coragem
Todo o histórico de movimentos da comunidade ao longo do tempo colaborou para a formação de uma identidade coletiva da periferia. A comunidade reconhecendo semelhanças entre si e manifestando a aversão aos sistemas dominantes, produzindo e consumindo seu próprio conteúdo cultural. Ary Pimentel no artigo “Selfie da Periferia” aproxima a literatura periférica do fotógrafo carioca Bira Carvalho (morador do Complexo da Maré), de forma que a produção artística em diferentes linguagens são atos comunicativos que firmam um pertencimento ao campo cultural, do qual foram deixados à margem:
Novos modos de usar a literatura, a fotografia, a pintura e o cinema se projetam nessa poética de uma contraviolência sutil (“terrorismo cultural”, conforme Ferréz) que, quando “a capoeira não vem mais”, apela ao deslocamento das práticas simbólicas de um conjunto de atores que se afastam dos lugares estabelecidos e dos conceitos de arte que mantiveram à margem os que não eram reconhecidos como produtores de cultura. (PIMENTEL, 2014, p. 51)
35 - Sarau da Cooperifa