Diário do POSTO O JORNAL DO DIA A DIA DA REVENDA
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ANO 6 - N0 54 ABRIL / 2018
O FIM DE UM GUERREIRO FOTO DE LUIZ CARLOS MELLO
Após 61 anos de operação pelo grupo, o posto Record, no Leblon, foi demolido dia 27 de fevereiro. Há 11 anos, a família Siuffo lutava para manter o posto, cujo terreno era requisitado pelos proprietários, para um empreendimento imobiliário. Páginas 4 e 5
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PROBLEMA QUE PARECE NÃO TER FIM
SINDICOM AGORA É PLURAL
Com todo o rigor da fiscalização nos últimos anos, é inacreditável que a revenda de combustíveis ainda seja afetada pela atuação criminosa da bandidagem que insiste em atuar no mercado. A preocupação com esse estado de coisas ficou evidenciada na posse da diretoria do Sindicomb para novo mandato, quando o presidente da Fecombustíveis fez sérias denúncias e o presidente da Plural (ex-Sindicom) anunciou o lançamento de uma campanha para esclarecer a opinião pública sobre o trabalho de combate às irregularidades. Outro tema abordado nesta edição é o fim das atividades do Posto Record, que escreveu uma bela história no setor.
Após 76 anos de atuação no setor de petróleo, o Sindicom passou a se chamar Plural – Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência. Nascida como uma associação, como o próprio nome indica, a Plural tem como missão representar os associados junto à sociedade. O novo sistema de governança funciona por meio de câmaras setoriais independentes, que são divididas em Combustíveis, Aviação, Lubrificantes, Logística e Conveniência, sendo todas elas atendidas por um Núcleo Institucional, responsável pelo planejamento estratégico, relações setoriais da associação, iniciativas de defesa da concorrência, de melhoria da regulação e de controle de qualidade. Divulgado pela assessoria da Plural.
Luiz Carlos Mello
PETROBRAS X MANGUINHOS A Petrobras obteve hoje (14/03) decisão favorável no processo envolvendo a Refinaria de Manguinhos, proferida pela 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Foi acolhido o recurso da companhia para rejeitar indenização da ordem de R$ 2 bilhões pleiteada pela refinaria. O TJRJ declarou que a Petrobras não adotou prática anticoncorrencial e determinou o cancelamento da hipoteca do edifício sede da companhia. A questão envolvendo a Petrobras e a Refinaria de Manguinhos já foi objeto de análise pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e pelo Ministério Público Federal, que haviam concluído pela inexistência de conduta concorrencial predatória por parte da Petrobras. A decisão ainda é passível de recurso para os Tribunais Superiores. Informação da Agência Petrobras.
EXPO POSTOS 2019 A ExpoPostos & Conveniência evolui
Diário do Posto é uma publicação mensal da LCM Comunicação, com tiragem de 3.500 exemplares, distribuídos em todo o estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Editor: luiz Carlos mello (mTb 12.036) Projeto gráfico e diagramação: laerte Gomes lcmpress@terra.com.br Tel: (21) 99172-9569 diariodoposto@gmail.com impressão: Grafmec
para atender a um mercado que se transforma constantemente. Por isso, o evento chega em 2019 de cara nova, apresentando também uma nova identidade visual, mais leve e que sintetiza a conexão entre seus três principais segmentos: o mercado de combustíveis e lubrificantes, o setor de equipamentos e soluções e a cadeia de lojas de conveniência. A expectativa é de mais de 170 marcas expositoras, 21 mil visitantes qualificados e R$ 180 milhões em negócios gerados. A 14ª Feira e Fórum Internacional de Postos de Serviços, Equipamentos, Lojas de Conveniência & Food Service acontecerá mais uma vez no São Paulo Expo. O evento acontece de 13 a 15 de agosto do ano que vem. Informação da assessoria da Expo Postos.
