MARGARIDA VARGUES
FUGIR DA A G GU UE ER RR RA A III D
Quase a terminar este atribulado ano lectivo, este é – talvez – o último capítulo da história da minha menina, que ao longo dos textos deixou de ser minha, para ser nossa.
vida a andar para trás com a possibilidade – no horizonte – de ficar sem trabalho. Felizmente isso não aconteceu, e apesar das perdas que tive, a nossa menina não se dissipou no nevoeiro da pandemia.
É UMA HISTÓRIA DE CONQUISTAS. É UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO. É uma história que me tem trazido lições, como nenhuma outra me trouxe até hoje. Tem sido um caminho árduo de trilhar, mas quem disse que eu gostava de coisas fáceis? Já chorei, já ri, já me senti de coração cheio e também já fui ao fundo vazio da minha alma. Limpei sempre as lágrimas, alcancei a bóia, enchi-a com todo o fôlego possível e chego aqui sem grandes arranhões. Chegamos, pois esta não é uma história só minha. Confesso que no dia 13 de Março vi a minha
Em casa e à distância de um ecrã, as nossas aulas continuaram com uma agravante: a única pessoa com quem falaria português seria eu. Bolas!, pensei, logo agora que estávamos no bom caminho... Com a timidez espelhada no rosto nunca falhou uma aula, nem nunca se atrasou. À hora marcada, qual, relógio suiço, lá está ela equipada para mais uma sessão: smartphone, caderno e caneta. Quase ao fim de dois meses confidenciou-me que tinha, finalmente, saído de casa. Foi ao parque. Perguntei-lhe qual e não me soube