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TOK
Revista do léo REVISTA LAZEIRENTA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ - EDITOR Prefixo Editorial 917536
NUMERO 72 – ABRIL– 2022
MIGANVILLE – MARANHA-Y “ÁGUAS REVOLTAS QUE CORREM CONTRA A CORRENTE”
A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.
EXPEDIENTE MARANHAY REVISTA LAZEIRENTA Revista eletrônica EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luis – Maranhão (98) 3236-2076 CHANCELA
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IFMA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 14 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 405 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sóciocorrespondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luis (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Premio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Premio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor da Revista do Léo, a que esta substitui (2017-2019), hoje MARANHAY – Revista Lazeirenta. Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.
EDITORIAL VOLTAMOS!!!! Por sugestão/pressão, com base em pesquisas de marquetingue – Laércio Elias Pereira, da ONG CEV a conduziu -, a “MARANHAY – REVISTA LAZEIRENTA” volta a ser “REVISTA DO LÉO”. Segundo o ManoPereira, já dizia alguém lá no século passado, que um dia, no século XXI, a tendencia seria que cada um tivesse a ‘sua’ revista... Já contei como surgiu a “Revista do Léo”: um confrade da ALL afirmou que não teria leitores, de meus artigos, publicados na ALL EM REVISTA – revista eletrônica da Academia Ludovicense de Letras -; só eram publicados, pelo fato de que era eu o Editor, e colocava o que queria... Bem, desafio feito, desafio aceito: criei a minha revista!!! E passei a (re)publicar os – na ocasião – mais de 200 artigos já publicados, em vários veículos, inclusive na Argentina, Espanha, México, França... além de algumas revistas dedicadas no Brasil. A aceitação, desde o primeiro número, foi boa: em média 25 mil visualizaçoes, mensais!!! Enquanto a ALL EM REVISTA, caiu de 20/22 mil trimestrais para menos de nove mil... e é essa a média, ainda, embora tenha baixado um pouco nesses tempos. Passei dois anos sem editar a revista da Academia – e ninguém assumiu a tarefa, retomada no final de 2021, e dando continuidade este ano... O confrade, que estava juntando artigos publicados para valorizar e contar pontos em seu currículo, não publicou mais nada!!! Afinal, seus artigos, técnicos, na área de Direito – não de Literatura, ou História!!! – eram de seus alunos, e ele aparecia como co-autor, orientador... Ah, sim, ele também pertence ao IHGM... A “Revista do Léo” continua em seu formato eletrônico, disponibilizada através da plataforma ISSUU – https://issuu.com/home/publisher. No curso dado pelo Prof. Dr. Laércio Elias Pereira, no SESC/SP sobre Tecnologias da Informação e Comunicação em Educação Física & Esportes, citou a Revista do Léo como um exemplo do futuro... Discutimos em off, e ele me convenceu a voltar ao velho título... Continuamos com o objetivo inicial: LAZER, por isso “lazeirenta” – expressão cunhada pelo Antonio Carlos Bramante, e bastante usada no meio acadêmico da área -, e na expressão clássica, engloba ‘esporte’ e ‘cultura’. Em sua expressão mais ampla... Em nosso caso, a de São Luís e do Maranhão... É isso... ano novo – afinal, o Carnaval já passou... Tomei conhecimento de que a UFMA/DEF vai criar um Centro de memória da Educação Física e Esportes, iniciando uma série de entrevistas – vídeo – com esse fim; como montar um Centro de Memória já está sendo encaminhado aos organizadores. Como se já não houvesse uma memória da educação física e esportes, e lazer, no Maranhão... E para que não esqueçam o que já foi feito... Lembrando... Sai Governo, entre o substituto... anunciado o secretariado da ‘nova administração do Maranhão’, Lá estão nominados os titulares de todas as secretarias de estado e alguns órgãos... vê-se a importância da área de
desportos e lazer que nem secretário é nomeado, na ‘nova’ administração do Brandão... será que vão manter o inócuo Cafeteira??? Haverá Jogos Escolares este ano? Qual a politica publica para a área? E a de governo? Aguardemos... melhor, oremos... e agora se ve a TROCA DE SEIS POR MEIA-DÚZIA: indicado um tal de Naldir Lopes????????????? Quem é? Qual a qualificação? Sabe-se que Natural do município de Arari, Nadir Vale, é bacharel em Ciências Contábeis e funcionário da Assembleia Legislativa do Maranhão há nada menos que 23 anos. Ele também é assessor espacial de Fábio Macedo. Continuemos orando... Perguntar ao novinho se conhece: a configuração da legislação esportiva no Estado do Maranhão? Como o esporte é tratado/abordado no ordenamento legal do Estado? As leis e decretos relativos ao esporte contemplam todas as suas dimensões sociais? Que aspectos da legislação esportiva denotam a garantia do esporte como direito no Estado do Maranhão? Após a nomeação e o esclarecimento quanto ao nome correto – houveram nadam menos de que quatro grafias diferentes!!!, não se sabendo se homem ou mulher... – e a biografia do mesmo – contador, assessor parlamentar – elaboramos um questionário, com 11 questões, sobre Políticas Públicas, de Estado e de Governo para a área, Programas e Projetos, equipe de apoio, e pedimos que as respondesse até a véspera do encerramento da presente edição... Até o momento, nada!!! Oremos... Fiz algumas consultas à pessoas que atuam na Área, e ninguém!!! Ouvira falar dessa pessoa... um completo desconhecido no meio esportivo, ou de lazer, ou de dança, ou de cultura... tem siso assim, com relação à nossa área...um neófito... mais um, aliás... Jabuti em cima do pau... alguém colocou Pois bem: nada mesmo!!! Ou, o mesmo do nada!!!! Maranhay na língua geral da terra significa ‘águas revoltas correndo contra a corrente’... traduzindo: Pororoca... continuamos ‘ revoltados ‘ nadando contra a corrente...
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ EDITOR
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EXPEDIENTE EDITORIAL SUMÁRIO
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ESPORTE(S) & EDUCAÇÃO FÍSICA & LAZER RINALDI MAIA LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ ZUZA, O CARREGADOR DE PIANO (José Cursinho Coelho Filho) EDIVALDO PEREIRA BIGUÁ E TÂNIA BIGUÁ ZUZA (José Ferreira Filho) LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ MORRE O EX-TÉCNICO MARÇAL NERES PINTO LEGISLAÇÃO ESPORTIVA NO ESTADO DO MARANHÃO: UMA TRAJETÓRIA EM CONSTRUÇÃO ALINE SILVA ANDRADE NUNES, SILVANA MARTINS DE ARAUJO, YWRY CRYSTIANO DA SILVA MAGALHÃES, MARILEIDE MOURA DOS SANTOS SILVA, RENAN ROGER MENDES BEZERRA DE OLIVEIRA LEI Nº 4902, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2007: DISPÕE SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE DESPORTO E LAZER - FUMDEL EM SECRETARIA MUNICIPAL DE DESPORTO E LAZER - SEMDEL, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. SECRETARIA DE ESTADO DO ESPORTE E LAZER – SEDEL - TROCA DE SEIS POR MEIA-DÚZIA PREFÁCIO de “POLÍTICA E CULTURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER”, de ANDREYSON CALIXTO DE BRITO, ANTÔNIO ULISSES JUNIOR, BASÍLIO ROMMEL ALMEIDA FECHINE, DANIEL PINTO GOMES E SAMARA MOURA BARRETO DE ABREU LINO CASTELLANI FILHO ATLETA PARAIBANENSE CONFIRMADA NA SELEÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL FEMININO LEO LASAN MÃE ANDRESA (CASA DAS MINAS) / MÃE DUDÚ (CASA DE NAGÔ) CÍCERO CENTRINY
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NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO ACONTECENDO:
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A PRIMEIRA ESTUDANTE BRASILEIRA EM COIMBRA CHAMAVA-SE AMÉRICA DO SUL VILMA REIS PARA FERNANDO BRAGA AMÉRICO AZEVEDO NETO FERNANDO BRAGA: O ADEUS À JOIA RARA DA LITERATURA MARANHENSE ROGÉRIO ROCHA ELEGIA A FERNANDO BRAGA PEDRO TEIXEIRA, O “CURIUA-CATU” QUE DESBRAVOU A AMAZÓNIA
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MIGUEL LOURO IHGM - Convite em homenagem à Maria Firmina dos Reis CICLO DE PALESTRAS DOS AMIGOS DAS LETRAS – ITAPECURU-MIRIM
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"SINGULARIDADES DO ESPAÇO URBANO EM SÃO LUÍS: TOPOMÍNIA, MEMÓRIA E RESSIGNIFICAÇÃO" DINO CAVALCANTE
FRAN PAXECO: MEMÓRIAS & RECORTES NUMEROS PUBLICADOS
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EDUCAÇÃO FÍSICA ESPORTE(s) LAZER NO MARANHÃO
RINALDI MAIA
Emblemático, desse período romântico do esporte maranhense - e em especial do futebol - é a biografia esportiva de vários "sportmen" e "craks" do futebol da época que abrange os anos 15 a 45, como se depreende do destaque que um ainda jovem atleta tinha na sociedade, e que vai se tornar, mais tarde, um dos companheiros de Dimas em sua jornada de soerguimento do esporte e da implantação da educação física em Maranhão. Trata-se de Rinaldi Maia. Em matéria publicada no jornal "O Esporte", edição de 25 de outubro de 1947, na sessão "Relembrar é viver", saiu uma reportagem sobre o jovem Rinaldi Maia, em que é traçado seu perfil esportivo: Rinaldi Lassalvia Lauleta Maia - nasceu São Luís do Maranhão no dia 05 de fevereiro de 1914, filho de Vicente de Deus Saraiva Maia e de Júlia Lauleta Maia. Iniciou-se na carreira esportiva como crack de futebol, no América - clube formado por garotos do 2º ano do ginásio, e que praticava o futebol com os pés descalços. Em 1939, o jovem atleta já era jogador do Liceu Maranhense, sagrando-se bicampeão estudantil invicto, nos anos de 1941 e 1942. Apesar de jogar no Liceu, Rinaldi figurava em quadros da 1ª divisão da Federação Maranhense de Desportos - FMD -, primeiramente no Vera Cruz (o clube que nunca perdeu no primeiro tempo...), onde fez "misérias" ao lado de Sarapó, Genipapo, Cícero, Sales, etc. Depois, figurou na equipe do Sampaio Corrêa. No "Bolívia", Rinaldi foi elemento destacado, muito embora jogasse ao lado de um Domingão. Foi considerado "O Menino de Ouro" da "Bolívia". Em 1941, Rinaldi começa a praticar o Basquetebol, tendo ao Gontran Brenha e Eurípedes Chaves e outros, defendendo as cores do Vera Cruz. Nessa época, não havia campeonatos de bola-ao-cesto, contudo, era público e notório que o vera Cruz era o campeão da cidade. O grêmio do saudoso Gontran apenas tinha como adversário perigoso o quadro do "Oito de Maio". Nas disputas de Volei levava sempre a pior, porém, vencia todos os encontros de bola-ao-cesto. O Vera Cruz era um campeão autêntico... O melhor ano do esporte para Rinaldi foi 1942. Nessa temporada o jovem atleta conquistou nada menos de três títulos sugestivos: campeão invicto de futebol pelo Sampaio Corrêa; campeão invicto de futebol, pelo Liceu Maranhense; e campeão de basquetebol pelo Vera Cruz.
Em 1943, coberto de louros, Rinaldi embarcou-se para o Rio de Janeiro, a fim de cursar a Escola Nacional de Educação Física. Na Cidade Maravilhosa, o filho de Vicente de Deus Saraiva Maia conseguiu seu objetivo, formando-se como Professor de Educação Física. Voltou Rinaldi a São Luís em 1945. Muita gente julgou que Rinaldi ainda fosse um crack da esfera. Contudo, mero engano! O jovem atleta apenas apareceu em campo, no dia de seu desembarque, para satisfazer o pedido de amigos, mas fez ver que havia abandonado o futebol em definitivo. Seu esporte predileto passa a ser a bola-ao-cesto. Em 1946, Rinaldi figurava na equipe de basquetebol do Moto, sagrando-se campeão do "Torneio Moto Clube". Quando da visita do "five" rubro-negro a Belém, Rinaldi teve oportunidade de brilhar na capital guajarina e colaborou naquela magnífica campanha dos motenses. No ano dee 1947,, Rinaldi tomou outra decisão. Deixou o Moto Clube e tratou de reorganizar o Vera Cruz, seu antigo clube. O seu sonho foi realizado, uma vez que o Vera reapareceu e hoje figura na liderança do campeonato de basquetebol da cidade. E Rinaldi é figura destacada no grêmio cruzmaltense. Atua na guarda, onde se vem destacando, juntamente com o professor Luiz Braga, outra grande figura do basquete maranhense. Cabe ressaltar que o Vera Cruz foi campeão naquele ano. 1 Entre 1946 e 1948, passou a ser inspetor de Educação Física da Secretaria do Maranhão. Em 1949 partia para exercer a mesma função na Secretaria de Educação do Território de Roraima. Em 1960, de volta a São Luís, passou a trabalhar no Departamento de Educação Física, Esporte e Recreação do Maranhão (DEFER), como treinador e preparador físico. Já em 1974, Rinaldi era professor da UFMA, onde ministrava futebol e basquete como práticas desportivas obrigatórias para os universitários de todos os cursos. Foi Rinaldi, inclusive, um dos responsáveis, ao lado dos professores Dimas e Cecília Moreira, pela implantação do curso superior de Educação Física naquela universidade, que recebeu os seus primeiros alunos desse novo curso em 1978. Era ele, no seu tempo o único treinador do futebol maranhense diplomado pela Escola Nacional de Educação Física e professor de Educação Física. Tanta determinação com os seus atletas lhe renderam alguns títulos: foi Campeão Maranhense pelo Sampaio Corrêa (1965 e 1975), pelo Moto Club (1966/67), pelo Maranhão Atlético Clube (1969) e pelo Ferroviário (1970). Rinaldi faleceu no dia 20 de Maio de 1984, aos 60 anos. Pai de três filhos, Rinaldi Maia deixou para o desporto maranhense um grande legado, que deve ser seguido por aqueles que almejam sucesso em sua carreira profissional: seriedade, profissionalismo e pontualidade.
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O Esporte, São Luís, 25 de outubro de 1947, p. 2. Recordar é Viver.
