Revista Mundo Fiat 104

Page 1

REVISTA DO GRUPO FIAT DO BRASIL Número 104 - out/nov 2010

De volta para o futuro Sergio Marchionne destaca a importância do Brasil para a estratégia da Fiat no mundo • A 3ª Semana de Compras da FGP- Fiat Group Purchasing • Árvore da Vida promove inclusão de crianças e jovens • Grupo Fiat prioriza as futuras gerações • Prêmio Fiat de Educação chega à 14ª edição • Há 90 anos Hospital Pequeno Príncipe atende crianças em Curitiba • A recuperação do Teatro Municipal de São Paulo • Bienal das Artes investe na proximidade com o cotidiano • A sustentabilidade chegou ao design de produtos • Filosofia: o lugar do eu no mundo contemporâneo


CARTA AO LEITOR

Momentos transcendentes por Cledorvino Belini*

H

á momentos históricos que são transcendentes na vida das empresas e dos países. São momentos de superação das contingências e limitações do tempo e do espaço, de transbordamento para além dos próprios limites, nos quais, desde o presente, se estabelecem conexões com o futuro. O Brasil experimenta agora esta transcendência. O processo eleitoral para escolha do Presidente da República, governadores e respectivos parlamentos, é a expressão completa e madura de uma democracia consolidada. Eleições já se tornaram processos rotineiros no Brasil, repetidos a cada dois anos, e às vezes não atentamos para sua real dimensão histórica. Trata-se, na verdade, da afirmação de importantes conquistas da sociedade brasileira, de legitimação e valoração dos ritos democráticos, do fortalecimento das instituições e da crescente independência entre o político e o econômico. São fatos relativamente recentes em nossa história, a despeito de sua relevância e valor. A política não é mais um fator de transe da economia, como ocorria há menos de uma década. Economia e política têm hoje, cada qual, seus fundamentos e fatores condicionantes específicos. Um observador externo, privado de contato com o noticiário e com acesso restrito a um painel de indicadores econômicos, como taxa de câmbio, índices de ações e futuros, fluxo de investimento estrangeiro, índice de confiança empresarial e do consumidor, indicadores de produção, consumo e preços, entre outros, não notaria qualquer distúrbio no pulsar do organismo econômico que indicasse a ocorrência de um processo social e político da importância das eleições. Esta é, sem dúvida, uma prova do amadurecimento do Brasil, uma vez que a estabilidade dos fundamentos da economia e as práticas democráticas incorporaram-se definitivamente à forma como vemos e pensamos o mundo. As empresas também têm seus momentos transcendentes, em que engendram o seu próprio futuro. O Grupo Fiat está em um ponto virtuoso de transição, prestes a concluir um expressivo ciclo de investimentos deflagrado em 2008, que soma R$ 6 bilhões e resulta na ampliação da capacidade instalada da fábrica da Fiat em Betim (MG) de 600 mil para 800 mil automóveis e comerciais leves por ano e na implantação de novas fábricas de caminhões, de máquinas agrícolas e de construção, motores, fundidos e componentes. Os investimentos foram mantidos mesmo durante a fase aguda de incertezas deflagrada pela crise econômica mundial, que se alastrou a partir do último trimestre de 2008. Superada a crise, o Grupo Fiat encontrava-se estrategicamente bem posicionado para assegurar expressivo crescimento em todos os seus segmentos de mercado. Ao recordar o acerto da decisão de apostar no futuro, Sergio Marchionne, CEO do Fiat Group e da Chrysler, destacou a importância do Brasil no conjunto dos negócios do grupo no mundo e o papel do País nos projetos que virão. A conclusão do atual ciclo de investimentos é apenas o marco do início de uma nova etapa de expansão do grupo, em ritmo compatível com o potencial de crescimento da economia brasileira nos próximos anos. É uma aposta na consistência do futuro do país que os brasileiros estão construindo com trabalho e esperança. * Presidente do Grupo Fiat para a América Latina

MUNDOFIAT


sumário

EXPEDIENTE

Mundo Fiat é uma publicação da Fiat do Brasil S/A, destinada aos stakeholders das empresas do grupo no Brasil.

06 06 CAPA Fiat Mio Fiat apresenta seu terceiro carro conceito no salão do Automóvel de São Paulo. Protótipo é o primeiro elaborado a partir de sugestões de internautas de todo o mundo

14 ESTRATÉGIA Sérgio Marchionne O CEO mundial do Grupo Fiat, Sérgio Marchionne, ressaltou a importância do País para a estratégia da Fiat no mundo.

15 COMPRAS Fiat Group Purchasing A 3ª Semana de Compras da FGP, realizada em setembro em Minas Gerais, representou um marco na construção da identidade e dos valores da empresa na América Latina

18 INOVAÇÃO Nova plataforma Iveco Iveco cria sua quarta plataforma, voltada para a customização de veículos de série

20 EXPOINTER A FORÇA DO AGRONEGÓCIO Edição 2010 da feira reuniu tecnologia, modernidade e toda a tradição da história do Rio Grande do Sul na agropecuária brasileira

27

De volta para o futuro

MUNDOFIAT

15 18

20

24 SUSTENTABILIDADE

51 HISTÓRIA EM QUADRINHOS

Árvore da Vida Ao completar seis anos, o Programa Árvore da Vida faz diferença na vida de muita gente, como Renan Martins, talentoso percussionista e jovem cidadão consciente do seu papel na transformação do bairro onde mora

27 FUTURO Novas gerações As empresas que compõem o Grupo Fiat no Brasil desenvolvem mais de 70 programas dirigidos a crianças e adolescentes, com foco na inserção social, educação e formação profissional

41 PRÊMIO FIAT DE EDUCAÇÃO Todos pela Educação Iniciativa chega a sua 14ª edição e assume papel importante no início da carreira dos vencedores

45 PERFIL Hospital Pequeno Príncipe Há 90 anos, o maior hospital exclusivamente pediátrico do País, instalado em Curitiba, atende crianças de todo o Brasil, em procedimentos de alta complexidade

45

62

O Fantástico Dr. Teleco Um presente da Mundo Fiat para a criançada. Conheça as aventuras do Dr. Teleco, o famoso médico da floresta

62 CULTURA Teatro Municipal de São Paulo Ao reabrir as portas para o público em março de 2011, o Teatro Municipal de São Paulo dará início às comemorações do seu centenário completamente restaurado e como um dos mais importantes marcos da arquitetura paulistana

84 ENSAIO FOTOGRÁFICO Rio São Francisco O mítico rio brasileiro é revisitado pelo fotógrafo francês Alain Dhomé, que revela sua beleza e mistério em imagens que retratam a força da natureza e a cultura de sua gente

24

Por Marco Antônio Lage* www.grupofiat.com.br www.eticagrupofiat.com.br FIAT DO BRASIL S/A Presidente: Cledorvino Belini MONTADORAS FIAT AUTOMÓVEIS Presidente: Cledorvino Belini CASE NEW HOLLAND Presidente: Valentino Rizzioli IVECO LATIN AMERICA Presidente: Marco Mazzu COMPONENTES FPT – POWERTRAIN TECHNOLOGIES Superintendente: Franco Ciranni MAGNETI MARELLI Presidente: Virgilio Cerutti TEKSID DO BRASIL CEO Nafta e Mercosul: Rogério Silva Jr. SISTEMAS DE PRODUÇÃO COMAU Superintendente: Alejandro Solis SERVIÇOS FINANCEIROS BANCO FIDIS Superintendente: Gunnar Murillo BANCO CNH CAPITAL Superintendente: Derci Alcântara FIAT FINANÇAS Superintendente: Gilson de Oliveira Carvalho SERVIÇOS FIAT SERVICES Superintendente: José Paulo Palumbo da Silva FIAT REVI Superintendente: Davide Nicastro FIDES CORRETAGENS DE SEGUROS Superintendente: Marcio Jannuzzi FAST BUYER Superintendente: Valmir Elias ISVOR Superintendente: Márcia Naves ASSISTÊNCIA SOCIAL FUNDAÇÃO FIAT Diretor-Presidente: Adauto Duarte CULTURA CASA FIAT DE CULTURA Presidente: José Eduardo de Lima Pereira EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO TORINO Presidente: Raffaele Peano Comitê de comunicação Alexandre Campolina Santos (Fiat Services ), Ana Vilela (Casa Fiat de Cultura), Pollyane Bastos (Teksid), Cristielle Pádua (Fundação Torino), Cláudio Rawicz (FPT – Powertrain Technologies), Elena Moreira (Fundação Fiat), Fabíola Sanchez (Magneti Marelli), Fernanda Palhares (Isvor), Guilherme Pena (Fiat Automóveis), Jorge Görgen (CNH), Marco Antônio Lage (Fiat Automóveis), Marco Piquini (Iveco), Milton Rego (CNH), Othon Maia (Fiat Automóveis), Renata Ramos (Comau) e Roberto Baraldi (Fiat do Brasil). Jornalista Responsável: Marco Antônio Lage (Diretor de Comunicação da Fiat). MTb: 4.247/MG Gestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estratégica. Editor-Executivo: Frederico Alberti. Chefe de Reportagem: Juliana Garcia. Colaboraram nesta edição: Ana Paula Marinho Conselvan, Ana Paula Soares, Bianca Alves, Denise Ângelo, Frederico Machado, Guilherme Pena, Júlia Costa, Lilian Lobato, Marina Costa, Maurício Ângelo, Pedro Motta, Rúbia Piancastelli. Projeto Gráfico e Diagramação: Sandra Fujii. Produção Gráfica: Ilma Costa. Impressão: Lastro. Tiragem: 19.500 exemplares. Redação: Rua dos Inconfidentes, 1.075, sl. 801 – CEP 30.140-120 – Funcionários – Belo Horizonte – MG – Tel.: (31) 3261-7517. Fale conosco: mundofiat@fiatbrasil.com.br Para anunciar: José Maria Neves (31) 3297-8194 – (31) 9993-0066 – mundofiat@uol.com.br

N

o filme De Volta para o Futuro, um clássico de ficção científica dos anos 1980, os protagonistas viajam através do tempo a bordo de um automóvel, transformado por um cientista excêntrico em uma máquina do tempo. Tratase de uma metáfora apropriada para o objeto que há mais de um século potencializa a capacidade humana de deslocar-se, que é ícone da liberdade de ir e vir. É também uma imagem oportuna no momento em que a Fiat está apresentando ao público uma concepção de carro do futuro – o Fiat Concept Car III ou simplesmente, FCC III. O protótipo é fruto do projeto Fiat Mio (Meu Fiat, em português) e realmente nos transporta para o futuro. Foi concebido a partir de uma plataforma aberta de comunicação, na qual milhares de internautas de dezenas de países expressaram suas ideias de como deve ser o carro do futuro. Assim, o FCC III nasce da conexão de múltiplas visões, que convergem para soluções inovadoras e ecológicas, que designers, técnicos e engenheiros da Fiat transformaram em realidade. O resultado pode ser conferido no 26º Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, de 27 de outubro a 7 de novembro, no estande da Fiat. O futuro também está presente nesta edição por meio da relação do Grupo Fiat com as futuras gerações. O novo Código de Conduta global do grupo inclui as futuras gerações entre seus stakeholders, o que significa o aprofundamento de um compromisso verdadeiro com um modelo sustentável de negócios e com a infância e juventude. Para traduzir estes preceitos em fatos, esta edição traz um balanço das principais ações do Grupo com foco nas crianças e adolescentes, sejam filhos de colaboradores ou moradores das comunidades próximas às unidades industriais. Traça também um paralelo entre a evolução do Programa Árvore da Vida e a vida de um personagem real, seus caminhos e opções. Mundo Fiat dedica também muitas páginas ao público infanto-juvenil, publicando pela primeira vez uma história em quadrinhos especialmente produzida para a revista. É um presente para os jovens leitores, que faz desta uma edição especial, para ler com atenção e para levar para casa, para compartilhar com os pequenos. Boa leitura! * Diretor de Comunicação Corporativa do Grupo Fiat

MUNDOFIAT


capa

Um carro para chamar de seu Fiat apresenta, no Salão do Automóvel de são Paulo, seu terceiro carro conceito, o primeiro de um fabricante global de automóveis a ser criado a partir das sugestões de internautas, que expressaram sua visão de futuro.

por Frederico Machado

C

omo será o carro do futuro? A pergunta foi o ponto de partida do primeiro projeto colaborativo para a elaboração de um modelo de automóvel, iniciado pela Fiat há pouco mais de um ano e cujo resultado será apresentado no próximo Salão do Automóvel de São Paulo. Os presentes no maior evento automobilístico da América Latina, que será realizado entre 28 de outubro e 7 de novembro, conhecerão o Fiat Mio (FCCIII), terceiro carro conceito da fabricante no Brasil, desenvolvido a partir de sugestões de internautas de diversos cantos do planeta. O projeto do Fiat Mio, lançado em agosto de 2009, começou com uma investigação sobre como especialistas de diferentes áreas enxergavam o futuro do automóvel. Na sequência, veio a etapa colaborativa propriamente dita, com a criação do portal www.fiatmio.cc. Nele, os internautas opinaram sobre materiais, inovações e recursos que deveriam ser adotados no veículo. Quase dois milhões de pessoas de 150

MUNDOFIAT

países acessaram o site, que contabilizou mais de dez mil sugestões. Os brasileiros foram os mais participativos, sendo responsáveis por 65% das mensagens enviadas. Ideias também vieram dos Estados Unidos, Alemanha, Japão, México, Peru e Vietnã, entre outros países. O gerente do Centro Estilo Fiat para a América Latina, Peter Fassbender, destacou o caráter inovador do projeto. “É uma quebra de paradigmas o desenvolvimento de um carro junto aos internautas, principalmente numa indústria como a automotiva, na qual o segredo pode significar muitos pontos percentuais de market share. É a primeira vez que uma fabricante global deixa seu processo de desenvolvimento tão transparente”, afirma. Segundo Júnia Cerceau, da Gestão Mercado Brasil – de planejamento e estratégia de produto, a fase seguinte de interpretação das milhares de contribuições enviadas foi um grande desafio. “Imagine conciliar interesses de consumidores de

MUNDOFIAT


capa

Ideias para todos O projeto do Fiat Mio utiliza licenças típicas do Creative Commons, mais flexíveis quanto aos direitos autorais. Isso significa que, no lugar do tradicional “todos os direitos reservados”, o Creative Commons reserva apenas parte dos direitos à propriedade intelectual. A opção pelo modelo aberto foi o caminho natural em um projeto originário do talento e da percepção de futuro de milhares de colaboradores virtuais dos vários cantos do planeta. “Por congregar opiniões tão diversas e gerais, e para permitir a correta utilização de uma criação coletiva, fomos buscar a homologação dos Creative Commons, o que vai permitir que qualquer pessoa, marca ou empresa venha a utilizar as ideias coletivas originadas no Fiat Mio dentro dos preceitos desse processo”, explica João Batista Ciaco.

culturas e realidades tão diferentes! Recebemos muitas ideias interessantes e necessidades que eram muito evidentes. O grande desafio talvez tenha sido interpretar essas necessidades da forma mais coerente, mais sincera com aquilo que as pessoas estavam dizendo”, revela. O resultado dessa miscelânea de ideias foi a criação de um veículo compacto, urbano, com convergência de mídias e infotainment, fácil de estacionar e com zero emissão. Vários designers e técnicos da Fiat trabalharam para que as sugestões postadas Os desejos dos internautas Concepção: um veículo urbano, compacto e econômico. Sustentabilidade: utilização de energia limpa e materiais ecológicos. Infotainment: integração com celular, media player, GPS e outros gadgets via sistema operacional próprio. Tela de controle touchscreen, head-up display (HUD) e autodiagnóstico. Customização: modularidade, possibilidade de alterar as configurações do carro. Um carro que reconheça o usuário. Design: um carro bonito, moderno e desejável, com excelente visibilidade e vidros inteligentes que controlem a incidência de luz.

MUNDOFIAT

no site se tornassem realidade. E os internautas puderam acompanhar cada etapa da produção por meio de vídeos publicados pela empresa no portal, desde os primeiros esboços no papel, passando pela realidade virtual, modelagem na argila até as próprias soluções de engenharia para a construção do veículo. Escolha precisa Diante da diversidade de sugestões, a equipe da Fiat dividiu o trabalho em duas linhas de design, intituladas Precision e Sense. A Precision, como o próprio nome em inglês indica, focou formas mais precisas e realçou o caráter futurista do automóvel, com design mais fácil de ser compreendido pelo público. Já a linha Sense teve formas mais orgânicas, baseadas na natureza, e um design mais livre e ousado. Mateus Silveira, designer de interior do Centro Estilo Fiat, explica a importância das linhas na elaboração de um veículo: “a etapa das linhas é aquela na qual tentamos projetar um cenário de futuro. E esse futuro tem que ser pensado e idealizado no começo do trabalho”. No final, a direção indicada pelos internautas foi a linha Precision, que será apresentada no Salão do Auto-

móvel. Mas o trabalho na Sense não foi descartado. “As duas linhas foram muito bem aceitas no site, por isso decidimos incorporar alguns pontos da Sense na Precision”, explica Peter Fassbender. O Fiat Mio é o terceiro carro conceito desenvolvido pela Fiat. Apesar de não se tratar de um veículo comercial, as ideias e o aprendizado absorvido no projeto poderiam estar presentes nos próximos modelos lançados pela Fiat. “O carro conceito é um laboratório permanente. O primeiro carro conceito, o FCC I, apresentado em 2006, teve vários itens posteriormente adotados em modelos comerciais da Fiat. O rack de teto e os retrovisores estão no Fiat Idea e a grade do veículo deu origem ao Palio Weekend Adventure”, cita Fassbender. Aprendizado O processo de pensar um automóvel em sintonia com os desejos do público ensinou e surpreendeu os designers e técnicos envolvidos com o projeto. “Quando levamos o Fiat Mio para aprovação no Comitê Diretivo da empresa, percebemos a verdadeira dimensão do projeto e, principalmente, o quão difícil é conseguir o consenso em um grupo que está acostumado e legitimado a decidir, mas que desta vez teria que partilhar as decisões com os consumidores em um grau inédito”, explica João Ciaco, diretor de

FCC III, surpreendente por fora e por dentro O FCC III é surpreendente na forma e conteúdo. Seu exterior se caracteriza por um design clean, minimalista e funcional, em que a grande área envidraçada se destaca. Os contrastes existentes entre a lateral, as áreas envidraçadas e a região traseira, modular, propiciam uma leitura de robustez. O dinamismo da linha de cintura auxilia, visualmente, a alongar o carro. No frontal, os destaques são as laterais que avançam na região inferior sobre a cúpula do pára-brisa que em conjunto com os faróis, criam uma imagem de força. As rodas do FCC III estão cobertas por grandes calotas que propiciam uma melhor aerodinâmica ao carro. Na traseira, as lanternas, assim como os faróis, estão posicionadas atrás dos vidros trazendo simplicidade às formas do carro sem perder a beleza que o olhar dos faróis e lanternas conferem. Internamente, o design é inspirado em um lounge. Interfaces e gadgets de informação e entretenimento estão ergonomicamente acessíveis. Considerando a tendência de que, dentro de pouco tempo, os carros se comunicarão com vias inteligentes, o volante ganhou outras formas e funções, como uma central de comandos de videogame. O interior acomoda dois usuários. As dimensões do veículo são 1560 milímetros de largura, 1530 milímetros de altura e comprimento de 2500 milímetros. Foi projetado para ser equipado com motores elétricos instalados diretamente em cada roda. Os motores são independentes, mas integrados por circuito eletrônico, com potência de 45 kW cada um. As baterias estão localizadas sob os bancos.

MUNDOFIAT


capa

publicidade e marketing de relacionamento da Fiat da América Latina. O trabalho interno em equipe também foi revolucionado na construção do Mio. O processo colaborativo instaurado virtualmente exigiu a comunicação intensa de vários setores internos da Fiat que rotineiramente não trabalham tão próximos, como pesquisa e inteligência, Centro Estilo, engenharia, marketing, comunicação, treinamento, recursos humanos e produto. “É uma experiência colaborativa externa e, também e principalmente, interna. Muda, sem precedentes, o nosso jeito de trabalhar”, explica o diretor. Diálogo Segundo João Batista Ciaco, a aproximação entre fabricante e clientes é um dos diferenciais do Grupo Fiat. “Este projeto contribui para o posicionamento de inovação e tecnologia da empresa. A interação é uma das mais fortes características da comunicação da Fiat com o consumidor e, agora, levamos isto ao extremo com o Fiat Mio”, aponta.

Criando conceitos Imaginar o futuro por meio de um carro conceito não é novidade na Fiat. A empresa já criou outros dois modelos: o Fiat Concept Car I (FCCI), apresentado em 2006, e o Fiat Concept Car II (FCCII), exibido ao público em 2008. O primeiro foi criado aproveitando o sucesso de uma das linhas mais bem sucedidas da empresa, a Adventure. O coupé Fiat Concept Car Adventure nasceu da união das proporções de automóveis esportivos com as principais características off-road, como altura elevada e grande ângulo de entrada e saída. Dois anos depois, a Fiat apresentava o FCCII, que recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais de design. Com maior preocupação em relação ao meio ambiente, o modelo foi projetado com design arrojado, linhas esportivas e motor elétrico, que traduz a preocupação da montadora com a redução das emissões de gases poluentes.

