Revista Passo a Passo / SebraeMG

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Abril • Maio • 2010 • Ano XVI • Número 134

Design na fundição página 62

A contabilidade do sucesso página 36

Crescimento com moeda própria página 20

Leite com valor agregado página 42


Carta ao Leitor

Novo tempo de diálogo e cooperação

O SEBRAE-MG está em processo de renovação. Nos últimos três anos, concentrou esforços no desenvolvimento e apresentação de soluções inovadoras e eficazes para os pequenos negócios do Estado. Trata-se de trabalho complexo, que envolveu amplo planejamento, a elaboração do mapa estratégico, a estruturação de novas unidades e o incentivo à capacitação de equipes. O objetivo é a preparação dos empresários mineiros para um novo tempo, em que o diálogo e a cooperação são essenciais à consolidação das micro e pequenas empresas. O que há de mais inovador em estratégia empresarial já está à disposição dos empreendedores. Nesta edição, o SEBRAE-MG mostra como os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e os pequenos negócios mineiros podem ser levados à vanguarda da competitividade. No agronegócio, também há bons exemplos de projetos que modernizam a gestão das empresas rurais, ampliam o acesso a mercados e estimulam a promoção dos produtos. A matéria de capa destaca a diferença que o Educampo faz numa propriedade rural. Os resultados da pecuária leiteira servem de referência para que outros produtores tomem a decisão de também adotar técnicas de produção e gestão capazes de consolidar suas atividades. Em sintonia com o processo de renovação do SEBRAE-MG, a revista Passo a Passo adota atualizado projeto gráfico e editorial. Publicação tradicional da instituição, a revista mantém a proposta de levar informações de qualidade aos empreendedores e de valorizar o papel das micro e pequenas empresas na economia mineira. O maior número de páginas e a mudança de formato permitem a divulgação de mais casos de sucesso, a ampliação da cobertura de projetos e o aumento das sugestões de oportunidades de capacitação profissional. Dessa forma, o leitor pode percorrer caminhos capazes de aumentar sua competitividade empresarial e melhorar os resultados dos negócios. Boa leitura!

Roberto Simões Presidente do conselho Deliberativo do SEBRAE-MG 3


Expediente

Índice

Abril • Maio • 2010 • Ano XVI • Número 134

Design na fundição página 62

A contabilidade do sucesso página 36

Crescimento com moeda própria página 20

Passo a Passo é uma publicação do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (SEBRAE-MG). Registro no Cartório Jero Oliva nº 931. Conselho Deliberativo do SEBRAE-MG BB, BDMG, CDL-BH, CEF, Cetec Ciemg, Faemg, Fapemig, Fecomércio-MG, Federaminas, Fiemg, Indi, Ocemg, Sebrae e Sede

Leite com valor agregado página 42

Presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-MG: Roberto Simões Abril • Maio • 2010 • Ano XVI • Número 134

Superintendente: Afonso Maria Rocha Diretor Técnico: Luiz Márcio Haddad Pereira Santos

14 Pingue-Pongue: Marcelo Franco fala sobre oportunidades no

Diretor de Operações: Matheus Cotta de Carvalho

setor de bioenergia.

Conselho Editorial Albertino Corrêa, Aline de Freitas, Andréa Avelar, Luciana Patrícia Rezende da Silva, Carolina Xavier, Daniela Almeida Toccafondo, Danielle Fantini, Edelweiss Petrucelli, Victor Antônio de Almeida, Gustavo Moratori, Jefferson Ney Amaral, José Márcio Martins, Karinne Mendes, Léa Paula fonseca Ribeiro, Lilian Botelho, Március Marques Mendes, Maria Gorete Cordeiro Neves, Paulo César Barroso Veríssimo e Regina Vieira.

16 Mercado: B2ML Sistemas, de Itajubá, conquista o Oscar da excelência empresarial.

20 Economia: Chapada Gaúcha cria moeda própria como forma de estimular o comércio local.

Coordenação editorial: Lauro Diniz

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Jornalista responsável: Andréa Avelar

28 Conecte-se: Mídias sociais permitem relacionamento sustentável com clientes.

Gestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estratégica Editor Executivo e Chefe de Reportagem: Wagner Concha

36 Antes e Depois: Contabilistas de Uberlândia encaram

Colaboraram nesta edição: Ana Paula Soares, Bianca Alves, Carla Medeiros, Frederico Alberti e Juliana Garcia

mudança de postura e nova visão empresarial.

42 Agronegócio: Educampo Leite capacita produtores rurais, que

Projeto Gráfico e Diagramação: Carla Marin/ Jumbo

se tornam fornecedores de grandes empresas.

Fotografia - capa: Gustavo Black

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Ilustrações: Lucas Costa Val/ Jumbo Impressão: Bigráfica

50 Entrevista: Matheus Cotta apresenta nova metodologia do SEBRAE-MG, baseada em competitividade e sustentabilidade.

54 Contra o Desperdício: Qualidade por Excelência diminui perdas em estabelecimentos de São João Del-Rei e Tiradentes.

Periodicidade Bimestral

62 Design: Metais de Minas orienta empresas de móveis e utensílios domésticos a investir em inovação e qualidade.

Tiragem: 15 mil exemplares Cartas para a redação passoapasso@sebraemg.com.br Endereço: Av. Barão Homem de Melo, 329 Nova Suíça – Belo Horizonte – Minas Gerais CEP: 30460-090 – Telefone: 0800-5700800 www.sebraemg.com.br 4

26 Empreendedorismo: Kapeh, de Três Pontas, investe em

cosméticos a base de café.

68 Empreendedor Individual: Empresário de Uberaba descobre nova pimenta e incentiva agricultura familiar. 68 abr•mai•2010

74 Perfil: Famosa pelo artesanato e cafeicultura, macrorregião Leste é berço de artistas e políticos.

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Notas Foto: Alessandro Carvalho

Notas Campeões

Desafio SEBRAE Já estão abertas as inscrições para o Desafio SEBRAE 2010. Estudantes de todo o país podem participar da competição, um jogo virtual que simula o dia a dia de uma empresa e testa a capacidade dos alunos em administrar um negócio. O objetivo é disseminar a cultura empreendedora e conceitos de competitividade, trabalho em equipe e ética empresarial. Cada equipe deve ter entre três e cinco participantes, sendo todos do mesmo Estado brasileiro. Os estudantes das equipes vencedoras em cada Estado receberão um troféu e a participação gratuita em um curso oferecido pelo SEBRAE.

Pelo terceiro ano consecutivo alunos da ETFG-BH vencem o desafio internacional de empreendedorismo, o Global Business Challenge. Três estudantes fizeram parte das equipes que conquistaram os três primeiro lugares na competição. Os alunos integraram o grupo de sete mineiros que concorreram com mais de 73 jovens de 13 países, entre os dias 22 a 24 de março, em Nova York.

Vencedores 1º - Matheus Vaz de Melo Gomes 2º - Erica Yuri Ioshiwara 3º - Gabriel Chagas Brasil

Feira do Empreendedor 2010 A sétima edição da Feira do Empreendedor será realizada entre os dias 31 de agosto e 5 de setembro no Expominas, em Belo Horizonte. O evento estimula o empreendedorismo e oferece ideias de negócios e orientação gerencial. A programação abrange palestras, rodadas de negócios, consultorias, clínicas tecnológicas, empresas simuladas, mostra de franquias, oficinas de artesanato, ati-

Outros participantes da ETFG: Cristiano Carvalho Lacerda Isadora Valle Souza Raquel Siqueira da Silva Rodrigo Dias Ferreira

vidades culturais e missões empresariais. A feira, que deve atrair mais de 100 mil pessoas este ano, também sediará o Encontro Mineiro de Negócios em Artesanato, a Feira de Oportunidade de Mercado e o Encontro do Jovem Empreendedor. A edição de 2008 recebeu mais de 60 mil visitantes, promoveu 762 palestras, seminários e oficinais (foram mais de 26 mil pessoas capacitadas), além de ter gerado uma expectativa de negócios da ordem de R$ 121 milhões.

Foto: Divulgação

Mais informações: www.desafio.sebrae.com.br.

Consultorias noturnas O SEBRAE-MG oferece consultorias gratuitas sobre marketing e finanças em horário diferenciado. A partir do dia 22 de março até 30 de abril os interessados em abrir ou melhorar a gestão do negócio também poderão esclarecer dúvidas das 20h às 22h, no site www.sebraemg.com.br. Para participar, o interessado deve acessar o site do SEBRAEMG, clicar nas consultorias online, selecionar o tema desejado e se cadastrar. Cada assunto tem horário e dia estabelecidos. Nas salas de bate-papo o especialista pode atender até cinco participantes.

Programação: • Consultorias de Marketing: 12, 15 e 20 de abril. • Consultorias Finanças: 5 a 9 de abril; 13, 14, 16, 19, 24 de abril; e 26 a 30 de abril. 6

Encontro de Negócios do Brasil Central 2010 O Center Convention de Uberlândia recebe entre os dias 08 e 10 de junho o Encontro de Negócios do Brasil Central 2010. Realizado em parceria com a prefeitura da cidade, o evento vai oferecer diversas atividades, como Fomenta Minas, Cine Sebrae, palestras, orientação empresarial, clínica tecnológica, consultorias de gestão, seminários e mostra de artesanato. O encontro também promoverá a 12ª Rodada de Negócios do Brasil Central. abr•mai•2010

Programação Estadual em 2010 06 a 9 de abril - Uberaba 27 a 29 de abril - Governador Valadares 04 a 06 de maio - Pouso Alegre 08 a 10 de junho - Muriaé 16 a 18 de junho - Conselheiro Lafaiete 05 a 07 de outubro - Itaúna 11 a 13 de outubro - Montes Claros

Meu Primeiro Negócio Dedicado a orientar potenciais empreendedores e empresários iniciais, o Meu Primeiro Negócio já tem seu cronograma definido para 2010. A primeira cidade a receber o evento é Uberaba. Na sequência serão Governador Valadares, Pouso Alegre, Muriaé, Conselheiro Lafaiete, Itaúna e Montes Claros. Em 2009 o evento passou por seis cidades, recebeu mais de 16 mil visitantes, promoveu 784 atividades e capacitou mais de 20 mil pessoas.

Mais informações: www.sebraemg. com.br/meuprimeironegocio. 7


Notas

Notas Lei Geral da Micro e Pequena Empresa

Sociedades de Garantia de Crédito As Sociedades de Garantia de Crédito (SGC) são entidades empresariais e mutualistas que têm como objetivo principal oferecer garantias complementares para as empresas associadas que pleiteiam financiamentos junto aos agentes financeiros onde estão localizadas. Em Minas Gerais, esse mecanismo facilitador para o acesso ao crédito está em fase de implantação em quatro regiões: Leste (Governador Valadares, Teófilo Otoni e Vale do Aço), Sul (Monte Sião, Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre), Alto Paranaíba (Araxá, Patos de Minas e Patrocínio) e em

Belo Horizonte. A Garantia dos Vales, SGC do Leste do Estado, iniciará suas atividades até maio deste ano. As SGC do Sul e do Alto Paranaíba também serão inauguradas ainda no primeiro semestre. Estima-se que mais de 300 empresas sejam atendidas no primeiro ano de atividade. Com o aumento do poder de barganha junto aos agentes financeiros, as micro e pequenas empresas associadas às SGC terão redução dos custos e melhoria do acesso ao crédito.

Mais informações: www.sebrae.com.br/customizado/uasf/sistemas-de-garantias/sociedade-de-garantia-de-credito

O mais recente levantamento sobre a regulamentação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa em Minas Gerais aponta que 60 municípios mineiros já implementaram a lei e 13 implantaram o decreto de Compras, totalizando 73 localidades. Muriaé, na Zona da Mata, é o único município do Estado que implantou a lei e o decreto, enquanto Itaúna inaugurou no ano passado a Sala do Empreendedor, um espaço para orientar empresários e empreendedores sobre abertura de empresas.

Mais informações: www.leigeral.com.br.

Prêmio Sebrae de Jornalismo A premiação dos vencedores da segunda edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo está prevista para o dia 1º de junho, em Brasília. Ao todo são R$ 93,5 mil em prêmios. Participam 875 jornalistas de todas as regiões do país. Oferecido pelo Sebrae em parceria com a Revista Imprensa, o prêmio busca reconhecer e valorizar trabalhos jornalísticos que tratam dos micro e pequenos negócios.

1 milhão de empreendedores individuais A meta de um milhão de empreendedores formalizados como Empreendedor Individual até o final de 2010 será facilmente alcançada. A avaliação é do ministro da Previdência, José Pimentel, a partir de balanço realizado no dia 23 de março que teve a participação de representantes do Ministério da Indústria e Comércio Exterior e de órgãos e instituições envolvidos no processo, como o Sebrae. Em vigor desde julho de 2009 no Distrito Federal e em mais oito Estados, o acesso ao cadastramento foi ampliado para todo o país.

Salão do Móvel de Milão Vencedor do 1º Prêmio Sebrae Minas Design de 2008, o designer Sérgio Matos participa em abril da Feira de Móveis de Milão, na Itália, considerado o maior evento de design de móveis do mundo. Sérgio exibirá o banco Ianomâmi em um espaço dedicado a produtos desenvolvidos por jovens designers. O Salão do Móvel reúne 1,5 mil expositores de todo o mundo em uma área de 200 mil metros quadrados. O prêmio integra o design ao universo das micro e pequenas empresas. Profissionais e estudantes podem competir ao inscrever produtos feitos a partir de matérias-primas características de polos industriais mineiros.

Mais informações: www.portaldoempreendedor.gov.br Paulo Okamotto, presidente do SEBRAE Nacional, e José Pimentel, ministro da Previdência, avaliam meta de formalização.

