitas três prioridades: juros, câmbio e carga tributária. O governo federal busca estabelecer uma atuação conjunta com a sociedade para a construção desta agenda. Trata-se, sem dúvida, de uma pauta prioritária para o setor produtivo, que atravessa, no presente, um momento de alerta. A concessão de crédito para o consumo das famílias desacelerou-se no primeiro quadrimestre do ano, frustrando o potencial de expansão da produção industrial. Espera-se, porém, que o conjunto de ações para a redução do custo do capital para consumidores e empresas, que o governo vem implementando, seja suficiente para estimular os investimentos e o nível de consumo. Apesar destas incertezas momentâneas, devemos traçar planos para o médio prazo, conforme propõe o novo regime automotivo brasileiro, a vigorar no período 2013-2017. As novas regras se baseiam na redução da tributação sobre veículos que utilizem um nível mínimo pactado de peças e componentes nacionais em sua produção, no estímulo à produção de veículos energeticamente mais eficientes e no incremento dos investimentos em engenharia e inovação. Tais preceitos são positivos para a valorização da produção nacional, para o avanço da inovação e do desenvolvimento tecnológico e os investimentos da indústria automobilística no País. A expectativa é que o novo regime automotivo possa promover o fortalecimento e o adensamento da cadeia industrial automotiva e consolidar o Brasil como produtor automobilístico de classe mundial. São passos estratégicos que a nação deve dar para, de fato, consolidar-se como a sexta mais importante economia do planeta (*) Presidente da Fiat/Chrysler para a América Latina

Rua Jornalista Djalma Andrade, 1300 - Belvedere - Belo Horizonte - MG MUNDOFIAT

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sumário

EXPEDIENTE

8 Iveco Daily chega

Mundo Fiat é uma publicação da Fiat do Brasil S/A, destinada aos stakeholders das empresas do grupo no Brasil.

ao mercado

Nova linha de veículos faz parte da geração Ecoline e já está à venda nas redes concessionárias Iveco em todo Brasil

www.eticagrupofiat.com.br FIAT DO BRASIL S/A Presidente: Cledorvino Belini MONTADORAS FIAT AUTOMÓVEIS Presidente: Cledorvino Belini CASE NEW HOLLAND Presidente: Valentino Rizzioli IVECO LATIN AMERICA Presidente: Marco Mazzu COMPONENTES FPT – POWERTRAIN TECHNOLOGIES Superintendente: Enrico Vassallo MAGNETI MARELLI Presidente: Virgilio Cerutti TEKSID DO BRASIL CEO Nafta e Mercosul: Rogério Silva Jr. SISTEMAS DE PRODUÇÃO COMAU Superintendente: Gerardo Bovone

E mais

SERVIÇOS FINANCEIROS BANCO FIDIS Superintendente: Gunnar Murillo BANCO CNH CAPITAL Superintendente: Brett Davis FIAT FINANÇAS Superintendente: Gilson de Oliveira Carvalho

38 Doug Betts, o guru da qualidade do grupo Fiat/Chrysler

18 Grupo Fiat homenageia

42 Meu Fiat me levou às casas de Pablo Neruda

os melhores fornecedores de 2011

58 A corte dos canaviais

Realizado no Rio de Janeiro, Qualitas Awards premia 54 parceiros da América Latina e, pela primeira vez, integra empresas ligadas à Chrysler

66 Caravaggio: arte revolucionária 68 Arte na Praça 74 Inovação em serviços

48 Cachaça.

76 Teksid investe em formação de talentos

Agora também com sotaque americano A bebida, com trajetória de mais de 500 anos, cai no gosto de todas as classes sociais e se confirma como parte integrante da cultura brasileira

78 Educação é o melhor caminho 82 Plantar & Construir promove ação em Contagem 90 Espaço Ciência alia educação e informação ambiental à arte de Inhotim

72 Qualificação completa da cadeia de negócios

90

Programa de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores da Comau enriquece, de forma estratégica, o relacionamento com seus contratados

86 Case New Holland e Iveco

recebem certificado Green Building

48 6

Empresas cumpriram todas as exigências e têm o primeiro Centro de Distribuição de peças da América Latina com a certificação ambiental

SERVIÇOS FIAT SERVICES Superintendente: (interino) FIAT REVI Superintendente: Marco Pierro FIDES CORRETAGENS DE SEGUROS Superintendente: Marcio Jannuzzi FAST BUYER Superintendente: Valmir Elias ISVOR Superintendente: Márcia Naves ASSISTÊNCIA SOCIAL FUNDAÇÃO FIAT Diretor-Presidente: Adauto Duarte CULTURA CASA FIAT DE CULTURA Presidente: José Eduardo de Lima Pereira EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO TORINO Presidente: Raffaele Peano Comitê de comunicação Alexandre Campolina Santos (Fiat Services ), Ana Vilela (Casa Fiat de Cultura), Pollyane Bastos (Teksid), Cristielle Pádua (Fundação Torino), Elena Moreira (Fundação Fiat), Fabíola Sanchez (Magneti Marelli), Fernanda Palhares (Isvor), Jorge Görgen (CNH), Marco Antônio Lage (Fiat Automóveis), Marco Piquini (Iveco), Milton Rego (CNH), Othon Maia (Fiat Automóveis), Renata Ramos (Comau) e Roberto Baraldi (Fiat do Brasil). Jornalista Responsável: Marco Antônio Lage (Diretor de Comunicação da Fiat). MTb: 4.247/MG Gestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estratégica. Editora-Executiva e Chefe de reportagem: Juliana Garcia. Colaboraram nesta edição: André Luiz Araújo, Adriana Bernardino Sharada, Daniel Prado, Glória Paiva, Guilherme Arruda, Jamerson Costa, Lilian Lobato, Pedro Ivo Bernardes, Roberto Baraldi, Rúbia Piancastelli. Projeto Gráfico e Diagramação: Sandra Fujii. Produção Gráfica: Ilma Costa. Impressão: EGL - Editores Gráficos Ltda. Tiragem: 19.500 exemplares. Redação: Rua Oriente, 445 – Serra – CEP 30220-270 – Belo Horizonte – MG – Tel.: (31) 3261-7517. Fale conosco: mundofiat@fiatbrasil.com.br Para anunciar: José Maria Neves (31) 3297-8194 – (31) 9993-0066 – mundofiat@uol.com.br

Espírito e corpo de grupo Por Marco Antônio Lage(*)

A

identidade de um grupo se define por seus valores e práticas comuns. Embora organizado desde o início de 2011 em duas holdings distintas, a Fiat SpA e a Fiat Industrial SpA, o Grupo Fiat continua a compartilhar sua cultura e a desenvolver importantes ações transversais a várias empresas que o compõem. O Qualitas Awards, realizado em abril, foi um momento solene de afirmação do espírito e corpo de grupo. Neste evento, são premiados os fornecedores que mais se destacaram no ano em sua parceria com a Fiat, Iveco, Case New Holland (CNH) e FPT Industrial. Neste ano, pela primeira vez, a Chrysler integrou o evento, que teve abrangência latino-americana. A integração do grupo Chrysler à Fiat SpA – que detém 58,5% do capital do grupo norte-americano – é uma realidade particularmente visível na área de Compras, como foi demonstrado durante o Qualitas Awards. Em termos globais, sua incorporação à mesma plataforma de compras que atende a Fiat SpA e a Fiat Industrial SpA gera um volume anual de aquisições sob responsabilidade do Group Purchasing de US$ 90 bilhões. Atuando em mais de 20 países, o Group Purchasing consolida a globalização do grupo e, ao mesmo tempo, reforça sua unidade operacional, em busca de um número crescente de fornecedores altamente qualificados comuns às empresas do grupo, para ganhos de escala e adensamento de relações. Esta edição da revista Mundo Fiat, a segunda em seu novo formato gráfico, dá destaque ao Qualitas Awards e também ao Qualitas Excelência, que premia os mais destacados concessionários da Fiat. Na capa da revista, o presidente da Iveco, Marco Mazzu, apresenta a linha Daily de caminhões leves, a primeira da nova geração Ecoline. São veículos que trazem motores com níveis de emissões que se enquadram nas atuais normas ambientais. O mesmo ocorre com o Ducato, que ficou mais forte e econômico. Esta edição também visita, a bordo de um Grand Siena, as três casas do poeta Pablo Neruda no Chile, onde o novo modelo foi lançado para toda a América Latina. E estabelece um elo cultural ao apresentar uma tradição de Minas Gerais, a cachaça, e outra de Pernambuco, o maracatu, ambas oriundas dos canaviais. A edição também traz Caravaggio na Casa Fiat de Cultura, sustentabilidade e a permanente formação de talentos no Grupo Fiat. Boa leitura! (*)

Diretor de Comunicação da Fiat/Chrysler

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lançamento

Iveco Daily

chega ao mercado Nova linha de veículos faz parte da geração Ecoline e já está à venda nas redes concessionárias Iveco em todo Brasil

trução de 120 protótipos, que rodaram 5 milhões de quilômetros. “O Iveco Daily é um veículo top em resistência e com baixo custo operacional, que são as duas características principais da geração Ecoline”, avalia Mazzu. “São os melhores veículos Iveco que já produzimos.” A linha Daily é a mais versátil de seu segmento e já está à venda na

rede de concessionárias Iveco em todo o Brasil. São 30 versões de veículos chassi cabine e furgão, com exclusiva opção de cabine dupla e a mais ampla variedade de entre-eixos. A utilização de aço especial super-resistente também contribuiu para a robustez da nova gama. Conforto e praticidade não faltam à linha Daily. Fácil de conduzir, não é preciso “subir escada” para entrar nas cabines (um degrau basta). As portas são amplas, os moto-

Por Lilian Lobato

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Para desenvolver toda a linha Ecoline, que começa a chegar com o novo Daily e terá outros modelos lançados até 2014, a Iveco empreendeu o mais rigoroso projeto de desenvolvimento de produtos em sua história na América Latina. O projeto durou mais de dois anos, envolveu 300 engenheiros e exigiu a cons-

Fotos divulgação Iveco

S

alto em qualidade e tecnologia. São os atributos que a nova gama Daily, linha de caminhões leves de 3,5 a 7 toneladas, recém-lançada pela Iveco Latin America, tem a oferecer ao mercado brasileiro. Os modelos fazem parte da nova geração de veículos Ecoline, que atendem a legislação ambiental, bem como cumprem as exigências de emissões de poluentes. A nova linha será produzida na fábrica da empresa, em Sete Lagoas (MG), e pretende superar as expectativas dos consumidores. “Mais confortáveis, mais potentes, mais versáteis e muito mais econômicos, os novos Iveco Daily são um exemplo do nosso compromisso com a inovação e a modernidade em favor do cliente”, ressalta Marco Mazzu, presidente da Iveco Latin America. Segundo ele, a geração Ecoline marca um novo momento para a empresa. “Renovaremos toda a nossa gama de veículos, que já era a mais moderna do mercado”.

Daily Truck é um dos destaques da linha e atende às exigências de emissões de poluentes

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lançamento

Daily Minibus está entre os lançamentos

Mais ampla, cabine dupla reúne conforto e praticidade

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res potentes e os câmbios macios. A sensação é de dirigir um automóvel. O painel também ganhou estilo de carro de passeio, moldado em dois tons de cinza, com material mais sensível ao tato. O console central reúne rádio CD player com MP3, controles de ventilação e ar-condicionado (opcional), teclas de comando e porta-objetos com tampa. Ao lado do console, a alavanca de câmbio está em posição mais ergonômica. O volante é mais bonito e tanto o velocímetro, quanto o conta-giros e indicadores de combustível e temperatura da água têm grafismo sofisticado. O computador de bordo traz odômetro total e parcial, velocidade média, consumo médio e instantâneo, e informações sobre manutenção. As saídas de ar estão maiores e foram reposicionadas. Há porta-copos nas duas extremidades do painel. Um novo e amplo porta-objetos de teto (de série no chassi cabine, opcional no furgão) incorpora as luzes internas e os quebra-sóis. O estofa-

mento dos bancos ganhou maciez progressiva e a forração é de tecido mais nobre. O freio de estacionamento fica em um suporte entre os bancos, de uso mais confortável. Não há túnel central e o piso é plano. A chave é do tipo “canivete” e com telecomando.

Uma das novidades mais esperadas na nova geração é o Iveco Daily Minibus para passageiros, que será vendido completo e implementado, diretamente da fábrica. Com isso, a empresa atende a uma das principais demandas do mercado. “Na maioria dos casos, o cliente tem de comprar o modelo sem bancos e forrações e se dirigir a um local especializado, fazer seu pedido, realizar outra transação comercial e financeira e esperar até cinco meses em alguns casos para ter o seu veículo completo”, ressalta Alcides Cavalcanti, diretor de vendas da Iveco. Essa espera tende a acabar já que, a partir de agora, a Iveco disponibilizará modelos prontos em estoque, na fábrica e na rede. O cliente escolhe o modelo que melhor atende as suas necessidades, negocia, tem o veículo disponível em um prazo curto e conta com as garantias da fábrica e do implementador. O sistema será mais rápido mesmo se for um pedido com configuração especial.

O Daily Minibus será disponível nas versões 45S17 com entre-eixos de 3.300 milímetros e 5517 com entre-eixos de 3.950 milímetros, sendo esse modelo o de maior espaço e capacidade do seu segmento. Com 170 cv, é o mais potente entre os concorrentes. Vale ressaltar que o veículo foi desenvolvido para atender as mais diferentes missões e está disponível em versões como Turismo/Executivo, com acabamento e conforto diferenciados, possui itens de série como ar-condicionado, vidros e espelhos elétricos, poltronas reclináveis, porta-pacote e opcionais como bagageiro traseiro, com capacidade para 14+1, 15+1 ou 18+1 passageiros. Já a versão mais básica, para fretamento e curtas distâncias, com capacidade para 15+1 ou 18+1 passageiros, proporciona um competitivo custo por passageiro transportado.

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lançamento Painel está mais bonito e ganhou estilo de carro de passeio

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De acordo com Fausto Assis, responsável pelo marketing de produto dos veículos leves e médios da Iveco, a expectativa da empresa é de vender 9500 unidades da gama Daily ao longo deste ano. “A linha é inovadora e não só atende a legislação como é sinônimo de qualidade e conforto para o cliente. Já tivemos feedback dos consumidores que adquiriram os veículos e todos estão extremamente satisfeitos. A nova gama reúne boa potência, economia e excelente performance”. Um dos destaques da nova linha é o 70C17 Daily Truck, um dos únicos caminhões de 7 toneladas que atendem o Euro V – padrão europeu de emissões e regulamentação do nível de poluentes dos veículos – no mercado atual. Com capacidade para até 4.520 quilos de carga, o modelo substitui o caminhão leve 70C16 Daily Massimo, e é mais ágil, econômico e prático. Sua plataforma de carga

está entre as maiores da categoria e também é uma das mais baixas em relação ao solo, o que facilita as operações de carga e descarga. Na base da nova linha, o modelo 35S14, para até 3,5 toneladas, também ganha mais em eficiência e agilidade. Com rodado simples na traseira, pode ser dirigido por portadores de carteira B e pode circular em cidades com zonas de restrição à circulação. O veículo ainda tem três tipos de entre-eixos (3.000, 3.450 e 3.750 mm) e a maior plataforma de carga do segmento, permitindo implementos com até 4.590 mm de comprimento total (o que acomoda um baú de até 24 m3). Cerca de 60% de seus usuários rodam até 130 quilômetros por dia (operação urbana) e utilizam carroceria tipo baú, para transporte e distribuição de todo tipo de mercadoria como alimentos, bebidas, materiais de construção e móveis.


resultados foram atingidos em função da nova geometria dos pistões, aos novos injetores de combustível piezométricos, com controle eletrônico e não mais mecânico, até cinco vezes mais rápidos e precisos e ao aumento de 13% na pressão de injeção do sistema Common Rail, que passou de 1.600bar para 1.800bar no novo modelo. Outra mudança no novo motor F1C Dual Stage é o uso de uma nova central de injeção com interface eletrônica de comunicação (CAN) integrada que oferece uma troca de informações mais eficiente e monitoramento de parâmetros de funcionamento de todo o conjunto veículo/motor. Com a novidade, é possível avaliar, por exemplo, o nível de deterioração do óleo motor pela indicação no painel do veículo. Em virtude da adoção do sistema EGR, o F1C possui ainda novos coletores de escape e de aspiração. O propulsor tem também uma polia eletromagnética do ventilador nova, que passou de duas para três velocidades, reduzindo o nível de ruído e melhorando a atuação do sistema de refrigeração do veículo.