2.066.926 visitantes únicos 10.556 ideias enviadas 12.027 comentários postados 17.216 participantes cadastrados *Números contabilizados em tempo real {21.09.2010}

Verdadeira obra de arte “Para entender o Mio, retomamos o pensamento de um grande italiano, o artista Michelangelo. O mestre da escultura acreditava que qualquer bloco de pedra pode esconder uma grande obra de arte. Basta saber lapidar e retirá-la deste material bruto. É isso o que a Fiat pretende. O Fiat Mio é um projeto participativo, onde reunimos as pessoas e suas ideias para criar um imenso bloco. Este bloco será a matéria prima de onde vamos extrair um grande projeto para as próximas gerações.” (trecho extraído do portal www.fiatmio.cc)

Essa participação ativa dos clientes desde as primeiras ideias até a concepção do carro pode indicar caminhos importantes para as montadoras. “Talvez o Fiat Mio seja o produto que perseguimos diariamente no nosso trabalho de investigação mercadológica”, afirma o responsável de pesquisa de mercado da Fiat, Marcelo Fantini. E quem participou enviando sugestões via internet, aprovou a iniciativa. O técnico de segurança do trabalho Fábio Rodrigues, de Belo Horizonte, é consumidor fiel de mo-

10

MUNDOFIAT

delos Fiat e foi um dos milhares de internautas que enviaram sugestões para o Fiat Mio. “Minhas dicas foram mais relacionadas ao meio ambiente e à suspensão que, acredito, deveria ser mais reforçada”, revela. Um dos autores do Fiat Mio está ansioso para ver o resultado final do carro que ajudou a pensar. “Acompanhei pelo site todo o processo durante o ano. Já estou com os convites para o Salão do Automóvel e sentirei um gostinho especial ao ver um carro que ajudei a criar”, orgulha-se.

MUNDOFIAT

11



A FGP constrói sua identidade

compras

Estratégia

Marchionne destaca importância do Brasil

A 3ª Semana de Compras foi um marco na construção da identidade e dos valores da FGP- Fiat Group Purchasing na América Latina.

Dirigente do Grupo Fiat foi o palestrante principal do congresso de distribuidores e recebeu prêmio.

Para Marchionne, Brasil foi fundamental para os bons resultados do Grupo no desafiador ano de 2009

POR MAURÍCIO ÂNGELO foram uma contribuição importante para os resultados do Grupo. As receitas aumentaram acima do nível de 2008 para quase R$ 31 bilhões. O Brasil foi o mercado número um para o mercado automobilístico no ano passado, até mesmo superando modestamente a Itália”, disse Marchionne. Ele acrescentou: “ A CNH tem uma presença significativa tanto em máquinas agrícolas quanto nas de construção. A Iveco passou por um importante reposicionamento de marca e de produto para apoiar o grande crescimento de seu negócio. A FPT, Magneti Marelli, Comau e Teksid todas tiveram posições sólidas impulsionadas, acima de tudo, pelas novas tecnologias que introduziram ao mercado. Mas eu acredito que o que nos conecta a esse país é especial, por mais que razões meramente econômicas e comerciais. E o Brasil permanece uma parte integral de nossos futuros projetos”. O dirigente destacou que, para o setor automobilístico, a meta do grupo é aumentar as vendas para um milhão de veículos por ano até 2014 no Brasil. Homenagem Sergio Marchionne recebeu o prêmio “Amerigo Vespucci”, concedido pelo Gruppo Esponenti Italiani (GEI) a personalidades que contribuíram significativamente para o desenvolvimento comum e a integração entre Brasil e Itália. Esta foi a quinta edição do prêmio, que homenageou também o economista Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O GEI comemora dez anos de existência no Brasil e é presidido por Valentino Rizzioli, presidente da CNH e vice-presidente da Fiat no Brasil.

14

MUNDOFIAT

C

riada no final de 2007 como a divisão global de compras do Grupo Fiat, a FGP – Fiat Group Purchasing vem reforçando sua identidade na América Latina e mantendo suas equipes com alto espírito de integração. A 3ª Semana de Compras, realizada em setembro em Minas Gerais, reuniu praticamente todos os seus colaboradores no Brasil, ao mesmo tempo em que um evento similar acontecia em Córdoba, na Argentina, integrando os profissionais locais e da Venezuela. Com a presença de Osias Galantine, o CEO da FGP na América Latina, e de outros dirigentes da empresa e do Grupo Fiat, a semana de compras avançou na consolidação dos valores, identidade e imagem da empresa. Durante dois dias, 350 colaboradores participaram de atividades de engajamento e integração, através de palestras, atividades recreativas, debates e, como se fossem cineastas, produziram um curta metragem de um minuto de duração, trabalhando em equipes e abordando os valores da empresa. Tal esforço de integração é essencial a

uma empresa de estrutura peculiar como a FGP. Ela é responsável pelas compras de materiais diretos, indiretos e logística para a Case New Holland (CNH), Fiat Automóveis, FPT – Powertrain Technologies e Iveco, movimentando anualmente o impressionante montante de R$ 19 bilhões em aquisições. Sua equipe é formada por cerca de 470 profissionais das quatro empresas atendidas, distribuídos pelos estados brasileiros de Minas Gerais, Paraná e São Paulo, e pela Argentina e Venezuela, com conexão com Europa, China e outros pontos de suprimentos estratégicos para o Grupo Fiat. Trata-se, portanto, de uma estrutura transversal ao Grupo, herdeira da cultura de várias empresas e da dinâmica de setores distintos, como automóveis, caminhões, máquinas agrícolas e de construção, motores e transmissões. “Este é um momento muito especial de conhecimento mútuo e de construção do sentimento de equipe e de identidade da empresa”, explica Osias Galantine, que concedeu a entrevista a seguir à revista Mundo Fiat:

Colaboradores de todo o Brasil se integraram na 3ª Semana de Compras da FGP – Fiat Group Purchasing

Fotos Ignácio Costa

U

ma palestra sobre a indústria automobilística mundial para cerca de 2 mil concessionários reunidos no XX Congresso da Fenabrave e uma homenagem recebida por empresários italianos e brasileiros do Gruppo Esponenti Italiani (GEI) foram os eventos que marcaram a passagem do CEO mundial do Grupo Fiat, Sérgio Marchionne, pelo Brasil, em setembro. Ele também realizou uma série de encontros de trabalho com os dirigentes das empresas do Grupo no Brasil: Fiat Automóveis, CNH, Iveco, FPT- Powertrain Technologies, Magneti Marelli, Comau e Teksid, avaliando resultados e perspectivas dos negócios. “A nossa presença no Brasil inclui 19 empresas, 26 fábricas, oito centros de pesquisa e mais de 38 mil funcionários. Mundialmente, 2009 foi um ano desafiador e as nossas atividades brasileiras


compras

Mundo Fiat: Como a FGP opera no Brasil? Osias Galantine: Estamos trabalhando de maneira transversal desde 2008, integrando as áreas de compras das várias empresas, compartilhando objetivos comuns e criando valor com qualidade, sinergia de custos e de processos. A cada dia, a FGP torna-se mais orgânica, isto é, age de modo integrado e obtém resultados com a sinergia. Assim, o Grupo Fiat torna-

“Este é um momento muito especial de conhecimento mútuo e de construção do sentimento de equipe e identidade da empresa”, afirma Galantine

16

MUNDOFIAT

se cada vez mais competitivo na hora de comprar, negociar e interagir com o fornecedor. Estamos perseguindo e alcançando resultados sustentáveis. Mundo Fiat: Quais os volumes atuais da FGP? Osias: Na América Latina, compramos aproximadamente R$ 15 bilhões em materiais diretos, R$ 3 bilhões em materiais indiretos, capex (instalações, equipamentos e outros ativos do imobilizado) e serviços, mais R$ 1 bilhão em logística. São R$ 19 bilhões aproximadamente em compras, um montante impressionante.

Mundo Fiat: Como a 3ª Semana de Compras se insere estrategicamente nesse processo de maior organicidade da FGP? Osias: É importante voltar um pouco na história. Recordemos que General Motors e Fiat estabeleceram várias operações conjuntas há poucos anos. Uma das joint ventures era voltada para compras, a GM-Fiat Worldwide Purchasing, que durou de 2001 a 2005. Terminada a associação, voltamos a fazer parte do setor de compras da Fiat Automóveis. Era um momento de reestruturação e queríamos dar mais identidade ao grupo, já que havia muitas pessoas novas que foram admitidas no transcorrer daquela joint venture. Começamos a realizar eventos de integração da equipe e, ao mesmo tempo, já desenvolvíamos trabalhos transversais de grupo, com sinergia em algumas áreas, como compra de energia. Era o início da estruturação da FGP. Em 2008, organizamos a primeira Semana de Compras, que se repetiu em 2009 e agora ganhou nova dimensão, expressando a consolidação da FGP. É um ritual para celebrar o Dia do Profissional de Compras, 19 de setembro, e aproveitamos a semana inteira para refletir sobre a importância de nossa atividade. Isto é muito importante para nós. Porque nossos ativos são as pessoas, não são equipamentos ou instalações. São as pessoas que fazem o nosso resultado. Se você tem pessoas integradas, motivadas, que sabem do objetivo principal da organização a que pertencem, o resultado de seu trabalho é diferente, é melhor, é sustentável. Mundo Fiat: Comprar para empresas complexas como as do Grupo Fiat é mais do que uma operação mercantil. Há todo um aspecto de desenvolvimento do fornecedor, de suas capacidades. Como você transmite para o fornecedor a cultura de qualidade e de eficiência do Grupo? Osias: Costumo dizer que compras é uma grande empresa. Não executa somente o ato de negociar o preço de um produto,

como alguns podem pensar. Compras tem todas as áreas de uma grande empresa: operativa e comercial, engenharia de qualidade de fornecedores, engenharia de desenvolvimento de produto, financeira, otimização de valor do produto, entre outras. O processo de compras é bem complexo. Para comprar é preciso estar seguro de que todas estas áreas estejam sob controle. O fornecedor tem que ter know-how para desenvolver o produto, qualidade para fabricá-lo, logística e serviço para entregá-lo, e também competitividade e saúde financeira. A força de uma empresa fabricante de veículos é a sua cadeia de produção. Sua força, portanto, é definida pelo elo mais fraco desta cadeia. Por isto, nosso objetivo é cuidar do relacionamento com o fornecedor em todos os sentidos, 360 graus. Não é só negociar o preço e acabou. Mundo Fiat: O Grupo Fiat tem vários programas de apoio ao desenvolvimento do fornecedor. Como funcionam? Osias: Temos uma relação muito próxima com os nossos fornecedores. Posso citar alguns programas mantidos há muitos anos, como o Qualitas, que é uma premiação dos melhores fornecedores em qualidade, serviço e desenvolvimento de produto. Realizamos a 21ª edição do Qualitas esse ano. Realizamos o Fórum de Fornecedores, que é um encontro para discussão estratégica com os principais líderes e presidentes de 33 grandes empresas que fornecem para o Grupo Fiat. Estão envolvidos neste programa o presidente do Grupo Fiat para a América Latina, Cledorvino Belini, os CEOs das várias empresas, para discutir assuntos estratégicos relevantes no nosso relacionamento. Este programa é um diferencial do Grupo Fiat. Temos também o programa SuPer – Supplier Performance, que já está disseminado em todas as empresas do Grupo Fiat, através do qual o fornecedor é premiado por suas propostas de otimização do produto. Assim que a proposta é implementada, os ganhos são divididos. Há também a Universidade de Fornecedores. Nós enten-

demos que a formação profissional é um gargalo do Brasil neste momento, por isto estamos desenvolvendo juntos com os fornecedores e o Centro de Competências da Fiat programas voltados para incrementar a capacitação das equipes dos fornecedores em temas como gestão da inovação, gestão de projetos e outros. Desde 2007 já formamos mais de 700 profissionais de fornecedores com esse esforço. E isto se traduz em maior competitividade para as empresas do Grupo Fiat. Lançamos agora o programa de World Class Supply Chain, para viabilizar o plano qüinqüenal de expansão do Grupo Fiat. O objetivo é desenvolver produtos best in class, e para isso precisamos ter uma supply chain best in class. É um programa

que visa desenvolver nossos fornecedores para se tornarem de classe mundial. Não poderia deixar de citar o PCI – Processo de Competitividade Integrada, um programa muito interessante que nasceu como uma defesa contra os efeitos da crise financeira internacional do final de 2008 e que evoluiu como vetor de otimização do valor do produto em todos os âmbitos. Não só de produto, mas de processo, logística, processos administrativos, impostos. E que agora se estende também aos fornecedores. Todo este esforço e estes programas mostram que estamos trabalhando com muito vigor para construir uma cadeia de produção forte, dinâmica e inovadora.

Dinâmicas de grupo contribuíram para a integração da equipe

MUNDOFIAT

17


inovação

O cliente escolhe, a Iveco faz Iveco cria plataforma para adequar modelos de série a exigências específicas dos clientes. Empresa aponta customização como futuro do setor.

POR MARINA costa

E

ntregar um veículo minuciosamente ajustado às necessidades do consumidor foi o motivador da Iveco na criação de sua quarta plataforma na planta de Sete Lagoas (MG). Em operação desde abril, a nova área de veículos especiais é especializada em realizar adaptações solicitadas pelos clientes em modelos leves, médios e pesados fabricados em série. A plataforma significa, na prática, que mesmo as produções mais específicas agora são integradas à estrutura de rotina da empresa. Exemplo dessa nova realidade é a frota de ambulâncias produzida para o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. O Daily 45S14 Gran Furgone saiu de fábrica com itens especiais como freios ABS, Air Bag, suspensão adequada a transportes de pacientes, portas lateral e traseiras pré dispostas para janela, tacógrafo digital com GPS e gerenciamento de frota. Renato Mastrobuono, diretor do Centro de Desenvolvimento de Produto (CDP), conta que o resultado foi um sucesso, a ponto de novas encomendas já terem sido solicitadas pelos bombeiros e por outros estados. De acordo com o diretor, o trabalho foi facilitado pela capacida-

18

de da Iveco de integrar a área recém-criada com a estrutura e a organização logística da empresa, o que encurta o processo de adaptação. Essa flexibilidade, segundo ele, permite atender necessidades diferentes dos clientes sem interferir na produtividade normal dos originais de série. “A maioria dos veículos especiais da Iveco passa pela própria linha de montagem. Ninguém melhor que a fabricante para enxergar essa forma de produzir sem atrapalhar no curso normal da produção”, relata. O interesse por veículos customizados que reúnem qualidade e aplicabilidade vem aumentando gradativamente nos últimos anos, conforme explica Helen Lúcio, gerente da nova plataforma. “A empresa percebe o crescimento de consumidores dessas unidades desde 2007 e, no ano passado, sentimos a necessidade de criar a plataforma para conseguir atender a demanda”, conta. Segundo ela, a fabricação de modelos especiais na Iveco saltou de mil para 2,5 mil unidades

Os microônibus já saem da plataforma prontos para o transporte de estudantes

de 2008 para 2009 e, para 2010, a expectativa é que o número de recebimento de encomendas chegue a 3,5 mil. Além das ambulâncias, são produzidos caminhões para transporte de bebidas e veículo com caçamba basculante, entre outros. A nova área é resultado do plano de expansão da Iveco, iniciado em 2007 e que prevê investimentos de R$ 570 milhões até 2011. Lançada no ano passado, a versão escolar do CityClass é outro modelo que sinaliza grande potencial para o mercado de varejo. O microônibus, concebido na plataforma do Daily 70C16, seguiu as exigências das licitações do Ministério da Educação e do Governo do Paraná. Maior distância entre eixos para transportar mais alunos; pneus de perfis mistos para transitar em todo o tipo de terreno; tacógrafo digital e bateria com maior duração são algumas das adequações. Mais de duas mil unidades já foram produzidas deste modelo na nova plataforma. “Em uma década, no máximo, veremos cada produto saindo da fábrica com o nome do respectivo comprador”, projeta Mastrobuono. Para ele, a customização é um caminho sem volta no complexo industrial de Sete Lagoas. “O mercado de caminhões está se profissionalizando e em um futuro próximo mais da metade da produção poderá ser formada por veículos especiais”, acrescenta. Desafios No dia a dia da nova plataforma o tempo é um desafio. “Nosso cliente quer um veículo especial dentro de um prazo normal de produção”, afirma Henrique Rezende, responsável pela área de engenharia avançada. Segundo ele, adequar um veículo que não é produzido para estoque seguindo o tempo de fabricação de uma linha de série é um trabalho que exige ainda mais dos profissionais da área. “Temos conseguido responder com agilidade e com a máxima qualidade”, acrescenta. Rezende acredita que o produto customizado contribui para impulsionar o crescimento da empresa. “Colocar na linha de produção e acompanhar o desempenho de

um conjunto específico nos ajuda na Engenharia Avançada. Em 2012, a indústria vai entrar na lei Euro V. Muitos dos veículos especiais atuais deverão fazer parte de nosso portfólio em dois anos”, destaca. De olho nessa tendência, a Iveco antecipa-se ao mercado e já utiliza nos processos de customização os mesmos fornecedores da linha de produção. Dessa forma, caso o protótipo se torne de série, a Iveco possui imediatamente as peças e a expertise de seus fornecedores, o que reverte-se em ganho de agilidade e qualidade.

Segundo a gerente Helen Lucio, aumento da demanda motivou a criação da plataforma

Suporte Para entender exatamente a necessidade do cliente, a Iveco conta com uma área comercial exclusiva. “Ter contato diretamente com o cliente, conhecer o seu desejo, nos aproxima ainda mais do produto final ideal”, destaca Marina Claudino, coordenadora da Plataforma. A plataforma dá suporte também no pós-venda, já que os veículos possuem certificado de garantia especial. “Temos a preocupação de não apenas entregar o veículo, mas também de acompanhá-lo no dia a dia”, complementa. A Iveco também buscou na experiência internacional uma forma de respaldar o trabalho na nova plataforma. A marca está em sintonia com os complexos industriais da empresa na Europa. “Nos inspiramos muito no projeto espanhol, que já conta com uma linha de produção de veículos especiais estruturada nos moldes da que almejamos”, relata Helen Lucio. Segundo a gerente, os números atingidos comprovam que a plataforma brasileira não está longe de alcançar a meta.

MUNDOFIAT

19


expointer

Tradição gaúcha Expointer reúne o que há de mais moderno na agropecuária brasileira e toda a tradição da história do Rio Grande do Sul.

Por Ana Paula Marinho Conselvan

O Público pôde testar a colheitadeira CR 9060 da New Holland, que recebeu o prêmio Gerdau Melhores da Terra durante o evento

20

MUNDOFIAT

Estado no extremo sul do Brasil é conhecido nacionalmente pela força de sua cultura. O sotaque particularmente carregado e o orgulho gaúcho são características fortes, que facilmente identificam aqueles nascidos no Rio Grande do Sul, independente de onde estejam. Além disso, chimarrão e um bom churrasco completam as preferências de um povo de presença marcante na história e na economia do Brasil. Com vocação agrícola, o Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de grãos do Brasil. Segundo estimativa do IBGE – Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, os gaúchos colherão 16,8% dos 148 milhões de toneladas que serão produzidos no Brasil na safra 2010/11. Produz milho, ocupando o quarto lugar no ranking dos estados brasileiros produtores do grão, soja – terceiro produtor no Brasil – e trigo, perdendo apenas para a produção paranaense. Mas a menina dos olhos é a produção de arroz. Nesta última safra, a produção de arroz no Brasil chegou a 11,3 mil toneladas, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Só o Rio Grande do Sul produziu 6,8 milhões de tonela-

das, ou seja, mais da metade de toda a colheita brasileira. Juntando a história, que os gaúchos sabem fazer e preservar, com todo o talento para o cultivo da terra, as feiras agrícolas são tradição no Estado. E assim, o Rio Grande do Sul é a sede de um dos maiores e mais importantes encontros de produtores agrícolas do Mercosul. A Expointer recebeu este nome, uma abreviação de Exposição Internacional de Animais, em 1972. Era realizada a cada dois anos, mas em 1984 passou a acontecer anualmente, sempre contando com a participação de expositores de outros países. Mas, como é comum no Rio Grande do Sul, a história da feira começou muito antes. Em 1901 foi realizada a primeira feira agropecuária do Estado, chamada de Exposição Estadual do Rio Grande do Sul. Realizada em Porto Alegre, foi um sucesso de público na época, atraindo 67 mil pessoas.