ZUZA, O CARREGADOR DE PIANO
Vitória do Mar de 1969: em pé - Badé, Edmar, Valois, Vico, Ronaldo e Manga. agachados - Fifi, Zuza, China, Roxo e Diomar Matéria de Edivaldo pereira Biguá e Tânia Biguá, página "Onde Anda Você?", do Jornal O Estado do Maranhão, em 12 de Abril de 1999. José Cursinho Coelho Filho nasceu dentro de barco em São Luis no dia 04 de fevereiro de 1938. A mãe, grávida de 9 meses, esperava que ele fosse filho de Guimarães. Depois dessa peça do destino, só restou à família seguir para o interior com o recém nascido, onde permaneceram por sete meses. De volta à capital, Zuza (apelido colocado pelo pai, sem motivo especial) passou a morar na Vila Passos. Mas foi no União (time do Tirirical) que ele recebeu os treinamentos específicos para o futebol. O Campeonato Anilense de 1956 serviu de vitrine para que o jovem de 18 anos, que no ano seguinte estava no meio de outros tantos craques do imbatível Ferroviário. Ao chegar pela primeira vez ao Santa Isabel para treinar no Ferrim, Zuza, coma timidez típica dos adolescentes, se limitou a observar um grupo de craques: Walber Penha, Marujo e caxambu (no gol), Bebeto, Negão, Esmagado, Ribeiro Garfo de Pau, Peruzinho, Gentil, Augusto, Carapuça, Pitú, Frango, Vicente, Rui, Claudionor, Augusto, Nonato Cassas, dentre outros. Foi quando Ribeiro e Gentil perguntaram se ele não queria completar o time de baixo. Ele aceitou. Só que quando pediu a chuteira número 41, o roupeiro fez cara feia e não deu. Gentil, que calçava a mesma pontuação, cedeu as suas. E o garoto mostrou o que sabia, exibindo seu fôlego invejável, uma de suas características marcantes, atuando a princípio pela ponta-direita. Durante o ano de 1957, Zuza foi contratado, assim como outros craques, como Hamilton, Decadela, Santos, Waltair. Se definiu como centro-médio (o volante de hoje). Desarmava os ataques adversários com extrema facilidade. Só tinha um defeito: arrebentava nos treinamentos, mas quando era na hora de jogar pra valer, a ansiedade de menino fazia com que tudo desse errado. Terminava tendo que se contentar com a reserva de Pitú e aprender cada vez mais com o time campeão maranhense daquele ano.
Em 1958 o atleta crescia, jogando ao lado de Negão, ora de Laxinha. Era um orgulho atuar com as feras do Ferroviário, bicampeão maranhense com: Walber Penha; Ribeiro Garfo de Pau, Santos, Decadela e Esmagado; Negão e Laxinha; Rui, Hamilton, Nabor e Neto. Com a briga entre o clube e a Federação, em 1959, que terminou por desfazer o Ferroviário, Zuza, 21 anos, foi para o Maranhão Atlético Club viver, agora sim, seus tempos áureos. Mais maduro e com um futebol de melhor qualidade, ele escreveu seu nome na história do futebol maranhense. Ao lado de Barrão, formou uma das duplas de meio-campo mais famosas que já se viu por estas bandas. Nesse período, ele mostrou seu valor, integrando também a Seleção Maranhense. Aplicado tecnicamente com um grande preparo físico, o centro-médio Zuza se destacava pela cobertura dos dois lados do meiocampo em todas as partidas que disputava. Um “carregador de piano” – como todos o chamavam, que desfazia ataques adversários e tinha em Barrão a continuidade da jogada rumo aos gols do seu time. Não é que gostasse de subir. Fazia isso de vez em quando, porque seu trabalho era muito mais valioso. As más línguas diziam que ele fazia o nome de Barrão. Mas não era bem assim. Depois de desarmar os adversários, ele tinha a garantia que, dos pés de Barrão, exímio lançador, a bola chegaria limpa aos atacantes. Os dois ficaram famosos – assim como todo o timaço que levou o MAC ao título de 1963: Lunga; Neguinho, Vareta, Negão e Cléssio; Carlindo, Moacir Bueno, Barrão e Adaupi; Valdeci, Wilson, Croinha e Alencar. O diferencial Zuza-Barrão é que eles “se afinavam por música”, que eram muito amigos. Tramavam as jogadas durante os treinos, fora deles, nas concentrações, nas farras e colocavam em prática, colhendo os frutos da fama por puro merecimento. Muitos troféus foram conquistados por Zuza até 1966, quando ele passou no concurso do IAPI (hoje INSS) e foi transferido para Recife. Na capital pernambucana, ainda chegou a treinar no América e no Ferroviário. Mas como a diretoria maqueana não liberou seu empréstimo, se contentou em voltar a jogar profissionalmente em 1967 no Vitória do Mar (do compadre espiritual e técnico Calanzas) até Julho de 1969, quando teve que se mudar em definitivo para Brasília, para cumprir mais uma transferência pelo emprego público federal, abandonando em definitivo a profissão da paixão.
ZUZA Nesse ano de 1947, surge no cenário esportivo maranhense um jornal - "órgão puramente esportivo" - que tinha por objetivo "incentivar ainda mais a prática dos desportos na capital maranhense, para que possamos manter a posição de prestígio que ocupamos no cenário esportivo nacional, depois das vitórias de 1946". Tratava-se do "O Esporte", fundado, dirigido e escrito por José Ribamar Bogéa. Sua primeira edição circulou no dia 21 de julho de 1947 e sobreviveu até 1951... Em seu segundo número - 28 de julho de 1947, era semanário - o seu diretor apresenta uma sessão intitulada "Recordar é viver", em que propunha contar a biografia esportiva dos grandes cracks do esporte maranhense - especial atenção para o futebol. As primeiras biografias referiam-se a atletas em atividades, em atuação nos diversos clubes da capital - Moto Clube, Sampaio Corrêa, Maranhão Atlético, e Tupan, responsáveis pelas conquistas naquele já referido ano de 1946. Era o início do profissionalismo no futebol maranhense, com a importação de atletas de nível, especialmente do Ceará e Pernambuco. Reinício, na verdade, pois em 1910 o FAC começa a contratação de jogadores de outros estados e foi Nhozinho Santos e não César Aboud, que começou essa prática, muito embora antes do Moto Club se profissionalizar, o Sampaio Corrêa já iniciara as importações e, o Moto - segundo se depreende do relatório de atividades de seu decimo aniversário -, fez apenas se ajustar naquilo que vinha acontecendo, para não ficar atras, tecnicamente. Já naqueles anos reclamava-se dessa importação desenfreada, em detrimento da "prata da casa". Barbosa Filho, em reportagem publicada dia 28 de julho de 1947, apresenta-nos a "biografia de um crack": ZUZA, conhecido como "o professor", meia canhoto do Moto Clube e considerado o melhor meia do Norte em sua posição. José Ferreira Filho, seu nome de batismo, nasceu em 16 de agosto de 1916. Começou a jogar futebol em sua cidade natal, ingressando no quadro infantil do Central de Caruaru, passando em 1935, para o quadro de aspirantes e em seguida, para o de titulares. Em 1937, conquista o vice-campeonato do torneio inter-municipal. No ano seguinte, o Caruaru participa do campeonato da primeira divisão, mas não vai até o final, licenciando-se, mas Zuza passa a integrar o time do América. Em 1938, passa apara o Ferroviário, atuando por duas temporadas. Nos anos de 1941 a 1945, vamos encontrá-lo no Ceará Sporting Clube. Como o Ceará fora suspenso pela FCD, o Moto Clube vai buscá-lo - naquele ano, o Moto Clube forma seu time com profissionais -. Além de Zuza, vem também Rui. Zuza participou daquele cérebre jogo entre Mineiros 3 x 7 Maranhenses...
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O Esporte, São Luís, 28 de julho de 1947, p. 2. Recordar é viver
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MORRE O EX-TÉCNICO MARÇAL, MAIOR CAMPEÃO DO FUTEBOL MARANHENSE
Morreu aos 85 anos, Marçal Tolentino Serra, conquistador de 12 títulos estaduais e o único Brasileiro da Série B (Brasileirinho), pelo Sampaio Corrêa, em 1972. (Foto: Reprodução)
NERES PINTO 01 de Abril de 2022 O futebol maranhense perdeu nesta sexta-feira (1º) o mais vitoriosos treinador de todos os tempos. Morreu aos 85 anos, Marçal Tolentino Serra, conquistador de 12 títulos estaduais e o único Brasileiro da Série B (Brasileirinho), pelo Sampaio Corrêa, em 1972. Segundo informações de um dos filhos (Renato) à reportagem de O Imparcial, Marçal, que já havia recebido três pontes de safena, estava internado no Hospital José Carlos Macieira desde o último dia 28, devido a complicações cardiorrespiratórias. Nascido em São Luís, no dia 30 de junho de 1937 (Dia de São Marçal), ele começou sua carreira no futebol como atleta. Foi zagueiro, vestindo a camisa do Ícaro (time da Base Aérea) no início dos anos 60. Esteve no Santana do Amapá e depois retornou a São Luís onde se tornou treinador aos 30 anos. Nos grandes clubes do Maranhão comandou pela primeira vez o MAC (1970), Ferroviário (1971), Sampaio Corrêa (1972) e o Moto Club (74, 81 e 83). Foi campeão em todas as equipes e ganhou fama interestadual. Conquistou o título de campeão piauiense pelo Tiradentes de Teresina-PI, em 1973. Treinou equipes menores como Vitória do Mar, Expressinho e Caxiense. Também brilhou no futebol do interior maranhense, sendo campeão do Torneio Intermunicipal pelas seleções de São José de Ribamar e Codó.
LEGISLAÇÃO ESPORTIVA NO ESTADO DO MARANHÃO: UMA TRAJETÓRIA EM CONSTRUÇÃO ALINE SILVA ANDRADE NUNES, SILVANA MARTINS DE ARAUJO, YWRY CRYSTIANO DA SILVA MAGALHÃES, MARILEIDE MOURA DOS SANTOS SILVA, RENAN ROGER MENDES BEZERRA DE OLIVEIRA Nunes (cbce.org.br)
esumo Este trabalho trata do projeto de pesquisa que compõe uma das ações previstas pelo Centro da Rede CEDES na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), financiado pelo Ministério do Esporte , vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas Pedagógicas em Educação Física (GEPPEF) do Departamento de Educação Física, em parceria com o Instituto Federal do Maranhão (IFMA). O Centro tem entre seus objetivos desenvolver projetos especiais e atividades sistemáticas na área de políticas públicas de esporte e lazer. O estudo visa investigar a configuração da legislação pertinente ao esporte no Estado do Maranhão a partir de 1988, como forma de subsidiar as ações do poder público para a garantia do direito ao esporte. E como objetivos específicos apresenta: quantificar as leis esportivas do Estado do Maranhão; conhecer os diferentes tipos de legislação sobre esporte existentes no Estado do Maranhão, bem como a iniciativa e a justificativa dessas leis; analisar a concepção de esporte contida no ordenamento legal, identificando se suas dimensões sociais estão devidamente contempladas e verificar quais aspectos da legislação esportiva denotam a garantia do esporte como direito no Estado do Maranhão. Nessa perspectiva, destaca-se a importância das discussões e estudos de políticas públicas de esporte durante a década de 1980 no meio acadêmico da Educação Física, época em que houve a consolidação dessa temática e o desvelamento do conhecimento produzido acerca das relações entre o esporte, a sociedade e o Estado. Muito embora, nesse período a democratização do esporte não tenha sido efetivada, o debate priorizava a concepção de liberalização do setor esportivo. Ao lado disso, a ampliação da produção de conhecimentos sobre políticas públicas de esporte e a participação política de pesquisadores da Educação Física em gestões municipais conferiram novas referências para esse setor na esfera pública. Como marco legal, destaca-se a Constituição Federal de 1988 (CF/1988), que determinou o esporte e lazer como direitos sociais, conferindo a responsabilidade dos diferentes Estados da Federação e seus respectivos Municípios em promoverem políticas públicas de esporte, como forma de garantir esse direito constitucional. Apesar de ser um dispositivo garantido pela CF/1988, a positivação do esporte como direito ainda não foi plenamente materializada no Brasil e este tem se distanciado de sua compreensão como prática social integrante do patrimônio cultural da humanidade. O esporte não só foi desarraigado da sociedade, como também se tornou ferramenta rentável para os que dispõem de capital. Portanto, abordar sobre o direito ao esporte no Brasil remete a um breve histórico a respeito do processo de sua inserção na Carta Magna de 1988, para facilitar a compreensão de como essa temática é contemplada na produção científica brasileira na área de políticas públicas de esporte. Os movimentos de resistência ao regime militar no final da década de 1970 e a efervescência política que caracterizou a sociedade brasileira no período de redemocratização do país, no processo de elaboração da Constituição Federal de 1988 (CF/1988), tiveram seus reflexos na área de Educação Física e Esporte, que não ficou isenta das tensões, contradições e disputas por ampliação dos direitos sociais, entre eles o esporte e o lazer. De acordo com Linhales (1997), O processo de mudança na estrutura do sistema esportivo brasileiro, levada a cabo com a inclusão do
esporte na Constituição de 1988 e com a reforma da legislação esportiva dela decorrente, foi, fundamentalmente, dirigido pelo confronto entre os interesses liberalizantes, que buscavam a autonomia de mercado para o esporte, e os interesses conservadores, que entendiam essa liberalização como uma ameaça ao poder constituído ‘oligarquicamente’. (LINHALES, 1997, p. 226). A autora alerta também que, em nenhuma das duas concepções, se consolidaram alternativas que tematizassem o esporte como uma necessidade ou um direito social e a ação do Estado como elemento de mediação e equilíbrio entre os interesses antagônicos existentes no setor esportivo. Manhães (1986) complementa, sustentando que na conjuntura em que a sociedade brasileira empenhavase pelo fim da ditadura militar no país, clamando pela democratização política, foi vigorosa a corrente reivindicativa da sociedade com relação ao direito às oportunidades do esporte naqueles anos, estimulada pela eleição dos governadores em 1982 e pela criação na Câmara Federal de uma Comissão Permanente de Esporte e Turismo, que, por iniciativa do Deputado Marcio Braga, promoveu um ciclo de debates denominado “Panorama do Esporte Brasileiro”. O autor afirma ainda que somente no contexto da Nova República, ao ter início o Governo Sarney, localizase uma tentativa de normatização do esporte. Trata-se do Decreto nº 91.452, de julho de 1985 (BRASIL, 1985a), que instituiu uma Comissão para Estudos sobre o Desporto Nacional, vinculada ao Ministério da Educação, com o objetivo de oferecer subsídios para a elaboração de outra política de Educação Física e Desportos para o país. Os especialistas assinalam que o artigo relativo ao esporte do texto constitucional tem sua origem nas propostas elaboradas por essa Comissão, da qual participaram membros ligados à estrutura políticoadministrativa estatal. A Comissão foi dirigida pelo então presidente do CND, professor Manoel José Gomes Tubino, e, em dezembro de 1985, apresentou o Relatório conclusivo intitulado “Uma Nova Política para o Desporto Brasileiro: Esporte Brasileiro, Questão de Estado”: No texto do Relatório é até possível apreender uma concepção de política diferenciada sobre o esporte, que o aprecia como direito social, de responsabilidade do Estado, de certa forma revelando uma “preocupação” com sua democratização. Porém, em que pese qualquer crítica ao período da Nova República no Brasil, é mister admitir que as análises contidas no Relatório partiam do reconhecimento da atuação cartorial e policialesca da política esportiva em vigor e, davam “sinais de reinvindicação por uma democracia esportiva”, apresentando o esporte como direito de todos. O documento anunciou também, no item das mudanças jurídico-desportivo-constitucionais, a Indicação nº 29, que apresentou argumentos para incluir o esporte na nova Constituição do País, tratando-o como “[...] fenômeno social, econômico e cultural, [...] como parte inseparável dos programas de desenvolvimento educacional, social e de saúde”. (BRASIL, 1985b, p. 84). A partir desses fundamentos, o texto indicou um dispositivo para inserção do esporte na futura Carta Constitucional, no qual defendia a obrigatoriedade da Educação Física, a destinação de recursos públicos para promover o esporte nas suas diferentes manifestações e o fortalecimento da justiça desportiva. Por outro lado, ao propor a autonomia das entidades esportivas, exaltou a iniciativa privada como alternativa para a democratização do esporte, o que veio a fortalecer o princípio da liberalização. Diferentemente do que ocorreu nas áreas de saúde e assistência social, as quais debateram com os movimentos sociais organizados temas relativos aos direitos dessas áreas a serem incluídos na CF/1988, o processo de institucionalização do esporte teve seu protagonismo vinculado apenas ao Conselho Nacional de Desportos e às entidades a ele vinculadas. Assim, é possível afirmar que não houve participação popular tampouco de grupos progressistas da área esportiva na elaboração dos artigos relativos ao esporte na CF/1988. Após o trâmite da proposta, que recebeu importantes emendas na Assembleia Constituinte, foi aprovado o