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Imagem ilustrativa

A linha Iveco Daily também ganhou em potência e torque graças ao novo motor F1C com turbo de duplo estágio da FPT Industrial. O propulsor, produzido na unidade de Sete Lagoas (MG), traz diversas mudanças e inovações tecnológicas que atendem os limites de emissões de poluentes com a adoção do sistema EGR (Recirculação dos Gases de Escape) com gerenciamento totalmente eletrônico pela central de injeção. Para melhorar, além de oferecer melhor desempenho, com 10% a mais de potência máxima, houve redução de 9% em consumo de combustível. Com quatro cilindros em linha e quatro válvulas por cilindro, o novo F1C tem como destaque duas turbinas que funcionam em série, conferindo mais elasticidade ao desempenho do motor. Com uma válvula wastegate, a turbina menor funciona durante todo o tempo. Já a turbina maior passa a atuar quando o motor atinge rotações mais altas, garantindo que seu torque permaneça na faixa máxima por mais tempo (de 1250rpm a 3000rpm). Com isso, além de melhorar o desempenho como um todo, o consumo e as emissões de gás carbônico também são reduzidos. Pela adoção do novo turbo Dual Stage, foram necessárias algumas alterações. O F1C conta com um novo suporte do motor direito, que oferece alívios para passagem de tubulações de óleo proveniente das turbinas, e um novo cárter, com furos para retorno de óleo. O novo propulsor também conquistou melhor performance com queima mais eficiente na câmara de combustão. Os

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lançamento

Inovações no motor FPT Industrial garantem eficiência do Daily

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mais forte e econômico Líder de vendas há nove anos em seu segmento, o Ducato lança a linha 2013 que chega às concessionárias Fiat com um motor mais econômico

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ais econômico e com mais torque, o Fiat Ducato 2013 chega ao mercado totalmente adequado ao novo patamar da legislação de emissões veiculares, enquadrando-se nos níveis do Proconve L6. O modelo também traz inovações em seu conjunto. O torque aumentou 6%, enquanto o consumo de combustível foi reduzido em até 8%. O motor F1A MultiJet Economy, desenvolvido e produzido pela FPT Industrial, segundo o moderno conceito de downsizing, incorpora alterações que deixaram o Ducato mais econômico em até 8% se comparado ao modelo anterior. O motor conta também com o sistema MultiJet II, que garante maior precisão da injeção de combustível. Com ele, o propulsor apresenta melhor desempenho, além de menores consumo de combustível, ruído e emissões de NOx (óxidos de nitrogênio). A nova calibração e o implemento de novas tecnologias melhoraram o desempenho do veículo ainda nas acelerações e retomadas. Os 127 cv de potência a 3.600 rpm foram mantidos, enquanto o torque aumentou em 6%, de 30,7 Kgfm para 32,6 kgfm a 1.800 rpm, dando um comportamento ainda mais ágil ao Fiat Ducato. Além disso, para chegar aos níveis de consumo e emissão desejados, o Fiat Ducato 2013 adotou o sistema EGR (Recirculação dos Gases de Escape) para redução da emissão de NOx,

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o filtro catalisador tipo DOC (catalisador de oxidação de diesel) e o filtro de gases de escapamento DPF (filtro de partículas de diesel) para menor emissão de material particulado. Com isso, obtém-se uma eficiência de até 99%, atendendo aos requisitos do Proconve L6. Este sistema, se comparado ao SCR (Redução Catalítica Seletiva), usado em caminhões pesados, tem como principal vantagem o menor custo para o cliente, já que não precisa da adição do ARLA 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), comercializado em postos e concessio nárias.

pletar a gama, o Ducato ainda possui Multi Teto Alto, uma versão que ressalta toda a versatilidade do modelo. Esta versão pode ser transformada para atender diversas necessidades em veículos comerciais, como para executivos, transporte escolar, passageiros com necessidades especiais, entre outras possibilidades. O Fiat Ducato 2013 conta com o suporte da maior rede de atendimento do segmento, são mais de 230 pontos espalhados por todo o Brasil, todos equipados com ferramentas específicas e peças genuínas adequadas às necessidades de reparação, além de pessoal treinado pela Fiat e de serviço de assistência 24 horas, por meio do Confiat, que presta socorro em qualquer ponto do território nacional.

Fotos divulgação Fiat

lançamento

Fiat Ducato 2013:

Destacado por seu excelente Total Life Cost, o custo total da vida do veículo, que inclui preço de aquisição, custo de operação, custo de manutenção e valor de revenda, o Fiat Ducato 2013 tem ainda como diferencial sua ampla gama. As sete versões abrangem transporte de passageiros, de carga e configurações especiais, para atender qualquer necessidade do cliente. Entre os veículos para passageiros, estão o Minibus Teto Baixo (15+1 passageiros mais espaço de bagagem) e o Minibus Teto Alto (15+1 passageiros mais espaço de bagagem). Já os veículos para transporte de carga incluem o Cargo 7,5m³, o Cargo L 9,0m³, o Maxi Cargo 10m³ e o Maxi Cargo 12 m³. E para com-

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Fotos Studio Cerri

prêmio Qualitas

NGK, agraciados com esse título por receberem o Qualitas por cinco anos consecutivos. Outros quatro fornecedores receberam menções honrosas por responsabilidade social (projetos desenvolvidos na área), propositividade (participação nos programas de redução de custos e otimização do valor), inovação (soluções técnicas inovadoras para o cliente) e desenvolvimento (novos produtos e projetos). Respectivamente, os destaques nessas áreas foram a Aethra, a CSN, a Moura e a Takata Petri. Mediada pela jornalista e âncora do Bom Dia Brasil, Renata Vasconcelos, a cerimônia reforçou, em vários momentos, a estratégia de integração global e regional das cadeias produtivas do grupo. Estiveram presentes Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat-Chrysler para a América Latina, Osias Galantine, diretor de compras Fiat-Chrysler e do Group Purchasing na América Latina, e Vilmar Fistarol, CEO mundial do Group Purchasing, além dos responsáveis de compras da Iveco, CNH, FPT Industrial e Fiat-Chrysler no continente. A cerimônia reuniu mais de 700 pessoas e incluiu, pela primeira vez, fornecedores da Chrysler na América Latina

Grupo Fiat homenageia

os melhores fornecedores de 2011 Realizado no Rio de Janeiro, Qualitas Awards premia 54 parceiros da América Latina e, pela primeira vez, integra empresas ligadas à Chrysler Por Glória Paiva

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o último dia 26 de abril, no Rio de Janeiro, a premiação dos grandes destaques de 2011 entre os fornecedores do Grupo Fiat na América Latina reuniu mais de 700 pessoas, na 23ª edição do prêmio Qualitas Awards. Com o tema “Juntos somos mais fortes”, o Qualitas incluiu, pela primeira vez, fornecedores da Chrysler na América Latina, além dos

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já tradicionalmente envolvidos parceiros da Fiat, FPT Industrial, Iveco e CNH (marcas Case e New Holland) do Brasil, da Argentina e da Venezuela. Foram homenageadas 48 empresas nas categorias Químicos, Metálicos, Mecânicos, Materiais Indiretos, Logística e Elétricos, além dos eleitos da categoria Cinco Estrelas: Petronas Lubrificantes, Sumidenso, Italytec e

Italytec recebe o Qualitas Cinco Estrelas Vencedora do Qualitas Awards por cinco anos consecutivos, a Italytec recebeu pela primeira vez o Qualitas Cinco Estrelas, resultado de muita concentração e esforços para entender e corresponder às necessidades do cliente, segundo Andrea Sala, diretor geral da empresa. A empresa, que fornece conjuntos e partes de sistemas de ar condicionado para a CNH e Iveco, busca “colocar em prática, de fato, a expressão ‘foco no cliente’”, explica Sala. Qualidade, pontualidade e competitividade também são essenciais, de acordo com o diretor. Para manter-se em destaque e reconhecida como uma companhia “cinco estrelas”, a Italytec deverá intensificar suas pesquisas de satisfação e seu contato junto ao cliente. “Para

buscar a satisfação em todos os aspectos e conseguir reagir imediatamente a qualquer problema, vamos aumentar a frequência da pesquisa direta em cada setor envolvido: engenharia, compras, qualidade e logística”, conta.

Andrea Sala, diretor geral da Italytec no Brasil, ao centro

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prêmio Qualitas

tos, previsões de mercados e investimentos nas várias plantas do grupo no Brasil, na Argentina e na Venezuela. Em relação à Fiat Automóveis, Paulo Roberto destacou a expansão prevista da fábrica de Betim, de 800 mil para 950 mil veículos ao ano, e a construção da nova planta de Pernambuco, ações que elevarão a capacidade produtiva da Fiat a 1,2 milhão de carros por ano no Brasil, além das 200 mil unidades na Argentina. “Com isso, estaremos preparados para atender o mercado nos próximos cinco anos”, avaliou. O executivo ainda destacou a produção do Novo Palio em Córdoba devido ao seu sucesso de vendas. Para se estruturar a fim de receber o Palio, a fábrica da Argentina recebeu aportes significativos. A CNH também trouxe boas notícias, como o anúncio da nova planta de 40 mil metros quadrados que ficará

Coral de jovens do programa Árvore da Vida se apresentou na 23ª edição do Prêmio Qualitas

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Para os fornecedores agraciados com o Qualitas Awards, a premiação foi, além de motivo de orgulho, um momento de integração e de conhecer com mais profundidade o universo dos clientes. “A presença de todo o corpo diretivo do grupo e as mensagens transmitidas tornam o encontro muito importante. O alinhamento com a estratégia do cliente e o nosso entendimento claro das suas perspectivas são fundamentais para o sucesso da nossa parceria”, ressaltou Fernando Furlan, gerente comercial da Takata Petri. Fornecedora de volantes e airbags, a Takata Petri recebeu este ano uma menção honrosa pelo desenvolvimento de produtos. Para a MTA Brasil, premiada na categoria Elétricos, o Qualitas Awards reforça a busca pela qualidade e se torna um diferencial para o fornecedor que o recebe. “O prêmio é um cartão de visitas para a empresa e mostra que estamos trabalhando bem,

que temos a satisfação do cliente”, avalia Pierangelo Zanoncelli, presidente e diretor da empresa, que fornece materiais elétricos, eletromecânicos e eletrônicos, além de soluções para o grupo Fiat. E o executivo da MTA deixa claro: “O troféu não é só para colocar na estante, mas para nos lembrar que precisamos não somente manter o nível, mas melhorar sempre”, diz. Talk show de qualidade Em uma série de apresentações estruturadas conforme um talk show, Luidi Mesquita, responsável de compras da FPT Industrial, Ricardo Ribeiro, diretor de compras da CNH, Gustavo Comparato, diretor de compras da Iveco na América Latina, e Paulo Roberto da Luz, diretor de compras fast buyer da Fiat-Chrysler no continente, mostraram ao público o planejamento e as perspectivas das companhias para 2012. Dentre as estratégias expostas estavam lançamentos de novos produ-

pronta no final do ano em Córdoba, na Argentina, conforme revelou Ricardo Ribeiro. No Brasil, a empresa também comemora a nova fábrica em Montes Claros (MG) para a produção de máquinas de construção civil e o prêmio “Green Building”, recebido pelo centro de distribuição de peças da empresa em Sorocaba (SP). Durante o talk show, Gustavo Comparato, da Iveco, destacou a nova geração de caminhões Ecoline, com a mais moderna tecnologia de motores Euro V, e a fábrica de veículos militares blindados de Sete Lagoas (MG). Outro tema abordado foi a sinergia entre a Iveco e a FPT Industrial, exemplificada pelas vitórias dos caminhões Iveco no último Rally Dakar e da Scuderia Iveco nas duas primeiras etapas da Fórmula Truck, ambos equipados com propulsores da FPT.


prêmio Qualitas

Adilson Guimarães Capanema, diretor executivo da Petronas Fornecedora de lubrificantes e fluidos funcionais para veículos, a Petronas vê na simplicidade e no trabalho em equipe o segredo para o sucesso. “A união faz com que os processos se tornem simples e isso é aplicado em todos os níveis da organização. O diálogo semanal, a proximidade com os funcionários, os parceiros e fornecedores ajudam a difundir a ideologia de forma efetiva”, relata Adilson Guimarães Capanema, diretor executivo da Petronas. Para ele, o Qualitas é uma valorização importante não apenas para o fornecedor, mas também para o cliente e os funcionários da empresa premiada. “O reconhecimento vem coroar o trabalho de todo o time”. Segundo ele, os próximos passos são buscar novos conhecimentos, estreitar as relações com o cliente e investir no treinamento dos funcionários para a expansão de sua fábrica em Contagem (MG). “A expansão irá dobrar a capacidade produtiva e trazer mais automatização. Vamos buscar a qualidade também nos novos processos”, garantiu.

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A própria FPT Industrial aproveitou o encontro para reforçar sua estratégia de expansão. Segundo Luidi Mesquita, a companhia planeja uma nova fábrica na Argentina. Já em Sete Lagoas (MG), está investindo nas instalações para fabricar propulsores que atendam ao limite de emissões do Proconve. “Lançaremos este ano toda a linha de produtos renovada para atender ao novo limite de emissões e também para oferecer as mais novas tecnologias”, afirmou. I ntegração como estratégia na América Latina Em diversos momentos, o evento também foi marcado pelas mensagens acerca da necessidade de integração em toda a cadeia produtiva para responder à forte concorrência e à nova configuração do grupo, especialmente na América Latina, já que o evento era destinado aos fornecedores do continente. Além do alinhamento de processos e de uma estratégia mundial, a aquisição da Chrysler exige uma mudança cultural importante em todas as empresas envolvidas. “Estamos falando em compartilhar tecnologias, experiências, boas práticas e ampliar a cadeia de compras a nível global. Estamos falando da inteligência coletiva do grupo Fiat. São alguns aspectos que, se ainda não se tornaram realidade, se tornarão em breve e contribuirão para o desenvolvimento dos nossos polos de fornecimento”, observou Osias Galantine. Para o diretor do Group Purchasing América Latina, todos os passos têm um objetivo principal, compartilhado por toda a cadeia produtiva: a competitividade estrutural. Já Cledorvino Belini, presidente da Fiat-Chrysler na América Latina, ressaltou que um dos meios para atingir a meta da competitividade e enfrentar o crescente mercado no continente são os investimentos contínuos destacados nas plantas da Fiat, Iveco, CNH e FPT industrial na América Latina. “Todas as fábricas estão sendo dotadas de capacidade produtiva, novas tecnologias e processos mais efi-

VENCEDOR DA CATEGORIA LOGÍSTICA 2011

OBRIGADO PELO RECONHECIMENTO. ESSA CONQUISTA SIMBOLIZA O ESFORÇO E A DEDICACÃO DE TODOS OS COLABORADORES DO GRUPO MULTITERMINAIS.

TERMINAL DE VEÍCULOS MULTICAR E TERMINAL DE CONTÊINERES MULTIRIO RIO DE JANEIRO, RJ


prêmio Qualitas

Kyohei Hayashi, diretor presidente da NGK Em sua estante, o diretor presidente da NGK no Brasil, Kyohei Hayashi, já acumula 12 estatuetas do Qualitas Cinco Estrelas. Seu lema é “excelência e qualidade para o cliente”. Em todas as operações da NGK, o cliente está em primeiro lugar. Hayashi explica que, na filosofia da companhia, qualquer dificuldade, seja ela causada pela NGK, pelo cliente ou por qualquer outro fator, é um problema da empresa. “O problema é nosso e devemos pensar em como resolvê-lo rapidamente para minimizar os efeitos para o cliente”, atestou. Para o executivo, um dos grandes desafios do futuro é encontrar o equilíbrio entre a automatização e a capacidade humana. “Muitas empresas buscam a excelência e a redução de custos na automatização dos processos. Entretanto, apenas automatizar a produção não leva a excelência”. Segundo Hayashi, a inteligência humana é essencial e a tarefa é harmonizar os dois elementos para manter a qualidade.

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Cledorvino Belini, presidente da Fiat/Chrysler na América Latina: crescimento do mercado automotivo

cientes, a fim de desenvolver e produzir novos produtos, design, inovação, confiabilidade e qualidade”, afirmou. Em seu pronunciamento, ele destacou o otimismo de sua gestão com relação à economia e ao mercado latino-americano. E que o desenvolvimento econômico, a consolidação da democracia, a melhor distribuição de renda e uma melhor utilização dos recursos naturais levam o grupo a “crer em um avanço lento, porém seguro e crescente no continente”. Ainda de acordo com Belini, a expectativa do grupo é de crescimento de 4% da economia e do mercado automotivo na América Latina em 2012. “O mercado no continente pode chegar a 5,8 milhões de veículos novos vendidos”, observou, ressaltando a importância do mercado brasileiro e argentino no volume. Por fim, ele destacou a mensagem principal aos fornecedores: “Temos grandes perspectivas para o futuro da nossa indústria no Brasil e no continente, mas para que elas nos favoreçam, é preciso trabalhar sempre em cadeia, em parceria”.


prêmio Qualitas

Group Purchasing prevê US$ 90 bilhões em compras mundiais

Vilmar Fistarol, CEO mundial do Group Purchasing: “A chegada da Chrysler não trouxe apenas mudanças, mas uma evolução”

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A participação da Chrysler também no Group Purchasing, organização mundial de compras transversais para as empresas do grupo Fiat, trouxe novas perspectivas e expandiu os horizontes dos parques de fornecedores ligados às companhias. Segundo Vilmar Fistarol, CEO mundial do Group Purchasing, a integração elevou a US$ 90 bilhões a previsão do volume anual de compras do grupo, em todo o mundo. Em 2011, o valor foi de US$ 70 bilhões. A nova estrutura da organização conta com 50 unidades em mais de 20 países e uma equipe de mais de 2.700 pessoas. São mais de 7.500 fornecedores que atendem 105 plantas industriais do grupo Fiat e 22 plantas em joint venture. No Qualitas Awards, Fistarol destacou a necessidade de integração em toda a ampla cadeia produtiva. “A chegada da Chrysler não trouxe apenas mudanças, mas uma evolução. O Fiat Group Purchasing se transformou em Group Purchasing,

tornando nossos volumes de compras muito maiores”, explicou. Além da expansão dos valores, a nova configuração trouxe a necessidade do alinhamento de processos e a definição de uma estratégia mundial para o desempenho de fornecedores. Segundo Fistarol, em paralelo, acontece ainda uma mudança cultural já que a empresa passou a dar mais destaque a temas como meritocracia, excelência na execução e uma abordagem comum no gerenciamento de fornecedores. Para o Group Purchasing, o mundo agora é visto como um grande mercado fornecedor em potencial. Em função disso, é preciso aumentar a sinergia, assegurar a viabilidade da base de fornecimento, promover o desenvolvimento dos fornecedores e implantar uma forma eficiente de otimização do valor do produto para que a organização se torne cada vez mais competitiva no cenário global.


prêmio Qualitas

Kanji Iasunaga, diretor superintendente da Sumidenso A Sumidenso atribui reconhecimentos como o Qualitas Cinco Estrelas a um princípio de negócios aplicado mundialmente, o “simple thinking and communication”, ou seja, pensar e se comunicar de forma simples. Ao seguir o lema e investir na qualificação de mão-de-obra, a fornecedora de chicotes elétricos busca cumprir sua diretriz para o triênio 2010-2012: tornar-se a número um do mundo em desenvolvimento de produtos e na formação de recursos humanos. “No nosso segmento, a parte mecanizada é muito restrita. Por isso, uma das práticas essenciais é o nivelamento das habilidades do recurso humano. Temos um programa de treinamento e capacitação aplicado em todas as nossas unidades, explica Kanji Iasunaga, diretor superintendente da Sumidenso. Segundo ele, a inovação é o caminho para a competitividade. “A dinâmica do segmento automotivo é grande e, para acompanhá-la, a repetição não é suficiente. Temos que buscar a inovação e o desenvolvimento das pessoas.”

