RÉ EM CAUSA PRÓPRIA Adelina Barradas de Oliveira Juiza Desembargadora
EM ABRIL DE 2020 EM ESTADO DE CONFINAMENTO (não gosto deste título)
É que eu tenho de ter um tema e não quero que o tema seja igual ao “ Tema “... Estou tão confinada, com medo e receosa como qualquer um de vós. Tenho reagido umas vezes bem outras mal como qualquer um de vós. Aceito o teletrabalho ainda que não goste do nome ( ou gosto porque me dá vontade rir), porque há muito tempo (mais de 1 ano) que já o faço e com agrado. Não me perturbam mudanças que agilizem, facilitem, tornem rápida e eficiente a resposta que quero dar e tenho de dar ao Meu País, o exemplo que tenho de ser ( e eu sei o que é um exemplo). Não me perturba o confinamento se isso serve para aumentar a potencialidade e a resposta do SNS, não me faz diferença que para que os médicos, os enfermeiros, o pessoal de saúde possam fortalecer-se, eu fique em teletrabalho em casa , faça compras porque há uma guerra lá fora que é preciso fazer. A edução é feita de um sistema de um sistema de interdições e de não respostas a pergunta respostas, “não podes pôr os dedos na ficha. Porquê? Porque não. Porque morres ... mas e se
eu quiser morrer”. E ai voltas à casa de partida. Torna-se insuportável, não é? Não me faz confusão aderir a métodos ordenados de circulação e não poder ir ver o mar... nem poder descer à praia....molhar os pés no mar e mergulhar os olhos lá fora no infinito mas não me façam voltar á casa de partida. Tenho medo de morrer, tenho medo que me cataloguem como idosa, porque não aceito que o façam...nunca o serei a não ser que morra... a não ser que adoeça de qualquer coisinha limitativa e que me torne inimputável, mas aí serei apenas doente e não idosa... . Não quero sequer conceber que me limitem os movimentos mais a mim que aos meus concidadãos, que interfiram na minha vontade de fumar um cigarro ( eu que nem funo), numa esplanada ao ar livre debaixo de sol com ou sem chapéu e com ou sem óculos escuros, só porque me deu na gana. Não, não vou por aí... Eu não descendo de conformistas... eu e os meus genes andámos muito para aqui chegar. As mulheres que há