Revista Passo a Passo 136

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Artesanato em Brumadinho página 20

Novos mercados para o mel página 46

Minas inovadora página 20


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Carta ao Leitor

Nossas empresas são as que mais inovam O sucesso no competitivo mundo dos negócios depende muito da inovação. Já orientadas pelo Sebrae-MG para o risco de repetir o erro de só copiar produtos, processos e serviços bem aceitos no mercado, as micro e pequenas empresas (MPEs) de Minas Gerais são as mais inovadoras da região Sudeste e superam a média brasileira de investimentos em ideias originais. A liderança mineira foi constatada pela última Pesquisa de Direcionamento Estratégico, numa consulta a 594 MPEs no estado, onde, entre as 359 clientes do Sebrae-MG, 81,1% inovaram. Nesta edição, Passo a Passo dedica reportagem especial ao tema, para contar histórias de empresários que, desafiando a falta de incentivos governamentais, criam ou melhoram produtos que garantem novos horizontes a seus negócios. A inovadora linha de cosméticos de um casal de Belo Horizonte e o sistema de rastreamento de carne bovina de uma empresa de Itajubá são exemplos de iniciativas bem-sucedidas, com apoio do Sebrae-MG, cuja atuação abrange programas de formação, de ambiência e de consultoria, todos ao alcance dos micro e pequenos empreendedores mineiros.

Foto: Miguel Aun

Outra reportagem mostra a importância dos Arranjos Produtivos Locais (APLs), polos inovadores de empresas do mesmo setor econômico, mundialmente denominados de clusters. Mais de 6 mil MPEs participam das redes de integração do conhecimento e de atividades espalhadas pelo estado, o que motiva a realização, na histórica Ouro Preto, do 6º Congresso Latino-Americano de Clusters (Clac), de 23 a 27 de maio de 2011. Promovido pela primeira vez no Brasil, com organização do Sebrae-MG, o 6º Clac reunirá gestores de todo o continente, no debate dos desafios ao desenvolvimento de APLs, para apresentar sugestões que estimulem o aumento da competitividade e a sustentatibilidade dos pequenos negócios.

Roberto Simões Presidente do conselho Deliberativo do Sebrae-MG 3


Expediente

Passo a Passo é uma publicação do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (SEBRAE-MG). Registro no Cartório Jero Oliva nº 931. Conselho Deliberativo do SEBRAE-MG BB, BDMG, CDL-BH, CEF, Cetec Ciemg, Faemg, Fapemig, Fecomércio-MG, Federaminas, Fiemg, Indi, Ocemg, Sebrae e Sede Presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-MG: Roberto Simões Superintendente: Afonso Maria Rocha Diretor Técnico: Luiz Márcio Haddad Pereira Santos Diretor de Operações: Matheus Cotta de Carvalho Conselho Editorial Albertino Corrêa, Aline de Freitas, Andréa Avelar, Luciana Patrícia Rezende da Silva, Carolina Xavier, Daniela Almeida Toccafondo, Danielle Fantini, Edelweiss Petrucelli, Victor Antônio de Almeida, Gustavo Moratori, Jefferson Ney Amaral, José Márcio Martins, Karinne Mendes, Léa Paula Fonseca Ribeiro, Lilian Botelho, Március Marques Mendes, Maria Gorete Cordeiro Neves, Paulo César Barroso Veríssimo e Regina Vieira. Assessor de Comunicação: Lauro Diniz Jornalista responsável: Andréa Avelar Gestão Editorial: Margem 3 Comunicação Estratégica Editor Executivo: Frederico Alberti Editores adjuntos: Frederico Machado e Juliana Garcia Chefes de reportagem: Frederico Alberti e Juliana Garcia Colaboraram nesta edição: Alessandra Iacomini, Carla Medeiros, Frederico Machado, Lilian Lobato, Marco Antônio Corteleti e Michelle Leal Oliveira Projeto Gráfico e Diagramação: Carla Marin / Jumbo Fotografia – capa: Gustavo Black Ilustrações: Lucas Costa Val / Jumbo Impressão: Del Rey Periodicidade Bimestral Tiragem: 15mil exemplares Cartas para a redação passoapasso@sebraemg.com.br Endereço: AV. Barão Homem de Melo, 329 Nova Suiça – Belo Horizonte – Minas Gerais CEP: 30460-090 – Telefone: 0800-5700800 www.sebraemg.com.br 4

ago•set•2010


Índice

Artesanato em Brumadinho página 20

Novos mercados para o mel página 46

Minas inovadora página 20

14 Pingue-Pongue: Fabrinni Santos fala sobre a certificação das empresas do ramo alimentício 16 Cultura: A tradição das fiandeiras do vale do Urucuia contada em um espetáculo de música e circo 20 Artesanato: Museu de Inhotim serve de inspiração para um grupo de artesãs de Brumadinho

26 Reciclagem: Catadores de plástico se unem para fortalecer

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atividade

38 Artigo: Marcelo Miyashita fala da importância do pós-venda 40 Inovação: Com apoio do Sebrae-MG, empresas mineiras são as que mais investem em produtos e serviços inovadores 46 Apicultura: Projeto do Sebrae-MG capacita produtores de mel para ganharem novos mercados 52 Entrevista: Mercado das classes C e D é o tema da conversa com o especialista em comportamento do consumidor Fábio Mariano Borges

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56 Qualidade : Empresas do polo de eletrônica de Santa Rita do Sapucaí buscam a certificação ISO 9000 62 Agronegócio: Agricultoras prosperam com empresa de processamento de hortaliças

68 Feira do Empreendedor: Cem mil pessoas são esperadas na edição 2010 do evento, que começa em 31 de agosto 72 Polos: Ouro Preto sediará o próximo Congresso Latinoamericano de Clusters

76 Perfil: O vigor econômico e cultural da região Central do estado 56

82 Artigo: Alanni Castro fala das Sociedades de Garantia de Crédito 5


Notas Música Desde o início de agosto, 20 artistas e bandas mineiras selecionadas pelo Sebrae-MG participam do programa Soluções Estratégicas para o Segmento da Música. Erika Machado, Marku Ribas, Tom Nascimento e Wilson Sideral são alguns dos participantes. Durante o programa, que tem duração de 18 meses, eles receberão consultorias e capacitações para prepará-los para os desafios do mercado. Serão debatidos temas como distribuição musical, direitos autorais, gestão financeira de projetos culturais, criação e gestão de cooperativas musicais.

Sônia Vasconcelos

Sinhá Recicla Sinhá Recicla é um projeto que ensina mulheres de Uberlândia a confeccionar peças artesanais a partir dos resíduos das indústrias de vestuário e material reciclado. A iniciativa é comandada desde 2008 pela ex-bancária Sônia Vasconcelos e tem o apoio do Sebrae-MG. Uma vez por semana, Vasconcelos e outras 13 mulheres se reúnem para ensinar uma variedade de 60 técnicas artesanais de crochê, bordado, tricô, cestaria e tecelagem a 200 artesãs da região. O grupo produz 1.500 peças por mês.

Projeto Sinhá Recicla Incubadora de Empresas da UFU Avenida Francisco Vicente Ferreira, 560, Santa Mônica, Uberlândia Aulas às quartas-feiras, das 14h às 17 horas 6

Erika Machado

Embalagens subsidiadas Micro e pequenas empresas poderão aumentar a competitividade de seus produtos por meio da criação ou reformulação das embalagens. Este é o objetivo do convênio entre Sebrae e Associação Brasileira de Embalagens (Abre) que subsidia 50% do valor do investimento em design para as empresas que participam pela primeira vez do projeto. Para aquelas que já participaram do convênio, o subsídio será de 30% do valor total do projeto.

Mais informações: www.embalagemparatodos.com.br ago•set•2010


Notas Acesso ao crédito

Mais SGCs a caminho

As micro e pequenas empresas de Governador Valadares e região terão acesso facilitado a créditos bancários já nos próximos meses. A facilidade é resultado da instalação da primeira Sociedade de Garantia de Crédito (SGC) de Minas Gerais, que na cidade chamará Garantia dos Vales.

Até o final do ano, duas outras Sociedades de Garantia de Crédito serão constituídas em Minas Gerais. No sul do estado, a SGC vai atender as cidades de Jacutinga, Monte Sião, Pouso Alegre e Santa Rita do Sapucaí. No Alto Paranaíba, a Sociedade vai operar em Araxá e Patos de Minas.

A entidade terá condições de atender 1.530 empresas e avalizar empréstimos que totalizem R$ 16 milhões nos próximos cinco anos.

Um diagnóstico do Sebrae-MG com 400 empresas de Belo Horizonte, em andamento, vai avaliar a demanda para instalação de um SCG também na capital. A previsão é que o trabalho esteja concluído em outubro e, caso seja verificada a necessidade, a SGC de BH começa a funcionar já no início de 2011.

Rodada de negócios lácteos Aproximar empresas fornecedoras e compradoras é o objetivo da Rodada de Negócios promovida pelo Sebrae-MG. Em Juiz de Fora, a segunda rodada do setor lácteo foi realizada no último dia 14 de julho. O encontro reuniu 26 fornecedores de laticínios da região e 15 empresas compradoras (âncoras). As ofertantes aproveitaram a oportunidade para apresentar produtos como queijos, iogurtes, doce de leite e leite em pó, entre outros. Ao todo foram agendadas 134 reuniões entre as partes, e a expectativa de negócios a partir dos contatos criados no encontro é de R$ 52 milhões, cerca de 20% superior ao registrado no ano passado.

Central de Atendimento em Divinópolis A população de Divinópolis já pode usufruir, desde o início de agosto, da nova Central de Atendimento do Sebrae-MG na cidade. O escritório dispõe de salas de atendimento com acesso a mídias digitais (consultoria online e chat), treinamento com videoconferência, espaço para reunião e recepção. As novas instalações permitirão a ampliação

do número de atendimentos aos que desejam abrir, diversificar ou ampliar seu negócio. No local também serão oferecidas consultorias, palestras, cursos e programas de atualização. A nova central atende 16 municípios do Alto Paranaíba.

Central de Atendimento do Sebrae-MG Rua Coronel João Notini, 304, Centro Divinópolis Mais informações: (37) 3213- 2080 7


Notas Meu Primeiro Negócio As cinco edições do evento Meu Primeiro Negócio realizadas em 2010 reuniram cerca de oito mil pessoas nas cidades de Uberaba, Governador Valadares, Pouso Alegre, Muriaé e Conselheiro Lafaiete. Ao todo foram 525 atividades e 13.721 capacitações. O Meu Primeiro Negócio oferece oportunidades para potenciais empreendedores e também para empresários com projetos de expansão, como o proprietário da Sorvetes Beijo Frio, José Geraldo Groppi. “O encontro do Sebrae-MG me deu suporte para aumentar meu negócio. Muitas pessoas me procuravam interessadas não apenas em sorvetes, mas também nas máquinas. Percebi a demanda e comecei a produzir para venda. Hoje forneço meus produtos para várias cidades do sul de Minas Gerais”, resume. Daniele Consentino tornou-se empreendedora individual em março deste ano, logo após participar da edição de Ipatinga do evento. A nova empresária trabalha com a personalização de chinelos e sua empresa, a Fruta Cor Chinelos Personalizados, atende a diversos cerimoniais.“Por meio do Meu Primeiro Negócio, o Sebrae me ajudou a perceber que mesmo empreendedores iniciantes podem ser visionários, eficientes e bem-sucedidos”, afirma.

Daniele Cosentino

Programação 05 e 07 de outubro - Itaúna 13 e 15 de outubro - Montes Claros

100 melhores

O Sebrae-MG está entre as 100 melhores empresas para se trabalhar no Brasil. O resultado foi divulgado em São Paulo (SP) no dia 16 de agosto. A pesquisa nacional foi realizada pelo Instituto Great Place to Work e divulgada pela revista Época. Os funcionários responderam de forma voluntária e anônima a um questionário sobre o ambiente de trabalho. A empresa também passou por auditorias e por uma avaliação que detalhou as melhores práticas e benefícios para a excelência do ambiente de trabalho. Essa é uma classificação inédita no Sistema Sebrae.

O que os funcionários mais valorizam? 1. Desenvolvimento profissional................58,84% 2. Qualidade de Vida....................................20,68% 3. Remuneração e Benefícios.....................17,07% 4. Outros.............................................................3,41%

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crédito em Foco ano 0 - número 1 - de Julho à setembro de 2010

InformatIvo trImestral sobre crédIto para mIcroempresas e empresas de pequeno porte de mInas GeraIs

Acesso ao crédito As micro e pequenas empresas (MPEs) e empreendedores enfrentam diversas barreiras para ter acesso ao crédito. O segmento tem dificuldade para oferecer garantias solicitadas pelos bancos; tem problemas para comprovar sua capacidade de pagamento; encontra taxas e prazos inadequados à sua realidade; muita burocracia e pouca informação sobre produtos e serviços oferecidos no mercado financeiro. Para atender às determinações da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (Lei

nº 123, de 14/12/2006), as instituições financeiras criaram ou aperfeiçoaram linhas de crédito direcionadas às MPEs. Porém, essas medidas nem sempre são percebidas pelos empresários. Com a proposta de divulgar informações sobre o acesso das MPEs ao crédito, o SEbrAE-MG, em parceria com banco do brasil, banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, banco do Nordeste do brasil e Caixa Econômica Federal, criou o boletim Crédito em Foco. O informativo irá mostrar informações

e estatísticas consolidadas sobre o acesso das micro e pequenas empresas e empreendedores mineiros aos serviços financeiros, linhas de empréstimos e financiamento, além de apresentar dicas e novidades relacionadas ao assunto. Nesta primeira edição você vai encontrar informações sobre linhas de crédito para o Empreendedor Individual, estatísticas de crédito em Minas Gerais e diferenças entre crédito para capital de giro e investimento. boa leitura!

Empreendedor Individual Desde 1º de julho de 2009, profissionais autônomos como sapateiros, manicures, pintores, marceneiros, entre outros, passaram a desfrutar dos benefícios da Lei Complementar nº 128, que criou a figura jurídica do Empreendedor Individual. A lei beneficia o empresário individual, sem sócios e com receita

bruta anual de até r$ 36 mil/ano. Quem aderir terá direito a aposentadoria por idade ou invalidez, auxílio acidente de trabalho, auxílio doença, licença-maternidade ou paternidade, entre outros benefícios. A lista de atividades que podem ser registradas está no site da receita Federal.

lInhas de crédIto o registro como empresa permite ao empresário obter linhas de crédito com juros mais baixos. mas o simples fato de se registrar e obter um cnpJ não significa que o crédito será liberado. conheça algumas exigências do sistema financeiro: 7 documentação completa conforme

exigência do agente financeiro; 7 situação fiscal e creditícia em dia; 7 capacidade de pagamento; 7 Garantias.

onde encontrar um escrItórIo de contabIlIdade InscrIto no sImples nacIonal 7 no site da fenacon -

www.fenacon.org.br; www.portaldoempreendedor.gov.br

7 no portal do empreendedor

Informações 7 central de atendimento ao empreendedor Individual

rua bernardo monteiro, 1.903 – bairro lourdes – bh/mG; 7 nas unidades do sebrae-mG no interior do estado; 7 pelo site portal do empreendedor – www.portaldoempreendedor.com.br; 7

central de relacionamento do sebrae-mG: 0800 570 0800.