texto do art. 217 da Constituição de 1988, garantindo o desporto como dever do Estado e direito do cidadão, com uma sessão específica, assim dispondo: Art. 217 - É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um, observados: I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento; II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento; III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional; IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. § 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. § 2º - A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final. § 3.º O poder público incentivará o lazer, como forma de promoção social. (BRASIL, 2016). Contudo, mesmo que fosse possível comemorar o avanço da letra constitucional sobre o esporte como direito, sabe-se que ainda há um abismo para que esse preceito seja efetivamente garantido em nosso país. Assim, a “[...] Nova República deu prosseguimento à liberalização do esporte, convicta de que estava promovendo a sua democratização.” (LINHALES, 1996, p. 176). Considerando essa trajetória histórica, e, que o Estado do Maranhão possui um órgão gestor específico para o desenvolvimento de políticas públicas de esporte, representando o compromisso do poder público com a execução de programas e ações esportivas, essa pesquisa apresenta as seguintes questões norteadoras: Qual a configuração da legislação esportiva no Estado do Maranhão? Como o esporte é tratado/abordado no ordenamento legal do Estado? As leis e decretos relativos ao esporte contemplam todas as suas dimensões sociais? Que aspectos da legislação esportiva denotam a garantia do esporte como direito no Estado do Maranhão? Com base nessas perguntas, delimitou-se como objeto da pesquisa, a legislação esportiva no Estado do Maranhão, produzida no período pós-Constituição Federal de 1988, considerando que o ponto de partida para concretização de políticas públicas deve ser a determinação desse direito, explicitada no arcabouço legal do ente federativo. Como justificativa do estudo destacou-se um conjunto de problemas empiricamente observados no campo da gestão de política de esporte no Estado do Maranhão, como: o insuficiente investimento de recursos públicos, a baixa qualificação dos agentes sociais e gestores, a falta de uma política regular de animação (programas e projetos), a escassez de espaços públicos e deficiência em manutenção e a carência de um conjunto de ordenamento legal que regulamente a prática esportiva no Estado. Todos esses aspectos motivaram a realização dessa pesquisa, considerando a necessidade de intervenção acadêmico-científica que venha contribuir com a mudança do quadro atual, principalmente no que diz respeito à possibilidade de qualificação da gestão pública de esporte, no Estado do Maranhão, para a sua garantia como direito social. Quanto às orientações teórico-metodológicas, o estudo tem a natureza quanti-qualitativa, combinando uma pesquisa bibliográfica a uma pesquisa documental, tendo como principais fontes: pareceres, projetos de lei, leis, decretos-leis e outros documentos legais referentes à legislação esportiva no Estado do Maranhão, que serão coletados no acervo da Biblioteca Pública Benedito Leite, nos arquivos da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (SEDEL) e no site e acervo da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão. Portanto, pretende-se conhecer a configuração da legislação esportiva no Estado do Maranhão, a concepção do esporte contida no ordenamento legal, a distinção dos diferentes tipos de leis sobre o esporte e, por fim, as dimensões sociais na legislação.
O tratamento dos dados será realizado pelo método de análise do conteúdo, buscando contemplar as diferentes interpretações relativas aos estudos de abordagem qualitativa e quantitativa. Assim, o percurso metodológico fundamentará a base teórica para dialogar com as constatações empíricas do problema em questão. A pesquisa encontra-se na etapa inicial, que trata do levantamento bibliográfico e documental, por meio da realização de leituras e fichamentos, quer dizer, nas primeiras aproximações com o objeto da investigação. Palavras-chave: Legislação; Esporte e Lazer; Políticas Públicas.
LEI Nº 4902, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2007: DISPÕE SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE DESPORTO E LAZER - FUMDEL EM SECRETARIA MUNICIPAL DE DESPORTO E LAZER - SEMDEL, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. O PREFEITO DE SÃO LUÍS, Capital do Estado do Maranhão. Faço saber a todos os seus habitantes que a Câmara Municipal de São Luís decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I - DAS FINALIDADES Art. 1º Fica transformada em Órgão da Administração Direta, a Fundação Municipal de Desporto e Lazer - FUMDEL, sob a nomeclatura de Secretaria Municipal de Desporto e Lazer - SEMDEL, subordinada diretamente ao Chefe do Poder Executivo Municipal. Parágrafo Único - a Secretaria Municipal de Desporto e Lazer - SEMDEL tem por finalidade institucional precípua: I - planejar, coordenar, fiscalizar, sistematizar e executar a política municipal de desporto e lazer; II - promover, sob uma ótica educacional e comunitária, a incorporação de hábitos saudáveis na população através de produções esportivas e de lazer; III - administrar e conservar as praças de desportos; IV - organizar e promover certames de competições esportivas e de lazer; V - buscar e prestar, através de convênios, colaboração técnica e financeira junto às instituições públicas e privadas, para estimular as iniciativas esportivas e de lazer comunitário; V - propor a instituição e dimensionamento de áreas especiais para a prática esportiva e do lazer; VII - estabelecer parcerias com instituições de ensino superior, para fomentar a pesquisa e produção científica no âmbito esportivo. TÍTULO II - DOS NÍVEIS ESTRUTURAIS Art. 2º Para cumprir as finalidades que lhe competem, a Secretaria Municipal de Desporto e Lazer é composta dos seguintes níveis: I - Nível de Administração Superior: a) Secretário II - Nível de Assessoramento: a) Gabinete b) Assessoria III - Nível de Atuação Programática: a) Superintendência b) Coordenações TÍTULO III - DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Art. 3º Para cumprir as finalidades que lhe competem, a Secretaria Municipal de Desporto e Lazer - SEMDEL, contará com a seguinte estrutura: a) Secretário b) Gabinete c) Assessoria Técnica d) Superintendência de Desporto, Lazer e Mobilização Social e) Coordenação de Desporto e Lazer f) Coordenação de Mobilização Social g) Coordenação de Administração, Orçamento e Finanças TÍTULO IV - DAS COMPETÊNCIAS
Art. 4º A Secretaria Municipal de Desporto e Lazer - SEMDEL, para cumprir as finalidades previstas no art. 1º desta Lei, tem as seguintes atribuições: I - planejar, incentivar e acompanhar as atividades desportivas e de lazer, com vistas à qualificação do homem, oportunizando geração de emprego e renda; II - preservar o desporto e o lazer municipal promovendo, patrocinando, assessorando e difundindo as formas de produção esportiva; III - desenvolver estudos e pesquisas, além de promover cursos, seminários e outros eventos sobre políticas básicas do desporto e do lazer; IV - valorizar a cultura regional, fomentando a organização e a participação comunitária no esporte e no lazer; V - assessorar o Chefe do Poder Executivo na formulação e implementação de Políticas Públicas no âmbito de sua competência; VI - estimular a criação, a organização e o desenvolvimento do esporte; VII - estimular a formação de parcerias com outros municípios, no âmbito do desporto e do lazer; VIII - elaborar as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; IX - zelar, em sua esfera de competência, pelo fiel cumprimento da legislação vigente sobre gestão fiscal; X - prestar, sempre que solicitado, informações à Controladoria Geral do Município, zelando pelo cumprimento das normas dela emanadas; XI - elaborar o Plano de Trabalho Anual e avaliar, mensalmente, os resultados e emitir os relatórios pertinentes; XII - promover o intercâmbio das informações entre órgãos e entidades do Governo Municipal e dos Governos Estadual e Federal; XIII - manter e conservar os bens móveis e imóveis sob sua guarda; XIV - cumprir as normas emanadas da Secretaria Municipal de Administração relativamente a tombamento, registro e inventário de bens móveis e imóveis sob sua guarda; XV - assegurar a transparência das ações do Governo Municipal; XVI - identificar oportunidades de atuação conjunta do Município de São Luís com outros do Estado do Maranhão e com outras esferas de governo, visando a elevação da qualidade de vida da população, através do desporto e lazer; XVII - propor a celebração de convênios e contratos de cooperação com órgãos e entidades de outras esferas de governo e com entidades afins. Art. 5º Ao Secretário Municipal de Desporto e Lazer são atribuídas as funções de assessorar o prefeito em assunto de competência da Secretaria, articulação institucional, gestão e supervisão das atividades de planejamento e execução da política municipal de esporte e lazer. rt. 6º Ao Gabinete do Secretário compete prestar assistência ao titular do órgão em suas tarefas técnicas e administrativas, coordenar o relacionamento social do secretário e apoiar as atividades necessárias ao funcionamento da administração superior da SEMDEL. Art. 7º À Assessoria Técnica compete assessorar o Secretário em suas atribuições, coordenar a elaboração das programações operacionais anuais, participar, apoiar, acompanhar e avaliar a execução do planejamento global da SEMDEL, em articulação com a unidade de planejamento geral do Município. Art. 8º Á Superintendência de Desporto, Lazer e Mobilização Social, compete: I - planejar e coordenar as atividades referentes à área do desporto, recreação e lazer conforme programação da Secretaria Municipal de Desporto e Lazer ; II - atuar na promoção da cidadania, na preservação dos valores da sociedade e na incorporação dos preceitos da cidadania e princípios do desenvolvimento sustentável em políticas públicas, programas e projetos; III - supervisionar e avaliar o desenvolvimento dos trabalhos na área de desporto, recreação e lazer da Secretaria; IV - assessorar o Secretário na elaboração da política do Município relativa ao desporto, recreação e lazer; V - elaborar o Plano Anual de trabalho referente à área de desporto, recreação e lazer; VI - promover cursos e seminários para os representantes de entidades comunitárias com o objetivo de orientá-los na prática do desporto, lazer e da integração comunitária; VII - captar recursos por meio de convênios, parcerias ou quaisquer outros meios de patrocínio ou apoio aos eventos, campeonatos e ações ; VIII - estimular a participação democrática da sociedade nas ações da SEMDEL, promovendo a inclusão social por meio da prática esportiva e de lazer; IX - desenvolver projetos de impacto social atrelando valores por meio da participação nas modalidades esportivas e de lazer. Art. 9º Á Coordenação de Desporto e Lazer, compete:
I - executar todas as atividades referentes à área do desporto, recreação e lazer conforme programação da Secretaria Municipal de Desporto e Lazer ; II - supervisionar e avaliar o desenvolvimento dos trabalhos na área de desporto, recreação e lazer da Secretaria; III - emitir pareceres em expedientes, processos e relatórios de interesses da Secretaria Municipal de Desporto e Lazer, submetidos à sua apreciação; IV - elaborar o relatório anual de atividades da Coordenação; V - coletar informações de caráter sócio-econômico relativas à área do desporto, recreação e lazer; VI - planejar e executar os programas especiais de capacitação de agentes de esporte, recreação e lazer, conforme necessidades do Município; VII - difundir, incentivar e orientar às atividades de esporte, recreação e lazer junto à comunidade conforme programação previamente elaborada; VIII - assessorar o Secretário na elaboração da política do Município relativa a esta Coordenação; IX - ajudar a elaborar o Plano Anual de trabalho referente às atividades, eventos, ações e projetos sociais referentes à área de desporto, recreação e lazer; Art. 10 À Coordenação de Mobilização Social, compete: I - promover, apoiar, incentivar e desenvolver iniciativas, ações, projetos, programas, pesquisas básica ou aplicada de caráter científico e tecnológico, e políticas públicas nas áreas social, esportiva de lazer visando a melhoria da qualidade de vida da população; II - fazer do esporte e do lazer ferramentas de inclusão social, democratizando-os, despertando o interesse da sociedade e facilitando-lhes seu acesso; III - participar e garantir ações nas áreas de educação, do esporte e lazer, gerando emprego e renda; IV - reconhecer o esporte e o lazer como processos de formação de pessoas, compromissado com a construção de cidadania; V - desenvolver atividades aos portadores de deficiência, em suas diversas categorias, sob o prisma da socialização e educação; VI - elaborar o relatório anual de atividades da Coordenação; VII - supervisionar e avaliar o desenvolvimento dos trabalhos sociais na área de desporto, recreação e lazer da Secretaria Municipal de Desporto e Lazer; VIII - assessorar o Secretário na elaboração da política do Município relativa a esta Coordenação; IX - ajudar a elaborar o Plano Anual de trabalho referente às atividades, eventos, ações e projetos sociais referentes à área de desporto, recreação e lazer; X - emitir pareceres em expedientes, processos e relatórios de interesses da Secretaria submetidos a sua apreciação; XI - promover cursos e seminários para os representantes de entidades comunitárias com o objetivo de orientá-los na prática do desporto, lazer e da integração comunitária; XII - Difundir, incentivar e orientar às atividades de esporte, recreação e lazer junto à comunidade conforme programação previamente elaborada; Art. 11 À Coordenação de Administração, Orçamento e Finanças compete; I - supervisionar e coordenar a freqüência de pessoal da Secretaria; II - organizar e controlar a escala de férias do pessoal; III - controlar a lotação e redistribuição de pessoal; IV - controlar a distribuição de vale-transporte e contracheques da Secretaria; V - coordenar e realizar os serviços de vigilância e fiscalização de dependências, portaria, fluxo de entrada e saída de veículos, pessoas e bens da Secretaria; VI - coordenar, fiscalizar e executar a limpeza e conservação do prédio; VII - executar, controlar e supervisionar as atividades relativas à zeladoria, copa, cozinha, portaria, recepção e telecomunicação; VIII - receber documentos, formalizar processos, registrar, controlar e informar sobre o seu andamento; IX - receber, protocolar e encaminhar a outros órgãos correspondências, processos e demais atos administrativos;. X - promover, executar e supervisionar os programas e cursos de treinamento e desenvolvimento dos recursos humanos da SEMDEL; XI - solicitar a identificação pelos órgãos de Agentes de Recurso Humanos, que atuam como elo entre os demais órgãos e esta coordenação, a identificação das necessidades de treinamento de pessoal deste órgão; XII - levantar custos de materiais necessários para realização de cursos; XIII - analisar as necessidades internas de informatização, definindo soluções possíveis de serem implantadas e