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Os pilares da nova organização A fim de conduzir toda a cadeia de fornecimento com base nessa nova configuração, o modelo organizacional do Group Purchasing foi elaborado de acordo com três pilares: negócios, commodities e região. Na área de negócios, há responsáveis de compras em cada empresa do grupo que asseguram a economia do negócio nas compras, o respeito aos prazos e a qualidade dos materiais e serviços. Já em commodities, um grupo atende os itens específicos, definindo a estratégia global, gerenciando os processos e o desenvolvimento a base de fornecimento. No pilar das regiões, os responsáveis gerenciam as operações, se relacionam com provedores, gerenciam problemas no fornecimento e fazem a gestão de pessoas. As lideranças de cada área são dividas em quatro regiões: Europa, Oriente Médio e África – sob o comando do próprio Fistarol – a América Latina, liderada por Osias Galantine, a Ásia e Pacífico, sob a tutela de Jack Cheng, e o Nafta, sob a liderança de Scott Kunselman. “A estrutura global demonstra a nova complexidade do Group Purchasing, com um poder muito maior de compras após a inclusão da Chrysler”, destaca Fistarol. A integração e os pilares do novo modelo organizacional devem levar a uma economia mundial bruta no custo de material direto para a Fiat Chrysler e Fiat Industrial da ordem de US$ 6,75 bilhões, de acordo com a estimativa do Group Purchasing. Outro ponto destacado foi a meta global de valor de compras com fornecedores comuns. Em 2010, os provedores compartilhados eram menos de 55%. Em 2011, o número passou para 57%. Segundo o CEO da organização, a meta é que todas as marcas compartilhem no mínimo 65% dos fornecedores até 2014. “Com isso, a cadeia de fornecimento terá a chance de competir por volumes maiores e oferecer soluções em comum”, ressaltou. Na relação da Fiat-Chrysler e Fiat Industrial com os fornecedores, esse parece ser o caminho. Nos mais de 20 mercados em que atua, o grupo enxerga a necessidade de que “toda a cadeia de fornecedores se apresente com agilidade em relação aos volumes, com qualidade, competitividade, ótimos serviços e rapidez na solução de problemas”, destacou Fistarol. Para que isso ocorra, um novo modelo de relacionamento com o polo produtivo foi criado, o chamado “One Voice”. “Uma só voz, uma única orientação global. É uma abordagem colaborativa rumo à melhoria contínua e ao ótimo desempenho.”

Vencedor do Prêmio Qualitas 2011


prêmio Qualitas

Lista de premiados no Qualitas Awards 2012 Categoria Químicos Petronas Lubrificantes

Ark Comunicação

3M

Produflex

Feeder

Pirelli Pneus

Parker Hannifin

Isringhausen Categoria Metálicos

Gabriel de Venezuela

ZF Sachs Argentina SA

Esteban Cordero S.R.L.

Basf Cerâmica Catalítica

Umicore

Magneti Marelli – Sistemas de exaustão

Aethra

Iochpe Maxion Plantas de Limeira e Guarulhos

Federal Mogul

ZF Câmbios

Tecnoroad Industrial e Comércio

SKF do Brasil

Brembo do Brasil

Autocam do Brasil

Imperador Mecânica Industrial Categoria Mecânicos Tec Parts do Brasil Indústria e Comércio

Indústria Agro-pertences

Categoria Materiais Indiretos Gedore

Gran Sapore

Provest

Step

Isvor

Nipotec

Águia Sistemas Categoria Logística Stilo

K-line

Multicar Rio Categoria Elétricos Audiovox Venezuela

Sumidenso

Chris Cintos

MTA

NGK

Yazaki

Resfri Ar

Johnson Controls PS do Brasil

Italytec Imex Indústria e Comércio Prêmio Cinco Estrelas Petronas Lubrificantes

Sumidenso

NGK do Brasil

Italytec Menções Honrosas Responsabilidade Social – Aethra Propositividade – CSN Inovação – Moura Desenvolvimento – Takata Petri

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   


prêmio Qualitas

Fiat Automóveis premia

concessionárias que se destacaram em 2011 Qualitas Excelência rende homenagem aos empresários e a toda a equipe, em novo conceito de excelência. A premiação é uma evolução do Qualitas Concessionárias, lançado em 2008 Por Glória Paiva

A apresentadora do programa Esporte Espetacular, Glenda Kozlowski, conduziu a premiação

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N

o último dia 27 de abril, também com o tema “Juntos somos mais fortes”, a Fiat Automóveis premiou as 25 melhores concessionárias do Brasil e suas equipes no Qualitas Excelência, uma cerimônia que reuniu cerca de 600 convidados no Rio de Janeiro. Os prêmios foram entregues pelo presidente da Fiat-Chrysler na América Latina, Cledorvino Belini, e pelo diretor comercial da Fiat Automóveis, Lélio Ramos. Também estiveram presentes na cerimônia Luiz Romero Farias, presidente da Abracaf (Associação Brasileira dos Concessionários de Automóveis Fiat) e os gerentes dos escritórios regionais da companhia. A premiação é uma evolução do Qualitas Concessionárias, que surgiu em 2008, e dos outros dois programas motivacionais da Fiat voltados à sua rede: Qualidade Total de Atendimento

(QTA), que premiava gerentes e equipes, e o Excelência, que premiava os concessionários. Neste novo formato também são considerados os 18 indicadores de qualidade que servem como base para a eleição dos destaques e que, anteriormente, eram divididos entre os três programas. Os agraciados com o Qualitas Excelência somam mais de 1.500 profissionais e, representados por suas empresas, formam o que a Fiat chama de “Clube 25”. Além dos troféus, estes vencedores recebem mais de R$ 2 milhões em prêmios como reconhecimento por seu trabalho em 2011. Os prêmios incluem viagens, sorteios de automóveis e 25 caminhões de prêmios. Para Saulo Arruda, Gerente de Desenvolvimento Profissional da Rede, a união dos três programas em uma premiação única é benéfica e promove


prêmio Qualitas Lélio Ramos, diretor comercial da Fiat: “Qualidade é fundamental em tudo”

um grande alinhamento de objetivos. “Os concessionários só ganham se o gerente se esforçar. O gerente depende do empenho de toda a equipe. Os bons profissionais precisam ser recrutados e retidos através de um belo trabalho da liderança e do RH, que também depende de um bom funcionamento de todo o administrativo, que deve estar alinhado aos serviços mais básicos. Enfim, todo o time passa a ter a mesma meta e isto só reforça a união dentro das empresas. No Qualitas Excelência, toda a equipe é considerada vencedora”, explica o gerente. Muitos concessionários aprovaram a mudança. “Antes, cada equipe trabalhava com um objetivo diferente dos demais. Agora, toda a empresa fica alinhada em torno da mesma meta”, observou Edmundo Cardoso, da Cambuí Veículos, de Vitória da Conquista (BA) que, este ano, integrou a lista dos premiados. Futebol e inspiração Com muito bom humor, a apresentadora do programa Esporte Espetacular, Glenda Kozlowski, conduziu a premiação de forma animada. Em vá-

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rios momentos, metáforas do futebol se aplicaram às mensagens transmitidas, como a importância do trabalho em equipe e da persistência na busca pela excelência. Durante o encontro, foram exibidos quatro vídeos denominados “Papo de Especialista”, gravados especialmente para a Fiat pelo consultor e estrategista Alessandro Saade. Dividindo-se entre os temas Pessoas, Parcerias, Processos e Oportunidades de Vendas, Saade falou diretamente sobre o negócio de automóveis e inspirou vários temas para reflexão. Os conselhos de Saade adequaram-se bem ao tema do Qualitas Excelência deste ano. O mote “Juntos somos mais fortes” conduziu os discursos e apresentações para a necessidade estratégica de união e alinhamento como ferramentas para competitividade. “Juntos – fábrica, concessionários e toda a nossa cadeia produtiva – estamos pavimentando os caminhos de amanhã, em cada ideia e em cada ação que colocamos em prática. A excelência dos nossos produtos e do atendimento da nossa rede fará toda a diferença para o consumidor, em um

mercado disputado por 45 marcas e mais de 2.000 modelos disponíveis”, apontou Belini. O CEO do grupo Fiat-Chrysler citou o antropólogo e especialista em marketing Clotaire Rapaille para reforçar o papel do relacionamento com o cliente no momento das vendas e do pós-vendas. “Veja o caso da Apple e das filas que se formam às vésperas de um lançamento. Esta é a demanda crescente por lealdade que Clotaire identificou. As marcas que atingem esta lado emocional, nem sempre pela tecnologia ou pela racionalidade, mas por um design, uma identidade ou um tratamento diferenciado, é que são as mais desejadas”, comparou Belini. Segundo Lélio Ramos, programas como o Qualitas Excelência são essenciais para disseminar o tema da qualidade de atendimento, “fundamental para o sucesso das empresas

que almejam a liderança de mercado e a sustentabilidade de seus negócios”. “Qualidade é fundamental em tudo que fazemos, seja nos produtos, nos serviços, nas pessoas, nos processos ou no atendimento ao cliente. Desde o primeiro Qualitas, reforçamos a importância de investir nesta busca pela qualidade”, argumentou Lélio Ramos. O alinhamento essencial Já o presidente da Abracaf, Luiz Romero Farias, destacou em seu discurso a importância da integração entre a Fiat e a rede de concessionários. “Somos os melhores porque investimos na formação técnica de nossos quadros, porque nos aproximamos mais de nossos clientes. Mas o que nos diferencia mesmo é que somos a rede que melhor se relaciona com sua fábrica”, orgulhou-se Luiz Romero, dando ênfase à relevância da capaci-

A Step é uma empresa de projetação especializada no setor de engenharia automotiva. Fundada em 1992, a empresa possui duas sedes na região do Piemonte, uma em Villastellone e outra em Torino. Em 2004 foi criada a Step Sud com sede em Pomigliano (Nápoles) e desde 2009 a unidade brasileira mantêm suas atividades na cidade de Contagem/Minas Gerais. A Step nasceu através da iniciativa de um grupo de técnicos, especializados em projetação de componentes automotivos. Devido à relevante experiência adquirida ao longo dos anos, hoje a empresa desenvolve atividades completas de work packaging atendendo todo o processo de desenvolvimento (concept inicial, projeto, cálculos estruturais, protótipos, técnologias de processo e o acompanhamento durante o início do processo produtivo) e os padrões de qualidade, visto que a empresa possui desde 1997 o certificado ISO 9001. Ao se tratar do contexto competitivo, desde a última década, percebe-se que, é sempre mais evidente a necessidade de realizar novas parcerias, com a intenção de adquirir maior dimensão para poder operar cada vez mais com eficácia no mercado internacional. É por este motivo que priorizamos a criação de uma plataforma que contêm em torno de 15 empresas parceiras especializadas em distintos setores, somando a cerca de 500 técnicos. Nossa estrutura nos permite oferecer atividades de work packaging em todas as áreas funcionais do veículo e desenvolver uma profícua colaboração com a intenção de obter sinergias vantajosas. No ano de 2012 a Step completará 20 anos de existência. Neste mesmo ano ela foi premiada pelo Grupo Fiat na América Latina através do troféu de reconhecimento Qualitas Awards 2012. Visite nossa página na web: www.stepspa.com MUNDOFIAT

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prêmio Qualitas

Conte Com as soluções teCnológiCas em fluidos e lubrifiCantes.

Lista de premiados Confira a lista das 25 concessionárias premiadas: Regional Belo Horizonte Delta – Juiz de Fora (MG) Alpínia – Paraíso (MG) Revemax – Itaúna (MG) Regional São Paulo Capital Ponto – Pires Rio (SP) Sinal – Alphaville (SP) Destaque – Mogi (SP) Ponto – São Miguel (SP) Regional Campinas Lance – Ribeirão Preto (SP) Livia – Catanduva (SP) Viviani – Pirassununga (SP) Regional Rio de Janeiro Itália Barra – Rio de Janeiro (RJ) MVC – Linhares (RJ) Dicasa – Magé (RJ) Regional Porto Alegre Sul Peças – Caxias do Sul (RS) Sul Veículos – Santa Maria (RS) Felice – Santiago (RS) Regional Recife Jelta – Teresina (PI) Cambuí – Vitória da Conquista (BA) Cavepe – Senhor do Bonfim (BA) Regional Brasília Cevel – Goiânia (GO) Umuarama – Araguaína (TO) Ravel – Quirinópolis (GO) Regional Curitiba Florença – Curitiba (PR) Fipal – Cascavel (PR) Fipal – Pato Branco (PR)

A cerimônia contou com a presença de 600 convidados

tação e do treinamento na excelência da rede. Um dos premiados, Túlio Albuquerque, da Delta de Juiz de Fora (MG), atribui a este relacionamento o sucesso de seu negócio. Vencedora do Qualitas pela primeira vez, a equipe da Delta enxergou no prêmio um estímulo. “O troféu é consequência do equilíbrio da nossa relação entre a concessionária e a Fiat. É um trabalho conjunto, direcionado para a qualidade e com foco no produto, no cliente e no relacionamento. Ano que vem, vamos fazer de tudo para vencer novamente!”, comemorou Albuquerque. Os premiados do Qualitas Excelência se dividem entre oito regionais da Fiat no país, sendo que a regional São Paulo Capital é a única a indicar quatro premiados em vez de três. Além disso, uma das atrações do encontro foi o sorteio, para três pessoas da plateia, de uma miniatura do Fiat 500, um vale compras de R$ 500 na Fiat Fashion e uma bicicleta do Fiat 500. Ao final das premiações, a cantora Roberta Sá fechou o encontro com muita animação e brasilidade, em um show preparado especialmente para o público de concessionários da Fiat.

Para desempenhar o seu melhor, os veículos precisam de produtos inteligentes. Os fluidos e óleos lubrificantes PETRONAS são testados em todos os tipos de motor para que cada veículo agregue a tecnologia e a inovação garantidas por quem tem mais de 100 anos de experiência. Não é à toa que a PETRONAS conquistou o Prêmio Qualitas por oito anos seguidos e, pelo terceiro ano consecutivo, o Prêmio Qualitas 5 Estrelas, sendo reconhecida pelo Grupo Fiat como sinônimo de excelência em qualidade e atendimento.

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Entrevista

Doug Betts, o guru da qualidade

do grupo Fiat/Chrysler

Especialista reconhecido em toda a indústria automotiva, o engenheiro Doug Betts vê o intercâmbio de know-how entre Fiat e Chrysler como uma ferramenta competitiva

Por Glória Paiva e André Luiz Araújo

Fotos divulgação Fiat

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esde setembro de 2011, com as mudanças organizacionais que dividiram a gestão da Fiat S.P.A. em quatro regiões do globo (Nafta, América Latina, Ásia e Europa, África e Oriente Médio), as áreas de Qualidade do grupo Fiat/Chrysler ganharam um novo e respeitável desafio: o alinhamento mundial de práticas e indicadores, de forma a criar um padrão uniforme de Qualidade em todas as fábricas do grupo no mundo. Para coordenar esta complexa missão, foi escolhido um executivo já apontado por muitos veículos de comunicação como um “guru da qualidade”: Doug Betts, com mais de 25 anos de experiência nesta área dentro da indústria automotiva, até então vice-presidente de qualidade na Chrysler. Nomeado presidente global de qualidade na Fiat S.P.A. e membro do GEC, Betts trouxe na bagagem não apenas sua experiência no grupo, mas também em outras montadoras – e uma delas o levou, inclusive, a ser nomeado uma das 50 pessoas mais influentes em 50 anos da empresa à época, e a ser uma das “10 personalidades a seguir na indústria” pela revista Automotive News, em 2008. Com formação em engenharia mecânica, Betts agora empresta sua expertise à função de identificar as melhores práticas de cada região onde a Fiat S.P.A. está presente e de disseminá-las globalmente às demais fábricas. Para este fim, conta com times multidisciplinares e de variadas nacionalidades que desenvolvem atividades e projetos de forma transversal em todo o grupo. O diretor de Qualidade da Fiat/Chrysler na América Latina, Windson Paz, destaca que, no continente, este trabalho é visto com muito otimismo, pois se trata de uma “grande oportunidade de aprendizado com outras regiões, principalmente com a Chrysler”. A reportagem da revista Mundo Fiat conversou com Doug Betts para saber mais sobre os principais desafios do tema da qualidade no setor automotivo.