Informações sobre crédito

O Sebrae-MG irá lançar o boletim Crédito em Foco, uma publicação produzida em conjunto pelas unidades de Inteligência Empresarial e Acesso a Serviços Financeiros. O informativo tem como proposta divulgar as ações, produtos e serviços que as instituições conveniadas direcionam às micro e pequenas empresas e aos empreendedores. Ele estará disponível no site do Sebrae-MG e a previsão é permitir o acesso também pelos sites das entidades que integram o Fórum Permanente Mineiro das Microempresas de Pequeno Porte (Fopemimpe). ago•set•2010


Notas

Design Cinco projetos classificados na segunda edição do Prêmio Sebrae Minas design 2010 em breve estarão disponíveis no mercado: a mesa de centro twister, a banheira Icon(vencedora da categoria ardósia), a poltrona Aqva, a chaise libra e o banco exo, todos desenvolvidos pela Kvar Design, de Belo Horizonte. A Global Aço Inox, de Minas Gerais, produzirá a chaise. A Líder Interiores, a Cia do Acrílico e Gold Vision fabricarão a poltrona Aqva, que possui sensor de presença para acionamento automático da iluminação em led. A banheira, feita com placas de ardósia e vidro, será exportada para Espanha e Itália, o banco será fabricado pela Dragma Móveis e a mesa será produzida pela Scarazzato Móveis, do Paraná.

Cooperativas de Crédito Foz do Iguaçu, no Paraná, sediará o 2º Fórum Nacional de Cooperativas de Crédito de MPEs, no próximo dia 25 de agosto. O Fórum, realizado pelo Sebrae em parceria com a Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras), reunirá executivos, lideranças de cooperativas, donos de MPEs e profissionais do setor público. O evento é gratuito e os interessados devem se inscrever pelo e-mail forumcoopcredito@sebrae.com.br.

Programação Bloco I – Talk show sobre cooperativismo de crédito e microfinanças Bloco II – Mesa redonda sobre governança corporativa em Cooperativas de Crédito Bloco III – talk show sobre produtos, serviços e plataformas diferenciadas para atendimento das MPEs

Serviço Data: 25/08/2010 Horário: 8h às 17h30 Local: Mabu Thermas & Resort Hotel, Foz do Iguaçu (PR) Temas: -Cooperativismo de crédito e microfinanças - Governança corporativa em cooperativas de crédito - Produtos e serviços Mais informações: www.uasf.sebrae.com.br 9


Consultoria

Consultoria

Como fazer um

planejamento tributário?

O primeiro passo consiste na definição do melhor regime tributário para a empresa: lucro real, lucro presumido ou arbitrado, simples nacional ou valores fixos (Empreendedor Individual). “Para saber qual o regime ideal para cada negócio é preciso elaborar um organograma que inclua claramente as etapas de todo o processo operacional e do fluxo financeiro da empresa e, em seguida, estabelecer metas e ações para um prazo de aproximadamente cinco anos. Isso vai ajudar o empresário a comparar a previsão de redução de impostos entre diferentes regimes”, ensina o analista de atendimento do Sebrae-MG Haroldo Santos Araújo, que ressalta também a importância de se conhecer os benefícios fiscais federais, estaduais e municipais incidentes sobre os produtos ou serviços da empresa. Araújo explica que, uma vez escolhido o regime de tributação, o empresário deve dedicar-se ao planejamento das operações da empresa em consonância com o modelo escolhido e, a partir daí, determinar onde há espaço para ações de redução de custos tributários, seja pela redução da base de cálculo e percentuais dos impostos, encargos e taxas, seja pela recuperação dos impostos via empréstimos subsidiados.

Como elaborar

campanhas promocionais?

A estratégia adotada pela empresa para tornar sua marca mais conhecida no mercado é crucial para o sucesso dos negócios. Aumentar a visibilidade e a preferência por seus produtos ou serviços requer investimento e cuidado na elaboração das ações de divulgação. São cinco as etapas quem compõem uma ação promocional: comunicação, campanhas, plano de promoção, meios de comunicação e merchandising no Ponto de Venda.

Para uma ação eficiente, é preciso analisar e definir com clareza os objetivos da campanha e a estratégia escolhida, as técnicas e o plano de promoção, a escolha dos meios de comunicação que serão utilizados (plano de mídia) e o modelo de avaliação de resultados. Ao conhecer e desenvolver alguns destes segredos da propaganda, você saberá por que ela é considerada “a alma do negócio”, independentemente do tamanho que a empresa possa ter. E, a partir daí, saberá por que ficará difícil prosseguir sem ela. 10

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Consultoria

Como elaborar um planejamento de recursos humanos?

O setor de recursos humanos tem sido percebido como área cada vez mais estratégica nas empresas. Afinal, é por meio das pessoas que se alcançam resultados nos âmbitos de qualidade, produtividade e atendimento. O empresário precisa cuidar para que a empresa tenha sempre uma equipe de trabalho comprometida em desempenhar suas atividades com foco nos objetivos do negócio. A gestão de pessoal começa ainda no recrutamento. Quanto mais delineada a forma de seleção aos requisitos exigidos pela empresa, maiores sãos as chances de se incorporar profissionais adequados à função. Aos colaboradores é preciso fornecer capacitação e ações de desenvolvimento profissional, como forma de mantê-los motivados e em constante evolução. E, por fim, o empresário deve ser cioso quanto à política de remuneração, ou seja, a composição dos salários e dos benefícios diretos e indiretos.

Como realizar uma

pesquisa de mercado?

A pesquisa de mercado é uma ferramenta importante para que o empresário e o empreendedor obtenham informações valiosas sobre o setor em que atuam ou pretendem atuar.

Atualmente, ela está ao alcance das pequenas empresas e pode ser realizada a partir de institutos de pesquisas contratados, empresas juniores compostas por estudantes universitários ou pelo próprio empresário e seus colaboradores. Dependendo da complexidade da pesquisa, é fundamental que se contrate uma instituição capacitada. São nove os passos que o empresário e o empreendedor devem seguir: definição do público-alvo e objetivos da pesquisa; escolha do sistema de coleta de dados; definição do método de pesquisa de dados primários; delimitação da amostra; elaboração dos instrumentos de pesquisa; aplicação da pesquisa; tabulação dos dados; elaboração do relatório final e, por fim, a tomada de decisão.

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Negoócio a Negócio

Atendimento sob medida Sebrae-MG cria programa em que a instituição oferece soluções em gestão empresarial com abordagem individualizada

Por Carla Medeiros Fotos: Gustavo Black

O Programa Negócio a Negócio passa a compor a carteira de projetos do Sebrae-MG no atendimento às micro e pequenas empresas. A instituição realizará diagnósticos junto aos empresários para trocar informações, e a partir daí, oferecer gratuitamente orientações e consultorias. Lançado em julho, o programa tem como objetivo estimular o desenvolvimento e o fortalecimento das empresas, bem como ampliar o número de atendimentos em Belo Horizonte e em onze cidades da região metropolitana (Contagem, Betim, Rio Acima, Nova Lima, Ibirité, Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, Ribeirão das Neves, Pedro Leopoldo e Lagoa Santa).

Any Myuki: relacionamento de longo prazo com as empresas

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Sebrae-MG realizará diagnósticos junto aos empresários da RMBH ago•set•2010


Negócio a Negócio Gratuito e personalizado

De acordo com Any, a metodologia do programa se caracteriza por três atendimentos para cada empresário. Na primeira fase, pesquisadores de empresas contratadas pelo Sebrae-MG vão até as empresas aplicar o questionário “Diagnóstico Situacional”, com 37 questões relativas à empresa. No segundo atendimento, os técnicos do Sebrae-MG analisam os dados coletados, criam perfis individuais e elaboram o chamado Relatório de Orientação Empresarial. Após concluí-lo, encaminham uma cópia aos empresários, acompanhada de sugestões dos produtos e serviços da instituição mais adequados à realidade específica de cada negócio. Na terceira e última etapa, realizada no mínimo 30 dias após o envio do documento, os pesquisadores das empresas contratadas pelo Sebrae-MG retornam às empresas para aplicarem novos questionários.

Credibilidade

A administração e credibilidade dos dados confidenciais também é uma preocupação do Programa Negócio a Negócio. Os dados coletados são avaliados por técnicos do Sebrae-MG, permitindo o desenvolvimento do Relatório de Orientação Empresarial. “Houve muitas reuniões para nivelar as informações de toda a equipe. Os técnicos acompanharão detalhadamente os dados para que não chegue nenhuma informação errada e não ocorra equívoco na execução da meta”, revela a coordenadora do programa. Camiseta e crachá identificam os pesquisadores

A dinâmica se baseia na construção de um sistema de dados que possibilite o acesso a informações gerais e específicas das empresas, a fim de identificar os pontos fortes e fracos e prestar consultorias de gestão empresarial focada na realidade de cada negócio. A analista da área de Atendimento, Any Myuki, afirma que o Sebrae-MG terá um volume de informações sem paralelo na história da instituição, o que permitirá oferecer atendimentos ainda mais eficientes. “Esperamos que o programa seja apenas o início de um relacionamento de longo prazo e que as empresas encontrem no Sebrae-MG as soluções de gestão empresarial que precisam para terem melhores resultados no mercado”, comenta. Em Minas Gerais, a meta do programa é atender 90 mil micro e pequenas empresas até o final do de 2010. No Brasil, a estimativa é atender 700 mil empreendedores. O programa vai focar micro e pequenas empresas de todos os segmentos de atuação (comércio, indústria e serviços).

Segundo Any Myuki, outra preocupação do Sebrae-MG é quanto à resistência de algumas empresas. “Queremos que elas confiem em nosso trabalho e que se interessem em receber as orientações. Acreditamos que, após os primeiros resultados do programa, cada vez mais empresas estejam abertas a nos receber”.

Vantagens para todos

O programa começa destinado a 12 municípios da região metropolitana, mas na prática todas as micros e pequenas empresas de Minas Gerais serão beneficiadas. Any Myuki explica que os dados coletados e avaliados pelo Negócio a Negócio possibilitarão que o Sebrae-MG tenha informações completas para construir um “retrato” dos desafios enfrentados pelos empreendedores. “Este relatório servirá de base para estudos mais aprofundados sobre os pequenos negócios em Minas Gerais e nos ajudará no desenvolvimento de novos projetos, serviços e produtos”, afirma.

Receptividade

O empresário Luiz Rocha Filho, proprietário da Siprede Equipamentos de Incêndio, diz que há tempos pensa em procurar o Sebrae-MG para receber orientações e capacitação, mas nunca encontra tempo na corrida rotina da empresa. “Estou ansioso para receber os pesquisadores e, após a avaliação do perfil do meu negócio, receber sugestões para melhorar minha gestão. Atualmente, iniciar uma atividade empresarial pela lei é relativamente fácil, mas a organização da empresa requer conhecimentos e a sua ausência muitas vezes gera problemas graves e até insuperáveis. As orientações e o apoio do Sebrae-MG são muito importantes para a sobrevivência dos micro e pequenos negócios”. 13


Pingue-Pongue

C rescimento seguro e certificado Fabrinni Santos

M

edidas de controle de qualidade e de segurança dos alimentos elevam os padrões das micro e pequenas empresas e garantem vantagens competitivas no mercado. Os empreendedores, além de manterem seus produtos e serviços em conformidade com a legislação, estão cada vez mais atentos a diferenciais na área, como a certificação conquistada pela implantação de normas voluntárias da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Empresas do ramo alimentício buscam ampliar mercado investindo em diferenciais que atestem a qualidade dos produtos e serviços oferecidos

Esta é uma medida que vem ganhando força no setor, conforme observa o assessor técnico nacional do Programa Alimentos Seguros (PAS) e consultor do Sebrae para o desenvolvimento de projetos de segurança de alimentos em cadeias produtivas locais, Fabrinni Santos. Nesta entrevista, ele explica os caminhos e as vantagens de se obter a certificação das normas voluntárias. 14

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Pingue-pongue Por Carla Medeiros Foto: Gustavo Black

Quais são as normas brasileiras específicas para segurança dos alimentos? Atualmente, duas normas estão em vigor no Brasil. Uma é a ABNT NBR ISO 22.000 – Certificação do Sistema de Gestão da Segurança de Alimentos. De origem internacional, ela abrange as empresas da cadeia produtiva e de fornecimento de insumos com a sugestão de implantação de ferramentas para garantir a segurança dos alimentos. É uma norma ampla que atende também os aspectos de gestão de produção e o Sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), além dos requisitos para exportação.

negócios; e a responsabilidade social, que coloca a empresa de acordo com as políticas de saúde pública dos cidadãos.

A segunda é a ABNT NBR 15.635 - Requisitos de Boas Práticas Higiênico-Sanitárias e Controles Operacionais Essenciais em Serviços de Alimentação. Esta é nacional, publicada em 2008, e propõe às empresas de serviços de alimentação, com foco no mercado local, a adoção de princípios legais, regulados pela Anvisa, cumprindo também alguns regulamentos do Sistema APPCC.

Qual é a principal vantagem das normas voluntárias? A vantagem principal destas regras é a certificação das organizações e, consequentemente, seus reconhecimentos perante a sociedade na realização de um serviço de excelência.

Por que as micro e pequenas empresas devem investir em normas de segurança alimentar? As empresas devem investir nestes instrumentos por diversos fatores. Os principais são a padronização dos processos produtivos, facilitando a gestão e reduzindo custos de produção, o que maximiza a lucratividade; a utilização das normas implantadas e dos selos como fator de marketing, ampliando os

O que são as normas voluntárias de segurança dos alimentos? São documentos aprovados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que se fundamentam no interesse da sociedade como um todo e estão de acordo com a lei de segurança de alimentos. Estes instrumentos estabelecem os padrões necessários para as empresas nos seus processos de segurança de alimentos, com credibilidade, ética e reconhecimento.

Os empresários estão aderindo? Muitos já percebem estas normas como um investimento que gera retorno para seus negócios, e não mais como um custo adicional. Com relação à ISO 22.000, as empresas com contratos de fornecimento de serviços de alimentação e exportação de produtos, por força destas relações comerciais, buscam implantar e se certificar para garantir competitividade. As empresas de serviços de alimentação também já se mobilizam para a implantação da NBR 15.635. A

norma ainda é considerada nova, mas vem ganhando força, desde 2009, com um dos projetos do Programa Alimentos Seguros (PAS). Esse programa, uma parceria do Sebrae, Senac, Senai, Sesc e Sesi e ABNT, visa, entre outras coisas, facilitar a implantação e certificação desta norma, com metodologias de linguagens acessíveis e capacitação pessoal.

Quais as expectativas para as certificações? Vale lembrar que teremos no Brasil dois eventos de grande importância internacional: a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. Haverá um enorme fluxo de pessoas no país e a segurança dos alimentos é uma exigência constante dos Comitês Organizadores. As micro e pequenas empresas terão que se adequar à legislação e a chegada da NBR 15.635 facilita esta certificação. Como a ABNT acompanha o desenvolvimento das normas dentro das empresas? O acompanhamento é feito por meio de auditorias anuais. Caso seja comprovado o não cumprimento de qualquer requisito, as empresas podem perder a certificação concedida. Quais os impactos na saúde da população? Esse é o ponto chave de todo o processo, pois a falta de medidas de segurança alimentar pode causar aos consumidores doenças de origem alimentar desde leves até mortais. 15


Cena do espetáculo da Companhia Nosconoscosmesmos

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Cultura

Histórias tecidas com

talento Espetáculo musical e circense valoriza tradição das fiandeiras do Vale do Urucuia Por Carla Medeiros Fotos: Ignácio Costa

F

iar é uma tradição que passa de geração em geração no Vale do Urucuia, no noroeste de Minas. Mas quem vê apenas o produto final dessa arte à base de fios de algodão não conhece o trabalho das fiandeiras, que cantam enquanto dividem as tarefas e encantam com suas habilidosas mãos. Foi exatamente para retratar o cotidiano dessas talentosas sertanejas que foi criado o espetáculo “Respingos... de um sertão reinventado”, apresentado pela primeira vez no 3° Encontro dos Parceiros do Vale do Rio Urucuia, realizado com apoio do Sebrae-MG no final de junho, em Sagarana, distrito de Arinos.

O espetáculo, idealizado pela designer de moda e artista de circo Ana Paula Lage é encenado pelos artistas da Companhia Nosconoscosmesmos, da qual faz parte. A direção musical é do experiente músico Maurício Tizumba. A ideia do musical circense é resgatar, valorizar e divulgar o artesanato do Vale do Urucuia, além de fomentar o turismo e ampliar as vendas das artesãs.