A Exposição Estadual, que é considerada o embrião da Expointer, foi crescendo, aumentando o número de expositores e de visitantes. Em 1967 viu-se a necessidade de se ter um espaço maior para o evento, quando foi construído o Parque de Exposições Assis Brasil, no município de Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre, a capital gaúcha. A grande atração da Expointer são os animais. Cabanhas do próprio Estado e de outros países passam os nove dias de feira expondo seus animais de elite, entre eqüinos, bovinos, ovinos, suínos, aves e outros. Criadores de outros estados também afluem a Esteio para mostrar suas preciosidades. A paixão pela criação de animais também faz parte do “ser” gaúcho, e na Expointer, os leilões e campeonatos levam o público até a feira, seja simplesmente para apreciar a beleza dos animais ou para fechar grandes negócios.

O agricultor Edelfo Lagermann apostou no Farmall 80, novo trator da Case IH

MUNDOFIAT

21


expointer

Expointer 2010 O Parque Assis Brasil, palco da exposição, conta com 141 hectares, sendo 45,3 mil metros quadrados de pavilhões cobertos e 70 mil metros quadrados de área para exposição. A 33ª edição da Expointer, que aconteceu entre os dias 28 de agosto e 5 de setembro, estiveram em exposição 151 raças de animais, entre bovinos de corte, bovinos de leite, gado misto, bubalinos, equinos, ovinos, suínos, caprinos, pássaros, aves, chinchilas e coelhos. As negociações chegaram a R$ 14 milhões em animais, R$ 1,050 milhão em artesanato e R$ 800 mil no pavilhão da agricultura familiar. Mas mais uma

Máquinas agrícolas foram as campeãs de vendas na 33ª Expointer

vez as máquinas e implementos agrícolas foram as campeãs absolutas de vendas, com R$ 827,5 milhões em negócios. Os 561 mil visitantes puderam acompanhar os julgamentos e leilões, competições como o tradicional Freio de Ouro, que avalia a habilidade do cavalo Crioulo, exposição de artesanato gaúcho e feira com produtos da agricultura familiar do Estado. Grupo Fiat na Expointer 2010 A tecnologia agrícola também atrai muitos curiosos e compradores. Grandes tratores e colheitadeiras que agregam o que há de mais moderno no maquinário agrícola, enchem os olhos daqueles que admiram o trabalho no campo. O Grupo Fiat participou do evento com a Case IH

22

MUNDOFIAT

e a New Holland, que não levou apenas suas máquinas agrícolas, mas também os equipamentos de construção, que hoje executam trabalhos desde na zona rural, sistematizando campos e relevos. Entre as máquinas expostas pela Case IH na Expointer 2010 estava o trator Farmall 80, o mais novo trator a ser oferecido no programa Mais Alimentos, do governo federal. Esta máquina marca a entrada da Case IH no segmento de tratores de baixa potência e é indicado para o trabalho em pequenas propriedades, público-alvo do programa governamental. Na Expointer, o produtor rural Edelfo Lagermann aproveitou para pegar as chaves do seu mais novo trator, um Farmall 80, comprado por meio do Mais Alimentos. O agricultor que cria gado leiteiro, porcos e cultiva milho e soja em sua propriedade localizada em Arroio do Meio, região de Lajeado, no noroeste gaúcho, optou pelo trator da Case IH pela tecnologia. “É um equipamento com muita tecnologia e, mesmo assim, muito fácil e agradável de operar”, conta. Já a New Holland, entre todos seus equipamentos expostos, teve como destaque sua linha de colheitadeiras, desde as convencionais, históricas líderes de venda no mercado brasileiro, até as modernas com um único sistema de duplo rotor. Um simulador de colheita permitiu aos visitantes se arriscarem no comando de uma CR9060. Esta máquina, inclusive, conquistou o Troféu Prata na categoria Novidade do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, um dos mais importantes do setor, tradicionalmente entregue na Expointer. Em meio a um mundo de tecnologia agrícola, com animais premiados e máquinas enormes, o ponto alto da Expointer ainda é a tradição. Durante nove dias, os gaúchos podem mostrar ao continente sul americano toda sua história, andar pilchado, como eles falam, com a roupa típica dos pampas, comer um bom churrasco, tomar um mate amargo e mostrar a importância e amor que o Rio Grande tem pela produção agropecuária do Brasil.

LINHA CR COM DUPLO ROTOR. A PERFEIÇÃO NA COLHEITA.

DUPLO ROTOR.

Realiza suave fricção em toda a sua extensão, grão a grão, com elevada força centrífuga, o que contribui para uma grande capacidade de debulha e separação e a máxima qualidade do grão.

PRÊMIO2010

MESA AUTONIVELANTE.

Permite trabalhar em terrenos inclinados sem a necessidade de reduzir a velocidade. Além do autonivelamento, um fluxo de ar uniforme que atravessa as peneiras assegura a eficácia da limpeza.

A MAIOR CABINE DO MERCADO.

Apoios antivibratórios e revestimento acústico eliminam praticamente as vibrações, resultando no menor nível de ruído do mercado. Assento com suspensão pneumática e dispositivo de ajuste ergonômico proporcionam conforto nas longas horas de trabalho.

A New Holland sempre foi sinônimo de colheita em todo o mundo. Suas colheitadeiras são as mais vendidas nos cinco continentes. E a CR9060, agora fabricada no Brasil, chegou para consagrar essa força no campo. Seu duplo rotor realiza uma debulha excelente com separação perfeita. O resultado são grãos de qualidade superior e uma produtividade inigualável. Prova disso é o Prêmio Gerdau Novidade 2010 na categoria Prata que acabamos de receber. Linha CR da New Holland. A melhor colheitadeira em qualidade de grãos.

Acesse www.colheitaperfeita.com.br, saiba mais sobre a tecnologia do duplo rotor e conheça experiências extraídas diretamente do campo.


Futuras Gerações

Semente para a transformação social Programa Árvore da Vida promove inclusão e desenvolvimento de crianças e jovens do bairro Jardim Teresópolis, vizinho à Fiat Automóveis.

Por Denise Angelo

R Renan Martins: “Participando do Árvore da Vida aprendi a ter compromisso e responsabilidade”

24

MUNDOFIAT

enan era um garotinho de 8 anos no dia em que resolveu acompanhar seu pai, Geraldo Carlos Nascimento Martins, numa tarefa que se mostrava despretensiosa: abrir o salão da Igreja São José Operário, localizada no Jardim Teresópolis, em Betim, para que fosse realizada lá uma nova atividade voltada às crianças do bairro: aulas de música. Mas em vez de voltar para casa, o menino resolveu aceitar o convite do professor. Tornou-se assim um dos primeiros integrantes do grupo de percussão do Programa Árvore da Vida, que começava naquele dia. Passados seis anos, Renan é um habilidoso percussionista e, mais do que isso, um jovem cidadão consciente do seu papel na transformação do bairro onde mora.

“Participando do Árvore da Vida eu aprendi a ter compromisso e responsabilidade. Hoje faço parte do Grupo de Referência Mirim e sei que eu posso contribuir para melhorar o meu bairro”, diz o adolescente. O tráfico de drogas é apontado por ele como o principal desafio de transformação da região. “As drogas estragam a vida de muita gente aqui e só conversar com essas pessoas não adianta. Acredito que a solução para o problema pode vir através de programas como o Árvore da Vida”. O Árvore da Vida – Jardim Teresópolis é idealizado e desenvolvido pela Fiat Automóveis em parceria com as ONGs Fundação AVSI e CDM (Cooperação para o Desenvolvimento e Morada Humana), desde 2004. Foi concebido a partir de um diagnóstico que identificou a situação socioeconômica da região, onde os resultados apontavam que 40% de cerca de sete mil jovens de 16 a 24 anos não possuíam nenhuma formação profissional, dentre vários outros indicadores da vulnerabilidade social, como violência, analfabetismo e desemprego. Desde então, a Fiat decidiu intervir e se relacionar diretamente com a comunidade por meio da criação do programa para promover a inclusão de crianças e adolescentes, colocando-os como protagonistas do desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade. Atuando nos pilares que exercem influência sobre esses jovens – família, educadores e lideranças do bairro – o programa envolve um processo educativo integrado. “Ao fortalecer essa estrutura, o Programa cria condições para se tornar sustentável ao longo do tempo, apoiado nas próprias pessoas da comunidade, suas habilidades e valores”, enfatiza o diretor de comunicação corporativa da Fiat Automóveis, Marco Antonio Lage. Em seis anos, o programa já beneficiou mais de 13 mil pessoas da comunidade. Lage acrescenta que o diferencial do programa é fazer com que a comunidade seja agente de sua própria mudança. “Eles entendem quais são as suas neces-

sidades prioritárias e passam a buscar soluções para os próprios problemas. Em um programa de desenvolvimento social e econômico como este é fundamental a busca da auto-sustentação por meio do preparo de agentes sociais da comunidade para que ela torne-se capaz de dirigir o seu próprio rumo”, explica. O Programa está divido em três frentes de atuação: atividades socioeducativas, geração de trabalho e renda e fortalecimento da comunidade. As atividades socioeducativas são destinadas a crianças e adolescentes de 7 a 16 anos, através da oferta de atividades esportivas, oficinas de canto, dança, percussão, memória e história, reforço escolar, alfabetização e formação humana, além de acompanhamento familiar e escolar. São atividades que estimulam o contato com a arte e com a cultura e buscam disseminar valores como a harmonia, a disciplina, o bom relacionamento interpessoal e elevar a autoestima dos participantes. Semanalmente são realizadas aulas de formação humana, onde são trabalhados temas como identidade, desenvolvimento biológico e psicológico, espiritualidade e construção individual, política, mídia, violência, meio ambiente e discriminação. Em 2010, 1.600 crianças e adolescentes devem participar dessas atividades. Este ano foi criado o Grupo de Referência Mirim, que reúne jovens de 12 a 24 anos para apoiar a divulgação e planejamento das ações do Árvore da Vida – Jardim Teresópolis e multiplicar as ações do programa pelo bairro, bem como estimular nesses jovens o protagonismo. Outras ações A segunda frente de atuação do Programa Árvore da Vida – Jardim Teresópolis é a geração de trabalho e renda, que envolve a oferta de cursos de capacitação profissional em diversas áreas, encaminhamento ao mercado de trabalho, capacitação de pequenos empreendedores da comunidade, cooperativa e o Centro de Referência ao Trabalhador.

MUNDOFIAT

25


Por Juliana Garcia e Maurício Ângelo

O

novo Código de Conduta adotado globalmente pelo Grupo Fiat destaca as futuras gerações entre seus stakeholders. Na prática, as novas gerações estão no centro das preocupações corporativas das empresas que compõem o grupo no Brasil.

Em seis anos, o Árvore da Vida já beneficiou mais de 13 mil pessoas da comunidade

Embora o foco desse eixo não seja exclusivamente os adolescentes, eles são diretamente beneficiados em muitas atividades, especialmente as de capacitação profissional desenvolvidas em parcerias com empresas que buscam no programa jovens aprendizes ou qualificados para o primeiro emprego. Este é o caminho que Renan, o percussionista que ilustra essa reportagem,

Árvore da Vida – Parcerias Enquanto o Árvore da Vida – Jardim Teresópolis promove o desenvolvimento de ações no bairro localizado em frente à fábrica da Fiat, o Árvore da Vida – Parcerias possibilita que a montadora apóie projetos em outras regiões, através de incentivos fiscais. Em 2010 são mais de 30 projetos apoiados que beneficiam mais de 16 mil pessoas, nas áreas social, de cultura e de esporte. São projetos como o Esportista Cidadão, do Fundo Cristão para Crianças, que permite que 700 crianças e adolescentes pratiquem esportes em Belo Horizonte e o Educação Infantil Inclusiva, que está capacitando professores da rede pública de Betim para o atendimento qualificado de alunos com necessidades especiais, promovendo a real inclusão e aprendizado desses alunos.

26

MUNDOFIAT

quer seguir. “Para o meu futuro, quero ser engenheiro. Vou continuar estudando bastante. Nunca tomei bomba na escola”, diz o adolescente em vocabulário peculiar à idade. “Até chegar na faculdade vou fazer os cursos do Árvore da Vida para conseguir um emprego que me ajude a completar meus estudos”, planeja. A terceira frente de atuação do programa é o fortalecimento comunitário, que fomentou a criação da Rede de Desenvolvimento do Jardim Teresópolis. Hoje, mais de 30 instituições compõem a rede e estão trabalhando de forma articulada para buscar melhorias para a região. Assim como para Renan, o Árvore da Vida leva às crianças do bairro que participam do programa a possibilidade de descobrir outras formas de construir o seu futuro. Ao alcançar um bom desempenho escolar, ter acesso à cultura e arte, praticar esportes e conviver de forma saudável na comunidade, o jovem entende que tem potencial para ir mais longe. “O que queremos é oferecer às crianças e adolescentes a oportunidade de acesso à cultura, educação e desenvolvimento saudável, que são as bases para a formação de um cidadão capaz de fazer escolhas e escrever sua própria história”, diz a coordenadora de Relações com a Comunidade da Fiat, Ana Luiza Veloso.

Juntas, elas desenvolvem mais de 70 programas dirigidos a crianças e adolescentes, com foco na inserção social, educação e formação profissional de crianças e adolescentes, filhos de empregados e também das comunidades vizinhas às suas unidades industriais.

Para saber mais do novo Código de Conduta, acesse o portal http://www.eticagrupofiat.com.br/ Nas páginas a seguir, um balanço das principais atividades do Grupo Fiat com foco nas crianças e adolescentes.

Projetos para o Futuro

Futuras Gerações

Prioridade para as futuras gerações

Casa Fiat de Cultura Assessoria ao professor Atendimento especial a professores, com o objetivo de facilitar a aplicação dos conteúdos e conceitos das exposições de arte em sala de aula. Mais de 500 professores são atendidos.

Visitas orientadas Em quatro anos de atuação, apresentou 1.300 obras de arte entre pinturas, esculturas, gravuras, objetos e fotografias tendo recebido mais de 250 mil visitantes, sendo 72 mil estudantes.

Programa educativo Realização de projetos culturais e educativos, com programação nas áreas de artes plásticas, música, cinema, educação, seminários e palestras. Já atendeu 1.800 instituições e escolas.

Transporte gratuito Ampliação do acesso à cultura por meio da gratuidade de toda a programação e transporte, oferecendo acessibilidade universal. Gratuidade no transporte de escolas públicas, visitas orientadas, oficinas, material didático, palestras, programação de cinema e assessoria ao professor.

Depoimento “Ao oferecer arte integrada à educação, a Casa Fiat busca investir numa formação cidadã, capaz de contribuir para o desenvolvimento sociocultural do Brasil”, José Eduardo de Lima Pereira, presidente da Casa Fiat de Cultura.

MUNDOFIAT

27


Projetos para o Futuro

cnh Associação Bola da Vez O trabalho da associação tem um caráter de cunho social que objetiva estimular, através do esporte, a formação cultural, social e educacional das crianças e adolescentes de bairros carentes. São oferecidos treinamentos de futebol para meninos e meninas a partir dos quatro anos, material esportivo e orientação sobre a vida. Este ano, 700 crianças devem ser beneficiadas.

cnh Centro de Formação de Atletas Vânia e Vanira Criado em 2000, o projeto utiliza o esporte - no caso o basquete - para viabilizar o acesso de crianças, jovens e adolescentes à educação, saúde, lazer e cultura. Atualmente participam mais de 700 jovens de Sorocaba.

Natal Solidário Ação criada em Curitiba, o Natal Solidário tem como objetivo atender crianças carentes da comunidade e instituições diversas. As crianças são “apadrinhadas” por colaboradores que fazem a doação de brinquedos e roupas. Em 2009 foram atendidas 900 crianças em Contagem e Curitiba.

Pastoral do Menor Atende em Sorocaba mais de 2.500 crianças e adolescentes, com idade entre cinco e 20 anos, divididas em 14 unidades localizadas nas regiões mais carentes da cidade. Além de atividades esportivas, culturais, religiosas e de reforço escolar, os jovens têm cursos profissionalizantes, orientação para o primeiro emprego e trabalho comunitário.

Voluntariado Formado por colaboradores da CNH Curitiba e Contagem, o grupo organiza reuniões mensais para definição de programas específicos que envolvam a comunidade, como atividades socioeducativas, oficinas profissionalizantes e visitas solidárias. As famílias também podem acompanhar os voluntários nas atividades, estando assim todos envolvidos na ação.

Visitas Solidárias Realizadas em datas festivas, como dia das mães, dos pais e das crianças, os voluntários da CNH levam apoio e carinho a crianças, jovens e idosos de instituições sociais.

Case Multiação (Piracicaba) Em 2010, a doação da Case New Holland ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Piracicaba contemplou 15 entidades do município. Todos os projetos são voltados para a valorização da cidadania e para a capacitação profissional de crianças e adolescentes. As entidades contempladas são: Associação Atlética Educando pelo Esporte; Associação Bethel, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Associação de Pais e Irmãos de Portadores da Síndrome de Down, Associação Guarda Mirim Municipal de Piracicaba, Centro Regional de Registros e Atenção aos Maus Tratos na Infância de Piracicaba (CRAMI), Berçário Antônia Sturion, Creche Branca Azevedo, Creche Lygia Amaral Gobbin, Pastoral do Serviço da Caridade, Associação de Assistência aos Portadores de Necessidades Especiais (Visão Avistar), Centro Social de Assistência e Cultura Paróquia São José (CESAC), Escola de Mães “Professora Branca Motta de Toledo Sachs”, Casa do Bom Menino e Lar Franciscano de Menores.

Depoimento “A globalização trouxe ao mundo um novo olhar e uma nova forma de se pensar as relações. A partir deste princípio, a Case New Holland assumiu o compromisso de estreitar os laços de relacionamento com os seus públicos, em especial com a comunidade, por meio de programas de incentivo ao desenvolvimento sustentável. Entre os nossos valores está a crença em que a excelência empresarial vai muito além dos resultados econômicos e financeiros. Ela está na maneira como pensamos o amanhã. A sustentabilidade está no equilíbrio entre as necessidades do presente e do futuro”, Valentino Rizzioli, presidente da CNH Latin America.

28

MUNDOFIAT

Oficina Profissionalizante Em parceria com a Bosch e a Fundação Bradesco, a CNH irá realizar nos meses de setembro a dezembro de 2010 o Curso de Inclusão Digital, direcionado a jovens da Vila Verde, entre 14 a 24 anos, com o objetivo de qualificá-los para o mercado de trabalho.

Programa Atleta do Futuro Iniciado 2002 na CNH Curitiba, atende crianças e adolescentes, entre sete e 16 anos, sendo moradores da comunidade ou filhos de colaboradores. Os participantes têm atividades esportivas e socioeducativas. São 80 alunos atendidos pelo programa e todos recebem o kit material escolar e uniforme.

Programa Bem Nascer Implementado em março de 2004 na unidade de Curitiba, tem como objetivo acolher, informar e cuidar das futuras mães. O programa é semestral e voltado às colaboradoras da empresa (diretas e terceiras), dependentes de funcionários e moradoras da comunidade próxima à fábrica. O programa visa esclarecer dúvidas e orientar as gestantes em relação a todos os aspectos da gravidez e maternidade. Em 2010, foram atendidas 123 gestantes.

Associação Lua Nova Fundado há dez anos, atende aproximadamente 160 jovens mães e 200 crianças. O principal foco do projeto é o fortalecimento da relação mãe-filho para uma vida conjunta, buscando, simultaneamente, a geração de renda. Projetos de geração de renda são mantidos em coparticipação com pequenas empresas atendidas, como o bufê/padaria, a oficina de costura e o Empreiteiro Escola, projeto onde as mães aprendem a construir suas próprias casas. Desde 2000, mais de 3.500 pessoas já foram beneficiadas.

Pintura Solidária Criada em 2003, a ONG busca resgatar a autoestima, estimular e desenvolver habilidades em crianças e adolescentes carentes. O projeto oferece oficinas de pintura realizadas dentro de instituições como hospitais, creches, casas de apoio e orfanatos. Atende cerca de 2 mil crianças em mais de 40 instituições.

Casa de Apoio à Criança Carente de Contagem A instituição foi fundada em 1994 e hoje possui três unidades: Casa Abrigo, Centro Educacional e Profissionalizante de Nova Contagem e Centro Educacional Ipê Amarelo. A Casa de Apoio beneficia diretamente 3.130 crianças e adolescentes entre dois e 18 anos incompletos. O projeto desenvolvido durante o ano de 2010 é o “Socializar e Educar Construindo o Futuro”, que tem por finalidade promover a prevenção e proteção à criança e ao adolescente.

Projeto Pérola Fundado em janeiro de 2000, atende hoje cerca de 5.500 jovens com cursos ligados à profissionalização, desenvolvimento pessoal e cidadania. O projeto tem 42 unidades que funcionam em associações comunitárias e nas unidades do Sabe Tudo, projetos de inclusão digital da Prefeitura de Sorocaba. Os cursos oferecidos hoje pelo Pérola são de cidadania, música e inclusão digital.

