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Articulação

ECOTRILHA FORTALECE A GESTÃO INTEGRADA ENTRE UNIDADES, DIÁLOGO COM O DER E O ENGAJAMENTO DA SOCIEDADE

Coordenação geral: Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP/ICMBio). Coordenação executiva: Parque Nacional de Brasília/ICMBio; Área de Proteção Ambiental do Planalto Central/ICMBio; Floresta Nacional de Brasília/ICMBio. Gestão dos recursos e gerenciamento: Parque Nacional de Brasília/ICMBio; Área de Proteção Ambiental do Planalto Central/ICMBio.

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A reforma da estrada no entorno do Parque Nacional de Brasília, com potencial aumento da velocidade dos motoristas, preocupou a gestão da unidade, localizada, inclusive, próxima a outras quatro áreas protegidas federais que também seriam afetadas, mas até então a integração entre elas era inexplorada. “A área I do Parque Nacional de Brasília, criada em 1961, com aproximadamente 30 mil hectares, é cercada em toda a sua extensão, sendo limitada também por rodovias, em sua maior parte, pela DF-001. O parque sofre muitas ameaças e pressões externas, devido à proximidade com o ambiente urbano, o que envolve despejo irregular de lixo e entulho, incêndios florestais, invasões de terras, caça, pesca e outros usos irregulares”, afirma Daniela Costa de Assis, analista ambiental do ICMBio e relatora da prática. Ao mesmo tempo, a sociedade civil demandava que as áreas protegidas tivessem mais trilhas, o que possibilitaria atividades recreativas em contato com a natureza. Até 2016, a área destinada ao uso público do Parque Nacional de Brasília estava restrita a 0,8% dos mais de 42 mil hectares. Em busca de mudança, no mesmo ano, a unidade triplicou uma das trilhas e atraiu um novo perfil de público, os ciclistas, mas esse era apenas o começo. INSPIRAÇÃO

Participação de servidores do Parque Nacional de Brasília e da Área de Proteção Ambiental do Planalto Central em cursos de capacitação promovidos pela Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP/ICMBio), como a oficina de Planejamento e Manejo de Trilhas no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e o curso de Implementação e Manejo de Trilhas para mountain bike na Floresta Nacional de Brasília.

PERFIL

Parque Nacional de Brasília; Reserva Biológica da Contagem; Floresta Nacional de Brasília; Área de Proteção Ambiental do Planalto Central e Área de Proteção Ambiental do Rio Descoberto.

OBJETIVOS

Implementar ecotrilha de longa distância de 45 km no entorno do Parque Nacional de Brasília, entre a cerca da unidade e a rodovia DF 001 – onde há um trecho com cerca de 40 metros de largura. A intervenção do Balão do Colorado até a Floresta Nacional de Brasília busca promover atividades recreativas associadas à conservação e fortalecer o reconhecimento das Unidades de Conservação do Distrito Federal.

Foto: Pedro Helder Pinheiro

RESULTADOS

ࡿ Inaugurada a Trilha União Parque Nacional de Brasília com 45 km que liga o circuito da Floresta Nacional de Brasília (44 Km) e o da Serrinha do Paranoá (cerca de 47 km), localizado na Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central. A implementação do novo trecho transformou esse circuito no maior do Brasil para mountain bike, são 136 Km de trilhas contínuas e sinalizadas ࡿ Aumento da visibilidade institucional via projeto com destaque para o propósito das Unidades de Conservação e consequentemente para o papel do ICMBio enquanto órgão gestor. ࡿ Integração entre as cinco Unidades de Conservação federais também representa um importante instrumento para a conservação. Aperfeiçoamento do diálogo interinstitucional entre ICMBIO e o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF) resultou em benefícios tanto para pedestres e ciclistas, quanto para travessia da fauna silvestre. ࡿ Fortalecimento do voluntariado na construção da trilha e na revitalização dessa área, mais de 1.000 toneladas de lixo foram recolhidas.

METODOLOGIA

O contato entre a gestão do Parque Nacional de Brasília e o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF), por conta da reforma de um trecho da rodovia DF-001, no limite da unidade e da Reserva Biológica da Contagem, foi o ponto de partida dessa prática. Para o parque, a principal consequência da reforma, em um primeiro momento foi o potencial aumento da velocidade dos motoristas, o que implicou na adoção de uma série de medidas em proteção à fauna da região.