Mais informações: www.sebraemg.com.br/premiodesign. 8

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Consultoria

Consultoria

nota fiscal

eletrônica contempla micro

investimento

necessário

Seja criativo

para abrir uma empresa

Toda empresa precisa de algum tipo de investimento, seja recurso próprio ou de terceiros – financiamentos e empréstimos familiares, por exemplo. Segundo o analista de Atendimento do SEBRAE-MG, Arnou dos Santos, é preciso fazer um levantamento de todas as contas em função do ramo de atividade. O primeiro passo é projetar os investimentos fixos (compra de equipamentos, móveis, utensílios, imóveis, entre outros). Determine custos para compras de mercadorias do estoque inicial em função da projeção de vendas e avalie a necessidade de capital de giro. Levante os desembolsos para legalização do negócio junto a entidades federais, estaduais e municipais e demais investimentos pré-operacionais. Avalie se você conta com recurso próprio suficiente para o desenvolvimento do projeto e quais são as fontes de recursos de terceiros que poderá utilizar. Por fim, elabore um plano de negócio, coloque seu empreendimento no papel. Isso permitirá analisar a viabilidade do negócio. Se necessário, revise e faça os ajustes necessários. 10

e conquiste mais

clientes

A nota fiscal eletrônica (NF-e) foi criada em 2005 e é um documento emitido e armazenado eletronicamente, de existência apenas digital. Ela tem validade jurídica garantida pela assinatura digital do emitente e autorização de uso pela administração tributária. Para emissão da NF-e o contribuinte deverá solicitar seu credenciamento no Estado, sendo condição obrigatória a utilização de sistema eletrônico de processamento de dados. A transmissão do arquivo digital da NF-e deverá ser efetuada via internet, por meio de protocolo de segurança ou criptografia, com utilização de software desenvolvido ou adquirido pelo contribuinte ou disponibilizado pela administração tributária. Para saber se está obrigado a emitir NF-e, o contribuinte deverá consultar o site da Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais: http:// portalnfe.fazenda.mg.gov.br/. Consulte também os protocolos ICMS 10/2007 e 42/2009. O analista do SEBRAE-MG, Sebastião Moreira, lembra que o porte do estabelecimento não é levado em conta na determinação da obrigatoriedade de emissão de NF-e.

Esta é uma das etapas mais importantes da elaboração de um plano estratégico, pois sem clientes não há negócios. Com poucos clientes, a empresa não atinge os resultados esperados. De acordo com Beatriz de Carvalho, analista de Atendimento do SEBRAE-MG, os clientes não compram apenas produtos, mas soluções para algo que precisam ou desejam. Identifique essas soluções, conheça melhor seus clientes com ferramentas como a Bússola Sebrae (www.bussola. sebrae.com.br) e defina a melhor estratégia de divulgação de seus produtos ou serviços – propaganda em rádio, jornal, amostras grátis, catálogos, participação em eventos etc. Lembre-se que toda forma de divulgação implica custos. Leve em conta também o retorno que essa estratégia trará, seja na imagem do negócio, no aumento do número de clientes ou no acréscimo de receita da empresa. Há várias formas de divulgação. Seja criativo e encontre a melhor maneira, sempre observando o que seus concorrentes fazem. abr•mai•2010

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Livros

Livros ETFG – 15 anos

A publicação faz parte das comemorações dos 15 anos da Escola Técnica de Formação Gerencial (ETFG). Por se tratar de uma escola pioneira, o livro registra a evolução do empreendimento, bem como os seus resultados. A partir da pesquisa, a história da escola é contada por meio de documentos, fotos e depoimentos dos fundadores e responsáveis pela administração da ETFG nesse período. Também participaram professores, pessoas importantes para a instituição e alunos que por lá passaram e que hoje são empresários bem-sucedidos, confirmando o acerto da iniciativa do SEBRAE-MG ao investir na formação de empreendedores.

PII na UFMG

A Gastronomia no Vale – Alecrim / Bonfim / Capivari / Mendanha

Gastronomia no Vale é um precioso registro das tradições de Alecrim, Bonfim, Capivari e Medanha. Coordenado pela arte-educadora Maria Sônia Madureira de Pinho, são quatro livros, resultado de seis meses de pesquisas com mulheres dessas comunidades, que revelaram elementos da gastronomia e da cultura locais. Se uma erva é usada para temperar uma carne, ela também é associada a rezas, bênçãos e limpeza da alma. As publicações permitirão, ainda, ampliar os atrativos e roteiros turísticos, potencializando o desenvolvimento econômico das localidades.

Catálogo Artesanato – Madeira / Têxtil / Fibras / Minerais

O livro reúne 20 projetos científicos de base tecnológica desenvolvidos nos laboratórios da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que foram selecionados pelo Programa de Incentivo à Inovação (PII). Iniciativa da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sectes) e do SEBRAE-MG, o programa apoia pesquisas científicas desenvolvidas no Estado com potencial de serem transferidas para o mercado. Com tiragem de 3 mil exemplares, a publicação será distribuída entre potenciais investidores para captação de recursos. Os projetos da UFMG compreendem as áreas de química, farmácia, bioengenharia, mecânica, eletrônica, nanotecnologia e computação.

Toda a riqueza da produção artesanal de Minas Gerais pode ser conferida nos quatro livros que integram a coleção Catálogos de Artesanato. Cada publicação aborda uma tipologia (Fibras, Madeira, Minerais e Têxtil), com a seleção de alguns dos melhores artesãos de todas as regiões do Estado. Em português e em inglês, os livros trazem informações sobre produtos e artesãos mineiros, com o objetivo de divulgar o artesanato do Estado para o Brasil e o mundo. As publicações também são ferramenta preciosa para lojistas, decoradores e arquitetos. A coleção faz parte do Programa SEBRAE de Artesanato (PSA), que inclui ações de capacitação gerencial, técnica (design e estudo de matériasprimas diferenciadas), bem como apoio para a inserção dos produtos nos mercados nacional e internacional.

Paraopeba – História e Sabor

História e Sabor Paraopeba | Minas Gerais

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Paraopeba é um exemplo de empreendedorismo, por ter a primeira fábrica de tecidos de Minas Gerais instalada em pleno sertão e ainda no século XIX. A cidade posteriormente dedicou-se à agropecuária e cresceu de forma rápida. A boa música e a culinária também acompanharam essa expansão. Paraopeba – História e Sabor é o registro das tradições, gentilezas, saberes e prazeres do município, maior produtor nacional de quiabo. A publicação é resultado do empenho de donas de casas, empresários locais e produtores de quiabo, hortaliça de origem africana, que encontrou no município perfeita condição para se desenvolver.

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Pingue-pongue

Pingue-pongue

Por Ana Paula Soares Foto: Giovanni Fonseca/ Sectes

Marcelo Franco

Produção de

bioenergia gera negócios Cadeia produtiva de fonte energética limpa e renovável pode ter a participação de pequenos empresários como fornecedores de matériaprima para empresas responsáveis pela conversão de resíduos em energia

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produção e utilização de energia renovável tornaramse um dos maiores desafios do novo século. Uma das fontes energéticas alternativas que vêm sendo desenvolvidas por pesquisadores é a bioenergia, que possibilita transformar resíduos agropecuários ou urbanos em energia. A partir dessa tendência focada na sustentabilidade, os pequenos empresários podem desenvolver um importante papel na cadeia produtiva da bioenergia, informa o coordenador do Programa de Energia do Governo de Minas, Marcelo Franco, da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (Sectes). Engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Viçosa, com mestrado para áreas de Solos e Nutrição de Plantas, e MBA em Negociação Agrícola, Marcelo ocupou recentemente o cargo de Secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) e ressalta, nesta entrevista, que os micro e pequenos empreendedores têm a oportunidade de se tornarem fornecedores de matéria-prima para grandes empresas, que transformarão os insumos em energia limpa e renovável.

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O que é a bioenergia? A bioenergia é a energia advinda do aproveitamento da biomassa, que tem papel destacado com o fornecimento de 28% de toda a energia consumida no país. A produção de energia a partir da biomassa vem emergindo como uma alternativa para o enfrentamento das questões associadas ao aumento da demanda por bases sustentáveis e para a redução dos impactos ambientais. Com o uso da bioenergia, esses problemas são praticamente eliminados, pois a biomassa utilizada como matériaprima representa um grande reservatório renovável de energia solar. Qual é a principal vantagem da bioenergia? É ser uma energia limpa e renovável, com grande potencial de crescimento econômico. Outra grande vantagem é que a bioenergia possibilita a conversão de resíduos agropecuários ou urbanos em energia aproveitável. A possibilidade desse aproveitamento permite que os resíduos se transformem em insumos (ou coprodutos), contribuindo para a sustentabilidade econômica da cadeia produtiva da bioenergia. De que maneira as micro e pequenas empresas podem se beneficiar dessa tecnologia? A grande oportunidade de negócio para as micro e pequenas empresas na área da bioenergia está exatamente no fato de ela ser renovável, ou seja, uma energia que pode ser produzida continuamente. É esse processo que possibilita a participação dos empresários. Posso dizer que a bioenergia permite que o empre-

endedor a use de forma independente. É produzir e consumir. Essa é a grande oportunidade de negócio para o empresário, porque ele pode gerar energia e utilizá-la sem muito investimento.

O senhor pode citar exemplos de como um pequeno empresário pode criar oportunidades de negócio com bioenergia? O pequeno empresário pode atuar na cadeia produtiva agrícola, como produtor e empresário. Na cadeia agroindustrial, no processamento da matéria-prima e de seus coprodutos com destaque para unidades produtoras de etanol, de biodiesel e de rações. E na cadeia industrial, como fornecedor de matéria-prima para grandes conglomerados, a exemplo das indústrias siderúrgicas, papel e celulose, e grandes empresas produtoras de etanol. Qual o maior desafio nessa área? É a conscientização da sociedade de que a bioenergia não é um substituto para as fontes tradicionais de energia, mas um complemento. Isso pode representar uma série enorme de oportunidades como perspectivas de novos conhecimentos, geração de emprego e redução dos problemas ambientais. Como os coprodutos são gerados e qual é a sua utilização? Os coprodutos são originados do processo produtivo e do uso do biocombustível advindo da biomassa. O uso da energia proveniente da biomassa é uma atividade que pode ser menos centralizada e mais intensiva em mão de obra. Os quatro setores mais

importantes da bioenergia são biodiesel, etanol, biogás e carvão vegetal, sendo todos praticamente isentos de enxofre e com um único objetivo: melhor aproveitamento e contribuição para a sustentabilidade dessas cadeias. A glicerina, usada em sabonetes, é o principal coproduto do biodiesel, que atualmente tem sido tema de muitas pesquisas que visam ao desenvolvimento de novos produtos e mercados capazes de absorver os grandes volumes gerados nas indústrias. O etanol gera o bagaço de cana e a vinhaça. O bagaço é aproveitado na própria usina para produção de vapor e eletricidade, enquanto a vinhaça tem o uso difundido na prática de fertirrigação. Já o biogás é uma mistura de gases normalmente gerados em aterros sanitários e em alguns processos utilizados para tratamento de esgoto doméstico. O esterco de animais também pode ser utilizado para produzir biogás e fertilizante de excelente qualidade. O carvão vegetal, por sua vez, produz um líquido durante a transformação da madeira em carvão. Esse líquido possui várias aplicações, entre elas está o uso como fertilizante.

Qual o papel relevante dos coprodutos? O reaproveitamento dos cooprodutos auxilia na redução dos impactos ambientais. Em Belo Horizonte há dois laboratóriosâncoras da Rede de Controle de Biocombustíveis – na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e na Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) – que realizam pesquisas em biocombustíveis. 15


Mercado

Mercado

Parceria

Jovens empreendedores criam a B2ML Sistemas, de Itajubá, que cresce a cada ano e já possui filial em Campinas (SP). Empresa conquistou etapa estadual do MPE Brasil 2009, o Oscar da excelência empresarial

premiada

Por Juliana Garcia Fotos: Divulgação Sócios da B2ML na entrega do Prêmio MPE Brasil 2009

H

á quatro anos, ainda cursando a faculdade de Engenharia da Computação na Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Bernardo Vasconcelos de Carvalho decidiu abrir o próprio negócio. Ao lado de quatro amigos (três engenheiros e um administrador), Bernardo pesquisou carências no mercado e percebeu que havia poucas soluções na plataforma Java, uma linguagem de programação que permite o desenvolvimento de aplicativos. “Não sei bem quando tivemos a primeira ideia de empreender, mas sei que desde o começo da nossa amizade brincávamos com a possibilidade de abrirmos uma empresa de software”, lembra Bernardo. “Hoje contamos com mais de 30 colaboradores, um faturamento considerável e um crescimento sempre na faixa de 100% ao ano”, orgulha-se. 16

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Mercado

Mercado Expansão A fábrica de softwares da B2ML tem por objetivo atender à demanda do mercado por sistemas confiáveis e eficientes de tecnologia da informação (TI). Prova da visibilidade nacional foi a inauguração da primeira filial da empresa, em Campinas (SP), importante centro nacional de tecnologia. Dois sócios, Leandro Morais e Allan Mobley, se mudaram para a cidade para gerenciar a nova estrutura. “Percebemos que 35% de nossos clientes eram do Estado de São Paulo e por isso resolve-

mos ampliar nossa atuação na região”, explica Bernardo. Os profissionais envolvidos estão comprometidos em oferecer a seus clientes as melhores práticas e processos de desenvolvimento de softwares existentes. Os proprietários não se deixam intimidar pelo amplo mercado e também não se iludem com o rápido crescimento da empresa. “Para mim e todos da B2ML, é uma satisfação muito grande ver o nosso trabalho sendo valorizado e reconhecido, um sinal de que estamos no caminho certo”, diz Leandro Morais, um dos

sócios. “Porém, temos a convicção de que ainda podemos fazer muito mais. É essa superação que buscamos todos os dias.” Elaine de Fátima Rezende, técnica do SEBRAE-MG em Itajubá, explica que um dos objetivos da instituição é contribuir para o desenvolvimento tecnológico das empresas de Tecnologia da Informação do município. “Para este ano teremos uma série de ações como missões técnicas, rodadas de negócios e projeto Sebraetec, focados em design e inovação tecnológica para esse setor”, diz.

saibamais Oscar empresarial A B2ML oferece uma gama de serviços na administração, suporte e manutenção de sistemas corporativos. Também implanta e desenvolve soluções para computadores pessoais, internet e intranet A B2ML Sistemas é graduada pela Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itajubá (INCIT) e conta com uma equipe multidisciplinar, com profissionais de destaque que procuram qualificar-se cada vez mais. Antes de abrir a própria empresa, Bernardo participou de vários cursos oferecidos pelo SEBRAE-MG, como o Iniciando um Pequeno Grande Negócio, Aprender a Empreender e Como Vender Mais e Melhor. “Esses cursos nos ajudaram a montar o plano de negócios da empresa. No ano passado eu e meu sócio Leandro também fizemos o Empretec, que serviu para criar novas atitudes dentro da empresa”, completa. Outras parcerias foram fundamentais para a criação e para o crescimento da B2ML. A empresa teve apoio da INCIT, da Universidade Federal de Itajubá, da Prefeitura Municipal e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Os produtos desenvolvidos pela B2ML são feitos para funcionar em qualquer plataforma disponível no mercado, seja ela Windows, Unix, MacS, Linux ou BSDs. “Buscamos soluções que se adaptam às necessidades 18

de nossos clientes”, afirma Bernardo. A B2ML oferece uma gama de serviços na administração, suporte e manutenção de sistemas corporativos, além de implantar, desenvolver e manter soluções completas para computadores pessoais, internet e intranet – desde um site comum até sistemas complexos de informação. A B2ML possui uma equipe de pessoas graduadas e pós-graduadas em Ciência da Computação, Engenharia da Computação, Engenharia de Produção e Administração. Os diretores também se dispuseram a fazer cursos de gestão e marketing, para clarear a visão empresarial e empreendedora. “Visualizamos novos mercados, acertamos as engrenagens da nossa gestão e nos tornamos uma empresa muito melhor”, reflete Bernardo. O reconhecimento pelo esforço dos sócios logo apareceu. Em 2008, segundo ano de atuação da empresa no mercado, a revista INFO Exame elegeu os aplicativos produzidos pela B2ML como o melhor do Brasil em sua área e a revista Pequenas Empresas Grandes Negócios não economizou elogios aos serviços prestados pela empresa. abr•mai•2010

A B2ML foi a vencedora da 14ª edição do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas – MPE Brasil. Promovido pelo SEBRAE, o prêmio é considerado o Oscar da excelência empresarial e reuniu 1.558 empresas do Estado. A iniciativa reconhece o compromisso das micro e pequenas empresas com a qualidade dos produtos e serviços oferecidos ao consumidor, o aprimoramento das relações com seus diversos públicos e com o desenvolvimento sustentável. Para os diretores da B2ML, a vitória trouxe satisfação e ânimo para continuarem investindo no sucesso da empresa. “A premiação veio coroar nossa busca pela excelência na gestão do nosso empreendimento”, descreve Bernardo de Carvalho. O diretor superintendente do SEBRAE-MG, Afonso Maria Rocha, ressalta a importância do MPE Brasil como estímulo para que as pequenas empresas invistam em qualidade, produtividade e competitividade. “Os vencedores devem se sentir privilegiados, já que a cada ano a disputa é mais acirrada.”