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Entrevista

Fiquei impressionado com o que a Fiat vem fazendo no mercado brasileiro. Sua posição de destaque é prova de que ela está fazendo “as coisas certas” há vários anos Como você definiria qualidade no ramo automotivo? A melhor definição de qualidade é a definição feita pelo consumidor. E quando o consumidor diz a palavra “qualidade”, ele quer dizer diversas outras coisas. Classificamos qualidade em seis tipos diferentes: Confiabilidade, Satisfação, Regulamentação (segurança e conformidade), Percepção, Desempenho e Serviço. E estes são aspectos que o consumidor também avalia.

Betts se surpreendeu com o trabalho da frabricante no país: “acho que outras regiões têm muito a aprender com a Fiat no Brasil”

Qual é a maior dificuldade para obter um equilíbrio entre qualidade e bom preço? Estamos em um negócio muito competitivo. O custo de um veículo faz dele um dos bens mais caros que uma pessoa possa comprar. Obviamente, ninguém quer gastar esta quantia em algo de baixa qualidade. Minha experiência diz que, se você criar um produto de alta qualidade, terá quem pague por

ele. Boa qualidade leva a um preço de venda que pode sustentar o negócio. E uma regra essencial: nunca devemos fechar os olhos para os defeitos ou presumir que o consumidor não vai notar falhas ou “gambiarras” na qualidade. Temos que produzir como se estivéssemos produzindo para nós mesmo. Ao perguntarmos ao consumidor: “Você recomendaria o veículo que você comprou?”, o que você acha que precisamos fazer para receber um “sim” como resposta? Estar no nível mais alto ou perto do topo em cada um dos seis tipos de qualidade levará a uma experiência que valerá a pena repetir. Temos que proporcionar bons produtos e serviços, para que nenhum cliente tenha vontade de mudar para um concorrente. Isso significa que devemos entender clara e objetivamente os pontos nos quais somos comparados aos nossos concorrentes, a partir da visão do consumidor. Não é possível ter certeza de que nossa experiência é a melhor se não compreendermos como ela se compara àquela vivenciada pelos clientes dos concorrentes. Como lidar com a qualidade em uma empresa com divisões nos EUA e na Europa, lugares com diferentes expectativas e padrões de segurança? Mesmo mercados diferentes (Europa ou EUA, por exemplo) pensam na qualidade da mesma forma, en-

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tretanto, alguns tipos de qualidade são mais importantes do que outros dependendo do mercado. Nos EUA, por exemplo, o aspecto da confiabilidade é o mais importante no tema da qualidade. Existem muitas avaliações independentes que medem a confiabilidade do veículo e isso influencia a opinião dos consumidores. Na Europa, a percepção visual, estética da qualidade é essencial e a opinião dos consumidores é muito influenciada pelo que eles veem no showroom. No Brasil, a percepção do cliente acaba sendo um misto destes dois comportamentos – o brasileiro quer um veículo com boa percepção de qualidade, mas também deseja um veículo confiável, pois isto influencia o valor da revenda posteriormente. No final das contas, todos os tipos de qualidade podem ter impacto e todos devem ser medidos, comparados e trabalhados. Quais são suas expectativas em relação à qualidade após a integração entre Fiat e Chrysler? Acredito que seja fundamental estabelecer uma comunicação clara em todas as regiões, empresas e marcas do grupo Fiat/Chrysler. Também estamos trabalhando no sentido de utilizarmos uma mesma “linguagem” na hora de falar de qualidade. Não estou me referindo um mesmo idioma – inglês, italiano, mandarim ou português –, mas de “linguagem do mundo da qualidade”. Isso permitirá que trabalhemos juntos para melhorar situações como o compartilhamento de projetos de criação de veículos, que podem começar em uma região e serem concluídos em outras. Este aspecto também proporcionará que uma região que está com uma carga mais leve de serviço ajude outra região que está com uma tarefa pesada, por exemplo, além de auxiliar áreas com necessidade de

melhorias e gerar soluções que podem ser compartilhadas com outras. Acho que existem grandes oportunidades para todos nós multiplicarmos nossa força ao trabalharmos efetivamente juntos como parceiros. Temos um inimigo em comum: os concorrentes dos nossos mercados. Podemos superá-los se trabalharmos juntos. O que mais lhe chamou a atenção neste tema ao visitar a Fiat na América Latina? Fiquei impressionado com o que a Fiat vêm fazendo no mercado brasileiro. Sua posição de destaque no mercado é

prova de que ela está fazendo “as coisas cercas” há vários anos, e acho que outras regiões têm muito a aprender com a Fiat no Brasil. O que mais me chamou a atenção foi que, apesar da posição de liderança de mercado e de ser copiada pelos concorrentes, a Fiat demonstra estar trabalhando agressivamente para melhorar ainda mais. Devemos estar sempre alertas, especialmente quando estamos na ponta, pois os lobos estão sempre à espreita, esperando para atacar. Estou ansioso em aprender com a equipe brasileira e melhorar ainda mais os resultados, sempre avançando.

Área de montagem da Fiat Automóveis: a qualidade deve estar presente em todas as etapas de fabricação

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Fotos Studio Cerri

cultura

Meu Fiat me levou às casas de Pablo Neruda

A

A bordo do modelo Grand Siena que acabara de ser lançado, jornalistas percorreram o roteiro que reúne as três casas do poeta Pablo Neruda, no Chile, e muitas paisagens inesquecíveis Por Adriana Bernardino Sharada

s paredes das casas de Pablo Neruda, no Chile, não têm apenas ouvidos. Elas sussurram poemas, questionamentos, declarações de amor à vida, ao mar, à liberdade, às mulheres e às palavras. Histórias contadas por meio dos mais diferentes objetos que, como um mapa, dão pistas do imaginário de um dos poetas mais importantes do século XX. Visitá-las é chance singular de acrescentar bons graus à lente com que enxergamos a vida. Na madrugada de 24 de março de 2012, enquanto as paredes do hotel Noi, em Santiago, balançavam com um terremoto de 5,5 graus de magnitude

ilha “Aqui na o mar ar e quanto m smo sai de si memento, a cada mo , que não, diz que sim , que não, que não, diz que não , em azul, diz que sim , em galope, em espuma , que não, diz que não ssegar. não pode soo mar, repete Me cham uma pedra batendo emuir convencê-la. sem conseg Então guas verdes, com sete lín verdes, de sete cães s verdes, de sete tigre es verdes, de sete mar beija-a, recorre-a, umedece-a no peito e golpeia-se u nome.” repetindo se

na escala Richter, fui salva do desespero por uma lembrança. Tinha lido, dias antes, a explicação do artista chileno Alejandro Jodorowsky para o espírito poético de seu povo. Segundo ele, os tremores não abalam apenas a terra do Chile, mas também o pensamento mecanicista que rouba o encantamento da vida. “Esta é uma preparação poética para o que o preciso ver”, pensei, e voltei a dormir feliz, ainda que com a minha cama e certezas centímetros distantes de seu lugar de origem. Em apenas três dias rodando a bordo do novo Grand Siena pelo Chile – país que é uma opção de turismo viável para brasileiros que querem fazer

uma viagem marcante, relativamente barata e rápida – algumas experiências seriam decisivas para um olhar de descoberta: sentir a terra tremer, provar, do pé, as uvas que fazem os melhores vinhos chilenos e, finalmente, visitar as casas-museus de Pablo Neruda: La Chascona, em Santiago; La Sebastiana, em Valparaíso; e Isla Negra. Mar e vinho Em todas as três casas de Neruda, além de muitas referências ao mar, há essencialmente um bar. O poeta tinha o costume de, vestido de comandante, reunir os amigos para longas noites de conversa, riso, poesia, pisco

Vista da casa de Pablo Neruda em Valparaiso

ruda

Pablo Ne

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ta ordem – respiram por absolutamente todos os cômodos, espaços internos e externos da casa. O oceano, por exemplo, que o poeta amava e temia, está presente em conchas, cores e na arquitetura das casas. Apesar do medo – ou justamente por causa dele – o escritor criou seu próprio mar em terra firme e seguia no leme de um navio imaginário, inspirando-se para suas obras. Ele dizia: “Há anos coleciono conhecimentos que não me servem muito, porque navego sobre a terra”. Característica marcante dos poemas do escritor – o ato de transcender sentimentos pessoais para a experiência humana do sentir – pode ser notada também nos elementos que dão vida ao espaço. Diplomata, Neruda trazia de suas viagens ao redor do mundo os mais exóticos e surpreendentes objetos, o que dá a sensação de não estarmos caminhando por cômodos, mas por continentes. Neruda não se considerava um colecionador, mas um “coisista”. Os amigos o ajudavam na tarefa de en-

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cultura 44

Detalhes da casa do poeta. O oceano, que o escritor amava e temia, está presente em objetos, cores e na arquitetura

(aguardente de uva) e bons vinhos chilenos. Alguns deles – assim como as uvas usadas em sua produção – tivemos a honra de provar na vinícola Concha Y Toro, localizada a 27 quilômetros de Santiago, no vale do rio Maipo. Dar boas experiências ao paladar e ouvir lendas centenárias como a do Casileiro Del Diablo, segundo a qual o diabo morava naquela vinícola, para impedir que curiosos invadissem as escuras cavas e subtraíssem o vinho que repousava, é o primeiro passo para entrar no clima lírico das casas de Neruda. Prepare sua taça e seus sentidos. Neruda, em casa A maioria dos elementos que despertava o interesse de Pablo Neruda, cujo nome de nascença, Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto, ele trocou ainda na adolescência, estão distribuídos pelas três casas do escritor. Nelas, as principais paixões e inspirações do poeta – o mar, a liberdade, as mulheres e as palavras, não necessariamente nes-

Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1971, Neruda foi um dos mais importantes poetas da língua espanhola no século XX

A jornalista e o Grand Siena na entrada da vinícola Concha y Toro, um passeio atraente e próximo de Santiago

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cultura

“La Chascona”, A Descabelada Construída em 1953, Santiago Repare: • No quadro do pintor mexicano Diego Rivera. O perfil de Neruda está escondido nas ondas dos cabelos de Matilde. • Nos quadros de Carybé, que ilustrou as edições brasileiras de livros do poeta. • Na foto de Neruda com o amigos Jorge Amado, em Salvador. • Na sala de jantar, construída em formato de navio. La Sebastiana Comprada em 1959, Valparaiso Repare: • Na vista do Pacífico e do porto. • Nos mapas. • Nos vitrais. • No barco na terra.

Imagem da sala de uma das casas de Neruda. Ele se considerava um “coisista”: “Em minha casa tive brinquedos pequenos e grandes, sem os quais eu não poderia viver”

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grossar as mais variadas coleções, agrupadas em blocos temáticos, e que encontram nas casas seu canto e porquê. Um cavalo de papel machê, por exemplo, ganhou um cômodo exclusivo, e carrancas de navio ainda espreitam as águas azuis do Pacífico por trás das janelas da sala, em Isla Negra. “Em minha casa tive brinquedos pequenos e grandes, sem os quais eu não poderia viver. Edifiquei minha casa como um brinquedo e brinco nela da manhã à noite”, dizia. Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1971, Neruda foi, além de poeta, cônsul do Chile na Espanha, México, Birmânia, Sri Lança, Java, Singapura, Buenos Aires, Barcelona e Madri, embaixador na França, senador e quase presidente do Chile pelo Partido Comunista, candidatura que

abandou em 1969 em favor de Salvador Allende. Em 11 de setembro 1973, Allende seria deposto e morreria no golpe comandado pelo general Augusto Pinochet. Neruda morreria 12 dias depois, aos 69 anos. O diagnóstico de câncer na próstata nunca convenceu o Partido Comunista, que, recentemente, pediu a exumação do corpo do poeta. O amor às mulheres é outro importante pilar para as criações do autor. O mar e os sinos (El mar y las campanas), livro em que trabalhava antes de morrer, traz o poema “Final”, uma das mais belas declarações de amor de Neruda a sua terceira mulher, Matilde Urrutia. O escritor havia sido casado com María Antonieta Hagenaar (de 1930 a 1936) e Delia de Carril, de quem se divorciou em 1955. Antes de se unirem, Matilde foi

amante de Pablo quando os dois ainda eram casados. A casa La Chascona (A descabelada), ninho de amor do casal, é uma declaração de amor a ela. Em 1966, Neruda e Matilde se casaram secretamente em Cannes e ficariam juntos até a morte do poeta. Os corpos de Neruda e Matilde permanecem lado a lado, enterrados no jardim da casa em Isla Negra. Uma estrofe “Final”:

elo viver “ Foi tão b ivias! quando v é mais azul O mundo estre de noite, e mais terr rmo, os.” quando du ntro de tuas breves mã enorme, de

• No bar todo cor-de-rosa no segundo andar. Isla Negra Comprada em 1939 “O Oceano Pacífico estava fora do mapa. Não havia onde colocá-lo. Era tão grande, confuso e azul que não cabia em parte alguma. Por isso, o deixaram em frente a minha janela”. Repare: • Nas coleções que remetem ao mar: carrancas de proa, réplicas de veleiros, dentes de baleia, conchas de todas as partes do mundo. • No “cavalo mais feliz do mundo”. • Na visão estonteante do oceano Pacífico. • No boneco de três rabos que ganhava presente dos visitantes. Mais informações: www.fundacionneruda.org

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Cachaça. Agora também com

sotaque americano A bebida, com trajetória de mais de 500 anos, cai no gosto de todas as classes sociais e se confirma como parte integrante da cultura brasileira

peração na defesa e na segurança social, na luta contra o narcotráfico, educação e cultura, cúpula das Américas, fontes de energia limpas e renováveis, biocombustíveis, gás, vistos, e, claro, petróleo. Mas o assunto que fez salivar os cidadãos de ambos os países, sem dúvida alguma, foi o único acordo bilateral firmado entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente Barack Obama, ambos tomados de boas intenções, no último dia 9 de abril, no Salão Oval da Casa Branca. Enfim, um dos símbolos das tradições brasileiras e, principalmente, mineiras, foi devidamente reconhecido e provado pela nação mais poderosa do planeta. A nossa cachaça, produzida e tão apreciada aqui, na forma

Fotos Ignácio Costa

Por Daniel Rubens Prado

“O

problema do mundo é que ele está sempre três doses atrasado”, sentenciou Humphrey Bogart lá pelos anos 1940, em algum boteco de Hollywood, nos tempos em que comovia o mundo trespassado de amor por Ingrid Bergman, no antológico, deslumbrante e eterno clássico Casablanca. O ator norte-americano sabia o que estava dizendo. O que ele não sabia era que um presidente do seu país se encontraria, uns 70 anos mais tarde, com a presidente do Brasil para conversar sobre indigestos, planetários e intragáveis temas, como crise internacional, tsunami monetário, alianças, oportunidades de empregos e negócios, expansão de intercâmbios, coo-

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Brava cana brasileira

Fotos divulgação

Voltado inicialmente para a indústria de cana-de-açúcar, o motor Iveco FTP Cursor 8 E-100, projeto em desenvolvimento pela FTP Industrial, é uma inovação que utiliza etanol como força motriz para diversas aplicações nesse segmento e que viabiliza a operação de “indústrias verdes”, sendo uma solução viável para diversas formas de transporte que até hoje operavam exclusivamente a diesel. São inúmeras as vantagens para o setor de cana-de-açúcar, entre elas, o uso de uma fonte de combustível 100% renovável para neutralizar as emissões de CO2 que são absorvidas pelo cultivo da cana-de-açúcar. O transporte, o armazenamento de combustível e toda a logística são simplificados, já que será utilizada a própria estrutura já existente nas usinas. A indústria sucroalcooleira só tem a ganhar, tanto ecológica quanto economicamente, já que com o uso do Iveco-FTP Cursor 8 E-100, o preço do etanol pago pelo produtor é menor que o preço médio do diesel vendido a grandes consumidores.

