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Ser pai e ser mãe na Despertar Andrea de Souza

SER PAI E SER MÃE NA DESPERTAR

Andrea de Souza 15

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Tantas vezes se submete a criança à redoma protetora do adulto que o conteúdo se recheia de consignas de condutas transmitidas através de “imperativos categóricos” repetidos. Sustenta-se na falta de rigor artístico com técnicas de teatro de participação, de animação, diversão ou ócio, cheio de caricaturas empobrecedoras do espírito humano, e de fórmulas didáticas transmitidas com o sentimento de superioridade próprio do adulto sobre a criança. (LAREDO, 2003, p.4).

Reuniões na escola, dia da família, festividades, conversas com a professora, integrações e bilhetes solicitando ajuda nos projetos são algumas das oportunidades para as quais as famílias são convidadas, a m de participarem do cotidiano da Escola Despertar.

Participar das atividades e das demandas da escola vai além de ser presente no desenvolvimento do meu (minha) lho (a). Essa participação proporciona as condições e as possibilidades de compartilhar com meus pares, os outros pais e mães que vivem as experiências de serem pais de crianças que frequentam a escola e com os educadores, que passam o dia ou um turno com meu (minha) lho (a). A presença dos pais nas atividades da escola amplia a escuta e o olhar de todos os envolvidos no processo pedagógico.

Os afetos envolvidos com a PRESENÇA da família possibilitam aos educadores compreenderem as necessidades, os interesses, as preocupações dos responsáveis pelas crianças e auxiliam nas conexões entre estes e as ações a serem planejadas e concretizadas nas práticas cotidianas da escola.

Se em algum momento os pais escolheram a escola levando em consideração uma série de critérios que consideravam pertinentes para o seu lho em uma determinada idade, a participação na escola assegura também que os pais acompanhem seu lho em seu crescimento, nas suas mudanças e nas mudanças que a escola proporciona para instigar esse crescimento de modo potente e criativo. Quando se efetiva a participação de todos os envolvidos em sua rotina e funcionamento, a escola passa a ser também um espaço de aprendizagem para os pais, um espaço de trocas, de expectativas e de apoio. A escola deixa de ser um espaço preparatório para o que vem depois, para uma vida que vem depois, e contribui para o entendimento desse tempo de agora e da vida que já é.

Os lhos crescem, as escolhas que fazemos para eles mudam, nossas percepções sobre o que é importante para eles também se alteram, eles nos indicam em suas respostas e atitudes que estão em outra fase, que aprendem de outras formas, que têm um ritmo próprio. Essa percepção também nos faz entender que temos nosso próprio ritmo, que o nosso ritmo pode-se adequar ao ritmo deles e que precisamos alcançar certa harmonia e equilíbrio para acompanhá-los. Tal tarefa não é fácil ou tranquila. Os momentos que vivemos com eles, ou por eles na escola, auxiliam na harmonização desses ritmos, no equilíbrio desses afetos compartilhados. De muitas formas crescemos com nossos lhos, aprendemos com eles, e, através de nossa presença e participação nas atividades da escola, colocamo-nos disponíveis e abertos ao que foi pensado com eles e para eles.

Estar perto, de forma ativa e afetiva, é ainda a melhor maneira de participar da vida deles nesse tempo extremamente rico e importante que se chama infância.

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