O que a B2ML oferece B2MLportal: Sistema de Gerenciamento de Conteúdos (SGC) para Internet. B2MLvarejo: Ferramenta de gestão empresarial destinada ao mercado varejista. Empreenda!: Ferramenta que permite ao empresário a avaliação de um novo empreendimento sob vários pontos de vista, tornando mais segura a tarefa de iniciar um novo negócio. e-mercado: Serviço que oferece a terceirização do setor de aquisição de materiais de grupos de empresas do mesmo segmento.

Web de Resultado: Serviço de tecnologia, gestão, logística e marketing em comércio eletrônico. Fábrica de softwares: Atendimento à demanda por sistemas confiáveis e eficientes. Outsourcing: Serviço que oferece infraestrutura de TI para que empresas possam disponibilizar na Internet informações relevantes a sua cadeia corporativa.

Prêmios

2006: Prêmio Empresa do Ano 2007: Prêmio Empresa do Ano 2008: Escolha Info Exame (software Empreenda!) 2009: Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas 19


Economia

Economia

Moeda própria

na estratégia do crescimento População de Chapada Gaúcha cria seu próprio dinheiro como forma de estimular a economia local. Ação se espalha pelo Brasil e tem o aval do Banco Central

Por Frederico Alberti Fotos: Gustavo Black

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Economia

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m quase todo o comércio da pequena Chapada Gaúcha, município de 11 mil habitantes, adesivos informam aos clientes que as compras podem ser pagas com Veredas. A curiosa opção de pagamento, que causa estranhamento aos turistas desavisados, é a nova aposta da comunidade chapadense para alavancar o desenvolvimento econômico local. Criada pela Agência de Desenvolvimento Integrado e Sustentável de Chapada Gaúcha (Adisc), em parceria com a Fundação Banco do Brasil e o Instituto Palmas e apoio do SEBRAE-MG, a Vereda é a primeira moeda social implementada em Minas Gerais. Ela foi instituída em julho de 2009 com o propósito de assegurar que o dinheiro de Chapada Gaúcha circule na própria cidade, já que seu uso é restrito aos moradores da localidade. A lógica do projeto é simples. “Sem comércio diversificado e agências bancárias, as pessoas precisavam se deslocar até os municípios vizinhos para buscar dinheiro e realizar suas compras. Com isso, havia escassez de recursos circulando em Chapada, o que enfraquecia o comércio e o desenvolvimento em geral”, explica o

Economia presidente da Adisc, Luciano dos Anjos da Silva. Com a adoção da moeda social, a Adisc pretende criar uma rede de consumo interna, que tende a se fortalecer à medida que as notas sejam difundidas e os empreendimentos locais cadastrados. “Para incentivar o uso das Veredas, o comércio dá descontos em torno de 8%. Mas, o maior incentivo é o comprometimento da população em optar pela nova moeda por saber que ela estimula o desenvolvimento da cidade, gerando trabalho, renda e benefícios para todos”, acrescenta Luciano. Com validade apenas no município, as Veredas são indexadas e lastreadas em reais. Significa que para cada Vereda emitida, um real é depositado no caixa do recém-instalado Banco Comunitário Chapadense, instituição que administra os recursos e funciona como correspondente do Banco do Brasil na cidade. Dessa forma, o cidadão pode efetuar a troca quando quiser, pois sempre haverá a quantidade equivalente de reais disponível. Atualmente há 30 mil Veredas em circulação e a meta é colocar mais 300 mil Chapada Gaúcha nos próximos anos.

Uso das Veredas oferece descontos de 8% no comércio local

Entretanto, o novo dinheiro ainda gera resistências. Simone Friedrich, proprietária de uma sorveteria, diz que aceita as Veredas porque sabe da importância para o comércio da cidade, mas que evita usá-las como troco. “A maioria das pessoas não aceita a moeda por causa da qualidade ruim do papel. Alguns têm medo que as notas se desfaçam e acabem ficando no prejuízo”, conta. A solução do problema, de acordo com Paulo Carneiro, gerente do banco chapadense, depende de o Banco Central do Brasil aceitar substituir as notas de papel comum por outras em papel-moeda, mais resistentes e duráveis. “Enquanto isso, as pessoas podem aceitar as Veredas sem medo. Se as notas estiverem muito velhas, é só passar aqui no banco que trocamos por outras novinhas”, sugere.

Primeira moeda social implementada em Minas Gerais, a Vereda tem uso restrito aos moradores de Chapada Gaúcha, assegurando que o dinheiro circule na própria cidade “Moeda social é uma iniciativa em prol do desenvolvimento”, diz o prefeito Mundinho

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Ações coordenadas A moeda social é apenas uma das iniciativas em prol do desenvolvimento de Chapada Gaúcha. Conforme explica o prefeito José Raimundo Gomes, conhecido como Mundinho, há várias forças da cidade atuando com o mesmo propósito. A cooperativa de agricultores familiares Coopsertão, por exemplo, tem ajudado os pequenos produtores a melhorar seus procedimentos e a ampliar a comercialização dos produtos. A Uneprec, recém-criada associação de empreendedores participantes do seminário Empretec, vai

disponibilizar linhas de créditos para os agricultores mecanizados e, em breve, o banco comunitário vai oferecer microcrédito produtivo para que pequenos comerciantes e agricultores possam investir na melhoria dos seus negócios.

Uneprec vai disponibilizar linhas de créditos para agricultores mecanizados. Banco comunitário oferecerá microcrédito produtivo para pequenos comerciantes “O município tem grande potencial em várias áreas: produção mecanizada de grãos, agricultura familiar, serviços e o turismo ecológico e cultural. O que nos falta é a capacitação para realizarmos os investimentos necessários. E nisso o SEBRAE-MG tem nos ajudado bastante”, afirma o prefeito. Além do apoio aos projetos da moeda social e das cooperativas de crédito, o SEBRAE-MG patrocina o Encontro dos Povos do Sertão Veredas, a principal celebração popular da região, realiza o seminário Empretec e oferece pelo menos cinco cursos de capacitação em gestão, turismo, agronegócios, finanças, cooperativismo e associativismo todos os anos. 23


Economia

Economia

Parque Grande Sertão Veredas O Empretec desperta nos participantes potencialidades e habilidades empreendedoras, com foco no lado comportamental. Supermercado de Rosana Gobira teve aumento de 30% nas vendas

Seminário transformador A empresária Rosana Gobira, proprietária de um supermercado em Chapada Gaúcha, registrou aumento de 30% no faturamento nos últimos meses. O crescimento nas vendas, segundo ela, se deve às melhorias físicas e operacionais que realizou no estabelecimento após ter participado do primeiro seminário Empretec na cidade, em setembro do ano passado. “Reformei a fachada, diversifiquei o mix de produtos e melhorei a gestão contábil e de recursos humanos, tudo graças às orientações e esclarecimentos do Empretec. Sou assídua participante dos cursos e eventos do SEBRAE-MG na cidade e posso assegurar que este é realmente transformador”, afirma a empresária. Outros 27 empresários de diversos setores da economia local participaram do seminário. “O Empretec tem por objetivo despertar nos participantes suas potencialidades e habilidades empreendedoras. Ele enfoca o lado comportamental, de forma a identificar os pontos fortes e fracos de cada um”, explica o instrutor do programa, Leandro Haddad. “Esse autoconhecimento ajuda o empresário a atuar diretamente naquilo que pode melhorar seus resultados, gerando mais trabalho, mais renda e mais riquezas para sua comunidade”, completa. Ao final do evento, os participantes criaram a Uneprec, União dos Empreendedores Participantes do Empretec. A associação vem atuando em parceria com a prefeitura e a Adisc na identificação e na elaboração de soluções para as demandas locais. Uma das ações em andamento é a criação de uma cooperativa de crédito – a exemplo da existente em São Roque de Minas – para estimular a produção mecanizada de grãos, uma das principais atividades econômicas do município. Na avaliação de Emerson Gonçalves, técnico do SEBRAE-MG em Unaí, a cooperativa de crédito será importante não só para Chapada Gaúcha, mas para outras localidades próximas. “A maioria dos municípios da região não tem qualquer tipo de instituição financeira, o que causa um entrave no desenvolvimento econômico”, afirma. “O papel da cooperativa vai ser justamente fomentar o acesso a crédito na região e estimular o desenvolvimento econômico.” 24

Ex-distrito de São Francisco, Chapada Gaúcha foi alçada à condição de município em dezembro de 1995. Vinte anos antes, a região havia sido ocupada por agricultores do Rio Grande do Sul, graças a um projeto federal que buscava transferir o conhecimento agrário dos gaúchos para o norte de Minas. Atualmente a cidade conta com uma população de 11 mil pessoas, sendo 60% rural e 40% urbana – um terço é formado por imigrantes do sul e descendentes. O Produto Interno Bruto (PIB) gira em torno de R$ 45 milhões, segundo o IBGE. O setor de serviços responde por metade do PIB, seguido pela agropecuária. A soja é o principal produto agrícola, com 60% da produção. Em seguida vem a semente de capim, cuja produção cresce a cada ano. A pecuária também tem papel importante na economia, com destaque para a criação de boi e frango. No município, distante 850 quilômetros de Belo Horizonte, fica o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, o maior parque nacional de cerrado do Brasil, com 230 mil hectares de área. O nome do local é uma homenagem ao escritor João Guimarães Rosa, que ambientou nele uma das mais famosas e importantes obras da literatura brasileira.

Moedas sociais brasileiras

Com grande potencial turístico, o parque é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, mas ainda depende de autorização do Ibama para ser aberto à visitação pública.

Fotos: Paula Leão Ferreira

A primeira moeda social do Brasil foi criada no Ceará pelo Instituto Palmas, uma organização sem fins lucrativos que atua na difusão de práticas de economia solidária. Reconhecida pelo Banco Central, a iniciativa contribui para o desenvolvimento de pequenas cidades por meio da redistribuição dos recursos nas próprias comunidades. Atualmente há 51 moedas sociais no Brasil. O lastro dos bancos comunitários é de R$ 1,5 milhão. abr•mai•2010

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Empreendedorismo

Cosméticos diferenciados

Empreendedorismo

Ao apostar em óleos, hidratantes e sabonetes a base de café, a Kapeh, de Três Pontas, conquista reconhecimento internacional

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ideia inovadora de aplicar todo o potencial do café em cosméticos fez com que Vanessa Vilela Araújo se tornasse a única representante brasileira na final do Empretec Women in Business Award 2010. Ela concorre, em abril, ao prêmio de melhor caso de sucesso no empreendedorismo feminino. Formada em farmácia e bioquímica, Vanessa fez o curso direcionada ao sonho de ter uma empresa de cosméticos. Inspirada no tradicional cultivo de café de Três Pontas, ela dedicou-se a desvendar os possíveis benefícios do fruto na estética. Durante três anos constatou as ricas propriedades do café para a pele. “O café é extremamente antioxidante, revitalizante e energizante. Eu tive a certeza que uma linha de cosméticos, tendo como base o café, seria uma forma de agregar valor ao principal produto da economia da região”, ressalta. O município de Três Pontas é o maior produtor de café do país, enquanto o sul de Minas Gerais é responsável por grande parcela da produção estadual. Em meio à promissora novidade, Vanessa criou, em 2007, a marca de cosméticos Kapeh – café no idioma maia. A Kapeh oferece uma linha de produtos diferenciados, compostos de extrato de café certificado e cultivado de forma sustentável e rastreada. “Temos como princípio a responsabilidade social, oferecendo produtos que de alguma forma contribuam com a preservação

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ambiental e a valorização do ser humano”, explica. A marca possui mais de 180 pontos de venda espalhados pelo Brasil (metade deles em Minas Gerais), exporta seus produtos para países como Portugal e Holanda, e tem planos de expandir sua área de atuação para outros continentes. Os produtos podem ser encontrados em lojas, farmácias e drogarias, clínicas de estética, cafeterias e hotéis. Para aprimorar seus conhecimentos gerenciais, Vanessa participou do curso Empretec, do SEBRAE-MG. “Desenvolvemos um trabalho muito interessante de suporte, fomento e empreendedorismo”, lembra a empresária, destacando os ensi-

Por Carla Medeiros Foto: Gustavo Black

namentos que agora regem sua vida profissional: superar desafios, correr riscos calculados, planejar e estabelecer metas. “Devo toda a gestão da Kapeh ao Empretec, que lapidou o meu espírito empreendedor.” De acordo com Juliano Cornélio, técnico do SEBRAE-MG em Varginha, o Empretec despertou em Vanessa características empreendedoras e a capacidade de fazer planejamentos. “A Kapeh é um grande exemplo de empreendedorismo, tendo em vista a inovação aplicada no desenvolvimento dos produtos, promovendo a agregação de valor ao café e, sobretudo, descobrindo com este empreendimento o seu valor competitivo no segmento”, comenta.

saibamais Prêmio ao empreendedorismo Organizado pela Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento do Comércio (Unctad), o Empretec Women in Business Award 2010 acontece entre os dias 26 e 30 de abril em Genebra, na Suíça. O pré-requisito para competir é ter participado do Empretec, promovido nos países em desenvolvimento, que visa a motivar, formar e promover empreendedores. No Brasil, o programa é organizado e oferecido pelo SEBRAE, que também é responsável por indicar os candidatos por Estado. Antes da etapa internacional há as seleções estaduais, regionais e nacional. Das 27 concorrentes internacionais, dez foram classificadas para a final – dentre elas, Vanessa. “Estou na expectativa de trazer esse prêmio para o Brasil”, orgulha-se. 27


Conecte-se

Conecte-se

Como usar as mídias sociais 1) Monitore sua marca

Divulgação

Por Ana Paula Soares

a custo zero

2) Defina sua equipe

Escolha as pessoas que atuarão nas mídias sociais. Normalmente são profissionais de marketing ou comunicação que conhecem bem o negócio da empresa e podem representá-la nas novas mídias.