Programa Bom vizinho O programa estabelece um canal de comunicação entre as empresas situadas na Cidade Industrial de Curitiba, através de reuniões e fóruns sobre assuntos de interesse comuns. Os voluntários das empresas participantes foram capacitados e estão desenvolvendo o programa na Escola “Albert Schweizer”, na Vila Nossa Senhora da Luz, com as turmas de sétima e oitava série, totalizando 12 turmas e 420 alunos.

MUNDOFIAT

29


Colônia de Férias Anualmente, no mês de julho, a Colônia de Férias do Grupo Fiat reúne crianças de seis a 11 anos para uma temporada de muitas brincadeiras, lazer e cultura. Com atividades recreativas e esportivas, oficinas de teatro, música, arte e circo, trilhas ecológicas, acampamento e gincanas, cerca de 3,5 mil crianças por ano aproveitam de forma segura e saudável suas férias. Árvore da Vida - Parcerias Beneficia crianças e adolescentes que participam de projetos de ONGs parceiras. Oficinas, inclusão social, reforço escolar e esportes são algumas das atividades realizadas. Mais de sete mil jovens atendidos pelos diversos projetos apoiados desde 2008.

Árvore da Vida - Capacitação Profissional Cursos profissionalizantes para jovens de 18 a 22 anos com foco no setor automobilístico, realizado em parceria com o Isvor e a Rede de Concessionárias Fiat em Betim, São Paulo, Curitiba, Recife, Brasília, Salvador e Porto Alegre. Desde 2006 foram 270 beneficiados.

Árvore da Vida - Jardim Teresópolis Visa à inclusão de crianças, adolescentes e seus núcleos de relacionamento (família, escola e comunidade) a partir de atividades socioeducativas, geração de trabalho e renda e fortalecimento da comunidade. Mais de 12 mil beneficiados desde 2004.

Menor Aprendiz Implantado em 2005 em parceria com o Centro Salesiano do Menor (Cesam), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o Ministério do Trabalho e Emprego e o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Igarapé. Os participantes têm entre 16 e 18 anos, precisam estar estudando, comprovar renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo e morar na região do Bairro Jardim Teresópolis. Além da aprendizagem teórica e prática, os jovens recebem da empresa alimentação, vale transporte, kit escolar, cesta de alimentos básicos, acesso ao clube da empresa e participação nos eventos promovidos, além de um amplo Centro de Competências onde têm a oportunidade de aprender línguas estrangeiras e informática. Mais de 300 jovens das comunidades da área de influência da fábrica já passaram pelo projeto e muitos deles são hoje empregados da própria Fiat ou de outras empresas do grupo.

30

fundação fiat

MUNDOFIAT

Respirar Criado para atuar na prevenção de doenças respiratórias como asma, rinite, gripe e pneumonia, o programa oferece acompanhamento especial médico para tratamento e prevenção dessas doenças em crianças de até 12 anos. O atendimento envolve consultas periódicas para realização de diagnóstico, classificação do tipo de problema respiratório e avaliação do melhor método de tratamento. São mais de 200 crianças atendidas por ano.

Nutrição e Saúde Programa que oferece atendimento personalizado para adultos, crianças e adolescentes com o objetivo de promover a reeducação alimentar, combater a obesidade e o sobrepeso e garantir a saúde. São oferecidas palestras, consultas médicas, acompanhadas de nutricionistas, e exames clínicos e laboratoriais, que resultarão em uma dieta personalizada e hábitos saudáveis para melhorar a qualidade de vida. Em 2009, duas mil pessoas foram beneficiadas pelo programa.

Fiat Clube Com uma megaestrutura, o clube possui serviços e programas de lazer que, desde 1977, aproximam empresa, empregados e familiares. São 230 mil metros quadrados, com cinco piscinas, duas saunas, quatro campos de futebol, 15 quadras poliesportivas, pista de atletismo, além de lanchonetes, restaurante, quiosques e muito mais. Em média, cinco mil pessoas se divertem no local por fim de semana.

Imunização Programa de vacinação, realizado em parceria com a Secretaria de Saúde, que promove a aplicação de vacinas – infantis e adultas – nos Centros de Saúde de Betim e Contagem e Núcleo de Saúde e Bem-Estar de Belo Horizonte. Por ano, são aplicadas cerca de dez mil vacinas.

Portas Abertas Ciclo de palestras que reúnem pais e filhos e procuram levar conhecimentos de forma educativa e preventiva, para que sejam aplicados no dia a dia. Cerca de 6 mil pessoas já participaram do programa.

Prosa Programa de Saúde do Adolescente em que jovens de 11 a 18 anos recebem orientações e discutem temas como cidadania, crescimento, sexualidade e drogas. O Prosa tem o objetivo de transformar os jovens em agentes multiplicadores da informação, para que levem ao convívio familiar e dos amigos os conhecimentos adquiridos ao longo dos encontros. Cerca de 400 jovens já participaram do programa.

Vida Nova O Programa proporciona tranquilidade e segurança aos pais em um dos momentos mais importantes da vida: o nascimento de um filho. Através de acompanhamento médico no pré-natal e encontros direcionados ao casal, os futuros pais recebem orientações sobre a gestação e os primeiros meses de vida da criança. As mães também ganham um kit com itens para o bebê. O Vida Nova atende aproximadamente 500 gestantes por ano.

Maratona Cultural Programa que incentiva o aprendizado, prática e formação integral do estudante como cidadão e agente transformador da sociedade. Ao final de cada ano letivo, é lançado um desafio para estudantes do Ensino Fundamental. Este ano, estudantes do Ensino Médio também poderão mostrar que são feras no conhecimento com a Maratona Cultural. Aqueles que obtêm as melhores pontuações, ideias ou projetos faturam variados prêmios. A iniciativa tem como objetivo valorizar, estimular e incentivar os filhos dos empregados do Grupo Fiat em sua formação educacional, além de promover o envolvimento dos pais e professores no processo de desenvolvimento escolar.

Baile de Debutantes Desde 1987, a Fundação Fiat prepara, todos os anos, comemorações especiais para os 15 anos das filhas dos colaboradores do Grupo Fiat. São cerca de 250 meninas por ano e cada uma pode levar até 20 convidados.

Kit Escolar Anualmente, o Grupo Fiat oferece o Kit Escolar aos filhos de seus beneficiários como incentivo ao estudo e combate à evasão escolar. Todas as crianças, devidamente matriculadas no Ensino Fundamental, recebem uma mochila com materiais escolares. Mais de oito mil estudantes recebem o kit.

Comemoração do Dia das Crianças Atividades de lazer com diversas atrações infantis. Cerca de 15 mil crianças participam por ano.

Studio Cerri

Projetos para o Futuro

fiat automóveis

Festa de Natal A comemoração reúne aproximadamente 30 mil pessoas e oferece atrações especiais a crianças de zero a 11 anos e seus familiares. Ao final da festa, as crianças recebem um presente especial do Papai Noel. Cerca de 12 mil crianças são presenteadas por ano.

Como uma instituição que tem no próprio negócio o exercício do seu papel social, a Fundação Fiat acredita que a essência de cuidar de pessoas vai além das tarefas diárias. As práticas e ações de responsabilidade social interna realizadas representam um precioso aprendizado na construção da história e no cumprimento da missão da empresa. Com esse compromisso, a Fundação Fiat mantém a contribuição com a sustentabilidade, por meio da promoção da saúde; do entretenimento, lazer e diversão, por uma melhor qualidade de vida; do incentivo a um melhor ambiente de trabalho e do desenvolvimento social, sempre de bem-estar com a vida.

MUNDOFIAT

31


Projetos para o Futuro

comau

FPT

Comau Alegria Concurso de redação e desenho para 2,4 mil filhos de colaboradores entre quatro e 12 anos, em comemoração ao Dia das Crianças. O concurso envolve todos os centros de negócio no Brasil.

Menor Aprendiz Implantado na planta de Betim em 2008 em parceria com o Centro Salesiano do Menor (CESAM), SENAI, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Igarapé. Os participantes têm entre 16 e 18 anos, precisam estar estudando, comprovar renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo e morar na região do Bairro Jardim Teresópolis. Além da aprendizagem teórica e prática, os jovens recebem da empresa alimentação, vale transporte, kit escolar, cesta de alimentos básicos, acesso ao clube da empresa e participação nos eventos promovidos, além de acesso a cursos de autodesenvolvimento. O programa está na segunda turma e contabiliza 78 jovens envolvidos.

De Portas Abertas Visita das famílias dos colaboradores à empresa com o objetivo de integrar colaboradores, família e empresa. Desde 2008, 2,6 mil pessoas já conheceram as instalações da Magneti Marelli através das visitas que ocorrem duas vezes ao ano, a participação da criançada é garantida.

Projeto de Humanização e Inovação do Hospital Pequeno Príncipe Apoio ao maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil, localizado em Curitiba. Até o momento a empresa já doou R$ 300 mil e uma ambulância ao hospital. A ajuda auxilia na estruturação do atendimento, que hoje conta com 30 leitos de UTI e 120 leitos de internação e prontoatendimento de emergência.

Agitando as férias Evento de lazer nos clubes em Amparo, Lavras, ABC e Hortolândia. Em média participam 200 crianças por edição.

Páscoa Colorida Concurso de desenho ou colagem envolvendo 2,4 mil crianças. A primeira edição foi em 2010 e destinada aos filhos dos colaboradores.

Voluntariado Doações de alimentos, roupas, brinquedos e material escolar beneficiar diversas instituições filantrópicas e comunidades de todo o Brasil.

Depoimento “Atuar com o foco na responsabilidade social e ambiental contribui para o desenvolvimento sustentável dos stakeholders da Comau.” Márcio Adriani Damazio, diretor de RH da Comau América Latina.

32

MUNDOFIAT

magneti marelli

Excursão Hopi Hari Passeio ao parque Hopi Hari para as famílias dos colaboradores das unidades de São Paulo.

Férias Animadas Atividades para filhos de funcionários de seis a 13 anos. No último evento 69 crianças participaram.

Festa das Crianças Celebração para quase 400 filhos de funcionários de zero a 12 anos.

Festa Dia das Crianças Atividades e presentes para filhos dos colaboradores. As crianças assistem apresentações de palhaços, teatro e participam de brincadeiras e recreações com monitores.

Festa Julina Ocorre em julho e é uma festa para toda a família nas Unidades de Amparo, ABC, Hortolândia e Lavras.

Superação Saúde Evento anual que reforça as noções de saúde, vida saudável e atividade física para adultos e crianças.

Distribuição de kits escolares São 4,2 mil kits distribuídos anualmente para filhos de colaboradores.

Torneio de Videogame (ABC e Lavras) Torneio entre 90 crianças da região do ABC e Lavras.

Distribuição de Brinquedos São 5,7 mil brinquedos distribuídos anualmente para filhos de colaboradores.

Acampadentro (ABC) Ação na região do ABC que envolve 50 crianças.

Festa de Natal Destinada aos colaboradores e família, a festa ocorre em todas as unidades no mês de dezembro.

Aulas de Balé Curso para filhas de colaboradores de quatro a 11 anos. Atualmente 12 meninas fazem a aula.

Escola de Futebol São oferecidas aulas de futebol para cem meninos e meninas da região onde a empresa atua.

Concurso de Desenho O concurso de desenho ocorre todos os anos em todas as unidades. O objetivo é por meio desse tipo de concurso trabalhar assuntos importantes e atuais como, por exemplo, o desperdício de recursos naturais. Aproximadamente 200 crianças participam por unidade.

Auxílio Creche Auxílio para colaboradores com filhos de até um ano de idade. O trabalho é desenvolvido em uma creche que existe dentro da região do ABC. Atualmente são 87 beneficiados.

Campeonatos de Futebol Torneios de futebol society e de campo são realizados, os campeonatos envolvem mais de 600 crianças.

Depoimento “Os projetos sociais da Marelli voltados para o público externo tem o foco na educação e geração de renda. A Marelli acredita que é muito importante investir na educação, promovendo a transformação da realidade das pessoas por meio da qualificação da mão de obra, da capacitação para geração de renda e do desenvolvimento do ser humano. Temos a convicção de que não adianta sermos líderes em nosso segmento se não nos envolvermos com as questões que podem fazer do Brasil um país melhor”, Gisele Scalo, gerente de recursos humanos da empresa.

MUNDOFIAT

33


Projetos para o Futuro

fundação torino Projeto Atentado Poético Iniciado em 2003, o projeto estimula o interesse da criança pela leitura. Livros são disponibilizados em pontos estratégicos da capital mineira e os alunos da Fundação Torino fazem intervenções culturais como declamação de poemas e distribuição de contos de escritores italianos que são traduzidos pelos próprios estudantes.

Projeto Econscienza Projeto de conscientização ambiental voltado aos alunos da escola e aos moradores dos arredores da Fundação. Alunos do Ensino Médio promovem palestras, elaboram materiais de divulgação e sacolas recicláveis como forma de disseminar ideias e ações ecologicamente corretas.

Coral Infanto-juvenil Fundação Torino Crianças e adolescentes de diferentes idades desenvolvem o canto e fazem apresentações gratuitas em praças públicas, festivais e eventos culturais em Belo Horizonte. O repertoria possui músicas em português, italiano, inglês e espanhol.

iveco Próximo Passo O Programa Próximo Passo existe desde 2007 e surgiu com o objetivo de praticar ações de longo e curto prazo em benefício das comunidades próximas à fábrica Iveco em Sete Lagoas. Desenvolve ações diversas voltadas para moradores da cidade e do bairro Cidade de Deus, como oficinas culturais e de gestão e empreendedorismo, além de incentivar programas como o Sempre um Papo e a Literata, a festa literária de Sete Lagoas que terá sua primeira edição em novembro de 2010. Em 2009, o Próximo Passo apoiou o projeto Patrulha da Alegria, que estendeu sua ação para mais 14 cidades com o incentivo do programa. A partir de 2011, o Próximo Passo terá em sua sede própria, localizada no bairro Cidade de Deus, uma oficina de marcenaria ecológica e um viveiro de mudas, além de oferecer oficinas profissionalizantes de bioconstrução e de utilização da madeira, resíduo da Ilha Ecológica da fábrica Iveco.

Festa da Família Festa de rua que promove interação entre alunos da educação infantil, entre 2 e 5 anos, e suas famílias.

Vias Turismo Proporciona aos estudantes do curso técnico em turismo a possibilidade de desenvolver um projeto para uma cidade escolhida. Os alunos elaboraram um guia turístico da região, após levantamento das potencialidades turísticas da região.

Feira da Cultura Momento em que toda a comunidade escolar pode visualizar os trabalhos desenvolvidos pelos alunos durante o ano letivo. Exposições, teatros e oficinas de diferentes temas são abordados e cerca de 4.500 pessoas visitam o evento.

Banco de Memórias Mapeamento cultural de artistas do bairro Cidade de Deus, em Sete Lagoas, em parceria com a ONG Favela é Isso Aí. Foram cadastrados mais de 200 grupos culturais e artistas-solo no bairro.

Gincana de Meio Ambiente Formação de equipes para tarefas relacionadas à coleta seletiva e reconhecimento do bioma de Sete Lagoas. Duas edições da gincana já acontecerem, em 2008 e 2010 e cerca de 40 jovens participaram em cada edição.

Oficinas de Animação de Videodocumentário Oficinas audiovisuais para os jovens do bairro Cidade de Deus, que aprenderam técnicas de animação, filmagem e edição de vídeos. Foram feitos quatro curtas de animação e a produção de um vídeodocumentário de 15 minutos sobre a Cidade de Deus.

Oficinas Culturais Oficinas culturais de fotografia e jornal, com atividades teóricas e práticas para 70 jovens do bairro Cidade de Deus. O projeto aconteceu entre abril e dezembro de 2009 e gerou produtos diversos como 5 exposições de fotos (mais de 1.000 pessoas atingidas) e a produção de uma edição do jornal Favela É Isso Aí dedicada ao bairro Cidade de Deus, com tiragem de 6 mil exemplares.

Depoimento “O objetivo destes projetos é justamente o de proporcionar um ambiente favorável ao saber, permitindo que os nossos alunos tenham uma formação plena, através da vivência com o que é transmitido em sala. Por isso propomos temas atuais, que tenham uma relevância para a sociedade e com a realidade vivida por eles. Além disso, é impossível separar escola e família uma vez que a tarefa de educar passa pelas duas esferas.” Raffaele Peano, presidente da Fundação Torino

grupo fiat Prêmio Fiat de Educação Criado em 1997, a iniciativa oferece prêmios a filhos ou dependentes dos colaboradores das empresas do Grupo Fiat que tiverem as melhores notas durante a vida escolar ou acadêmica. Quase duas mil pessoas já foram premiadas e mais de R$ 5 milhões distribuídos.

34

MUNDOFIAT

Arrecadação de Brinquedos Arrecadação de brinquedos em bom estado para serem doados a Secretaria de Ação Social de Sete Lagoas, que faz a triagem das instituições cadastradas que mais têm perfil para receber os brinquedos doados de acordo com as idades das crianças. As doações ocorrem desde 2008 no mês de outubro.

MUNDOFIAT

35


Formare O programa que teve em início em maio de 2010, oferece cursos de capacitação com foco no negócio da empresa para jovens entre 16 e 18 anos. Atualmente são 20 jovens participantes.

Aprendiz Social A parceria entre Teksid Ministério do Trabalho, Prefeitura de Betim, SENAI e Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas beneficia 20 jovens, de 18 a 23 anos, com o curso de Manutenção Mecânica Industrial, desde agosto de 2010.

Um Dia no Parque Criado em 2010 a iniciativa proporciona lazer em família para os filhos de seus colaboradores. Mais de 1,4 mil pessoas já foram beneficiadas.

Programa Menor Aprendiz Parceria com o Centro Salesiano do Menor (CESAM) e SENAI. Os participantes têm entre 16 e 18 anos, precisam estar estudando e comprovar renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo. Além da aprendizagem teórica e prática, os jovens recebem da empresa alimentação, transporte e participação nos eventos promovidos. Atualmente, 26 jovens atuam na Teksid.

Filhote do Salão do Encontro Instituição mantida desde 2006 funciona em horário contraposto ao horário da escola regular, oferecendo informática, oficinas de circo, de artesanato, entre outras. Atualmente beneficia mais de 200 crianças de nove a 12 anos.

Colônia de Férias Crianças de seis a 11 anos, filhos dos colaboradores da empresa, aproveitam as férias com muitas atrações culturais e esportivas.

Projeto Creches Desde 2004 a empresa é parceira de 16 creches da região de Betim. O apoio a essas instituições tem foco na cultura e no entretenimento. Em 2009 cerca de três mil crianças foram beneficiadas com apresentações de circo e teatro, além de um passeio à Fundação Zoobotânica de Belo Horizonte.

Distribuição de brinquedos de natal Todos os anos, a Teksid presenteia os filhos de colaboradores, que possuem até 11 anos, com um brinquedo de natal. Em 2009, mais de 2.500 presentes foram entregues.

Depoimento “A Teksid sempre procurou incorporar ao processo produtivo ações que vão além da sustentabilidade econômica do próprio negócio. Nos preocupamos com a sustentabilidade 360°, promovendo também atividades ambientais e sociais. Em nossa cartela de programas de responsabilidade social jovens e crianças são protagonistas. Das 14 ações que mantemos, dez tem este público como prioridade. Isso porque acreditamos que para construir um futuro melhor é preciso investir no presente”, Rogério Silva Junior, diretor superintendente da Teksid – operações Nafta e Mercosul.

36

MUNDOFIAT

A > H 6 G 7 D D 9 C â : H 8 H w : D G 8 À C B : K # H FJ: D C 6 H D B > I A å H CD

Cdh ai^bdh fjVigd Vcdh! V >kZXd [d^ V c^XV bdciVYdgV fjZ ^cVj\jgdj jb XZcigd YZ Zc\Zc]Vg^V! jbV a^c]V YZ eZhVYdh Z jb XZcigd YZ eZ Vh#

6a b Y^hhd! V >kZXd Yjea^Xdj hjV gZYZ YZ XdcXZhh^dc{g^Vh Z fjVYgjea^Xdj V XVeVX^YVYZ YZ ViZcY^bZcid Vdh Xa^ZciZh#

6 >kZXd iVbW b aVc dj X^cXd cdkVh [Vb a^Vh YZ egdYjidh! bjai^ea^Xdj hjVh kZcYVh Z YdWgdj hZj bVg`Zi h]VgZ cd 7gVh^a#

:! VigVk h YZ idYV ZhhV iZXcdad\^V! V >kZXd ZcigZ\V Vdh hZjh Xa^ZciZh dh bZcdgZh Xjhidh YZ bVcjiZc d Yd bZgXVYd #

HZ\jcYd ZhijYd XdbeVgVi^kd gZVa^oVYd eZaV ZbegZhV ^cYZeZcYZciZ CZio 6jidbdi^kV :c\Zc]Z^gdh 6hhdX^VYdh! Zb hZiZbWgd YZ '%&%#

Projetos para o Futuro

teksid


Faça revisões em seu veículo regularmente.

