COMPORTAMENTO
34
Não basta ser pai, tem que participar VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR QUE SEMPRE que se fala em educação de filhos, a figura da mãe é sempre lembrada em primeiro lugar? Frases como: “sua mãe não te deu educação”, acabam eximindo o homem do papel paterno. Muitas vezes é delegado à mulher atribuições que na realidade seriam papel do homem ou na maioria das vezes do casal. Mas nunca deve ser para um deles apenas quando o assunto é amar e educar os filhos. Até o fim do século passado, o pai exercia a função educadora e disciplinadora de acordo com regras extremamente rígidas, enquanto a interação entre pai e filho (a) era muito restrita; em especial nos primeiros anos de vida do bebê. Atualmente, as políticas neoliberais e o avanço tecnológico produzem o que chamamos de “capitalização” das relações interpessoais, onde as pessoas não têm tempo para o outro – o que é muito prejudicial para todos – pai, mãe e filhos. O homem/o pai, por sua vez, se vê submerso em uma carga que lhe é atribuída socialmente, uma vez que é identificado como “forte” e “provedor”. Entretanto, o papel de pai hoje tem sofrido mudanças significativas. As condições culturais, sociais,
W W W.MOVIMENTOGOSPEL .NE T
financeiras e familiares têm gerado uma evolução no modo de se entender a “condição” de ser pai. Mas qual é o papel do pai nos dias atuais? Será que se deve atender à necessidade de ser o provedor e forte? Ou de ser também o pai cuidador/afetivo que contribui positivamente para toda a família e em modo especial para o desenvolvimento físico, emocional, intelectual e social de seu(s) filho(s)? O papel do pai é muito importante no desenvolvimento da criança. O relacionamento entre pai e filho é fundamental para o desenvolvimento cognitivo e social da criança. O vínculo do bebê com a figura paterna se inicia ainda no útero. Desde o útero, a criança já escuta e discrimina a voz dos pais devido à diferença de tonalidade. Estudos de Rohde et al relatam que a função paterna é fundamental para o desenvolvimento do bebê e que o pai representa um apoio (sustentação) para a mãe interagir com o seu bebê e, nos primeiros anos de vida deve funcionar como um fator imprescindível na relação simbiótica mãe-bebê. O ideal é que o pai participe dos cuidados com a criança desde o momento do nascimento. Assistir ao banho, conversar com o pediatra, cantar para o bebê, ajudar na
troca de fraldas e no banho. Assim, se fazer presente na vida de um filho (a) é participar do seu mundo, é conhecê-lo e ser afetivo com o mesmo. As teorias psicológicas e as pesquisas científicas afirmam e fundamentam o papel da figura paterna no desenvolvimento das características psicológicas da criança. A criança internaliza a vivência com o seu pai. Desde bebê, vai se construindo enquanto pessoa e, isso repercute nas relações sociais da mesma já na vida adulta, como age e como estabelece vínculos com as outras pessoas. A figura do pai se destaca como a possibilidade do equilíbrio. Se o pai for um apoio seguro para seu filho (a), ele (a), certamente será um ser humano bom, consciente de seus atos e de suas escolhas na vida. Nesse sentido, o pai é um agente regulador da capacidade da criança investir no mundo real. Tem a função estruturante para o desenvolvimento do ego (do eu). Tem também a função de apoiar o desenvolvimento social da criança já no 2º ano de vida. Por meio da figura paterna, a criança estabelece internamente questões como: agressividade, autoafirmação, segurança, capacidade de se defender e de explorar o ambiente.