LUCRO DA BR A Petrobras Distribuidora registrou R$ 1,15 bilhão de lucro líquido em 2017, revertendo um prejuízo de R$ 315 milhões no ano anterior. De acordo com a companhia, o resultado reflete a melhora do seu desempenho operacional "em linha com a estratégia de recuperação de rentabilidade apresentada ao mercado durante a abertura de capital, realizada em 15 de dezembro de 2017”. A Petrobras arrecadou cerca de R$ 5 bilhões com a oferta de 30% do capital da BR, líder do mercado de combustíveis do país. No quarto trimestre de 2017, o lucro líquido da distribuidora foi de R$ 531 milhões, contra R$ 52 milhões no mesmo período de 2016. Apesar do resultado positivo, a BR Distribuidora teve uma queda de 5,7% no volume de vendas dos combustíveis, que passou de 45,794 milhões de litros, para 43,175 milhões de litros ano passado. A receita líquida da companhia em 2017 registrou queda de 2,4%, totalizando R$ 84,567 milhões, contra R$ 86.637 milhões em 2016. Divulgado pela Agência Petrobras.
os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal Edição finalizada Em 11 / abril /2018
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CHEGA AO FIM A BELA HIS FOTO GOOGLE STREET VIEW
O Posto Record em sua plenitude, numa via de grande movimento no Leblon, e no
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pós 61 anos de operação pelo grupo Record, o posto de mesmo nome, no Leblon, foi demolido no último dia 27 de fevereiro. Desde setembro de 2000, ou seja, há 11 anos, a família Siuffo vinha lutando na justiça para manter o posto, cujo valorizadíssimo terreno de 1.239m2, era requisitado pelos proprietários, para um empreendimento imobiliário. O posto, de bandeira Shell, foi erguido em 1954 e adquirido três anos depois por Luiz Gil Siuffo Pereira, que dava seu primeiro passo como empresário no mercado de combustíveis, após trocar Ilhéus, na Bahia, pelo Rio, tornandose, ao longo dos anos, um líder do setor, inicialmente como presidente do Sindicomb e, depois, da Fecombustíveis. Hoje, ele é dirigente da Confederação Nacional do Comércio, com sede no Rio de Janeiro. Filha de Gil Siuffo, presidente do Sindicomb e diretora do Grupo Record, Cida Schneider Siuffo comentou que a família, após longos anos de luta, resolveu chegar a um acordo com os proprietários e entregar o imóvel, por orientação de seus advogados. – Foi o fim de um guerreiro. Passou por crises, lutou bravamente para sobreviver, e se tornou uma referência no mercado, não só pelo atendimento, como pela seriedade de sua operação. Nunca tivemos qualquer problema, seja fiscal, seja de cuidados com o meio ambiente. Além disso, manteve uma ligação próxima e cordial com os moradores do bairro, que chegaram a se mobilizar para a manutenção do posto. O Record era o posto de rentabilidade do grupo, que opera mais cinco unidades: Excede (Lagoa), ALG (Bonsucesso), Iate (no início do Parque do Flamengo, em Botafogo), Palácio (Laranjeiras) e Marítimo (dentro do Iate Clube). O Record tinha loja do Bob’s e salão de barbeiro, que substituiu a loja de aluguel de vídeos. Os 46 funcionários foram remanejados. – Sentimos muito o fechamento do posto. Era o primeiro do grupo, tinha um valor sentimental inestimável – comentou Cida Schneider Siuffo.
MEMÓRIA
DIÁRIO DO POSTO TRATA DO ASSUNTO EM ABRIL DE 2013 Na edição de abril de 2013, o Diário do Posto publicou matéria – “Diga ao povo que fico” –, mostrando o empenho dos postos BR da Avenida Atlântica, em Copacabana, e o Shell, da Praça Antero de Quental, no Leblon, em atender aos moradores dos dois bairros que se manifestaram contra um possível fechamento, os primeiros devido à decisão do governo estadual de recuperar as áreas e o outro em conseqüência do interesse do mercado imobiliário. Na íntegra, a matéria referente ao Posto Record:
SHELL DO LEBLON E A INVESTIDA IMOBILIÁRIA No dia 28 de outubro de 2011, moradores do Leblon, organizados pela associação do bairro, se reuniram no posto da rede Record, bandeira Shell, na
A capa do Diário do Posto que aborda o tema esquina das avenidas General San Martin e Bartolomeu Mitre, no Leblon, manifestando-se, com um abraço simbólico, contra a possibilidade de seu fechamento, para dar lugar a um prédio de nove andares. Um ano e meio após, o processo ainda não tem decisão de primeira instância na Justiça, e Cida Schneider, diretora da Rede Record, está otimista, acreditando que tudo terminará bem. – Não pensamos de outra maneira, tanto que o posto será reformado, ganhando visual
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STÓRIA DO POSTO RECORD FOTO DE LUIZ CARLOS MELLO
início da demolição para dar lugar a um empreendimento imobiliário
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retrô, e vai passar por reformas ambientais necessárias, com troca de tanques e outros equipamentos – comentou O posto funciona desde 1954, e com a investida de empreendimentos imobiliários na Zona Sul da cidade, acabou se tornando o único para atender à população do bairro. Cida Schneider comentou que, entre outras iniciativas tão logo tomou conhecimento da pretensão do mercado imobiliário, foi procurar a Associação de Moradores do Leblon, para saber a opinião da comunidade. Surgiu então a ideia de uma pesquisa, contratada à Insider Pesquisas e Marketing. O resultado mostrou que 93% dos frequentadores, e 60% dos moradores, desejavam a manutenção do posto.