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Outro destaque , desenvolvido no Brasil, com o apoio institucional da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), é o Iveco Trakker Bi-Fuel Etanol-Diesel, apresentado pela Iveco, FPT Industrial e pela Bosch, na Agrishow 2011, a maior feira de agricultura no Brasil, realizada em Ribeirão Preto. O protótipo Iveco Trakker Bi-Fuel foi construído sobre a estrutura de um veículo 6x4 e possui peso bruto total combinado de 63 toneladas, equipado com um motor Cursor 9 de 360cv com ‘common-rail’. O veículo pode ser utilizado em diversas atividades típicas do setor canavieiro, como por exemplo, o transporte articulado de vinhaça durante as safras. O caminhão tem dois tanques de combustível (um para etanol e outro para diesel), contando com uma centralina que faz a gestão dos dois combustíveis, uma bomba de pressão para o sistema a etanol e um sensor lambda no coletor de escape. O etanol é injetado diretamente no coletor de admissão, durante a fase de admissão. Depois da fase de compressão, o diesel é injetado para promover a combustão. Não é necessário qualquer tipo de aditivo ou anti-detonante. Até agora a proporção 40%-60% de etanol e diesel, reduziu em 6% os custos dos combustíveis tradicionais, nas atividades inerentes à indústria sucroalcooleira.

pura, e na forma de caipirinha mundo afora, agora é oficialmente um produto original, reconhecida como genuína e legitimamente brasileira. Em contrapartida, os brasileiros passam a diferenciar o uísque escocês (à base de malte), do mais famoso destilado norte-americano – o Bourbon (destilado de milho). Para selar o acordo em grande estilo, a presidente Dilma presenteou Barack Obama com uma edição especial de cachaça envelhecida. A preciosa edição vem com armação em prata e ouro, e ainda é cravejada por mais de 200 brilhantes e um diamante. Deve dar dó até de abrir. Depois de anos de negociação, esse brinde bilateral tem tudo para facilitar a certificação da cachaça pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e o seu reconhecimento em todo o mundo. Antes do acordo, qualquer norte-americano que procurasse uma garrafa de nossa cachaça nos Estados Unidos encontraria estampada no rótulo a designação “Brazilian Rum”. Após o encontro, ficou claro que, de agora em diante, nossos amigos de língua inglesa, e demais idiomas, terão que aprender a falar e, principalmente, a beber cachaça sem sotaque. E nós, faremos o mesmo com o Bourbon, como os cowboys do Texas nas terras do Tennessee. Ou, do Kentucky. 500 anos de cachaça Conhecida por mais de 400 nomes aguardente, pinga, suor do alambique, danada, veneno, remédio, elixir, purinha, ‘marvada’, estoura-peito, canjibrina, caninha, branquinha, da boa, bagaceira, água-que-passarinho-não-bebe... - a cachaça tem uma história que se confunde com a história do Brasil. Com uma trajetória de mais de 500 anos, a cachaça surgiu nos primórdios da colônia, quando os escravos acidentalmente colocaram o caldo da cana em um tacho e o levaram ao fogo, para obter o melado. Um belo dia, exaustos de tanto trabalhar, resolveram dar uma trégua e acabaram deixando o melado muito tempo no fogo. Acabou

passando do ponto e, para não serem repreendidos, esconderam o produto. No dia seguinte, depararam com uma outra e surpreendente substância. O melado havia fermentado. Para tentar disfarçar o erro, misturaram o melado fermentado com o novo e levaram ao fogo mais uma vez. O melado fermentado, que na verdade era álcool, evaporou e formou goteiras no teto do engenho. A cachaça, recém-descoberta, pingava do teto e, ao cair nos escravos, que experimentaram aquele líquido que escorria por suas faces sôfregas, deixava-os alegres e bem dispostos para o trabalho duro. Além de fazer com que eles

esquecessem as angústias e dores vividas no duro regime escravo. Aquilo passou a ser rotina. As mesmas gotas, vez ou outra, também caíam sobre o lombo ferido dos escravos, o que ardia muito. Daí, vem, segundo os pesquisadores (provavelmente após a terceira dose), a denominação de “água ardente”. Pode ser lenda, mas esta é a versão das rodas de bar. Com o passar do tempo, o processo de fabricação da cachaça foi se aprimorando e a bebida espalhou-se por todas as classes sociais. Hoje, a cachaça tem reconhecido seu papel na história do país e é parte integrante da cultura e da economia nacional. Seus adeptos espalhados pelo Brasil contam-se aos milhões, não importa aonde você vá. Seja num tosco e original botequim de esquina, seja num

A cachaça ganha sabor requintado com a guarda em barricas

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Marcos Vinicius explica a melhor forma de saborear a cachaça

restaurante de fino couvert, ela estará à sua disposição. Numa taça de cristal, ou num legítimo lagoinha, o nome mineiro para copo americano. A gostosa descerá, como disse Jean Paul Sartre ao virar uma lambada, em Ouro Preto, comme il faut. O filósofo entendeu (e bebeu) o espírito da coisa. A boa é ‘da roça’ Existem várias formas de se apreciar a cachaça. Pura, gelada, em drinques, e até com gelo (que os ortodoxos abominam), tal como se bebe uísque. Cada um tem um jeito preferido de consumi-la. Uns em doses homeopáticas, outros em doses industriais. Mas, segundo especialistas, para se conhecer uma cachaça “da boa”, ela deve ser bebida pura e aos poucos, saboreando cada gole, sem pressa e com bastante respeito. “Primeiro, você tem

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Santo remédio Dos malefícios da danada, a maioria das pessoas já está cansada de saber - acidentes de trânsito, violência familiar, cirrose, pancreatite, atrofia cerebral, anemia, entre outros males. Mas o que pouca gente sabe é que, se for consumida com parcimônia, traz benefícios não só para o corpo, como também para alma. Seus benefícios medicinais eram reconhecidos desde o tempo em que os senhores de engenho a serviam, parcimoniosamente embora, aos escravos, para lhes dar mais vida, ânimo e resistência. Até hoje, a cachaça é usada e considerada como remédio por várias pessoas no Brasil. Para potencializar seu poder de cura, às vezes a misturam com limão e mel, tiro e queda para acabar com gripes e resfriados: “Uma dose diária, por exemplo, pode proporcionar prevenção de doenças coronárias, é anticoagulante, um ótimo digestivo, além de trazer longevidade e ainda reduzir o estresse”, diz, brindando discretamente, o especialista Marcos Vinicius. Saúde! PS. Mas atenção: jamais dirija depois de beber.

Disponíveis colhedoras de cana A4000 e Série A8000 A Case IH disponibiliza no Brasil três opções de colhedoras de cana, a A4000 e a série A8000, nos modelos A8000 (pneus) e A8800 (esteiras). A A4000 inaugura uma nova categoria de colhedoras de cana com sua bitola de 1,36 m que viabiliza a colheita mecanizada em áreas plantadas com espaçamentos reduzidos a partir de 1,0 m. A máquina é também uma alternativa para aumentar o rendimento das colhedoras convencionais, pois em áreas pequenas, pulverizadas e com baixo rendimento agrícolas, as colhedoras convencionais acabam sendo subutilizadas. Já as colhedoras de cana-de-açúcar da Série A8000 ganharam um pacote de atualização em 2012, melhorando

o desempenho das máquinas e a rentabilidade da operação de colheita no canavial. As novidades incluem um novo software de controle do consumo do combustível conhecido como Smart Cruiser, além de melhorias no sistema de arrefecimento da caixa do motor, no sistema de controle automático do corte de base (auto tracker) e em alguns itens de segurança das máquinas. Disponível nos modelos A8000 (pneus) e A8800 (esteiras), a série traz o motor Case IH C9, fabricado pela Fiat Powertrain Technologies (FPT), que fornece motores para todas as montadoras do grupo FIAT, incluindo a Case IH, que já possui tratores e colheitadeiras de grãos equipadas com os motores FPT. Divulgação

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que observar o rótulo – procedência, informações do produtor, teor alcoólico e envelhecimento. Depois, é preciso sacudir a garrafa para observar o rosário, que são as bolhinhas que se formam dentro dela. Bolhinhas que devem desaparecer em 15 segundos. Quando a cachaça é boa, você pode sentir o aroma, o cheiro de cana ou cheiro do tipo de tonel onde ela foi envelhecida”, explica Marcos Vinicius Duarte, especialista no ramo e dono da Cachaçaria Nacional (www.cachacarianacional.com.br), loja virtual que vende mais de 500 rótulos da bebida. Mas que fique claro: como todo bom crente, o apreciador da cachaça degustará a danada, adornada pela mágica informação de que é “da roça”.

Com seu centro mundial de Pesquisa & Desenvolvimento para cana localizado no Brasil, a Case IH atende à crescente demanda por máquinas com tecnologia embarcada

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VALE VERDE Não é à toa que a cachaça Vale Verde é degustada em todo território nacional. Com 27 anos de história, a missão que o Grupo Vale Verde carrega vai além de inundar de sabores o paladar do brasileiro com suas premiadas cachaças – Minha Deusa e Vale Verde Extra-Premium, envelhecida três e 12 anos, sendo a primeira classificada no ranking da Playboy, por três anos consecutivos, como a melhor extra-premium do Brasil e com a chancela internacional de melhor cachaça envelhecida, recebida em 2010 pela revista inglesa The Spirit Business. A cachaçaria produz, anualmente, 250 mil litros, em perfeita comunhão com a filosofia centrada na preservação da memória e da natureza. Betim, cidade lar da Fiat Automóveis há 35 anos, abriga também o Vale Verde Alambique e o Parque Ecológico, o maior complexo turístico da região, que funciona em um espaço de 300 mil metros quadrados, onde o visitante pode se aventurar em um emocionante passeio, que mistura a história da cachaça e sua produção com uma apaixonante e incansável luta pela preservação da vida. Na extensa área onde se encontra o alambique, são preservadas mais de 1.300 aves ameaçadas de extinção e 20 mil orquídeas, numa paisagem tropical onde luzem amenas lagoas e muito verde. E lá também que fica o Museu da Cachaça, com mais de 2.500

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QUE TE QUERO VERDE exemplares, incluindo um da Pelé Caninha, cachaça dedicada ao mineiro de Três Corações pela conquista da Copa de 58. Essa cachaça saiu do mercado a pedido do jogador, para não ver seu nome ligado à bebida. Dessa batalha restaram apenas cinco garrafas, das quais uma está exposta no museu. “O Vale Verde é, sem dúvida, um ótimo lugar para o lazer, onde visitantes de todas as idades podem descansar em um ambiente de preservação ambiental e desfrutar de momentos inesquecíveis”, ressalta Naiara Corrêa, gerente de marketing da empresa. O cuidado com a natureza e a preservação ambiental também estão presentes em todas as etapas de produção da cachaça Vale Verde. A água, utilizada para lavar a cana, passa por uma estação de tratamento e é reutilizada para irrigação dos jardins. O bagaço é utilizado para alimentar as caldeiras, condicionar o solo, alimentar os animais e, ainda, como forro para os viveiros das aves. Em uma das etapas de

Luiz Otávio Pôssas Gonçalves é empresário e produtor da cachaça Vale Verde

produção, a cachaça, já condensada, desce para o resfriador final e ocorre um corte em três frações, chamadas de cabeça, coração e cauda. A única parte que pode ser consumida é o coração. A cabeça e a cauda, naturalmente descartadas por produtores, no Vale Verde transformam-se em combustível para os veículos internos do parque.

Mais do que visitar, agora a Vale Verde será um lugar para morar Com projeto do conceituado arquiteto mineiro Gustavo Penna, o Ecovillas Vale Verde é o mais novo empreendimento do Grupo Vale Verde. Inaugurado em maio, o Ecovillas compreende um condomínio de 368 lotes e um núcleo hoteleiro com centro de convenções, que deve ser lançado até o final desse ano e entregue até a Copa do Mundo de 2014. O empreendimento contempla uma série de atrativos como trilhas, mirantes, arena para eventos culturais, concertos ao ar livre, áreas para recreação infantil, postos de observação de pássaros e parques de esculturas. Localizado ao lado do Vale Verde Alambique e Parque Ecológico, a dez minutos de Betim e a 30 minutos de Belo Horizonte, o Ecovillas “é um empreendimento de luxo, diferenciado, que vai absorver executivos das muitas empresas instaladas na região, que ficam horas no trânsito para deslocar de casa para o trabalho e do trabalho para casa”, disse José Renato Araujo, diretor comercial do empreendimento.

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A corte dos

canaviais O maracatu é uma das mais importantes manifestações culturais de Pernambuco. O caboclo de lança é personagem essencial desta cultura popular que encanta tanta gente

Por Pedro Ivo Bernardes Fotos Marcos Michael

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abeleira de celofane, calça e camisa de chitão, gola (um espécie de poncho) bordada de lantejoulas reluzentes. Nas mãos, a arma, uma lança pontiaguda coberta de fitas coloridas, e, preso às costas, o surrão, uma estrutura de madeira coberta com pele de carneiro e repleta de chocalhos de bronze, que marca o ritmo da caminhada entre os canaviais.

GUERREIRO O caboclo de lança é o personagem mais conhecido do maracatu rural e, ao mesmo tempo, mais misterioso. Ele faz parte de um sistema de crenças que mistura candomblé e elementos místicos indígenas

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cultura TRADIÇÃO Os segredos do maracatu são passados de geração a geração. Os mais novos aprendem com os mais velhos e são encarregados de manter vivas as tradições do folguedo. Assim sobrevive a cultura popular

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Esse é caboclo de lança, que ao lado do passista de frevo, é um dos personagens mais conhecidos da cultura popular pernambucana. As cores fortes da vestimenta e dos acessórios se destacam em meio ao verde das plantações de cana-de-açúcar na Zona da Mata. Os sons dos chocalhos anunciam, já de longe, a chegada dos brincantes, os guerreiros do maracatu rural. Mas o maracatu de baque solto, como também é conhecido, vai além das evoluções do caboclo, embora estas sejam as que mais impressionam a quem assiste as apresentações. A tradição nasceu, em meados do século 19, a partir da união de várias mani-

festações populares do interior do Estado, como pastoril, bumba-meu-boi, cavalo-marinho, caboclinhos, folia de reis, entre outras. A origem do folguedo está diretamente ligada aos engenhos e usinas de cana-de-açúcar, onde os brincantes vivem e trabalham no corte da cana e, durante o Carnaval, trocavam a opressão social encontrada nos engenhos por uma nova corte, onde assumiam os papéis de guerreiros, reis, rainhas, damas, músicos... Entre os personagens principais do maracatu estão as baianas (com seus longos vestidos), os caboclos de lança (os guerreiros), os caboclos de

ADEREÇOS A indumentária dos personagens é confeccionada pelos próprios integrantes do grupo durante todo o ano. A gola do caboclo de lança, por exemplo, é um segredo só revelado no período carnavalesco ARREIA-MÁ O caboclo de pena tem relação com o catimbó. Ele usa chapéu com penas de pavão, mini gola ou camisa bordada e arco e flecha enfeitados com fitas e tem relação com o catimbó. Sua função é “afastar o mal”

pena (ou arreia-má, responsáveis por afastar o mal), a corte real (rei, rainha e porta-estandarte), o mestre (puxador das loas) e a orquestra (composta de trombone, trompete, clarinete, bombo, surdo, tarol, cuíca e gonguê). Quem abre o desfile, no entanto, é o casal Mateus, Catirina – aqui chamada Catita, como são conhecidos no Nordeste os pequenos ratos do-

mésticos, que de tão miúdos entram despercebidos nas casas a procura de alimentos. Presentes em diversas manifestações populares, Mateus e Catita são os encarregados de recolher doações, em dinheiro, para o grupo. Afinal, toda a indumentária e as apresentações têm um custo elevado, incompatível com a renda da maioria dos integrantes dos grupos.

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A CORTE Os integrantes do grupo assumem os papeis de rei, rainha, portaestandarte, baianas, damas, caboclos de lança, caboclos de pena e músicos. Ao todo, as apresentações contam com total de 150 a 200 integrantes

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TOADAS O mestre é o puxador da toada, conhecida também como samba de matuto. Os versos têm influência do aboio e do repetente; e a improvisação permite ao mestre discorrer sobre os mais variados temas

TRADIÇÃO Fundado em 1918, o Maracatu Cambinda Brasileira é o segundo mais antigo de Pernambuco e o veterano em atividade ininterrupta. O nome seria referência a um pequeno peixe, comum nas refeições dos trabalhadores do engenho

BAIANAS No início eram homens vestidos de mulher, mas hoje esse papel foi assumido pelas mulheres. Uma leva uma boneca de pano e as outras carregam buquês de flores. Elas usam vestidos longos e armação de arame

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RITUAL Alguns caboclos enfrentam um verdadeiro ritual, que inclui abstinência sexual e alcoólica. A única bebida permitida é o azougue, mistura de cachaça, limão e pólvora, de onde o caboclo tira forças para desfilar os três dias de carnaval

Hoje, em Pernambuco, há cerca de 130 maracatus de baque solto, segundo levantamento da Secretaria Estadual de Cultura. Deste total, 80% estão localizados em municípios da Zona da Mata e outros 20% em bairros da periferia da capital, Recife. A maior parte dos grupos (83%), no entanto, não tem registro formal ou sede. As dificuldades são muitas, mas graças ao empenho e dedicação, geração após geração, destes verdadeiros guerreiros, ainda é possível conhecer, ver e rever imagens como estas, do Maracatu Cambinda Brasileira, um dos mais antigos em atividade.