Maurício Tizumba é responsável pela direção musical do espetáculo

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Cultura O analista técnico do Sebrae-MG no Vale do Urucuia, Emerson Gonçalves, destaca a importância do espetáculo para as artesãs locais. “A peça é muito importante, pois resgata e conta a história do público-alvo de nosso trabalho aqui na região. A narração do espetáculo é a devolução do resultado de um trabalho que estamos desenvolvendo há 10 anos com o projeto de Desenvolvimento do Território Vale do Urucuia”, afirma.

Arinos

Segundo ele, as artesãs se sentiram valorizadas, agradecidas pelo projeto. “Não tenho dúvidas de que esta apresentação gerou um impacto muito positivo tanto na produção quanto no comprometimento com o artesanato, elevando a autoestima”, acrescenta Gonçalves.

Inspiração

“Respingos... de um sertão reinventado” é fruto de um trabalho acadêmico de Ana Paula Lage no curso de Design de Moda da Universidade Fumec. A inspiração veio das histórias e dos poemas de sua avó, que é artesã e poetisa. A aproximação com esta tradição do noroeste do estado começou em Belo Horizonte, durante a realização de um congresso sobre biodiversidade. Foi quando conheceu tecelãs do Vale do Urucuia e, pela primeira vez, as viu cantar e fiar. “Resolvi, então, montar esse espetáculo que mostra o dia a dia dessas trabalhadoras. Estrear a peça em Sagarana, local de pesquisa, só foi possível com o apoio do Sebrae-MG”, esclareceu Ana Paula, que ressalta a participação das mulheres não apenas com depoimentos. “A confecção do cenário e do figurino dos personagens foi toda produzida pelas próprias fiandeiras.”

O espetáculo mescla arte circense com música

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Cultura O sertanejo em foco

Fiar em mutirão é uma tradição antiga das artesãs. A preservação desta cultura tem sido incentivada pelo projeto Pólo Veredas, promovido pela ONG Central ArteSol, e pelo Sebrae-MG. O projeto divulga a importância do trabalho em formato de rede de produção. “As tarefas são divididas em forma de uma cadeia produtiva nas associações. Algumas têm funções de fiar o algodão, outras de tingir, de tecer e de finalizar”, ressalta Emerson Gonçalves. Em Sagarana, esse projeto trabalha para manter a tradição viva. A iniciativa envolve 180 fiandeiras e 15 tecelãs, com um mesmo padrão de produção. Este ano, o encontro de Parceiros do Vale do Urucuia teve como tema “Sagarana: feito Rosa para o Sertão”, em homenagem ao centenário de Guimarães Rosa, completado em 2008. As obras do escritor abordam com particularidade o cotidiano do sertanejo, também tema da peça de Ana Paula Lage. O evento é uma das ações do projeto de Desenvolvimento do Território Vale do Urucuia, formado por 11 municípios, entre eles Riachinho, Chapada Gaúcha, Urucuia, Uruana de Minas, Buritis, Bonfinópolis, Formoso, Cabeceira Grande, Arinos, Dom Bosco e Natalândia.

Territorial Urucuia O Sebrae-MG atua na região do Vale do Urucuia desde 1998, desenvolvendo diferentes atividades de empreendedorismo e capacitação de empresários. As iniciativas, somadas à implantação de políticas públicas, possibilitaram, no ano 2000, a criação da Agência de Desenvolvimento Integrado Sustentável do Vale do Rio Urucuia. Para um dos idealizadores da iniciativa, Hildebrando Ferreira de Souza, a participação do Sebrae-MG foi essencial para o direcionamento de uma abordagem concreta para a região. Os produtores rurais e artesãos puderam participar de seminários, cursos e aprender meios de aperfeiçoar o trabalho com aumento da qualidade de produção e renda. Estimulada pela Agência, a primeira associação das fiandeiras da região foi criada por incentivo de Luciana Risolia Navarro Cardoso Valle. A associação acabou se transformando na ONG Artesanato Solidário, com objetivo de resgatar a cultura e facilitar às artesãs acesso a uma renda melhor.

As próprias fiandeiras confeccionaram o figurino das artistas

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Mãos que geram renda e cidadania

Qualificação, união e as belas paisagens de Inhotim são os segredos do sucesso de um grupo de artesãs de Brumadinho

Por Lilian Lobato Fotos: André Mantelli e Gustavo Black 20

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Artesanato

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Artesanato

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roduzir artesanato exige talento, empenho e muita inspiração. Mais que isso, demanda matéria-prima com o mesmo patamar de qualidade do trabalho realizado. Requisitos que não faltam a um grupo de artesãs de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que utiliza o cobertor de campanha para colocar em prática as ideias que surgem nas incansáveis mentes. E quando a inspiração falta, a solução está logo ao lado, no vizinho Inhotim, o maior museu a céu aberto de arte contemporânea do mundo. A analista do Sebrae-MG, Pollyanna Mara Gontijo, conta que o grupo surgiu no ano passado, através da articulação da diretoria de inclusão e cidadania do Inhotim, quando 19 artesãs foram capacitadas pelo Programa Sebrae de Artesanato e passaram a enxergar a atividade como negócio. “Imediatamente Inhotim foi escolhido como fonte de inspiração para os trabalhos e a equipe do museu se dispôs a dar todo o suporte às artesãs”, afirma. Elas receberam orientações sobre gestão, comercialização e treinamento nas áreas de inovação, associativismo, finanças, atendimento e mercado. “Já as oficinas de design propiciaram o encontro com as cores, formas e detalhes que poderiam ser explorados”, relembra Pollyanna. As artesãs e o cenário inspirador do maior museu de arte contemporânea a céu aberto do mundo

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Artesanato

Desde o início do trabalho as artesãs exploram as cores e formas de Inhotim na confecção das peças

A analista conta que os profissionais optaram por trabalhar com os cobertores por ser um produto que remete à realidade de Brumadinho, região que sofre com baixas temperaturas no inverno. Além disso, é uma matéria-prima barata, que permite boa rentabilidade - um cobertor de solteiro custa em torno de R$ 14,00 e pode resultar em quatro bolsas, vendidas a R$ 50,00 cada. Tapetes, arranjos decorativos, bonecos e colares são outros produtos criados a partir do material. Em meados de 2009, o grupo adotou o nome Descoberta e continuou investindo em cursos de capacitação. O próximo passo das artesãs, segundo a analista, é se preparar para comercializar os produtos. Neste sentido, o Sebrae-MG já realizou o Programa de Design do Artesanato – qualificação dos produtos e a qualificação em gestão da atividade artesanal e empreendedorismo. Pollyanna Gontijo avalia que o projeto deu ao grupo uma nova percepção de mercado. “O artesanato exige dedicação e empenho e precisa ser encarado como um trabalho sério. O projeto conseguiu instigar a mudança de postura das artesãs que passaram a valorizar a atividade. As pessoas não apenas se qualificaram profissionalmente como resgataram a autoestima”, comenta. O trabalho é todo elaborado a partir do cobertor de campanha, material farto em Brumadinho

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Artesanato

As artesãs vislumbram um futuro próspero para os negócios Da paixão aos negócios

O artesanato é uma das paixões de Dalva Maria Cordeiro. Integrante do Grupo Descoberta, ela produz bonecas de diversos modelos. “Nunca imaginei chegar onde estou atualmente. A capacitação ampliou meus horizontes e fez com que eu valorizasse o trabalho que realizo”, afirma. De acordo com a artesã, as paisagens e obras de Inhotim inspiram a produção das bonecas, que hoje apresentam aspecto mais moderno. Dalva Maria se orgulha do trabalho e aponta um futuro próspero para os negócios. “Antes do projeto, vendia o artesanato a um baixo preço. Com os cursos, percebi que é preciso avaliar o tempo gasto, a matéria-prima utilizada e o resultado final”, conta.

Dalva: “a capacitação ampliou meus horizontes”

A necessidade de um casaco para se proteger das baixas temperaturas fez com que Aparecida Maria Ferreira aprendesse crochê. Após os primeiros pontos, a artesã não só aprendeu como se apaixonou pela atividade, que acabou por se tornar sua principal fonte de renda. “Sempre tive interesse pela área, mas depois que passei a produzir percebi que poderia tranformar o artesanato em um negócio rentável”, avalia. Segundo ela, o cachecol é hoje seu principal produto. Inicialmente, a artesã se inspirava em Inhotim, mas passou a dar espaço também à criatividade advinda de outras paisagens. “O cachecol incrementa o visual e o torna mais moderno. É possível criar diversas formas com cores variadas”, garante. 24

Aparecida: da necessidade à paixão ago•set•2010


Artesanato Boas perspectivas

A artesã Maria de Fátima Viotti, que produz artigos de decoração, também aposta no avanço da atividade. Integrante de uma associação que atua em prol de melhorias para o trabalho artesanal, ela destaca a importância do apoio do Sebrae-MG ao grupo Descoberta. “O projeto atendeu as demandas dos profissionais da região de Brumadinho, que conseguiram se capacitar para fazer um trabalho ainda melhor”, diz. Para ela, a qualificação é fundamental para o sucesso no ramo. “O curso de design mudou para melhor a maneira de criar e dar cores aos produtos. Além disso, a gestão do negócio também fez a diferença, bem como ter bons relacionamentos”, afirma.

Para Maria de Fátima, a qualificação é fundamental para o sucesso no ramo

Viotti explica que seu próximo passo é definir o valor dos produtos e buscar novos mercados. Ela acredita que neste segundo semestre as oportunidades vão aumentar. “Sempre trabalhei com artesanato e adoro o que faço. As peças criadas tem um pouco de quem produz. Gostaria muito de ter um ponto fixo de vendas e em breve isso vai acontecer”, aposta. Uma nova visão de mercado adquiriu a dona de casa Edna Geralda da Silva ao se unir ao grupo Descoberta. Produtora de pantufas e boinas, ela ainda é nova no ramo. “Além do aprendizado de uma nova atividade, criei bons laços de relacionamento. Tenho muito o que aprender ainda , mas sei que é um começo importante”, avalia a nova artesã, que ainda busca tornar a atividade uma fonte de renda.

A novata Edna se sente mais útil no mercado

De acordo com ela, é preciso continuar a qualificação e manter a criatividade a flor da pele. “Para quem ficava em casa, hoje me sinto útil no mercado e também para a minha família”, acrescenta. 25


Unidos para inovar na

reciclagem 26

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Reciclagem

Catadores de plástico de Belo Horizonte e região se unem para fortalecer a atividade e resgatar a própria cidadania

Por Lilian Lobato Fotos: Saman Pahlevan

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ocê já parou para pensar na infinidade de artefatos que utilizam o plástico como matéria-prima? E no caminho que o reciclável precisa trilhar para se tornar um bem de consumo finalizado? Quando os itens estão nas prateleiras, poucas pessoas imaginam que o produto final é resultado de um trabalho que começa na outra ponta da cadeia produtiva, com os catadores de resíduos sólidos que coletam o suprimento para ser processado e reutilizado pelas indústrias.

A rede Cataunidos, de Belo Horizonte, foi criada precisamente com o objetivo de operar na fase inicial da cadeia do plástico. O grupo foi iniciado em 2007, por meio da articulação de oito associações de catadores da região metropolitana: Asmare (capital), Ascapel (Betim), Ascavap (Brumadinho), Asmac (Contagem), Apaig (Igarapé), Ascap (Nova Lima), Ascamp (Pará de Minas) e Astrapi (Ibirité), além de uma cooperativa de reciclagem, a Coopert, de Itaúna. A rede começou pequena, mas cresceu rapidamente e hoje já coordena 535 catadores espalhados pela região. A rápida expansão exigiu um modelo de gestão mais eficiente e um maior domínio do mercado da reciclagem, já que o grupo decidiu investir também em uma unidade semi-industrial de processamento. No ano passado, em parceria com o Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), o grupo criou um projeto para incrementar e consolidar a fábrica no mercado, a partir do plano de negócios do Sebrae-MG e da consultoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo indicou a viabilidade, as necessidades e, principalmente, o custo das novas mudanças.

Cataunidos separa o plástico do alumínio

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Reciclagem

Segundo o coordenador de mobilização do CMRR, José Aparecido Gonçalves, a possibilidade de melhorias fortaleceu os catadores, que também se mostraram interessados em adquirir conhecimento do processo de beneficiamento (triagem, lavagem e formação do pellet – grão produzido pela unidade e vendido para a indústria de artefatos). “Com a consolidação da fábrica, o produto gerado terá maior valor agregado, o que vai refletir diretamente na renda dos trabalhadores da Cataunidos. Falta pouco para que a unidade opere a todo vapor. Estamos à espera da licença de operação e do capital de giro – cerca de R$ 350 mil – que tende a ser liberado pelo Banco do Brasil”, revela. José Aparecido explica que a rede tem papel fundamental na vida dos trabalhadores, uma vez que possibilitou o resgate da dignidade e tornou a profissão reconhecida pela sociedade. “Além disso, os catadores perceberam a importância de zelar pelo meio ambiente e pela qualidade de vida, o que está diretamente ligado à catação”, avalia.

Na fábrica da Cataunidos...

... os catadores separam todo o material

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O gerente de Inovação e Tecnologia do Sebrae-MG, Anízio Dutra Vianna, acompanhou o trabalho desenvolvido pela Cataunidos e garante que a rede está pronta para operar a unidade industrial. Segundo ele, os negócios a partir de resíduos são de grande valia para o mercado mineiro, que ganha em evolução e preservação ambiental. “Há uma grande demanda por gestores de resíduos, que é uma mão de obra qualificada e de suma importância no mercado global. Os catadores do grupo têm a oportunidade de se qualificar, adquirir experiência e emprego, e gerar renda, o que é fundamental também para a recuperação da autoestima”, afirma. ago•set•2010


Indústria Rede coordena 535 catadores da região

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Reciclagem Histórias de superação

O trabalho de catador mudou radicalmente a vida de Fernando Godoy Alves, que desde a juventude vivia nas ruas. Há 13 anos, Alves passou a fazer parte da Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável de Belo Horizonte (Asmare). A ocupação permitiu ao catador não apenas recuperar a dignidade como se estabilizar e constituir sua família. “Hoje minha realidade é completamente diferente e devo tudo isso ao trabalho feito como catador. Se deu certo pra mim, tende a dar certo para outras pessoas”, revela.

nas ruas. Aos oito anos, comecei a trabalhar como catadora e nossa realidade mudou”, conta. Hoje, aos 60 anos, Maria das Graças ressalta a importância de seu trabalho. Para ela, ser reconhecida pela sociedade e pelo poder público faz toda a diferença na atuação junto à Cataunidos. “Atuo em um local organizado e sei que o meu trabalho está ligado à preservação do meio ambiente e ao zelo pela qualidade de vida das pessoas”, avalia.

Para ele, o trabalho da Cataunidos é uma inovação, por permitir aos catadores atuarem também no processamento do plástico e na gestão da unidade. “O projeto consolida a rede no mercado, fortalece a classe e agrega valor ao trabalho realizado, gerando renda e visibilidade aos catadores”, afirma.

Gilberto Warley Chagas, um dos fundadores da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Contagem (Asmac), conta que já atuava como catador em companhia de outros trabalhadores quando o padre de uma igreja próxima incentivou o grupo a fundar uma associação. “A ideia deu certo e conseguimos nos organizar em busca dos direitos e também dos deveres da profissão”, afirma.

A catadora Maria das Graças Maçal, associada à Asmare há duas décadas, também tem orgulho do trabalho que desenvolve. Segundo ela, a atuação na área começou na infância, quando a mãe, vinda do município do Serro, se instalou em Belo Horizonte. “Ela não conseguiu emprego quando chegou à capital, perdeu a autoestima e foi até discriminada por estar

Para ele, mais que contribuir para o meio ambiente, o trabalho de catador é responsável pela inclusão de pessoas, muitas vezes invisíveis para a sociedade. Chagas ressalta que o plano de negócios feito pelo Sebrae-MG mostrou à rede que é possível avançar na área de processamento do plástico, além de aumentar o ganho final dos profissionais.