Os primeiros tempos do posto RESULTADO DA PESQUISA O que é mais importante para o Leblon: Posto Record ou novo edifício residencial FREQUENTADOR Razões para os frequentadores considerarem o Posto Record mais importante 쏅 Porque o bairro precisa deste posto – 63%
쏅 É o último existente no Leblon – 40% 쏅 Por causa da loja de conveniência – 7% 쏅 É um ponto de encontro tradicional – 4% 쏅 O bairro já tem muitos prédios residenciais – 3% 쏅 Os empregados vão perder seus empregos – 2%
MORADOR 쏅 Porque o bairro precisa deste posto – 71% 쏅 Por causa da loja de conveniência – 42% 쏅 É o último existente no Leblon – 15% 쏅 Por não haver tumulto no trânsito- 7% 쏅 Uma obra como essa causaria um grande impacto no meio ambiente – 3% Diante do resultado da pesquisa, a Associação de Moradores do Leblon convocou os associados , e organizou o abraço simbólico no posto. Bem localizado, em frente à Praça Antero de Quental, o posto se tornou uma referência no bairro, não só pela qualidade dos serviços e produtos, como também pela loja de conveniência, que conta com o Bob s e Casa do Pão de Queijo, além de uma locadora de vídeo.
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a posse de Cida Siuffo Schneider para um novo mandato na presidência do Sindcomb – 2018/2022 –, dia 14 de março, um consenso: o setor está convicto de que o grande problema não é a revenda, distribuição ou agente regulador, mas as práticas ilegais de sonegadores e adulteradores. Os representantes do sindicato, da Fecombustíveis, do Sindicom e ANP, presentes à cerimônia, firmaram um pacto para o combate às distorções do mercado. Eles evidenciaram ainda que o Governo, além de promover sucessivas altas nos impostos, divulga informações distorcidas sobre o setor. O presidente do ex-Sindicom, rebatizado de Plural, Leonardo Gadotti Filho, anunciou o lançamento nacional da campanha “O Problema não é o Posto, é o Imposto”, com o objetivo de esclarecer que quase 50% do preço do combustível para o consumidor são de impostos. – O Governo não pode mais criar factóides para elevar sua popularidade. Precisamos de um ambiente de negócios saudável, sem a concorrência de pessoas inescrupulosas – afirmou.
CENÁRIO DESAFIADOR Na sua avaliação, há um cenário desafiador, diante da desinformação em torno da paridade dos preços dos combustíveis com o mercado internacional. – Preço da gasolina deve ser igual a qualquer commodity; por isso, é necessário ensinar ao Governo e à população que a realidade nos preços dos combustíveis é diferente daquela do passado. Gadotti ressaltou que o movimento “Combustível Legal” segue esta linha, com o apoio da OAB, Polícia Federal, Firjan e Fiesp.