J : 8 H :

#

8G B w B7 6 I D 8 : K 8Ú 6 > D K DJ 9 # dh# J D ? I dh Vc b ^ i C a : 6 ?J d cdh G aZgVY : Z ! X 8 V H Y j id h bd d i ^ g : g e b b id h Z cYd Z 6 8G i^bZc gZhXZ

kZ h ] d db ^c X d i XV b ^ c c b Z j b ! ^ Zgi^h XgZhX cdb^V id Y d K Z hh Z c Vd V 6 Z Xd Z g b V V e Z XZ c Y d Vc g Wj^ a ^ Z g [ d i d c ! b g d d X aa a^cZ d g V ! Xd h# 6 > kZ X VgXV [j # :! V\ h b V eZhVYd V d V h b g i h j m Z Z e Z h h dh Z id g c V " h Vi d hZgk^ > k Z Xd dh aZkZ V Z ! Y h h V Z Y ZaV ZX^hV ] Zh! Y & ( id c ! fjZ eg XVb^c d Z ^g Y Z YZ . Z i V i c ^ Z 7gVh^a V g# Xdbea b ^V \ ^g V a^c]V d eVgV d d c c b d V j X Z Z h Y EV YZ [^b [V o Z g V i ^c j V g V V cdi X^V c d ^b i X V g V b Z g i ^h e V :hhV j > kZ Xd K d d b d d X V b ^c ] Y Z j b X

Vh^a Yd 7g

kZ b X

6 86G6 96 CDK6 :8DCDB>6#

CENTRO DE ATENÇÃO AO CLIENTE

0800 702 3443 www.iveco.com.br


Todos pela educação

Teksid leva empregados e familiares para um animado dia no parque de diversões. Mais de 1.500 pessoas participaram e aprovaram a iniciativa.

Prêmio Fiat de Educação chega à 14ª edição, consolida objetivo de estimular o conhecimento e impulsiona a carreira dos vencedores.

prêmio fiat de educação

INTEGRAÇÃO

Brincadeiras sem limites Por bianca alves

Gustavo Lovalho

Famílias inteiras aproveitaram a iniciativa da Teksid. Na foto, Marinho Estevam, Luiz Wagner de Souza e Antônio Augusto

pregados elogiaram muito a iniciativa”, atesta o coordenador de Relações Industriais da Teksid, Marcos Almeida. Que o diga Luiz Wagner de Souza, do setor de Engenharia de Segurança e Controle Ambiental, que levou o filho Marinho, de 11 anos, para o “Um Dia no Parque”. “Ele adorou poder usufruir de todos os brinquedos, do lanche, tudo sem moderação”, brinca Luiz, que considerou a experiência importante para a convivência familiar. “É um evento da empresa que fez o meu filho conhecer meus colegas e se interessar pelo meu ambiente de trabalho”, comenta. Quase 1.500 passaportes foram retirados pelos colaboradores. “O mote do programa foi oferecer uma opção de lazer para toda a família, valorizando a integração dos pais com os filhos”, explica Marcos Almeida. “Acredito que esta é uma atividade também motivacional, de reconhecimento da empresa para com os empregados”, completa.

Por Maurício Ângelo

A

iniciativa privada ocupa posição cada vez mais destacada no desafio de impulsionar a educação no Brasil. E a Fiat é uma das pioneiras. Em sua 14ª edição, o Prêmio Fiat de Educação mostra números animadores, que expressam o empenho do Grupo em estimular a geração de conhecimento: até hoje foram 1.858 premiados e mais de R$ 5 milhões distribuídos para estudantes do ensino médio e superior. Atualmente cursando biomedicina na Unifenas, em Belo Horizonte, Jéssica Amanda de Souza conquistou o

prêmio pelo seu desempenho no ensino médio. Filha de Carlos Roberto de Souza, eletricista da Teksid há mais de 20 anos, Jéssica falou da sensação de ser contemplada. “O prêmio nos incentiva a dedicarmo-nos cada vez mais aos estudos, não somente pela remuneração, mas pela satisfação de ser reconhecida por todo o esforço. Senti uma imensa alegria, pois marcou uma etapa vencida em minha vida”, diz Jéssica. Bruno Duarte, filho do presidente da divisão de amortecedores da Magneti Marelli em Hortolândia (SP),

Frequentadora da livraria da Travessa, Jéssica Souza aponta o prêmio como um importante incentivo aos estudos

Ignácio Costa

P

assar uma tarde inteira no Playcity de Contagem (MG), usando todas as possibilidades de um passaporte para os brinquedos do parque. E mais: ganhar um kit-lanche com direito a cachorro quente, crepe, suco, refrigerante, churros, pipoca e algodão doce. Roteiro de sonho para qualquer criança, foi este pacote de puro prazer que a Teksid ofereceu nos dois primeiros finais de semana de agosto para os filhos de seus empregados. A programação substituiu a tradicional colônia de férias do Grupo Fiat, que este ano não pode ser realizada, diante da mudança no calendário escolar da rede estadual de ensino. A alternativa agradou. “Quase 100% do público previsto participou e os em-

Programação para a família A Teksid promove vários eventos de integração entre a empresa e a família de seus empregados. Entre eles está a “Festa da Família”, que acontece em outubro e chega a reunir dez mil pessoas em um megaevento, com shows de bandas famosas e o sorteio de um carro zero quilômetro. Outro exemplo é o “Papo Família”, programa que leva os familiares para conhecer a empresa e participar de seminários e palestras sobre temas como orçamento doméstico, planejamento familiar, segurança no lar, sexualidade na adolescência, entre outros. Só este ano, a Teksid realizou seis eventos do Papo Família, com mais de 400 participantes.

40

MUNDOFIAT

MUNDOFIAT

41


em promover o acesso da população à educação, com diferenças de oportunidades entre pessoas de regiões e níveis socioeconômicos distintos. O Prêmio Fiat ajuda a resolver ambos os problemas, ao oferecer a estudantes de todo o País e de todas as classes sociais a oportunidade de subsidiar sua educação, seus sonhos e a oportunidade de construir seu futuro”, avalia o novo médico. Exemplo O prêmio foi criado em 1997 pela Fiat SpA, holding mundial do Grupo Fiat, com sede em Turim, Itália, com a finalidade de incentivar a educação nas regiões em que o grupo possui

42

MUNDOFIAT

unidades. No Brasil, participam estudantes de Belo Horizonte, Contagem, Betim, Lavras e Nova Lima (MG), Curitiba (PR), Amparo, Hortolândia, Mauá, Piracicaba, Santo André e São Bernardo do Campo (SP). Vencem os filhos ou dependentes de funcionários do Grupo Fiat que obtêm as melhores médias de notas considerando todo o ensino médio, técnico ou curso superior. O diretor de Relações Institucionais da PUC Minas e jurado do prêmio, Djalma Francisco Carvalho, considera a iniciativa um exemplo a ser seguido por todas as empresas preocupadas em contribuir com os avanços econômico, social e cultural da população brasileira. Para o professor, as melhorias virão do trabalho conjunto da iniciativa privada, governo e sociedade em geral. José Eduardo de Lima Pereira, secretário-geral do prêmio e presidente da Casa Fiat de Cultura, avalia o legado do projeto em agregar as diferentes empresas e pessoas envolvidas em torno da Fiat e sua importância na geração de capital intelectual: “Houve um exercício de reflexão sobre como atuar de modo seminal na promoção da educação como agente de um melhor futuro individual e familiar. O formato escolhido é uma resposta a essa reflexão. O fenômeno de agregação é uma decorrência do reconhecimento e da valorização do prêmio por seus destinatários - as famílias e os estudantes – apreciando o fato de pertencerem a uma família empresarial que se importa com os valores da cultura e do aprimoramento social”. Em 2010, serão distribuídos cem prêmios de R$ 4 mil na categoria ensino médio e 30 prêmios de R$ 8 mil na categoria ensino superior. O resultado desta edição será divulgado até novembro pelo site www.premiofiat. com.br. A cerimônia de premiação acontecerá em dezembro.

Fiat no Banco Imobiliário

banco imobiliário

prêmio de fiat educação

Edison Lino Duarte, conquistou o prêmio duas vezes, nas categorias ensino médio e ensino superior. Em 2008, Bruno graduou-se em medicina pela Unicamp, uma das mais conceituadas universidades do País, e atualmente é residente em clínica médica. Para ele, a premiação exerce a função tanto de subsídio quanto de incentivo aos estudos. Como ganhador do ensino médio, Bruno pôde ajudar no custeio da faculdade e também comprar um computador que o auxilia nos estudos e no dia a dia da profissão. “O que vemos em nosso País é uma dificuldade por parte dos governos

Estrela inova ao incluir empresas reais em nova versão do Banco Imobiliário. A Fiat está presente no famoso jogo de tabuleiro. Por Lilian Lobato

A

o completar oito anos de idade, em 2007, Beatriz Bíscaro ganhou seu primeiro Banco Imobiliário, o jogo de tabuleiro mais famoso do planeta. A menina logo se encantou com a brincadeira que ensinava a manusear dinheiro colorido, adquirir propriedades, efetuar pagamentos e também recebê-los. O lançamento do Super Banco Imobiliário pela Estrela, em julho passado, só aumentou a admiração de Beatriz pelo brinquedo. As mudanças incorporadas agradaram tanto que, desde que a modernizada versão chegou às suas mãos, Beatriz não passa uma semana sem reunir família e amigas para rodadas da competição. Segundo ela, o novo brinquedo é uma forma mais realista de repetir o cotidiano vivido pelos adultos e de aprender a lidar com as finanças, por contar com empresas reais, como a Fiat, e meios mais modernos, como a máquina de cartão de crédito e débito como opção para realizar as compras de mentirinha. “Quando crescer e tiver o meu cartão, já saberei usá-lo. Já aprendi a operar a maquininha no jogo e é melhor do que ficar com várias notas nas mãos”, conta.

O Super Banco Imobiliário é o mais recente capítulo na história deste jogo sexagenário, cujas versões espelham o próprio desenvolvimento do país. Nestes mais de 60 anos, a sociedade evoluiu, a economia se transformou, o dinheiro de plástico ganhou espaço e a educação financeira tornou-se cada vez mais necessária. Lançado em 1944, o clássico jogo de tabuleiro seguiu as transformações da sociedade. Com o tempo, as fazendas deram lugar aos hotéis e às propriedades que passaram a existir na modernidade. No Super Banco Imobiliário, as antigas companhias anônimas de navegação, aviação e ferrovias do jogo original foram substituídas por grandes empresas do mundo real. Além da Fiat, Vivo, Itaú,

Beatriz (à dir.) e a irmã não passam uma semana sem brincar com o Super Banco Imobiliário

MUNDOFIAT

43


TAM Viagens, MasterCard, Nívea e Ipiranga figuram na nova versão. Para a especialista em Publicidade da Fiat Automóveis, Rosália de Andrade Cruz, a montadora preza pela evolução e, ao participar do jogo, amplia seus canais de comunicação com o consumidor final. “Com a nova versão, as crianças e jovens passaram a ter acesso à marca em um momento de lazer e interação e não somente pela compra direta de um veículo”, explica. Cruz ressalta que o jogo transporta para o campo lúdico as experiências vividas no cotidiano com a família e os amigos. De acordo com ela, tudo acontece de forma descontraída e o jogador passa a ter maior identificação com a marca Fiat. “Além disso, pode vivenciar um mundo de negócios e conquistas”, avalia. Aires Leal Fernandes, diretor de Marketing da Estrela, explica que a nova versão reproduz o que vem ocorrendo no cenário atual. Ele destaca que as empre-

Cartas de bonificação e notificação da Fiat Você comprou um carro Fiat e vai economizar combustível e manutenção. Receba $1.000; Você ganhou um concurso de personalização de carros com seu Novo Fiat Uno. Receba $750; Você estacionou seu carro em local proibido. Pague $1.000 Você não usou o cinto de segurança. Pague $400

44

MUNDOFIAT

perfil

Medicina e solidariedade Há 90 anos, complexo Pequeno Príncipe, de Curitiba, atende crianças de várias partes do Brasil, em procedimentos de alta complexidade.

POR ANA PAULA MARINHO CONSELVAN

E

ntre duas das avenidas mais movimentadas da cidade de Curitiba, a capital paranaense, está um dos maiores símbolos da medicina no Estado. O Hospital Pequeno Príncipe não é só apenas uma construção antiga e muito bem conservada. Todos os moradores da cidade que passam pela Avenida Silva Jardim e Avenida Iguaçu, na esquina com a Rua Desembargador Motta, até mesmo num engarrafamento às 18 horas voltando do trabalho, sentem orgulho e, de alguma forma gratidão, ao ver uma das instituições mais respeitadas do Paraná e do Brasil. O maior hospital exclusivamente pediátrico do País já atendeu famílias

curitibanas na hora do aperto. Quando o neném não consegue dormir em função de uma gripe ou a criança passa a noite em claro por causa de uma garganta inflamada, é para lá que os pais correm para aliviar a dor dos filhos. Muito maior que um pronto-atendimento para as crianças da cidade, o Hospital Pequeno Príncipe tem no seu currículo tratamentos complexos como transplantes de rim, fígado, coração e ossos, além de tratamentos oncológico, ortopédico e cardíaco. Referência que

Pequeno Príncipe é o maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil

MUNDOFIAT

Fotos Divulgação

banco imobiliário Evoluções do jogo espelham o desenvolvimento econômico do País

sas ilustradas no tabuleiro não fazem parte de um mundo imaginário, mas da rotina das pessoas. “Convidamos companhias reconhecidas no mercado para participar da formação do jogo, o que contribui para a credibilidade do brinquedo”, afirma. O diretor lembra que as empresas participantes do Super Banco Imobiliário criaram as chamadas cartas de bonificação e notificação para orientar os jogadores durante a competição. Para ele, esta ação fortalece a imagem das marcas e eleva o conhecimento do público sobre as companhias. A presença da maquininha de cartões de crédito e débito para efetuar as compras e pagamentos durante o jogo também foi apontada por Fernandes como uma forma de atrair as crianças. “O objetivo da mudança é ambientar os pequenos com as situações diárias vividas pela família quando, por exemplo, eles veem os pais utilizarem o cartão em lojas, supermercados ou postos de gasolina”, ressalta. Para Fernandes, além de aproximar o imaginário do real, o jogo exercita a socialização entre pais e filhos. “O Super Banco Imobiliário instiga o jovem a vislumbrar um futuro promissor em que poderá se tornar um empresário bem sucedido. O jogo ainda mostra a importância da disciplina e do planejamento ao escolher caminhos e gerir a vida financeira”, afirma o diretor. O Super Banco Imobiliário faz parte de um planejamento anual realizado pela Estrela, que além das mudanças da sociedade, leva em consideração a demanda e as preferências do consumidor. Em 2010, nove versões foram criadas. Além do Super Banco Imobiliário, chegaram às prateleiras as opções Shrek Para Sempre, Corinthians (em homenagem ao centenário do clube), Liga da Justiça, tradicional, luxo (com embalagem, peças e tabuleiro mais sofisticados), Brasil (com pontos turísticos nacionais sugeridos por internautas), Júnior (simplificado para crianças a partir de 6 anos) e Sustentável (primeiro produto criado com plástico verde).

45


perfil O Pequeno Príncipe sempre atuou de forma inovadora: foi o primeiro a permitir acompanhante durante a internação das crianças

46

MUNDOFIAT

é, as especialidades da instituição são as ações pioneiras e o atendimento integrado dos pequeninhos e suas famílias que vêm de todo canto do Brasil precisando de atendimento médico. Diariamente cerca de 1,2 mil crianças passam pelo hospital. Anualmente chegam a ser realizados por volta de 290 mil atendimentos a crianças e adolescentes de 0 a 18 anos de idade, sendo 70% de sua capacidade total voltada aos pacientes do sistema público de saúde, o SUS (Sistema Único de Saúde). Outros números mostram a grandiosidade do complexo. São 390 leitos, sendo 62 leitos de UTI, e em 2009 foram 287,7 mil atendimentos ambulatoriais, 23.082 interna-

ções, 15.440 cirurgias, 564.687 exames e 38 transplantes de rim, fígado e coração. Cerca de 10% da renda anual da instituição provém de doações de empresas, entre as quais a Fiat, FPTPowertrain Techonologies e CNH. Muito além dos números, a importância deste hospital é medida por meio do pioneirismo de suas ações. Em toda sua história, sempre atuou de forma inovadora em prol das crianças. Sendo assim, medidas adotadas primeiro no Hospital Pequeno Príncipe, acabaram tornando-se políticas públicas. Foi primeiro neste hospital que todas as crianças tiveram o direito de ter um acompanhante ao seu lado durante a internação. Ali também foi garantido o direito à educação para as crianças hospitalizadas e a atenção das equipes médicas para os maus tratos, com estabelecimento de protocolo de atendimento e formalização de notificações. A presença do Pequeno Príncipe ultrapassa a atuação do hospital. Não foi só com atendimento médico a crianças que o complexo fez, e ainda faz, sua grandiosa história. A formação de profissionais de saúde está presente no dia-a-dia do HPP. Há sete anos, em 2003, nasceu a Faculdade Pequeno Príncipe. Dali saem profissionais da área da saúde que passaram por cursos de graduação, pós-graduação ou extensão. A unidade educacional do complexo tem como missão “formar profissionais com alta qualificação técnica e comprometidos com a melhoria das condições de vida da população, respeitando os princípios éticos, humanos e de solidariedade”. Nada além do que sempre foi oferecido por médicos e enfermeiros que já atuam no hospital. Outro nome tão conhecido mundialmente quanto o principezinho do autor francês Antoine de Saint-Exupéry, Pelé está na história do complexo hospitalar e educacional de Curitiba. Em 2005 foi criado o Instituto

de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, que tem como padrinho o mais famoso jogador de futebol do mundo. O instituto nasceu para pesquisar doenças pediátricas complexas, com alta incidência no Brasil, que ainda encontram limitações ou no diagnóstico, ou no tratamento. A missão é “aumentar o percentual de cura de doenças complexas da criança e do adolescente”, buscando ser o maior da América Latina, que por meio da pesquisa científica gere conhecimentos, produtos e procedimentos. História Tudo isso que é o Complexo Pequeno Príncipe hoje, começou há 90 anos. Em outubro de 1919 foram realizados os primeiros atendimentos no Dispensário Infantil, que nasceu da iniciativa e mobilização de mulheres da comunidade curitibana. Elas se uniram a médicos e líderes locais para atender a população carente da cidade, em especial as crianças. Em 1930 foi inaugurado o Hospital de Crianças, que em 1951 passa a ser denominado Hospital de Crianças Dr. Cesar Pernetta. Em 1956 foi fundada a Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro, instituição filantrópica que desde então é a mantenedora do complexo. O Hospital Pequeno Príncipe nasce no início dos anos 1970, anexo ao hospital César Pernetta, que ainda faz parte do complexo. A formação de profissionais não veio a fazer parte do Complexo Pequeno Príncipe apenas após a criação da faculdade. A partir da década de 1930, o hospital já recebia estudantes de medicina das duas mais tradicionais escolas de medicina do Paraná – Universidade Federal do Paraná e Pontifícia Universidade Católica do Paraná – para o desenvolvimento de disciplinas relacionadas à pediatria. A partir da década de 1970 o hospital passa a oferecer seu próprio programa de residência médica, que dura

até hoje, com 40 vagas por ano. E até a vontade de Pelé em trabalhar pelas crianças é antigo. O jogador de futebol manifestou publicamente este desejo quando marcou seu milésimo gol, lá em 1969. Em meio a tanta história e tantos nomes de sucesso, um nome se destaca. O projeto nasceu da união de mulheres que, por amor ao próximo, resolveram agir e ajudar aqueles que mais necessitavam. E foi este mesmo amor que fez a dona Ety Gonçalves Forte aceitar ser presidente da associação e dedicar grande parte de sua vida a cada criança que passou, e ainda passa, pelo Hospital Pequeno Príncipe.

Cerca de 290 mil crianças são atendidas anualmente no hospital

MUNDOFIAT

47


perfil

Mais de quatro décadas de dedicação Presidente da associação mantenedora do hospital revolucionou sua própria vida quando aceitou o convite de estar à frente da intuição.