Maria das Graças, Fernando e Gilberto: mais renda e dignidade para os catadores

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Reciclagem Ser reconhecida pela sociedade também é um dos objetivos de Maria Madalena Rodrigues Duarte Lima. Ela chegou a trabalhar em um lixão na infância e hoje preside a Cooperativa de Reciclagem e Trabalho (Coopert), de Itaúna. “Tenho uma história de superação e valorizo o trabalho que faço e os resultados que são registrados”, afirma a presidente, para quem a criação da rede foi vital para a união entre os catadores, que hoje geram a própria renda e ajudam a cuidar do bem-estar social da população. “Os profissionais já têm o conhecimento da cadeia produtiva do plástico e entendem o mercado de recicláveis, o que cria uma perspectiva de crescimento muito positiva”, explica. Para ela, o plano de negócios do Sebrae-MG evidenciou as fragilidades da Cataunidos e os pontos que precisavam ser aprimorados. “Agora sabemos como reestruturar a fábrica. Aguardamos apenas o dinheiro para os investimentos em infraestrutura, que deve ser disponibilizado já nos próximos meses”, comemora.

Índices de reciclagem no Brasil* Aluminio Papel ondulado Garrafas pet Vidro Aço Papel de escritório Longa vida Plástico

91% 79% 54% 47% 46% 44% 26% 21%

*Dados de 2008. Fonte: Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre)

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Em Foco 1

Em Foco

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1 Afonso Maria Rocha e Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae Nacional 2 Dival Schmidt, coordenador Carteira de Turismo Sebrae Nacional, Márcia Darós e Agmar Campos 3 Comitê diretivo da Copa 2014/Sebrae 4 Analista de Turismo do Sebrae-MG, Mônica Stella, faz a abertura da reunião 5 Diretor-executivo do Inhotim, Hugo Vocurca, apresenta o Centro de Arte Contemporânea 6 Diretores e gerentes integrantes do comitê 3

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Em Foco

Dirigentes das unidades do Sebrae nas 12 cidades-sede, gerentes e coordenadores de projetos de turismo se reuniram em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, para discutir ações que irão beneficiar micro e pequena empresas durante a Copa de 2014.

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Fotos: Sérgio Marques

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1 Diretores-superintendentes representam as cidadessede da Copa 2 Integrantes do comitê debatem o projeto 3 Tiago Lacerda, presidente do Comitê Municipal para a Copa 2014 de Belo Horizonte 4 Roberto Pascarella, técnico do Núcleo de Turismo da Fundação Getúlio Vargas 5 Ricardo Guedes, gerente da Unidade de Comércio, Serviço e Artesanato do Sebrae Nacional 6 Coordenador do comitê técnico do programa, Dival Schmidt 5

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Em Foco 1

Em Foco

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1 Músicos se preparam para dar início à apresentação 2 Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-MG, Roberto Simões, abre o evento. 3 Público de cerca de 400 pessoas 4 Orquestra Musicoop 5 Produtora musical Jane de Medeiros 6 Início da apresentação 3

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Em Foco

O Sebrae-MG completou 38 anos em julho. Para celebrar a data a empresa promoveu um concerto sinfônico com a Orquestra Musicoop, regida pelo maestro Eliseu Barros. Os 32 músicos apresentarem canções populares e eruditas no pátio da instituição, no bairro Nova Suíça. O evento teve a participação de funcionários, familiares, moradores da região e membros da diretoria e do Conselho Deliberativo do Sebrae-MG. Fotos: Carlos Guilherme

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1 Integrantes do Conselho Deliberativo e da diretoria do Sebrae-MG 2 Músicos apresentaram canções populares e eruditas 3 Funcionários e membros da comunidade 4 Violinista Elias Barros 5 Maestro Eliseu Barros 6 Encerramento da apresentação 5

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1

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Em Foco

No dia 8 de julho foi lançado o Programa Sebrae para Empresas Avançadas. A jornalista e comentarista econômica Salete Lemos fez uma palestra sobre macroeconomia e tendências de mercado. O programa traz soluções personalizadas para empresas. O participante da capacitação fica mais tempo dentro do seu empreendimento que em sala de aula e aplica os conceitos aprendidos com o acompanhamento de um consultor. Fotos: Luciana Gama

1 Público no hall de entrada, antes do lançamento 2 Abertura com o diretor superintendente, Afonso Maria Rocha 3 Palestra durante lançamento do programa 4 Jornalista e comentarista econômica Salete Lemos 5 Silvana Santiago (Sebrae-MG), Salete Lemos, Ricardo Pereira (Sebrae-MG) e Denise Sapper (Sebrae-MG) 6 Analista do Sebrae-MG, Adriana Sabione , atende empresários 3

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Artigo

Pós-venda, por favor! Para aprimorar, melhorar e inovar, é preciso ouvir os clientes. E dar feedback Por Marcelo Miyashita* Foto: Divulgação

C

omo consultor de marketing e palestrante, viajo muito a trabalho. Hospedo-me em diversos hotéis, dos econômicos aos sofisticados, recebendo, no geral, bom atendimento. Tenho um hábito durante as hospedagens: preencher questionários de avaliação de serviços. Busco fazer a minha parte como cliente, fornecendo informações, parâmetros e referências à direção do hotel. E imagino que eu não deva ser o único. Acredito que muita gente, e, claro, não precisa ser especialista em marketing de serviços para isso, preenche os questionários.

Para as organizações hoteleiras são informações valiosas para avaliarem suas operações. Pois, óbvio, são os hóspedes que recebem os serviços, usam e verificam sua eficiência. Diferentemente da venda de um produto, que pode ser testado e avaliado dentro da fábrica; na venda de serviços é o cliente que cumpre essa função. Por mais que o atendimento e uma gerência próxima possam perceber variações de serviços dentro da qualidade proposta, é o cliente que usa, testa e, sim, avalia. Só que a maioria dos hóspedes não tem essa mania. Mas tem opiniões. E amigos. E gostam de falar, bem ou mal. E assim vão construindo pelo boca a boca a reputação do estabelecimento, influenciando colegas e fixando uma imagem no mercado. Por essas razões, do controle de qualidade e da reputação, os questionários de avaliação não podem ser tratados como subserviços ou mera rotina administrativa. 38

É essa a impressão que tenho, que ninguém gabaritado irá ler minhas respostas. Feedback para o cliente, que é bom, nada. De todas as vezes que eu preenchi questionários e sempre marcando (quando há a opção) que gostaria de receber uma resposta, dá para contar nos dedos quando recebi uma ligação ou e-mail. Parece que na hotelaria muito esforço é despendido para manter a operação rodando e pouco se trabalha no que chamamos de pós-venda. O pós-venda em qualquer operação de serviços é fundamental. É a oportunidade para aprender com o cliente. E para aprender tem que conversar, fornecer feedback, abrir-se para o diálogo para aprofundar-se nas questões negativas e positivas. Afinal, uma coisa é saber que o atendimento da recepção levou nota 6. Outra coisa é entender o porquê. Quando se sabe o motivo, abre-se a possibilidade da reparação, do ajuste de um processo e da melhoria nos detalhes. Pois clientes enxergam e dão valor a detalhes que normalmente passam despercebidos pela gestão. Questionários de avaliação não podem ser um fim em si mesmos. Também não podem ser o único canal de reclamações, dúvidas, sugestões e elogios. É preciso ter profissionais especializados cuidando dessa ponta do iceberg. Uma área de pós-venda para receber as opiniões dos clientes, entrar em contato, ouvir, responder, explicar e agradecer. E aprender muito, funcionando como uma ouvidoria. Buscando soluções e fazendo circular as opiniões dos clientes dentro da organização para mobilizar e manter atentos todos os profissionais que atuam na linha de frente. Uma organização para se tornar competitiva e inovadora precisa aprender com erros e acertos. Aperfeiçoando e aprimorando. E não há como fazer isso sem a ajuda de clientes que se dispõem a informar. Até porque, em tempos de internet, se a empresa não se dispuser a ouvir, o cliente encontrará onde publicar sua visão, em fóruns, blogs, portais e comunidades. Aí, já viu. * Consultor e palestrante da Miyashita Consulting e professor de Marketing de Serviços em cursos de pós-graduação e MBA. ago•set•2010


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Ronaldo e Daniela Riccio, da Alva Cosméticos

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Capa Por Marco Antônio Corteleti Fotos: Gustavo Black

Inovar

é preciso Graças ao apoio do Sebrae-MG, empresários conseguem transformar ideias inventivas em sucessos comerciais

A

s micro e pequenas empresas mineiras inovam mais. Esse é um dos resultados mostrados na Pesquisa de Direcionamento Estratégico, divulgada pelo Sebrae em abril. A maioria (81,1%) das empresas atendidas pelo Sebrae em Minas Gerais investe em inovação. O Estado é o primeiro colocado na região Sudeste e ficou acima da média nacional (77,7%). Mesmo entre as empresas que não são clientes do Sebrae-MG a inovação é maior (67,7%), frente à média nacional (65,4%).

Foram entrevistadas 594 empresas no estado, das quais 359 clientes do Sebrae-MG. Entre as empresas assessoradas pela instituição que inovaram, cerca de 40% o fizeram em produtos, seguido pelo marketing (25%) e em infraestrutura/máquinas (23%). “A pesquisa comprova como o Sebrae-MG auxilia na formação do empresário, permitindo a obtenção de subsídio intelectual e financeiro para que produtos, processos e serviços novos e melhorados possam chegar ao mercado”, explica o analista de tecnologia da instituição, Flávio Baeta Moreira. Segundo ele, a linha de atuação da entidade é extensa, passando pelos programas de formação (Sebrae Mais, Empretec, seminários de sensibilização, entre outros), de ambiência (Programa Sebrae de Incubadoras, Parques Tecnológicos) e programas de consultoria (Sebraetec, Inventiva, Prumo, Design e Programa Alimento Seguro). E foi um desses programas, o Sebraetec, que proporcionou o empurrão necessário para que o casal Ronaldo e Daniela Riccio, proprietários da Alva Cosméticos, de Belo Horizonte, pudessem desenvolver seu projeto inovador. Daniela cursava pós-graduação em 2007 no Centro Universitário Newton Paiva quando decidiu colocar seu objeto de estudo, um novo alisante capilar, para concorrer ao programa de consultoria tecnológica financiada pelo Sebrae-MG. 41


Capa

Efeitos do alisante da Alva Cosméticos são comprovados cientificamente

Com o projeto aprovado, Daniela trabalhou no desenvolvimento de uma nova metodologia, que incluiu inovação até na forma de realizar a pesquisa. “Fui a primeira pesquisadora da área de cosméticos a utilizar o laboratório de microscopia eletrônica do departamento de física da UFMG”, revela. O resultado não poderia ter sido melhor: ela conseguiu comprovar cientificamente que a sua metodologia, patenteada em 2009, funciona. “A pesquisa nos fez perceber que poucos produtos inovadores vão para o mercado, pois apenas as grandes indústrias de cosméticos em geral se preocupam com isso. O restante só está interessado em copiar os que já fazem sucesso”, alfineta Ronaldo Riccio. Segundo ele, a empresa não precisa ser grande para fazer testes e avaliações empíricas. “Sempre vamos atrás do que há de tecnologia disponível, quando possível. Por isso, sempre procuramos nos associar a entidades que possuem equipamentos aptos a realizar os experimentos que desejamos”, explica. O produto desenvolvido pela Alva Cosméticos, chamado Novatec Lizz, é o carro-chefe da marca Brasil Ervas, linha da empresa para salões de beleza que lista um total de 50 produtos. O produto está no mercado desde o segundo semestre de 2009 e já representa de 15% a 17% do faturamento total. No momento, a empresa trabalha na criação de uma linha de varejo, com dez novos produtos, e planeja agora novas ações em marketing, melhorando a relação com sua rede de distribuidores. Isso mostra que o casal pensa como a grande maioria dos entrevistados pela Pesquisa de Direcionamento Estratégico: 77% dos clientes do Sebrae-MG revelaram a intenção de investir mais no biênio 2009-2010, e assim continuar inovando. O caso de sucesso da Alva Cosméticos – que encontrou em uma instituição privada o impulso necessário para levar adiante um ideia inovadora – ainda está longe de ser a regra em um país que precisa investir mais em inovação para alcançar uma posição sustentável e consolidada entre as principais economias globais. “Se por um lado o cenário econômico favorece o crescimento do Brasil, os investimentos em inovações não são suficientes para sustentar este desenvolvimento”, avalia Flávio Baeta.

Produtos da Alva Cosméticos: inovação desde o processo de pesquisa

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A falta de políticas realmente aplicáveis já apresenta impactos negativos. De acordo com o relatório Global Innovation Index 2010, que analisa o grau de inovação de 132 países, o Brasil caiu da 50ª para a 68ª posição em 2010. “Para estimular as inovações, é necessário que haja esforços conjuntos entre os setores público e privado, ficando sob responsabilidade do governo o estímulo à criação de polos tecnológicos e redes de cooperação entre empresas e universidades”, explica o analista do Sebrae-MG. Para ele, a função das empresas é incentivar a superação das barreiras à inovação por parte de seus executivos e demais colaboradores, além da utilização dos recursos relacionados ao capital de risco. ago•set•2010


Capa Vale da inovação

Com cerca de 130 empresas de tecnologia, o Vale da Eletrônica, no Sul de Minas, é uma região propícia para o desenvolvimento de produtos inovadores e que rapidamente conquistam mercado. Uma dessas empresas é a Safe Trace, de Itajubá, especializada em rastreamento de carne bovina e que tem seu sistema utilizado pelas redes de supermercados Verdemar e Super Nosso, de Belo Horizonte. De acordo com o diretor executivo da empresa, Vasco Varanda Picchi, o sistema de rastreamento foi pensado a partir de um dos grandes problemas enfrentados pelos frigoríficos: por ser uma linha de desmontagem, os abatedouros não conseguiam manter o vínculo entre o animal recém-chegado e as peças que saíam para serem comercializadas.

Itajubá

A solução para o problema, segundo Picchi, foi adaptar a tecnologia que o sócio dele, Francisco Biasoto, pesquisava em 2005, quando ambos estudavam na Universidade Federal de Itajubá: a RFID (radiofreqüência), a mesma usada no pedágio Sem Parar, na qual o chip do carro é lido à distância, antes de passar pela catraca. Nos primeiros meses de vida, o animal recebe um chip, na forma de brinco eletrônico ou de cápsula para ser ingerida. “Ele passa, então, a ser monitorado por radiofreqüência até ser abatido. Dentro do frigorífico, as informações que estavam na cápsula são transferidas para cartões magnéticos que identificam cada peça cortada. Na entrada da sala de desossa, os dados são enviados para uma etiqueta com código de barra que identifica os produtos embalados que vão para os supermercados”, explica.

