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MÓDULO 0. SENSIBILIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO COOPERATIVO DO GRUPO

• FASE PREPARATÓRIA •

MÓDULO 0. SENSIBILIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO COOPERATIVO DO GRUPO

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APRESENTAÇÃO

Este módulo vai ajudar a fazer um bom diagnóstico rural da comunidade e partir dum bom conhecimento do grupo para o seu verdadeiro interesse pelo processo cooperativo. Ao finalizar, o grupo vai entender o que é verdadeiramente uma cooperativa.

TABELA 2. PROGRAMA DE FORTALECIMENTO COOPERATIVO: CONTEÚDOS E CRONOGRAMA

FASES FASE PREPARATÓRIA

MÓDULOS

MÓDULO 0. SENSIBILIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO COOPERATIVO DO GRUPO

SESSÕES

SESSÃO 1. O por quê duma cooperativa SESSÃO 2. Os membros da Cooperativa e os tipos de cooperativas SESSÃO 3. As estruturas da cooperativa, as funções dos membros e os perfis profissionais

DURAÇÃO

3 SEMANAS

SEMANAS OU DIAS 1 2 3 MÊS Mês 1

Fonte: Elaboração própria

MÓDULO 1. ENTENDENDO UMA COOPERATIVA

SESSÃO 4. O por quê duma cooperativa SESSÃO 5. Os membros da Cooperativa e os tipos de cooperativas SESSÃO 6. As estruturas da cooperativa, as funções dos membros e os perfis profissionais

FASE DE FORMAÇÃO

MÓDULO 2. A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NAS COOPERATIVAS

SESSÃO 7. O conceito de serviço SESSÃO 8. A planificação do serviço SESSÃO 9. Prestação de contas e avaliação do próprio serviço

MÓDULO 3. CÁLCULO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO

SESSÃO 10. Os conceitos SESSÃO 11. Registros de produção SESSÃO 12. Registro de destino da produção

11 SEMANAS

MÓDULO 4. COMERCIALIZAÇÃO

SESSÃO 13. O objetivo da comercialização. Vantagens e Desafios SESSÃO 14. Registros de Venda

4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 FASE DE LEGALIZAÇÃO

MÓDULO 5. CONSOLIDAÇÃO DA COOPERATIVA REGISTROS

SESSÃO 15. Elaboração e Aprovação dos Estatutos/Revisão dos Estatutos SESSÃO 16. Troca de Experiências SESSÃO 17. Aspectos práticos para a Cooperativa Obtenção da certidão de admissibilidade e preparação da certidão de constituição Obtenção da certidão de constituição e do extrato de publicação no Diário da República Obtenção do Registro Comercial, obtenção do NIF, pedido de publicação no Diário da República e pedido do Alvará Comercial

6 SEMANAS

15 16 17 18 19 20

Mês 4 Mês 5

Os resultados da aprendizagem esperados por parte dos participantes deste módulo são:

• O grupo conhece-se e identifica bem quais são os membros activos no grupo para continuar com a fase de formação. • O grupo entende os objectivos da formação, está motivado e disposto a completar todos os Módulos de formação. • Os grupos devem ter bem identificados quais são os seus pontos fortes e pontos fracos. • Os grupos identificam bem a sua situação na aldeia, comuna, município e as suas relações como grupo com outros grupos, instituções, líderes comunitários, agentes extensionistas. • No fim deste Módulo cada participante deve consiguir explicar pelo menos 50% do conteúdo tratado no módulo zero sem dificuldades ao fazer a réplica para que outros membros estejam dentro do assunto que se abordou.

Para isso, se utilizará o PPT de apresentação do metodologia e conteúdo do programa formativo intitulada Apresentação do Programa (PPT nº0).

Este módulo contempla três sessões: • Sessão 1. Apresentação do programa na comunidade e com membros do grupo de trabalho. • Sessão 2. Promoção e sensibilização com os grupos de trabalho. • Sessão 3. Diagnóstico Rural Participativo.

Através da ficha 01. Formulário de inquérito, ao fim do Módulo 0 teremos as seguintes informações do grupo sobre os seguintes aspectos organizativos, produtivos, comercialização, tais como: aA história da cooperativa, os serviços da cooperativa, os fundos, a localização das aldeias/ECAs, os membros e a junta directiva e informações sobre as relações com outros agentes: instituições governamentais ou não governamentais, possíveis compradores, etc.

Convêm conhecer e esclarecer desde o início do programa formativo qualquer dúvida das Instituições e Organizações de produtores em relação às diferenças entre Associação e Cooperativa, como mostrado abaixo.