documentadas; XIV - administrar e controlar a manutenção e instalação dos equipamentos de informática; XV - arquivar fitas magnéticas e documentos gerados neste setor; XVI - administrar a política de segurança das informações relacionadas com a informática da Secretaria; XVII - realizar as compras necessárias para atender as demandas da secretaria, sempre seguindo os procedimentos estabelecidos em Lei; XVIII - organizar o armazenamento de materiais e produtos, identificando-os e determinando sua acomodação de forma adequada, para garantir uma estocagem racional e ordenada; XIX - coordenar e orientar no levantamento dos materiais estocados ou em movimento, verificando periodicamente os registros e outros dados pertinentes, para obter informações exatas sobre a situação real do Almoxarifado; XX - coordenar, orientar e fiscalizar o atendimento das requisições de materiais e equipamentos; XXI - orientar no arquivamento das requisições de materiais, das notas fiscais, relatórios e outros documentos; XXII - providenciar para que todos os bens de cada setor da Secretaria, estejam devidamente identificados, tombados e expedir Termo de Responsabilidade; XXIII - exercer a fiscalização quanto ao uso e guarda dos bens patrimoniais; XXIV - proceder anualmente ao inventário dos itens de estoque; XXV - executar o orçamento; XXVI - cumprir normas e procedimentos financeiros estabelecidos pela Controladoria Geral do Município; XXVII - acompanhar a movimentação e execução dos créditos de natureza orçamentária e extra-orçamentária, e produzir dados para as alterações que se fizerem necessárias; XXVIII - examinar a documentação recebida para a emissão do empenho, assim como, proceder à sua emissão e alteração; XXIX - .manter intercâmbio permanente com a Secretaria Municipal de Fazenda e observar eventuais mudanças no Sistema Orçamentário e Financeiro; XXX - informar a existência de dotações em processos de pagamento. TÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS Art. 12 Ficam criados os cargos em comissão constantes do Anexo Único desta Lei. Art. 13 O Conselho Municipal de Desporto e Lazer, fica vinculado administrativamente à Secretaria Municipal de Desporto e Lazer. Art. 14 O Regimento Interno da Secretaria Municipal de Desporto e Lazer, será aprovado por Decreto do Prefeito, no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da vigência desta Lei. Art. 15 A Secretaria de Desporto e Lazer, pode celebrar acordos e convênios com entidades públicas, privadas e organismos nacionais e internacionais, para a consecução de suas finalidades. Art. 16 Fica determinado que o orçamento, contratos, patrimônio e pessoal da Fundação Municipal de Desporto e Lazer passarão a compor o da Secretaria Municipal de Desporto e Lazer. Art. 17 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 18 Revogam-se as disposições em contrário. Mando, portanto, a todos quantos o conhecimento e execução da presente Lei pertencerem que a cumpram e a façam cumprir, tão inteiramente como nela se contém. A Secretaria Municipal de Governo a faça imprimir, publicar e correr. PALÁCIO DE LA RAVARDIERE, EM SÃO LUÍS, 26 DE DEZEMBRO DE 2007, 186º DA INDEPENDÊNCIA E 119º DA REPÚBLICA. TADEU PALÁCIO Prefeito ANEXO ÚNICO QUADRO DE CARGOS EM COMISSÃO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE DESPORTO E LAZER – SEMDEL
SECRETARIA DE ESTADO DO ESPORTE E LAZER – SEDEL: TROCA DE SEIS POR MEIA-DÚZIA Quem sai
Secretário: ROGÉRIO RODRIGUES LIMA CAFETEIRA Endereço: Av. Dom Pedro II, nº 220, Centro- CEP.: 65010-070 – Edf. João Goulart – São Luís-MA, 7º Andar E-mail: chefiagabinetesedel@gmail.com Horário de atendimento:8 às 19h Site: http://www.sedel.ma.gov.br/ Competências da SEDEL: A Secretaria de Estado do Esporte e Lazer tem por finalidade formular, implementar, coordenar, acompanhar, supervisionar, avaliar e controlar políticas públicas, programas, projetos e ações voltados para o desenvolvimento do desporto e do lazer bem como administrar e conservar as praças de esporte, promover, assessorar e defender, sob a ótica educacional e comunitária, formas de produções esportivas, de lazer e recreativas, a partir da realidade local, estimulando a incorporação de hábitos na população, visando à melhoria da qualidade de vida. (Redação dada pela Medida Provisória nº 184, de 02 de janeiro de 2015). Perfil do Secretário: Rogério Rodrigues Lima Cafeteria nasceu no dia 03 de janeiro de 1969, em São Luís, no Maranhão. Casado, o empresário exerceu o cargo de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Maranhão em dois mandatos, sendo 2010 a 2014 e de 2014 a 2018, de Sub- Chefe da Casa Civil do Governo do Estado do Maranhão de 1987 a 1990, de chefe de Gabinete do Secretário Municipal de Planejamento e Desenvolvimento da Prefeitura de São Luís (MA), de 1995 a 1996, de assessor Especial do Senado Federal de 1997 a 1999 e assessor Técnico do Senado Federal de 2007 a 2009. Em fevereiro de 2019 assumiu o cargo de Secretário da Secretaria de Esporte e Lazer (Sedel).
QUEM ENTRA
Nadir Vale é indicação do deputado estadual Fàbio Macedo… A secretaria de Estado do Esporte e Lazer – SEDEL terá como titular Naldir de Jesus Vale Lopes, indicação do deputado Fábio Macedo para o cargo. Natural do município de Arari, Nadir Vale, é bacharel em Ciências Contábeis e funcionário da Assembleia Legislativa do Maranhão há nada menos que 23 anos. Ele também é assessor espacial de Macedo. Nadir substituirá o ex-deputado estadual Rogério Cafeteira que se desincompatibilizou do cargo para concorrer ao mandato na Assembleia Legislativa. Naldir Lopes assume Secretaria de Estado do Esporte e Lazer | Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (sedel.ma.gov.br)
O contador e assessor parlamentar, Naldir de Jesus Vale Lopes, foi empossado, na noite dessa quarta-feira (06), como o novo secretário de Estado do Esporte e Lazer (Sedel). Aos 44 anos, Naldir se dedicará ao projeto do esporte no Maranhão à frente da pasta estadual.
“Assumo o compromisso em elevar o projeto que já vinha sendo desenvolvido na gestão do ex-governador Flávio Dino. Entro para somar e contribuir com o esporte e o lazer do nosso estado. Acredito que posso trazer a experiência do trabalho social que já desempenho há alguns anos para fazer um trabalho diferenciado no esporte”, disparou o secretário. Durante sua posse realizada no Palácio Henrique de La Rocque, Naldir agradeceu a Deus, ao governador Carlos Brandão e a indicação do deputado estadual, Fábio Macedo e falou sobre responsabilidade e transparência para encarar o novo desafio profissional. “Estou muito feliz com essa missão. Teremos muitas ações para serem desenvolvidas e implementadas que fomentarão o esporte e o lazer. Nossa principal missão é fazer com que o Estado seja um propulsor desses setores”, destacou Naldir. O governador do Maranhão, Carlos Brandão, falou sobre a escolha dos novos secretários. “Nossa escolha teve alguns critérios. Alguns secretários saíram pois são pré-candidatos e houve vacância dos cargos. Nós, naturalmente, dialogamos com várias pessoas do nosso campo político. Escolhemos pessoas que eu considero capacitadas e comprometidas para que possamos dar continuidade ao governo. Tivemos vários avanços nos últimos sete anos e queremos mais, focando sempre a qualidade de vida do povo”, declarou o governador. Brandão explicou ainda que as mudanças “oxigenam a gestão”. “Mudanças aconteceram nos últimos anos, isso é normal, oxigena o governo, dá mais resultados. Ao fim, nosso desejo é trabalhar sempre em equipe e apresentar excelentes resultados”, completou.
Setores Administrativos Ed. João Goulart - 7º andar Av. Dom Pedro II, n° 220 Centro - São Luís - MA CEP: 65010-070 Setores Esportivos Ginásio Costa Rodrigues Av. Gomes de Castro, s/nº Centro - São Luís - MA CEP: 65020-230 gabinete@sedel.ma.gov.br
SAEL – SECRETARIA ADJUNTA DE ESPORTE E LAZER Neto Azevedo adj.esporte@sedel.ma.gov.br
Neto Azevedo
- Sec. Adjunto na SEDEL-MA - Ex-CIO da Assembleia Legislativa MA - Oficial da Ordem dos Timbiras - Pós Graduando em Gestão de TI - Cristão na IPCalhau Experiência como gestor público por mais de 10 anos e gestor de empresas privadas. Secretário Adjunto de Esporte Educacional
Secretaria de Estado do Esporte e Lazer MA mar. de 2019 - o momento3 anos 2 meses São Luís, Maranhão Consultor de TI
Agnus Engenharia & TI jan. de 2011 - o momento11 anos 4 meses São Luís e Região, Brasil
Formação acadêmica •
Universidade Estácio de Sá
Pós Graduação em Gestão Estratégica da Tecnologia da InformaçãoGestão de Sistemas de Informação 2015 - 2017
Universidade Ceuma
Graduado em Tecnologia da InformaçãoTecnologia da Informação 2000 - 2003
Reconhecimentos e prêmios •
Oficial da Ordem dos Timbiras
Governo do Estado do Maranhão dez. de 2014 A medalha, no Grau de Oficial, é um reconhecimento a personalidades que se distinguiram por relevantes serviços prestados ao Estado do Maranhão, concorrendo para o bem-estar social e grandeza material e espiritual do seu povo. https://www.youtube.com/watch?v=mG06FIfrdWw SAAD – SECRETARIA ADJUNTA ADMINISTRATIVA Gardênia Canavieira de Carvalho Garrido adj.administrativo@sedel.ma.gov.br Gardênia Canavieira de Carvalho Garrido Archives - Luís Pablo | Blog sobre política, com crítica da mídia e informação alternativaLuís Pablo | Blog sobre política, com crítica da mídia e informação alternativa (luispablo.com.br)
CAPEI – COMISSÃO DE ANÁLISE DE PROJ. ESPORTIVOS INCENTIVADOS Rafael Sousa Oliveira capei@sedel.ma.gov.br CSL – COMISSÃO SETORIAL DE LICITAÇÃO Mariano Paulista de Azevedo Neto csl@sedel.ma.gov.br ASCOM – ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Dyego Fernando Rodrigues Almeida assessoria.sedel@gmail.com ASPLAN – ASSESSORIA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO José Ribamar S. Fróes Filho asplan@sedel.ma.gov.br ASSEJUR – ASSESSORIA JURÍDICA Fábio Elias de Medeiros Mouchrek juridico@sedel.ma.gov.br SESP – SUPERINTENDÊNCIA DE ESPORTES Fernando Donatan Viegas Braga superint.esporte@sedel.ma.gov.br SPES – SUPERINTENDÊNCIA DE PROGRAMAS ESPECIAIS Ronaldo dos Santos Baldez superint.programas@sedel.ma.gov.br UGAM – UNIDADE GESTORA DE ATIVIDADES MEIO Afonso Ary de Medeiros Peixoto ugam@sedel.ma.gov.br SRH – SUPERVISÃO DE RECURSOS HUMANOS Elisa Helena Nascimento Macedo Leda srh@sedel.ma.gov.br SUAFIN – SUPERVISÃO ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA Milena Apolônio de Barros Rahbani suafin@sedel.ma.gov.br SAPE – SUPERVISÃO DE ADM. E CONS. DE PRAÇAS ESPORTIVAS Francisco Rufino Oliveira Sobrinho sape@sedel.ma.gov.br SMP – SERVIÇO DE MATERIAL E PATRIMÔNIO Higor Emanoel Sousa Silva material@sedel.ma.gov.br SGT – SERVIÇOS GERAIS E TRANSPORTE Arlino Serra Martins Menezes Neto transporte@sedel.ma.gov.br STI – SERVIÇO DE INFORMÁTICA Israel Rodrigues de Menezes supinf@sedel.ma.gov.br
POLÍTICA E CULTURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTE E LAZER ANDREYSON CALIXTO DE BRITO, ANTÔNIO ULISSES JUNIOR, BASÍLIO ROMMEL ALMEIDA FECHINE, DANIEL PINTO GOMES E SAMARA MOURA BARRETO DE ABREU livro_politicasifce.pdf
PREFÁCIO LINO CASTELLANI FILHO Andreyson Calixto de Brito, Antônio Ulisses Junior, Basílio Rommel Almeida Fechine, Daniel Pinto Gomes e Samara Moura Barreto de Abreu, organizadores do livro que ora, envaidecido e honrado, prefacio, nos presenteiam com uma coletânea de artigos elaborados por docentes de instituições de ensino superior que possuem dentre seus interesses de intervenção profissional, estudos e pesquisas, o universo das políticas públicas em educação/educação física, esporte e lazer. Assim como em outros setores da vida social brasileira, foi ao apagar das luzes da presença militar à frente dos destinos da vida social e política brasileira – estou me reportando ao final da década de 1970 e início da década de 1980 – que se avivou na área acadêmica “Educação Física”, àquela altura dando seus primeiros sinais de vida, o interesse por estudos no campo das políticas públicas. É dessa época o hoje conhecido como Movimento Renovador da Educação Física, que em linhas gerais colocou em xeque a relação paradigmática da educação física com o parâmetro da aptidão física, abrindo as portas para a de índole histórico-social permissionária de estudos como os encontrados nessa coletânea. Foi no advento do primeiro processo eleitoral para presidência da República brasileira no período pósditadura, que o interesse em saber das propostas dos candidatos para a área da educação/educação física, do esporte e do lazer ganhou destaque junto a comunidade acadêmica da Educação Física/Ciências do Esporte. Não que no Governo Sarney (1985/89), conhecido como Nova República, nada tivesse acontecido nesse setor de políticas públicas, muito pelo contrário. É desse período a constituição, pelo Ministro da Educação, Marco Maciel, de comissões de notáveis para traçar rumos para os distintos setores das políticas públicas brasileiras. Da comissão constituída para balizar as ações no campo do esporte/lazer brasileiros, presidida pelo militar da reserva (Capitão-de-Fragata) e professor de educação física Manoel José Gomes Tubino – que também à época assumira a presidência do Conselho Nacional dos Desportos, CND e, bem ao final daquele Governo, a Secretaria de Educação Física e Desportos – SEED/MEC -, saiu o documento “Esporte – Questão de Estado”, referência única, arrisco dizer, para a formulação do capítulo “Do Desporto” da Carta Magna brasileira de 1988. Todavia, não se pode atribuir ao campo acadêmico da Educação Física as ações mencionadas, e sim ao livre trânsito do referido professor junto ao Governo eleito à revelia da participação popular. No próprio período militar, em 1969, outro professor de educação física com passagem pela caserna, Lamartine Pereira da Costa, foi incumbido de coordenar a realização do Diagnóstico da Educação Física, tornado público em 1971. Se avançarmos um pouco mais na linha do tempo, mas sem nos afastarmos da presença militar à frente do destino brasileiro, nos depararemos com a lei que instituiu normas gerais sobre o esporte nacional, Lei nº 6251 de 1975, regulamentada dois anos depois pelo Decreto nº 80228. Se, ao contrário, recuarmos no tempo, iremos encontrar, também em período de governo de exceção – Estado Novo -, o Decreto-lei nº