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cultura

Caravaggio: arte revolucionária Casa Fiat de Cultura apresenta obras do artista barroco italiano e seus seguidores, em exposição de magnitude inédita na América do Sul

Por Rúbia Piancastelli

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© Soprintendenza PSAE e per il PM della città di Roma

Obra de Caravaggio: San Girolamo che scrive, óleo sobre tela de 1605/06

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inturas do grande Michelangelo Merisi da Caravaggio (15711610), vindas de coleções públicas e particulares da Itália, Malta e Inglaterra, estarão presentes na exposição que a Casa Fiat de Cultura, com patrocínio da Fiat Automóveis, abre ao público de 22 de maio a 15 de julho: Caravaggio e seus seguidores. Sob a coordenação da doutora Rossella Vodret (Superintendente Especial para o Patrimônio Histórico, Artístico e Etnoantropológico e para o Pólo Museológico da Cidade de Roma) e com curadoria de Giorgio Leone (Itália) e de Fabio Magalhães (Brasil), um conjunto de 21 obras, sendo sete do mestre e 14 dos seus seguidores – os cha-

mados “Caravaggescos” – compõem a exposição que tem o maior número de obras do grande precursor do barroco europeu já trazidas à América do Sul. “O fato de trazermos Caravaggio e obras tão expressivas para o Brasil é um grande feito. Estamos satisfeitos pela oportunidade de concretizar esse sonho. O artista italiano é mais que um divisor de águas, é um recomeço da história da arte”, ressalta José Eduardo de Lima Pereira, presidente da Casa Fiat de Cultura. As sete pérolas de Caravaggio foram feitas a óleo e retratam diversos períodos pictóricos e de vida, dividindo-se em três blocos: quadros consagrados e conhecidos do imaginário do artista, novas descobertas e quadros chamados de “problemas” pela história da arte, ou seja, obras em estudo que estão sendo confrontadas com outros trabalhos do artista por meio de pesquisas e publicações. Fazem parte das obras do primeiro bloco a pintura San Girolamo che scrive (coleção Galleria Borghese) e San Francesco d’Assisi in meditazione (coleção Palazzo Barberini). Do segundo bloco, a recém-descoberta Medusa Murtola (a primeira Medusa de Caravaggio e obra pertencente à coleção privada de Ermanno Zoffiti), San Giovanni Battista (coleção privada) e o Ritratto di Cardinale (Galleria degli Uffizi, em Florença). No último bloco,

são apresentadas as obras San Gennaro decollato o Sant’Agapito (Museo Diocesano) e San Francesco d’Assisi in meditazione (coleção privada). Já as 14 telas dos pintores Caravaggescos, datadas da segunda metade do séc. XVI e início do séc. XVII, explicitam a grande turbulência que foi trabalhar na mesma época do mestre, sendo simultaneamente obscurecidos pela genialidade deste e influenciados por sua técnica, ora copiando-a e ora reinventando-a. Gênio revolucionário Caravaggio adotou seu nome em homenagem à aldeia onde nasceu, situada na região italiana da Lombardia. Em sua curta vida - faleceu aos 39 anos - produziu obras das quais apenas 62 chegaram aos dias de hoje. Em tanta raridade, prevalece um brilhantismo reconhecido e absoluto na história da arte ocidental, já que o mestre italiano revolucionou a cena de sua época ao trazer pinturas com a utilização da técnica chamada “chiaroscuro”, ou tenebrismo, onde o emprego de luz e sombra conferem às cenas uma grande dramaticidade. Não só a técnica de iluminação marca o trabalho de Caravaggio, mas o potencializa e exalta as barreiras e padrões que foram quebrados. Suas primeiras obras conhecidas mostram independência com relação ao princípio estético que era usado na representação católica tradicional, que ilustrava figuras etéreas e delicadas, enquanto seus personagens eram sujeitos do cotidiano como vendedores, ciganos e prostitutas, retratados com traços e rostos em forte evidência. O fundo escuro, a renovação da natureza morta e a brutalidade representada nas telas também são marcantes. Por essas e outras manifestações de arte e pessoais (era um artista genioso) consideradas transgressões em sua época, ele foi por inúmeras vezes acusado e julgado. Entretanto, também foi

Caravaggio aos 36 anos, pintura de Ottavio Leoni

exaltado em toda a Europa e até hoje reconhecido como um revolucionário. A exibição Caravaggio e seus seguidores integra os eventos do Momento Itália-Brasil 2011-2012 e, após o período de permanência na Casa Fiat de Cultura, as obras estarão no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) de 26 de julho a 30 de setembro, e logo em seguida no Museo Nacional de Bellas Artes (Buenos Aires), de 23 de outubro a 15 de dezembro. Com realização da Casa Fiat de Cultura, do MASP, do Museo de Bellas Artes de Buenos Aires e da Base 7 Projetos Culturais, a exposição conta com a parceria do Patrimônio Histórico, Artístico e Etnoantropológico e do Pólo Museológico da Cidade de Roma, com o patrocínio da Fiat Automóveis e do Banco Bradesco, e com o apoio do Ministério da Cultura e das Embaixadas da Itália no Brasil e do Brasil na Itália.

Serviço Casa Fiat de Cultura: Exposição “Caravaggio e seus seguidores” Período: 22 de maio a 15 de julho de 2012 Local: Casa Fiat de Cultura – Rua Jornalista Djalma Andrade, 1250 / Belvedere – BH (MG) Horários: Terças às sextas: 10h às 21h / Sábados, domingos e feriados: 14h às 21h Entrada e transporte gratuitos Informações: 31 3289-8900 e www.casafiatdecultura.com.br Visitas orientadas para grupos e escolas: 31 3289-8910 e agendamento@casafiat.com.br

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Arte na Praça

Fotos Ignácio Costa

9º Atentado Poético, realizado pela Fundação Torino, homenageia Ano da Itália no Brasil com lançamento de livro produzido pelos próprios alunos da escola

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Os alunos da Fundação Torino abriram as apresentações com uma grande ciranda ao som de Roda Viva, de Chico Buarque

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Por Lilian Lobato

“R

oda mundo, roda gigante, roda moinho, roda pião, o tempo rodou num instante, nas voltas do meu coração”. O trecho da música Roda Viva, de Chico

Buarque, abriu as apresentações do 9º Atentado Poético, promovido em 31 de março pela escola internacional Fundação Torino. Em meio a uma grande ciranda, os alunos cantaram,

se divertiram e deram um banho de cultura em quem passou pela Praça da Liberdade, onde foi feita a abertura do evento. Este ano, o atentado também contemplou as praças Lagoa Seca, no Belvedere, e JK, no Sion. Com um detalhe: a escola lançou um livro produzido pelos alunos. A publicação, que é uma homenagem ao Ano da Itália no Brasil, celebrado em 2012, reúne textos e ilustrações inspiradas em obras já consagradas de artistas italianos. Ao todo, foram confeccionados dois mil exemplares do livro, distribuídos nas praças durante o evento. Para que a obra alcançasse o resultado esperado, ao longo do mês de

fevereiro, os alunos se dedicaram a analisar as telas de pintores italianos, como Giotto, Francesco Hayes, Dante, Gabriel Rosetti, Umberto Boccioni, Giorgio de Chirico, Giorgione, Renato Guttuso e Caravaggio, contextualizando os trabalhos quanto ao momento histórico e estilo artístico. Posteriormente, os estudantes criaram textos, poemas e versos, a partir da impressão obtida. Além das Artes Plásticas, os alunos também analisaram obras literárias, que foram transformadas em ilustrações e publicadas no livro. Os autores italianos trabalhados foram Gianni Rodari, Renzo Pezzani, Ludovico Ariosto, Alessandro Manzoni,

Fazer com que as filhas, Lavínia e Virgínia, tenham prazer em ler é uma das metas de Cristiana Vasconcelos

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cultura Durante o evento, os alunos percorreram a Praça da Liberdade de patins distribuindo livros escritos pelas turmas da Scuola Elementare à Scuola Superiore

Dante Alighieri, Francesco Petrarca, Cecco Angiolieri, Eugenio Montale e Roberto Piumini. Vale ressaltar que a publicação conta com a chancela da consulesa da Itália em Belo Horizonte, Maria Pia Calisti, que fez o texto de apresentação da obra. A professora de Português, Daniela Mendes, coordenadora e idealizadora da iniciativa, ressalta a importância do evento para fomentar a cultura e incentivar a leitura. Segundo ela, o diferencial da 9ª edição do

atentado poético está no diálogo que propõe entre as linguagens literária e artística. “O projeto proporcionou aos alunos a oportunidade de experimentar variadas formas de expressão artística, integrando literatura, música, teatro e artes plásticas. Inicialmente, eles acharam a atividade complexa. Por fim, a maior dificuldade foi selecionar os trabalhos que representariam as turmas”, destaca. Ainda segundo Daniela, cerca de 500 alunos, da Scuola Elementare (Ensino Fundamental) à Scuola Superiore (Ensino Médio), se envolveram na realização do projeto. Ela explica que os estudantes trabalharam em grupo e individualmente e que vários talentos foram revelados. A integração das linguagens artísticas, bem como o trabalho desenvolvido pelo alunos, foi um ponto ressaltado pelo professor de História da Arte, Luciano Sepulveda, também coordenador do projeto. “Não existe arte isolada. O cantor, por exemplo, precisa de inspiração para compor e cantar. O pintor, muitas vezes, se inspira na música e em paisagens para colorir uma tela. Os movimentos artísticos estão ligados entre si”, avalia. Ele ressalta que a proposta de produzir o livro remete ao início do atentado, quando os alunos distribuíam diversas obras em locais públicos. Luciano ainda lembra que o evento já passou por formatos interessantes como a prática do bookcrossing (troca de livros) e distribuição de coletâneas com trabalhos de alunos. Incentivo à leitura Fazer com que as filhas tenham prazer em ler é uma das metas de Cristiana Vasconcelos, mãe de Lavínia e Virgínia. As meninas, que estiveram no atentado poético pela primeira vez, ficaram encantadas com as apresentações e com a possibilidade de encontrar os amigos para vivenciar a cultura. “Adorei o projeto e a forma como é

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executado. É fundamental que a escola incentive o hábito à leitura”, avalia. Enquanto Virgínia, que ainda não pode participar do atentado, observava os diversos banners espalhados pela Praça da Liberdade, Lavínia apresentava o trabalho produzido pela sua turma. Em equipe, ela contribuiu para que o texto literário de Renzo Pezzani (1898 – 1951) se transformasse em desenho, bem como a pintura de Giotto di Bondone (1267 – 1337) se tornasse poesia. Argentinos e há quatro anos no Brasil, a família de Guilhermo Chiabrando e Laura Martinatti esteve no evento pela terceira vez. Segundo ele, a 9ª edição do atentado poético superou as expectativas. “Este ano, o projeto está mais organizado, colorido, com um maior número de participantes. E mantém o objetivo de trabalhar a criatividade dos alunos com diversos autores”, afirma. Formato aprovado Entusiasmo com a 9ª edição do atentado poético não faltou à turma do 3º Liceu Científico, que criou uma história em quadrinhos a partir do soneto S’i’ fosse foco, do poeta e autor italiano Cecco Angiolieri (1260 – 1312). “O trabalho foi realizado em equipe e todos aprovaram o autor selecionado. A ideia de criar uma história em quadrinhos se deve a uma experiência anterior que foi muito positiva”, avalia o aluno Gustavo Elizeu, que liderou os colegas durante a execução da atividade. No caso da turma do 4º Liceu Científico, os alunos apostaram na produção de uma série de textos e poesias com base nos quadros de Renato Guttuso. De acordo com a aluna Laura Rende, essa é a primeira vez que é possível reunir várias formas de arte em um único ambiente. “Com isso, os trabalhos ficaram mais abrangentes e direcionados a um maior número de pessoas”, ressalta.

Atentado Poético é premiado durante X Geduc Práticas eficazes e inovadoras de gestão educacional merecem ser valorizadas. E foi o que aconteceu com o Atentado Poético, da Fundação Torino. O projeto foi reconhecido, na categoria Responsabilidade Social, e recebeu o Prêmio Nacional de Gestão Educacional (PNGE), durante o X GEDUC - Congresso Brasileiro de Gestão Educacional, realizado em São Paulo, entre os dias 28 e 30 de março. Em sua 5ª edição, a premiação é um dos principais reconhecimentos na área de gestão educacional brasileira. Durante o encontro, estiveram presentes representantes de instituições educacionais de todo o Brasil, bem como o diretor administrativo da Fundação Torino, Magno Braz, e a professora Daniela Mendes. Em 2010, a Fundação Torino conquistou o Prêmio com o projeto Via Turismo e, em 2011, a instituição foi reconhecida também na categoria Responsabilidade Social, com o projeto Econscienza. No mesmo ano, o presidente da Fundação, Raffaele Peano, foi homenageado com o prêmio Gestor Educacional, reservado a profissionais que contribuem efetivamente para o desenvolvimento e valorização do ensino no país.

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Qualificação completa da

cadeia de negócios Programa de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores da Comau enriquece, de forma estratégica, o relacionamento com seus contratados

Por Jamerson Costa

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ção, já que visa tornar os fornecedores parceiros da empresa. A base do programa está na análise, orientação e acompanhamento dos técnicos da Comau junto às companhias fornecedoras, que são de diferentes segmentos, negócios e portes. Seis meses depois do início do programa, os resultados superam as expectativas. Eduardo Santos Júnior, analista de Desenvolvimento de Fornecedores da Comau, lembra que a empresa não tinha esta área até maio do ano passado. “Antes, o fornecedor era cadastrado após responder a um questionário e receber a visita da equipe da Comau”, recorda. Gustavo Lovalho

Eduardo Santos Júnior, analista de Desenvolvimento de Fornecedores da Comau: “O programa contribui para que problemas futuros sejam evitados”

omau começa a colher os frutos do programa de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores, implantado pela empresa na área de compras no final de 2011. O surgimento do projeto se deve à busca pelos melhores fornecedores do mercado. O objetivo é contar com profissionais que realmente estejam envolvidos com o negócio da Comau. A iniciativa, desenvolvida pelas áreas de Compras, Qualidade e Unidades de Negócios (CIO, Body Welding Assembly, Powertrain, Adaptive Solutions, Robótica e Service), é uma forma de assegurar a qualidade integral do processo de produ-

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Atualmente, no entanto, o processo é mais detalhado e técnico. No programa, a estrutura da empresa fornecedora é verificada como um todo, inclusive em relação aos processos internos de responsabilidade social e à adequação à legislação, como as relações trabalhistas com os colaboradores, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e o cumprimento das leis vigentes. “Todo o processo direciona melhor o trabalho da Comau e aponta informações estratégicas sobre os fornecedores”, ressalta Santos Júnior. “O detalhamento contribui para que problemas futuros sejam evitados. Muitas vezes, direcionamos ao fornecedor uma grande quantidade de tarefas e, se a empresa não tiver saúde financeira, embargos futuros podem ser gerados”, avalia o diretor de Operações Industriais América Latina, Edmundo Silva. Processos O primeiro passo do programa de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores é o preenchimento de um questionário pela empresa interessada, seguido de uma visita técnica, na qual é feita uma auditoria para verificar a veracidade das informações apresentadas na pesquisa. No momento, são apontados os pontos básicos do negócio do fornecedor e a relação da empresa com aspectos específicos, como questões ambientais, de responsabilidade social e saúde e segurança do trabalho. O resultado aponta se o fornecedor está alinhado aos parâmetros de qualidade da Comau. A avaliação possibilita à empresa contratada identificar pontos fortes e gargalos do próprio negócio. É por isso que, internamente, a equipe da Comau e as próprias empresas envolvidas no programa costumam dizer que os fornecedores também saem ganhando com o processo. Além de torná-los mais capacitados, o

O PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO E QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES DA COMAU ESTÁ BASEADO EM QUATRO PILARES: Assinatura do Acordo de Qualidade

Preço

Qualificação in loco: questionário, avaliação e visitas técnicas

Cumprimento de prazo

projeto auxilia as empresas a reconhecerem seus pontos francos e a realizarem as melhores práticas do mercado. Vantagens para os fornecedores Wenilson Fernandes, diretor da empresa Contécnica, de João Monlevade (MG), vê no programa uma oportunidade de aperfeiçoar as atividades na própria empresa. “O programa que a Comau desenvolve, no momento em que cria diretrizes claras para que os fornecedores possam estar habilitados, cria também um processo em que os contratados possam aperfeiçoar as atividades, e crescer nos valores técnicos, fiscais e sociais”, ressalta. A partir do momento em que uma empresa integra o programa de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores, ocorre a assinatura do Acordo de Qualidade. Com isso, o fornecedor se compromete a cumprir as exigências e, se isso não ocorrer, assume a responsabilidade de resolver os problemas. O comprometimento diferencia o fornecedor, que passa a ser estimado como um parceiro da Comau.

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Inovação em serviços

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mbora a economia mundial seja dirigida pelo setor de serviços, a área não tem recebido a mesma atenção do ponto de vista de planejamento das experiências, como já acontece com o segmento produtivo de bens materiais. Para se ter uma ideia, de cada US$ 20 destinados à publicidade de um serviço, apenas US$ 1 é investido em sua melhoria. Esse gap acontece em função de estarmos ainda em uma transição do modelo produtos-propaganda da Era Industrial para o modelo serviços-design da Era

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do Conceito. O lado bom desse cenário é que onde há clientes insatisfeitos e demandas não atendidas, há oportunidades de diferenciação. Serviços são narrativas que se desenvolvem em um determinado período de tempo e envolvem uma complexa interação entre pessoas, tecnologias e interesses. A estratégia de serviços deve estar integrada à missão e à visão das empresas, a fim de que a percepção de valor não se perca e de que a promessa de entrega se cumpra.

esign de serviços – D Abordagem centrada nas pessoas Originado há 15 anos na Alemanha, o design de serviços utiliza métodos de pesquisa e solução de problemas tendo como ponto de partida os usuários do sistema, para melhorar serviços e detectar demandas não atendidas. Trata-se de um processo colaborativo envolvendo os principais stakeholders do negócio (clientes, fornecedores, líderes, colaboradores internos, comunidade), que identifica ONDE, QUANDO e COMO as organizações podem tornar seus serviços mais valiosos para seus clientes e para si mesmas. O objetivo do design de serviços é oferecer uma experiência interativa de alto valor emocional aos seus usuários. Para tanto, as soluções propostas devem estar de acordo com três valores básicos: a desejabilidade (serviços que as pessoas irão amar e recomendar aos seus amigos), a viabilidade (conformidade com o negócio) e a factibilidade (conhecimento das tecnologias e restrições existentes). Por se tratar de algo intangível, os serviços oferecidos necessitam de evidências simbólicas e tangíveis para os usuários, o que, normalmente, é negligenciado pelos seus provedores. Essas evidências, por sua vez, devem seguir uma estratégia de comunicação focada nas estratégias e na identidade corporativa, para que uma mensagem única e consistente seja transmitida de diferentes pontos de contato com o negócio (sites, anúncios, telefones, lugares, pessoas, transportes).