DIFERENÇAS ENTRE ASSOCIAÇÃO E COOPERATIVA:

A cooperativa é um grupo de pessoas que se unem voluntariamente para satisfazer aspirações e necessidades económicas, sociais e culturais comuns através de uma empresa de propriedade comum e gerida democraticamente. Assumindo-se como sociedades comerciais dotadas de uma personalidade jurídica e com fundo comum próprio, que se dedicam à prática de comércio.

A associação é um grupo de pessoas organizadas voluntariamente, que não visa a realização de interesses económicos dos sócios, mas sim “a prossecução de um fim comum sem intuito lucrativo. Estas partilham as mesmas regras de funcionamento democrático interno. A associação não precisa necessariamente de um reconhecimento jurídico por ser um grupo de igualdade, equidade e solidariedade.

Diferenças entre Associação e Cooperativa

ASSOCIAÇÃO

É uma união de pessoas

Objectivo sem fins econômicos

COOPERATIVA EMPRESA MERCANTIL

É uma sociedade simples, regida por legislação específica

Objectivo principal é a prestação de serviços económicos ou financeiros

Número ilimitado de associados

Cada pessoa tem um voto Número ilimitado de associados, salvo incapacidade técnica

Cada pessoa tem um voto. À Voto proporcional ao capital

Assembleias: quórum é baseado no número de associados Assembleias: quórum é baseado no número de associados

Não tem acções ou quotas de capital Não é permitida a transferência das quotas-partes a terceiros, estranhos à sociedade

Não gera excedentes Retorno dos excedentes, proporcional ao volume das operações

Fonte: elaboração própria

É importante solicitar ao grupo ou cooperativa cópia das actas de Constituição e Estatutos, registos de membros ou outros registos da cooperativa (Registo de insumos, de produção...). Solicitar ao grupo para levar cópia desses documentos na seguinte sessão. Dessa maneira o facilitador já tem uma ideia do nível de desenvolvimento cooperativo, e o trabalho com que realizará mais intensamente durante o desenvolvimento dos seguintes módulos.

Durante o módulo 0 e as suas três sessões será necessário obter as seguintes conclusões com o grupo para poder continuar com êxito o programa formativo:

• Definir a estratégia de aproximação ao grupo de trabalho e identificar a forma mais efectiva de convocar com êxito as sessões de formação para assegurar um êxito de participação. • Concluir qual será o desenho das técnicas de facilitação (jogos, exercícios práticos) e quais serão os apoios necessários para a socialização e sensibilização dos participantes, de acordo com o nível de escolaridade e níveis de compreensão do contexto onde está a trabalhar. • No caso que o grupo de trabalho tenha acta de constituição ou estatutos, o facilitador vai revisar após da sessão de formação se tanto a acta como os estatutos correspondem com o regulamentado de acordo a

Lei de Cooperativas. No caso de não haver completado o diagnóstico durante as 3 sessões do Módulo 0, solicitar as informações necessárias ao grupo (tarefa do Módulo 0. No caso de ser Cooperativa com Actas de Constituição e Estatutos, solicitar tal documentação).

A continuação, se resume no seguinte quadro, a Guia Plano de Formação Módulo 0, os tempos, as actividades, técnicas e ferramentas para cada sessão formativa.

TABELA 4. GUIA PLANO DE FORMAÇÃO MÓDULO 0

MODULO 0. SENSIBILIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO COOPERATIVO DO GRUPO

Objectivos: • Sensibilização do grupo de trabalho sobre a importância da formação • Identificação das condições do trabalho de grupo e do grau de desenvolvimento cooperativo-associativo do grupo • Definição das melhores condições para a organização da formação, assim como a estratégia de aproximação ao grupo de trabalho.

Duração: 3 semanas

MÊS/ SEMANA

DIA (4h/dia) SESSÕES DE FORMAÇÃO Nº ACTIVIDADES E OBJECTIVO TÉCNICAS DE FACILITAÇÃO DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA DE FACILITAÇÃO TEMPO MATERIAIS E RECURSOS DIDÁTICOS TAREFAS AO FIM DA SESSÃO OU MÓDULO

Mês 1, Semana 1

Mês 1, Semana 2 Dia 1 Sessão 1. Apresentação do programa na comunidade e com membros do grupo de trabalho 1.1. Apresentação do programa na comunidade e com membros do grupo de trabalho. Explique Encontro prévio à organização das sessões formais do programa de fortalecimento para apresentar o programa na comunidade, autoridades locais e futuro grupo de trabalho.