3.199, promulgado em 1941, voltado à disciplinarização do campo esportivo, segundo expressão utilizada na exposição de motivos daquele documento legal, pelo ministro da justiça à época, João Lyra Filho. Com o estado democrático de direito voltando a nortear o ordenamento societário brasileiro e, em especial, com a configuração de governos municipais e estaduais de natureza progressista, popular-democrático, viuse o desenvolver do interesse nos estudos de políticas e gestão públicas de educação/ educação física, esporte e lazer por parte da comunidade acadêmica vinculada – não só, mas preponderantemente – à Educação Física. Grupos de estudos e pesquisas se multiplicaram a olhos vistos, e sociedades científicas – como é o caso do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, CBCE – se constituíram espaços privilegiados de produção e difusão de conhecimento sobre o tema em questão. Pois foi na conjunção das ações e simetria dos interesses presentes na área acadêmica e no setor progressista da gestão pública de educação/educação física, esporte e lazer que pude viver momento especialíssimo em minha vida profissional, quando me vi na condição de Secretário Nacional de Desenvolvimento do Esporte e do Lazer, junto ao Ministério do Esporte, por ocasião do primeiro Governo do presidente Lula. Foi naquela ocasião que pude coordenar seleto grupo responsável pela elaboração e desenvolvimento do programa orçamentário “Esporte e Lazer Da Cidade”, que continha como um de seus projetos o da “Rede Cedes – Centros de Desenvolvimento do Esporte Recreativo e do Lazer”. Não cabe aqui estender-me sobre sua gênese e razão de ser, até porque já tive oportunidade de fazê-lo em outras ocasiões. Fato é ser a Rede Cedes que fornece as condições objetivas para a publicização dos trabalhos presentes na maioria dos capítulos configurativos desta coletânea que guarda, ainda, a singularidade de se constituir de estudos e pesquisas desenvolvidas por docentes pesquisadores vinculados a instituições nordestinas de educação superior, predominantemente, mas não exclusivamente, cearenses. Falo do nordeste e me recordo ter sido o Rio Grande do Norte e sua capital, Natal, o anfitrião em setembro próximo passado, da XXI versão do Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte, Conbrace, organizado pelo CBCE nos anos ímpares e ininterruptamente, desde 1979. Falo do nordeste e não deixo de pensar ser o Ceará quem, ao lado de outros Estados nordestinos, se apresenta, neste atual momento, como não coadunado aos desmandos que grassam dia sim, outro também, das ações emanadas do Governo Federal que, ainda não esgotado seu primeiro ano de gestão, dá mostras incontestes das suas intenções – já traduzidas em ações – de seguir com os ataques aos direitos sociais dos brasileiros e brasileiras, iniciados pelo seu antecessor, fruto, como ele, de golpe ao estado democrático de direito brasileiro, anunciado tão logo divulgado o resultado do pleito eleitoral à presidência da república, em 2014, e concluído com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff em 2016. Ceará que, de forma semelhante àquela presente (não só) no Maranhão e Rio Grande do Norte, dá mostras incontestes de ter deixado para trás sua história prenha de evocações à famigerada tradição coronelista, tão presente na cultura política brasileira. Sim! Hoje, mais do que nunca, somos todos nordestinos! Em muita boa hora, pois, este livro é trazido ao conhecimento tanto da comunidade acadêmica estudiosa do tema, quanto daqueles que possuem na gestão pública da educação física, esporte e lazer seu espaço de intervenção profissional. Como traduz em seu título (“Política e Cultura em Educação Física, Esporte e Lazer”) e em ementa (“Relação com estudos teóricos, metodológicos e práticos de compreensão e delineamento das políticas, programas e projetos sociais no campo da educação física, esporte e lazer; Análise da educação física, do esporte e do lazer através das diferenças de classe, das relações étnico-raciais, do sentido estético, do consumo e produção de sua diversidade cultural”), mapeia com lucidez os caminhos trilhados pelas mencionadas políticas públicas, como também sinaliza para os que carecem ser abertos para dotar o povo nordestino – cearense em particular -, de condições de acesso, de fato, a essas práticas sociais.
Em tempos de militarização da sociedade brasileira, de políticas educacionais caricatas, de índole privatista, e das esportivas e de lazer rebaixadas ao nível de secretaria especial, e das Forças no Esporte ganhando vulto, os olhares dos que se opõem às nuvens cinzentas que pairam em Brasília, desejosas de se espraiarem por nosso território, voltam-se para céus arejados por sentimentos e vontade política de tratarem a educação/educação física, o esporte e o lazer como direitos sociais voltados a fazer deste nosso país, terra irrigada por sementes de justiça social. Campinas, SP, Unicamp, Dezembro de 2019.
ATLETA PARAIBANENSE CONFIRMADA NA SELEÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL FEMININO. (9) Facebook O técnico Cristiano Rocha da Seleção Brasileira Adulta Feminina de Handebol convocou 21 atletas para compor a seleção que irá participar da fase de treinamentos (Semana Internacional da IHF) em Rio Maio em Portugal, agora nos dias 16 a 24 de abril. Entre as convocadas a paraibanense Anna Clara Fjellheim armadora que joga no G Jerpen da Noruega. Anna é filha de Aldenora Fjellheim Aldeno, ambas nascidas em Paraibano Maranhão. O Paraibanonews já fez várias matérias sobre a atleta. Desejamos sucesso. (9) Facebook
MÃE ANDRESA (CASA DAS MINAS) MÃE DUDÚ (CASA DE NAGÔ) CÍCERO CENTRINY
As duas mães mais cotadas respectivamente em suas épocas das duas Casas matrizes do Tambor de Mina do Maranhão. Devo dizer que quando falo de casa matrizes devo abrir um parêntese para explicar que: A Casa das Minas Jeje é única. Não possui casas lhe sejam filiadas, não havendo também outras que se assemelhem a ela ou dela descendam. Por outro lado, já a Casa de Nagô Abioton, entretanto, implantou um modelo de organização mais difundido nas principais casas de tambor de Mina na ilha de São Luís. Fala-se que a Casa das Minas foi aberta primeiro e depois os fundadores ajudaram a organizar a Casa de Nagô, (se as datas de fundação de ambas as casas estiverem corretas, a fundação do Terecô de Codó é mais antigo que elas (1794). Fala-se também que alguns voduns dos jejes estão assentados na Casa de Nagô, como alguns orixás são assentados, na Casa das Minas, embora estes lá permaneçam mudos. Mãe Andresa chefiou a Casa das Minas Jeje por 40 anos (1914 - 1954) e Mãe Dudu chefiou a Casa de Nagô por 20 anos (1967 - 1988). O culto aos voduns jejes, realizado na Casa das Minas, é diferente do culto aos orixás tanto do Candomblé, quanto aos orixás iorubás cultuadas na Casa de Nagô Abioton. O Vodum de Mãe Andresa era Toi Poliboji, da família de Acossi Sapaktá. Mãe Andresa faleceu numa quinta-feira Santa, 20 de abril de 1954, e seu tambor de choro (rito fúnebre do tambor de Mina) foi tocado após o sábado de aleluia. As filhas do Vodum Poliboji colocaram luto por um ano. Mãe Dudu era pertencente a orixá Yemanjá. Ela dançou pela primeira vez na Casa de Nagô em 1912, que embora sendo filha de Yemanjá, anos depois ela recebeu o Vodum Lego Xapanã. Vitorina Tobias Santos, a Mãe Dudu faleceu no dia 28 de janeiro de 1988, com 101 anos, e seu corpo, conforme sua vontade, foi levado para Casa de Nagô, onde houve tambor de choro a noite toda , o enterro foi muito concorrido, com a participação dos membros do Bloco Afro Akomabú do Centro de Cultura Negra do Maranhão que lhe prestou homenagens. Digo em síntese que sempre houve semelhanças e diferenças entre a Casa das Minas e a Casa de Nagô fizeram com que essas duas casas afro-religiosas sajam próximas e distantes, opostas e complementares. Viva Mãe Andresa, viva Mãe Dudu!
NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO "As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana / Em perigos e guerras esforçados / Mais do que prometia a força humana / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram".
A consagração do direito a uma vida digna, realizada no caminho de perseguição da felicidade, implica a presença acrescida do desporto, a renovação das suas múltiplas práticas e do seu sentido. Sendo a quantidade e qualidade do tempo dedicado ao cultivo do ócio criativo (do qual o desporto é parte) o padrão aferidor do estado de desenvolvimento da civilização e de uma sociedade, podemos afirmar, com base em dados objetivos, que nos encontramos numa era de acentuada regressão civilizacional. Este caminho, que leva ao abismo, tem que ser invertido urgentemente.
ESPERANÇA TRAÍDA Quero acreditar. Desejo e preciso mesmo de crer religiosamente na vinda de um mundo melhor. Porém o olhar, por mais que procure no horizonte, não o consente. Vejo todos os dias a esperança ser enfraquecida e traída. Terei que arrancar os olhos?! RECOMENDAÇÃO Recomendo vivamente a frequência de cursos de ‘coach’ e de qualquer religião afim. Tenho razões para este conselho. Estava a ficar muito irritadiço, de mal com tudo e com todos. Decidi, por isso, matricular-me num curso de autocontrolo e meditação. Para me enquadrar melhor no espírito da coisa comprei e passei a usar a indumentária de monge budista. Logo após a primeira aula senti progressos notáveis e os olhos alumiados por um clarão. Agora, quando tropeço em imbecis, já não lhes atiro pedras nem dirijo palavrões; sorrio e faço um gesto carinhoso e suave com o dedo grande da mão. ACUSAÇÃO Não bastava o desfavor da geografia: colocada longe de Deus e próxima do diabo (para agradar aos paladinos da dicotomia dos bons e dos maus). Um canzarrão serviu-se dela para afrontar outro de tamanho semelhante e com fauces ávidas de carniça e sangue. Resultado: cidades arrasadas e milhões de vidas destroçadas. Até quando irá a tragédia? Até que os canzarrões deixem de se morder por interpostos dentes. O Padre Vieira estava cheio de razão: o maior mal deste mundo é não haver de quem fiar. Muitos corresponsáveis pela situação, que podia e devia ter sido evitada, continuam a praticar jogos de dissimulação; mas não faltará o dia em que o protesto dos cidadãos, hoje adormecidos, será ensurdecedor. A Humanidade também os julgará. DESPORTO: ARQUITETURA METAFÍSICA Enquanto não nos tornarmos pós-humanos, vivemos sob a forma de condição corporal. O desporto modelaa e reveste-a de modo singular. Perfaz uma arquitetura funcional de potencialidades biológicas, psíquicas, lúdicas. motoras, racionais e relacionais. Conjuga-as e desenvolve-as na exercitação de capacidades e habilidades transcendidas. Deste jeito o corpo sobe até onde lhe é possível, atingindo desempenhos metafísicos, situados acima dos imperativos quotidianos. No desporto corpo e mente atingem um estado de frutífera imbricação, intimidade e cumplicidade. Para marcar um golo não basta o primeiro, nem a segunda chega; ambos são necessários em igual medida. Ambos se casam, em perfeita harmonia, para gerar e celebrar a maravilha exaltante da humana competência. O ato desportivo é essencialmente espiritual, anímico e volitivo; só é físico na aparência da sua execução. Nele as mãos e os pés tentam realizar por fora aquilo que antes foi idealizado e feito por dentro, pela alma, pelo coração e pela vontade. Encerra, pois, um sentido abrangente; e sobreleva a pobreza de significado das expressões que andam por aí à rédea solta, desprovidas de freios epistemológicos e espicaçadas pelas esporas da ignorância. Para ver isto são requeridas as acuradas lentes da filosofia. EXAME AXIOLÓGICO DOS FACTOS A verdade jamais feriu alguém; cumpre-nos procurá-la e fugir da mentira. Temos direito à diversidade e ao engano das opiniões, mas não a recusar e deturpar os factos. Ora uma das maiores cegueiras da humanidade é domesticar e partidarizar a razão, fechar o olhar à maldade e repetir no presente os erros agravados do passado. Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704) estava carregado de razão: “Deus ri-se dos que se queixam das consequências, mas persistem nas causas que as provocaram.” Esperar que surja um novo normal, sem
arredar os agentes predadores do sentido civilizacional, da casa comum e convivial da Natureza e da Sociedade, é próprio de burros trágicos! Precisamos, pois, de mentes abertas, de espíritos livres e disponíveis para: • Questionar eticamente as ocorrências, os sistemas económicos e políticos e os seus atores e organizações. • Denunciar os fanatismos de todo o tipo. • Examinar, com as lentes da axiologia, a realidade e as suas contradições, teorizar a partir delas e não as meter na betesga da falsidade ideológica. Isto constitui matéria de aprendizagem na escola e na universidade. Teremos docentes suficientes para a ensinar? DA GUERRA Esta guerra desacredita a Europa e as suas proclamações civilizacionais e culturais, aos olhos atónitos do mundo. A situação é medonha, mas pode piorar, embora vencedores e perdedores estejam já definidos. O grande vencedor são os EUA, sem se envolverem diretamente nos campos de batalha. Não é necessário explicar, tal o grau de obviedade dos ganhos em toda a linha, inclusive as televisões e jornais. Não teço juízos de valor; apenas constato que cuidam bem dos seus interesses. Os perdedores também são óbvios. A Rússia desencadeou a bárbara invasão, derrotada no plano económico, político e até militar; sairá dela reduzida a cadáver moral. A Ucrânia fica materialmente destruída, com milhões de vidas destroçadas e com eventual perda de território. A UE vê apoucada a credibilidade de intermediação e arrasta a população para uma grave crise existencial. Convinha que enchêssemos as praças e ruas, para exigir o fim do conflito e manifestar repúdio pela corrida às armas. Antes que a ferocidade, o ódio e a raiva nos modelem por dentro e por fora. Jorge Bento A guerra “É a guerra aquele monstro que se sustenta das fazendas, do sangue, das vidas, e quanto mais come e consome, tanto menos se farta. É a guerra aquela tempestade terrestre que leva os campos, as casas, as vilas, os castelos, as cidades, e talvez em um momento sorve os reinos e monarquias inteiras. É a guerra aquela calamidade composta de todas as calamidades, em que não há mal algum que, ou se não padeça, ou se não tema, nem bem que seja próprio e seguro: - o pai não tem seguro o filho; o rico não tem segura a fazenda; o pobre não tem seguro o seu suor; o nobre não tem segura a honra, o eclesiástico não tem segura a imunidade; o religioso não tem segura a sua cela; e até Deus, nos templos e nos sacrários, não está seguro.” Padre António Vieira, 1668
NO DIA MUNDIAL DA ATIVIDADE FÍSICA É totalmente inadequada a expressão, mas salvam-se a mensagem e a intenção. Celebremos a condição corporal! O corpo gímnico sublima a dificuldade em leveza e a dureza em graciosidade. Com pesos e resistências aprende a desenhar coreografias e a interpretar sinfonias de espantosa plasticidade. Sem a transcendência performativa, seríamos outro ser, ínfimos e aquém de nós. Sim, a Humanidade também se realiza através de proezas corporais, praticadas pelos membros da família humana e universal. “Deus é demasiado perfeito para poder pensar noutra coisa senão em Si próprio”, disse Aristóteles. Ele não Se ocupa com as nossas imperfeições. Somos nós que temos de cuidar de as diminuir. Somos nós os autores do ‘oitavo dia da criação’: o da reinvenção do Humano nesta terra donde os deuses se afastaram. Ninguém, a não ser nós, assume esse empreendimento e nos fornece o manual de instruções. Mais alto e belo, mais longe e veloz! Um apelo ao absoluto. Uma promessa a Prometeu: buscaremos o que ainda não somos; e faremos de cada ‘menos’ um ‘mais’, em todos os palcos da vida!
