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Parceria Acadêmica
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO BUSCAM NA CIÊNCIA OS SUBSÍDIOS PARA O PLANEJAMENTO INTEGRADO
Coordenação geral e executiva: Caio Pamplona (Núcleo de Gestão Integrada Antonina – NGI/ ICMBio) e Eduardo Vedor de Paula (Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná).
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O litoral norte do Estado do Paraná abriga quatro Unidades de Conservação federais que compartilham biodiversidade, atores sociais e ameaças, mas até pouco tempo não trabalhavam a gestão de maneira integrada ou sequer colaborativa. Na Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, os diagnósticos que subsidiaram o Zoneamento e o Plano de Gestão são da década de 90. Já o Parque Nacional Superagui está na fase final da tramitação do Plano de Manejo realizado entre 2012 e 2015. A Estação Ecológica de Guaraqueçaba, criada em 1982 e a Reserva Biológica Bom Jesus, que é de 2012, não dispõem de Planos de Manejo. “Considerando o contexto local, há o entendimento de que o planejamento da gestão das unidades deve ser efetuado com integração de ações e atividades para otimizar recursos humanos e logísticos. No entanto, a grande demanda de atividades de rotina, notadamente na fiscalização e licenciamento, aliada à redução das equipes dificulta o avanço na elaboração do planejamento, especialmente nas etapas iniciais de coleta e sistematização de informações”, destaca Alan Yukio Mocochinski, perito no Ministério Público Federal, em exercício provisório no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, relator da prática. Nesse sentido, subsidiar o planejamento de ações das Unidades de Conservação preconizava mobilizar parceiros.
Foto: Victor Carvalho
PERFIL
Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba; Parque Nacional Superagui; Estação Ecológica de Guaraqueçaba; Reserva Biológica Bom Jesus.
OBJETIVOS
Conciliar os objetivos de atividades acadêmicas (como elaboração de monografias, teses e dissertações) aos esforços de gestão das áreas protegidas, gerando subsídios ao planejamento integrado e propiciando a capacitação de futuros profissionais.
RESULTADOS
ࡿ Refinamento do mapa de limites da Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba. O processo está em análise na Divisão de Consolidação de Limites (Dcol), do ICMBio. Produção de mapas temáticos como ferramentas de apoio à gestão. ࡿ Base de dados geográficos integrando questões ambientais e sociais relevantes para a gestão das Unidades de Conservação (UCs), com cerca de 300 camadas de informações para a área de abrangência das Unidades de Conservação estudadas. ࡿ Elaboração de documento que subsidia o diagnóstico da área de abrangência das UCs do litoral norte do Paraná, com informações ambientais e socioeconômicas compiladas e atualizadas. ࡿ 120 alunos de graduação e 40 de pósgraduação da Universidade Federal do Paraná capacitados na temática da gestão de Unidades de Conservação, até então um campo inexplorado pelo curso. Contratação de estudantes como gestores ambientais no Ministério Público, em consultorias especializadas e em organizações não governamentais. Reconhecimento da gestão do ICMBio no território.
Foto: Alan Yokio Mocochinski
INSPIRE-SE!
ࡿ Para as Universidades, Centros de Pesquisa e Ensino, as demandas das Unidades de Conservação permitem aplicar a teoria na prática, o que também contribui para a formação de profissionais mais capacitados e integrados às reais necessidades de gestão das áreas protegidas.
ࡿ A formalização de parcerias permite desenvolver trabalhos de médio e longo prazo com garantia de mais segurança a todos os envolvidos.
ࡿ A definição prévia dos desafios de gestão, a identificação de lacunas que devem ser respondidas sobre a biodiversidade e o reconhecimento das ameaças aos atributos da UC ajudam a direcionar, de maneira mais efetiva, os esforços da equipe gestora e dos parceiros.
METODOLOGIA
As equipes gestoras das Unidades de Conservação (UCs) da região procuraram o Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que possui uma linha de estudos na área de planejamento ambiental, liderada pelo Professor Eduardo Vedor de Paula. Os gestores buscavam a execução de um Plano de Trabalho que pudesse integrar as atividades acadêmicas da graduação e pós-graduação com as necessidades de subsídio ao planejamento de ações das Unidades de Conservação.
Após uma série de reuniões sobre o planejamento da parceria e das atividades específicas, a Coordenação Regional do ICMBio em Florianópolis/ICMBio e a UFPR firmaram Termo de Reciprocidade junto a um Plano de Trabalho entre a gestão das UCs e o Departamento de Geografia da Universidade. O Plano de Trabalho considerou a realização de disciplina optativa – Práticas em Planejamento e Gestão Ambiental - no curso de bacharelado em Geografia. Os servidores do ICMBio realizaram palestras e orientaram a execução das atividades. Cada aluno executou Plano de Trabalho sobre determinado tema do diagnóstico ambiental da região de abrangência das UCs. Ao final, os resultados foram apresentados em reunião do Conselho da Área de Proteção Ambiental e em eventos com parceiros na gestão das UCs.
No ciclo acadêmico seguinte, UCs e Universidade buscaram complementar as informações de subsídio ao diagnóstico, com a disciplina Geografia Gestão Ambiental do Território, no Programa de Pós-Graduação. No total foram três disciplinas de graduação e duas de pós-graduação entre o segundo semestre de 2014 e o segundo semestre de 2016. Temas relacionados às Unidades de Conservação apareceram nas monografias de conclusão de graduação e nas dissertações de mestrado. O envolvimento da Universidade propiciou melhor diálogo entre o ICMBio, lideranças do MST e comunidades locais, que tradicionalmente possuem certas reservas em relação ao órgão. Todas as etapas do Plano de Trabalho da Unidade de Conservação, do planejamento à execução, estavam integradas às atividades acadêmicas dos cursos de graduação e pós-graduação da UFPR.
PERÍODO
Maio de 2014 a dezembro de 2017.
PARCEIROS DO PROJETO
Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR); Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS); Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza; Ministério Público do Estado do Paraná; Centro de Estudos do Mar/UFPR; Observatório de Conservação Costeiro do Paraná (OC2); Associação de Defesa de Meio Ambiente de Antonina (Ademadan).