Dia 2 Sessão 2. Promoção e sensibilização com os grupos de trabalho 2.1. Apresentação da organização e dos membros do grupo. Explique/Jogo Canção O facilitador apresentará a organização que representa e a ele mesmo, os membros do grupo de trabalho também apresentarão a si mesmos para o qual utilizarão dois tipos de dinâmicas explicativas combinadas e também dinâmicas de jogo para conhecimento do grupo. 2 h Materiais: - Flip-chart (papel gigante) e marcadores. Se for possível retroprojector e gerador. Recursos didáticos para o facilitador: - Copia em papel da apresentação da metodologia e conteúdos do programa (PPT nº0. Apresentação do Programa) . - Tabela nº1. Programa de formação de fortalecimento corporativo.

30 min Materiais: - Papéis e canetas para a impressão dos nomes dos participantes. Material para colar o sujeitar o nome em cada pessoa. Flip-chart e marcadores. Se for possível retroprojector e gerador. Recursos didáticos para o facilitador: - Apresentação do Programa (PPT nº0). - Tabela 2. Programa do fortalecimento cooperativo. - Tabela 4. Guia Plano de formação Módulo 0. Documentos a entregar ao grupo: - Cópia da Tabela nº 1. Programa do fortalecimento cooperativo.

2.2. Apresentação do programa de formação e preparação dos membros, sinalando que não é um programa de doação . Explique Sensibilizar as diferentes comunidades sobre a importância que tem para os pequenos produtores o associar-se de maneira formal ou informal. Em todo momento o facilitador explicará a importância da formação e insistirá em que não trata-se de nenhum programa de doação. 30 min Recursos didáticos para o facilitador: - Apresentação do Programa (PPT nº0). - Tabela 2. Programa do fortalecimento cooperativo.

2.3. Melhorar a compreensão dos membros sobre o objectivo, a formação e a sua importância . Jogos/ Canções A dinâmica da cabra cega: selecionam-se três pessoas, em uma é colocada venda nos olhos, para apanhar uma dessas duas pessoas que estão de olhos abertos. Elas vão chamando pela pessoa com os olhos vendados. A medida que elas vão chamando, elas mudam de lugar para despistar a cega. Lição da dinâmica: Para dizer que a pessoa com olhos vendados não tem qualquer conhecimento sobre Associativismo e Cooperativismo precisa tirar esta venda dos olhos e o facilitador está aqui para tirar esta venda que não lhe permite enxergar os conteúdos que tratam do fortalecimento de cooperativas. 30 min Materiais: - Um pano para vendar os olhos.

MÊS/ SEMANA

DIA (4h/dia) SESSÕES DE FORMAÇÃO Nº ACTIVIDADES E OBJECTIVO TÉCNICAS DE FACILITAÇÃO DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA DE FACILITAÇÃO TEMPO MATERIAIS E RECURSOS DIDÁTICOS TAREFAS AO FIM DA SESSÃO OU MÓDULO

Mês 1 Semana 3 2.4. Conhecimento prévio do grupo e conhecer a melhor maneira de começar a trabalhar com ELES. Pergunte/Ouça Através dum guia/ficha procuraremos conhecer questões fundamentais do grupo de trabalho: quantos são os membros? Qual o nível de literacia dos membros? Qual o nível de conhecimento que os membros têm sobre o processo cooperativo? Há quanto tempo existe a cooperativa, associação ou grupo de trabalho? No caso de cooperativas que já estão em funcionamento, quais são os seus pontos fortes? No caso de cooperativas que já estão em funcionamento, quais são os pontos que precisam de desenvolver mais? O grupo já teve formação anterior? Em quê?

Dia 3 Sessão 3. DIAGNÓSTICO RURAL PARTICIPATIVO 3.1. Revisão do aprendido na sessão anterior. Resumo No resumo, alguns participantes formando pequenos grupos de trabalho vão falar daquilo que cada um absorveu na sessão anterior, com ajuda do caderno das anotações da sessão anterior e apoiados do flip-chart. O facilitador pode se apoiar com a apresentação em Power Point resumo dos pontos mais importantes da sessão anterior. 2h 30 min Recursos didáticos para o facilitador: - Ficha 01. Formulário de Inquérito / Questionário grupal para o conhecimento do grupo cooperativo (só para o facilitador) e canetas para as anotações do facilitador. No caso de ser Cooperativa com Actas de Constituição e Estatutos solicitar ao grupo para levar uma cópia destes documentos na seguinte sessão. O trabalho que se realizará mais intensamente durante o desenvolvimento do Módulo 5. Também solicitará ao grupo qualquer outro documento do grupo de trabalho cooperativo (registo de membros, registo de insumos, de produção...).