Vasco Picchi mostra o rastreador que acompanha toda a trajetória do boi, das fazendas aos supermercados

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Capa

Mídia player da AGTecnologies opera painéis eletrônicos de publicidade à distância Cerca de 130 empresas de tecnologia do Vale da Eletrônica investem no desenvolvimento de produtos inovadores

Para saber todas as informações sobre aquele animal, técnicos da Safe Trace, vão a cada quatro meses às fazendas para realizar a leitura dos dados. “Desta forma, é possível saber a origem, o sexo, o peso, as vacinas recebidas, os donos, por onde pastou e até seus parceiros sexuais”, informa Picchi O potencial do negócio é enorme, pois, segundo Vasco Picchi, as fazendas, frigoríficos e supermercados estão cada vez mais interessados em ter seu produto rastreado. “Os fazendeiros precisam de uma empresa como a Safe Trace para confirmar que sua propriedade está cadastrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento como não sendo fruto de desmatamento; os frigoríficos estão sendo obrigados pelo governo a comprar a carne dessas fazendas e o varejista tem a fiscalização do consumidor e um grande potencial de crescimento das vendas caso faça o rastreamento de toda a cadeia”, afirma. Um exemplo é o Verdemar que, segundo Picchi, aumentou suas vendas em 20% depois que passou a rastrear a carne que vende nas suas lojas. Já o mercado externo está cada vez mais exigente com a carne bovina comprada do Brasil, principalmente depois do surto de febre aftosa registrado em 2005. Hoje, apenas 1.800 fazendas brasileiras estão habilitadas a exportar para a União Europeia. Este número já foi de 20 mil. “Por isso, estamos focando nossa atuação também nos frigoríficos e fazendas, que já começaram a demandar o serviço. Atualmente, temos cinco equipes de técnicos que conseguem registrar até dois milhões de animais por mês”, informa Picchi. Até o momento, a Safe Trace e sua sócia FIR Capital (fundo de investimentos de Belo Horizonte, que possui uma área de fomentos para empresas inovadoras) já investiram R$ 3 milhões na capitalização da empresa e no desenvolvimento de produtos e pretendem investir outros R$ 3 milhões até 2011. O retorno esperado do negócio? R$ 85 milhões nos próximos cinco anos. 44

Equipamento da AGTecnologies gerencia qualquer painel publicitário do país desde Santa Rita do Sapucaí

Operação remota

Maior facilidade para operar painéis eletrônicos de publicidade em corredores de shopping centers. Este foi o objetivo da AGTecnologies, de Santa Rita do Sapucaí, quando começou a desenvolver o mídia player, no início do ano passado. “Normalmente, esse serviço é feito por meio de um PC, onde é desenvolvida a mídia, que será rodada em flash (um software). Nosso equipamento descarta o uso do PC, funcionando com um cartão de memória, podendo ser disponibilizado na internet e gerenciado por um software localizado em Santa Rita do Sapucaí para qualquer painel do país”, explica o diretor de Operações da AGTecnologies, Anderson Dias. Além de painéis de publicidade, a inovação da empresa se aplica a outros meios em que o PC não consegue atender, como a propaganda dentro de ônibus. “Também estamos trabalhando em um sistema de comunicação via 3G, que funcionará por uma porta USB onde será plugado um modem que vai permitir gerenciar a mídia remotamente do celular, desde que haja um ponto de internet, eliminando os cabos”, relata Dias. O negócio, que conta com recursos da Fapemig, ainda está em fase de projeto, mas a perspectiva é que o produto, o primeiro a ser fabricado no país, chegue ao mercado no início de 2011 pela metade do preço de um importado (em torno de R$ 1.200). O lote inicial de fabricação será de mil unidades e os clientes finais da empresa serão as agências de publicidade. ago•set•2010


Anderson Dias: inovação é busca constante na AGTecnologies

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Minas Gerais é o maior exportador de própolis do país

Assessorada pelo SEBRAE-MG, central de negócios Clube da Casa muda cultura organizacional de um grupo de empresas de construção civil do Sul de Minas, tornando-as mais competitivas e preparadas para o mercado

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Apicultura

D oce energia Alimento rico em nutrientes, o mel ainda é pouco consumido pelo brasileiro. Projeto do Sebrae-MG capacita apiários para ganharem novos mercados, aproveitando o potencial de produção quatro vezes maior que o atual Por Marco Antônio Corteleti Fotos: Gustavo Black

I

mportante fonte de energia e com alto valor nutricional, o mel ainda não faz parte da dieta alimentar da grande maioria dos brasileiros. De acordo com a Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), a média de consumo por habitante no país é de apenas 128 gramas por ano, enquanto nos Estados Unidos e na Europa o consumo per capita gira em torno de 1,5 quilo a cada 12 meses. Diante deste cenário, os produtores brasileiros miram o mercado externo como forma de aproveitar a capacidade instalada nacional, estimada pela CBA em condições de processar quatro vezes mais mel que a atual produção, em torno de 50 mil toneladas anuais. Mas para crescer no comércio internacional, os apiários precisam adequar seus processos produtivos as exigências do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Atento a esta questão, o Sebrae tem desenvolvido programas com as principais cooperativas de produtores do estado e do país, com o objetivo de ajudar as empresas a implantarem medidas de controle sanitário mais rígidas. Em Minas Gerais, são quase 150 produtores beneficiados. Uma das associações que contam com este suporte é a Aapivale, do Vale do Aço, que congrega 78 produtores. “A Aapivale está readequando seu entreposto, que é o local onde o mel é processado, para voltar a exportar para a Europa”, informa a analista do Sebrae-MG, Danielle Fantini. Segundo ela, o embargo europeu à Aapivale não é um caso isolado. “É tão comum que o Ministério da Agricultura passou a exigir que os entrepostos em todo o país façam modificações na estrutura física e nos processos de produção para que eles possam se habilitar novamente a exportar para a União Europeia”, acrescenta. 47


Apicultura

Para auxiliar os apicultores da Aapivale a se adequarem às novas exigências e garantirem o controle de todo o processo, o Sebrae se baseia no Programa de Alimento Seguro (PAS-Mel), no qual são trabalhadas duas metodologias: Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), ambas desenvolvidas em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). De acordo com Danielle Fantini, o PAS-Mel atua tanto no campo quanto no entreposto. “No campo, ele foca a colmeia e a casa de mel, local onde o produto é preparado para ser envasado. A casa de mel, por exemplo, deve ser azulejada, possuir pia com sabonete líquido e piso diferenciado. E os baldes que transportam o mel da colmeia devem estar sempre limpos e não podem ser utilizados para outro fim”, explica.

O Programa de Alimento Seguro (PAS-Mel) é desenvolvido pelo Sebrae em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar)

Segundo a analista do Sebrae-MG, o processo é lento porque requer investimentos por parte dos apicultores. “Poucos tinham casa de mel, com o processamento sendo feito na própria cozinha. Para contornar o problema, muitos produtores têm feito parcerias entre si para construírem estas unidades em conjunto”, relata Danielle. Ela conta que a Aapivale está em fase final de readequação das suas instalações e que, em breve, será submetida a nova avaliação do Ministério da Agricultura. Caso consiga a aprovação, a associação poderá voltar a exportar para os países do velho continente. Detentora de uma certificação de mel orgânico de uma instituição alemã, a Aapivale está confiante de que conseguirá também a autorização do governo brasileiro. Com isso, a associação poderá diversificar sua carteira de exportação, atualmente concentrada nos Estados Unidos. A expectativa é destinar 300 das 500 toneladas produzidas anualmente para o mercado externo. 48

O programa auxilia apicultores a garantirem o controle de todo o processo ago•set•2010


Apicultura

Nova Lima

Outra associação que tem se beneficiado do programa PAS-Mel é a Cooperativa Nacional de Apicultura (Conap), de Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o presidente da cooperativa, Irone Martins Sampaio, a parceria com o Sebrae-MG começou em 2008 e tem sido muito profícua. Dos 200 produtores ligados à cooperativa, 40 estão seguindo os preceitos do PAS-Mel. “O trabalho desenvolvido pelo Sebrae-MG, principalmente no que diz respeito à implantação da casa de mel e à adoção de boas práticas no entreposto, tem sido fundamental para que a Conap possa vislumbrar sua entrada no mercado europeu”, afirma Sampaio. Segundo ele, a certificação, necessária para que a cooperativa se habilite a exportar para a Europa, poderá ser conseguida já em setembro próximo, quando uma equipe do Ministério da Agricultura irá a Nova Lima auditar os produtos e processos da associação.

Preceitos do PAS-MEL do Sebrae já são seguidos por 40 produtores de Nova Lima

Foto: Moraes Neto

Foto: Márcia Goulthier

Foto: Márcia Goulthier

Atualmente a Conap é a maior produtora de própolis do país, com 12 toneladas anuais, o equivalente a 31,5% do total produzido no território nacional. A associação já exporta para Japão, China, Coreia do Sul e Estados Unidos.

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Apicultura

A implantação do PAS-Mel na Apiários Casagrande, de Dom Silvério, ajudou a empresa a conquistar o prêmio de destaque nacional da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA).

Juliana Gomes: acompanhamento de todo o processo de produção rendeu prêmio nacional do setor

Prêmio nacional

Uma das empresas da Aapivale que implantou o PAS-Mel com o suporte do Sebrae-MG foi a Apiários Casagrande, localizada no município de Dom Silvério, no Vale do Aço. Com 17 funcionários, a empresa, de propriedade de Geraldo Martins Rôla e Juliana Maria Costa Gomes, produz 12 toneladas de mel por ano, podendo beneficiar até 30 toneladas, captadas junto a apicultores parceiros, associações e cooperativas da região. De acordo com Juliana Gomes, a implantação dos procedimentos do programa na empresa foi fundamental para garantir a qualidade higiênico-sanitária dos seus produtos e matérias-primas e contribuiu para que a Apiários Casagrande conquistasse o prêmio “Destaque Nacional da Apicultura” no congresso brasileiro realizado pela Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), em maio passado, em Cuiabá (MT). “O controle é feito desde a entrada da matéria-prima na empresa até que o produto chegue ao comércio. Os lotes são registrados com o nome do produtor, data da colheita e de validade. Desta forma, conseguimos rastrear e acompanhar todo o processo de colheita e armazenagem do mel, do própolis e da cera”, explica. Para a entrada da matéria-prima no entreposto, são necessários vários procedimentos, todos devidamente monitorados e registrados: a qualidade da água; o controle de insetos e pragas; a limpeza do entreposto de modo geral; os procedimentos na manipulação e fabricação dos produtos e os cuidados na armazenagem da matéria-prima e embalagens; entre outros. Os funcionários passam por treinamentos contínuos, que incluem técnicas sobre contaminação e manipulação dos alimentos. O mérito maior do PAS-Mel, segundo Juliana Gomes, é ajudar prevenir o erro, diminuindo o custo para a empresa e aumentando a segurança do consumidor. “São ações necessárias que asseguram que nenhum alimento com risco possa chegar ao mercado”, afirma. 50

João Monlevade Nova Lima Dom Silvério ago•set•2010


Apicultura

Consumo do mel é tema de campanha nacional Para tentar aumentar o consumo de mel pela população brasileira, o Sebrae Nacional, a CBA e a Fundação Banco do Brasil estão lançando a campanha “Meu Dia Pede Mel”. Em Minas Gerais, o lançamento ocorrerá na Feira do Empreendedor, entre os dias 31 de agosto e 5 de setembro, no Expominas, em Belo Horizonte (leia matéria na página 68). De acordo com a analista de Agronegócios do Sebrae-MG, Danielle Fantini, o objetivo é aumentar o consumo de mel no Brasil. A campanha, segundo ela, terá uma divulgação massiva e foco em vários públicos, de atletas e usuários de produtos de beleza (o mel é muito usado na indústria cosmética, pois possui importantes propriedades adstringentes e suavizantes) até crianças e adultos em geral.

Benefícios

Adoçante mais antigo usado pelo homem, o mel possui benefícios atestados por estudos médicos. Natural e completo, o produto tem entre seus principais nutrientes a frutose, sacarose e a glicose, além de ser rico em potássio, selênio cobre, fósforo, ferro, vitaminas do complexo B, vitamina C e alguns tipos de aminoácidos. Suas funções terapêuticas variam de acordo com a planta de onde a abelha retira o néctar. O mel de laranjeira tem propriedades sedativas; o de eucalipto é indicado para as doenças do aparelho respiratório como tosses, gripes e bronquites e o silvestre tem propriedades calmantes e desintoxicantes, por exemplo.

Minas Gerais

Projetos apoiados pelo SEBRAE-MG • Nova Lima: 40 produtores da Conap • Vale do Aço: 78 produtores da Apivale • Microrregião do Caraça (João Monlevade e região): 30 produtores da Coopermel

Produção de mel: 5 mil toneladas/ano Apicultores: 6 mil Estado é o 6º maior produtor de mel no país

Brasil

Produção de mel: 50 mil toneladas/ano RS: maior produtor nacional, com 7 mil ton./ano Fonte: CBA

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Entrevista

Fábio Borges

O portunidade em várias prestações Aumento do poder de compra torna as classes C e D um atrativo segmento de mercado. Mas é preciso conhecer suas características específicas antes de investir

Por Frederico Machado Fotos Arquivo Pessoal

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ucrar no mercado destinado às classes populares é mais difícil porque o consumidor é de baixa renda. Para Fábio Mariano Borges, especialista em comportamento do consumidor, a afirmação não passa de um mito. Professor de Ciências do Consumo Aplicado na faculdade ESPM de São Paulo, Borges tem convicção de que os empresários que souberem investir nesse segmento podem tirar enorme proveito. Segundo o especialista, esses consumidores das classes C e D possuem características bem particulares. Compreender como eles se comportam, seus valores familiares e os hábitos na hora das compras é essencial para lucrar nesse mercado em franca expansão.

Qual a importância das classes populares para países tidos como emergentes, como Brasil, Rússia, Índia e China? A importância é muito grande nesses países, já que estamos falando em um número gigantesco de consumidores. Na China, são cerca de 700 milhões de pessoas nessa faixa. Na Índia, cerca de 500 milhões. Embora aqui esse número seja menor, o consumidor popular brasileiro tem um potencial de consumo muito alto. Quais as tendências do mercado popular para os próximos anos? A tendência é que esse mercado fique ainda mais forte. O crescimento ocorrerá principalmente no Brasil, um dos países mais promissores mundialmente. Alguns fatores justificam essa expectativa. Estabilidade econômica, bom desempenho na crise mundial, ausência de conflitos religiosos e hábitos não tão pautados pela religião (como acontece na Índia) são alguns deles. Além disso, temos dois episódios de grande apelo mundial que são a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que vão aquecer o mercado de baixa renda nos próximos anos. 53


Entrevista

Pensar que classes de baixa renda não movimentam o mercado é um erro. Algumas marcas atuam nesse nicho há mais de cem anos, o que mostra a estabilidade desse mercado.

Como a Copa e as Olimpíadas podem aquecer esse mercado? São grandes eventos que estimulam micro e pequenos empreendimentos, aquecendo a economia. Além disso, com o crédito favorecido e com mais investimentos estrangeiros chegando, temos facilidades de preços e concorrências, o que influencia diretamente na vida das chamadas classes C e D. Essa é mesmo a hora de lucrar com o mercado de baixa renda? Pensar que classes de baixa renda não movimentam o mercado é um erro. Algumas marcas atuam nesse nicho há mais de cem anos, o que mostra a estabilidade desse mercado. Muitas empresas acreditaram no segmento em uma época sem estabilidade, sem crédito e ainda assim foram bem sucedidas. Imagine agora, com economia estável e crédito disponível. Quais setores estão em alta nas camadas mais populares? Talvez o principal seja o da construção civil. O governo vem facilitando a aquisição da casa própria 54

com a disponibilidade de crédito. O setor imobiliário está aquecido e vai continuar assim por, pelo menos, mais vinte anos. O setor de eletroeletrônicos continua bem, pois esse público está tendo acesso ao crédito e comprando bens antes distantes. A área de vestuários também tem boas perspectivas.

Quais as principais dificuldades dessa parcela da população na hora das compras? Não passa pela cabeça desse público comprar à vista. Essas pessoas só pagam aquilo que cabe no orçamento do mês. Por isso, precisam de parcelamento. Nesse sentido, a burocracia para aprovação de crédito pode atrapalhar. Além disso, esses consumidores precisam parcelar em várias vezes. Estamos falando em parcelamentos a partir de 15 prestações. Quais os principais desejos e aspirações das pessoas das classes C e D? A educação tem papel importante, com os pais almejando para os filhos a educação que não ti-

veram. Isso fica nítido com a atual proliferação de escolas, cursos técnicos e faculdades. Ter a casa própria continua sendo um dos maiores sonhos dessas pessoas. Outro fator que tem me chamado a atenção é a busca pela inclusão digital, com a aquisição de computadores para as residências. Além disso, o setor de alimentos mais específicos, como iogurtes, sucos e sobremesas, está entrando na pauta, apesar da pouca oferta de linhas mais populares desses produtos.