Inovação, na Era Conceitual, está no domínio da semiótica – ciência que estuda como o indivíduo dá significado a tudo que existe. Com isso, o que as coisas são é tão importante quanto como as coisas são percebidas. O design de serviços entende essa implicação para os negócios e investiga quais são os objetos, físicos ou não, que evidenciam partes importantes da experiência. As somas de detalhes criam um gráfico mental de reações emocionais do cliente com o serviço, e a resultante dirá se ele vai recomendá-lo aos amigos ou se vai destruir a marca no Twitter ou YouTube. Inovações em serviços podem envolver novidades tecnológicas, mas essencialmente é possível diferenciar-se da concorrência provendo soluções hi-touch. É preciso enxergar o ser humano antes mesmo do cliente, em suas esquisitices e subjetividades e, a partir disso, entender o que é valor para ele. Em função dessa descoberta, a empresa se move para entregar o que é necessário ou surpreender com algo não imaginado, mas reconhecível como especial. Mais que inovação, em serviços, a palavra de ordem é RESGATE: do humor, do detalhe, do humano. Para isso, é necessário investir em práticas empáticas com essas pessoas a quem desejamos servir. Um investimento de baixo custo, baixo risco e alto poder de diferenciação.

Denise Eler é Consultora de Empresas em Design Driven Innovation. Desde 2009, atua em parceria com o ISVOR na definição e execução de estratégias organizacionais.

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Teksid investe em formação de talentos Por meio do Programa Qualificar, a empresa ofereceu aos colaboradores a oportunidade de fazer um curso de eletrotécnico no Senai, processo que selecionou 40 participantes

Por Lilian Lobato

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Fotos Ignácio Costa

Os participantes foram escolhidos através de processo seletivo que teve os mesmos moldes de um vestibular

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atual ciclo de crescimento da economia brasileira tem impulsionado o mercado de trabalho e a demanda por profissionais especializados em várias áreas, a ponto de ocorrer escassez de oferta de mão de obra em vários setores. Como resposta a esta nova situação, muitas empresas adotam programas para desenvolver e capacitar seus próprios talentos. A Teksid do Brasil, com sede em Betim (MG), encarou o problema de

frente e buscou caminhos, na própria empresa, para superar a dificuldade. Por meio do Programa Qualificar, a empresa ofereceu aos colaboradores a oportunidade de fazer um curso de eletrotécnica no Senai, em processo que selecionou 40 participantes. As aulas tiveram início em novembro do ano passado e se estendem até 2013. “O objetivo do programa é que o funcionário tenha acesso a um curso de qualidade, que estimule o seu desenvolvimento profissional. Com isso,

será possível participar dos recrutamentos internos e angariar melhores cargos”, ressalta a especialista em Recursos Humanos, Daniela Lucena Santos Barbosa. A escolha dos participantes foi baseada em um processo seletivo que teve os mesmos moldes de um vestibular, que envolveu 368 candidatos. Ao final, foram classificados 60 candidatos, que passaram por dinâmicas de grupo para a seleção final dos 40 participantes. “A iniciativa é um diferencial de retenção de talentos. Na medida em que a empresa investe nos colaboradores, eles ficam entusiasmados com a possibilidade e querem, cada vez mais, crescer profissionalmente”, explica Daniela. Estudar é preciso O diretor da unidade Betim do Senai, José Soares Café, destaca que a mão de obra especializada é escassa no país inteiro, devido aos níveis elevados de atividade econômica. “Os colaboradores da Teksid têm em mãos uma oportunidade de se qualificarem com uma formação de qualidade e alta demanda no mercado de trabalho”, afirma. O operador Júlio César Pereira Dias, contratado pela Teksid há seis anos sempre sonhou em fazer um curso técnico, mas não foi possível concluir sua formação. Quando a Teksid lançou o Programa Qualificar, Júlio não pensou duas vezes. Ele foi aprovado e dedica-se com afinco ao curso. “Valeu a pena o esforço e a cada dia aprendo algo novo. O nível dos professores é alto e exige empenho dos alunos”, ressalta. A expectativa do operador é que o curso amplie seus horizontes e contribua para que ele possa crescer profissionalmente na Teksid. Para ele, a qualificação que o curso oferece é abrangente e permite atuar nas áreas de manutenção, implantação, projeto e instalações.

Já o soldador de produção, Marcelino dos Santos, há 14 anos na Teksid, aproveitou a oportunidade aberta pelo Programa Qualificar para retomar os estudos e concluir sua formação básica. “Quando apareceu a oportunidade, fui em busca de uma vaga. Alcançar esse objetivo foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida”, conta.

O operador Júlio César, há seis anos na empresa, exalta o aprendizado: “A cada dia aprendo algo novo, o nível dos professores é alto e exige empenho dos alunos”

Investindo em educação A Teksid tem tradição em capacitar e aprimorar seus colaboradores e desde o ano 2000 coloca à disposição dos funcionários telecurso para a conclusão da educação básica, necessária a voos mais altos. Cristiane da Silva Barboza, analista de Recursos Humanos da empresa, ressalta também a Escola Teksid, que oferece cursos em parceria com o Senai nas áreas de manutenção e fundição, direcionados a jovens entre 18 e 23 anos que estejam concluindo o curso técnico. Os participantes são indicados por funcionários da Teksid e podem se qualificar nas áreas de mecânica, eletrotécnica ou eletrônica. O jovem é contratado como aprendiz, recebe uma bolsa e tem a carteira assinada. O curso é de 1800 horas e são 8 horas-aula por dia. Ao fim da qualificação, os alunos têm a chance de serem contratados como trainee da Teksid.

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Educação é o melhor caminho Fiat Powertrain aposta na educação como fonte de desenvolvimento e doa motores ao Senai de Campo Largo para realização do curso técnico de manutenção mecânica

Por Lilian Lobato

O Divulgação Fiat Powertrain

acesso a uma boa qualificação pode contribuir para o crescimento profissional e aumento da produtividade nas empresas. No intuito de fomentar o ensino técnico, a Fiat Powertrain Campo Largo, unidade paranaense de fabricação de sistemas de propulsão da Fiat Automó-

Mericler Doneda Camargo, gerente de unidade Sesi/Senai de Campo Largo; Rosmery Dall Oglio Kostycz, gerente de negócios setoriais do Senai Paraná, e Edson Strapasson, plant manager da Fiat Powertrain, na entrega dos motores ao Senai

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veis, doou sete motores E.torQ para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), recém instalado no município, localizado na região metropolitana de Curitiba. A iniciativa possibilitará a criação de um curso de capacitação de qualidade em que os alunos colocarão em prática o que aprenderem nas aulas. É o que ressalta o responsável pela área de Recursos Humanos da planta, Caio Duarte. “Os motores doados pela Fiat Powertrain serão destinados ao curso técnico de manutenção mecânica. Já doamos sete motores e, à medida que tivermos a oportunidade, outros equipamentos poderão ser enviados ao Senai”, destaca. Segundo ele, a qualificação na área tende a ser um diferencial para os interessados em participar dos processos seletivos da empresa. “Nosso objetivo é possibilitar que o estudante adquira conhecimento sobre o processo, bem como sobre o motor Fiat”. Duarte explica que, ao contratar os profissionais, o candidato que fizer o curso técnico com base nos motores da Fiat Powertrain estará à frente dos demais. A parceria entre a Fiat Powertrain e o Senai uniu o útil ao agradável. A empresa aposta na educação como fonte de desenvolvimento do país e a instituição de ensino busca companhias interessadas em impulsionar a área técnica. “A economia de Campo Largo passa por um bom momento e muitas empresas estão se instalando na região. A implantação do Senai no município atenderá o aumento da demanda por profissionais. A Fiat Powertrain espera contar com a instituição para capacitar os colaboradores”, ressalta o advogado da planta, Vinícius Culpi. Ele explica que, além de doar os sete motores, a empresa irá destinar outros motores ao Senai durante este semestre. Os equipamentos são de veículos Fiat 1.6 e têm utilização somen-

te para fins educacionais. De acordo com Culpi, outros seis motores ainda poderão ser destinados às instituições de ensino de Campo Largo e região. A cerimônia de doação dos motores pela Fiat Powertrain ocorreu no Senai, na Vila Elizabeth, em 23 de março. O evento contou com a presença do plant manager da Fiat Powertrain Campo Largo, Edson Strapasson; da gerente da Unidade Sesi/ Senai de Campo Largo, Mericler Doneda Camargo, e da gerente de Negócios Setoriais do Senai PR, Rosmery Dall Oglio Kostycz. A Fiat Powertrain de Campo Largo, maior e mais moderna planta para produção de motores midsize na América Latina, foi inaugurada em junho de 2010. A planta produz os motores E.torQ 1.6l 16v e 1.8l 16v que equipam vários modelos da Fiat Automóveis: Palio, Palio Weekend, Idea, Siena, Punto, Bravo, Linea, Dobló e Strada. Qualificação para todos O Senai foi implantado em Campo Largo em julho de 2011 e imediatamente direcionou uma área para a qualificação de mão de obra no setor automotivo. A gerente da Unidade Sesi/Senai de Campo Largo, Mericler Doneda Camargo, ressalta a importância do setor e o aumento dos níveis de empregabilidade no município, sobretudo na Fiat Powertrain. A gerente acredita que a qualificação no segmento automotivo pode fazer com que os profissionais tenham chances reais de contratação em grandes empresas, já que o mercado está carente de mão de obra especializada. “Antes de o Senai se instalar no município, era extremamente difícil se capacitar. Em muitos casos, as pessoas precisavam se deslocar para outras cidades. Hoje, o acesso a educação é para todos”, afirma. Ainda conforme Mericler, o Senai modificou o cenário existente

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talentos Imagem do motor E.torQ 1.6 16V, modelo doado ao Senai

no município e irá contribuir ainda mais para que muitos profissionais tenham a oportunidade de crescer profissionalmente. Ela destaca que, com os motores doados pela Fiat Powertrain, será possível iniciar o curso técnico de manutenção mecânica em agosto. A qualificação será aberta à comunidade local, com no máximo 16 alunos, e terá duração de dois meses (160 horas/aula). Público interno é beneficiado Os colaboradores da Fiat Powertrain também serão beneficiados pelo Senai de Campo Largo. O responsável pela área de Recursos Humanos da planta, Caio Duarte, explica que a parceria com a instituição de ensino já existe em outras cidades brasileiras e é fundamental contar com o Senai em Campo Largo. “Precisamos, por exemplo, que os profissionais da planta tenham conhecimento em processo de usinagem, bem como acompanhem o dia a dia da comunidade

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local. Para isso, necessitamos que a capacitação seja de fácil acesso”, esclarece. Com a presença do Senai é possível qualificar a mão de obra de acordo com a demanda da Fiat Powertrain. A analista de Recursos Humanos da planta, Marina Barbosa, lembra que o primeiro curso em parceria com a instituição de ensino em Campo Largo teve início em abril deste ano e foi destinado aos funcionários que já trabalhavam na área de usinagem da empresa. Segundo ela, o objetivo é que o colaborador tenha uma boa base na área, especialmente na parte pneumática, hidráulica e de lubrificação. Com isso, o profissional terá condição de aplicar o conhecimento na rotina de trabalho. Marina explica que o curso é custeado pela empresa e direcionado a 35 operadores, com 158 horas/aula. “É uma oportunidade de o colaborador se desenvolver profissionalmente e também agregar conhecimento”, avalia.


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Plantar & Construir

promove ação em Contagem Jovens do Programa foram convidados a grafitar o muro do Centro de Logística de Contagem por meio do projeto “Graffiti: Invenções no Muro” Por Lilian Lobato

Divulgação CNH

Presente da comunidade para a New Holland: um colorido especial no muro do Centro de Logística de Contagem

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crescimento de uma grande empresa precisa estar vinculado ao aumento de ações de responsabilidade social. A Case New Holland tem consciência da sua importância no desenvolvimento das comunidades onde está inserida e por meio do programa Plantar & Construir já iniciou uma série de ações para fortalecer a cidadania. Em abril, Contagem foi palco do projeto “Graffiti: In-

venções no Muro” em que os jovens participantes foram convidados a grafitar o muro do Centro de Logística da CNH, inaugurado na ocasião. “A iniciativa tem como objetivo fortalecer o relacionamento entre a marca, a fábrica, nossos funcionários e a comunidade. Acreditamos que esse projeto vai aproximar ainda mais essas realidades”, ressalta Marco Borba, diretor Comercial da New Holland para a América Latina. A grafitagem realizada pelos jovens, com suporte de monitores da Escola Guignard da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), faz parte do projeto “Graffiti: Invenções no Muro”, um dos projetos integrantes do Plantar & Construir. Ao longo deste ano, cerca de 20 jovens das Vilas Santo Antônio, São Vicente e São Nicodemos, em Contagem – município que também abriga a fábrica de máquinas de construção da empresa – receberão técnicas de grafitagem, desenho e pintura, noções de história da arte e de cidadania. No final do curso, o que foi aprendido será colocado em prática no muro da fábrica e de instituições comunitárias do entorno. De acordo com Gianfranco Commodaro, diretor da Fundação AVSI, uma das parceiras do projeto no município, por meio do curso, os jovens terão acesso à educação artística e formação humana. Ainda estão previstas visitas aos patrimônios históricos de Minas Gerais como a cidade de Ouro Preto, Inhotim – Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico e o Complexo Arquitetônico da Pampulha. O curso conta com educadores da AVSI e ocorre em parceria com a UEMG. Commodaro destaca que o objetivo de atividades como a grafitagem é proporcionar o desenvolvimento socioeconômico das vilas. “Queremos também descobrir e valorizar os talentos existentes. A ideia é transformar alguns muros das comunidades em uma galeria de arte a céu aberto”, estima.

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O. UR O FUT

OS E es, com VAM 100 país ados e d SAR D I is a C lh m a E m sp e e R a te P esquis Presen E DE tros de p completa gama s e 6 cen EIAS RA 9 fábrica o, e com a mais ara aplicações ID ES PA p nd pelo mu s de propulsão as agrícolas e MOTOR uin ma de siste es, ônibus, máq áuticas, IZAR ergia e n rada REAL hõ n in e m e d ca o a p çã em re ra p e g sa , ISSO. re rução uma emp tores, a FPT TUDO je o de const h é l e mo ustria a FPT Ind ro. Mais do qu uso sustentável tu de o para o fu eias inovadoras a serviç ologias e id n lv c o v te n s a se ômicos, n de ov o n c e e d is , ia ma de energ e de produtos s nossas ideias oas que E, se a s. te das pess n ie agine o e efic undo, im u negócio. m o duráveis r e a mov elo se ajudam s fazer p m.br podemo trial.co NDO u d tin s descubra. p .f MOVE w w e w e s s Ace

SE L I S A AS R T B S I O N E GO A T O FA. R E P R S A O T D NESSA

apoio dos professores estou conseguindo me desenvolver”, avalia. Ainda para este ano, estão previstas atividades socioeducativas em Contagem a serem realizadas pelo projeto “Construindo Oportunidades para Crianças e Adolescentes”, outro projeto integrante do programa Plantar & Construir. A iniciativa está em fase de definição, mas será voltada para a dança e música. O programa Plantar & Construir tem como meta contribuir para o desenvolvimento sustentável de regiões de atuação da New Holland. Em 2012, serão beneficiadas diretamente mais de três mil crianças e adolescentes em Contagem (MG), Barbacena (MG), Curitiba (PR) e Petrolina (PE).

Respeite a sinalização de trânsito.