15 min Materiais: - Flip-chart, marcadores Se for possível retroprojector e gerador. Recursos didáticos para o facilitador: - Apresentação do Programa (PPT nº0).

3.2. Conhecer o contexto do grupo de trabalho e as suas relações com outros membros da sua aldeia, comuna, relações com líderes comunitários, igreja, administrações, instituições governamentais, outras associações cooperativas, comerciantes intermediários... Grupo A identificação prévia da problemática em relação às práticas agrícolas, é um aspecto básico para realizar um verdadeiro desenvolvimento cooperativo na comunidade. A metodologia recomendada por CODESPA para a realização deste diagnóstico é o Diagnóstico de Sistemas Agrários (DSA). Para uma melhor análise agroecológico, a CODESPA também recomenda os Diagnósticos Rurais Participativos realizados no marco da Metodologia das Escolas de Campo. 3-4 h Materiais: Flip-chart, cartolina de cores, marcadores, caneta, lápis, cinta cola…

3.3. Observação do grupo e discussão informal individual com membros da cooperativa e do comité de gestão sobre o seu trabalho específico. Pergunte/Ouça No caso de já ter elaborado o diagnóstico da aldeia através das Escolas de Campo, por parte dos responsáveis da Estação de Desenvolvimento Agrário (EDA), será preciso um diagnóstico mais individualizado. Neste espaço poderemos concluir o aprofundar nas preguntas do Inquérito já trabalhado na actividade 2.4. Na discussão informal com os membros em geral e membros do Comité de gestão o facilitador deve deixar os membros o mais à vontade possível para evitar acanhamento por parte dos membros, esclarecer que a cooperativa é de todos não é de ninguém, por ser líder não significa ser o dono de tudo. Durante a discussão da distribuição de tarefas aos integrantes do comité de gestão. 1 h Materiais: - Caderno e caneta para as anotações do facilitador. - Flip-chart e marcadores. Recursos didáticos: - Ficha 01. Formulário de Inquérito/Questionário grupal para o conhecimento do grupo cooperativo.

MÊS/ SEMANA

DIA (4h/dia) SESSÕES DE FORMAÇÃO Nº ACTIVIDADES E OBJECTIVO TÉCNICAS DE FACILITAÇÃO DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA DE FACILITAÇÃO TEMPO MATERIAIS E RECURSOS DIDÁTICOS TAREFAS AO FIM DA SESSÃO OU MÓDULO

Também é bom aproveitar e fazer entrevistas individuais com membros do Comité de gestão ou outros membros sobre o seu trabalho especifico: planificação da produção, comercialização, da produção,... Este processo deve ocorrer com máxima discrição possível porque os membros têm por hábito imitar o que os outros dizem.

Fonte: Elaboração própria

3.4. Estudo dos documentos da Cooperativa se existirem: acta de constituição, estatutos, caderno de contas, registos de membros e outros. Discussão/ Pergunta/Ouça Observar e analisar os documentos ponto por ponto para esclarecer certas falhas caso existam, fazer observações e perguntas ao grupo para a sua clarificação (fichas de registo, nomes dos membros actualizados...). 15 min Materiais: - Flip-chart e marcadores. - Papéis e canetas para as anotações do facilitador. Tarefas ao fim da sessão o Módulo: - No caso de não haver completado o diagnóstico durante as 3 sessões do Módulo 0, solicitar as informações necessárias ao grupo. Tarefa do Módulo 0. No caso de ser Cooperativa com Actas de Constituição e Estatutos, solicitar.

MÊS 1 / SEMANA 1 SESSÃO 1. Apresentação do programa na comunidade e com membros do grupo de trabalho

Actividade 2.1. Apresentação do programa na comunidade e com membros do grupo de trabalho

Se trata de apresentar o programa na comunidade. Para isso, o facilitador deve procurar pela autoridade máxima da aldeia, para fazer uma apresentação da organização e que vai ser responsável da implementação do programa formativo, descrevendo o marco de trabalho deste (estratégia governamental, doadores internacionais...).

Também, o facilitador deve assegurar os objectivos da formação e insistir que não se trata dum programa assistencialista e que o grupo de trabalho deve ser um grupo motivado, interessado por conhecer melhor os princípios cooperativos e fortalecer o seu nível organizativo. O principal objectivo deste encontro é procurar o primeiro contacto com o grupo e a sua comunidade antes de começar com o processo de sensibilização, para se garantir a comunicação desde o início, o bom andamento da formação, evitar a ausência dos membros nas formações ou evitar a participação de pessoas não motivadas. Neste encontro serão falados os objectivos do programa de formação, a necessidade de a comunidade contribuir economicamente se desejam constituir uma cooperativa, e chegar a um acordo com a comunidade para fixar o dia da semana em que as formações serão realizadas. Nessa primeira sessão, não é necessário convocar a todo o grupo, mas sim as autoridades tradicionais e aos membros do comité de gestão da Escola de Campo (ECA) por exemplo. Se bem o detalhe do calendário trata-se na sessão de sensibilização, o facilitador explicaria na comunidade a duração da formação (17 semanas e 3 semanas para legalização). O dia da semana em que as formações serão realizadas deve ser negociada com os líderes da comunidade e os membros do grupo de trabalho.