DEFESA DA CATEGORIA Cida Siuffo Schneider iniciou sua apresentação afirmando que, ao assumir a presidência do Sindcomb, em 2014, havia 900 postos ativos no município do Rio de Janeiro, e, hoje, este número não passa de pouco mais de 680, o que reflete a dificuldade do mercado. – Depois de usar o segmento para fazer caixa, o Governo diz que somos responsáveis pela alta do preço dos combustíveis. A verdade é que perdemos pelo menos 5% de margem e também de litragem. A presidente garantiu que manterá sua luta em defesa da categoria, juntamente com a Fecombustíveis e a CNC (Confederação Nacional do Comércio), que acompanha os projetos de lei na esfera federal, ligados à revenda.
BUROCRACIA E CRIMINALIDADE O presidente da Fecombustíveis, Paulo
NA POSSE DE CIDA, O Miranda Soares, fez questão de enaltecer a disposição e o empenho de Cida. – Enquanto há vários presidentes de sindicatos dispostos a deixar a função, para se dedicar aos seus negócios, a Cida permanece firme, com muita coragem. Soares afirmou que está sufocado pela burocracia brasileira: para funcionar, o posto precisa de 10 a 14 licenças, todas com prazos de validade distintas, ao contrário de outros países do Primeiro Mundo, que exigem três, no máximo. – O Estado tem síndrome de babá, acha que precisa se envolver em tudo. O presidente da federação destacou a criminalidade que impera no setor. Disse que, num seminário, denunciou a existência, em São Paulo, de 150 postos cujos operadores pertencem ao comando PCC. Foi convocado para esclarecimentos no Ministério Público estadual e, ao se preparar para o depoimento, verificou que os postos operados por bandidos não eram 150, mas 220. – São eles que destroem o nosso negócio – afirmou.
Francisco Nelson (ANP), Paulo Miranda Soares, Cida Siuffo Schneider, o advogado Jayme Correa da Rocha, Gil Siuffo, Leonardo Gadotti Filho compõem a mesa na cerimônia
Cida Siuffo Schneider
Paulo Miranda Soares
A POSIÇÃO DA ANP O superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP, Francisco Nélson Castro Neves, reconheceu a necessidade urgente de aprimoramento. Lembrou que, gra-
Gil Siuffo
Francisco Nelson Castrio Neves
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ças à atuação do Sindcomb, a agencia entendeu que pequenas variações na pressão do GNV, devido à instabilidade do fornecimento, não ocorrem por responsabilidade do posto e, por isso, o varejo deixa de ser passível de autuação criminal, permanecendo a punição administrativa. Segundo ele, o trabalho dos agentes está mais equilibrado, a fim de permitir o desenvolvimento da atividade econômica. – Percebemos o acirramento do ambiente concorrencial, o aperto das margens, e estamos tentando separar o joio do trigo nas fiscalizações. Apesar do contingenciamento, a pressão dos órgãos fiscalizadores sobre os criminosos é acirrada. Identificamos mais de oito pontos de roubos de dutos com gasolina e diesel puros. As ações resultaram prisões e no encerramento de empresas – acrescentou.
MENSAGEM DE GIL SIUFFO
PACTO DO SEGMENTO
Cida cumprimenta Maurício Ferraz, secretário-executivo do Sindicomb
Leonardo Gadotti Filho
Luiz Gil Siuffo Pereira, presidente de honra da Fecombustíveis, diretor da CNC e pai de Cida Siuffo Schneider, afirmou que tem 60 anos na vida empresarial, dos quais 50 anos em defesa da categoria dos revendedores de combustíveis. Comentou que deixa um legado de ética e correção, nunca teve nenhum título protestado, conclamando os revendedores para que mantenham esse comportamento que é, no final das contas, “o que vai prevalecer”.
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EMPRESA RECUPERA FORÇA DA MARCA APÓS DANOS DA LAVA-JATO
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balada pelas denúncias de corrupção levantadas pela Lava-Jato nos últimos anos, a imagem da Petrobras Distribuidora começa a se recuperar entre os consumidores. Pesquisa feita pela consultoria CVA Solutions indica que, menos de dois meses após a estreia da companhia na
B3, a força da marca BR voltou a ser a mais forte do mercado de distribuição, posto perdido para a Ipiranga nos dois últimos anos. A força da marca é medida pela diferença entre a atração e a rejeição a uma marca perante clientes e não clientes. Segundo o sócio-diretor da CVA, Sandro Cimatti, a avaliação da BR Distri-
buidora, líder de vendas de combustíveis no país, melhorou nos dois quesitos, no universo de cerca de 6 mil entrevistados pela consultoria em janeiro. O índice de rejeição à companhia só não é mais baixo do que o da Ipiranga. – A BR era a marca mais forte do mercado até 2015, mas foi contaminada pela Lava-Jato.
