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Interpretação Ambiental
ESTRATÉGIA BUSCA COMUNICAR DE FORMA MAIS EFETIVA SOBRE AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E MELHORAR A EXPERIÊNCIA DO VISITANTE
Coordenação geral: Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (ICMBio) e Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) - práticas realizadas em áreas demonstrativas no âmbito da parceria. Coordenação executiva: Antônio César Caetano, Josângela da Silva Jesus, Serena Turbay dos Reis, Beatriz Nascimento Gomes, Lílian Vieira Miranda Garcia, Cristina Batista, Maria Carolina Alves de Camargos (ICMBio). Gestão dos recursos e gerenciamento: Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP/ICMBio); Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS).
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Comunicar os objetivos das Unidades de Conservação (UCs) pode parecer simples à primeira vista, mas a prática traz uma série de lacunas que precisam ser preenchidas pela gestão. “De forma geral, as equipes gestoras têm dificuldade em comunicar adequadamente a finalidade e os objetivos da Unidade de Conservação à sociedade. As ações de comunicação que visam a sensibilização do público, normalmente, não estão integradas em um planejamento abrangente, assumem caráter pontual e são pouco efetivas, apesar do esforço despendido. O principal desafio a ser superado pela elaboração de Planos Interpretativos, portanto, é tornar organizadas e planejar as estratégias de comunicação voltadas
mais efetivas as ações de sensibilização”, afirma Josângela Jesus, analista ambiental do ICMBio. Em determinadas Unidades de Conservação de diferentes categorias, a elaboração dos Planos Interpretativos é utilizada como instrumento no planejamento das estratégias de comunicação, como principal recurso capaz de sensibilizar. Na prática, os Planos integram um conjunto de ações que buscam oferecer uma experiência de visitação mais qualificada e ao mesmo tempo estreitar o relacionamento INSPIRAÇÃO
A partir das capacitações em Interpretação Ambiental realizadas no âmbito da parceria do ICMBio com o Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS).
PERFIL
Floresta Nacional do Tapajós/PA, Parque Nacional de Anavilhanas/AM; Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros/GO; Parque Nacional Marinho dos Abrolhos/BA.
OBJETIVOS
Identificar, organizar e priorizar os assuntos-chave por meio da Interpretação Ambiental; entre os gestores e os moradores do entorno.
à sensibilização para diferentes públicos; orientar ações de aprimoramento da qualidade da experiência de visitação; sensibilizar os diferentes atores sobre a importância da UC e o papel de cada público diante dos objetivos da gestão; melhorar a comunicação entre os diferentes públicos envolvidos com a gestão da unidade.
RESULTADOS (DIVIDIDOS EM QUATRO GRUPOS)
*Os tópicos 1, 2 e 3 são exclusivos da prática na Floresta Nacional do Tapajós. ࡿ Consolidação de parcerias locais registrou aumento na mobilização, organização e aplicação de recursos financeiros, materiais e humanos de parceiros locais.
ࡿ Gestão Socioambiental contou com envolvimento dos comunitários na elaboração e implantação de produtos interpretativos, em especial na produção das placas e nas capacitações de condutores. ࡿ Qualificação da atividade de visitação otimizou esforços e recursos na implantação de estruturas (sinalização/exposição) e na melhoria/diversificação dos serviços oferecidos aos visitantes, o que levou à maior procura do público pelos condutores que estão mais integrados ao propósito das unidades. ࡿ Aumento da visibilidade institucional priorizou ações que reforçam os objetivos das áreas protegidas. No Parque Nacional de Anavilhanas, a equipe desenvolveu vídeo que pode ser utilizado em diferentes contextos, mas principalmente para sensibilizar os visitantes e apresentar as normas de quem acessa os flutuantes para observação dos botos. Na Floresta Nacional do Tapajós, o desenvolvimento da identidade visual para os materiais de comunicação foi o destaque.