DO HORROR E DA BANALIZAÇÃO DO MAL O horror não possui graduação, nem meio termo. Nasce sempre do ventre fértil e sujo da maldade. Horríveis somos nós, quando temos dificuldade de o denunciar e repudiar, independentemente de quem o pratica. Horrorosos são estes dias, nos quais invocar a paz é estar do lado errado, e defender as armas e a guerra coloca na margem certa. Há algo profundamente anormal e doente no cerne da sensibilidade, quando hesitamos e perguntamos se é oportuno apontar e condenar o horror. Não se trata só de cobardia, mas de abjeta cumplicidade com a monstruosidade. À violência animal os humanos acrescentaram a crueldade e naturalizaram-se nela. Ainda nos chocam os cenários de morte matada, por serem exaustivamente exibidos pelos órgãos mediáticos. Pouco ou nada nos incomodam as outras formas da selvajaria que enchem o quotidiano. A norma cívica e ética aluiu e deu lugar ao relativismo moral. Desaprendemos de ver, estranhar e interrogar a perversidade e a sordidez. Vivemos anestesiados e imersos na banalização do mal; e sentimo-nos bem assim, desde que nenhum acontecimento perturbe o fechado mundo da nossa comodidade. Sobejam, pois, motivos para desconfiarmos de nós mesmos e avaliarmos, com bitolas exigentes e severas, os descaminhos dos nossos sentimentos. DESINTEGRAÇÃO DA UCRÂNIA Este texto foi escrito e postado no Facebook em 07.04.2014, há precisamente oito anos. Se o redigisse hoje, mudaria o título e mais alguma coisa em relação aos criminosos invasores da Ucrânia, porém não o essencial no tocante aos dirigentes da UE. “O processo de desintegração da Ucrânia está em curso, cada dia mais acelerado. Os políticos e órgãos de comunicação ocidentais criticam a Rússia e Putin e fazem-lhes pseudoameaças. Mas... quem é que ofereceu esta oportunidade aos apetites russos? Os políticos, que lideram a União Europeia, são altamente responsáveis por este cenário. Enganaram os ucranianos com promessas de ilusões, que afinal não passam de traições. Enquanto Berlim e Bruxelas não restaurarem o primado da dignidade humana sobre o submundo dos mercados e negócios, a praça Maidan e todas as outras estarão condenadas ao abandono, ao engano e frustração.” NOVA CRIATURA Nasceu ontem numa maternidade de Lisboa. Oportunamente convidarei os meus amigos para a cerimónia de apresentação pública à sociedade, convicto de que abençoarão generosamente o ente recém-nascido. Estou muito grato ao Comité Olímpico de Portugal por ter apadrinhado a vinda da criança ao mundo.
PRAGA ROGADA A PUTIN (Segundo a tradição transmontana) "Assim como tens cara de herege, O vento te leve, O fogo te queime, O rio te afogue, Cães sarnentos te mordam, Um gato te arrebunhe E na forca te peles Com um molho de silvas no rabo. E, depois de pelado, Que te leve o diabo!" REFORMAS ESTRUTURAIS A expressão não sai da boca de comentadores e jornalistas, alinhados com o espectro político rotulado de direita. Do que se trata, afinal? A resposta é simples: cortes nos direitos fundamentais, destruição de serviços públicos, privatização do que dá lucro e estatização dos prejuízos, reduções nas aposentadorias e salários, precarização de contratos laborais, aumento de anos e horários de trabalho e coisas quejandas. Como não têm coragem para expor, de modo sincero, aquilo que os move (o arraso do estado social), os pregoeiros usam o ardil e mantra das ‘reformas estruturais’. Estou enganado? Então corrijam-me, por favor, sem delongas e voltas ao bilhar grande! A hipocrisia é tanta que empregam o termo ‘nós’, quando se referem aos obrigados a suportar os custos decorrentes da crise em curso. Não, os sacrifícios não são para todos! Há até quem enriqueça à conta deles. Os sacrificados são os burros de carga de sempre. Mais, o resultado das ditas reformas, adstritas às políticas neoliberais, está à mostra: o crescendo de excluídos e marginalizados, deixados ao desespero e tornados presa fácil da hidra da extrema-direita que se estende pela Europa. Aqui ainda resistimos; mas, se a receita reformista não for revogada, teremos uma grave agitação e engrossaremos a onda neofascista. Do que precisamos é de um novo contrato civilizacional, que regenere o sentido da vida e os laços da humanidade e comunidade, não de iníquas reformas estruturais. DO EXCESSO VIRTUOSO Temos noção da finitude; esta desafia-nos. Somos seres ‘excessivos’. Queremos encher de sentido a vida. Por isso excedemo-nos, transpomos limites, vamos além do suficiente para sobreviver, fazemos coisas maiores e melhores do que nós, acrescentamos palmos de ilusão ao nosso tamanho. É através do ‘excesso imaginativo, ético e estético’ que sobrepujamos a animalidade; é devido a ele que criamos as diferentes modalidades da cultura e ciência, e um mundo simbólico. E é também assim que nos tornamos humanos, em todas as dimensões. Podíamos proceder como os outros animais, por exemplo, comer os alimentos tal como a natureza os oferece. Mas não comemos só para nos alimentarmos; criamos a culinária, confecionamos a comida como obra de arte, investida de sabores, rituais e significados. Agimos de igual modo com o organismo; bastaria dar-lhe oportunidades de movimento. Era pouco; tiramos partido da capacidade de se movimentar, edificamos o corpo como palco de sublimação e transcendência, sujeitando-o a ideais, exigências, normas e alvos inscritos nas várias formas de cultura somática. Este axioma preside a todos os domínios culturais e científicos. Todos servem o mesmo fim; todos bebem na mesma fonte; todos desaguam no mar da humana ansiedade pela impossível eternidade. É o ‘excesso virtuoso’ que nos civiliza, humaniza e salva! APRENDIZ Desaprender constitui um pressuposto indispensável para a aprendizagem. Os que não desaprendem ficam aquém das exigências do estatuto de aprendiz e da realização plena dessa possibilidade. A sua mente encontra-se atafulhada de coisas relhas e gastas, não havendo espaço para apropriar algo novo.
Aprender é um ato de desconstrução, esvaziamento e substituição; de deitar fora o que pede renovação e impede o crescimento dos pés e das asas da progressão e elevação. METAMORFOSES AMBULANTES Somos viajantes em trânsito permanente. Estamos na vida sempre a caminho; fazemo-lo, e ele e tudo e todos quantos passam por nós também nos fazem, como uma colcha ou mosaico de muitos retalhos e ladrilhos, de variadas cores e figuras. Somos metamorfoses ambulantes, sem certezas apodíticas e formas definitivas. Temos tão-somente convicções, obrigadas à alteração e substituição, quando a sua insuficiência e a perda de luz não bastam mais para alumiar a caminhada. Estamos sujeitos à condição de incompletude e ao imperativo de a assumir. Em comunhão e partilha com o nosso semelhante, com o OUTRO que é o marco geodésico orientador da ascensão do EU. Eis a nossa riqueza, bem pouca, mas preciosa e suprema. SEMANA SANTA Esta semana convida ao recolhimento. A inundar a vida com a ânsia e busca da verdade. Como é que ela se procura? Talvez enfrentando as circunstâncias com a vontade. Talvez recusando a falsidade e mentira, e não calando as palavras da indignação. Talvez não acorrentando as atitudes e os gestos contra a indecência e prepotência. Talvez não se deixando tomar pelo medo de ser apontado como ovelha negra e voz incómoda. Talvez não fechando os olhos à progressão da fealdade e maldade. Talvez assumindo a coragem de apontar os abutres e de estar ao lado dos humildes e injustiçados. Talvez empunhando a espada e combatendo a perversidade a que nos habituamos. Talvez cortando o arame farpado da indiferença que circunda a consciência, e povoando esta de poesia e bondade. Talvez acendendo a luz dentro de nós. Talvez assim a alma se redima, adquira beleza e santidade, ressuscitemos e cantemos salmos de felicidade. ECCE HOMO! Na cabeça puseram-Lhe uma coroa de espinhos. E nas costas uma cruz de lenha áspera. Peso demasiado e dor indizível. O sangue escorre do rosto e inunda o chão, como um rio abundante. O caminho é árduo e longo. As forças, a respiração e o equilíbrio falham a todo o instante. Tropeça nos próprios pés e nas pedras da ladeira. Levanta-se sob o chicote que agrava o Seu estado agonizante. Chegado ao cimo do Gólgota, pregam-Lhe as mãos e os pés no madeiro; e este ergue-se sobre a terra dura. O suplício é inumano. Como sempre, na assistência estão os cobardes e cúmplices com a injustiça e barbárie. Escárnios saem das bocas da turba execrável que presencia o espetáculo degradante. O corpo recebe mais uma lançada, não aguenta o tormento e exala o último suspiro. Mas o Espírito vai ressurgir sublimado. Conquista o império romano; e espalha-se pelo mundo como um padrão lusitano e iluminado. Hoje estão vivos o Seu nome e legado. O Evangelho de Jesus tornou-se utopia e irradia a esperança de um dia ser concretizado. AGRADECIMENTO Após um longo voo (Maputo – Lisboa – Porto), cheguei a casa pelas 23,30 horas de ontem. No Email, Facebook, Messenger, Telefone e WhatsApp esperavam-me inúmeras e afetuosas mensagens a propósito do aniversário. A todos agradeço, profundamente comovido, a cordialidade, a generosidade e nobreza do gesto. Mais, correspondendo a muitos pedidos, prometo que nos continuaremos a encontrar neste espaço, tentando enfraquecer a doença do pensamento único, melhor dizendo, da falta de pensamento (porquanto este para o ser tem que ser divergente), que escurece o mundo e as nossas vidas nesta era tão crepuscular. Bem hajam! Recebam um empático, forte e solidário abraço, expressão da elevada consideração e dos melhores votos de bem-estar que endereço a todos vós. Até sempre!
A PROPÓSITO DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS EM FRANÇA Enquanto o insaciável monstro do ultraliberalismo, falsa e hipocritamente designado de neoliberalismo, continuar em cena, a democracia verá aprofundado o seu descrédito. A promessa de acréscimo da liberdade e do liberalismo não passa de refinado cinismo e mentira deslavada. O projeto neoliberal trouxe, sim, o regabofe económico para poucos e a pauperização da maioria, bem como a servidão da política mundial perante o capital financeiro. O ressurgimento dos privilégios e dos apetites imperialistas de outrora, agora envernizados com linguagem libertária, constitui uma farsa macabra e uma regressão abominável. O número das vítimas, excluídos e marginalizados, abandonados à sua sorte pelo cruel, inumano e predador sistema vigente, tende a aumentar inevitável e drasticamente. Como se diz sem qualquer pudor, trata-se de danos colaterais, necessários à realização dos obscenos objetivos do empreendimento ultraliberal. Deste jeito não tardará que a extrema-direita colha ainda mais no terreno da desilusão e do desespero, domine a Europa e o património civilizacional desta perca em definitivo a credibilidade aos olhos dos outros povos. É isso que desejam os partidos europeus do arco do poder, ditos democráticos? Assim parece. Recusam-se a entender e reconhecer que o ultraliberalismo é uma hidra real e selvática, não fictícia; fagocita a política e a democracia. Será que agem em nome dele? Seja como for, a cumplicidade é criminosa. Péricles não merecia esta involução; ao invés, esperaria dos cidadãos de hoje, sobretudo dos jovens, maior empenho no aprofundamento e defesa da Cidade genuinamente livre e democrática. ESPERAS Os humanos são seres de espera e videntes de antemão. Cultivam e semeiam no hoje a terra da vida, esperando vir a colher os frutos correspondentes à sua conduta e labor. Os justos esperam em estado de confiança e pré-festa. Os injustos com o inferno e medo na alma. Os primeiros aguardam alegres e, por vezes, impacientes, a vinda do amanhã. Os segundos sentem sempre a noite e o oficial de justiça a rondar-lhes a porta. EVOCAÇÃO E BALANÇO: DE BRAGADA À U. PORTO No passado dia 25 fez seis anos que atingi a jubilação, após mais de cinco décadas de serviço público. Iniciei este aos 18 anos de idade, como escriturário de segunda classe da Direção-Geral dos Combustíveis, delegação do Porto, sita na Rua Padre Cruz. Nasci em Bragada, aldeia escondida num estreito vale, no município de Bragança. Foi de lá, de família pobre e numerosa, que vim para Vila Nova de Gaia frequentar o seminário dos Redentoristas, dos 11 aos 17 anos. Sosseguem, não vou contar a história da minha vida! Direi apenas que a origem era de condição a menos e sem futuro a mais. Tinha tudo para ser gasta na penumbra. Mas, ao invés, o itinerário conheceu etapas de júbilo. Refiro algumas: licenciatura, doutoramento na Alemanha, carreira universitária da base ao topo, vivência ímpar do 25 de abril de 1974, sem olvidar o casamento e o nascimento dos filhos e da neta. Enfim, o trajeto, balizado pelo encontro de Pessoas maravilhosas e pela celebração de Amizades genuínas, aquém e além-mar, teve bons princípios e meios e um final adoçado pelo religioso sentimento do dever cumprido. Nesta hora é inevitável que, no coração e na mente, passe o filme da participação ativa no ressurgimento e internacionalização da U. Porto, e na criação de novas Faculdades, sob a batuta do preclaro Reitor Alberto Amaral. Sinto-me feliz por ter dado o melhor de mim na edificação de uma obra coletiva: • O ISEF, então anónimo, tornou-se Faculdade com identidade singular, respeitada nacional e internacionalmente (em todas as partes do mundo). • Elevação do desporto (no plural: polissémico e polimórfico) a objeto de estudo universitário. • Criação da área das Ciências do Desporto e de cursos de mestrado e doutorado, sem necessidade de os procurar no estrangeiro, como foi o meu caso. • Elaboração e aprovação ministerial do quadro de professores. • Construção do novo edifício, do parque desportivo e dos laboratórios. • Formação de milhares de licenciados, de mestres e doutores que honram a instituição e dignificam a função.