No que as empresas devem ficar atentas para vender nesse ramo? Os preços têm que caber no bolso do cliente. Isso não significa preço baixo. Significa crédito e financiamento. Sem isso não dá para uma empresa entrar nesse mercado. Engana-se quem pensa que o mercado popular aceita menos qualidade. Esse público está cada vez mais informado e exigente. A variedade também é muito importante, pois é um público acostumado a pesquisar e a comparar preços. ago•set•2010


Entrevista

Esses consumidores se importam muito com a pessoalidade na hora da compra. A venda tem que ser feita com a cara dos clientes, quase que personalizada.

Onde instalar lojas e disponibilizar produtos desse segmento? As empresas devem pesquisar as áreas de maior fluxo de pessoas. Muitos empresários pensam que devem montar suas lojas só na periferia. Mas as classes populares transitam pela cidade e estão em constante deslocamento. Uma área com facilidade de transporte público local ajuda, pois poucos possuem carro próprio.

característica da baixa renda, mas do gênero mulher no geral. Socialmente, a mulher ficou mais responsável pelo consumo. Antigamente, o homem saía para trabalhar e a mulher cuidava da casa, fazendo as compras no supermercado. Claro que isso está mudando e já mudou, mas inevitavelmente a mulher tem histórico maior de consumo. Ela pesquisa mais e é mais detalhista.

midores se importam muito com a pessoalidade na hora da compra. A venda tem que ser feita com a cara dos clientes, quase que personalizada. Vendedores que chegam, conhecem um pouco da história da pessoa que está querendo comprar. Em outros países isso não acontece, mas aqui faz muito sucesso. Várias grandes redes estão treinando suas equipes para atender dessa forma.

Também vale a pena pensar nas vendas porta a porta? Esse tipo de venda está em pleno crescimento no Brasil. Ao contrário do que se pensa, que a violência inibe as pessoas a receber vendedores em suas casas, as vendas porta a porta têm crescido significativamente. Temos grande deficiência de transporte e locomoção nas cidades, o que torna esse tipo de contato benéfico para a população.

E quanto às ações de marketing e propaganda? Trata-se de um público que consome muito dessa informação, desde a mídia de massa até os panfletos de supermercado. Não se atentar para isso seria desperdiçar uma estratégia direta de contato. Basta ligar a televisão para percebermos como grandes companhias exploram bem essa publicidade.

Qual seu conselho para empresários que pensam que vender para camadas populares pode atrapalhar a imagem da empresa? Isso tem que ser estudado caso a caso. Não conheço casos de empresas que perderam público porque o cliente achou que a marca estava se popularizando demais. Para algumas marcas, não faz sentido vender para classes mais populares. Depende de como a imagem de marca foi construída. Caso perceba-se que a imagem da empresa está sendo abalada, o primeiro conselho é desenvolver outra marca com apelo mais popular.

Existe alguma diferença entre homens e mulheres de baixa renda na hora das compras? Não se trata de uma diferença

Quais valores e sentimentos orientam a vida e comportamento das classes populares? São valores familiares, mais tradicionais. Além disso, esses consu-

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Vendas de Danton Ferreira Vallenich triplicaram após certificação ISO

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Qualidade

Qualidade

certificada Projeto iniciado pelo Sebrae-MG há cinco anos já ajudou 50 empresas do Vale da Eletrônica, no Sul de Minas, a conquistar a certificação ISO 9000 Por Marco Antônio Corteleti Fotos: Gustavo Black

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m um mercado em crescente competitividade, não basta apenas fabricar um produto e colocá-lo nas prateleiras. O consumidor de hoje exige a comprovação de que o bem a ser adquirido está de acordo com os mais rigorosos critérios de qualidade. E uma das formas mais eficientes de se atestar a qualidade dos processos adotados na elaboração de um produto ou serviço é por meio de uma certificação criada há mais de 60 anos na Europa e que ainda hoje é referência internacional no assunto: a ISO 9000.

Alarmes Santa Rita produz 300 rastreadores via satélite para veículos por mês

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Qualidade No Polo Eletrônico de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, a preocupação em certificar as empresas locais começou em 2005, quando o Sebrae-MG e o Sindicato das Empresas de Aparelhos Elétricos e Eletrônicos de Santa Rita (Sindvel) se uniram para iniciar o processo de certificação pela ISO 9000. “Há cinco anos, ter a ISO 9000 era um diferencial importante para as empresas, pois poucas se preocupavam em comprovar a qualidade dos seus produtos. Hoje, é uma questão de sobrevivência, pois quem não tem está fora do mercado”, afirma Rodrigo Ribeiro Pereira, analista do Sebrae-MG em Santa Rita do Sapucaí. As entidades começaram, então, a fazer um trabalho de conscientização junto às indústrias sobre a importância do certificado para o polo. “A primeira turma foi composta por uma dezena de empresas e todas conseguiram implantar a metodologia, o que motivou as demais. Desde então, todos os anos, uma média de dez empresas

passam a integrar o grupo das certificadas”, informa Pereira. Como todo ano são criadas de 10 a 12 empresas oriundas das duas incubadoras da cidade – sem contar as que vêm de fora –, o trabalho de certificação será sempre contínuo. O analista do Sebrae-MG destaca a importância da ISO 9000 para toda a cadeia produtiva local. “Um produto que a empresa ‘A’ comercializa no varejo passa, em média, por outras 14 empresas durante todo o processo de fabricação, como fornecedores de matéria-prima, componentes e embalagens. Portanto, se um desses não usar a metodologia, a qualidade do produto fica comprometida”, assegura. Com duração de um ano, o curso de capacitação é ministrado pelo consultor do Sebrae-MG Adinê Beijo. “Como Santa Rita do Sapucaí é voltada para o empreendedorismo, é fundamental que as empresas estejam sempre preocupadas em qualificar seus produtos e certificá-los para que continuem

conquistando mercado”, afirma. Segundo ele, a ISO 9000 é ainda mais importante no contexto da cidade, que absorve muitos engenheiros que saem das faculdades apenas com conhecimento técnico, mas sem nenhuma noção de gestão administrativa e visão de mercado, dois temas bastante trabalhados nas aulas. “Outro aspecto importante é o fato de o curso ser realizado em grupos, o que estimula a troca de experiências, permitindo visitas mútuas nas empresas participantes para checar se o que foi aprendido na teoria está sendo efetivamente implantado”, revela o consultor. Após a certificação dos processos pela ISO 9000, as empresas precisam deixar os produtos em conformidade com as exigências do Inmetro, Anatel e até da União Europeia, para o caso das exportadoras. “O fato de conquistar a ISO 9000 representa meio caminho andado para conseguir os demais certificados”, afirma Rodrigo Pereira.

Todos os rastreadores da Alarmes Santa Rita são aferidos em laboratórios reconhecidos

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Qualidade Melhoria dos processos

Participante do primeiro grupo que obteve a ISO 9000 no Vale da Eletrônica, a Alarmes Santa Rita conseguiu melhorar seus processos e hoje o presidente da empresa, Roberto de Souza Pinto, não consegue imaginar a rotina do seu corpo técnico sem a metodologia. “A ISO 9000 dá estrutura à empresa e padroniza todo o processo, deixando-o mais limpo, sem erros e sem desperdício, além de permitir todo o rastreamento da cadeia produtiva e até o recall, se necessário”. Segundo ele, a metodologia também contribui para integrar a empresa, deixando a comunicação mais fácil. Outro ponto importante, segundo Pinto, que também preside o Sindvel, é o fato de haver auditoria a cada seis meses após a primeira certificação, que tem validade de dois anos. A partir daí, as recertificações passam a ser anuais. “Quando o auditor volta, ele avalia a empresa a partir da base anterior e cobra os ganhos de melhoria. Desta forma, sempre estamos subindo mais alguns degraus em relação às auditorias anteriores, em um processo crescente de melhoria da qualidade”, relata. Mas o principal ganho da certificação, segundo ele, é a conscientização pela qual passa o corpo de funcionários para que a qualidade do produto seja garantida e o cliente final fique satisfeito. De acordo com o presidente da Alarmes Santa Rita – que produz cerca de 300 rastreadores via satélite para veículos por mês –, para implantar a metodologia em uma empresa pequena como a sua, com nove funcionários, é preciso investir em torno de R$ 35 mil, usados para adquirir os equipamentos necessários e aferi-los em laboratórios reconhecidos. No setor de radiodifusão, por exemplo, pode-se gastar até R$ 5 mil apenas para aferir um aparelho. “Mas o retorno do investimento é garantido, pois, hoje em dia, sem a ISO 9000 não há mercado”, complementa.

“Hoje em dia, sem a ISO 9000 não há mercado”, afirma Roberto de Souza Pinto.

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Qualidade Outra empresa que obteve a certificação, há um ano, foi a Ativa Soluções, que produz conversores de comunicação digitais. Segundo Danton Ferreira Vallenich, sócio da Ativa, a ISO 9000 representou uma grande mudança, pois modificou de forma positiva vários procedimentos entre os funcionários e inseriu a empresa em um contexto de evolução natural. O resultado mais evidente foi o aumento nas vendas. “Triplicamos a comercialização dos nossos produtos neste primeiro ano de certificação. Sei que a ISO 9000 não foi responsável sozinha por esse aumento, mas estou seguro que todo o benefício da certificação teve impacto nesse resultado”, afirma. Para Danton, a metodologia da ISO 9000 é um excelente curso de administração, porque explica de forma detalhada como gerir qualquer negócio. “Isso trouxe um ganho muito grande, pois além do conhecimento técnico, o curso coloca alguns desafios para que a empresa possa conseguir a certificação”, diz. Outro ponto favorável, segundo ele, é a troca de experiência entre os participantes, “o que proporciona um intercâmbio importante, pois cada um pode aplicar a metodologia de acordo com a sua realidade.”

Santa Rita do Sapucaí

saibamais ISO 9000 Organização não governamental presente em 157 países, a ISO 9000 foi fundada em 1947 em Genebra (Suíça) e sua função é promover a padronização de produtos e serviços, utilizando determinadas normas, de modo que a qualidade dos produtos seja sempre melhorada. No Brasil, o órgão que representa a ISO é a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esta família de normas estabelece requisitos que auxiliam a melhoria dos processos internos, a maior capacitação dos colaboradores, o monitoramento do ambiente de trabalho e a verificação da satisfação dos clientes, colaboradores e fornecedores, num processo contínuo de melhoria do sistema de gestão da qualidade. Podem ser aplicadas a campos tão distintos quanto materiais, produtos, processos e serviços.

Requisitos

As empresas devem seguir alguns passos para serem certificadas. Veja quais são: • Padronização de todos os processos-chave do negócio, que afetam o produto e, consequentemente, o cliente; • Monitoramento e medição dos processos de fabricação para assegurar a qualidade do produto/serviço, através de indicadores de performance e desvios; • Implantação e manutenção dos registros adequados e necessários para garantir a rastreabilidade do processo; • Inspeção de qualidade e meios apropriados de ações corretivas quando necessário; • Revisão sistemática dos processos e do sistema da qualidade para garantir sua eficácia. 60

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Qualidade

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Hortaliças

à perfeição Unidade de processamento recém-criada garante a qualidade das verduras que abastecem a região de Juiz de Fora Por Michele Oliveira Fotos: Gustavo Black

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Agronegócio

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a comunidade Vila Almeida, em Juiz de Fora, saem grande parte das verduras que vão à mesa da população da região. A produção mensal de hortaliças na localidade chega a 20 toneladas por mês, cultivadas em uma área de 16 hectares por 160 agricultores familiares. Processar de acordo com os mais altos padrões de qualidade e comercializar todo esse volume de alimentos foi a oportunidade vislumbrada pela agricultora Sônia Aparecida de Almeida e que resultou na Unione, a primeira unidade de processamento de verduras da cidade.

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Agronegócio

Sem experiência como empreendedora, Sônia Almeida associou-se a uma irmã e duas primas. Elas procuraram a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Juiz de Fora, a Emater e a Universidade Federal de Viçosa para saber como implantar a unidade, como organizar o processo produtivo e obter a licença sanitária.

Unione profissionalizou o processamento e o processo produtivo da Vila Almeida

Depois foram ao Sebrae-MG com o intuito de formalizar o negócio. Mas o quarteto conseguiu bem mais: o Sebrae-MG orientou as novas empresárias sobre todo o processo que envolve a abertura e a gestão de uma pequena empresa. Marcelo Rother, técnico do Sebrae-MG em Juiz de Fora, relembra a contribuição da instituição à Unione. “Demos o formato administrativo, ensinamos como gerir o empreendimento, como entender o mercado, conquistar clientes etc. A partir daí, acionamos também o Sebraetec, consultoria tecnológica, para desenvolver a logomarca e toda a identidade visual do negócio, bem como as embalagens”, conta. Cientes das inúmeras variáveis que envolvem a administração de um negócio próprio, Sônia e suas sócias optaram por se qualificarem e conhecerem o setor mais a fundo antes de colocarem a mão na massa. As empresárias participaram de diversos cursos, palestras e consultorias oferecidas pelo Sebrae-MG, como o programa Meu Primeiro Negócio. “Ficamos cerca de um ano só estudando, planejando e nos capacitando para entrar no mercado”, afirma Sônia. Há cinco meses a empresa enfim saiu do papel. E mesmo hoje as empresárias não abrem mão de recorrer ao Sebrae-MG sempre que surge uma dificuldade. “O Sebrae-MG nos apoia até hoje em consultorias individuais, como nas negociações em que não conseguimos chegar no preço final de venda”, acrescenta Sônia Almeida. 64

Sônia Almeida não abre mão de procurar a ajuda do Sebrae-MG quando precisa ago•set•2010


Agronegócio

Rotina

A rotina da unidade de processamento começa cedo. Os agricultores chegam no início da manhã com as mercadorias, que são pesadas, selecionadas e acondicionadas. “Aproveitamos apenas 50% das verduras, porque não aceitamos folhas que tenham qualquer dano”, explica Sônia. Após a seleção, as hortaliças são higienizadas, cortadas, sanitizadas em mais três lavagens, centrifugadas e embaladas. Já na área de expedição, os produtos são etiquetados e armazenados em câmara frigorífica antes de serem enviados para comercialização. A recém-contratada Joyce Aparecida de Freitas integra a equipe da seleção e lavagem das verduras. “É a primeira vez que trabalho com hortaliças. Nunca tive contato com agricultura antes, mesmo morando na região. Aqui aprendi muitas coisas. Passei até a comer mais verdura”, brinca. Qualidade: A Unione só aproveita folhas em perfeito estado Após a seleção, as hortaliças são higienizadas diversas vezes antes de serem embaladas e enviadas para o comércio

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Agronegócio

Atualmente a Unione processa cerca de quatro toneladas mensais de couve, alface, rúcula, agrião, espinafre, cenourinha, cebolinha, salsinha, manjericão e hortelã. Segundo Sônia Almeida, a expectativa é aumentar o volume ainda mais no curto prazo, já que a capacidade de processamento da empresa é quase três vezes maior e um novo mercado potencial já foi identificado. “Temos condições de colocar duas mil bandejas de 200 gramas de verduras no mercado todos os dias”, calcula. A empresária conta que a meta é atuar no limite da capacidade instalada, estimado em 400 quilos por dia. Todas as hortaliças processadas pela Unione são adquiridas junto aos produtores da Vila Almeida. Com o aumento da demanda e do grau de exigência da empresa, os agricultores passaram a caprichar mais na qualidade das verduras plantadas. “Eles têm se empenhado mais porque nossa compra é condicionada ao nível de qualidade do produto in natura, a fim de evitar desperdícios e manter o padrão exigido por nossos clientes”, explica a empresária Vanderléia Aparecida de Almeida, também sócia da Unione, que ressalta ainda a preocupação da empresa em repassar o conhecimento adquirido com o Sebrae-MG a todos os produtores locais. É o caso dos irmãos Eduardo Barezi e Joaquim Ademir, que fornecem a produção própria e as verduras que adquirem de agricultores menores de toda a região. “A parceria com a Unione aumentou nossa renda e a qualidade das hortaliças. O negócio está trazendo desenvolvimento para toda da comunidade”, conta Barezi.

