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Monitoramento Automático
RESULTADOS SUBSIDIAM A CRIAÇÃO DE NOVA TRILHA E MOSTRAM VISITAÇÃO ACIMA DAS EXPECTATIVAS
Coordenação geral: Alexandre Lorenzetto (Soluções Ambientais com Inovação e Sustentabilidade - Sacis/ Eco Contadores/Brasil). Coordenação executiva: Galiana da Silveira Lindoso (Soluções Ambientais com Inovação e Sustentabilidade - Sacis/Eco Contadores/Brasil). Gestão de recursos e gerenciamento: Galiana da Silveira Lindoso (Soluções Ambientais com Inovação e Sustentabilidade - Sacis/Eco Contadores/Brasil); Leandro Goulart e Jorge Luiz do Nascimento (Parque Nacional da Serra dos Órgãos/ Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio); Ivan Monteiro e Frederico Pimentel (Concessionária Rio Teresópolis - CRT/ Parque Nacional da Serra dos Órgãos).
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Implementar ações de monitoramento do uso público em Unidades de Conservação (UCs) auxilia na readequação de trilhas e atrativos turísticos. A contagem de visitantes nas portarias, sem dúvida, revela dados valiosos aos gestores das unidades e à sede do ICMBio, porém como o próprio nome já diz ela fica restrita à entrada, não permitindo a validação dos principais atrativos, por exemplo. “Em relação às trilhas isso é essencial para conhecer a carga turística e os potenciais impactos da visitação. Os dados são importantes para atrair investimentos, elaborar parcerias com empresas para execução de serviços turísticos, além de orientar estudos de viabilidade econômica para a delegação de serviços de apoio à visitação para a iniciativa privada”, afirma Alexandre Lorenzetto, biólogo e consultor da Soluções Ambientais com Inovação e Sustentabilidade (Sacis/Eco Contadores/Brasil).
Foto: Galiana Lindoso
PERFIL
Localizado na região serrana do Rio de Janeiro, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos abrange os municípios de Petrópolis, Guapimirim, Magé e Teresópolis, é a terceira Unidade de Conservação mais antiga do Brasil e possui a maior rede de trilhas do país com mais de 200 Km.
OBJETIVOS
Monitorar e quantificar os visitantes que percorrem as trilhas do parque. Elaborar análises do fluxo de visitantes de cada ponto monitorado por: quantificação total, perfil diário, perfil horário, horários de picos de visitação, sazonalidade (meses/estações). Desenvolver projeto-piloto com contador automático de visitantes (Eco-Contador) em trilhas.
RESULTADOS
ࡿ Os dados obtidos surpreenderam a equipe gestora. Por exemplo, o porcentual de utilização da Trilha Cartão Postal foi maior do que o esperado e as informações sobre a Travessia Cobiçado-Ventania, mais distante da sede e com praticamente nenhum controle de entrada, mostraram que, apesar de recente, já conta com certo fluxo. ࡿ Na Trilha Cartão Postal, a partir dos dados quantitativos, foi desenvolvido estudo do perfil de visitantes, por alunas voluntárias do curso de Turismo, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo. ࡿ Criação da Trilha 360 Graus, que liga as trilhas Cartão Postal e a Mozart Catão, estabelecendo assim mais um importante atrativo com base no conhecimento do fluxo de visitantes da primeira trilha, uma ação prática de gestão. O mirante da trilha contou com financiamento da WWF. ࡿ Os resultados do monitoramento apareceram como assunto de dois resumos publicados nos Encontros Científicos do parque, em matéria na TV aberta e na comunicação do ICMBio. A prática também contribuiu para a implementação das metas institucionais em aliança ao Mapa Estratégico do ICMBio e a Relação de Indicadores Institucionais por Objetivo Estratégico.
METODOLOGIA
Projetos relacionados com os Caminhos da Serra do Mar, o comprometimento com áreas naturais protegidas e a empatia com Parques de Montanha levaram a equipe técnica da Sacis, empresa representante da Eco Counter, no Brasil, a procurar o Parque Nacional da Serra dos Órgãos e oferecer uma parceria de monitoramento automático de visitantes.
As partes assinaram contrato primeiramente por três meses, renovados por mais três e assim sucessivamente, até o total de 20 meses ininterruptos de monitoramento. Dois atrativos foram escolhidos, no período de 2014. O primeiro, a Travessia Cobiçado-Ventania, onde não havia controle de acesso de visitantes, apesar de autorizada a visitação. A instalação do monitoramento nesse local está relacionada a primeira temporada de abertura dos Caminhos da Serra do Mar, o objetivo nesse caso foi avaliar se a utilização da trilha, que é de longa distância, estaria aumentando, frente aos esforços de implementação e divulgação. O segundo ponto escolhido foi a Trilha Cartão Postal, que apesar de localizada dentro dos limites da sede Teresópolis, ou seja, com controle, não se sabia ao certo qual era a taxa de visitantes que utilizavam este atrativo.
Foto: Galiana Lindoso
Foto: Galiana Lindoso
A tecnologia de eco-contadores consiste em placa acústica com sensor (piezoelétrico) enterrada no solo que registra os visitantes pelas alterações na pressão da placa. A precisão do equipamento chega a 95%. Os dados são transmitidos via Global System for Mobile Communications (GSM) o que permite que a administração da UC monitore diariamente a trilha, com base em horário, direção do fluxo, hora, data entre outras especificações. A plataforma de análise oferece inúmeras possibilidades de consultas, comparações, análises e elaboração de gráficos. A empresa emprestou os equipamentos, efetuou o transporte/instalação e realizou o treinamento para a equipe gestora com destaque para os recursos de análise da plataforma online. Os custos foram divididos entre a empresa Sacis (Brasil) e o fabricante Eco-Counter (França). O parque contribuiu com a logística de transporte interno do equipamento e o acompanhamento da equipe de Uso Público.
PERÍODO
Trilha Cobiçado-Ventania: Maio a outubro de 2014 Trilha Cartão Postal: Outubro de 2014 a janeiro de 2016.
PARCEIROS DO PROJETO
Equipe técnica da empresa Soluções Ambientais com Inovação e Sustentabilidade (Sacis/Eco Contadores/Brasil).
INSPIRE-SE!
ࡿ Unidades que possuem trilhas integradas a outros projetos podem buscar ampliar as parcerias por esse caminho. Participe dos eventos promovidos por iniciativas paralelas, mas que atingem a Unidade ainda que seja sobre um pequeno território e conheça os atores envolvidos. Aproveite todas as oportunidades. ࡿ Obter informações dos visitantes, sem dúvida, não é uma tarefa fácil para equipes pequenas, mas pode ser interessante trabalhar com amostras durante determinado período e avaliar as respostas. Por exemplo, conversar com visitantes que estão voltando da trilha, da cachoeira, enfim da experiência na unidade, permite levantar informações sobre os motivos que contribuíram para a visita e descobrir qual atrativo surpreendeu. ࡿ Relacionar esses dados possibilita criar uma base de dados e em certos casos repensar as estratégias utilizadas. Em outras situações, as entrevistas ou formulários reforçam o posicionamento adotado pela gestão. ࡿ Integrar trilhas, atrativos, criar circuitos enriquecem a experiência na unidade. Para o visitante trata-se de um dia (ou mais) na unidade e, no conjunto, o acesso a diferentes propostas, vale muito.