Mídias sociais permitem criar um relacionamento sustentável com clientes. Ferramentas também são utilizadas pelo SEBRAE-MG no rápido atendimento às dúvidas dos empreendedores

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ara quem considera Twitter, Orkut, Facebook e blogs coisas de adolescentes, vai uma outra visão: esse turbilhão de recursos oferecido pelas novas tecnologias pode ser uma boa alternativa de crescimento e lucro para as micro e pequenas empresas. Muitos aderem às ferramentas para uso pessoal, mas os empreendedores podem e devem utilizá-las para uso empresarial com eficiência e sem custo na interação com clientes, ampliação ou realização de vendas, agilidade no atendimento e na divulgação de informações como endereços, telefones e eventos. Segundo Gabriela Godoy, analista técnica da Unidade de Atendimento Individual ao Empreendedor do SEBRAE-MG, as empresas se beneficiam ao usar essas ferramentas, já que investir em novas tecnologias é uma estratégia para o crescimento do negócio. “São mídias gratuitas e de fácil acesso que dão a oportunidade de divulgar as empresas a custo zero e de criar um relacionamento sustentável com os clientes”, afirma. 28

“Muitos empresários mandam dúvidas via sites de relacionamento (Orkut e Facebook, por exemplo), blog e e-mail. Respondemos rapidamente, criando assim mais um canal de comunicação com as pessoas”, complementa. Um dos exemplos de interação foi o atendimento oferecido ao pintor Fernando José Amaral, de Belo Horizonte, que formalizou seu negócio após solicitar informações via Orkut. “É isso que nós queremos: ajudar pessoas e empresas por meio das mídias sociais, pois assim fica mais fácil atender ao cliente”, destaca a analista. Vale ressaltar que não bastam simplesmente esses canais de comunicação, pois o objetivo não é somente estar conectado com as pessoas, mas se comunicar e conhecer melhor os clientes pessoalmente. “O contato pessoal nos Pontos de Atendimento ainda é muito importante, pois o SEBRAE-MG saberá com mais detalhes as necessidades dos empreendedores”, lembra Gabriela. Para gerar novas oportunidades

O passo inicial é criar uma forma de monitoramento simples da sua marca. Procure saber o que estão falando sobre seu negócio nas mídias sociais. Dessa forma é possível compreender o status de sua marca na internet.

3) Defina sua linha de comunicação

por meio das mídias sociais, é importante que o empresário e seu negócio estejam conectados ao meio virtual. Para isso, uma dica prática é disponibilizar conteúdo em sites como Youtube, Yahoo! e Facebook. “O empresário pode gravar um vídeo dos produtos ou da loja e disseminar a empresa gratuitamente pela web”, exemplifica Daniela Toccafondo, responsável pelo Atendimento Virtual do SEBRAE-MG. Microblogs como o Twitter, que permitem o envio de mensagens de até 140 caracteres, também devem ser explorados, tendo em vista a rápida adesão dos internautas a esse tipo de mídia. Além disso, documentos e imagens podem ser armazenados em bibliotecas gratuitas como Slideshare e Scribd, que compartilham livros, arquivos e apresentações empresariais. “Com essas ferramentas, o empreendedor pode divulgar lançamentos, eventos, convites, newsletters, vagas, propagandas sazonais, promoções instantâneas e ainda captar o cadastro de novos clientes”, destaca Daniela. abr•mai•2010

Tenha cuidado ao definir a estratégia a ser usada nas mídias sociais. Escolha uma linguagem (formal ou informal) para ser utilizada sempre na comunicação, o público alvo, o tipo de abordagem (mais pessoal ou institucional), a periodicidade das mensagens e um tempo máximo para responder os usuários. Seja sempre transparente.

4) Crie seus canais sociais

Esteja presente onde estão seus clientes. Ou seja, se os usuários gastam grande parte do tempo visitando

canais sociais (Twitter, blog, YouTube etc.), esteja presente nesses locais, mas com uma preocupação: atualize o conteúdo e se relacione com os usuários.

5) Interaja com os usuários

Ao inserir seu negócio nas mídias sociais, é essencial interagir com os usuários. Dessa forma eles saberão que as opiniões deles são importantes para a empresa. Dê atenção especial aos usuários mais ativos, tanto os evangelizadores quanto os destruidores de marca.

6) Produza conteúdo

Gere conteúdo para estreitar a relação com os usuários, mantendo-os informados sobre as novidades do seu negócio. Assim eles saberão que o empreendimento é vivo e dinâmico. Replique o conteúdo nos canais sociais de acordo com a linha de comunicação adotada pela empresa.

7) Acompanhe o mercado e seus concorrentes Monitore os comentários sobre palavras-chave relacionadas a seu negócio. Essas informações podem resultar em importantes pesquisas e em oportunidades para identificar clientes potenciais.

Fonte: Computerworld

saibamais Fale com o SEBRAE-MG RSS (canal de notícias atualizadas diariamente): http://feeds.feedburner.com/sebraemg Orkut

(canal de relacionamento com a instituição e outras empresas): http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=9362811332860 321116&rl=t

Facebook

(canal de relacionamento com a instituição e outras empresas): http://www.facebook.com/sebrae.minas

Blog (publicações sobre abertura e gestão de empresas): http://sebraemgcomvoce.wordpress.com Twitter (microblog com novidades do SEBRAE-MG): http://twitter.com/SEBRAE_MG 29


Radar 1

Radar

Radar

O SEBRAE-MG divulgou no dia 17 de março os ganhadores do 6º Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor, realizado no Minascentro, em Belo Horizonte. Participaram 224 prefeituras do Estado.

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Fotos: Gláucia Rodrigues e Ronaldo Guimarães.

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1 Torcidas dos participantes na entrada do Minascentro 2 Os 32 finalistas do 6º Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor 3 Abertura da solenidade de entrega dos prêmios 4 Nilton dos Santos Coimbra, prefeito de Fanciscópolis, vencedor na categoria Caminhos para o Desenvolvimento 5 Maria do Carmo Lara, prefeita de Betim, 2ª colocada e vencedora nas categorias Compras Governamentais e Desburocratização 6 Paulo César Silva, prefeito de Poços de Caldas, 3º colocado

1 Agostinho da Silveira, vice-prefeito de Contagem, representando a prefeita Marília Campos, vencedora na categoria Educação Empreendedora 2 Wagner Figueiredo Dutra, prefeito de Miradouro, 1º colocado 3 Torcidas organizadas lotaram o auditório do Minascentro 4 Vladimir de Faria Azevedo, prefeito de Divinópolis, vencedor na categoria Médios e Grandes Municípios 5 Alexandre Berquó Dias, prefeito de Tupaciguara, menção honrosa pela criatividade empreendedora 6 Secretário municipal de Indústria, Comércio, Turismo e Serviços de Ituiutaba, representando Públio Chaves, vencedor na categoria Formalização

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Foi inaugurado no dia 23 de fevereiro o Núcleo de Empreendedorismo Juvenil do Plug Minas, resultado da parceria entre o SEBRAE-MG e o Governo do Estado. O núcleo vai oferecer curso técnico a alunos da rede pública.

Maior produtor nacional de leite e queijos, Minas Gerais recebeu, entre os dias 22 e 25 de março, o 11º Congresso Pan-Americano do Leite. O evento foi realizado no Minascentro, em Belo Horizonte.

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Fotos: Netun Lima

Fotos: Alessandro Carvalho

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1 A presidente do Servas, Andrea Neves 2 Alunos da ETFG-BH participam da cerimônia 3 Alunos da ETFG-BH e do Núcleo de Empreendedorismo do Plug Minas 4 O apresentador Dudu, da TV Alterosa, e o aluno Túlio Fernandes 5 O presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAEMG, Roberto Simões 6 O vice-governador Antônio Augusto Anastasia e o presidente do SEBRAE-MG, Roberto Simões, na cerimônia de inauguração

1 Abertura do 11º Congresso Pan-Americano do Leite 2 Roberto Simões, presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-MG e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) 3 Apresentação da Vesperata, de Diamantina, na programação do evento 4 Estande do SEBRAE-MG 5 / 6 Congresso reúne profissionais especializados, em BH

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Artigo

Como lidar com funcionários

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Por Tabatha Dutra* Foto: Divulgação Everis * Gerente responsável pela área de Recursos Humanos da consultoria multinacional everis Brasil.

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uando falamos sobre inovação, existe a tendência de ficarmos focados nos avanços tecnológicos ou na melhoria da produtividade. No entanto, a inovação traz consequências sociais, educacionais e trabalhistas. Encontramos uma amostra dessa tendência nos nativos digitais e nas mudanças que eles estão provocando no ambiente corporativo. Nativos digitais são pessoas que conhecem o uso das novas tecnologias. Geralmente, nasceram nos anos 90 e cresceram rodeados por computadores, internet, celulares. Porém, o termo engloba qualquer indivíduo que interage de forma natural com a tecnologia, independentemente da idade. Chama-se de imigrante digital às pessoas não educadas no ambiente tecnológico, mas que foram se adaptando, enquanto aquelas que não têm nenhuma intimidade com as novas tecnologias são analfabetas digitais. Como a grande maioria dos nativos digitais ainda está na faculdade ou no colégio, há um grande debate sobre os métodos e a forma de educação para esses estudantes, já que muitos dominam as novas ferramentas tecnológicas melhor que seus professores. O que acontecerá nos próximos anos quando esses estudantes entrarem no mercado de trabalho de forma massiva? As empresas estão preparadas para aproveitar o potencial desse novo tipo de profissional? Estão dispostas a realizar uma série de mudanças para se tornarem atraentes para esse novo funcionário? Nas empresas em que os nativos digitais já estão atuando, podem-se notar características diferentes: a percepção da privacidade mudou, pois em muitos casos a identidade pessoal está ligada à informação digital (uso de redes sociais); a forma como realizam seu aprendizado ou a sua formação é mais ágil e normalmente on-line, por isso não entendem o ambiente

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de trabalho sem ferramentas colaborativas (chat, p2p, blogs, fóruns, wikis); buscam e precisam de mais autonomia; e por último, possuem um sistema diferente de valores trabalhistas, com mais ênfase na colaboração e na inovação, mas, também, visando a uma maior capacidade de mobilidade. Muitas empresas ainda estão criando sua identidade corporativa na rede ou adaptando-se à chamada web 2.0. No entanto, não podem ficar limitadas a isso, já que devem enfrentar as mudanças, tanto em nível organizacional como no técnico para não ficarem ancoradas no passado e perderem competitividade. Sobre as mudanças no aspecto puramente tecnológico, as empresas devem se perguntar: considerando as ferramentas à disposição dos funcionários, faz sentido manter determinados serviços corporativos? Por exemplo, oferecer uma conta de email corporativo quando todos os colaboradores já possuem contas pessoais e estão totalmente identificados com elas. Se os empregados estão cada vez mais acostumados ao uso dos ambientes virtuais e das ferramentas colaborativas, por que não usá-los de forma efetiva, permitindo reduzir custos em reuniões e em cursos de formação? Se há trabalhadores já habituados ao uso de novos dispositivos móveis, não haveria a possibilidade de implantar soluções de mobilidade e de trabalho remoto? Se pensarmos no terreno organizacional, há que se adaptar a mentalidade e a filosofia corporativa: as empresas devem se posicionar mais como redes e menos como hierarquias para aproveitarem as melhores características desse novo trabalhador. As redes sociais passam a ter um papel fundamental na seleção de talentos e é nesse ambiente que devem se mostrar atraentes aos olhos dos novos trabalhadores. Deve-se adotar um modelo de “empresa 2.0”, criando um diálogo entre direção, trabalhadores e clientes. O objetivo é criar uma comunidade, na qual a empresa se apresenta a seus futuros funcionários e possíveis novos clientes. Considerando as mudanças educacionais e trabalhistas que os nativos digitais estão causando, as empresas têm que se atualizar e lutar para diminuir a defasagem que existe entre o uso das últimas tecnologias por parte dessa nova geração e o modo de trabalho mais tradicional, uma diferença que repercute na eficiência de todos. abr•mai•2010

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Antes e Depois Noé Gomes Neto

Por Carla Medeiros Fotos: Gustavo Black

Contadores

de sucesso Capacitação do SEBRAE-MG incentiva a mudança de postura e visão empresarial de contabilistas de Uberlândia

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e um escritório de contabilidade de fundo de garagem, com mobiliário ultrapassado, muitos clientes (mas pouca lucratividade e atendimento restrito), para um escritório com identidade, em bairro nobre, estrutura física moderna, demandas organizadas e eficientes, equilibrado número de clientes e serviços em assessoria, advocacia, consultoria, contabilidade e planos de negócios. Esses progressos são frutos da dedicação do contabilista Noé Gomes Neto, de Uberlândia, sócio da empresa Gomes Suporte Empresarial.

Noé Neto, da Gomes Suporte Empresarial, possui 86 clientes e não mais 170. A lucratividade aumentou, pois a dedicação resultou em proximidade, credibilidade e qualidade do serviço junto ao cliente.