Este encontro não deve demorar mais de 2 horas.

Materiais: • Flip - chart e marcadores. Se for possível retroprojector e gerador.

Recursos didáticos para o facilitador: • Cópia em papel da apresentação da metodologia e conteúdo do programa (PPT nº0. Apresentação do Programa) • Tabela 1. Programa de formação de fortalecimento corporativo. Estes Planos serão adaptados pelo facilitador

Documentos a entregar ao grupo: • Cópia em papel da apresentação do Programa (PPT nº0) e • Cópia da Tabela 1. Programa de fortalecimento cooperativo Prévio à organização das sessões formais do programa de fortalecimento cooperativo e antes de começar com a sensibilização do grupo e divulgação do programa da formação, é necessária uma apresentação na comunidade e futuro grupo de trabalho.

MÊS 1 / SEMANA 2 SESSÃO 2. Promoção e sensibilização com os grupos de trabalho

Actividade 2.1. Apresentação da organização e dos membros do grupo

Explique/Jogo Canção

Ao início desta sessão, o facilitador deve procurar de novo a autoridade máxima da aldeia, para fazer uma breve retrospectiva do que se havia tratado no encontro passado. O facilitador apresentará a organização que representa e a ele mesmo, os membros do grupo de trabalho também se apresentaram para o qual utilizarão dois tipos de dinâmicas combinadas: explicação e dinâmica de jogo para conhecimento do grupo. A dinâmica do jogo de autoconhecimento pode ser a dinâmica das 3 frutas. Sentados em disposição de roda, cada membro escolhe entre três frutas. O facilitador gritará o nome de uma das 3 frutas, todos aqueles que escolheram essa fruta tem que correr, abandonar o seu espaço e sentar onde outros membros também levantaram. Isso pode-se repetir várias vezes mudando cada vez o nome da fruta para assegurar que todos participam. Em algum momento o facilitador gritará “tutti frutti” e todos os membros terão que levantar abandonar o seu espaço e sentar em outro lugar que fique livre. O facilitador escreverá em um papel o nome de todos os participantes e dele mesmo e todos devem de colar o nome em um lugar visível de seu corpo para que o facilitador aprenda os seus nomes (é importante que o facilitador se dirija aos membros do grupo sempre nomeando a eles). É muito importante também que o facilitador explique aos participantes que as pessoas inseridas no processo de formação não devem ser mudadas constantemente, isto devido as características individuais, uns são mais rápidos em aprender e outros mais lentos. Também, não só a formação não terá muito impacto nestas pessoas, até ao fazer a réplica nas comunidades haverá muita dificuldade. Nas actividades de campo eles têm feito isto, quando o pai ou a mãe não vem manda o filho, e é nesse momento em que o facilitador deve insistir que as pessoas assistentes da formação devem ser as mesmas, assim se evitará constrangimentos no processo.

Tempo recomendável para a realização da actividade: 30 minutos

Materiais: • Papéis e canetas para a impressão dos nomes dos participantes. Material para colar o nome em cada pessoa. Flip-chart e marcadores. Se for possível retroprojector e gerador.

Recursos didáticos para o facilitador: • Apresentação do Programa (PPT nº0) • Tabela 2. Programa de formação de fortalecimento cooperativo • Tabela 4. Guia Plano de formação Módulo 0. Este Plano será adaptado pelo facilitador

Actividade 2.1 Apresentação do programa de formação e preparação dos membros, sinalando que não é um programa de doação.

Antes de começar com o programa de formação é importante estabelecer regras de convivência durante a formação e seleccionar uma comissão disciplinar cada dia da formação.