POR ANA PAULA MARINHO CONSELVAN

Q

uando foi chamada para ser presidente da associação que cuidava do Hospital de Crianças César Pernetta, a artista plástica e ceramista Ety Gonçalves Fortes nunca havia entrado no hospital e não sabia o que a esperava. O convite era para promover festas para arrecadar recursos para o hospital, mas Ety não queria apenas isto. Disse para as pessoas que a convidaram que só aceitaria se pudesse efetivamente trabalhar naquele lugar. E tinha que começar no mesmo dia, às 14h. “No dia da posse me arrumei como se fosse assumir a presidência do Brasil. Somente quando a solenidade terminou e fui conhecer as instalações, me dei conta do que era ser presidente de um hospital de crianças. Eu conhecia o hospital porque sempre trazia roupas e brinquedos para as crianças, mas não chegava a entrar na portaria porque não suportava o cheiro. Quando eu entrei na enfermaria de queimados, não dá para descrever a sensação. Aquelas crianças não tinham nada e eu senti uma vontade enorme de mudar o panorama daquele hospital e daquelas crianças”, relembra. Depois deste primeiro contato, Ety, que hoje está com 71 anos, teve certeza de que era ali que queria ficar. Na juventude, como ela conta, havia feito trabalhos voluntários, chegando, inclusive, a tocar violão no Hospital do Câncer. A partir de sua posse, resolveu voltar às raízes e proporcionar àquelas crianças que eram atendidas naquele hospital infantil as melhores condições. “As crianças ali não tinham nada. Nada mesmo. Nem roupas, nem co-

48

MUNDOFIAT

mida e nem remédios. Resolvi fazer algo em que me sentia realmente envolvida. Eu acho que o ser humano é o centro do mundo. Você não é um ser estanque: você só é um se for todos, se o seu trabalho lhe permitir ser um cidadão global.” Das primeiras histórias que viveu no hospital, sempre conta a do pequeno Adão. O menino tinha 11 anos e um tumor no cérebro que já havia tomado sua visão. O choro forte vinha da enfermaria e chamou a atenção de Ety, que foi até lá acalentar o garoto. A presidente perguntou se o menino queria um brinquedo e a resposta foi imediata: ele só queria que a mãe viesse vê-lo. Mas não tinha como. A mãe o havia abandonado ali. Com os olhos cheios de lágrima, Ety ajoelhou-se aos pés da seringueira no pátio do Hospital Pequeno Príncipe e pediu uma luz a Deus. A ideia veio de pronto. Colocou uma fralda na cabeça, voltou na enfermaria e pegou Adão no colo. “Mamãe está aqui”, falou para o garoto, que questionou o porquê de sua ausência e afirmou estar muito cansado. Firme no seu disfarce, mesmo muito comovida com toda a situação, explicou que ele iria morar com os anjinhos e que um dia ela iria morar lá com ele. O garoto adormeceu e, logo depois, avisaram Ety que Adão havia morrido. Foi isso que ela fez nesses mais de dois terços de sua vida dedicados ao Complexo Pequeno Príncipe. Ety pôde devolver a mãe a um menino cansado de lutar pela vida contra uma doença, pôde mostrar aos cidadãos que a mobilização social move montanhas, pôde provar à sociedade brasileira que hospital é lugar de cuidado e

Ety Gonçalves: “Quando as pessoas falam do meu trabalho, penso que recebo mais que do que aquilo que trabalhei por ele”

de muito amor. “Não me arrependo de nada que fiz. Era a emoção que me movia. Quando precisava, chegava a ser agressiva para conseguir as coisas para as crianças. Hoje, talvez tivesse um pouco mais de diplomacia. Quando comecei, queria fazer de cada canto do hospital um lugar digno. Mesmo que fosse para morrer, que a criança pudesse morrer dignamente”, lembra. Vendo o quanto o complexo cresceu, unindo saúde, educação e pesquisa, Ety acredita ter feito sua parte da melhor maneira possível, como havia se comprome-

tido a fazer. “O hospital me proporcionou uma grande chance na vida. Além da realização pessoal, adquiri um nível de consciência que jamais poderia ter sem a luta pelo atendimento das crianças. Quando as pessoas falam do meu trabalho, eu penso que recebi e recebo mais do que aquilo que trabalhei por ele, principalmente no meu crescimento como pessoa.” Quando indagada sobre seu maior ensinamento à frente do hospital, tem a certeza de que sua vontade foi o melhor que pôde passar para todos que se envolveram

MUNDOFIAT

49


MUNDOFIAT

Um presente para os jovens leitores

HISTÓRIA EM QUADRINHOS

perfil 50

com o hospital de alguma forma. “Eu acho que consegui salvar vidas, mas não consegui dar um futuro melhor para estas crianças fora do hospital, em função da injustiça social. Esse é um trabalho que não para, é constante. Deixei a vontade de mudança e a garra serem as ferramentas para transformar este lugar. Hoje vejo isso nas pessoas que trabalham nessa instituição. Elas entenderam que é possível manter este hospital aberto, sendo um lugar de garantia de direitos. O binômio educação-saúde e todas as garantais escritas na constituição não são cumpridas. Em função disso, você não consegue fazer um trabalho completo. A sociedade precisa se mobilizar para garantir isso. Em fez de falar em curar, tem que se falar em prevenção, moradia, trabalho e acesso à educação. As pessoas precisam de trabalho, têm que conquistar as coisas pelo seu suor, terem dignidade. Para isso, as autoridades precisam garantir que a população tenha acesso a seus direitos.” As filhas dela cresceram no Pequeno Príncipe e hoje têm como propósito continuar o trabalho da mãe e fazer desta instituição cada vez maior em sua missão. Ety Cristina, a filha mais velha, é diretora-executiva do hospital, Luiza Tatiana é diretora de pós-graduação da faculdade e Patrícia, é diretora-geral da faculdade. A terceira geração da família já está atuando no hospital. A representante é Antonella, que é analista de comunicação ali. E o que a matriarca acha de tudo isso? “Fico orgulhosa por saber que o trabalho continua e que elas acreditam e lutam pelas mesmas coisas que eu. Elas foram criadas dentro do Pequeno Príncipe. Então, já tinham não uma consciência plena, mas uma consciência muito grande do que era o não ter, a dor do outro, a necessidade de cuidar. É muito gratificante que esta semente, que ficou dentro delas adormecida, tenha acordado depois que se profissionalizaram, decidindo, assim, continuar este trabalho.” E completa, “ainda faltam muitas conquistas para o nosso País. A consciência da politização é uma delas e, principalmente, que as mulheres devem ter esta consciência de que podem participar, e muito, da vida da comunidade.”

N

o mês das crianças, a revista Mundo Fiat apresenta a história do Dr. Teleco, o macaco que cuida da natureza e da saúde dos bichos na floresta e de como ele conseguiu levar a perigosa onça na conversa. Este é um presente e um estímulo para a descoberta do prazer da leitura. Conheça os personagens dessa animada aventura e divirta-se!

Teleco, o macaco doutor

Dona onça, a faminta

Seu Coelho, o amigo MUNDOFIAT

51


HISTÓRIA EM QUADRINHOS 52

MUNDOFIAT

MUNDOFIAT

53


HISTÓRIA EM QUADRINHOS 54

MUNDOFIAT

MUNDOFIAT

55


HISTÓRIA EM QUADRINHOS 56

MUNDOFIAT

MUNDOFIAT

57


HISTÓRIA EM QUADRINHOS 58

MUNDOFIAT

MUNDOFIAT

59


60 MUNDOFIAT

HISTÓRIA EM QUADRINHOS


cultura

Um senhor rejuvenescido Ao reabrir as portas para o público, em março de 2011, o Teatro Municipal de São Paulo dará início às comemorações do seu centenário completamente restaurado, após um longo ciclo de cuidadosas obras, que prometem devolver a um dos mais imponentes prédios da arquitetura paulistana todo o requinte e o arrojo que marcaram a sua construção. por GUILHERME PENA

M

ais que recuperar os traços originais de sua fachada inspirados no renascimento e no barroco do século XVII, e o esplendor de seu interior, repleto de mármores e

cristais, as obras pretendem dotar o teatro dos melhores recursos acústicos e cenográficos, para que ele possa reviver toda a efervescência cultural que marcou sua inauguração. A atração era a

ópera Hamlet, de Ambroise Thomas, e uma multidão de mais de 20 mil pessoas lotava as redondezas do teatro, na praça que hoje leva o nome de seu arquiteto, Ramos de Azevedo. Esta é a terceira grande obra de restauração do teatro. Construído entre 1903 e 1911, pelos irmãos Claudio e Domiciano Rossi, além do próprio Azevedo, o prédio ganhou sua primeira reforma em 1954, com alterações significativas no seu interior, e só recebeu novas obras entre 1986 e 1991. A história do teatro será retratada no livro “Teatro Municipal 100 Anos – Palco e Plateia da Sociedade Paulistana”, que

será lançado no ano do centenário, com o patrocínio da Fiat. Para conhecer de perto a restauração em curso, a Fiat e a Casa Fiat de Cultura convidaram um grupo de amigos da cultura para uma visita às obras, acompanhada pelo secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, e pela diretora do teatro, Beatriz Amaral. Boa parte dos trabalhos na arquitetura externa, incluindo os 2,6 mil metros quadrados de telhados, com cobertura de cobre e estrutura em pinho de Riga e peroba rosa, está concluída. Na parte interna, a recuperação dos pisos, colunas, vitrais e paredes das vastas áreas de circulação está quase pron-

Em março de 2011 o paulistano terá de volta todo o esplendor do imponente teatro municipal

62

MUNDOFIAT

MUNDOFIAT

63


cultura As áreas de circulação já estão em estágio adiantado de recuperação

ta. Por fim, o coração do teatro – palco, platéia e balcões – receberá não só cuidados em sua estrutura física, como o veludo antichamas do pano de boca de cena, mas também equipamentos de sonorização, vídeo e iluminação que permitirão o melhor suporte técnico aos espetáculos, com a menor interferência nas características originais do teatro, que abriga a Orquestra Sinfônica Municipal, a Orquestra Experimental de Repertório, o Balé da Cidade, Quarteto de Cordas, o Coral Lírico e o Coral Paulistano, além das Escolas Municipais de Música e de Bailado. Esculturas e vitrais A arquiteta Lilian Jaha, que supervisiona as obras do teatro, conta que, nas obras das fachadas, os trabalhos em arenito são os que estavam mais degradados. Além da limpeza com água, sabão neutro e escova de nylon, foram aplicadas próteses e obturações feitas com o mesmo mineral nos pontos mais danificados, além do tratamento das juntas com silicone. Os diversos elementos decorativos aplicados na fachada, como os mascarões, florões, conchas e liras, somam mais de 1.800 peças e foram originalmente moldados

64

MUNDOFIAT

em argamassa de tijolos. Muitas estavam danificadas pela ação do tempo e foram refeitas em concreto; outras precisaram de apenas de retoques. E, pela primeira vez, os seis conjuntos de esculturas em bronze que ornamentam o a fachada principal do teatro serão restaurados. De acordo com Lilian, os dois maiores conjuntos de escultura, apoiados sobre as laterais da fachada do teatro, representam o Drama (do lado direito) e a Música (do lado esquerdo), compostos por elementos clássicos que remetem à mitologia greco-romana. O principal efeito a ser tratado é a corrosão causada pelo tempo e pela poluição. Além da limpeza, os trabalhos incluem o tratamento de proteção do metal. Os vitrais, presentes nas janelas laterais de seu saguão principal e também no Salão Nobre, são peças mais frágeis que também exigiram muito trabalho de restauro. As peças foram originalmente executadas em três diferentes oficinas: por V. Saille, de Stuttgart, na Alemanha; por Conrado Sorgenicht e pelo Liceu de Artes e Ofícios, ambos de São Paulo, e foram modificadas por sucessivas intervenções.

Segundo Lilian Jaha, os trabalhos de restauro atuais prevêem a substituição dos vidros alterados, em um meticuloso processo que começa com o mapeamento fotográfico de cada vitral e numeração de todas as peças, para facilitar a remontagem após o restauro, limpeza e recolocação. Nas fachadas externas, os vitrais ainda serão protegidos por um vidro extra, liso e transparente, garantindo a luminosidade e a coloração originais. Também com grande participação na composição das fachadas, as 500 esquadrias de madeira passaram por decapagem, obturações e enxertos nos pontos danificados, imunização e pintura, além de um cuidado especial com as ferragens. Ao todo, incluindo as dobradiças, puxadores, cremonas e trincos, 2.500 peças foram previamente identificadas e classificadas, para serem repostas nas esquadrias de origem após reparos ou substituição por peças idênticas. Salão Nobre Com 240 metros quadrados e pé direito de 12 metros, o Salão Nobre é o espaço mais suntuoso do teatro, com mármores italianos, cristais belgas e portas

de jacarandá, e teve um amplo restauro nas obras anteriores. Desta vez, os trabalhos exigidos foram de conservação em alguns pontos, como ressalta Lilian Jaha, com intervenções no forro, portas e tapetes murais. Já o piso da sala, que ainda é o original, constituído por réguas de peroba-rosa e pau-marfim, teve tratamento mais intensivo. O assoalho foi todo lixado manualmente, as partes danificadas ou faltantes foram substituídas por madeiras da mesma essência e todo o piso foi cuidadosamente encerado.

Pela primeira vez os seis conjuntos de esculturas da fachada estão sendo restaurados Há 11 anos Marcelo Pereira se dedica ao reparo dos detalhes do teatro

Bar-restaurante A maior alteração da arquitetura original do Teatro Municipal aconteceu no ambiente do barrestaurante instalado no primeiro andar. Com um fabuloso pé direito, de 6,5 metros de altura, o espaço foi dividido em dois, com a construção de uma laje para suportar um andar adicional, na reforma de 1954. O restauro reali-

MUNDOFIAT

65


Desenhos art nouveau de mais de um século estão sendo totalmente restaurados

No coração do teatro Os cuidados são redobrados também com os dois espaços fundamentais do espetáculo cênico: o palco e a platéia. Um dos elementos mais importantes do

Do coração da Itália para a cidade de São Paulo

cultura

palco, embora não seja visível ao espectador, é o urdimento - um piso vazado de madeira ou ferro que se localiza acima de toda a área do palco, junto ao teto. Lílian Jaha explica que é nele que ficam os motores, polias e outros equipamentos que permitem a colocação e a movimentação dos elementos cênicos. Por meio dos vãos do urdimento passam os cabos de aço que sustentam as varas de cenário e de iluminação, dentre outros dispositivos cenográficos. Segundo ela, o urdimento original do Teatro Municipal foi construído em pinho-de-riga e estrutura metálica, 25 metros acima do palco e com 650 metros quadrados de área. Igual cuidado mereceu o piso da platéia. Além de recuperar e tratar a madeira de peroba-rosa que reveste a sala de espetáculos, trocando as peças estragadas pelo uso e pelo tempo o trabalho de restauro teve que eliminar também o rangido das tábuas com a movimentação de pessoas. Todas as 466 poltronas (do total de 1.560 lugares do teatro) foram retiradas e reinstaladas para o restauro do piso. Nas duas salas contíguas ao palco, que servem de apoio aos artistas ou convidados ilustres, as obras de restauro puderam revelar um aspecto interessante da história, ao descobrir as camadas de tinta que foram acrescidas à pintura original, de inspiração art nouveau. Os desenhos pintados um século atrás já haviam sido identificados nas reformas feitas na década de 1980, mas não totalmente restaurados. Agora, embora várias áreas apresentassem perda total da camada pictórica, os elementos decorativos foram totalmente reconstituídos, através de técnicas digitais para recuperação de sua leitura e posterior repintura, reproduzindo com fidelidade a tonalidade original e reintegração com folha de ouro dos elementos florais e frisos. A curiosidade é que um registro histórico da pintura realizada na década de 50, em art decò, foi preservado em uma parte da parede, para reforçar o conceito do restauro.

Fotos Studio Cerri

cultura

zado em 1988 demoliu a intervenção e revelou a existência de boa parte da pintura original. O trabalho de decapagem feito em 1990-91 descobriu os elementos da decoração primitiva, mas o forro reconstruído em placas de gesso teve pintura lisa. Uma foto, datada de 1911, permitiu aos restauradores reconstituir o seu desenho original. Além do forro, as paredes do ambiente foram cuidadosamente repintadas, com o desenho original, em um delicado trabalho que refaz a arte de 100 anos atrás e que inclui até a aplicação de folhas de ouro, trabalho que, durante a visita do grupo, era meticulosamente executado por Marcelo Pereira, jovem auxiliar de restauro que está há 11 anos na atividade.

Nos fins de semana dos meses de junho, agosto e setembro, os tradicionais bairros do Bixiga, Brás e Mooca, em São Paulo, recebem multidões para as procissões, missas e festas. Tudo em um ambiente tipicamente italiano. São momentos para relembrar a história dos imigrantes, que vieram para o Brasil, mas mantiveram vivas as receitas das comidas, danças e tradições de um povo. por ANA PAULA SOARES

Celebração a Nossa Senhora da Achiropita, no Bixiga

Fonte de consulta: www.teatromunicipal.sp.gov.br 66

MUNDOFIAT

MUNDOFIAT

67


cultura

C

Comida, música e diversão marcam as festas italianas de São Paulo

68

MUNDOFIAT

omidas fartas, muita cor e diversão. Spaghetti à moda Achiropita, guimirella à moda Vito e macarronada à moda San Gennaro. Esses são alguns dos tradicionais pratos da Itália, feitos em casa pelas mammas e servidos nas principais festas italianas, que invadem anualmente as ruas da cidade de São Paulo e são organizadas pelas paróquias católicas. São eventos que mobilizam não apenas os imigrantes e os descendentes da Itália, mas também a comunidade local. Nos fins de semana de junho, a rotina do Brás se agita com a Festa de Rua de São Vito Mártir, considerada a maior festa italiana de rua coberta do Brasil, com 1.330 metros de cobertura. “Representa a colônia italiana com tradições que vieram com nossos avós”, explica o organizador Vicente Indiveri. As ruas são invadidas pelas cores verde, vermelha e branca, que simbolizam a bandeira da Itália, além do aroma das comidas típicas variadas, como spaghetti e ricchitelle al sugo, doces, vinhos e um diferencial em 2010: o retorno da original barraca da Guimirella. Em homenagem a Nossa Senhora da Achiropita, padroeira do bairro do Bixiga, a festa italiana acontece ao longo do mês de agosto, com uma ampla pro-

gramação religiosa que inclui novena, procissão e missa solene. Tudo começou com a chegada dos imigrantes calabreses ao bairro, no início do século passado. A devoção dos italianos foi contagiando todo o bairro e, hoje, representa fé, alegria e solidariedade, estendendose a toda cidade de São Paulo. De acordo com a organizadora Mônica Conte, a festa é resultado da mobilização de mais de 900 pessoas, que trabalham voluntariamente para recriar, com detalhes, um ambiente tipicamente italiano, com muitas atrações culturais, comidas típicas e música. Os destaques são os jovens caracterizados com roupas de “italianinhos”, que recepcionam os visitantes. A Mooca, outro tradicional reduto da comunidade italiana em São Paulo, recebe em setembro a Festa de San Gennaro. O contexto religioso da festa é marcado pelas novenas, celebrações da santa missa e muitas orações. “Os imigrantes vieram da região de Nápoles, na Itália para a cidade de São Paulo e trouxeram a devoção de San Gennaro”, explica o padre italiano Pasquale Priolo. As três festas italianas fazem parte do calendário turístico da cidade e contaram, nas últimas três edições, com o apoio da Fiat Automóveis.

A devoção da comunidade italiana contagia os moradores dos bairros Bixiga, Brás e Mooca

MUNDOFIAT

69



cultura

A pele do invisível é um dos seis terreiros que mesclam área de descanso e estímulos artísticos

Bienal das Artes investe na proximidade com o cotidiano Curadoria da 29a Edição da Bienal de Artes de São Paulo inova com terreiros dedicados a interação com o público, novas formas de distribuição das obras, atividades educativas prolongadas e conceitos participativos como base. Em destaque, debates sobre a política da arte.