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Com formação técnica em contabilidade, Noé começou cedo a seguir a profissão do pai. Porém, somente essa função não o satisfazia; ele procurava algum meio de expandir seus horizontes. Foi quando conheceu o SEBRAE-MG e participou do Contabilizando o Sucesso. “Logo no princípio percebi que era exatamente isso que estava procurando há um bom tempo”, lembra. Para o contabilista, o curso foi um grande aprendizado e uma experiência de vida que o permitiu ampliar sua atuação na área contábil. Para o empresário, o conteúdo do curso o incentivou a especializar-se cada vez mais, gerou oportunidades e profissionalmente o ajudou a desenvolver um método novo de trabalho. Ao perceber a necessidade de uma evolução, Noé propôs sociedade ao seu irmão André, formado em Direito. Assim, a Gomes Suporte Empresarial teve sua gestão completamente modificada, com foco voltado para a consultoria. “Começamos a ir atrás do cliente e não mais esperá-lo. Agora prestamos consultorias para abertura de empresas, instruímos os clientes na busca de informações sobre o novo empreendimento”, explica. 37


Antes e Depois Diógenes de Sousa

Após o curso, Noé Neto percebeu a necessidade de aprofundar e aprimorar seus conhecimentos. Graduou-se em Administração com ênfase em Finanças, fez pósgraduação e MBA (Master of Business Administration). Além disso, conclui, neste ano, o mestrado em Empreendedorismo. Junto ao seu irmão, Noé mudou a cultura do escritório, alcançando notáveis melhorias. Paralelamente, surgiram novos desafios. Os funcionários, por exemplo, reivindicaram melhorias salariais. Entretanto, o contabilista, naquele momento, não podia atender a solicitação. Esses contratempos quase arrefeceram os ânimos de Noé, mas com a eleição para Contabilista do Ano, um reconhecimento local, ele refez a trajetória. “Fiquei mais animado.” Após as dificuldades iniciais, agora Noé só contrata pessoas que realmente queiram trabalhar na área e todos os seus empregados – inclusive o office boy – cursam Ciências Contábeis ou Administração. O empresário também participou do programa Empretec, do SEBRAE-MG. Na época, abriu mão de um projeto de reforma do escritório para fazer o curso. “Tive a complementação da vivência do que queria aplicar na contabilidade com a veia do empreendedorismo”, revela Noé, que se destacou profissionalmente e é facilitador do Empretec em Uberlândia. Hoje, a Gomes Suporte Empresarial conta com 86 clientes e não mais 170. No entanto, a lucratividade aumentou, pois a dedicação se reverteu em proximidade, credibilidade e qualidade do serviço junto ao cliente. Com um público diferenciado, a empresa tem atendido às expectativas e necessidades dos irmãos. 38

A Ascert, de Diógenes de Sousa, tinha atendimento dedicado à contabilidade. Depois do Contabilizando o Sucesso, a empresa passou a oferecer auditoria e consultoria.

A trajetória profissional do contabilista Diógenes de Sousa, de Uberlândia, também deu um salto depois de participar do Contabilizando o Sucesso. Graduado em Ciências Contábeis, Diógenes tinha um escritório com atendimento dedicado à contabilidade. Após as orientações da capacitação, ele percebeu um novo futuro para sua empresa Ascert, que oferece, ainda, atendimentos de auditoria e consultoria. “O curso foi um marco na minha vida profissional, pois de lá pra cá as portas se abriram e o meu empenho também foi bem diferente. Otimizamos o trabalho por meio do conteúdo completo e direcionado, que possibilitou também uma visão ampla e empreendedora da atividade”, explica. Diógenes fez, ainda, duas pós-graduações e se insere cada vez mais no mercado e no meio contábil. Há dois anos é delegado do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRC), para Uberlândia. Na avaliação do empresário, o curso lhe mostrou a importância do empenho pessoal e da especialização profissional. De acordo com Fabiana Queiroz, técnica do SEBRAE-MG em Uberlândia, a principal importância do curso é incentivar uma mudança de postura e de visão, além de ampliar o papel do contabilista junto ao cliente. “Os profissionais deixam de ser um mero cumpridor de exigências do governo e passam a ser parceiros dos seus clientes”, destaca. abr•mai•2010

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Antes e Depois

Força associativa

Com a conclusão do Contabilizando o Sucesso, os contabilistas de Uberlândia formaram a Rede Integrar e o Núcleo Empreender de Contabilistas, para troca de experiências e discussão de ideias e legislações da área. A Rede Integrar surgiu pela parceria dos primeiros alunos do curso e hoje possui 37 contabilistas. Já o Núcleo Empreender foi criado em 2008, por meio do programa de mobilização Empreender, da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (ACIUB), e conta com 40 participantes. “Em pouco tempo de atividade, tornou-se um dos grupos mais expressivos e atuantes na ACIUB, comprovando, na prática, a força do associativismo”, afirma Rosalina Vilela, presidente da entidade.

Para Noé Neto, que atualmente é diretor do Sindicato dos Contabilistas de Uberlândia, o núcleo tornou os profissionais muito mais parceiros que concorrentes. “Temos uma rede de relacionamento via e-mail para troca de informações e discussão de dúvidas sobre assuntos comuns, com o objetivo de tornar tudo o mais claro e preciso”, diz. O Núcleo de Contabilistas lançou, em março, o Manual de Procedimentos, uma cartilha elaborada para facilitar o cotidiano contábil das empresas que atuam no setor. A cartilha será um instrumento para ajudar os contabilistas – assim como os empresários – a compreenderem melhor o universo das finanças e

dos trâmites burocráticos que os cercam. O conteúdo orienta procedimentos contábeis e fiscais e também a rotina administrativa. Com distribuição gratuita, a expectativa é que a publicação seja anual e acompanhe as mudanças tributárias do segmento. Na avaliação de Marlos Vinícius, gestor do programa Empreender em Uberlândia, o lançamento da cartilha coroa com êxito o empenho de dois anos de trabalho para melhorias do setor. “Aconteceram muitas ações significativas durante todo esse tempo, que alteraram a prática contábil. É o resultado do envolvimento e dedicação dos profissionais do setor em um esforço coletivo, exatamente como prevê o objetivo do Empreender.” Divulgação - ACIUB

Em Uberlândia, evento estimula a troca de experiências entre empreendedores

Antes e Depois

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Agronegócio

inovação e tecnologia

incrementam a produção do leite

Graças ao projeto Educampo, mais de 3 mil empresários rurais já modernizaram e melhoraram a produção em suas propriedades

Por Frederico Alberti Fotos: Gustavo Black e divulgação 42

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Agronegócio

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empresário rural Herbert Ferreira Rocha lembra sem saudades da época em que produzia 200 litros de leite diariamente na fazenda da família, de 57 hectares, em Alfenas. Era o início da década e seus procedimentos não levavam em consideração cuidados com a qualidade e a quantidade da produção. “O rebanho era formado por gado leiteiro e de corte, o manejo dos animais era totalmente inadequado e a ordenha ainda era no sistema balde ao pé ”, recorda.

Agronegócio O cenário mudou radicalmente a partir de 2004, quando o empresário decidiu abrir a porteira de sua fazenda para o Educampo, um projeto de capacitação gerencial e tecnológica desenvolvido pelo SEBRAE-MG com apoio da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Como os demais participantes do Educampo, o produtor passou a contar com o acompanhamento permanente de um técnico especializado, que avalia e sugere melhorias em todas as variáveis que envolvem qualidade, produção, rentabilidade e produtividade da fazenda, desde a escolha do adubo ao armazenamento do leite na propriedade. Os resultados impressionam. Nos seis anos de parceria com o SEBRAE-MG, a fazenda de Herbert, fornecedora da Danone, vem dobrando a produção ano a ano. Atualmente o rebanho de 64 vacas produz em torno de 1,2 mil litros de leite por dia e deve chegar a 2,5 mil até 2012. E os ganhos não foram apenas em volume. Nos três principais critérios que atestam a qualidade do leite – unidade formadora de colônia (UFC), contagem de células somáticas (CCS) e proteínas – o produto de Rocha supera, com folga, os índices exigidos pela legislação.

Ordenha mecanizada melhora produção

“Comparando com nosso trabalho antes da chegada do Educampo, fica claro que estamos em outro patamar. Com o auxílio dos profissionais do projeto, temos hoje controle total do processo”, avalia o fazendeiro, que nesse período substituiu o rebanho misto por uma raça de gado mais indicada à produção leiteira; alterou o manejo e a alimentação dos animais; implementou técnicas de inseminação artificial; passou a monitorar os indicadores zootécnicos e econômicos; e, mais recentemente, instalou uma ordenhadeira com fosso, equipamento que tecnifica e otimiza a ordenha das vacas.

Alfenas, Boa Esperança

“Estamos em outro patamar”, diz Herbert Rocha

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Fazenda de Herbert Rocha produz cerca de 1,2 mil litros de leite diariamente e deve alcançar 2,5 mil litros ainda em 2010

abr•mai•2010

Graças à organização e à modernização do trabalho, o produtor nem ao longe foi afetado pela crise econômica do ano passado e que atingiu em cheio a cadeia produtiva do leite. Pelo contrário: em 2009, Herbert Rocha saltou de 700 litros produzidos diariamente em janeiro para mil litros em dezembro, um crescimento superior a 40%. 45


Agronegócio A Agropecuária JM, de José Marcelo, contabiliza lucro entre 14% e 25%

Planejamento da produção A história se repete na Agropecuária JM, de Boa Esperança, onde o empresário José Marcelo Araújo produz leite desde 1961. Apesar de quase meio século de vivência no setor, o produtor recebeu o projeto Educampo de braços abertos em 2006, e diz não ter se arrependido. “Mesmo com 50 anos de experiência produzindo leite, a chegada do SEBRAE-MG trouxe novos conhecimentos que têm nos ajudado no controle mais efetivo do processo. Se antes nossas decisões eram todas baseadas no instinto, agora temos análises científicas, organização, planejamento e metas a cumprir”, explica. As melhorias são perceptíveis. A fazenda, que também fornece para a Danone, conseguiu reduzir os custos de mão de obra e de concentrado em relação à renda bruta de 14% para 9%, e de 48% para 36%, respectivamente. Em relação à qualidade do produto, os índices de proteínas, CCS e UFC estão dentro dos parâmetros da legislação. Sem falar que todos os 200 animais do rebanho foram certificados pela Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa como puro de origem, o que rendeu à fazenda a sexta colocação entre os melhores rebanhos do Estado. “Quando o Educampo chegou, produzíamos cerca de 800 litros por dia. Hoje nossa produção passa dos dois mil litros, em média, e almejamos chegar a cinco mil litros diários nos próximos anos”, anuncia José Marcelo. Com isso, a Agropecuária JM, que operava no vermelho até o fim de 2008, agora contabiliza uma remuneração do capital entre 14% e 25%. Em Abaeté, o empresário rural Ricardo Assis dos Santos também comemora os resultados da parceria com o Educampo, iniciada há cerca de dois anos. Na última década, Santos vinha produzindo em torno de 400 litros de leite por dia. Com o acompanhamento, a produção – toda fornecida para a Itambé – já subiu para mil litros e tende a melhorar ainda mais. “Percebo que o mercado do leite vem se tornando cada vez mais exigente. Se eu não tivesse o apoio do Educampo na modernização da gestão, do controle dos indicadores de qualidade e dos cuidados com o gado, provavelmente já não estaria mais atuando no setor”, comenta.

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José Marcelo Araújo atua há 50 anos no setor e produzia 800 litros por dia. Com o Educampo Leite, a produção saltou para 2 mil litros e poderá chegar a 5 mil litros diários nos próximos anos

Parceria com empresas O Educampo conta com o apoio de mais de 30 cooperativas e empresas de laticínios em todo o Estado. Elas participam ativamente do suporte técnico dado aos fazendeiros e, como forma de incentivo, oferecem benefícios aos associados. “Além de garantir a aquisição total da produção dos respectivos grupos, as empresas bonificam os produtores de acordo com a qualidade do leite. Quanto melhor forem os índices de UFC, CCS e proteínas, maior o valor pago por litro”, explica o consultor da Danone Roberto Costa. Os valores adicionais podem chegar a 20% do preço original.

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Agronegócio

Agronegócio

Melhoria contínua na produção leiteira

BH sedia congresso do leite

O Educampo é uma metodologia de gestão rural que contempla todos os aspectos do processo produtivo do leite. Aplicado desde 1996, o projeto já atendeu 3 mil produtores rurais em mais de 200 municípios mineiros.

Belo Horizonte sediou, entre os dias 22 e 25 de março, o maior evento lácteo da América Latina: o Congresso Pan-Americano do Leite. O encontro é organizado pela Federação Pan-Americana do Leite (Fepale) em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e tem apoio do SEBRAE-MG.

Técnicos especializados, geralmente profissionais das áreas de veterinária, agronomia e zootecnia, acompanham permanentemente a rotina das fazendas voltadas à produção leiteira oferecendo consultoria em todas as etapas do processo. Cada técnico coordena as ações em até dez propriedades de uma mesma região. Eles avaliam todos os critérios que envolvem a qualidade da produção, a rentabilidade e a produtividade das fazendas. Os dados são enviados para especialistas da Universidade Federal de Viçosa, responsáveis por analisar e sugerir os pontos a serem melhorados em cada propriedade.

Em sua 11ª edição, o congresso terá como foco quatro áreas temáticas: a produção primária, a industrialização de produtos, o mercado do leite e derivados e a realidade atual do consumo. O encontro será uma oportunidade para os profissionais do setor – importante segmento do agronegócio – debaterem e planejarem os rumos da cadeia leiteira na região.

De acordo com o coordenador do Educampo em Minas, Rogério Nunes Fernandes, as ações previstas para 2010 devem priorizar a melhoria de eficiência da mão de obra e a redução de gastos com concentrado, além de continuar estimulando e promovendo o incremento da produção média e da qualidade de leite das propriedades. “Aumentando o volume e a qualidade de leite produzido diariamente, melhorando a eficiência da mão de obra e reduzindo os gastos com concentrado, os custos fixos por litro serão reduzidos. Isso acarreta, consequentemente, o aumento da margem de lucro das fazendas”, explica.

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São esperadas cerca de 2,5 mil pessoas, entre compradores internacionais, exportadores, produtores, comerciantes e representantes de cooperativas e de entidades de pesquisa e apoio. “O cenário é ideal para promover as relações interpessoais, fortalecer os vínculos de amizade e cooperação entre a comunidade técnica e empresarial e, principalmente, para a atualização de conhecimentos”, enfatiza Vicente Nogueira, presidente da Fepale. Minas Gerais foi escolhida como sede por ser o maior produtor nacional de leite (cerca de 30% do total) e pela qualidade do trabalho de entidades públicas e privadas em pesquisa, fomento e modernização da produção e beneficiamento.