Também em cada sessão vai se decidir quem será o responsável de tomar notas no que será o Caderno da Cooperativa. Um único caderno se entregará ao grupo. Em todas as sessões de formação ao longo do programa haverá um responsável que deixará as evidências por escrito no caderno. Será responsabilidade dos membros levar este caderno a todas as sessões. As anotações no caderno servirão de ensaio ao que serão as Actas das Assembleias Ordinárias da Cooperativa (exercício prático que se trabalhará no Módulo 5). Esta actividade serve como preparação para o trabalho com as organizações e tem como objectivo sensibilizar as diferentes comunidades sobre a importância que tem para os pequenos produtores associar-se de maneira formal ou informal já que lhes permite abordar determinadas operações económicas como a produção, aquisição de bens e serviços (por exemplo, insumos), ou a prestação de serviços, entre outros. O cooperativismo tem um impacto favorável na sua situação socioeconómica dos membros. Em todo momento o facilitador explicará a importância da formação e insistirá em que não se trata de nenhum programa de doação. O facilitador deverá insistir também que já está na hora de começar andar com os próprios pés, reforçar o aspecto dos reembolsos e tudo que se recebe deve ter um retorno nada é de graça actualmente. Dar exemplos práticos como: Quando pedes ajuda para te lavar as costas você lava as outras partes do corpo. Esclarecer aos beneficiários que eles não podem se limitar em apenas receber e receber todo tempo, precisa-se da participação deles para deixarem de serem dependentes, é uma questão deles serem proactivos, não esperar que a CODESPA ou outra ONG possa fazer tudo e eles apenas se beneficiam; as comunidades devem participar com valores ou serviços para o engrandecimento da própria cooperativa. Para que se um dia a ONG for embora eles conseguirem sobreviver por si mesmos ou seja, consigam caminhar com os próprios pés sem nenhuma muleta para se apoiar. De uma forma muito simples, o facilitador explicará a estrutura dos Módulos de formação e o calendário de trabalho.

30 minutos

Materiais: • Flip-chart e marcadores. Se for possível retroprojector e gerador.

Recursos didáticos para o facilitador: • Apresentação do Programa (PPT nº0) • Tabela 2. Programa de formação de fortalecimento cooperativo • Tabela 4. Guia Plano de formação Módulo 0. Este Plano será adaptado pelo facilitador • Documentos a entregar ao grupo: Cópia em papel da apresentação do Programa (PPT nº0).

Actividade 2.3. Melhorar a compreensão dos membros sobre o objectivo da formação e a sua importância

Jogos/Canções

A dinâmica da cabra cega Selecionam-se três pessoas, em uma é colocada uma venda nos olhos, para apanhar uma dessas duas pessoas que estão de olhos abertos. Elas vão chamando pela pessoa com olhos vendados. À medida que elas vão chamando, elas mudam de lugar para despistar a cega. Lição da dinâmica: Para dizer que a pessoa com olhos vendados não tem qualquer conhecimento sobre Associativismo e Cooperativismo precisa tirar esta venda dos olhos e o facilitador está aqui para tirar esta venda que não lhe permite enxergar os conteúdos que tratam do fortalecimento de cooperativas.

30 minutos

Materiais: • Um pano para vendar os olhos

Actividade 2.4. Conhecimento prévio do grupo e conhecer a melhor maneira de começar a trabalhar com eles

Pergunte/Ouça

Nesta actividade trabalharemos no conhecimento prévio do grupo, faz-se uma busca parcial sobre o assunto a ser abordado, através da técnica de perguntar e escutar o facilitador deve ouvir mais e falar menos, isto é, para dar mais liberdade aos integrantes do grupo e ficarem mais à vontade. Através de um questionário/inquérito procuraremos conhecer questões fundamentais do grupo de trabalho: Quantos são os membros? Qual o nível de literacia dos membros? Qual o nível de conhecimento que os membros têm sobre o processo cooperativo? No caso de cooperativas que já estão em funcionamento, quais são os seus pontos fortes? Quais são os pontos que precisam se desenvolver mais? O grupo já teve formação anterior? Em quê? É recomendável também saber um pouco mais sobre a comunidade a que pertence ao Comité de Gestão se existe. Esse conhecimento não só vai ajudá-lo a preparar uma formação mais eficaz como também o ajudará a estabelecer uma relação com os formandos ao longo da formação. No caso de ser Cooperativa com Actas de Constituição e Estatutos, solicitar ao grupo para levar cópia desses documentos na seguinte sessão. O trabalho se realizará mais intensamente durante o desenvolvimento do Módulo 5. Também solicitar ao grupo qualquer outro documento do grupo de trabalho cooperativo (Registo de membros, Registo de insumos, de produção...) Recomendações: É importante não ficar concentrado no preenchimento do questionário/Inquérito, é preciso manter uma conversação fluída com o grupo e ao mesmo tempo fazer as anotações. Se o facilitador fica muito tempo concentrado no questionário a resposta do grupo não vai ser espontânea. Nestes casos o facilitador deve ser muito calmo, fazer as coisas acontecerem e não manipular os resultados. Começar sempre do mais simples possível ao complexo e dar sempre prioridade aos membros. O facilitador deve ser um bom intermediário. Evitar raciocínio dos participantes, embora ele tenha começado com erros deve terminar para depois tentar corrigir de forma sugestiva para que ele não se dê conta que está a ser corrigido.