METODOLOGIA
Na Floresta Nacional do Tapajós, a elaboração do Plano Interpretativo foi conduzida e escrita pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS), o que resultou em um documento original em inglês, posteriormente traduzido para o português, em 2014. Já no Parque Nacional de Anavilhanas, o processo teve coordenação do USFS, mas a elaboração do plano teve como protagonista a equipe ampliada de Interpretação Ambiental do ICMBio, o que garantiu o documento original em português, em 2016. Nas demais Unidades de Conservação mencionadas, membros da equipe ampliada de Interpretação Ambiental conduziram integralmente o processo em 2017. O roteiro utilizado pela equipe ampliada, em junho de 2017, foi uma adaptação do documento aplicado pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) na Floresta Nacional do Tapajós e no Parque Nacional de Anavilhanas.
A elaboração do Plano Interpretativo é personalizada e por esse motivo considera uma série de elementos, como os instrumentos de planejamento da UC, a missão institucional, o olhar da equipe gestora e as percepções dos atores locais; o que traz como premissa o viés participativo, com etapas a distância e presenciais. À distância foram relacionados: contexto, desafios e fragilidades de gestão a respeito de cada público,
Foto: Josângela Jesus
Foto: Beatriz Gomes
considerando a capacidade operacional das equipes. A partir deste diagnóstico tiveram início as oficinas com foco na elaboração dos planos interpretativos, tanto com os atores locais (parceiros de diferentes instituições, representantes das comunidades das UCs e do entorno, estudantes, condutores de visitantes), quanto com integrantes da equipe da UC e da equipe ampliada de Interpretação. A sistematização dos dados levantados nas oficinas foi feita a distância, assim como o panorama sobre o plano, que deve ser concluído presencialmente com a participação da equipe gestora da UC e da equipe ampliada, sendo validada em reunião com o Conselho Gestor. Atores locais demonstraram forte engajamento no processo de construção do plano interpretativo. Moradores das comunidades revelaram interesse pela capacitação em interpretação ambiental. Para as unidades que já possuem o Plano existe a perspectiva de desenvolvimento de uma estratégia de monitoramento relativa ao impacto da elaboração do documento na eficiência da gestão, na relação com os diferentes públicos e na qualidade da experiência do visitante, com a implementação dos produtos decorrentes. Os Planos Interpretativos do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos estão em andamento e devem ser concluídos no final do primeiro semestre de 2018.
PERÍODO
Maio de 2014 a outubro de 2017.
PARCEIROS DO PROJETO
Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS); representantes dos Conselhos Gestores das quatro UCs; Cooperativa Mista da Flona do Tapajós (Coomflona); Federação das Organizações e Comunidades tradicionais da Floresta Nacional do Tapajós; Beloalter Hotel; Secreta-
INSPIRE-SE!
ࡿ Oficinas com atores locais devem ser realizadas para compreender os múltiplos olhares sobre a UC de forma a incorporá-los na elaboração do plano, a medida ao mesmo tempo estimula a apropriação do processo pelos participantes. ࡿ Estabelecer as expectativas da gestão com o Plano Interpretativo, alinhando no início do processo os conceitos e diretrizes institucionais das Unidades são duas medidas fundamentais para resultados práticos. ࡿ A participação da equipe gestora deve ser efetiva na construção do plano, caso contrário ele perde sua função. ࡿ Refletir sobre as formas e as prioridades de comunicação com os diferentes públicos é de suma importância para toda a equipe gestora de UC.
ria Municipal de Desenvolvimento e Turismo de Santarém/PA (Semdetur); Escola da Floresta - Semed; Secretaria de Turismo e Meio Ambiente de Belterra/PA; Associação dos Operadores de Turismo do Município de Novo Airão (Attuna); Associação Novo Airãoense de Turismo – (Anatur); Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Novo Airão; Universidade Estadual do Amazonas (UEA); Universidade de Brasília (UnB); Universidade Federal de Goiás (UFG); Coletivo Oyá; Associação Teresinense de Condutores e Amantes da Natureza (Atecan); Associação Cavalcantense de Condutores de Ecoturismo (Acece); Secretaria Municipal de Turismo de Alto Paraíso de Goiás/GO; Secretaria Municipal de Turismo e Esporte de Caravelas/BA; Secretaria Municipal de Cultura de Caravelas/BA; Conservação Internacional (CI Brasil); Movimento Cultural Arte Manha; Instituto Baleia Jubarte (IBJ); Câmara de Turismo da Costa das Baleias.