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Entrevista

Matheus Cotta de Carvalho

Posicionamento competitivo

e sustentável

Nova metodologia do SEBRAE-MG busca atender aos empresários coletivamente, estabelecendo ações com maior poder de mudança nos polos produtivos Por Bianca Alves Fotos: Gustavo Black

M

atheus Cotta de Carvalho é diretor de Operações do SEBRAE-MG e desde 2007 é um dos coordenadores do realinhamento estratégico da instituição. Um trabalho que teve como uma de suas definições abordar as empresas coletivamente, de maneira a mudar cenários e intervir concretamente no panorama econômico de Minas Gerais, trazendo mais competitividade e sustentabilidade aos pequenos negócios. O número de empresas reunidas em Arranjos Produtivos Locais (APLs) trabalhados pelo SEBRAE-MG é calculado por Matheus em mais de 6 mil em todo o Estado. É para elas que se dirigem as ações do Foco Competitivo, uma nova metodologia que, utilizando experiências vitoriosas no mundo, proporciona um novo posicionamento de negócio, mais competitividade e sustentabilidade às micro e pequenas empresas. 50

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Qual o objetivo do realinhamento estratégico que o SEBRAE-MG vive desde 2007? É focar todos os nossos esforços em busca de maior competitividade e sustentabilidade para os pequenos negócios do Estado. Para isso, foi necessário restabelecer toda a base de conhecimentos do SEBRAE-MG, inclusive por meio da integração a uma rede internacional de conhecimento. Qual é o fundamento básico dessa readequação? Duas palavras-chave nos orientam neste processo: competitividade, que é a capacidade das micro e pequenas empresas mineiras de ganharem maior participação nos mercados; e sustentabilidade, ou seja, que isso se dê de maneira sustentável no tempo – sustentabilidade econômica, social, ambiental e cultural. Hoje não basta ganhar mercado em curtíssimo prazo sem ser capaz de manter uma produção competitiva no tempo. Esse processo culminou em uma nova metodologia de abordagem das empresas – o Foco Competitivo. O que é e como ela é aplicada? O SEBRAE-MG tem, basicamente, duas formas de atendimento: coletivo, voltado para Arranjos Produtivos Locais (APLs), formados por empresas do mesmo segmento e com uma localização física pré-determinada; e individual, voltado para as necessidades de empreendedores que nos procuram individualmente. O Foco Competitivo foi criado para atender ao coletivo. É baseado na metodologia da empresa espanhola Competitiveness, com quem fizemos uma primeira experiência em Nova Serrana. É uma metodologia participativa, na qual os técnicos do SEBRAE-MG têm um papel decisivo. Eles levam um conjunto de conhecimentos que permite um diálogo com os empresários para definir o posicionamento estratégico daquele APL. Trata-se da definição do negócio com que vamos trabalhar, da maneira como vamos explorar as vantagens competitivas, que nos permitirá eleger um conjunto de ações com maior poder de mudança da realidade local. Em suma, saímos de uma realidade em que estávamos muito mais respondendo a uma demanda do empresário para uma ação que reflete um pensamento estratégico. 51


Entrevista Como funciona essa metodologia? Reuniões e estudos são feitos pelos técnicos do SEBRAE-MG para verificar o que está acontecendo com aquela indústria globalmente. Levantamos as grandes tendências que estão influenciando a indústria no mundo, no Brasil e em Minas Gerais, compreendendo as características da nossa realidade para distinguir aquilo que seria vantagem competitiva. Procuramos segmentar e descobrir negócios com potencial de desenvolvimento, definir forças que afetam aquele mercado e, a partir daí, saberemos em qual negócio temos maior capacidade de competir e melhorar a rentabilidade dos negócios. De que maneira isso se diferencia de como o SEBRAE-MG trabalhava? Até então não tínhamos toda essa parte analítica do potencial que estava ali colocado, da dinâmica global da indústria e dos elementos que seriam essenciais para uma estratégia competitiva. Como são as ações que integram o Foco Competitivo? São ações mais poderosas do ponto de vista de mudança da realidade local. Quando você já tem definido o segmento no qual vai competir, você conhece a realidade das empresas localmente e os elementos importantes dessa dinâmica competitiva, é possível definir suas ações de forma tal que atinge com muito mais força

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Entrevista o alvo de mudança estrutural daquele polo.

Estamos trabalhando no polo de eletroeletrôncios, em Santa Rita do Sapucaí; com manga, no Jaíba; com turismo das Águas, no Sul de Minas; e com móveis em Ubá. O caso de Jaíba é interessante. Tínhamos um projeto de fruticultura no norte de Minas, que envolvia manga, limão e banana. O Foco Competitivo nos permitiu observar que cada um desses “negócios” tem uma dinâmica e realidade próprias. Em qual APL esse trabalho teve início e como as ações estão sendo aplicadas? A nossa primeira experiência foi em Nova Serrana. O APL tinha um posicionamento de mercado como centro produtor de calçados esportivos masculinos. Depois dos estudos e avaliações, concluímos por um posicionamento mais relacionado à moda e à prestação de serviços. Moda porque você cria uma barreira natural ao produto estrangeiro, já que existe uma série de elemen-

tos da moda que são resultado de fatores que estão presentes no universo cultural brasileiro, por exemplo, nas novelas. Você incorpora uma série de informações aos produtos locais, difícil de ser trazida do exterior.

O que mais está sendo trabalhado em Nova Serrana? Também sugerimos a produção de sapatos femininos, que é um mercado muito maior que o de calçados masculinos, e aproximamos a cadeia produtiva dos grandes atacadistas. Os fabricantes tinham uma tradição de vender para pequenas sapatarias por intermédio de agentes. Mostramos a esses empresários como seria importante se aproximarem dos grandes compradores, entendendo quais são suas exigências. Como havia intermediários, não tinham diálogo com o comprador final. Todas essas ações permitiram um novo posicionamento, relacionado com serviços. Eles estão tendo um conjunto maior de informações para entender os requisitos básicos para vender para grandes redes, estão sendo capazes de incorporar elementos de design de maneira mais dinâmica, evitando a competição dos produtos chineses. Estamos também desenvolvendo uma plataforma de negócios na Ásia, para que eles possam conhecer insumos, tendências no setor calçadista, já que a Ásia, além de ser um grande produtor, é também um lançador de tendências.

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Como a metododologia possibilita o conhecimento de mercados no mundo? É preciso ver o que está acontecendo com a indústria mundialmente, inclusive visitando APLs que passaram por processos de modernização similares àqueles que estamos propondo. No caso de Nova Serrana, fomos à Espanha, porque ali ocorreu um processo semelhante, com a entrada do produto chinês e a abertura do mercado europeu. A produção local foi dizimada, foi toda transferida para a Ásia e para o norte da África. Hoje, os espanhóis têm outros modelos de negócios. Toda essa informação permite calibrar de maneira mais precisa nossas ações. Além de Nova Serrana, onde mais esta metodologia está sendo aplicada em Minas Gerais? Estamos trabalhando no polo de eletroeletrôncios, em Santa Rita do Sapucaí; com manga, no Jaíba; com turismo das Águas, no Sul de Minas; e com móveis em Ubá. O caso de Jaíba é interessante. Tínhamos um projeto de fruticultura no norte de Minas, que envolvia manga, limão e banana. O Foco Competitivo nos permitiu observar que cada um desses “negócios” tem uma dinâmica e realidade próprias, um mercado específico, com exigências distintas. Manga é um produto voltado para o mercado exportador, então temos que pensar na logística própria, uma certificação que atenda às exigências do comprador sofisticado na Europa ou nos Estados Unidos. Banana, por sua vez, é para o mercado interno, onde os compradores e suas exigências são muito diferentes. Quando trabalhávamos conjuntamente todas essas frutas, éramos incapazes de precisar um modelo de ação com poder de mudança naquela realidade local. O que a nova metodologia nos traz é a possibilidade de definir esses negócios que, em

alguns setores, são coisas muito diferentes.

A ideia então é ter um olhar mais amplo, de toda a cadeia produtiva? Exato. Você deixa de fazer apenas uma análise setorial e passa a fazer uma análise que vai do fornecedor até o comprador final, que nos dá uma visão de negócio. O empresário entende do processo produtivo, mas muitas vezes tem deficiências no entendimento da dinâmica do negócio. Exemplo: Minas Gerais produz quase 20% do café mundial, somos experts, mas quando analisamos a cadeia de geração de valor do café, o dinheiro não fica em Minas, mas em outros lugares. No final da cadeia estão aqueles que comercializam o café. Se ficarmos presos apenas aos aspectos técnicos da produção do café, nunca seremos capazes de dar um salto do ponto de vista de negócio, de nos reposicionarmos de maneira a absorver a maior parte do valor gerado por ela.

Esse modelo competitivo é muito mais que uma metodologia, é um esforço do SEBRAE-MG para por em prática o seu novo posicionamento estratégico. O que queremos é mudar a realidade da economia mineira, torná-la mais competitiva e sustentável. E os outros APLs, como estão indo? Nos polos em que fizemos a intervenção, apresentamos rumos e caminhos que eles ainda não tinham vislumbrado. O Circuito das Águas, por exemplo, vinha recebendo investimentos de infraestrutura do Governo do Estado,

mas não havia uma preocupação de renovar o modelo de negócio. Não adianta mudar a infraestrutura se não há um modelo de negócio inovador que permita àquelas empresas – hotéis, restaurantes, prestadores de serviços – se mobilizarem em torno de um objetivo comum. Ali há aquele posicionamento tradicional, de ser um lugar de cuidar da saúde, de tratamento terapêutico. Precisamos aproveitar outros produtos, como as fazendas históricas de café ou o turismo de aventura, que são vantagens que o polo tem. Outro problema é que aquelas cidades estavam muito submetidas aos preços definidos por grandes operadoras. Estamos propondo fazer a divulgação pela internet, assim você capta diretamente o cliente e consegue preços melhores. Outro direcionamento é o turismo interno. Minas é o maior polo turístico brasileiro se você pensar nas pessoas que são daqui e não conhecem o Estado.

Quanto tempo leva para o trabalho apresentar resultados? A metodologia demanda seis meses de trabalho. Depois vêm as ações, durante mais dois anos. Queremos mudar a realidade local e isso só se dá a médio e a longo prazos. Tudo está organizado em forma de um projeto estrutural, com objetivo, indicadores e avaliação anual. Estamos dando oportunidade à pequena empresa de ter a mesma informação que a grande empresa tem. O que a grande empresa faz é contratar consultorias internacionais, que vão ajudá-la a definir o posicionamento no mercado e as estratégias para conquistá-lo. Esse modelo competitivo é muito mais que uma metodologia, é um esforço do SEBRAE-MG para por em prática o seu novo posicionamento estratégico. O que queremos é mudar a realidade da economia mineira, torná-la mais competitiva e sustentável. 53


Contra o Desperdício

Contra o Desperdício

Mais qualidade, sabor, economia

e proteção ambiental

Programa Qualidade por Excelência mostra a empresários de São João Del-Rei e Tiradentes como diminuir perdas e acabar com gastos extras, contribuindo para um desenvolvimento sustentável Por Juliana Garcia Fotos: Gustavo Black

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Contra o Desperdício

Contra o Desperdício Ao todo, 14 estabelecimentos, entre bares, restaurantes, padarias e pousadas, de São João DelRei e Tiradentes participaram do Qualidade por Excelência, nome criado pelo grupo para as ações realizadas. O objetivo foi orientar os participantes a potencializar seus serviços por meio de um conjunto de ações: gestão financeira; cursos Sabor e Gestão e Como Vender Mais e Melhor; e programas 5 Menos Que São Mais; e Alimentos Seguros (PAS). O restaurante Chafariz, em São João Del-Rei, passou a economizar R$ 3 mil por mês em gastos com alimentos. “Com pequenas ações conquistamos grandes vantagens econômicas”, relata a proprietária Olga Silva. “Em um país onde tantas pessoas passam fome, era triste saber que desperdiçávamos 210 quilos de comida todo mês”, completa.

Olga Silva, do Restaurante Chafariz, economiza R$ 3 mil mensais em gastos com alimentos e deixou de desperdiçar 210 quilos de comida por mês

A preocupação de Olga faz sentido, uma vez que a desnutrição e o desperdício de alimentos são dois dos mais relevantes problemas existentes no Brasil. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Brasil produz 27,5% a mais de alimentos do que necessita para alimentar toda a população e ainda assim enfrenta sérios problemas para combater a fome. Olga Silva preocupa-se com o desperdício de alimentos

Tadeu Pires mede o consumo de alimentos para administrar as reposições

S

erviço de qualidade, ampla variedade de alimentos e consciência ambiental podem caminhar juntos rumo ao sucesso de um empreendimento. É o que mostra o programa Qualidade por Excelência, desenvolvido pelo SEBRAE-MG. A atenção ao desperdício, à quantidade de água utilizada e ao lixo gerado é hoje prioridade no restaurante Pelourinho, em São João Del-Rei. Para o proprietário Tadeu Cláudio Pires, a preocupação com esses quesitos trouxe economia e agilidade na rotina de trabalho. “Observamos quais alimentos eram mais consumidos no bufê e medimos esse gasto. Com isso tivemos uma melhor percepção das reposições que eram realmente necessárias no decorrer do dia para atender à demanda, sem desperdiçar ou diminuir a variedade”, diz. Com isso, o restaurante reduziu o desperdício de 20 quilos de alimento diários para 4 quilos, tendo uma economia mensal de R$ 5 mil.

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Contra o Desperdício

Contra o Desperdício

Os materiais de limpeza do Buffet Cecília Resgalla são diluídos pela mesma funcionária, o que garante um controle semanal e evita perdas. A economia já alcançou R$ 500 mensais Restaurante Chafariz: redução do desperdício

Por conta disso, união e trabalho em equipe são premissas básicas para o bom resultado de todas as fases do Qualidade por Excelência. “A diminuição do desperdício só foi possível porque todos se empenharam nas instruções passadas e se dispuseram a ajudar”, assegura Olga, do Chafariz. No restaurante Pelourinho não foi diferente. “Existe hoje uma colaboração de todos os funcionários em diminuir desperdícios. Essa consciência conjunta é a chave do negócio”, destaca Tadeu, que depois do programa percebeu um maior envolvimento dos colaboradores. “Se o planejamento da produção é feito de forma participativa, com certeza há aumento na lucratividade.”

O Qualidade por Excelência buscou adaptar os conceitos e a metodologia aplicada à realidade de cada estabelecimento, sempre mencionando a importância da continuidade dos processos. Na pousada Ouro de Minas, em Tiradentes, as mudanças já estão sendo aplicadas diariamente. “Aprendemos a fazer uma manipulação correta dos alimentos, a gerir gastos e a controlar o consumo de água e luz”, revela a proprietária Patrícia Garcia. Alexandra Chitarra, técnica do SEBRAE-MG responsável pelo Qualidade por Excelência, conta com satisfação os objetivos alcançados. “Conseguimos diminuir substancialmente o reprocessamento de produtos e gastos desnecessários, o que corresponde a um aumento de produtividade com qualidade, segurança e sustentabilidade”, comemora. Segundo ela, a redução do desperdício de alimentos nos 14 estabelecimentos gerou uma economia média de aproximadamente R$ 30 mil mensais.