2 h 30 minutos

Recursos didáticos para o facilitador: • Ficha 01. Formulário de Inquérito: Questionário grupal para o conhecimento do grupo cooperativo (só para o facilitador) e canetas para as anotações do facilitador.

MÊS 1 / SEMANA 3 SESSÃO 3. Diagnóstico rural participativo

Para identificar o grau de desenvolvimento cooperativo-associativo do grupo:

Actividade 3.1. Revisão do aprendido na sessão anterior

No resumo, alguns participantes formando pequenos grupos de trabalho vão falar daquilo que cada um absorveu na sessão anterior, com ajuda do caderno das anotações da sessão anterior e apoiados do flip-chart. O facilitador pode se apoiar com a apresentação em Power Point ou com o flip-chart e os marcadores para fazer o resumo dos pontos mais importantes da sessão anterior.

O facilitador deve tentar: • Abranger a todos os participantes se não houvessem participado da sessão anterior e assegurar que compreendem os objectivos. • Revisar a importância da formação em cooperativismo e as vantagens. • Insistir que os objectivos do programa são de formação e não tem a ver com nenhuma doação. • Reforçar sobre a valorização de recursos locais, disponibilidade de terras, as quotas, joias e outras contribuições que eles têm que fazer para dar continuidade das actividades, procurar meios de sustentabilidade, para evitar que o grupo pare de trabalhar. Dizer que tudo aquilo que temos é uma parte de nós, o que se constrói com sacrifício não se desmorona com facilidade. • O facilitador vai fazer um resumo das principais características do grupo obtidas das perguntas do inquérito da sessão anterior.

15 minutos

Materiais: • Flip-chart e marcadores. Se for possível retroprojector e gerador.

Recursos didáticos para o facilitador: • Apresentação do Programa (PPT nº0).

Actividade 3.2. Conhecer o contexto do grupo de trabalho e as suas relações com outros membros da sua aldeia, comuna, relações com líderes comunitários, igreja, administrações, instituições governamentais, outras associações cooperativas, comerciantes intermediários, etc.

Grupo

Antes de qualquer intervenção de desenvolvimento, é crucial identificar quais são os factores determinantes (aqueles a que se pode atribuir diretamente às causas do problema) e quais são as predisposições que provocam uma situação (aqueles que sem ser determinantes, favorecem o surgimento ou crescimento de um problema). Entender a situação enfrentada pelos membros da aldeia ou comunidade e a informação necessária para o desenvolvimento do programa formativo sobre cooperativismo. A identificação prévia da problemática em relação às práticas agrícolas, é um aspecto básico para realizar um verdadeiro desenvolvimento cooperativo na comunidade. As primeiras dúvidas que surgem são: por qual motivo determinamos que, para a melhoria da produção e comercialização de alimentos numa determinada área de intervenção, devemos melhorar o sistema de associativismo e cooperativismo? Que critérios devemos considerar para a implementação de um projeto com base nesta metodologia? O diagnóstico é a ferramenta que responde a estas perguntas. A metodologia recomendada por CODESPA para a realização deste diagnóstico é o Diagnóstico de Sistemas Agrários (DSA), com base na corrente de agriculturas comparadas da escola francesa. Esta metodologia entende a agricultura familiar como uma parte de um sistema complexo em que é fundamental entender o contexto social, econômico e agroecológico para poder oferecer respostas aos problemas enfrentados por este tipo de agricultura. Para uma melhor análise agroecológico, a CODESPA também recomenda os Diagnósticos Rurais Participativos realizados no marco da metodologia das Escolas de Campo. Para a realização deste diagnóstico recomenda-se a utilização das seguintes ferramentas que se podem encontrar especificadas no manual de DSA: • Estudo de fontes secundárias de estudos realizados por outras organizações na mesma área de intervenção. • Grupos especializados divididos por sexo para a identificação e discussão dos principais problemas produtivos enfrentados pela comunidade, assim como a realização de um mapa comunitário dos recursos naturais com os quais a comunidade conta em grupos divididos entre homens e mulheres. Esta ferramenta permite que tenhamos uma ideia sobre quais são os recursos utilizados pela comunidade e os valorizemos de acordo com a importância que lhes é concedida pelos mesmos nas respectivas concepções. Para além disso, será necessário realizar uma lista de prioridade dos cultivos para poder definir em qual cultivos trabalhar. • Diagrama de Venn: com esta ferramenta são identificados os atores principais dentro das comunidades e as suas relações (positivas ou negativas). Convém utilizar esta ferramenta em relação à problemática concreta da cooperativa o grupo de trabalho como o que estamos a trabalhar, para entender a interação de todos estes atores em torno da mesma. • Árvore de problemas e soluções: uma vez que seja identificado um problema relacionado com a segurança alimentar é adequado executar uma árvore de problemas e soluções. É muito importante abordar esta ferramenta e orientar a mesma de modo que os problemas estejam centrados na intervenção que se pretende realizar.