• Êxito na árdua luta, travada há alguns anos, para que a Faculdade não fosse engolida por uma Escola de Saúde sob a tutela da Medicina, o que lhe permite continuar a ter autonomia e órgãos de gestão próprios, etc. E ainda arranjei tempo para pensar, dizer e escrever umas quantas coisitas. Desejo que os protagonistas de hoje acrescentem muito ao que foi feito no passado. E agora? São dias de saudade. Porém não vazios; outro espírito os ilumina e preenche. Muita gente, a multidão, desertou e secou. Os Amigos de verdade mantêm-se presentes nas cumplicidades, solidariedades, projetos e sonhos que persistimos em tecer. Deles recebo o soro anímico que anula o veneno da insídia, vinda donde menos se esperaria. O tempo é ótimo selecionador: dispensa o que não presta, fica com o que irradia valor.
ACONTECENDO...
A PRIMEIRA ESTUDANTE BRASILEIRA/MARANHENSE EM COIMBRA CHAMAVA-SE AMÉRICA DO SUL Nascida no Maranhão, tinha 19 anos quando entrou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde hoje encontramos a bisneta. VILMA REIS Coimbra Coolectiva | A primeira estudante brasileira em Coimbra chamava-se América do Sul
Domitila de Carvalho é um nome incontornável na História das mulheres portuguesas pelo seu pioneirismo no Ensino Superior. Em 1892, tornou-se a primeira aluna da Universidade de Coimbra (UC). Ela com 20 e a academia com 602 anos de idade. Frequentou os cursos de Matemática, Filosofia e Medicina. Mas enquanto Domitila estudava, ainda sem traje académico que na época era proibido às mulheres, nascia no Brasil outra vanguardista.
No dia 30 de julho de 1898, nasce em casa, no Largo do Carmo, em São Luís do Maranhão, a menina América do Sul Fontes Monteiro (sim, isso mesmo). Não existe registo de como foi a vida desta nordestina brasileira até Setembro de 1917 mas, em Outubro desse ano, América assina um documento onde pede: «Exmo. Sr. Reitor da Universidade de Coimbra. América do Sul Fontes Monteiro, filha de Bernardino Monteiro e Maria de Jesus, natural do Maranhão, Estados Unidos do Brazil, pretende matricular-se e inscrever-se em todas as disciplinas do primeiro ano da Faculdade de Letras – secção de Filologia Germânica – para o que junta os documentos exigidos no referente edital. Pede a Vossa Excelência se digne deferir.»
Este documento, guardado no Arquivo da UC, é hoje a confirmação do pioneirismo desta brasileira para o estudo das populações universitárias. América do Sul foi a primeira mulher do Brasil a vir para Portugal estudar na Universidade de Coimbra, mudando o género de uma longa lista que começou em 1586 com Manuel Cabral, que se licenciou em Leis. Ou seja, o Brasil demorou 331 anos para enviar uma aluna e acrescentar o feminino na lista de brasileiros estudantes. Na Faculdade de Letras, América do Sul frequentou Língua e Literatura Inglesa e Alemã, Curso prático de Inglês e Alemão, Filologia Portuguesa, História de Portugal, História Geral da Civilização, Filosofia, História Medieval e ainda Geografia de Portugal e Colónias. Era para ter concluído o Curso em 1920, mas cancelou a matrícula um ano antes. O que fez uma mulher como América desistir da empreitada? A família acredita que a culpado se chamava Sebastião: «Não conheci a minha avó América, sei que teve três filhos, todos já desaparecidos e que abandonou o curso para casar com o meu avô que, entretanto, tirou o curso de Direito em Coimbra», explica a neta Maria Hermínia Quintela, professora em Lamego. Quando América transitou para o seu segundo ano do Curso de Letras, Sebastião se tornava caloiro de Direito, os dois nomes aparecem juntos na documentação dos matriculados em 1918. Casaram dois anos depois e foram viver para Vila Real. Foi a história de amor entre América e Sebastião que desviou a maranhense dos estudos, mas este amor só tirou o diploma à brasileira, Sebastião concluiu o curso e tornou-se doutor. Viveram relativamente pouco tempo como casal, ele morreu aos 45 e América com 61. Perderam uma filha adolescente e criaram dois rapazes. Os seus descendentes retomaram fortemente os laços com Coimbra: dos 10 netos, seis formaram-se aqui e entre os 18 bisnetos, quatro já passaram pela mais antiga universidade portuguesa.
Maria Beatriz Claro da Fonseca Cid de Oliveira é um destes frutos nascidos a partir da semente de América do Sul. A mestranda na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação reconhece sua importância: «A história dela é repassada de geração em geração na minha família e motivo de muito orgulho. Candidateime para Coimbra por realmente querer estudar nesta cidade e talvez o passado de América me tenha influenciado. É um privilégio estudar aqui tendo em conta o exemplo da minha bisavó», diz Beatriz. As mulheres na Universidade de Coimbra podem ter demorado para adentrar no mundo académico mas, uma vez inseridas, trataram de esgarçar o espartilho das barreiras. A partir dos anos 60, a evolução acontece muito rapidamente e a viragem dá-se em 1983, quando o número de alunas suplanta o de alunos na universidade. Hoje, os brasileiros representam a maior comunidade de estudantes internacionais na UC, são 15% do total discente e destes, as mulheres são maioria e tudo começou na jovem América do Sul Fontes Monteiro.
PARA FERNANDO BRAGA AMÉRICO AZEVEDO NETO Fernando querido Era para ser um brinde. Era para ser um abraço. Era para ser um reencontro de jovens que, embora o tempo os tenha desgastados, mantinham a mesma luz que os iluminara outrora. Era para ser uma gargalhada, mas a surpresa fez, do riso, após o espanto, a lágrima imprevista. Era para ser recepção, mas é despedida. Era para ser uma ode mas será um réquiem. Era para ser uma explosão de afeto ...e continua sendo. Quando da tua posse na Academia, eu seria teu receptor. O discurso, cujo início já alinhavara, fugia da praxe, esquivava-se das regras e se atirava, inconsequentemente, nos braços de uma amizade antiga e de um carinho fraternal. Descia da poltrona e ia sentar-se novamente na beira de uma das calçadas da Rua do Trapiche. O discurso começava assim: Senhoras, senhores Era madrugada. E eu era jovem. Começava o dia e eu começava. São Luís, embora, à época, seus quase quatrocentos anos, não conseguira ainda envelhecer. São Luís era jovem. E eu, madrugada. Época em que se sabia fazer amigos. Sem conveniências, sem interesses, sem outras intenções além a de ser amigo. São Luís era madrugada. E eu, amanhecer. Esta Academia era, então, um desconhecido e não ambicionado porto. Vagávamos os dois, Fernando Braga e eu, ao sabor de ondas que sabíamos amigas. Perdidos entre poesias e putas, perambulávamos, despreocupadamente, entre os muitos versos e os poucos anos. São Luís nos abraçava em grades e nos acalantava em pedras. São Luís sussurrava tranquilidades e as angústias que hoje proliferam, espalhando e entulhando tempo, cidade e gente, eram vagas narrativas de lugares distantes. Aqui, na provinciana aldeia de então, pacata cidade só de calma feita, conversava-se nas madrugadas que pareciam proteger aqueles que as buscavam. Sorvia-se a noite. E nos embriagávamos de alvoradas. Éramos amigos. E sabíamos. Éramos poetas. E reconhecíamos. Aquela juventude não desperta saudades. Descobri agora, Fernando, a jovem maldade que transforma os anos a serem vividos numa ameaça trágica e dolorosa. Ah que a velhice é uma mentira que a juventude nos conta apenas para engrandecer-se. Juventude é a idade em que se escreve, se inventa, se cria. Isto acontece nesta casa. Aqui há o escrever, o inventar, o criar. Portanto, a juventude mora aqui. E eu saúdo a centenária juventude desta academia. Esta cadeira em que agora tomas posse, será como foram as anteriores mesas de bar onde, Waldemiro, tu e eu atravessávamos a madrugada a conversar cervejas e beber poesia. Ah infeliz daquele que nunca se embebedou de versos, que nunca sentiu a madrugada morrer num copo e nunca reverenciou a aurora com olhos ensopados de sono e a alma lavada de estrofes.
Ah que, se viver não é sonhar, sonhar é, com certeza, exercitar a vida. Sonhei e sonho. Vivi e vivo. Misturei ambos – vida e sonho – com tamanha eficiência que nunca percebi quando se distanciavam um do outro e, principalmente, se isso era possível. Poeta, meu poeta, quem te saúda é o sonho. É ele quem te abre a porta desta casa e te indica a cadeira onde sentarás. Eu sou, apenas, o arauto desse sonho. Sinto-me como o inverso de Caronte pois arrepio a travessia fatídica e te devolvo para a vida e te reponho no planejado. Quantas vezes tentaste? O que sofreste? Que de indecisões te atormentaram nesta última tentativa? Quanto de hesitações sofreste? Faltava oportunidade? Faltava cadeira? Waldemiro, irmão nosso, na sua imensa generosidade, tomou a iniciativa, te deu a cadeira que faltava e realizou a sonho em que te embalaste. O mérito de tua candidatura é dele. Foste o candidato de Waldemiro. E se teus méritos legitimaram tua vitória, a saudade dele legitimou tua candidatura. Ah Fernando, meu irmão Fernando, o quanto me grada te chamar irmão. O quanto me engrandeço quando intitulo de irmão o que deveria ser apenas confrade. Ah senhores, que uma academia de letras, às vezes perdida entre densas nuvens de vaidade e arrogância, perde a doçura da convivência fraternal e tolhe o elogio que nasceu sincero mas é assassinado por uma inveja sem nome e sem origem. E o pronome nosso, intimidado, desaparece. Fernando, esse era o início do discurso, do discurso que nunca será dito, que permanecerá inédito. Mas se o discurso não será oficializado, se tua posse, fisicamente, não acontecerá, isso não significa silêncio, até porque, o silêncio em que agora te tornaste, não será mais, como confessaste, um Silêncio Branco. Agora, Fernando, esse silêncio deixou de ser branco e se tornou, definitivamente, luminoso. Um grande abraço.
FERNANDO BRAGA: O ADEUS À JOIA RARA DA LITERATURA MARANHENSE ROGÉRIO ROCHA Fernando Braga dos Santos nasceu em São Luís do Maranhão em 29 de maio de 1944. Formou-se pela Faculdade de Direito do Distrito Federal, com pós-graduação em Ciência Política na Universidade de Brasília (UnB), tendo feito estágio em Direito Penal Comparado na Universidade de Paris-Sorbonne. Publicou em poesia: Silêncio Branco, 1967; Chegança, 1970; Ofício do Medo, 1977; Planaltitude, 1978; O Exílio do Viandante, 1982; Campo Memória, 1990; O Sétimo Dia 1997 e Poemas do tempo comum, 2009; O Puro Longe, 2012; Magma, 2017. Após fixar-se no DF, passou a integrar-se dentre os autores que firmaram suas marcas literárias por aquelas terras, fato que o levou a figurar na obra Antologia dos Poetas de Brasília, publicada em 1971 e que incluía nomes como Abgar Renault, Antonio Carlos Scartezini, Clemente Luz, Lenine Fiuza, bem assim a participar, no ano de 1982, da obra Brasília na Poesia Brasileira, da Editora Cátedra, ao lado de Affonso Romano de Sant Anna, Cassiano Ricardo, Domingos Carvalho da Silva e outros mais. O panorama de imersão na riqueza de seus versos pode ser ampliado tanto com a leitura de seus livros dos anos 70 e 80 quanto com de seus dois últimos trabalhos, onde os versos transcritos não nos deixam dúvidas quanto ao fato de estarmos diante de alguém que compreendeu muito bem o poder da palavra (até mesmo de sua leveza), avançando àquele ponto onde vemos somadas a experiência de vida e o amadurecimento do escritor, no que tange à compreensão de sua técnica e estilo, em consonância com a fluidez singular que lhe deu a exploração dos caminhos da forma livre. Muito presentes no temário de Braga, as ideias de finitude e morte andam lado a lado com sua lírica refinada, o sentimento de aproximação e descortino de uma verdade íntima que assiste aos acontecimentos do mundo com a intencionalidade da angústia. Sentimento este que moveu seu olhar crítico em direção a tudo aquilo que é humano, tendo sido tocado muito fortemente pela visão atenta aos meandros da existência social, já observáveis em poemas de seus primeiros livros. Fernando foi daqueles escritores que, embora detentores de grandes virtudes, acabam por se tornar ilustres desconhecidos em suas próprias terras. Nesse sentido, em que pese a inegável qualidade literária, que lhe rendeu não só prêmios, mas também a estruturação de uma obra de perceptível densidade, com lançamentos que surgiam um tanto quanto espaçadamente, dentro da linha temporal integrada pelos seus livros, o poeta não conseguiu alcançar junto ao público maranhense a visibilidade que merecia, sobretudo dentre os leitores deste século. Razão que, penso, deva impor, nos próximos anos, a necessidade da sua verdadeira descoberta e, igualmente, a obrigação da leitura dos textos e reedição de tudo o que produziu essa joia rara de nossa literatura. O que mais posso dizer acerca dele? Afirmo que Fernando Braga exerceu o ofício de escritor com a alta qualidade de sua poesia, herdeira da grande tradição lírica portuguesa e tributária de momentos tão tocantes e sinceros quanto os de um outro Fernando: o Pessoa. Some-se a isso o belo itinerário realizado com o trabalho de burilamento de reminiscências, feito nas envolventes histórias do seu “Conversas vadias” (antologia inédita de textos em prosa), verdadeira máquina do tempo para quem sofre da nostalgia de uma São Luís que não existe mais, como ele mesmo disse em um de seus belos poemas (Poema Insulano, in: Poemas do Tempo Comum, Prêmio Gonçalves Dias de Literatura, 2009), e em suas crônicas, achadas aqui e ali, em postagens esparsas na internet e em páginas de jornais. Passando ao capítulo final de sua vida, chego ao momento em que, depois de quatro tentativas, o poeta conseguiu ser eleito, no ano passado, para ocupar uma vaga dentre os membros da Academia Maranhense de Letras. Confesso que comemorei o resultado da escolha, afinal a AML precisa de escritores dessa estirpe. Mas tal regozijo desintegrou-se com a notícia da morte do talentoso poeta, tornando um verdadeiro pecado o fato
de haver sido escolhido muito tardiamente (já na casa dos setenta e sete anos de idade) e lutando para recuperar-se dos malefícios a ele provocados por duas infecções da Covid-19. E o que é pior, além do pecado imperdoável na demora da Casa de Antônio Lobo em acolhê-lo, encerrou-se de vez a possibilidade de colaborar com a vida daquela instituição, antes de sua partida. Não custa nada esclarecer aos leigos em matéria de Direito, desconhecedores das leis constitucionais e administrativas, que o autor de “Silêncio branco” e “Ofício do medo” não chegou a tomar posse no cargo de membro da AML. Razão pela qual, os membros da AML precisaram encontrar uma forma de homenageá-lo com essa deferência, tendo a instituição, por reconhecimento público e mobilização de alguns, declarando-o membro “post-mortem”, ao arrepio das normas estatutárias que regem a entidade. O fato é que o poeta nos deixou sem ter participado efetivamente da Academia sequer um único segundo. Ainda assim, prefiro abraçar-me à lembrança imortal dos versos vívidos, intensos e pulsante de Fernando Braga, recordando o que dissera Quintana: “o poema continua sempre.” Ou mesmo ouvir voz poética do próprio autor, acompanhando o que nos deixou escrito: “Voltar não é preciso/ lá fora o mundo me esperava/ com suas mandíbulas pesadas/ abertas e retesadas/ querendo mastigar-me.”