Manipulação de alimentos na Pousada Ouro de Minas

A preocupação com a administração de materiais de limpeza também fez parte do programa. No Buffet Cecília Resgalla, em São João Del-Rei, novas formas de trabalho foram criadas para reduzir o consumo desses produtos. Hoje, eles são diluídos em água pela mesma funcionária que os utiliza, garantindo o controle semanal e evitando perdas. “Conseguimos reduzir em 40% nossos gastos mensais”, destaca a empresária Patrícia Resgalla. A economia do Buffet chegou a R$ 500 mensais só com produtos de limpeza. “Com a gestão financeira aprendemos a planejar melhor nossas despesas.”

Funcionárias do Buffet Cecília Resgalla diluem produtos de limpeza em água

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Contra o Desperdício

Contra o Desperdício

Compromisso ambiental O compromisso com o meio ambiente foi atitude constante nas diversas ações do Qualidade por Excelência. Os empresários perceberam como é possível obter mais lucro, competitividade e qualidade levando em consideração os conceitos de sustentabilidade. “Adquirimos consciência ambiental e percebemos a importância de reduzir o consumo desnecessário de matéria-prima. Essa diminuição traz resultados positivos para nós e para o meio ambiente”, conta o empresário Tadeu Cláudio, do restaurante Pelourinho. No Chafariz, o programa não tratou apenas da economia financeira. “Aprendemos também a valorizar a sustentabilidade em nosso trabalho”, diz Olga. Para evitar gastos extras de energia, ela fez a manutenção dos refrigeradores e geladeiras, registrando as datas sugeridas para as próximas revisões técnicas e a temperatura que deve ser mantida por cada aparelho. Todos os envolvidos no programa mostraram-se empenhados em alterar o que fosse necessário para serem ‘ecologicamente corretos’. “Trocamos os refrigeradores por modelos mais econômicos, instalamos sensores de iluminação nos banheiros e adquirimos uma lavadora industrial que lava 18 pratos num ciclo de 3 minutos, diminuindo pela metade o

O desperdício no mundo

consumo de água”, enumera Tadeu, do Pelourinho. Envolvido no processo de mudança iniciado em seu restaurante, o empresário ainda foi mais longe: pesquisou o que poderia ser feito com o óleo de cozinha e encontrou uma fábrica que recebia o material para produzir sabão. Tadeu passou, então, a doar todo o óleo que antes era jogado no lixo. A coleta seletiva foi outra ação aplicada nos bares e restaurantes da região. A separação do lixo orgânico e do chamado lixo seco (recicláveis) é indispensável nesse caminho rumo à sustentabilidade. “A quantidade de lixo produzida reduziu significativamente, pois com a coleta seletiva percebemos que a maior parte dos materiais jogados fora são recicláveis e serão reaproveitados de alguma forma.” De acordo com Luciana Rezende, técnica do SEBRAE-MG na Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia, os resultados do programa foram percebidos em suas diversas áreas de atuação. “Observamos uma grande mudança no ambiente de trabalho dos empresários. Isso resultou na otimização de processos e na redução de custos operacionais, além de melhorar o desempenho ambiental das empresas”, explica.

O desperdício no Brasil

produzida nos Estados Unidos é jogada fora, equivalente a 48,3 bilhões de dólares

Na Índia, 23 milhões de toneladas de cereais, 12 milhões de toneladas de frutas e 21 milhões de verduras são desperdiçados todos os anos

O Reino Unido desperdiça aproximadamente

6,7 milhões

de toneladas de alimentos por ano (um terço de toda a produção)

61% do desperdício

alimentar no Reino Unido poderia ser evitado.

No Quênia,

• Quase 44% do que é plantado se perde na produção, distribuição e comercialização. • Cerca de 20% é perdido no processamento culinário e nos hábitos alimentares. • Estudos da Embrapa mostram que, do campo à comercialização, as perdas do tomate chegam a 14%, as da cenoura a 12% e as do pimentão a 18%. • Estudo da Secretaria de Abastecimento e Agricultura de São Paulo revela que a quantidade de alimentos que vai para o lixo corresponde a 1,4% do PIB, ou R$ 17,25 bilhões. • Os supermercados da cidade de São Paulo descartam 13 milhões de toneladas de alimentos por ano. • As feiras livres jogam no lixo mais de 1.000 toneladas em frutas, legumes e verduras por dia. • Cálculos da Secretaria de Agricultura e do IBGE mostram que de 20% a 30% dos alimentos comprados para abastecer uma casa acabam indo para o lixo. • Cerca de 50% do peso do lixo doméstico corresponde a alimentos descartados, ou 26,3 milhões de toneladas. Fonte: Caderno Temático – A Nutrição e o Consumo Consciente (Instituto Akatu), página 45. Disponível em: www.akatu.org.br

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30% de toda a comida

abr•mai•2010

95 milhões

de litros de leite (22,4 milhões de dólares) são jogados fora anualmente

Fonte: Relatório A Crise Ambiental dos Alimentos (Programa Ambiental das Nações Unidas), 2009, página 32. Disponível em: www.grida.no/publications/.

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Design

Inovação

I

nvestir em criatividade, inovação e qualidade. Essas são as novas estratégias adotadas pelas empresas do ramo de fundição na região centro-oeste do Estado. A partir das orientações do Programa Metais de Minas, promovido pelo SEBRAE-MG em parceria com o Centro Minas Design e o Sindicato da Indústria da Fundição de Minas Gerais (Sifumg), a Belga Móveis, localizada no município de Cláudio, pretende realizar parcerias com designers e trabalhar a troca de informações para melhorar os processos produtivos. “Queremos inovar a nossa produção”, revela o gerente administrativo João Carlos da Silva.

e qualidade na fundição

“A partir do curso identificamos e entendemos melhor a necessidade de um planejamento no desenvolvimento de produtos. Hoje não conseguimos imaginar um lançamento sem essa metodologia que nos foi ensinada”, acrescenta Fábio Rodrigues, proprietário da Quality Móveis e Objetos, fabricante de móveis em alumínio de Cláudio.

Programa Metais de Minas orienta empresas de móveis e utensílios domésticos em alumínio e ferro do centro-oeste no planejamento e criação de produtos diferenciados

Por Juliana Garcia Fotos: Gustavo Black 62

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O SEBRAE-MG trabalhou a criação de produtos Premium para ampliar o mercado e atingir um novo público

Conjunto de panelas em alumínio injetado da Aluferro Autores: Fernando Casanova, Pedro Nascimento, Bruna Trotta, Emanuel Lucas, Leonardo Müller, Caroline Pagnan, Hemilly Brugnara e Natália Morita

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Design

Design Além disso, o projeto sinalizou a importância de a cópia informal deixar de ser uma prática no desenvolvimento dos produtos. Como o problema atingia 100% das empresas envolvidas, o SEBRAE-MG trabalhou a criação de produtos premium, com o intuito de ampliar o mercado e atingir um novo público. Os participantes analisaram, ainda, objetos similares oferecidos pela concorrência, tendências de mercado e possíveis adequações à tecnologia disponível em cada empresa.

O objetivo do projeto foi consolidar o planejamento de ações nos processos de design industrial, oferecendo ferramentas para a aplicação de uma Gestão de Desenvolvimento de Produtos (GDP). “As empresas formalizaram uma estratégia e um processo estruturados, que permitiu uma melhor gestão, treinamento e concentração de esforços nas atividades de inovação”, destaca Leonel Del Rey de Melo, consultor que desenvolveu e implementou a metodologia de GDP junto às empresas contempladas no Metais de Minas. “Isso possibilitou a criação de produtos com maior valor agregado e menor custo, elevando a competitividade e a probabilidade de sobrevivência das empresas no futuro.” Agora, as fabricantes estão cientes da importância de desenvolver produtos criativos, com um diferencial diante da concorrência, para conquistar mercado. É o caso da Aluferro, de Divinópolis, que há 25 anos fabrica panelas, frigideiras e outros utensílios domésticos em alumínio fundido. “Nossos produtos sempre foram os mesmos e não entendíamos a forte queda nas vendas que sofremos nos últimos anos”, explica o gerente administrativo Alex Júnior da Silva. “Com a compreensão das técnicas de GDP, tivemos a percepção de que a plataforma utilizada na produção estava defasada. Isso tornava nossos produtos cada vez mais caros e sem nenhum diferencial mercadológico”, completa.

De acordo com o designer e consultor do programa Carlos Alberto Silva de Miranda, coordenador

do curso de Design de Produto da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), o desenvolvimento de produtos nas empresas era feito de forma descoordenada e, muitas vezes, sem foco ou sem a aplicação de uma metodologia eficiente. A perda de mercado era decorrente da falta de conhecimento de ferramentas relacionadas ao lançamento de produtos, como marketing, comunicação e imagem corporativa. A parceria com o Centro Minas Design promoveu a criação e revitalização da identidade visual, a produção de banners e folders de divulgação de produtos e a mo-

dernização da marca e do nome das empresas. Segundo Nádia Pontelo, coordenadora do projeto pelo Centro Minas Design, o maior desafio foi a carência de desenvolvimento gráfico. “Muitos empresários estavam apegados ao que foi criado anteriormente. Eles estavam no momento de inovar e mudar”, explica. A parceria criou, ainda, o design de ambientes nas empresas, como forma de facilitar o acesso de compradores e funcionários. “A nova disposição dos produtos e do maquinário, além de melhorar a comunicação visual, possibilitou um ambiente de trabalho agradável a todos”, destaca Nádia.

Alex Júnior conta que os produtos da Aluferro, de Divinópolis, sempre foram iguais e a empresa não entendia a forte queda nas vendas nos últimos anos Proposta para Espaço Administrativo da A&C Autoras: Emely Gaspar, Flávia Monique e Gabriela Helena

Alex Júnior da Silva

Conjunto de panelas em alumínio injetado Aluferro

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Design

João Carlos da Silva, da Belga Móveis, reconhece que a falta de conhecimento do mercado era uma deficiência. Agora a possível demanda por um produto é analisada antes da fabricação

Mesa e cadeira residencial da Belga Móveis Autores: Marcelo Souza Manhago, Richter Queiroz e Lucas Resende

A falta de maior conhecimento do mercado também era uma deficiência, pois a produção acontecia sem que antes fosse feita uma pesquisa de aceitação do produto. “Sempre trabalhamos com protótipos sem antes pesquisarmos a opinião de nossos clientes em relação ao nosso produto. O Metais de Minas fez com que percebêssemos a importância de entender o mercado, buscar tendências e acompanhar os detalhes de produção”, conta João Carlos, da Belga Móveis. “Estamos muito otimistas com os futuros resultados, já que uma possível demanda do produto é levantada antes da produção efetiva”, ressalta. Na Quality Móveis não foi diferente. “Aprendemos a identificar a classe consumidora de nossos produtos, o posicionamento da nossa empresa e das concorrentes no mercado e obtivemos uma melhora signifi-

cativa na gestão de custos e de criação”, afirma Fábio Rodrigues. “Percebemos nossa capacidade produtiva e vimos todas as possibilidades que tínhamos para agregar valor ao nosso produto, tornando-o mais atraente ao mercado consumidor”, acrescenta Alex Júnior, da Aluferro. Para Simone Mendes, técnica do SEBRAE-MG na unidade de Indústria e Território, o projeto foi imprescindível para a ampliação de mercado. “As empresas de fundidos em móveis e utensílios domésticos buscam aprimoramento para oferecer ao consumidor produtos de qualidade e praticidade voltados às exigências do dia a dia. Trabalhamos a implementação do GDP nessas empresas, desenvolvendo novas linhas de produtos visando a um redirecionamento estratégico de mercado.”

Claudio, Divinópolis

João Carlos da Silva

saibamais Programa Metais de Minas Gestão de Desenvolvimento de Produtos (GDP)

- 38% das empresas afirmaram possuir um planejamento estratégico para desenvolvimento de novos produtos. Esse percentual subiu para 90% após as ações de capacitação e consultoria - Nenhuma das empresas possuía um processo formal de desenvolvimento de produtos. Após a capacitação, 80% das empresas passaram a ter um procedimento formal.

Design Industrial

- 6 meses de projeto - 29 profissionais de design envolvidos - 15 empresas atendidas - 60 visitas realizadas - 15 linhas de produtos premium - 71 produtos em desenvolvimento Conjunto de panelas em alumínio injetado Aluferro

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Foto: Gustavo Black

Empreendedor Individual

Pimenta solidária O primeiro empreendedor individual de Uberaba descobre nova variedade de condimento e realiza sonho de incentivar a agricultura familiar

Por Carla Medeiros

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om uma história de vida guiada pela preocupação social, o técnico agrícola Leonam Moreira, de Uberaba, no Triângulo Mineiro, sempre buscou algum meio de garantir o sustento de famílias carentes. Durante um experimento com várias pimentas, ele descobriu uma nova espécie originada pela polinização cruzada das pimentas malagueta e bode-roxa. Batizada de Pimenta Uberabinha, a planta possui características interessantes e diferenciadas.

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Técnico agrícola Leonam cria pimenta com sabor especial e resistente a pragas

A descoberta tem ampliado as ações e sonhos do mineiro a favor da igualdade. Ao se tornar o primeiro empreendedor individual cadastrado em Uberaba, Leonam cria oportunidades e beneficia famílias da região, com a agricultura familiar, por meio do Projeto Uberabinha, de cunho social.

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Empreendedor Individual

Empreendedor Individual Sem burocracia

Fotos: divulgação

Desenvolvida entre 2006 e 2008, a Pimenta Uberabinha teve grande repercussão e despertou a curiosidade em todo o Brasil. A descoberta de Leonam é resistente a pragas e possui periodicidade maior que as pimentas tradicionais – sem usar agrotóxicos

O primeiro empreendedor individual de Uberaba lembra que o processo de legalização, destinado aos trabalhadores informais que pretendem legalizar seus negócios, foi simples e sem burocracia. Agora, ele trabalha apoiado por parceiros-sócios na produção, comercialização e distribuição da Pimenta Uberabinha e dos condimentos artesanais feitos a base da nova espécie.

Com as orientações do SEBRAE-MG, Leonam formalizou o seu negócio de pimentas e condimentos artesanais e tornou-se o primeiro empreendedor individual de Uberaba

De acordo com Sabina de Oliveira, técnica do SEBRAE-MG em Uberaba, Leonam recebeu orientações sobre como se tornar um micro empreendedor individual (MEI) em seu primeiro contato com a instituição. Com as instruções, ele optou por formalizar seu negócio.