POR RÚBIA PIANCASTELLi

P

Fotos Divulgação

ensar a arte como campo distante, intocável, de acesso apenas aos intelectuais da área é algo ultrapassado. Mas se ainda restam fragmentos dessa forma de vivenciar e interpretar o processo artístico, a 29a Bienal de Artes de São Paulo, evento patrocinado pela Fiat Automóveis, vai até o dia 12 de dezembro no Parque Ibirapuera e propõe diluição total das fronteiras entre o cotidiano e as manifestações artísticas. Como título da edição de 2010 foi escolhido um verso do poeta alagoano Jorge de Lima: “Há sempre um copo de mar para um homem navegar”, encontrado na conhecida obra Invenção de Orfeu (1952). O texto sintetiza os principais objetivos dessa edição da Bienal – mostrar ao público a dimensão utópica da arte, aquela interna e contida nela mesma, mas que ganha múltiplos olhares quando encontra ressonância naqueles que com ela interagem. Ampliando o entendimento da mostra e as formas de contato com seu público, os idealizadores da Bienal pretendem superar em muito o número de visitantes a edição anterior, de 120 mil pessoas. Em 2010 a expectativa é de que 01 milhão de pessoas passem pela Bienal de São Paulo. “Nessa edição queremos desmistificar o conceito hermético de arte trazendo para o cotidiano os temas explorados, lançando ao público as várias possibilidades de efeito que a arte tem nos nossos sentidos”, diz o recifense Moacir dos Anjos, curador da Bienal junto a Agnaldo

72

MUNDOFIAT

Farias. Na tentativa de resgatar uma proximidade com diversos perfis de visitantes, Moacir conta: “Modificamos a forma como as obras são expostas, ampliamos as escolhas que o público pode fazer durante a visitação, propondo uma desorientação que leva a um engajamento com o espaço escolhido”. Para entender melhor a nova estrutura, as obras de 160 artistas foram divididas de maneira diferente, não mais separadas por país de origem, as chamadas representações nacionais. Para tentar traduzir a complexa rede de migrações e de trânsitos da vida contemporânea, são enfatizados o lugar e tempo a partir dos quais a Bienal é pensada: desde o Brasil e desde um momento de rápida reorganização geopolítica do mundo. Assim, a mescla de obras inclui desde as históricas até as contemporâneas, de artistas que despontam no cenário nacional e internacional. Todas elas podem ser vistas sob a ótica da sua importância para entender o mundo contemporâneo, divididas sob temáticas transversais. A ordem é experimentar “A arte contemporânea é um campo que tem códigos e regras, mas fala de coisas próximas que nos tocam”, resume Moacir dos Anjos. Pensando assim, a ordem da curadoria, composta por mais cinco artistas de origem multinacional – Fernando Alvim (Angola), Rina Carvajal (Venezuela/EUA), Yuko Hasegawa (Japão), Sarat Maharaj (África do Sul/Reino

MUNDOFIAT

73


cultura Obra do artista britânico Steve McQueen

Segundo Moacir dos Anjos, a edição de 2010 da Bienal aproxima a arte do cotidiano do público

74

MUNDOFIAT

Unido) e Chus Martinez (Espanha) – é experimentar e interagir. Um dos temas de destaque é o da política da arte, um link com o momento vivido no país e com um campo que está intrínseco na vida social de todos. A primeira vista a relação entre arte e política parece ambígua, mas sob uma atenção mais cuidadosa percebe-se que são inseparáveis, ao se pensar no mundo como um campo conflituoso, cheio de questionamentos, no qual a arte se afirma como meio privilegiado de compreensão e reinvenção da realidade. Esse é um dos pontos onde arte se confunde com a política, dentre muitos outros que poderão ser experimentados na mostra. “A política está em gestos e discursos, ligadas a coisas que não fazem parte no cotidiano de todos. Nossa proposta é chamar atenção para características que podem ser tratadas como um tema qualquer, sendo vista de formas diferentes”, afirma Moacir. Outra forma de estimular a participação do público e tentar explorar a potência transformadora da arte são os novos espaços criados, chamados de terreiros. São seis espaços

de convívio que podem ser usados tanto como pausa entre o percurso da mostra de obras quanto para experimentar atividades diversas como projeções, performances, leituras etc. Com o nome “O outro, o mesmo”, tomado emprestado da obra do escritor Jorge Luís Borges, o terreiro de performances é produto do trabalho do arquiteto Carlos Teixeira. Assinando o espaço das projeções audiovisuais, “A pele do invisível”, o artista esloveno Tobias Putrih; e evocando Guimarães Rosa, o terreiro “Dito, não dito, interdito” traz debates e conversas coordenadas pelo arquiteto Roberto Loeb e pelo grafiteiro Kboco. Para sediar as atividades discursivas, os arquitetos do UN Studio criaram o “Eu sou a rua”, celebrando a obra do jornalista carioca João do Rio. “Longe daqui aqui mesmo”, inspirado no texto do escritor paulistano Antonio Bivar, é o espaço de biblioteca e labirinto planejado pelos artistas Marilá Dardot e Fábio Morais; e por último o terreiro “Lembrança e esquecimento”, de Ernesto Neto, para servir como espaço de respiro, reflexão e descanso. Opções para todos os fins e gostos.

Expectativas para 2010 Se de um lado os organizadores pretendem resgatar um público fiel e abarcar vários outros grupos, na outra ponta os freqüentadores das bienais buscam novidades mais atraentes na edição desse ano. “Frequento a Bienal desde 1976 e me lembro muito bem do primeiro ano em que uma das mostras coincidiu um de nossos congressos de arquitetura. Quando fui ao Ibirapuera pela primeira vez fiquei doida e não parei de voltar lá”, conta Liana Valle, arquiteta e artista plástica goiana, que reside em Belo Horizonte. Liana destaca o pioneirismo da Bienal ao trazer, em anos passados, mega exposições de artistas ou grupos consagrados de determinadas épocas. “A Bienal era oportunidade de ver coisas como Marcel Duchamp e Edvard Munch – com seu quadro ‘O grito’. Com a exploração da arte contemporânea e a era das instalações algumas atividades começaram a ficar excessivas e pouco acessíveis ao público. Sinto falta das mostras temáticas e acho que esse ano, depois de tantas polêmicas passadas, estou com uma grande vontade de ver o que vai ser!”, conclui a artista.

F erramentas interativas complementares Como complemento às atividades da mostra que ocorrem no Ibirapuera, um vasto material online foi desenvolvido para reforçar a pura contemplação das obras e promover diálogos, interrogações e discussões sobre as relações entre arte e política. O site da 29ª Bienal foi criado para ser um forte aparato de comunicação dos exercícios de sensações que a arte é capaz de promover. “O site veicula e espraia por todo o Brasil, e pelo mundo, a potência de discursividade das obras apresentadas no Pavilhão da Bienal”, afirma o curador Agnaldo Farias. Nele se encontram espaços de fórum, materiais detalhados de cada artista participante, integrando toda a programação interligada via links e sublinks, e ainda abarcando o projeto educativo que será desenvolvido durante toda a extensão da Bienal. Assim, o público que não puder visitar os trabalhos poderá se valer de uma grande fonte de informações. Como home desse site foi criado o canal 29, organizado como um mini-portal de atualizações diárias e conteúdos como entrevistas, perfis, pílulas de informação, making of, e galerias de imagens e vídeos. “A participação é uma das bandeiras da 29ª Bienal de São Paulo. E não é possível falar de política e de arte sem dialogar com o público. Estamos colocando, desta maneira, a arte no centro do processo de debate. E o site vai colaborar com este papel de imprescindibilidade da arte”, conclui Agnaldo.

“A participação é uma das bandeiras da 29ª Bienal”, afirma Agnaldo Farias

Bienal de Artes de São Paulo 25 de setembro a 12 de dezembro Sábado a 4ª feira das 9h às 19 horas 5a e 6a feira de 9h às 21 horas Parque do Ibirapuera, portão 3 Informações: (11) 5576-8600 Entrada gratuita

MUNDOFIAT

75


cultura

A sustentabilidade chegou ao design Terceira edição da Bienal Brasileira de Design, realizada em Curitiba, discute os caminhos para projetar, produzir e consumir bens sem comprometer o futuro do planeta.

POR LILIAN LOBATO

M

ais que um palco para a expressão da criatividade, a terceira edição da Bienal Brasileira de Design, realizada em Curitiba até o dia 31

Divulgação

O Dock-Dock é um veículo individual movido a energia limpa, proposto pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner como solução para o tráfego urbano

76

MUNDOFIAT

de outubro, tem sido o lugar da reflexão. Com o tema “Design, Inovação e Sustentabilidade”, o evento – organizado pelo Centro de Design do Paraná e pela Federação das Indústrias do Estado (Fiep) e com patrocínio da Fiat Automóveis – mostra a importância de unir esses três conceitos e busca contribuir para uma maior percepção do design como aliado no desenvolvimento sustentável do país. Para Adélia Borges curadora da mostra, a sustentabilidade é a grande questão da atualidade e a bienal se transformou em caixa de ressonância dos desafios que se impõem. Desenvolvimento sustentável, diz ela, é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras e a ideia da bienal foi expor como os produtores brasileiros se articulam para alcançar esse objetivo. “A temática contribui para que o público saia das frases de efeito que cercam o design e a sustentabilidade. A necessidade é de reflexão sobre tema e de definir o que cada cidadão pode fazer para colocá-lo em prática. Resolvemos agregar inova-

ção ao conjunto em função do termo ser indissociável ao design e determinante para o crescimento da economia brasileira”, explica. Um ponto de destaque do evento foi a decisão de descentralizar a programação em museus, universidades e parques da cidade. Segundo a curadora, a proposta foi distribuir os trabalhos por diferentes espaços públicos com alto afluxo de pessoas, fugindo ao formato tradicional de se utilizar apenas os espaços expositivos institucionalizados. “Com isso está sendo possível envolver um público mais amplo e mostrar que todos fazem parte deste mundo. Além disso, conseguimos democratizar o design ao enfatizar produtos que fazem parte do cotidiano”, explica. Adélia Borges ressalta que, embora atos que envolvam design e sustentabilidade sejam rotineiros, muitas pessoas e empresas ainda não se deram conta do significado e abrangência das questões e que exposições como a bienal conseguem aumentar o discernimento do público enquanto consumidores, cidadãos e gestores. Para apresentar os trabalhos, a Bienal buscou representatividade nacional, com pesquisadores de 23 dos 26 estados brasileiros. Além disso, novos nomes do design nacional também tiveram a oportunidade de mostrar sua produção. O encontro é dividido em nove mostras. A principal, homônima ao tema central do encontro, apresenta a produção recente do design brasileiro, tendo como eixos condutores a inovação e a sustentabilidade. Cerca de 200 projetos entre produtos, serviços e sistemas, incluindo design gráfico e de embalagens, fazem parte das apresentações. Em “Design Urbano: uma trajetória”, o arquiteto, urbanista e administrador público Jaime Lerner destaca algumas das experiências de sua trajetória profissional de quase meio

século dedicada às intervenções de design urbano. São apresentados projetos elaborados tanto para Curitiba como para outras cidades nacionais e internacionais em que ele aplicou conceitos de mobilidade, sustentabilidade e identidade. A mostra “Sustentabilidade: E eu com isso?” apresenta cartazes inéditos elaborados em torno do tema. O projeto procura buscar novos olhares que fazem o público refletir sobre o conceito.

Construído em peças de polietileno, o Canil Portátil Loville pesa menos de 12 kg e pode ser totalmente desmontado

MUNDOFIAT

77


cultura

Uno ecológico é destaque na mostra Entre as criações com maior repercussão na bienal está o Uno Ecology, protótipo da Fiat focado em soluções que buscam otimizar o conceito de carro ecológico, sustentável e de baixo impacto ambiental, além de manter o inovador design do veículo de produção do Novo Uno. Entre as tecnologias utilizadas no conceito do Ecology estão o motor 1.0 calibrado para consumir apenas etanol, peças plásticas sintetizadas a partir do bagaço de cana-de-açúcar, bancos em fibra de coco e látex e revestimento de bancos e tapetes com tecidos feitos a partir de PET reciclado, além de outros recursos que reduzem o consumo de matérias primas não renováveis e de combustível durante sua utilização. Outra novidade no protótipo é o teto solar fotovoltaico, que auxilia na carga da bateria, reduzindo a necessidade de geração de energia por parte do motor e, consequentemente, economizando combustível. Este conceito do Novo Uno, desenvolvido pela área de Inovação e pelo Centro Estilo do Polo de Desenvolvimento Giovanni Agnelli, tem como propósito tornar-se um laboratório permanente na busca soluções sustentáveis de mobilidade.

78

MUNDOFIAT

O tema “A reinvenção da matéria” também é apresentado na bienal em virtude da movimentação em torno do designer atuar não no nível do produto, mas da matéria-prima. A exposição mostra um panorama desse cenário em que os elementos necessários para a produção podem ser transformados, por meio da inteligência humana, em bens sustentáveis. A apresentação da mostra “Bienais de Design: Primórdios de uma ideia” recupera a história das primeiras bienais de design realizadas no Brasil: além de Curitiba, que promoveu duas bienais nos anos 1990, o Rio de Janeiro abrigou três temporadas da Bienal Internacional de Design entre 1968 e 1972. “Memória da Indústria: O caso da Cimo” expõe documentos e fotos de época e cerca de 40 peças originais de mobiliário da Móveis Cimo, criada em Rio Negrinho (SC) nos anos 1920 e que posteriormente se estendeu ao Paraná. Os produtos foram amplamente comercializados em diversas regiões do Brasil e da América Latina

e, ainda hoje, estão vivos na memória das pessoas. Também na linha do resgate histórico, a mostra “Memórias do Design no Paraná” apresenta cinco designers paranaenses que atuaram entre 1960 e 1980 e que foram objeto de pesquisa realizada pela Universidade Positivo. A ideia é relembrar, por meio de entrevistas reunidas em livro e DVDs, a história e o trabalho dos pioneiros do design do estado. Já a exposição “Novíssimos” aproxima a futura geração de designers e empresários do mercado por meio da apresentação de 53 projetos de produtos. As criações vêm de 12 estados e 27 centros de ensino, reunidos a partir da indicação de professores universitários de todas as regiões do país. Por fim, a mostra Internacional “It’s a Small World” destaca como os designers dinamarqueses trabalham temas globais como sustentabilidade, novas tecnologias e consumo. Ao analisar as criações, Adélia Borges diz ter enxergado a presença da tradição popular de reciclagem, já

antiga no Brasil. “A primeira pessoa a perceber essa atitude no país foi a arquiteta italiana Lina Bo Bardi, que chegou ao Brasil nos anos 1940. Ela colecionou utensílios feitos de latas usadas, pneus velhos e lixo em geral, que comprava em feiras da região nordeste. Hoje, muitos designers brasileiros apresentam esse mesmo comportamento”, explica.

O veículo Aruanda, fabricado em chapa de aço na ‘Carrozzeria Fissore’, na Itália, possui projeto de 1964 e ganha vida na Bienal de Curitiba 46 anos depois

2012 As edições anteriores da Bienal Brasileira de Design aconteceram em São Paulo (2006) e Brasília (2008). Em 2012, será a vez de Belo Horizonte sediar o evento. De acordo com Adélia Borges, a percepção do mineiro com relação à importância do design no incremento dos negócios tem mudado e muitos já valorizam o trabalho diferenciado realizado pelos profissionais. Ela ressalta que muitas instituições no Estado também incentivam o desenvolvimento de produtos com maior valor agregado. Dentre as empresas que farão parte da Bienal estão as do polo eletrônico de Santa Rita do Sapucaí e as produtoras de peças criadas a partir do uso de ardósia.

O sofá cama Ole Jensen, exposto na mostra Is a small world (é um pequeno mundo) é ideal para quem precisa de economizar espaço

MUNDOFIAT

79


cultura

Jovens mostram o potencial do design de produtos Estudantes e recém-formados de 42 instituições de design em todo Brasil apresentam seus melhores projetos na 3a Mostra Jovens Designers, evento itinerante realizado pela Casa Fiat de Cultura. Na mostra, o público confere mais de 50 trabalhos elaborados com base na criatividade e usabilidade, contextualizados com diversas necessidades atuais. Por Rubia Piancastelli

80

MUNDOFIAT

D

o Amapá ao Rio Grande do Sul, a produção acadêmica na área do design de produtos está revelando novos talentos e ideias, surpreendendo o mercado com objetos criativos tanto em forma quanto em conteúdo. Tal diversidade pode ser vista na 3a Mostra Jovens Designers, que está percorrendo quatro cidades brasileiras. O evento de âmbito nacional teve início em setembro em São Paulo, fica até o dia 24 de outubro em Florianópolis e depois segue para

de acontecimentos relevantes, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Daí também a razão do interesse da Casa Fiat de Cultura, esquina de convívio criativo entre as culturas brasileira e italiana, em apoiar esta realização, com muita fé no que podem fazer os jovens talentos brasileiros, com a confiança da comunidade empresarial”, explica Lima Pereira. Ao todo, participam 42 instituições de design, representadas por 109 jovens de 10 estados (São Paulo,

Brasília e Belo Horizonte. A realização é da Casa Fiat de Cultura, da Origem Produções e da Associação dos Designers de Produto (ADP). A mostra tem patrocínio da Fiat Automóveis e apoio do Ministério da Cultura. Para o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira, desenvolver ideias e produtos que mostrem o Brasil ao mundo sob um aspecto diferenciado pode ser vital para o futuro do País. “Daí a importância dessa presente versão da Mostra Jovens Designers, realizada na antevéspera

Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Amapá, Paraíba, Maranhão e Brasília), totalizando 56 projetos em exibição. “Trata-se de uma grande vitrine para os jovens designers, pois mostra o potencial de cada aluno, faculdade e região. Por essa grande mistura, a mostra traz um pouco da identidade cultural de cada estado, e isso percebemos em cada produto. É um grande diferencial da exposição”, conta Marici Vila, organizadora e sócia da Origem Produções Culturais.

Mais de cem jovens designers apresentam suas criações na mostra que percorre quatro capitais brasileiras

MUNDOFIAT

81


cultura

Em sua terceira edição, a Mostra Jovens Designers traz novidades além do caráter multicultural: foram programadas palestras em todas as sedes. “Com essas atividades aglutinaremos profissionais atuantes em cada uma das regiões, possibilitando que divulguem suas experiências junto aos estudantes e designers. As palestras ganham caráter formativo, informativo e de troca, incentivando os jovens a se posicionarem e conhecerem as produções nacionais”, diz Auresnede Pires Stephan, o “Eddy”, curador da mostra. Sobre a qualidade dos trabalhos expostos durante evento, Levi Girardi, jurado e diretor da ADP, afirma que “superaram expectativas, atingindo níveis profissionais e proporcionando aos visitantes uma visão de que o design de produtos é cada vez mais reconhecido como fundamental para a indústria”. Simbolizando esse laço entre o campo mercadológico e acadêmico, o representante da FIESP, José Eduardo Mendes Camargo, saudou os participantes durante o lançamento da mostra e reforçou a visão da indústria, de “valorizar produtos brasileiros inovadores” como os produzidos ali.

Marcello Halfeld e sua sala de aula modular

82

MUNDOFIAT

Projetos em destaque Sem eleger um só trabalho como ganhador, a mostra ofereceu uma premiação para três projetos escolhidos como diferenciados. Receberam o Troféu Destaque Marcello Halfeld, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, e sua “Sala de Aula Mo-

dular”; Bruno Trindade e Diego Destro, da PUC-RJ, responsáveis pelo projeto “Banco Vértil”; e Daniel Costa, da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, pela “Extensão Elétrica”. Recebendo o prêmio em mãos, Marcello conta que sua ideia surgiu a partir da realidade que viveu o Rio de Janeiro, sua cidade natal, durante as chuvas de 2009: “Era um projeto de final de ano que deveria ser relacionado à educação e vivíamos a situação de devastação de várias cidades por causa das fortes chuvas de abril daquele ano. Então fiz uma sala de aula que pudesse atender essas áreas prejudicadas”. Assim nasceu a sala modular, possível de ser instalada em situações atípicas como as das grandes chuvas. Outras comemorações aconteceram por motivos diversos, como a da aluna Amanda Iwashita, do Instituto Mauá de Tecnologia de São Paulo, que vibrou com a seleção do seu projeto para a mostra, a primeira da qual participa. “É uma oportunidade para quem está começando a mostrar seu talento, o que pensa, expor as criações. Alguém pode vir aqui e gostar, criar um contato ou mesmo elogiar. Já me sinto lisonjeada!”, diz. A estudante do 3o ano de design de produtos criou o “Roda roda animal”, um brinquedo educativo para crianças de 1 a 4 anos que, ao propor o encaixe de peças feitas de madeira reaproveitada, leva a conhecer formas geométricas e o universo da fauna brasileira.

Exemplos como os acima mostram um dos principais objetivos do evento, como lembra o curador Eddy: “Os projetos mostraram como os jovens profissionais do design de todo o Brasil estão alinhados com a importância do desenvolvimento de produtos que levam em consideração todas as questões ambientais e econômicas.” De resíduo a produto Também ligada às questões socioambientais, a equipe de 15 integrantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP projetou os móveis do projeto Revale, em parceria com a empresa Design Simples. Construídos com madeira que teriam como destino o lixo, bancos, revisteiros, fruteiras e mesas ganharam vida. Todos eles serão reproduzidos pelos marceneiros da cooperativa Unindo Forças, que receberam um manual do grupo para fazer seus próprios trabalhos. “Foi a própria cooperativa que entrou em contato conosco e propôs fazer projetos de mobiliários com materiais que ela já reaproveitava, especialmente madeiras descartadas”, conta Lucas Colebrusco, um dos integrantes do projeto. Com três equipes diferentes, o grupo projetou móveis para comunidade local, uma linha para classe A e outra linha de inovação. Para os estudantes de USP, além da visibilidade do trabalho, o principal é a possibilidade de ajudar organizações como essa. Hugo Chinaglia, outro integrante, complementa: “Predomina na mídia o lado estético do design, mas investimos muito no apelo funcional. Vimos as casas onde os cooperados moram, entendemos o espaço e a vida deles. Principalmente, entendemos as condições da cooperativa, com suas limitações, mas capacidade de produzir.” Outro projeto, a linha de bolsas Cooperárvore, foi desenvolvido por Igor Vilas Boas, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), e apresenta peças que fundem design elegante e sustentabilidade, já que são criadas com resíduos de matéria prima utilizada na fabricação de cintos de segurança e estofados da mon-

tadora Fiat. Igor, que já foi estagiário da cooperativa, trabalha hoje como designer de produtos. “Foram dois desafios: desenvolver um trabalho bacana em termos de aproveitamento e depois trabalhar com as cooperadas a questão do design, do valor agregado. Depois de tudo isso, ser reconhecido e participar da mostra é muito gratificante!”, explica. A cooperativa faz parte do projeto Árvore da Vida da Fiat e hoje conta com 23 cooperadas internas.