Existe uma transferência da imagem da Petrobras para a BR e, nos últimos tempos, a Petrobras vem dando sinais favoráveis de que está em ordem. O consumidor pode não saber que a BR passou por um IPO (abertura de capital), mas sabe de maneira geral que a empresa não está caindo no poço, e sim está saindo dele. Tem também todo o esforço feito na mídia – avalia Cimatti. A Ipiranga, por sua vez, permaneceu na liderança na avaliação do valor percebido pelos consumidores (relação custo-benefício percebido pelos clientes, ante a concorrência). A BR é a terceira nesse ranking, atrás ainda da Shell. A companhia, controlada pela Petrobras, melhorou em alguns itens, mas os preços praticados pela empresa nos combustíveis ainda são percebidos pelos clientes como piores do que a da concorrência. Fonte (SOS Petros)
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ELÉTRICOS COMEÇAM A CHEGAR AO BRASIL
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carro elétrico começa a conquistar o mercado brasileiro. Segundo a revista Época Negócios, a consultoria Accenture Strategy, em parceria com a FGV Energia, publicou estudo para avaliar as oportunidades e os desafios da implementação dos veículos movidos a eletricidade no Brasil, informando que o país tem potencial para vender 150 mil unidades por ano. Em 2017, foram vendidos 3.296 híbridos e elétricos, número ainda insignificante diante dos 2,239 milhões comercializados, de acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores}. Época Negócios comenta que, a curto prazo, entretanto, os veículos elétricos não são uma opção lucrativa para as montadoras, principalmente devido ao custo das baterias. O valor do componente pode chegar a 50% do valor total do carro, sem contar que o preço desse tipo de veículo é alto. O BMW i3, por exemplo, único com motor 100% elétrico vendido no Brasil, custa entre R$160 e 180 mil. O alcance do mercado, portanto, se restringe às classes A e B n o país. O estudo chegou a essa conclusão ao considerar que apenas 2,2 milhões de brasileiros declaram renda bruta superior a 20 salários mínimos, e que cada indivíduo com esta faixa de renda compra, em média, um automóvel a cada cinco anos, e um
MO D E LOS V E N D ID OS NO PA ÍS TOYOTA PRIUS – R$ 123.950
BMW I3 – R$ 169.900
LEXUS CT 200H – R$ 129.990
MITSUBISH OUTLANDER – R$ 204.990 FORD FUSION HYBRID – R$ 159.500
terço opta por modelos elétricos. O gerente da Accenture Strategy, Bruno Falcão, disse à Época Negócios que a maior adoção dos carros elétricos no país depende diretamente da indústria automobilística, que vai fazer a transição da produção de veículos movidos a combustíveis para os elétricos; de utilities, que vai oferecer e distribuir os postos de recarga da bateria para motores elétricos; e de combustíveis, que vai produzir fontes de energias renováveis combinando etanol e biocombustível. – O Brasil não pode ser apenas espectador das inovações da indústria automobilística. É preciso se posicionar: oferecer subsídios às montadoras, incentivos fiscais para reduzir o custo de aquisição do veículo elétrico e criar um sistema de recarga eficiente, o que aumentará a sua atratividade a longo prazo. Na Nourega, por exemplo, a venda dos elétricos e híbridos ultrapassou a de carros a diesel e gasolina com a redução de impostos, e a meta é comercializar apenas os movidos a eletricidade após 2025. Por enquanto, o governo brasileiro concede a isenção do imposto de importação para os carros elétricos e redução da alíquota de 35% para 7% para os híbridos. A cidade de São Paulo, por exemplo, oferece isenção do rodízio municipal e desconto de 50% do IPVA de elétricos com preço até R$ 150 mil.