Leonam seguiu os passos do pai na Polícia Militar durante 15 anos. Largou a farda para se dedicar ao trabalho humanitário. Para seu autossustento, ele dá aulas particulares de violão. Com um grupo de voluntários, viajou pelo interior de Minas Gerais. “Passamos muito tempo viajando, ajudando as pessoas necessitadas, distribuindo comida, roupa e lazer”, lembra. O empreendedor conta que na época, mesmo abraçado à causa social, sentia que suas ações eram paliativas. “Eu tinha um ímpeto de descobrir uma forma de as pessoas garantirem o seu sustento de forma independente.” Instigado, Leonam voltou aos estudos, terminou o ensino médio, formou-se Técnico de Agricultura e Zootecnia e este ano se gradua em Ciências Sociais. Em 2006, bolsista de Iniciação Científica da Fapemig Júnior, enquanto fazia testes de polinização cruzada, com diferentes espécies de pimentas em seu quintal, notou que uma das variedades era diferente das demais. “Fui orientado a isolar a planta, concentrar meus estudos nela e supervisioná-la durante dois anos. Com isso obtive resultados maravilhosos e um fruto diferenciado”, explica. A descoberta, que homenageia a cidade de Uberaba, teve grande reconhecimento e despertou a curiosidade em todo o Brasil. O sucesso da Pimenta Uberabinha é fruto de um trabalho experimental desenvolvido entre 2006 e 2008. Nesse período, Leonam percebeu que cada vez mais conseguia um fruto aprimorado, resistente a pragas e que produzia quase o dobro de frutos, com periodicidade maior que as pimentas tradicionais, sem o uso de agrotóxicos em todo o processo. 70

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Empreendedor Individual

Sonho social Leonam Moreira tinha o propósito de criar uma forma sustentável e geradora de renda para famílias carentes do campo e dos centros urbanos. Com o Projeto Uberabinha, alguns produtores da região já cultivam a pimenta por meio da agricultura familiar, e têm, assim, uma renda complementar. Mudas prontas para o solo são oferecidas aos interessados, que aprendem o manejo da cultura e recebem um valor estipulado, de acordo com a quantidade e tamanho da lavoura. Ele escolheu a pimenta para seus experimentos porque o cultivo é feito basicamente pela agricultura familiar e porque a demanda pelo produto é alta. Outro diferencial da Pimenta Uberabinha, na visão do empreendedor, é que os consumidores saberão, ao comprar o produto, os trabalhos sociais desenvolvidos em Uberaba.

Bem à saúde

Pimenta em Minas Gerais

No Brasil, as pimentas são cultivadas principalmente em Minas Gerais, Bahia e Goiás. Dentre as variedades mais desenvolvidas estão a pimenta malagueta, comari, de cheiro e chifre de veado. As pimentas são consumidas principalmente na forma de conserva de fruto inteiro em vinagre ou azeite. No ano passado foram produzidas 65 mil toneladas de pimenta o Brasil; Minas Gerais produziu 1,6 mil toneladas. A pungência ou picância das plantas deve-se à presença da capsaicina. Essa substância química, apesar de agregar um caráter ardido às pimentas, é benéfica à saúde. As propriedades medicinais da capsaicina são comprovadas e atuam como cicatrizante de feridas, antioxidante e dissolve coágulos sanguíneos. Também previne a arteriosclerose, controla o colesterol, evita hemorragias e aumenta a resistência física ao influenciar a liberação de endorfinas, que causam sensações de bem-estar e na elevação do humor. Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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Perfil

Perfil

Diversidade

Projetos da Macrorregião Leste apoiam os mais variados setores, como o artesanato na Zona da Mata e a cafeicultura em Caratinga. Região é berço de artistas do porte de Ary Barroso, Carlos Drummond de Andrade e Ziraldo

econômica na terra de ilustres

Foto: Carlos Alberto - SECOM - MG

Por Bianca Alves 74

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Perfil

A

Zona da Mata e o Rio Doce são regiões que têm em comum um forte viés industrial. Os setores de alimentos, têxtil, de confecções e moveleiro destacam-se em cidades como Juiz de Fora, Ubá e Muriaé, enquanto a metalurgia concentra-se no Vale do Aço, onde pontificam os municípios de Ipatinga, Itabira, João Monlevade e Timóteo. Elas guardam, porém, algumas diferenças, que só confirmam a diversidade das Minas Gerais. A Zona da Mata é tradicional produtora de arroz, café, leite e carnes de porco e aves. Já a região do Rio Doce tem amplas áreas reflorestadas para a produção de celulose e uma forte pecuária bovina. Juntas, as duas regiões formam a Macrorregião Leste, divisão regional do SEBRAE-MG que atende a 269 municípios. São cidades como Barbacena, Caratinga, Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Ponte Nova e Viçosa, entre várias outras. Terra de gente famosa, como o aviador Santos Dumont, cuja cidade-natal – Palmira – mudou de nome em sua homenagem; o compositor Ary Barroso, de Ubá; o poeta Carlos Drummond de Andrade, de Itabira; e o fotógrafo de fama internacional Sebastião Salgado, de Aimorés. E berço de políticos importantes, como os presidentes Artur Bernardes, de Viçosa, ou Itamar Franco, de Juiz de Fora; o vice-presidente José Alencar, de Muriaé; os governadores Bias Fortes, de Barbacena, e Milton Campos, de Ponte Nova, além de artistas como Ziraldo, de Caratinga, e Humberto Mauro, o célebre cineasta de Cataguases. A macrorregião abriga um importante patrimônio natural, que inclui o Parque Estadual de Ibitipoca, o Pico da Bandeira, o Parque Estadual do Rio Doce e a Serra do Brigadeiro, além de trecho expressivo da Estrada Real.

O SEBRAE-MG realiza e apoia na região 41 projetos finalísticos individuais e coletivos (veja box). Assessorar empresários potenciais na identificação de oportunidades de negócios e orientá-los no planejamento, formalização e implantação de novos empreendimentos é uma vocação natural da instituição que se repete em todos os municípios atendidos pela Macrorregião Leste. E é o caso de André Luiz dos Santos, um dos sócios da Laura e Miguel Bolsas e Acessórios. Desde o início do negócio, em 2008, ele recorre ao Ponto de Atendimento de Ipatinga. André Luiz não é um leigo – “leio, estudo, sempre vou atrás de informações” – e procurou o SEBRAE-MG para confirmar que estava no caminho certo. Depois de alguns cursos, porém, viu que alguma coisa tinha que ser mudada. “Quando fazia o cadastro das minhas revendedoras, não pedia cópia dos documentos, o que poderia me trazer problemas se precisasse de um serviço de proteção ao crédito”, exemplifica. Entusiasmado, neste ano André quer participar do Empretec. “Hoje eu só comercializo, mas agora quero fabricar. E é claro que eu pretendo continuar com o SEBRAEMG ao meu lado.”

Divulgação

Perfil

SEBRAE-MG apoia polo moveleiro de Ubá

SEBRAE-MG realiza e apoia 41 projetos, assessorando empresários potenciais na identificação de oportunidades e orientando no planejamento, formalização e implantação de novos empreendimentos

Ponte Metálica de Cataguases Foto: Ernani

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Foto: Wellington Pedro/ Imprensa MG

Perfil

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Um dos projetos da macrorregional acontece junto aos artesãos que utilizam palha de milho em Brás Pires, pequeno município na Zona da Mata de cerca de 5 mil habitantes. O objetivo é aumentar a cultura do empreendedorismo dos artesãos, criando produtos diferenciados em acessórios femininos para a conquista de novos mercados. “O artesanato em palha de milho tem um potencial junto a um público com visão socioambiental ou a empresas que querem adquirir brindes. Iniciamos um trabalho de profissionalização da associação, com logomarca, identidade visual e, com a credibilidade que o SEBRAE-MG tem, participamos de feiras e eventos. Tivemos encomendas de várias empresas, inclusive internacionais”, comemora Vivian Ramos, diretora de assuntos institucionais do instituto Xopotó, ONG que acompanha o projeto.

Projeto do SEBRAE-MG em Brás Pires, na Zona da Mata, dissemina a cultura do empreendedorismo entre artesãos que utilizam palha de milho para produzir acessórios femininos diferenciados

Segundo ela, o SEBRAE-MG apoia o projeto desde 2008 com cursos de capacitação, indicações e contribuição financeira em feiras e eventos. “Tais atividades têm profissionalizado nossa associação, gerado mais visibilidade no mercado e aumentado a renda das artesãs. Várias já têm o artesanato como principal fonte de renda em casa”, completa. Artesãos de Brás Pires

Foto: Gustavo Andrade

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Parque Estadual do Ibitipoca

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Perfil

Perfil

Com o apoio de técnicos especializados, empreendedores aumentam produtividade

Foto: Evandro Rodney

Principais Projetos do SEBRAE-MG na Macro Leste

Caratinga

Foto: Evandro Rodney

A meta da macrorregião em 2010 é, segundo seu gerente, João Roberto Marques Lobo, atender 12 mil pessoas jurídicas e 18 mil empreendedores. “Ao longo desses anos em que o SEBRAE-MG ampliou sua atuação na Macro Leste, muitas vitórias foram conquistadas. Desde um pequeno empreendedor que contou com nossa ajuda para orientá-lo na abertura de sua empresa, e depois tornouse uma empresa referência no segmento de farmácia de manipulação, até um grupo de fabricantes de móveis que precisava mudar o modelo de negócios e, após nossa contribuição, está se reestruturando para ganhar competitividade”, afirma Lobo.

Divulgação

Ibitipoca

Apicultura no Vale do Aço - ampliação de mercados externo e interno Aprimoramento do ambiente legal Macrorregião Leste Artesanato de palha de milho de Brás Pires Atendimento a empreendedores e empresários Audiovisual em Cataguases e região Café do Comércio Justo nos municípios de Manhuaçu e Caratinga Caminhos para o desenvolvimento no Leste de Minas Capacitação para emigrantes brasileiros e seus beneficiários de remessas Comercialização de mudas frutíferas de Dona Euzébia Comércio varejista de equipamentos, componentes e serviços de manutenção de informática de Viçosa e região Comércio varejista de supermercados e minimercados de Governador Valadares Confecções em Muriaé e região Confecções de Juiz de Fora Confecções de lingerie de São João do Manteninha e Mantena Confecções de Ubá Desenvolvimento da cultura empreendedora e tecnológica em Itabira Fortalecimento da cadeia da construção da região Leste Ind. Confecção de São João Nepomuceno, Descoberto e Rio Novo que comercializam marca própria Ind. moveleiras de Ubá e região com produtos seriados focados nas classes sociais B, C e D Leite em Itambacuri e região Leite em Antônio Carlos e região Leite em Mantena e região Metalmecânico do Vale do Aço Políticas Públicas para o Desenvolvimento do Município de Ponte Nova Sociedade de Garantia de Crédito da Região Leste de MG T.I. e Biotecnologia integrados ao sistema local de inovação de Viçosa Turismo de negócios em Juiz de Fora Turismo na rota do Caparaó

Ibitipoca

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Campo Belo

Artigo

Neuromarketing e o consumo Por Éverton Saulo Silveira* Foto: Gustavo Black * Administrador com MBA em Gestão Empresarial e Marketing, Consultor de Marketing do SEBRAE-MG

“As pessoas tomam decisões baseadas no seu sistema representacional.” Uma linha da programação neurolinguística, ciência criada na década de 70 pelos americanos Richard Bandler e John Grinder, vem desenvolvendo técnicas de comunicação e mudança comportamental a fim de maximizar os resultados nas empresas.

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sucesso de um negócio não depende apenas de um bom produto, mas também da capacidade de provocar a vontade de comprar, por meio de ferramentas de propaganda e marketing. Às velhas técnicas somou-se uma nova ciência dedicada a desvendar as raízes dessa resolução tão séria. Segundo o psicólogo Dan Ariely, da Universidade Duke, nos Estados Unidos: “Comprar é uma decisão pouco racional. Nos negócios, sai-se melhor quem consegue provocar emoções positivas”. Muitos pesquisadores vêm estudando e desenvolvendo ferramentas para auxiliar as empresas a aumentar suas vendas. O Neuromarketing, ciência que estuda as emoções vividas pelos consumidores durante as experiências de consumo, surgiu no final da década de 1990 a partir de um grupo de pesquisadores norte-americanos da Universidade de Harvard. A ideia de um dos pesquisadores, Gerald Zaltman, era usar aparelhos de ressonância magnética para ações de Marketing em vez de estudos médicos. Essa ciência estuda o estado neurológico de uma pessoa quando exposta a mensagens relacionadas a experiências de consumo, tornando possível a identificação das zonas do cérebro estimuladas. Os aparelhos de ressonância magnética fazem esse trabalho, conseguindo traçar as atividades cerebrais, a formação de sinapses e suas reações. 82

A linha defende a tese de que as pessoas tomam decisões baseadas no seu sistema representacional preferencial, ou seja, se uma pessoa desenvolveu mais seu sentido visual, suas decisões são tomadas preferencialmente pelos estímulos visuais que ela recebe no momento da compra. Da mesma maneira, as pessoas que desenvolveram mais os sentidos auditivos ou cinestésicos irão preferir o de maior influência para a compra, criando assim uma emoção satisfatória e positiva na decisão. A novidade é que as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) poderão usufruir dessas técnicas por se tratarem de ferramentas aplicáveis a todos os tipos de empresas. Os planos de marketing e de vendas poderão adotar esse conhecimento para maximizar os resultados, criando campanhas promocionais e estratégias de comercialização congruentes com essas informações. Os pesquisadores afirmam que os estudos são extremamente complexos, mas quando mapeados e traduzidos para o meio empresarial, são de extrema simplicidade e baixo custo. Todas as técnicas encontram-se no mesmo ponto: são uma tentativa de incentivar o consumo pela emoção e pelos cinco sentidos. Reafirmam o entendimento de que a decisão de consumir está mais relacionada às emoções que à razão, caindo por terra a idéia de que as pessoas tomavam decisões de comprar depois de pesar prós e contras num ato de profunda racionalidade. abr•mai•2010

Aqui as micro e pequenas empresas têm o apoio do Sebrae. Em Campo Belo, e em mais de 800 cidades mineiras, quem quer abrir, ampliar ou diversificar o seu próprio negócio tem todo o apoio do Sebrae/MG. Uma instituição que oferece desde ideias de novos negócios a cursos, treinamentos e consultorias na área gerencial, além de incentivar e facilitar a formalização de empresas. Para quem está começando, é um estímulo ao empreendedorismo, mais oportunidade e competitividade. E, para a cidade que você ama, é desenvolvimento econômico e social para ela crescer cada dia melhor.

0800 570 0800 | www.sebraemg.com.br



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