Amanda Iwashita apresenta o Roda roda animal

Itinerância pelo Brasil Até o dia 24 de outubro os interessados em design, arte e soluções industriais podem conhecer os trabalhos expostos na capital de Santa Catarina. Depois, as criações seguirão para Brasília (11 de novembro a 12 de dezembro) e Belo Horizonte (5 a 31 de janeiro). Em todas as praças estão previstos debates temáticos, como o primeiro realizado em São Paulo, na Fiesp, no dia 17 de setembro: “Case FIAT Uno e FIAT Mio: um novo conceito de desenvolvimento”, conduzido por Paulo Nakamura, designer de produto formado pela Faap e hoje responsável pelo Centro de Estilo Fiat.

MUNDOFIAT

83


Casa Fiat de Cultura e projeto Sempre um Papo promovem, até o final de novembro, série de debates filosóficos sobre a questão do autoconhecimento. Por Marina costa Romanelli

Casa cheia para as sessões de debates sobre o autoconhecimento

84

MUNDOFIAT

“N

a sociedade atual nos falta filosofia. Filosofia como espaço, lugar, método de reflexão, que pode não ter um objetivo determinado, como a ciência, que avança para satisfazer objetivos. Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte nenhuma.” Os escritos sobre a ausência de filosofia no mundo contemporâneo foram os últimos publicados pela Fundação José Saramago no blog do escritor português, no dia de sua morte. A escolha de qual seria a derradeira mensagem do vencedor do Prêmio Nobel de Literatura não foi aleatória. Ela indica a importância que o autor de clássicos como “O evangelho segundo Jesus Cristo” e “Ensaio sobre a cegueira” dava à reflexão e sua preocupação com a falta de espaços para o exercício livre do pensar na atualidade.

O apelo de Saramago é compartilhado pela Casa Fiat de Cultura, que promove até o final de novembro o seminário “Filosofia e Autoconhecimento – Diálogos com Márcia Tiburi”, realizado em parceria com o projeto Sempre um Papo. “Além de se firmar como um dos principais espaços de exposições de arte no Brasil, a Casa Fiat de Cultura busca sempre promover a discussão em torno de questões vitais ao homem contemporâneo. Durante o seminário, importantes intelectuais tratarão de temas relevantes à vida de todos nós, sempre atentos à riqueza do saber”, afirma o presidente da entidade, José Eduardo de Lima Pereira. O seminário foi aberto no dia 4 de outubro com a palestra da filósofa e escritora gaúcha Márcia Tiburi, que nas rodadas seguintes assume o papel de mediadora. Serão ao todo cinco discussões com enfoque no autoconhe-

Ao final do ciclo será publicado um livro sobre os temas abordados. Márcia destaca a expectativa em relação ao que o público possa levar como reflexão futura após o seminário: “Eu espero que as pessoas aprendam a amar a desmistificação. Dela depende nossa liberdade de pensar, de desejar e, por consequência, de agir. O que chamamos de ética é isso. E a questão do autoconhecimento é hoje uma questão Rubens Chaves

cultura

O lugar do eu no mundo contemporâneo

cimento. Cada sessão contará com um importante nome da filosofia brasileira como convidado. “Estes espaços são criados apenas na contramão da ordem. Felizmente há muito mais gente desejando saber do que imaginam os que desejam que os outros não saibam nem desejem saber”, expressa Tiburi. Tido como mercadoria fácil do mercado do saber, o autoconhecimento na atualidade ressurge como ponto essencial no seminário, levantando indagações relacionadas à identidade, ao indivíduo, ao sujeito, à interioridade e à subjetividade. “São os engodos que o sistema capitalista faz com a questão ao transformá-la em mercadoria. O próprio problema da ‘identidade’, que nasceu no campo das investigações filosóficas, tornou-se ideia barata na indústria das ideias que é o capitalismo”, analisa a filósofa. Para estimular as discussões, questões como as implicações do que podemos saber de nós mesmos na ação, na política, na ética, na estética, no cotidiano, serão levantadas como tentativas de procura por respostas. Segundo Márcia Tiburi, o autoconhecimento é a questão que gera todas as demais. “O conhecimento é uma busca e o autoconhecimento é a busca de si. Mas por onde ela se dá? Se acreditarmos que ela será respondida estamos em um novo problema, o do auto-engano. No entanto, aquele que se entrega a uma busca sincera terá de ir além de si, terá de não ter medo do estranho, daquilo que não é identificável, daquilo que, na vida, é aventura”, aprofunda.

de ética no sentido de saber o que cada um está fazendo de si mesmo e como está afetando a sociedade na qual vive”. Os debates são realizados sempre às segundas-feiras, a partir das 20 horas, no auditório da Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte. As inscrições gratuitas devem ser feitas pelo email info@sempreumpapo.com.br. O evento conta com o patrocínio da New Holland e apoio do jornal Estado de Minas, da rádio Guarani FM e da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

A filósofa Márcia Tiburi assume o papel de palestrante e mediadora do seminário

PROGRAMAÇÃO “Filosofia e Autoconhecimento. Diálogos com Márcia Tiburi” TEMA PALESTRANTE DATA “Saber de si – saber de ninguém”

Márcia Tiburi

04 de outubro

“Sobre Eros e Conhecimento de si” Imaculada Kangussu

18 de outubro

“A invenção da Sinceridade”

Carla Damião

25 de outubro

Marco Heleno Barreto

08 de novembro

Juliano Peçanha

22 de novembro

“Tornar-se o que se é” “Sobre a atualidade da Angústia”

MUNDOFIAT

85


ENSAIO FOTOGRÁFICO

São Francisco O rio santo que distribui riquezas Fotos Alain Dhomé Texto Júlia Costa

S

e ao chegar a um ponto remoto do país, onde enormes volume e extensão de água davam sinais da existência de algo especial, Américo Vespúcio, lá pelos idos de 1501, tivesse se aventurado a desbravar aquelas terras desconhecidas ao longo do rio… Talvez ficasse boquiaberto, talvez pensasse ser uma das mais perfeitas obras divinas, talvez… Bem, não há dúvidas. Ele se curvaria diante de tanta beleza, como fazem todos que conhecem o São Francisco, cinco séculos depois.

Foz do Rio São Francisco – Fronteira natural entre o estado de Alagoas, em primeiro plano, e o de Sergipe, ao fundo

86

MUNDOFIAT


ENSAIO FOTOGRÁFICO

Indolente vitalidade de um rio juvenil que se lança com impetuosidade na vida, aos pés da Serra da Canastra. Minas Gerais

Anoitecer na fazenda Potengi… o tempo se imobiliza. Alagoas

A importância geográfica, por ligar o interior do Brasil, lhe rendeu o título de Rio da Integração Nacional. Mas foi mesmo na boca do povo que ele

Antes de pescar é preciso desenrolar as redes. Vilarejo de Brejo Grande (Sergipe)

88

MUNDOFIAT

ganhou ares de intimidade. O Velho Chico. Nome simples. Simples como a gente que mora às suas margens, que o vive e o respira. Nome de santo e,


ENSAIO FOTOGRÁFICO 90

assim como outro Francisco, o de Assis, também distribuiu suas riquezas, escancaradas na natureza do entorno, no sorriso honesto do ribeirinho, na força daquelas águas… Mais de 500 anos depois, um outro europeu, navegador dos mares das imagens, fez a viagem que o italiano Vespúcio não fez e retratou as várias facetas do São Francisco. O fotógrafo e jornalista Alain Dhomé acompanhou o curso do rio, desde a nascente na Serra da Canastra, em Minas Gerais, até a foz, divisa natural entre os estados de Alagoas e Sergipe, no Nordeste do país. A carreira internacional, feita nos principais jornais e revistas do mundo, em publicações europeias e norte-americanas, ganhava ali um tempero brasileiro, com a descoberta, como ele diz, “de um Brasil diferente”, um Brasil que seria sintetizado, anos mais tarde, em 40 fotos expostas em Brasília, em Paris e em Bogotá, Colômbia. Ele desceu o rio – é bom lembrar que o rio não sobe, desce – e registrou suas mais belas sutilezas. O trajeto é um verdadeiro convite à vida, impossível de ser recusado. A riqueza natural exuberante, as cores que parecem pintadas à mão, a sabedoria popular expressa no rosto, na força, no trabalho e nos hábitos de uma gente de fé inabalável. São imagens de diferentes nuances com contornos perfeitos de uma realidade quase irreal.

MUNDOFIAT

Os fantasmas das cidades engolidas pelas águas transformaram em guerreiro essa cabeça de pedra, farol faraônico, único sobrevivente de uma história remota. Alagoas / Sergipe


ENSAIO FOTOGRÁFICO

“Eu me chamo Virgulino por alcunha Lampião sou cangaceiro afamado em todo alto sertão não levo em conta inimigo e não encaro perigo estando de arma na mão” Foi perto daqui que Lampião atravessou pela última vez o rio, para encarar o seu destino. Cidade de Piranhas (Alagoas)

Durante o mês de janeiro, as procissões de Bom Jesus dos Navegantes invadem as águas do Velho Chico, numa grande manifestação de fé. É a maior festa fluvial religiosa da região e, praticamente, cada cidade tem sua própria procissão. Alagoas/ Sergipe

Depois de o padre ter abençoado a água do rio, ela se torna sagrada, boa até para beber. Procissão de Bom Jesus dos Navegantes. Alagoas / Sergipe

Jogos fluviais do fim de semana. Vilarejo de Brejo Grande (Sergipe)

92

MUNDOFIAT

Realidade que também castiga e faz sofrer. No século 21, o São Francisco padece e pede socorro. Pessoas desviam o curso criado pela natureza, governos se desentendem sobre medidas a serem tomadas para salvá-lo. A constituição de uma agência de bacias e o pacto das águas

se tornaram centro das discussões, pois o rio chegou ao seu limite e não pode mais ceder água para a atividade econômica. Mas Francisco é forte e audaz. É liberdade que avança pelas correntezas intensas, indo se encontrar com a alma do Brasil.

MUNDOFIAT

93


A Fiat marcou presença na edição mineira da tradicional mostra de arquitetura e decoração Casa Cor, realizada entre agosto e outubro em Belo Horizonte. As atrações da fabricante foram um Novo Uno transformado em vaso para plantas, criação da agência The Marketing Store e um Fiat 500 estacionado em um refinado loft projetado pelo arquiteto Pedro Lázaro. A criatividade e a sofisticação renderam à instalação o prêmio de melhor espaço da mostra.

A Teksid é um dos destaques da edição 2010 do Prêmio AutoData, que reconhece as melhores iniciativas empresariais do setor automotivo. Com a exclusiva liga HPI - que pode ser utilizada na produção de cabeçotes e blocos de motores – a empresa é uma das concorrentes na categoria Inovação Tecnológica. O material foi desenvolvido para oferecer maior potência e reduzir a emissão de poluentes em motores de última geração. “É um orgulho para a Teksid estar entre as quatro melhores em inovação, uma vez que a indicação é o resultado do trabalho de uma equipe que se empenha em acompanhar as tendências do mercado e inovar para oferecer o melhor aos nossos clientes”, afirma Rogério Silva Junior, diretor-superintendente da Teksid, operações Nafta e Mercosul. O resultado do prêmio está previsto para outubro. Em abril, a Teksid já havia recebido o certificado de mérito GM na categoria Powertrain, como uma das melhores empresas fornecedoras da montadora. Nos anos 2000 e 2003 também recebeu a premiação “Destaque Fornecedor Grupo Metálico”, pela AutoData.

94

MUNDOFIAT

Exposição Guignard e o Oriente chega a Porto Alegre Depois de São Paulo, é a vez de Porto Alegre receber a mostra Guignard e o Oriente: China, Japão e Minas. Desde a segunda quinzena de setembro e até 7 de novembro, o público que visitar o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) poderá apreciar 45 obras de um dos maiores pintores brasileiros, além de paisagens do mestre chinês Zhang Daqian, que viveu em São Paulo na década de 1950. “Não há fronteiras para a arte. Por acreditar em tal ideia é que a Casa Fiat de Cultura busca levar as obras dos grandes artistas do mundo a diversos pontos do Brasil. Os gaúchos poderão apreciar a beleza, a intensidade e a inspiração dos quadros de Guignard, que, com seu olhar também sem fronteiras, nos revela, nesta exposição, a força da aproximação entre o Ocidente e o Oriente”, destaca o presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira. Com curadoria do crítico Paulo Herkenhoff e concepção de Priscila Freire, a mostra é resultado de uma parceria entre o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, o Instituto Tomie Ohtake e a Casa Fiat de Cultura e tem patrocínio da Fiat Automóveis. Coleção Roberto Marinho/Foto Pedro Oswaldo Cruz

Produto da Teksid é finalista de prêmio do setor

Carro da Formula Future Fiat em exposição O carro de corrida utilizado pelos pilotos da Formula Future Fiat foi uma das atrações da 18ª Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira e 8ª Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-açúcar (Fenasucro&Agrocana). O evento, um dos mais importantes do setor sucroenergético brasileiro, aconteceu entre os dias 31 de agosto e 3 de setembro, em Sertãozinho (SP). O monoposto, que utiliza propulsores a etanol da FPT Powertrain Technologies, emite menos gases causadores do efeito estufa que os similares a gasolina. “A idéia foi mostrar de uma forma interativa que a velocidade pode estar conectada com menos emissões”, afirma Leandro Pampin, gerente de Marketing da União da Indústria da Cana-de-Açúcar, organizadora do evento.

Feira do livro de Porto Alegre Começa no próximo dia 29 de outubro a Feira do Livro de Porto Alegre, a maior a céu aberto das Américas. Em sua 56ª edição, o encontro prevê oficinas, mesas-redondas, sessões de estórias e mais de 150 estandes com obras de diversas editoras. O evento ocorre na Praça da Alfândega, entre a rua Sete de Setembro e o Cais do Porto, até o dia 15 de novembro.

Iveco chega ao mercado do Vietnã A venda de um lote de 27 caminhões pesados marcou a entrada da Iveco no mercado vietnamita. Os veículos comercializados são do modelo Genylon, baseados no Stralis e produzidos na China por meio da joint venture SAIC Iveco Hongyan. Lançada em 2009 e eleita “o caminhão do ano” na China, a linha Genylon inclui cavalos mecânicos e plataformas no segmento acima de 45 toneladas. O negócio é parte da estratégia da empresa de abrir novos mercados para os produtos fabricados no oriente. Divulgação

Cortesia ÚNICA/foto Fernando Battistetti

notas

Fiat na Casa Cor

Fiat é a melhor fabricante da Argentina A Fiat Auto Argentina alcançou, pelo segundo ano consecutivo, o primeiro lugar do setor automotivo no ranking 2010 das melhores e maiores empresas do país, publicado pela revista Fortuna. A entrega do prêmio ocorreu no final de agosto, em Buenos Aires.

ESCLARECIMENTO – Edição 103, página 66 Solidariedade no Topo do Pódio - Desde a sua estreia, há cinco temporadas, o Rally Universitário Fiat reuniu 12.038 competidores, que doaram 40.726 latas de leite, além de 1.335 agasalhos, 2.819 brinquedos e 6.820 livros.

MUNDOFIAT

95


raio-X DO GRUPO FIAT NO BRASIL

MONTADORAS

Raio-X do Grupo Fiat no Brasil

sistemas de produção

www.fiat.com.br Empresa: Fiat Automóveis www.comau.com.br Empresa: Comau do Brasil

educação

www.fundacaotorino.com.br Empresa: Fundação Torino

serviços www.cnh.com Empresa: Case New Holland (CNH)

serviços financeiros

Empresa: Fides Corretagens de Seguros www.iveco.com.br Empresa: Iveco Latin America Empresa: Fiat do Brasil S.A. A Fiat do Brasil S.A., constituída em 1947, é a empresa mais antiga do Grupo Fiat no Brasil. É a representante, no país, da Fiat SpA, a holding mundial do Fiat Group. A Fiat do Brasil S.A. tem a função de representação institucional perante as autoridades governamentais, comunicação corporativa, auditoria interna, treinamento, contabilidade, normatização e gestão das áreas fiscal e tributária, metodologia, folha de pagamento e outras atividades de suporte às operações do Grupo. No Brasil, o Grupo Fiat reúne 19 empresas, divisões, associações e fundações localizadas em três estados e com atuação no setor automotivo*, no setor de serviços e nas áreas de educação e cultura, constituindo-se no 11º grupo empresarial do país (2007), segundo a revista Valor Grandes Grupos (novembro de 2008). A receita líquida do Grupo Fiat no Brasil apresentou crescimento de 17% em 2008 em comparação com o exercício anterior, ascendendo a R$ 30,3 bilhões. Localização: tem plantas industriais nos estados de Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Empresas, divisões, associações e fundações ligadas ou mantidas pelo Grupo Fiat no Brasil: Fiat Automóveis, Case New Holland (CNH), Iveco, FPT – Powertrain Technologies, Magneti Marelli, Teksid do Brasil, Banco Fidis, Banco CNH Capital, Comau, Fiat Group Purchasing/Fast Buyer, Fides Corretagens de Seguros, Fiat Finanças, Fiat Revi, Fiat Services, Fundação Fiat, Isvor (Instituto de Desenvolvimento Organizacional do Grupo Fiat), Casa Fiat de Cultura, Fundação Torino, além da Fiat do Brasil. Presidente: Cledorvino Belini Para saber mais: www.grupofiat.com.br * Produção de veículos de passeio, comerciais leves, caminhões em todos os segmentos, micro-ônibus, máquinas agrícolas, máquinas de construção, fundidos, motores, câmbios e componentes automotivos, automação industrial e projetos e serviços industriais

96

MUNDOFIAT

Empresa: Fiat Finanças

www.isvor.com.br Empresa: Isvor Instituto para o Desenvolvimento Organizacional

componentes Empresa: Banco CNH Capital

Empresa: Fiat Revi

www.magnetimarelli.com Empresa: Magneti Marelli Empresa: Banco Fidis

www.fptpowertrain.com Empresa: FPT – Powertrain Technologies (Mercosul)

www.teksid.com.br Empresa: Teksid do Brasil

cultura

Empresa: Fiat Services

assistência social

www.casafiatdecultura.com.br Empresa: Casa Fiat de Cultura

www.fundacaofiat.com.br Empresa: Fundação Fiat

MUNDOFIAT

97


memória

O primeiro carro a álcool do Brasil Há mais de 30 anos chegava ao mercado o Fiat 147, o primeiro veículo de série da indústria brasileira movido a etanol

Por frederico alberti

O

pioneirismo na utilização de força motriz a etanol rendeu à Fiat Automóveis o reconhecimento do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool em Minas Gerais (Siamig). Em agosto, a empresa recebeu o troféu João Camilo Penna, honraria do sindicato a pessoas e empresas que apóiam o setor sucroalcooleiro no Estado. Para homenagear a empresa, o sindicato voltou mais de 30 anos no tempo. Em julho de 1979, a Fiat lançou o modelo 147, o primeiro veículo produzido em série a utilizar o combustível no Brasil. Equipado com motor 1.300 cc, o au-

98

MUNDOFIAT

tomóvel teve aceitação imediata do consumidor, graças ao competitivo preço do álcool, à época 50% mais baixo que o da gasolina. O Fiat 147 também inovou o mercado brasileiro com tecnologias como o motor transversal dianteiro e com coluna articulada. O modelo foi produzido em Betim até 1987 e, ao todo, foram comercializadas quase 121 mil unidades. A criação dos carros a etanol foi o primeiro passo para a constituição dos propulsores flex, que equipam praticamente todos os atuais carros a passeios da fabricante no Brasil.


4

cATegoriA ProduTorA de moTores.

VotE FPt no Prêmio autodata

POWERING THE FUTURE.

s FPT investe e inaugura unidade Fire 2, em Betim (MG), para produção dos novos propulsores Fire EVO.

s T-Jet é eleito Motor do Ano 2010.

s FPT se consolida como maior produtora de motores e transmissões da América Latina.

s FPT inaugura, em Campo Largo (PR), a moderna fábrica de motores midsize E.torQ.

Extra! Extra! A FPT é A ProduTorA de moTores que mAis gerou boAs noTíciAs nos úlTimos meses.

s FPT lança primeiro motor flex para gerador de energia.

s Novos motores Cursor 13 para Iveco Stralis NR reúnem alta potência com o máximo de economia.

s FPT lança motor 100% movido a etanol para mercado agrícola.

s Motores FPT impulsionam duas categorias do Fiat Racing Festival.

s Família E.torQ vai equipar praticamente toda a linha Fiat 2011.

Acesse www.fptetorq.com.br/autodata e veja por que a FPT merece o seu voto.

RESPEITE A SINALIzAçãO dE TRâNSITO.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.