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Espaços de formação na Despertar: diálogo e escuta Lilian Zianni
ESPAÇOS DE FORMAÇÃO NA DESPERTAR:
DIÁLOGO E ESCUTA
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Lilian Postingher Zianni 12
Neste ano de 2019, completei 5 anos de "casa". Trabalho na Despertar e sou grata pelo esforço que a equipe diretiva faz para nos proporcionar momentos de formação, espaços de aprendizado, trocas de ideias e de afetos com muita qualidade e intensidade.
Já tivemos formatos diferentes ao longo desses cinco anos, pois nossas inquietações e reivindicações são sempre escutadas e acolhidas pela equipe, o que torna nosso trabalho mais valorizado e exível. Hoje participo das formações mensais que acontecem aos sábados; das formações vivenciais, que acontecem quinzenalmente, nas quintas-feiras; participo também do grupo de estudos sobre Documentação pedagógica e do Grupo Palavra que acontece todas as quartas-feiras.
Em cada encontro, temos diálogos regados de partilha de ideias, ensinamentos, convivência, oportunizando, assim, aprofundamento da proposta pedagógica da escola, ampliação de nossos repertórios culturais, simbólicos alicerçados na pedagogia da escuta.
De acordo com Mello, Barbosa e Faria (2018), podemos de nir a escuta como:
“a capacidade e a necessidade de escutar, de coletar, de organizar e de compreender o que a inteligência das crianças e dos adultos produz no contexto da escola. Não se trata simplesmente de ouvir o que eles dizem, mas de criar um clima receptivo no qual todos os protagonistas da escola se encontrem, sejam crianças, pais ou professores. A escuta é uma atitude receptiva que pressupõe uma mentalidade aberta, uma disponibilidade de interpretar as atitudes e as mensagens lançadas pelos outros e, ao mesmo tempo, a capacidade de recolhê-los e legitimá-los” (p.57).
Para conseguirmos escutar as crianças, é necessário sermos escutados, e, nas formações, assim como em outros momentos, essa escuta acontece e nos permite essas trocas signi cativas, fazendo com que o propósito e os valores da Despertar sejam realizados. Alimentamo-nos sicamente por meio de comidinhas deliciosas nos encontros e, intelectualmente, por meio de seminários, leituras, análises de situações do cotidiano, vídeos, poesias, práticas corporais, produções artísticas visando potencializar nossos fazeres com nossas crianças.
Segundo Malaguzzi (2005), os professores e os pro ssionais de cada escola têm o direito de contribuir para o desenvolvimento e para o aprofundamento dos marcos conceituais que de nem os conteúdos, os ns e as práticas de educação. Acreditamos nos debates e confrontos abertos e produtivos com a equipe, no direito ao diálogo, aos diferentes pontos de vista, na troca de ideias e nas experiências como ferramentas importantes para enriquecer nossas capacidades de pensamento, avaliação e documentação.
Por m, resgato o propósito da escola a rmando que não existe um único modo de ensinar, de aprender e de se desenvolver, queremos formar de um jeito que não cabe em formas, que transcenda e humanize. Aprendemos resgatando histórias, gerando conhecimento, aprendemos quando brincamos, e nos transformamos. É uma eterna descoberta. Quando nos sentimos seguros, estamos inteiros, nos abrimos para o novo. Acolher permite crescer e, assim, nos sentimos protegidos. Existe algo que vem do afeto, do deixar-se afetar pela beleza, pela simplicidade, por novas possibilidades e por experiências. Na convivência geramos a arte do encontro; na ética das relações, temos respeito, escuta. Queremos diversidade e transparência.
En m, acreditamos numa educação que vai sendo construída a cada momento. Como nos inspira Paulo Freire, “Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.