Nesse contexto, a gestão do parque solicitou ao DER-DF a confecção de placas de sinalização e de pórticos no início e no fim do trecho limítrofe às duas Unidades de Conservação, a instalação de radares eletrônicos e lombadas (quebra-molas); a implementação de uma ciclotrilha às margens da rodovia, ao lado do Parque Nacional de Brasília; a construção de um mirante na faixa de domínio da DF-001 estimulando a contemplação da natureza, entre outras medidas. Durante o projeto, o limite de velocidade da rodovia DF 001 foi reduzido para 60 km/h.

Ao mesmo tempo, quatro Unidades de Conservação também localizadas na região, a Área de Proteção Ambiental do Planalto Central; Reserva Biológica da Contagem, Floresta Nacional de Brasília e Área de Proteção Ambiental do Rio Descoberto buscavam junto com o Parque Nacional de Brasília implementar ações integradas direcionadas à conservação e à proteção da biodiversidade. Em agosto de 2017, a reunião entre as equipes gestoras do Parque Nacional de Brasília, Área de Proteção Ambiental do Planalto Central, Reserva Biológica da Contagem e a Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP/ICMBio) seguida de vistoria de campo, com a presença da equipe do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF), representou um momento de ação em campo importante para avaliar a metodologia e a viabilidade de implantar a ecotrilha ao lado do parque. O projeto foi dividido em duas etapas, a primeira de curto prazo consistiu também em uma estratégia para manter o engajamento e a mobilização da sociedade, incluindo os parceiros. O planejamento inicial previu a execução de aproximadamente de 3 a 4 km de trilha/dia, considerando 4 horas de trabalho/dia, assim seriam necessários, entre 10 a 15 dias de trabalho até a conclusão do trecho entre o Balão do Colorado e a Floresta Nacional de Brasília. No levantamento de campo do DER ficaram definidos os trechos onde seriam utilizados trator e roçadeira manual.

Em cerca de um mês, entre setembro e outubro de 2017, a trilha com percurso de 45 km até a Floresta Nacional de Brasília já contava com o traçado concluído. Na sequência, com o envolvimento dos mesmos atores sociais, o planejamento e a execução da limpeza, sinalização e o início do monitoramento completaram a ação. Desde novembro de 2017, o projeto consiste em manutenção e monitoramento. A ecotrilha faz parte do projeto Caminho dos Goyazes/Trilha Missão Cruls, com 600 km, em implementação, que vai interligar UCs e outras áreas protegidas do Distrito Federal e Goiás.

INSPIRE-SE!

ࡿ Articule ações integradas com os gestores das Unidades de Conservação mais próximas, incluindo medidas operacionais e de comunicação. As equipes podem, por exemplo, responder em conjunto a uma demanda dos municípios. ࡿ Vale a pena também desenvolver circuitos turísticos incluindo duas ou três áreas protegidas e outros atrativos da região, tanto públicos quanto privados. Muitas vezes turistas estão interessados justamente em contato com a natureza e por simples desconhecimento não visitam as Unidades de Conservação. ࡿ A aproximação com outros órgãos expondo as reais necessidades das Unidades de Conservação permite construir soluções práticas e responder às demandas da sociedade. ࡿ Admirar a paisagem, a partir de um mirante, possibilita que mesmo pessoas que não possuem de imediato o interesse em visitar a unidade parem por alguns minutos e contemplem a natureza. Fique atento às oportunidades de em parceria com outros órgãos contribuir para a implantação de estruturas como essa. Uma vez feito o mirante, invista em comunicar questões relevantes sobre a vista, como por exemplo, animais e plantas da região, a porcentagem daquele bioma em áreas de proteção, espécies endêmicas, contextualize a vista e pontue a Unidade de Conservação.

PERÍODO

Março de 2016 – em andamento.

PARCEIROS DO PROJETO

Voluntários do Parque Nacional de Brasília, da Floresta Nacional de Brasília e da Associação dos Produtores do Lago Oeste (Asproeste); Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF).

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