Juiz de Fora

A Unione se preapra para triplicar o processamento de hortaliças, hoje em torno de quatro toneladas mensais.

Todas as hortaliças processadas pela Unione são adquiridas junto aos produtores da Vila Almeida.

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Agronegócio

Mauro Cavaca, sócio do Habib’s e membro da diretoria da Abrasel de Juiz de Fora, ficou encantado com o trabalho da Unione

Clientes

Apesar de nova, a empresa já possui uma invejável carteira de clientes, que inclui importantes redes como Subway e Habib’s. Mauro Cavaca, sócio do Habib’s de Juiz de Fora, diz ter ficado encantado quando conheceu o trabalho da Unione. A lanchonete fazia a higienização internamente, mas estava em busca de uma empresa que fornecesse o produto já higienizado e processado, para agilizar o processo de preparação de pratos e lanches. “Foi fantástico encontrar a Unione, uma iniciativa que precisa ser apoiada”, afirma o empresário, também membro da diretoria da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) na cidade. Ele faz questão de ressaltar a qualidade dos produtos adquiridos do novo fornecedor. “A qualidade é indiscutível. Eles são altamente selecionados, fui lá e vi os processos. São os melhores padrões de higiene e qualidade”, complementa. 67


Feira do Empreendedor

Feira dos sonhos, negócios de verdade Cem mil pessoas são esperadas na edição 2010 da Feira do Empreendedor do Sebrae-MG, que começa no dia 31 de agosto Por Frederico Machado Fotos: Ronaldo Guimarães

“Falar da Feira do Empreendedor é falar da minha história”. A frase foi proferida por um empresário que conseguiu enfrentar a grande crise econômica global graças a um conselho que escutou durante a última edição do evento, em 2008. Muitos outros bons conselhos e orientações serão dados durante a sétima edição da feira, que será realizada pelo Sebrae-MG, de 31 de agosto a 5 de setembro de 2010. Abertura oficial da Feira do Empreendedor 2008

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Feira do Empreendedor

Cem mil pessoas devem prestigiar o evento deste ano

Durante os seis dias do encontro, todas as atividades do Sebrae-MG serão transferidas para o Expominas, onde são esperadas milhares de pessoas que sonham em abrir seus negócios, registrar uma atividade informal ou aperfeiçoar seu empreendimento com o que existe de mais atual no mundo dos negócios. Quem visitar a feira pode participar gratuitamente de ciclos de palestras, seminários, workshops, oficinas de aprendizado, jogos empresariais e mostras de oportunidades de negócio. Rodadas de negócio, atendimento personalizado, consultoria em gestão e casos de sucesso também são atividades programadas. Quatro grandes temas norteiam a programação deste ano: novas ideias de negócios, oportunidades de mercado, a mulher empreendedora e o jovem empreendedor digital. Segundo a gerente de Atendimento do Sebrae-MG, Mara Veit, os temas são escolhidos de acordo com as tendências percebidas no mercado e nas impressões obtidas nas edições anteriores do encontro. “Para esta edição, também usamos como referência os dados obtidos na feira de 2008. Cerca de 50% dos participantes naquela oportunidade eram mulheres, por isso decidimos dar um destaque maior neste ano”, explica. Para se ter uma ideia do crescimento do evento, são esperadas para esta edição da feira 100 mil pessoas, contra 62 mil participantes em 2008. São mais de 870 eventos programados e mais de 400 expositores promovendo suas marcas.

Como participar?

Para participar do evento, é necessário fazer a inscrição pelo site www.sebraemg.com.br. “As inscrições são gratuitas, tanto para a entrada quanto para atividades específicas. Estamos buscando incentivar a inscrição prévia para as atividades, mas caso o participante chegue na hora, se interesse e ainda existam vagas disponíveis, pode participar”, explica a analista de Atendimento Michelle Chalub. “A cada dois anos lançamos no mercado um produto novo, atrativo e que possa alcançar mais clientes. Esse nosso produto é a própria feira, que se renova constantemente, com muitas atrações interativas para encantar o público visitante”, diz Mara Veit. O empresário Carlos Roberto Diniz Paiva é o proprietário da Ponto do Bordado. Ele deu o depoimento inicial da matéria e confirma o sucesso do evento: “Falar da Feira do Empreendedor é falar da minha história. A Ponto do Bordado nasceu a partir da minha busca de conhecimento e oportunidade. Na edição de 2008, não sabíamos da crise que estava por vir e que afetou muita gente. Mas no evento tive a oportunidade de falar com um grande empresário do ramo de vidros de São Paulo, que abriu meus olhos para mudar o foco da minha empresa. Graças a essa tomada de decisão não fechamos como muitos, resistimos, cortamos gastos e continuamos a crescer”. 69


Feira do Empreendedor

saibamais Eventos intercalados

No mesmo espaço do Expominas, além da Feira do Empreendedor, outros três eventos serão realizados simultaneamente: Encontro Mineiro de Negócios em Artesanato, Encontro do Jovem Empreendedor Digital wwY e a Feira de Oportunidades de Mercado.

Feira do Empreendedor nas mídias sociais:

Feira virtual

Nesta edição, as inscrições para a Feira do Empreendedor só podem ser feitas via internet. “Criamos um site com a proposta de ter maior participação dos nossos clientes, mais interatividade. Além disso, nos preocupamos em atuar de forma mais agressiva nas mídias sociais”, explica Daniela Toccafondo, analista de Atendimento. Twitter, Orkut, Facebook, Youtube e Flickr estão entre as ferramentas usadas para a divulgação da Feira. Mesmo após o encerramento do evento, o site da Feira do Empreendedor continuará no ar. “Vamos emitir o certificado de participação pelo próprio site, com a lista das atividades que o cliente participou. Disponibilizaremos também as apresentações em PowerPoint de algumas atividades e vídeos para que os clientes possam assistir depois”, revela Daniela.

No Twitter:

twitter.com/SEBRAE_MG

No Orkut:

www.orkut.com.br/ Main#Community?cmm=56423681

No facebook:

pt-br.facebook.com/sebrae.minas

No Flickr:

www.flickr.com/photos/sebraemg/collections/

No youtube:

www.youtube.com/user/ AtendimentoSebraeMG?gl=BR&hl=pt

Serviço: Informações e inscrições no evento: www.sebraemg.com.br De 31 de agosto a 5 de setembro de 2010 Das 10h às 22h* Expominas. Av. Amazonas, 6030 Gameleira - Belo Horizonte – MG * No domingo a Feira é de 10h às 18h

Palestrantes confirmados

Domenico de Masi – escritor e sociólogo italiano Glória Kalil – consultora de moda Chico Pinheiro – jornalista Ronaldo Fraga – estilista Paulo Leite – jornalista Chieko Aoki – empresária do grupo Blue Tree Hotels Carlos Ferreirinha - consultor de gestão e inovação do luxo Paul Whelean – representante da Fifa no Brasil Gustavo Lins – ex-estilista da John Galleano e Dior Domenico de Masi

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Feira do Empreendedor

Programação Palestras magnas

Abertura oficial da Feira • 31/08 • 20 horas • Palestrante: Domenico de Masi Sociólogo italiano da Universidade La Sapienz (Roma) e presidente da Escola de Especialização em Ciências Organizativas, a S3 Studium. Escreveu diversos livros best sellers, alguns deles tidos como revolucionários: “Desenvolvimento Sem Trabalho”, “A Emoção e a Regra”, “O Ócio Criativo” e “O Futuro do Trabalho”. Empreendedorismo e Inovação • 01/09 • 20 horas • Palestrante: Silvio Meira Engenheiro Eletrônico pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, especializou-se em Ciência da Computação, cursando o mestrado em informática pela Universidade Federal de Pernambuco e o doutorado em computação pela University of Kent at Canterbury (Inglaterra). Autor de cerca de uma centena de artigos científicos e tecnológicos publicados e de mais de duas centenas de textos sobre Tecnologia da Informação e seu impacto na sociedade. Painel Empresários Mineiros • 02/09 • 20 horas • Mediador: Paulo Leite Jornalista, foi diretor de redação de Época e do Diário de São Paulo. Foi redator chefe da Veja, correspondente em Paris e em Washington. Empresários participantes: Rubens Menin Teixeira de Souza (MRV), Lúcio Costa (Sugar) e Ricardo Nunes (Ricardo Eletro) Excelência no Atendimento • 03/09 • 20 horas • Palestrante Chieko Aoki Formada em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), com cursos em Administração na Universidade de Sofia, em Tóquio, e de Administração Hoteleira, na Cornell University, nos Estados Unidos, Chieko Aoki fundou a sua empresa em 1992. Em 1997, lançou a bandeira Blue Tree Hotels. A empresária tem como missão consolidar a rede como a mais conceituada operadora brasileira de hotéis, com reconhecimento pela alta qualidade, elegância e estilo próprio de serviços.

Seminários

31/08 III Encontro Mineiro das Centrais de Negócio • 10h30 às 19h • Auditório 2 Sonho de consumo - o que compra as classes sociais no Brasil • 14h30 às 18h30 • Auditório 1 Seminário Empresa Formal, Turismo Legal • 14h30 às 18h30 • Sala 2 01/09 Seminário de Inovação • 14h30 às 18h30 • Auditório 1 Encontro de Comércio Justo • 14h às 18h • Auditório 2 Competitividade baseada em clusters • 10h30 às 18h45 • Sala 2 02/09 O Mundo do Empreendedorismo como você nunca viu • 13h às 18h • Auditório 1 Seminário Cultura e Mercado • 14h às 18h 03/09 Moda, que negócio é esse? • 10h às 18h • Auditório 1 04/09 Jovem Empreendedor Digital • 14h às 19h 05/09 Jovem Empreendedor Digital • 14h às 18h

Outras atividades • Oficinas de artesanato • Cine Sebrae • Clínicas tecnológicas • Consultoria e orientação • Missões empresariais

• Mostra Negócio Cor • Oficinas Como elaborar • Palestras • Rodadas de Negócios • Salão de Artesanato

Confira a programação completa: www.sebraemg.com.br/feiradoempreendedor 71


Ouro Preto abrigará o primeiro Clac a ser realizado no Brasil

A nova capital dos clusters Ouro Preto é confirmada como sede do próximo congresso latinoamericano do segmento, em maio de 2011

Por Frederico Machado Fotos: Arquivo Sebrae-MG * Com informações de Aline de Freitas, enviada à Medelín

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s ladeiras de Ouro Preto estão sempre repletas de turistas interessados em conhecer o maior conjunto de arquitetura barroca do planeta. Mas entre 23 e 27 de maio de 2011, a cidade patrimônio da humanidade receberá gestores de toda a América Latina e do mundo no 6º Congresso Latinoamericano de Clusters (Clac), que pela primeira vez será realizado no Brasil, com organização do Sebrae-MG.

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Polos

O Clac é promovido anualmente pelo Instituto TCI (sigla em inglês para Instituto de Competitividade), rede global em conhecimento sobre gestão, governança e avaliação de iniciativas dos chamados “clusters”, um modelo de organização com foco em polos produtivos formados por empresas de um mesmo setor da economia concentrados em uma região geográfica específica. O Sebrae-MG se filiou ao TCI em 2008, para ter acesso ao que há de mais eficiente e moderno no que se refere às práticas mundiais de desenvolvimento de polos produtivos. Em menos de dois anos conseguiu a autorização para organizar a 6º edição do congresso, a primeira sediada em uma cidade brasileira. O tema central já está definido: “Desafios para o Desenvolvimento de Clusters na América Latina”. A proposta é criar um ambiente dinâmico para a discussão da competitividade dos clusters e modelos de sucesso que possam ser adotados pelos países participantes, respeitando as características regionais e a estrutura de cada um.

Representantes de vários países trocaram informações sobre clusters

Diretor do Sebrae-MG em entrevista para a TV colombiana

Durante os cinco dias de evento, congressistas de vários países da América Latina e do mundo terão a oportunidade de visitar clusters da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Dessa forma, poderão conhecer mais a realidade e a diversidade dos polos econômicos do estado e seus desafios na busca de resultados mais eficazes e sustentáveis. Para o diretor de Operações do Sebrae-MG, Matheus Cotta de Carvalho, o intercâmbio de informações com empresários e parceiros de outros países pode ser muito benéfico para os polos brasileiros. “A criação de mecanismos de integração é essencial para o desenvolvimento dos clusters no Brasil, uma vez que nosso país tem uma economia relativamente fechada, ainda pouco integrada à economia mundial”, afirma. 73


Polos

Sebrae-MG esteve presente no congresso deste ano, na Colômbia

Integração é a chave

Matheus explica que, por meio dos clusters, fica mais fácil integrar as empresas em torno de uma estratégia comum de desenvolvimento empresarial, o que acaba facilitando a inserção dos micro e pequenos negócios na dinâmica da competitividade mundial.

“Desafios para o Desenvolvimento de Clusters na América Latina” será o tema do encontro de Ouro Preto, em 2011

“Formamos redes inovadoras, que unem o conhecimento e a competência de universidades, organismos mundiais, governo, entidades empresariais e instituições de fomento e pesquisa. Alinhados em um mesmo modelo de atuação, os empresários conseguem absorver mellhor o conhecimento gerado nessas redes”, explica Carvalho, que integrou a comitiva do Sebrae-MG enviada ao congresso deste ano, realizado em Medelín, na Colômbia, no final de junho. A gerente de Acesso a Mercados e Relações Internacionais do Sebrae-MG, Lina Volpini, também esteve na Colômbia, onde apresentou aos presentes a estratégia de intervenção da instituição mineira nos polos produtivos do estado. Ela destacou a necessidade de identificação e mobilização dos parceiros e suas responsabilidades em cada projeto. “A complementaridade de papéis e competências é condição essencial para o sucesso. Com uma direção comum em torno de um projeto bem estruturado, cada parceiro percebe sua importância no processo e o ambiente do trabalho se torna mais cooperativo”, destaca. 74

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Polos

Organização em clusters facilita a integração das empresas em torno de uma estratégia comum de desenvolvimento empresarial

Polos mineiros mais fortes Criado em 2008 para aumentar a competitividade, a sustentabilidade e a lucratividade dos pequenos negócios no Estado, o Programa Foco Competitivo do Sebrae-MG ganha fôlego a cada dia nos Arranjos Produtivos Locais (APLs), também conhecidos como clusters. Os APLs são formados por empresas do mesmo segmento reunidas em um mesmo espaço geográfico. Estima-se que mais de seis mil empresas estejam reunidas nos chamados APLs espalhados pelo Estado e é para elas que se dirigem as ações do programa. Com uma metodologia e indicadores próprios, o Foco Competitivo procura desenvolver soluções de orientação estratégica para os projetos de atendimento às micro e pequenas empresas, reduzindo a duplicidade de esforços nos APLs. Confira os locais em que o programa já foi implantado:

Confecção de lingerie em Juruaia

Produção de móveis em Ubá

APLs de Minas Gerais 2008

Calçados (Nova Serrana)

2009

Frutas (Jaíba) Móveis (Ubá) Eletroeletrônicos (Santa Rita do Sapucaí) Turismo das Águas (Sul de Minas)

2010

Tecnologia da Informação (Uberlândia) Confecção de moda íntima (Juruaia) Turismo (Monte Verde) Café das Matas de Minas (Manhuaçu) Polo de eletroeletrônicos em Santa Rita do Sapucaí