No alto da página, diretoria e colaboradores da Case New Holland comemoram inauguração do Centro de Logística de Contagem

No entanto, Gianfranco explica que a finalidade do projeto não é criar artistas e sim permitir que os alunos se tornem mais disciplinados, melhorem sua performance na escola, assim como os relacionamentos interpessoais. Além disso, a arte contribui para o surgimento de novos horizontes e pode estimular a busca pelo primeiro emprego e ajudar na escolha da profissão. O projeto “Graffiti: Invenções no Muro” contribuiu para que Gisele Fernandes, de 24 anos, tivesse o seu primeiro contato com a arte. De acordo com ela, que nunca pensou em desenhar ou pintar, a ideia do curso despertou a vontade de aprender. “O trabalho é belíssimo e muito interessante. Inicialmente, fiquei insegura, mas com o

A T E N A L P O , 50 AR 0 T 2 N E É IM AT L A S E A D O Á S R S E T PE E D . E S J E O Õ H H QUE 2 BIL S I A AM RÁ UM

talentos Diretoria da Case New Holland e jovens beneficiários do Plantar & Construir


sustentabilidade Divulgação Iveco

Case New Holland e Iveco

recebem certificado Green Building Empresas cumpriram todas as exigências e têm o primeiro Centro de Distribuição de peças da América Latina com a certificação ambiental Por Lilian Lobato

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Edifício é o primeiro Centro de Distribuição na América Latina, do setor de autopeças, a conquistar o importante certificado ambiental

A

s construções sustentáveis ganharam força no mercado imobiliário brasileiro e a busca pelas certificações ambientais de edifícios se tornou uma realidade no mundo empresarial. Sempre atenta ao que pode ser feito para equilibrar os aspectos econômicos, sociais e ambientais, a Case New Holland e Iveco, empresas da Fiat Industrial, saíram na frente e, em abril, passaram a ter o primeiro Centro de Distribuição (CD) na América

Latina, no setor de autopeças, com a certificação Green Building. De acordo com o diretor do Centro de Distribuição, José Roberto Manis, a ideia de buscar a certificação nasceu juntamente com o projeto de criação do empreendimento, que foi construído em Sorocaba (SP) e inaugurado em março de 2010. “Visitamos diversos centros, nacionais e internacionais, com o objetivo de conhecer modelos sustentáveis, que receberam certificações reconhecidas mundialmente. Visualizei o que queríamos e apresentei à direção da empresa. Por apostar em iniciativas Green, o Grupo Fiat aprovou a ideia”, relembra. Como de praxe, o processo de certificação só iniciou quando o prédio foi finalizado, e teve duração de dois anos. Entretanto, diferentemente das demais empresas, a CNH e Iveco não esperaram concluir as obras para buscar a sustentabilidade e prezaram durante todo o tempo por uma construção verde. Para obter sucesso, as obras receberam visitas periódicas da Cushman & Wakefield – multinacional especializada na obtenção do certificado Green Building – para avaliação dos pontos críticos, sugestão de melhorias nas obras e acabamentos finais, e elaboração de relatórios. Ao longo da construção, a Cushman & Wakefield encaminhava os relatórios à USGBC – US Green Building Council, entidade norte-americana responsável pelas certificações na norma LEED (Leadership In Energy & Environmental Design). A LEED é um sistema de certificação e orientação ambiental de edificações. É o selo de maior reconhecimento internacional. Quanto mais pontos favoráveis as empresas acumulassem com a USGBC, maior seria sua classificação Green. Existem quatro tipos de certificação: Certificado (Certified), Prata (Silver), Ouro (Gold) e Platina (Platinum). “As empresas conseguiram a certificação Gold. Como partimos

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Divulgação CNH

sustentabilidade

de uma área virgem, certamente não conseguiríamos a Platinum, em função de ser concedida a empresas que reaproveitam prédios antigos. A certificação Gold superou as expectativas em função de o nível mais baixo já ser extremamente difícil de alcançar. Foi um ótimo resultado para o grupo Fiat”, avalia José Roberto. Ele ainda ressalta que a certificação reafirma o compromisso da CNH e da Iveco com a sustentabilidade e as tornam ainda mais competitivas no mercado brasileiro e mundial. O investimento, segundo o diretor do Centro de Distribuição, valeu a pena em virtude de ser um empreendimento econômico, ecologicamente correto e que preza por qualidade de vida no ambiente de trabalho. Cumprindo as exigências Os principais requisitos analisados pela USGBC para conceder o certificado Green Building foram: Site Sustentável, Eficiência da Água, Energia e Atmosfera, Materiais e Recursos, Qualidade do Ambiente Interno e Inovação do Projeto. Em Site Sustentável, a exigência era que o local de construção do Centro de Distribuição tivesse o mínimo impacto para a vizinhança. Além disso, a concepção do site incluía uma extensa área aberta e locais de preservação ambiental que permitissem absorção de água pelo solo, evitando assoreamento de mananciais. Case New Holland e Iveco atenderam a exigência e ainda contrataram uma empresa especializada em paisagismo e jardinagem que utilizou espécies de árvores e plantas da região, bem adaptadas e que consomem pouca água. Já em Eficiência da Água, José Roberto Manis ressalta que o consumo geral do recurso no CD é 30% menor que o padrão em edifícios semelhantes e 100% da água não utilizada para consumo é reutilizada. Há sistema de captação e contenção de água das

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chuvas que contribui para reutilização nas descargas e mictórios dos banheiros, na irrigação de jardins e no sistema de proteção contra incêndio. Com relação à Energia e Atmosfera, o consumo global de energia no CD é 38,5% menor do que os padrões de edifícios semelhantes. A instalação de telhas translúcidas permite a passagem da luz, mas filtra a passagem do calor de modo a economizar energia elétrica. Vale ressaltar que esse atributo rendeu performance exemplar na certificação. Os vidros especiais dos escritórios também merecem destaque já que oferecem um bom nível de entrada de luz natural e reduzem o uso de energia. A utilização de painéis solares para o aquecimento da água dos vestiários também gera economia e oferece conforto aos empregados. O mesmo

acontece com o sistema de ar condicionado que conta com acionamento individual e automatizado nos escritórios, e possibilita melhor qualidade do ambiente interno. Nos escritórios ainda foram utilizadas luminárias e reatores eletrônicos de alto rendimento. As áreas internas possuem iluminação automatizada, por fotocélulas, sensores de presença ou controladores horários para que as luzes permaneçam acesas apenas quando necessário. Em Materiais e Recursos, segundo José Roberto, 53% dos materiais utilizados na construção tiveram conteúdo reciclado, mais de 27% dos materiais de construção civil foram extraídos e processados dentro de 500 quilômetros do local, e mais de 50% dos resíduos de construção foram en-

caminhados para reciclagem, o que evitou o descarte em aterros. No caso da Qualidade do Ambiente Interno, destacam-se todas as ações realizadas para manter o conforto e o bem-estar dos colaboradores como a alta taxa de iluminação natural, o ar condicionado e a boa ventilação nas salas. Ainda foi instalado um bicicletário com vagas para 5% do contingente do Centro de Distribuição, o que visa incentivar o uso de transportes não poluidores. Uma ação inovadora está no fato de que os veículos movidos por combustíveis de fontes renováveis e aqueles que transportem duas ou mais pessoas (sistema de carona) contarem com estacionamento privilegiado, o que incentiva a prática entre os funcionários.

Uma das exigências para obter a certificação era que o local de construção tivesse o mínimo impacto para a vizinhança

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Fotos Ignácio Costa

Sustentabilidade

Espaço Ciência alia educação

e informação ambiental

à arte de Inhotim

Com apoio da Iveco, crianças e adolescentes da 4ª à 9ª séries de Sete Lagoas participam de projeto de sustentabilidade e educação ambiental

Por Jamerson Costa

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160 alunos de quatro escolas visitaram Inhotim e conheceram as riquezas naturais e culturais do local

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or que os caminhos de Burle Marx são curvos? Isso é porque, num trecho reto, é possível enxergar o final do jardim, o que diminui a surpresa!... E você, conhece uma samambaia da época dos dinossauros? Ela se chama Samambaia Gigante e está logo ali, do seu lado. Assim foi a conversa dos mediadores do Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico Inhotim, em Brumadinho (MG), com alunos da rede municipal de educação de Sete Lagoas (MG), onde fica a sede da Iveco. Com apoio da empresa, estudantes das escolas municipais Francisca Ferreira de Avelar, Jovelino Lanza, Juca Dias e Dr. Márcio Paulino participaram do Espaço Ciência, projeto desenvolvido por Inhotim e apoiado pela Iveco, dentro das ações do programa de sustentabilidade da empresa, o Próximo Passo. No total, 1.600 alunos da 4ª à 9ª série do Ensino Fundamental se envolveram em atividades de educação ambiental, promovidas entre os meses de abril e maio. Cada instituição recebeu a visita de profissionais do Instituto durante dois dias da semana, os chamados mediadores. Durante estas visitas, laboratórios de botânica foram recriados em espaços da própria escola, para que fossem dadas

aulas teóricas e práticas sobre o tema Biodiversidade. Às sextas-feiras, as aulas se estenderam para além dos muros da escola. Os mediadores receberam em Inhotim 40 estudantes selecionados de cada escola e apresentaram a eles o encantador espaço de Inhotim, rico em diversidade natural e cultural. As aulas conciliaram educação, informação ambiental e arte. “O Espaço Ciência proporciona a estes jovens uma oportunidade única de aprendizado”, diz Júnea Sá Fortes, coordenadora do programa Próximo Passo. Júnea ressalta a importância de iniciativas como esta para o desenvolvimento da comunidade. “Com estas ações, garantimos o desenvolvimento de Sete Lagoas para além do crescimento econômico. Os alunos que participam têm a oportunidade de saírem do ambiente de sala de aula e descobrirem que existe um mundo repleto de biodiversidade para ser desvendado por eles”, diz. Ela conta que a parceria com o Instituto Inhotim começou a ser desenhada em 2011 e implantada em 2012. São quatro escolas envolvidas e 1.600 crianças e adolescentes beneficiados pelo investimento da Iveco e Inhotim, via Lei de Incentivo à Cultura. “É uma

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Sustentabilidade

Grand Siena: maior, mais bonito, mais tecnológico, mais Magneti Marelli

Muitos fizeram anotações e desenhos, para lembrar o passeio e contar aos colegas

forma de fortalecermos os laços da cidade com a empresa, uma das poucas que investe de forma sistemática em educação ambiental”, afirma. Para a pedagoga Heloise Guimarães, responsável pela área de educação ambiental da Secretaria Municipal de Educação de Sete Lagoas, seria difícil realizar programas como o Espaço Ciência sem parcerias como a da Iveco. “Precisamos de parceiros que tenham essa preocupação com a sustentabilidade, só assim conseguiremos desenvolver uma sociedade consciente da importância da educação ambiental para nosso futuro”, assegura.

De Inhotim para as escolas As ações dos organizadores do Espaço Ciência e dos diretores e pedagogos envolvidos não acabam com o fim das visitas. A intensão é dar continuidade à difusão de conhecimentos nas próprias instituições. Para isso, os organizadores contam com a dedicação dos professores que acompanharam os alunos durante as quatro visitas a Inhotim. “Nossa ideia é montar projetos de educação ambiental na própria escola e continuar trabalhando este conceito em sala de aula”, afirma Beatriz Oliveira, diretora da Escola Municipal Francisca Ferreira de Avelar.

Conheça um pouco mais sobre o projeto O Espaço Ciência surgiu como uma atividade de Inhotim em 2010, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). O principal objetivo do projeto é popularizar a ciência e a informação ambiental, difundindo o conhecimento destas duas áreas para a população. Ao longo do primeiro ano, mais de sete mil pessoas participaram do projeto em Inhotim, entre crianças e idosos. A partir daí, o Espaço Ciência ganhou força e evolui, até se tornar o projeto que é hoje. “Você pode fazer ciência de uma forma simples, em qualquer lugar, então a ideia é mesmo instigar as pessoas quanto à conscientização para o meio ambiente”, relata Fernanda Barros, supervisora de Educação Ambiental do Instituto Inhotim.

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Foram mais de dois anos de desenvolvimento conjunto e, depois de tanta dedicação, não poderíamos ter surpresa melhor. O Fiat Grand Siena chega ao mercado mais seguro, com novo design, ainda mais confortável e repleto de tecnologias Magneti Marelli. Quadro de instrumentos Welcome Moving, Sistema Flex e mais de 100 componentes Magneti Marelli estão presentes no modelo, agregando beleza, modernidade e praticidade. Grand Siena, maior, mais bonito, mais tecnológico, mais Magneti Marelli.

Faz parte da sua vida.


A Case New Holland, líder mundial em máquinas agrícolas e equipamentos para construção, anunciou investimentos adicionais na Argentina, elevando o aporte total no país para US$ 200 milhões, o dobro do anunciado em 2011. Em anúncio feito em 10 de abril, durante encontro do presidente da Fiat Industrial, Sérgio Marchionne, e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em Buenos Aires, a CNH informou que fabricará em Córdoba as colheitadeiras axiais de classe 7, as mais vendidas na América Latina, além de ampliar a produção dos modelos mais potentes de colheitadeiras de classes 8 e 9. A CNH também investirá na produção de tratores de 85 cavalos de potência (Hp) para aplicações especiais, modelos T7 & Puma de 220 Hp e cabeças de corte de tecnologia “Draper”.

Diretor da CNH debate máquinas agrícolas e agronegócio em blog Diretor de Comunicações e de Relações Externas da Case New Holland desde 2007, o engenheiro e economista Milton Rego acumula grande volume de conhecimentos em agronegócios, que pode ser compartilhado e transformado em dados estratégicos para o leitor interessado. O Blog do Milton Rego é exatamente isso, “um espaço aberto para debate e troca de informações sobre o agronegócio, com foco no mercado de máquinas agrícolas e o impacto do setor na economia”. Vale a pena conferir: www.blogdomiltonrego.com.br.

Iveco promove Merval Pereira no ‘Sempre Um Papo’ Uma forma de ficar bem informado sobre temas da atualidade é participar do “Sempre Um Papo”, promovido pela Iveco em Sete Lagoas, por meio do programa de sustentabilidade Próximo Passo. Forte assunto de 2012, “A política e os políticos em tempo de eleição” foi o tema abordado em 2 de abril por um dos mais conceituados jornalistas de política do Brasil, Merval Pereira. No encontro, o comentarista, colunista e escritor lançou o livro O Lulismo no Poder (Record), uma seleção de artigos publicados durante o governo Lula.

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RALLY UNIVERSITÁRIO FIAT VAI PELA PRIMEIRA VEZ A ITUMBIARA, GOIÁS Após percorrer as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, em cinco temporadas, o Rally Universitário Fiat chega pela primeira vez a Itumbiara (GO) no dia 20 de maio, para a segunda prova de 2012.

A linha Fiat Toys, que traz produtos inspirados nos automóveis da marca, lança o Cinquecento elétrico, destinado a crianças acima de três anos. O brinquedo pode ser dirigido ou acionado por controle remoto, tem câmbio com marcha para frente e ré, funciona com bateria recarregável e tem, no painel, uma chave com som de ignição e um interruptor que acende os faróis dianteiros. No volante, um botão central aciona a buzina. O Cinquecento elétrico está à venda na loja virtual Fiat Fashion (www. fiatfashion.com.br) e em lojas de brinquedos de todo o país.

Fiat Divulgação

notas Divulgação

A Case New Holland duplicou seu investimento na Argentina. Da esquerda para a direita, Cristiano Rattazzi, presidente da Fiat Argentina, Cristina Kirchner, presidente da Argentina, Sergio Marchionne, CEO do Grupo Fiat e Richard Tobin, presidente e CEO da CNH

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FIAT LANÇA MODELO ELÉTRICO DO CINQUECENTO PARA CRIANÇAS

Case New Holland dobra investimento e amplia produção em Córdoba, Argentina

Case Construction e New Holland marcam Presença na M&T 2012

A New Holland e a Case Construction, empresas Fiat Industrial, são destaques na edição 2012 da M&T, maior feira de equipamentos para construção da América Latina, que será realizada entre 29 de maio e 2 de junho, em São Paulo (SP). Com o objetivo de destacar as grandes obras que acontecem no Brasil e o crescimento de 140% na linha de produtos, a Case Construction Equipament montará um canteiro de obras que permitirá ao público fazer um tour entre as máquinas durante operações simuladas. Em outro estande, a New Holland Apresentará, entre as novidades, a nova motorização e transmissão das motoniveladoras da empresa. Além disso, a empresa irá apresentar os novos modelos de manipuladores telescópicos: LM1445 e LM1745. Ambos, que trazem a tecnologia mais avançada disponível nessa classe de máquinas, têm capacidade para elevação de carga de 4.500 kg e contam com o moderno motor New Holland Tier 3, que cumpre todas as normas europeias e brasileiras de emissão de poluentes.

Fiat amplia seu compromisso com a Cultura em Betim Este ano, o projeto Teatro em Movimento está levando a Betim e a Belo Horizonte uma série de montagens teatrais de grupos renomados. A iniciativa da Rubim Produções tem o apoio do Programa Árvore da Vida – Parcerias, da Fiat Automóveis. Em Betim, todas as exibições são gratuitas, reforçando o compromisso da Fiat em contribuir com o pleno acesso à cultura. A primeira peça foi “Travessia”, do grupo Ponto de Partida, em Betim. O espetáculo “Nem um dia se passa sem notícias suas”, com Edson Celulari e Pedro Garcia Netto, em BH, também fez parte da programação. O projeto Teatro em Movimento contemplou, ainda, os espetáculos “Mundo Perfumado”, do Grupo 1º Ato, dia 26 de maio, e “Mania de Explicação”, voltado ao público infanto-juvenil, dia 27 de maio, ambos na Casa de Cultura Josephina Bento, em Betim. Outras apresentações estão previstas para este ano. Para mais informações, acesse www.teatroemmovimento.art.br

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raio-X DO GRUPO FIAT NO BRASIL

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www.teksid.com.br Teksid do Brasil www.isvor.com.br Isvor Instituto para o Desenvolvimento Organizacional

www.comau.com.br Comau do Brasil

serviços financeiros

Fiat Finanças

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fiat industrial Empresa: Fiat do Brasil S.A. A Fiat do Brasil S.A., constituída em 1947, é a empresa mais antiga do Grupo Fiat no Brasil. É a representante, no país, da holding Fiat SpA e presta serviços em suas diversas áreas de atuação à Fiat Industrial SpA. A Fiat do Brasil S.A. tem a função de representação institucional perante as autoridades governamentais, comunicação corporativa, auditoria interna, treinamento, contabilidade, normatização e gestão das áreas fiscal e tributária, metodologia, folha de pagamento e outras atividades de suporte às operações do Grupo, prestando serviços a 19 empresas, divisões, associações e fundações.

MONTADORAS

componentes

serviços financeiros

www.fptpowertrain.com FPT – Powertrain Technologies (Mercosul)

Banco CNH Capital

www.cnh.com Case New Holland (CNH)

www.iveco.com.br Iveco Latin America

cultura

educação

assistência social

www.casafiatdecultura.com.br Casa Fiat de Cultura

www.fundacaotorino.com.br Fundação Torino

www.fundacaofiat.com.br Fundação Fiat

Localização: tem plantas industriais nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Presidente: Cledorvino Belini

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memória

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ançado no Turim Motor Show, em novembro de 1957, o Fiat 1200 encantou os italianos com seu charme. Ainda nos dias atuais, o veículo é muito procurado e bastante valorizado por colecionadores.

Equipado com o (até então) recém lançado motor de 1221cc com potência de 55hp, o Granluce Fiat 1200, como também era conhecido, foi fabricado até 1960, quando chegou a marca de 400 mil cópias produzidas.

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