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(*) Giselle Innecco Valdevez Castro, sócia da empresa Valsa – Valdevez e Santiago Assessoria Empresarial, tem mais de 20 anos de experiência no mercado de lojas de conveniência, com atuação no Brasil e na América Latina. gisellevaldevez@valsa.biz
ecentemente, ministrei treinamentos sobre Gestão Financeira da loja de conveniência. Trata-se de um tema interessante, complexo e de extrema relevância para a operação do negócio. O que enfatizo nos cursos é que a saúde financeira está diretamente ligada aos processos e mecanismos de controle implantados (e seguidos!) nas atividades diárias. Olha-se sempre para a primeira e para a última linha da DRE (Demonstração de Resultado do Exercício), onde figuram a ”venda bruta” e o “lucro líquido”, respectivamente, mas às vezes não se reflete de forma acurada sobre custos, despesas e eficiência operacional. Toda a energia dedicada para conquistar o cliente e vender pode ser dissipada se a loja não avaliar suas despesas operacionais e administrativas, não aplicar práticas de controle de estoques e não adotar medidas de prevenção de perdas, por exemplo. Os resultados são impactados e, muitas vezes, não se sabe nem o porquê. As despesas precisam ser muito bem acompanhadas, e deve haver foco na redução dos desperdícios. Listar todas as despesas, acompanhá-las e avaliar quais delas não são realmente necessárias ou estão acima do projetado pode ser uma boa forma de começar a controlar gastos. É importante destacar que as despesas devem estar corretamente alocadas, ou seja, despesa da loja no P&L da loja, despesa do posto no P&L do posto e assim por diante. Em outras palavras, não se pode onerar um negócio com dispêndio de outro! O planejamento de compras também merece cuidado: comprar com base em informações de vendas e
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em eventos que impactem a demanda, sempre trabalhando com um estoque de segurança para evitar rupturas. O grande desafio é avaliar as quantidades para não serem excessivas nem subdimensionadas. Capital de giro e espaço para armazenamento são aspectos que precisam ser avaliados na hora de fazer um pedido de compras ao fornecedor. E, para fins de controle, um livro de pedido de compras bem organizado faz a diferença. A adoção de procedimentos rigorosos para o recebimento de mercadorias é outra providência essencial. Pode-se ter perda financeira na hora de receber produtos por falta de conferência, equívocos na contagem, temperatura inadequada etc. O armazenamento das mercadorias também exige atenção especial, levando-se em consideração todos os aspectos de segurança alimentar, acompanhamento dos prazos de validade, utilização de recipientes e locais apropriados, entre outros. Alerta para os itens que possuem alta atratividade para furto/roubo e elevado valor agregado, como cigarros e bebidas importadas, que devem ser contados sistematicamente e trancados a sete chaves, quando fora da área de exposição para venda. O assunto “perda” é um problema comum a vários segmentos do varejo. Segundo matéria divulgada pela Fecomércio-SP , em outubro de 2017, “erros operacionais e administrativos, furtos e problemas em geral foram responsáveis por perdas de R$ 7,11 bilhões aos supermercados brasileiros em 2016, valor que corresponde a 2,1% do faturamento do setor. A taxa de perdas superou o registrado em 2015, quando foi de 1,96%, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Os dados fazem parte do 17º Estudo Nacional sobre Prevenção de Perdas nos Supermercados, pesquisa realizada com 339 empresas do setor que, juntas, somam R$ 58 bilhões em receita. As perdas no varejo ocorrem por diversos motivos. Os dados apontam que os principais são quebras operacionais (29%), furto externo (18%), erros de inventário (15%), outros ajustes (13%), erros administrativos (9%), furto interno (8%) e problemas com fornecedores (8%)”. Fato é que a perda faz parte do negócio, e sempre existirá. O importante é acompanhá-la e instaurar processos eficazes para minimizá-la, sem sacrificar vendas. A rotina de inventário é, muitas vezes, deixada de lado por um bom número de gestores. Porém, não há como mensurar, controlar e adotar medidas preventivas de perdas se a loja não fizer inventários rotineiramente. Além disso, as margens reais só podem ser calculadas apurando-se o CMV (Custo da Mercadoria Vendida). É fundamental frisar que evitar perdas não significa deixar a loja desabastecida. Este grave erro é cometido com relativa frequência, principalmente no foodservice. É preciso ter produto exposto para poder vendere esta é exatamente aprópriarazão de existir do negócio!