• Transecto: com base nos grupos especializados e nos mapas comunitários devem ser escolhidos alguns indivíduos que demonstrem maior capacidade e conhecimento da realidade que se pretende conhecer e realizar um caminho conjunto por um dos trajetos identificados no mapa. Neste processo, devem obter-se informações sobre a agricultura, o solo, a água e as práticas agrícolas, comercialização, entre outros. • Grupo especializado específico sobre processos e práticas agrícolas: deve ser estabelecido um diálogo aberto sobre a agricultura e os problemas enfrentados pelos agricultores. Deve ser realizada uma priorização por ordem de importância dos cultivos (para alimentação e para o mercado). Para tal, é possível desenvolver uma dinâmica muito simples adaptada ao público-alvo ao colocar os diferentes produtos (milho, soja…) e ao entregar a cada pessoa uma pedra para que a coloque no cultivo mais importante para a alimentação e o cultivo mais importante para o comércio dentro da sua produção e das suas possibilidades de produção. Uma vez que os cultivos sejam selecionados deve-se dar início a um processo de levantamento de informações sobre as práticas agrícolas utilizadas. • Inquérito aos produtores para confirmar as tipologias de produtores de acordo com o quadro de caracterização de beneficiários: este inquérito deve procurar a obtenção de dados de disposição e utilização de rendimentos (tanto agrícolas como externos), da disposição e utilização das terras e da mão de obra familiar.

Todas estas dinâmicas podem ser encontradas nos manuais de diagnóstico de sistemas agrários e de diagnóstico rural participativo.

3:30h - 4h

Materiais: • Flip-chart, cartolina de cores, marcadores, caneta, lápis e cinta cola.

Actividade 3.3. Observação do grupo e discussão informal individual com membros da cooperativa e do comité de gestão sobre o seu trabalho específico.

Pergunte/Ouça

No caso de ter elaborado já o diagnóstico da aldeia através das Escolas de Campo, por parte dos responsáveis da Estação de Desenvolvimento Agrário (EDA), será necessário um diagnóstico mais individualizado. Neste espaço podemos concluir ou aprofundar nas perguntas do Inquérito já trabalhado na actividade 2.4. Na discussão informal com os membros em geral e membros do Comité de Gestão o facilitador deve deixar os membros o mais à vontade possível para evitar acanhamento por parte dos membros, esclarecer que a cooperativa é de todos não é de ninguém e por ser líder não significa ser o dono de tudo. Durante a discussão da distribuição de tarefas aos integrantes do comité de gestão. Também é bom aproveitar e fazer entrevistas individuais com membros do comité de gestão ou outros membros sobre o seu trabalho específico: planificação da produção, comercialização. Este processo deve ocorrer com máxima discrição possível porque os membros têm por hábito imitar o que os outros dizem.

1 hora

Materiais: • Flip-chart e marcadores. Papéis e canetas para as anotações do facilitador.

Recursos didáticos para o facilitador: • Ficha 01. Formulário de Inquérito / Questionário grupal para o conhecimento do grupo cooperativo.

Actividade 3.4. Estudo dos documentos da Cooperativa (se existem): Acta de constituição, estatutos, caderno de contas, registos de membros entre outros

(Só no caso de Cooperativas com Actas de Constituição e Estatutos).

Observar e analisar os documentos ponto por ponto para esclarecer certas falhas caso existam, fazer observações e perguntas ao grupo para a sua clarificação (fichas de Registo, nomes dos membros actualizados...)

15 minutos

Materiais: • Flip-chart e marcadores. Papéis e canetas para as anotações do facilitador.

Tarefas ao fim da sessão ou Módulo: • No caso de não haver completado o diagnóstico durante as 3 sessões do Módulo 0, solicitar as informações necessárias ao grupo. Tarefa do Módulo 0. No caso de ser Cooperativa com as Actas de Constituição e Estatutos, solicitar a documentação.

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