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Grupos de Visitantes
MOBILIZAÇÃO DE CICLISTAS, CAMINHANTES E ESCOTEIROS TRIPLICA VISITAÇÃO
Coordenação geral e executiva: José Leocádio Teixeira Gondim de Lima (Floresta Nacional de Brasília/ ICMBio). Gestão dos recursos e gerenciamento: parceiros do projeto e a equipe da Floresta Nacional de Brasília/ICMBio.
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Intensificar a relação entre os visitantes e a Unidade de Conservação, de forma a promover o envolvimento do público em ações capazes de melhorar a própria experiência na área protegida e estendê-la assim a toda a sociedade, na Floresta Nacional de Brasília esse era o grande objetivo, como explica José Leocádio Teixeira Gondim de Lima, analista ambiental na unidade. “Já estava trabalhando na Floresta Nacional de Brasília com Uso Público e Educação Ambiental há cerca de oito anos e me sentia impotente diante dos grandes desafios de desenvolver ações para o público. Criei o programa de educação ambiental A Floresta é Nossa com o objetivo de que as pessoas, de certa forma, tomassem conta da Floresta, se sentissem parte dela e a partir desse momento, fariam algo mais prático para a unidade, a Floresta e para elas mesmas”. PERFIL
Localizada na região de Taguatinga/DF, a Floresta Nacional de Brasília protege 9 mil hectares de Cerrado. Está entre as Unidades de Conservação responsáveis pela preservação das nascentes que irrigam a maior represa da região, a do Descoberto, que representa aproximadamente 70% do abastecimento de água do Distrito Federal.
OBJETIVOS
Estimular uma relação mais próxima entre a sociedade e a Floresta Nacional de Brasília, de forma que os visitantes somassem esforços com a gestão.
Foto: Leo T. Gondim
RESULTADOS
ࡿ Sete trilhas para ciclistas sinalizadas com 5 km, 14 km, 21km, 27 km, 28 km, 32 km e 44 km para diversos perfis. Melhoria de duas pontes, da Bica d’ Água e da Geladeira. ࡿ Mobilização dos ciclistas que se apropriaram da floresta respondendo a um movimento que partiu da equipe gestora. As ações foram decididas em conjunto, os ciclistas entraram com a mão de obra e os investimentos nas novas pontes.
ࡿ Criação de trilhas para caminhadas com diferentes níveis de dificuldade: 6 km, 12 km, 18 km e 36 km.
ࡿ O número de visitantes triplicou no intervalo de 3 anos. Em 2017, a floresta registrou 33 mil pessoas; em 2016, 26 mil pessoas; em 2015, 16 mil e em 2014, 11 mil. As 11 trilhas da unidade, sendo sete para ciclistas e quatro para caminhantes, estão sinalizadas.
METODOLOGIA
A Floresta Nacional de Brasília até o início da Boa Prática em questão tinha como programa de educação o A Floresta é Nossa, desenvolvido pelo analista ambiental José Leocádio Teixeira Gondim de Lima (ICMBio), com o intuito de aproximar a sociedade da Floresta, esse seria o primeiro passo e que, uma vez obtido sucesso, resultaria em ações práticas. O analista, no entanto, acreditava que mais ações poderiam ser implementadas com o mesmo objetivo. Durante reunião com os servidores da Coordenação Geral de Uso Público e Negócios (CGEUP/ ICMBio), uma das sugestões pontuadas foi a de contatar lideranças dos visitantes. José Leocádio Teixeira Gondim de Lima (ICMBio) optou por começar pelos ciclistas, incluindo os grupos já organizados de Brasília. Para a reunião com esse público específico investiu nos convites por e-mail e via aplicativo de mensagem instantânea (WhatsApp), convidou também a imprensa e contou com o presidente do ICMBio, na época, Claudio Maretti. Durante a reunião surgiram ideias para muitas iniciativas e as pontes foram escolhidas como prioridade. Os ciclistas do Grupo Jah do Cerrado de Montain Bike Team preferiram começar pela ponte da Bica d’Água e o resultado surpreendeu a gestão da unidade. Ponte feita de pallets, corrimão rústico e sinalização. A segunda ponte em um primeiro momento contou com o trabalho de um outro voluntário, mas diante dos resultados, a equipe que concluiu o primeiro trabalho e assumiu também essa execução, in-
Foto: Leo T. Gondim
Foto: Leo T. Gondim
cluindo realocação da ponte e uma trilha suspensa de 63 metros para proteger o solo hidromórfico, da Mata de Galeria. A equipe gestora contribuiu com os recursos da unidade - veículo, motosserra, roçadeira e em determinadas situações com o apoio dos servidores. No entanto, os voluntários conseguiram equipamentos que a unidade não possuía e que facilitaram o trabalho, além disso arrecadaram dinheiro entre eles.
O curso Como fazer a Sinalização das Trilhas, ministrado por Pedro de Menezes, coordenador de Uso Público e Negócios do ICMBio, trouxe conhecimento prático de alto nível. O curso foi importante e levou à criação da trilha mais longa sinalizada dentro de uma Unidade de Conservação no Brasil, com 44 km, em setembro de 2016.
Reuniões com outros dois grupos específicos também garantiram mobilização efetiva na promoção de uso público da floresta. O Grupo de Caminhadas de Brasília desenvolveu quatro trilhas sinalizadas com diferentes níveis de dificuldade 6 km, 12 km, 18 km e 36 km. Enquanto o Grupo de Escoteiro Roberto Simonsen 5º DF colaborou na construção de mesas destinadas à área externa, na implementação de um banheiro ecológico e no acompanhamento dos usuários ao Centro de Visitantes.
PERÍODO
Janeiro de 2015 – em andamento.
PARCEIROS DO PROJETO
Grupo Ciclístico Jah do Cerrado Mountain Bike Team; Grupo de Caminhadas de Brasília e Grupo Escoteiro Roberto Simonsen 5º DF.
INSPIRE-SE!
ࡿ Busque ganhar o apoio dos principais grupos que já visitam a unidade desenvolvendo ações específicas. A eficácia tende a aumentar, quando a comunicação é direcionada. Vale também mobilizar grupos que realizam atividade ao ar livre, mas até o momento com pouca frequência na unidade.
ࡿ Ouça as demandas dos diferentes públicos que possuem inclusive diversos interesses em relação à unidade e busque incluí-las, contemplá-las no planejamento das ações de Uso Público, por exemplo. ࡿ Diante de iniciativas práticas com os voluntários envolvidos, tenha o cuidado de não restringir os movimentos do público interessado, isso pode comprometer o envolvimento, converse e tenha uma postura participativa. Começar aos poucos, com grupos menores, em alguns casos quando as equipes de gestão são muito pequenas, pode ser uma boa estratégia. ࡿ Frente à mobilização de públicos distintos interessados na mesma causa, como nessa Boa Prática que envolveu ciclistas, caminhantes e escoteiros, dê atenção a todos os interessados em ajudar. Antecipe-se e marque reuniões inicialmente específicas com cada grupo e evite assim dispersões de grupos que são menores, mas que somam esforços importantes na gestão; quanto mais pluralidade e debates de ideias, melhor.