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Belo Horizonte

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Perfil Por Michele Oliveira

O coração

produtivo do estado Quase metade de toda a riqueza produzida em Minas Gerais é gerada na região Central do estado. A força da economia local é resultado da união entre um setor de serviços desenvolvido e alta concentração industrial

R

esponsável por 44% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado, a divisão regional Macro Centro do Sebrae-MG é rica e diversificada em atividades econômicas, graças à forte concentração industrial, tendo como base os setores de extração mineral, metalurgia, transportes, química e construção civil, aliada ao peso do desenvolvido setor de serviços. A Macro Centro abrange 135 municípios divididos em oito microrregiões: Belo Horizonte, região metropolitana, Conselheiro Lafaiete, Curvelo, Divinópolis, Itaúna, São João del Rei e Sete Lagoas, cada uma com suas potencialidades econômicas próprias. A mais vigorosa é a metropolitana, constituída por trinta municípios. Belo Horizonte, Betim, Confins, Contagem, Pedro Leopoldo, Santa Luzia e Vespasiano estão entre os mais ativos. Esta região é fortemente marcada pelos setores automotivo, metalmecânico, comércio varejista, prestação de serviços, construção civil, biotecnologia, tecnologia da informação, turismo, petróleo e gás. Mais ao centro-oeste, onde estão Divinópolis, Itaúna e São João del Rei, destacam-se os segmentos de móveis, fundição, confecções, fogos de artifício, cerâmica vermelha e agronegócio, além do polo calçadista de Nova Serrana. Em Sete Lagoas e outros 26 municípios, como Araçaí, Conceição do Mato Dentro, Cordisburgo e Paraopeba, destacam-se a siderurgia, a produção de hortifrutigranjeiros, cimento, ardósia, turismo e setor automotivo. “Trabalhamos com mais de 30 projetos coletivos e com o atendimento a empreendedores e micro empresários. Nossa proposta é contribuir para o aumento da produtividade, da competitividade e da inovação de nossos clientes”, afirma o gerente da Macro Centro, Antônio Augusto Vianna de Freitas. 77


Perfil Turismo

Uma das forças econômicas da região é o turismo. No território da Macro Centro estão inseridos nove circuitos: Belo Horizonte, Grutas, Guimarães Rosa, Lago Três Marias, do Ouro, Parque Nacional da Serra do Cipó, Trilha dos Inconfidentes, Trilha dos Bandeirantes e Vilas e Fazendas. Um dos mais destacados é o Circuito do Ouro, que abrange 17 municípios, como Barão de Cocais, Congonhas, Mariana, Ouro Preto, Sabará e Santa Bárbara. Monumentos atestam a riqueza histórica e artística deste circuito. As obras-primas de Aleijadinho na Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, e no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, simbolizam toda a criatividade da arte colonial mineira. Em Sabará está outra joia do barroco mineiro: a capela de Nossa Senhora do Ó. E na Catedral da Sé, em Mariana, está uma das mais preciosas peças do acervo histórico do estado: um órgão Arp Schnitger, de 1701.

Turismo histórico segue como uma das principais forças do setor no estado

Além de monumento e arquitetura, o circuito é notório pelas manifestações artísticas e religiosas, como os festivais de inverno e de congado e a celebração da Semana Santa com tapetes de serragens coloridas nas ruas principais das cidades. O Circuito Turístico do Ouro é, também, um destino perfeito para os adeptos do turismo ecológico. Cortada pela Serra do Espinhaço, a região guarda verdadeiras riquezas naturais como os parques do Caraça, do Itacolomi e a Serra da Piedade. Congonhas integra o Circuito do Ouro, um dos principais destinos turísticos do estado

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Perfil Polo Biotecnológico

Sede da primeira empresa de base biotecnológica brasileira – Biobrás, em 1976 –, Minas Gerais tem visto o setor crescer e se expandir ainda mais desde a década de 1990. Hoje são mais de 80 empresas, além de universidades e centros de pesquisa com foco na biotecnologia. A região metropolitana de Belo Horizonte é um dos principais pólos da América do Sul, com concentração nas áreas de saúde humana e animal.

Belo Horizonte se firma como polo de biotecologia

Faturamento do setor de biotecnologia chega a quase R$ 4 bilhões por ano

Polo calçadista

Com cerca de 65 mil habitantes, Nova Serrana é conhecida como a “capital nacional do calçado esportivo”. O polo é composto por mais de 850 empresas do setor, das quais 80% especializadas no segmento esportivo. São produzidos na região mais de 77 milhões de pares por ano, o que representa 55% da produção nacional e a firma como o segundo principal pólo de calçados do país. Além disso, Nova Serrana vem também se destacando pelo investimento em novas tecnologias, qualidade e designs originais. A indústria calçadista de Nova Serrana gera 41 mil empregos diretos e indiretos e representa 46% dos estabelecimentos e 38% dos empregos formais do setor no estado. A título de comparação, Belo Horizonte, segundo maior polo mineiro, representa apenas 9,2% dos estabelecimentos e 14% dos empregos formais.

Levantamento do arranjo produtivo local (APL) Biotec aponta o faturamento do setor em torno de R$ 3,8 bilhões anuais, gerando cerca de quatro mil empregos. Mas ainda há grandes desafios a serem superados, entre eles o acesso a serviços especializados e capital empreendedor, o suporte governamental e a cooperação, colaboração e consenso entre os parceiros, inclusive empresas tidas como fundamentais para o desenvolvimento do polo.

Oportunidades para o setor

• Em Minas Gerais, o segmento saúde humana representa 74% das vendas das dez maiores empresas de base biotecnológica; • A biodiversidade brasileira corresponde por quase 20% das plantas do planeta; • A biodiversidade mineira contabiliza dez mil espécies vegetais; • Entre os 252 medicamentos listados como essenciais pela Organização Mundial de Saúde, 11% originam-se de novas moléculas bioativas de plantas.

Além de participar de feiras, mostras e fóruns do setor, Nova Serrana também realiza eventos de grande porte, como a Nova Serrana Feira Moda (maior feira de calçados do estado) e a Febrac (feira de máquinas e componentes para calçados). As duas mostras têm o apoio do Sebrae-MG, que também dá suporte a outra iniciativa local: implantado em 2010, o projeto Reforço da Competitividade tem o intuito de aumentar a participação das empresas da região no mercado a partir do desenvolvimento de produtos, tecnologias, inovações, compras e gestão.

Perfil do polo de Nova Serrana

Empresas fabricantes de calçados esportivos: 691 Empresas fabricantes de calçados masculinos: 53 Empresas fabricantes de calçados femininos: 110 Fonte: APL de calçados de Nova Serrana.

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Perfil O mercado da Tecnologia

Belo Horizonte e Nova Lima vêm se firmando como centros com vocação para as áreas de softwares e TecnoIogia da Informação, ao lado de cidades do triângulo e do sul do estado. Elas concentram o maior em número de empresas, faturamento e profissionais. De acordo com o estudo “Software e Serviços de TI: A Indústria Brasileira em Perspectiva”, publicada pela Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software (Softex), Minas Gerais possui cerca de oito mil empresas da área – 12% do total nacional - e está entre os três estados com maior número de organizações do setor no Brasil, ao lado de São Paulo e Distrito Federal. Em Belo Horizonte, a indústria de software responde, hoje, por mais de R$ 2,5 bilhões em faturamento, gerados por 1.300 empresas que atuam nos diversos segmentos da cadeia produtiva. O promissor polo de TI, um dos principais do país, também é palco de iniciativas de sucesso apoiadas pelo Sebrae-MG. A empresa ATS nasceu em 1992 pelas mãos do empresário Geovanne Teles. Ao observar que apenas grandes e médias empresas faziam o uso da tecnologia da informação para controlar seus negócios, o empresário decidiu desenvolver um sistema informatizado de gestão para micro e pequenas empresas. Hoje a ATS atua em todo o Brasil, com cinco unidades próprias e mais de 15 revendas autorizadas. “Temos soluções voltadas para comércio, serviços e pequenas indústrias. São quase 140 colaboradores diretos e mais de 3.000 clientes ativos”, conta. Teles explica que a falta de experiência do início foi superada com o apoio do Sebrae-MG. “O primeiro contato com a instituição foi pelo Empretec, um divisor de águas na minha jornada como empreendedor. Integrei a segunda turma no Brasil, em 1994”, relembra. O empreendedor diz já ter participado de mais de trinta rodadas de negócios do Sebrae-MG e do programa Sebrae em Ação, além de ter recebido apoio logístico e financeiro em diversas feiras e eventos do setor. “Vejo a entidade como uma parceira fundamental e de visão de longo prazo. Em resumo, sem a participação do Sebrae-MG minha trajetória teria sido muito mais difícil”, completa. 80

Geovanne Teles, da ATS: tecnologia da informação para micro e pequenos empresários

Polo de gênios Das cidades que constituem a Macro Centro saíram alguns dos maiores nomes das artes e do esporte do Brasil. Cordisburgo é a terra do médico e escritor Guimarães Rosa, autor de Grande Sertão: Veredas, umas das principais obras da literatura brasileira e mundial. De Belo Horizonte saiu o clube da esquina, movimento musical que começou nas ruas do bairro Santa Tereza e se espalhou pelo Brasil, tornando famosos nomes como Milton Nascimento, Flavio Venturini e Tavinho Moura. A capital também é a terra do jogador Tostão, tricampeão mundial de futebol em 1970. Ouro Preto é berço dos inconfidentes e também de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, cuja obra embeleza outras cidades mineiras, como Congonhas, Sabará e São João del Rei. O “mineiro do século XX”, Chico Xavier, também é da região. Embora tenha vivido em Uberaba, no triângulo mineiro, o médium nasceu em Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte. ago•set•2010


Perfil

Principais projetos do SEBRAE-MG na Macro Centro • Adensamento da Cadeia Produtiva do Petróleo, Gás e Energia no Estado de Minas Gerais. • Adensamento da Cadeia Produtiva do Setor Automotivo na RMBH • Apicultura na Região Metropolitana de Belo Horizonte • Apicultura na Região Metropolitana de Belo Horizonte para o Mercado Asiático • Ardósia de Papagaio e Região • Artesanato de Comércio Justo da Cooperativa Dedo de Gente em Curvelo • Artesanato de Couro em Prados • Artesanato de Prata com Gemas em Santo Antônio do Leite • Comercialização de Tomates da Região de Onça do Pitangui • Comércio Varejista da Construção Civil na Região Metropolitana de Belo Horizonte • Confecções da Moda Casual de Divinópolis • Estímulo à Competitividade das Indústiras de Panificação e Confeitaria da RMBH • Fortalecimento da Cadeia Produtiva da Construção da Macro Região Centro • Fundição de Móveis em Ferro e Alumínio de Cláudio, Divinópolis, Carmo do Cajuru e Carmo da Mata • Fundição de Utensílios Domésticos de Divinópolis, Cláudio, Carmo do Cajuru e Carmo da Mata • Iniciativa de Reforço da Competitividade do Segmento de Diagnóstico e Tecnologias Médicas da RMBH • Iniciativa de Reforço da Competitividade do Setor Calçadista da Região de Nova Serrana • Leite em Lagoa de Prata e Região • Leite em Onça do Pitangui e região • Leite em Sete Lagoas e Região • Móveis no Município de Carmo do Caruju • Música Independente na Região Metropolitana de Belo Horizonte • Projeção do Setor Apícola na Microrregião do Caraça • Turismo de Negócios e eventos em Ouro Preto e Mariana • Turismo de Negócios em Belo Horizonte • Turismo Historico Cultural São João del Rei e Tiradentes • Turismo Serra do Cipó

Macro Centro Setor Automotivo Artesanato de Couro Ardósia Apicultura Artesanato de Comércio Artesanato de Prata Comercialização de Tomates Comércio Varejista da Construção Civil Confecções Indústiras de Panificação e Confeitaria Móveis em Ferro e Alumínio Fundição de Utensílios Domésticos Segmento de Diagnóstico e Tecnologias Médicas Setor Calçadista Leite

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Artigo

Pequenos negócios

mais fortes Por Alanni Castro * Foto: Miguel Aun

Origem

M

elhores condições para crédito, taxas de juros e prazos para pagamentos. O que para muitos empresários soa como utopia já está virando realidade para outros. As Sociedades de Garantia de Crédito (SGCs) proporcionam assessoramento financeiro, competitividade e integração para micro e pequenas empresas (MPEs), que ganham mais força quando atuam em conjunto. Apesar do histórico recente no Brasil, as SGCs prometem ganhar espaço e movimentar os empreendimentos mineiros em breve. Sociedades de Garantia de Crédito são instituições formadas pela iniciativa empresarial e pública e têm como principal objetivo a concessão de garantias complementares às MPEs associadas e que demandam crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN). Com a garantia fornecida pela SGC, a instituição financeira terá maior segurança nas operações, redução dos custos de análise, menor risco de inadimplência e, principalmente, garantia complementar líquida para aquela operação. Assim, as taxas de juros e o custo do crédito serão menores para o banco e para o empresário. Além da concessão das garantias, a SGC poderá oferecer avais comerciais e técnicos, além de assessoria financeira, que contribuirá para um dimensionamento adequado do crédito a ser pleiteado. Quando a empresa não estiver apta ao financiamento, a SGC a apóia tecnicamente para que suas finanças se regularizem. 82

Este sistema nasceu na França, no início do Século XX e logo se disseminou pela Europa e pelo mundo. Hoje, Itália, Alemanha e Espanha são algumas das referências em sistemas de garantias de crédito. A maior parte do recurso financeiro operacionalizado pelas SGCs, também chamadas Sociedades de Garantia Recíproca (SGR), destina-se às MPE (conforme os critérios próprios de cada país) por, não somente no Brasil, os pequenos negócios serem considerados fator importante para o dinamismo econômico. O Canadá é o país por onde as SGCs chegaram às Américas, apresentando, atualmente, um dos maiores volumes em garantias concedidas. Nas últimas décadas, Canadá e os EUA atenderam conjuntamente mais 750 mil empresas, garantindo aproximadamente US$ 59 milhões. Argentina e Chile têm as sociedades de garantia como entidades autônomas, com legislação e normas específicas. Maria Stella Pérez Calaf, diretora da Proaval (Chile), considera que, para o seu país, as pequenas e médias empresas são as que geram maior impacto econômico e as SGCs buscam suprir a necessidade de garantias, objetivando a redução dos custos do crédito e alavancagem dos negócios.

Sociedade de Garantia de Crédito no Brasil

Em nosso país a Associação de Garantia de Crédito da Serra Gaúcha – Garantiserra é a única em operação. Sua área de atuação abrange, além de Caxias do Sul (RS), onde está a sua a sede, outros 31 municípios da região. Iniciou as atividades em 2005 e até junho deste ano a Garantiserra emitiu mais de R$ 10 milhões em cartas de garantia, significando cerca de R$ 17,6 milhões em financiamentos obtidos junto aos agentes financeiros e uma considerável redução nas taxas de juros para as empresas associadas. O Sebrae vem empenhando esforços no sentido de contribuir para o surgimento de novas SGCs no país. Com o lançamento de Chamada Pública, recebeu propostas entre 2008 e 2010 de diferentes regiões para a constituição deste mecanismo de garantia. A partir da formalização das SGCs, a natureza do apoio se concentra em aportes de recursos financeiros para a composição do Fundo de Risco e assistência técnica e operacional. Em Minas Gerais foram apresentadas quatro propostas (as regiões Leste, Sul e Alto Paranaíba e a cidade de Belo Horizonte). A primeira já formalmente constituída é a Garantia dos Vales, que, inicialmente, atenderá as regiões de Teófilo Otoni, Vale do Aço e Governador Valadares, onde está sediada. *Administradora, pós-graduada em Gestão de Projetos e em Desenvolvimento de Cooperativas. Analista da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae-MG. ago•set•2010


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