*Rogério Rocha é filósofo e poeta.
ELEGIA A FERNANDO BRAGA ELEGIA PARA FERNANDO BRAGA Estou entre o silêncio e o soluço umedecido, como um rio sem margens buscando os mares. Desaguar a angústia não mais será possível. Quem ontem me ouvia, hoje tornou-se cinzas. Com a cremação do corpo a alma se purifica para a grande jornada em busca do desconhecido. O batismo foi concluído com a plenitude do fogo. Não mais a sede existe provocada pelo calor. Morreu o Fernando, sabendo imortalizado o poeta, depois de tanta luta na face deste mundo conturbado. Deixaste a tua Terra para o aprimoramento do amor por esta Ilha que te recebeu quando criança. Não foram poucas as tuas vitórias além Província: a tua ajuda aos mendigos, hóspedes das palafitas. A escolha de um poeta como padrinho de casamento. Logo estaremos juntos pelos vales da eternidade.
José Maria Nascimento. São Luís, 13.03.2022.
EPÍSTOLA PARA FERNANDO A Fernando Braga,Minha lágrima.
Fernando,Fernando! Um grito eclode no meio da tarde. É o clamor desta tua ilha naufragada. Fernando!Fernando! Fernando, agora livre como os pássaros, os sabiás de teu mundo, asas abertas navegando infinitos. Fernando, irmão, teu canto expõe ao sol calcinadas vísceras em meio a abismos imersos em saudades. Fernando, Não voltaste... ...ficou um canto-angústia de um sonho no teu "Exílio de Viandante". Fernando, irmão, "as biqueiras dos telhados choram" e os mirantes clamam por teus versos que não mais ouvirão. "nunca mais,nunca mais ". Fernando, companheiro de versos e rumos, aínda ouço teu canto- luz, profecia do último instante. Certamente tens agora teu "corpo nu coberto com as santas túnicas da claridade e das auroras". Fernando,Fernando, Upaon-Açu chora: ..."Nunca mais.Nunca mais"... Mario Luna Filho.
O PURO LONGE A vida é mais lírica em um cais porque ele é feito de saudades e esperas Estou só, no tombadilho do meu barco, que rasga as franjas das águas em rumo do puro longe. Nada há ao meu redor, a não ser um rondó de expectativas... O puro longe para onde vou, não é apenas Um poema marítimo, mas uma ode silenciosa. Oh peso imenso! Ó mar sem fundo e sem margens, onde nada acho de mim, senão nada em tudo. Fernando Braga. O puro longe, 2012.
EXERCÍCIO DO AVESSO
Quero apenas estar-me longe, do ser-me que me quer tão perto e ser levado como folha ao vento dos fastios que de meu recendem. Bem longe, onde estarei por certo, sentir-me salvo dum outro quando e reinventar-me n' outro ser humano, n' outro poeta, e n outro Fernando. E voltar mais breve e inconsútil, sem querer-me mais-que-perfeito, do que fizera, quisera, fora e era... E repensar no que já me passara a soltar-me do que já me prendera e viver mais do que já vivera! Fernando Braga. O puro longe, 2012.
LONGE NOTURNO Meus olhos emigraram para São Luís minha cidade pavorosamente triste, onde um meio de céu esconde o rosto de Deus das vidraças da planície. Vim aqui tornar-me em arbusto onde sou o argonauta deste verde. Morto pão esquecido sobre a mesa foi minha ceia incrivelmente tarda. Noturno vinho em resto abandonado ferve-me o corpo hipertencialmente reto, nesta noite sem data dalguma safra onde me disponho não mais sentir-me. (Fernando Braga. Ofício do Medo/1977)
O HOMEM EM CÍRCULO A roda gira a gerar o giro do círculo, que prende o grito no giz do risco. Gestos causais do nexo, pedras de sal-gema e sexo. Mordaças a morderem as máscaras, por trás dos muros, no varal do tempo, para que a palavra ou o grito se liberte, túrgido e trêfego, era assim que entendia o poeta de A Terra Devastada, porque enquanto gira, o mundo se transforma.
SONHO DE UM TALVEZ Há qualquer coisa em mim a dizer-me o que sou... Cá bem por dentro de mím, a roer-me, uma fantástica coisa que não tem nome diz-me que é isso o que fui. E me vejo numa multidão, de azul desesperadamente entre pessoas que nunca vi... Não me sei, talvez, ou poeta, ou a dormir sem acordar nunca. Fernando Braga. Magma, 2014
EXERCÍCIO CORRETIVO Passei a caminhar um pouco de banda por carregar do lado esquerdo meus mortos, uma escoliose, e a declinação da rosa. Juntei tudo de um só tanto para um lado. Fiquei penso! Só não disse que, deste mesmo lado esquerdo, guardava ainda escondido, mas que bobagem, manifestos e teorias, credos de arroubos e utopias, e ainda, virginalmente puro, o meu coração mas em muitos pedaços dividido. Fernando Braga. Poemas do tempo comum, SECMA, 2009.
PEDRO TEIXEIRA, O “CURIUA-CATU” QUE DESBRAVOU A AMAZÓNIA MIGUEL LOURO
Nascido em Cantanhede em ano desconhecido, por volta de 1585, Pedro Teixeira participaria, com Jerónimo de Albuquerque, na campanha para expulsar os franceses de São Luís do Maranhão, no litoral nordeste do Brasil. Após o sucesso na expulsão destes, no final de 1615, foi integrado numa expedição à foz do rio Amazonas, composta por três embarcações e comandada por Francisco Caldeira Castelo Branco, com vista a consolidar o domínio português sobre esta região. A 12 de janeiro de 1616, as embarcações ancorariam na baía de Guajará onde foi fundado o Forte do Presépio, núcleo da atual cidade de Belém. No ano de 1625, Pedro Teixeira comandaria a luta contra os holandeses e ingleses que se tentavam apoderar da região, sendo a sua atuação destacada pelo frei Vicente do Salvador, na sua obra “Historia do Brazil”. A 25 de Julho de 1637, Teixeira chefiaria uma expedição que partira de Belém, com 45 canoas, setenta soldados e mil e duzentos flecheiros e remadores indígenas com o objetivo de subir o curso do rio Amazonas e expandir as possessões portuguesas na região face aos avanços espanhóis, apesar dos dois Reinos estarem na altura unidos pela mesma Coroa. O destino final da expedição seria Quito, no Equador. A grande dificuldade da viagem exigiu que os homens, sob o comando de Pedro Teixeira, desenvolvessem ao máximo as suas habilidades de caça e pesca e estabelecessem relações de troca e amizade com os índios nativos. Depois de oito meses de viagem, a expedição alcançou a primeira povoação espanhola, nas margens do Rio Quijos. Após este ponto, devido à grande intensidade das correntes, a maioria da restante jornada teve de ser realizada a pé. Após quase um ano, em 1638, a expedição alcançaria o seu destino, fazendo com que os portugueses conseguissem obter mais território do que aquele que ficara garantido com o Tratado de Tordesilhas, em 1494. Apesar de nunca terem ocorrido conflitos de maior importância, as autoridades espanholas revelar-se-iam preocupadas com o avanço da expedição portuguesa em terras que consideravam suas, pelo que deteriam Pedro Teixeira em Quito por várias semanas, acabando por autorizar o seu regresso, desde que
acompanhado por um conjunto de padres jesuítas, liderados por Cristóbal de Acuña, que reportaria tudo às autoridades castelhanas. O primeiro relatório de Acuña seria publicado como livro em 1641. Com o retorno à costa atlântica, a expedição de Pedro Teixeira tornar-se-ia a primeira a simultaneamente subir e descer o rio Amazonas. Teixeira ganharia entre os índios a alcunha de “Curiua-Catu”, “o bom e amigável homem branco”. Após o fim da expedição, Pedro Teixeira retornaria a S. Luís do Maranhão, sendo nomeado Capitão-Mor do Grão-Pará a 28 de fevereiro de 1640, cargo que abandonaria após apenas três meses por motivo de doença. Acabaria por falecer no dia 4 de julho de 1641.
IHGM - Convite em homenagem à Maria Firmina dos Reis Prezado Confrade, Prezada Confreira, Temos a grata satisfação de convidá-lo(a) para estar conosco em mais essa homenagem à Maria Firmina dos Reis, a Rosa-de-Jericó, nesta comemoração do seu Bicentenário de nascimento. O Link abaixo é permanente para entrar no yotube em todas as demais palestras que acontecerão quinzenalmente, até 11 de novembro, aniversário de falecimento da escritora. link permanente para entrar no youtube https://youtube.com/c/CanalCultive Obter o Outlook para Android Atenciosamente, Dilercy Aragão Adler Presidente do IHGM
CICLO DE PALESTRAS DOS AMIGOS DAS LETRAS A Secretaria Municipal de Juventude, Cultura, Esporte, Lazer e Turismo de Itapecuru-Mirim promoverá, durante os meses de Abril e Maio, o Ciclo de Palestras dos Amigos das Letras. A atividade abordará temáticas voltadas para a Leitura, Literatura e História, e tem por objetivo fomentar a prática da leitura e debates saudáveis sobre os livros. Ela ocorrerá de forma presencial na Biblioteca Pública Benedito Buzar e terá como público-alvo os professores, alunos, universitários e amantes das Letras. No final do ciclo, os participantes ganharão certificado de participação. A primeira palestra será dia 12 de abril e terá como tema: “O Centenário de Padre Cônego Albino Campos”, com a pesquisadora, escritora e Presidente da Federação das Academias do Maranhão, Jucey Santana. Participem! É assim que se trabalha!
Concurso Literário AMEI 2021 Vencedores do Concurso Literário AMEI 2021 PRÊMIO GONÇALVES DIAS POEMAS VENCEDORES
PRIMEIRO CLASSIFICADO: MAGDIEL
PACHECO SANTOS - NUDEZ
SEGUNDO CLASSIFICADO: JOSELITO
CONCEIÇÃO VEIGA DOS SANTOS - FUTURO NEFASTO
CATEGORIA: POESIA POEMAS SELECIONADOS PARA A COLETÁNEA
AGNAELDO ÁQUILA VIANA DOS SANTOS - EM PONTA BONITA ALDENORA RESENDE DOS SANTOS NETA - DE-COM-POSIÇÃO ALEX SANDRO SILVA SANTOS JÚNIOR - O RETRATO DA LEMBRANÇA ALEXANDRE JOSÉ TROVÃO BRITO - ARTE ANA ELIZANDRA RIBEIRO SILVA - PONTO CARDEAL ANA MARGARIDA BARBOSA SANTOS - O EXATO VIVER ANA VICTÓRIA COSTA DA SILVA - MIRAGEM ANNA GABRYELLE RIBEIRO S. JACINTO (GABBIE) OLHARES ANTONIO AÍLTON SANTOS SILVA DISCURSO DE SANTO ANTÃO AOS POETAS-PEIXES ANTÔNIO MATHEUS SANTOS CARDOSO PACIÊNCIA ARIADNE CLEÓPATRA CRUZ REIS ÂNSIA CARLA SÍLVIA SOUZA DA ROCHA HABITAR NO SILÊNCIO CARLOS AUGUSTO FURTADO MOREIRA SAUDADE CÉSAR HENRIQUE DE PAULA BORRALHO PÊNDULO DANILO BRASIL CARVALHO O. MARQUES PLÊIADES EDILSON SANTANA DE SOUSA PARADOXO ELBER ALVES FERREIRA AVESSANDO ELISA REBECA SANTOS CRUZ O TEATRO QUE NINGUÉM FOI CONVIDADO ÊMILE AMORIM ROCHA ACONCHEGO ERIC MELO ABREU O HOMEM DE DUAS FACES FABIO HENRIQUE GOMES BRITO OS REGISTROS INICIAIS FELIPE DE PÁDUA VIEIRA DA SILVA INCONTINÊNCIA FILEMON DE CARVALHO KRAUSE FILHO A VIAGEM DE ORFEU FRANCISCA CRISTIANNE DE MAGALHÃES FERREIRA A DANÇA FRANCISCO DAS CHAGAS ARAÚJO INCONSISTÊNCIA DA HUMANIDADE GABRIELA LAGES VELOSO O MAR HILMAR RIBEIRO HORTEGAL ENCANTO IRANDI MARQUES LEITE RAZÃO E EMOÇÃO EM ONDAS ELETROMAGNÉTICAS INVERTIDAS JADEILSON CRUZ RIBEIRO MITOMANÍACO JAMERSON BELFORT NOGUEIRA SUJEITO SIMPLES JOSÉ ANTONIO SANTOS BASTO QUANTAS ESPERANÇAS JOSÉ MARREIROS DE SOUZA NETO EXALTAÇÃO AO MAR JOSÉ RAFAEL DE OLIVEIRA PAUSA PARA O CAFÉ DA MANHÃ JOSÉ RAMOS LIMA QUANDO ME VI PARTIR JOSELITO CONCEIÇÃO VEIGA DOS SANTOS FUTURO NEFASTO KARLA MARIANA CORREIA DE ALENCAR CARTA AO DESCONHECIDO LORENA MOREIRA PINTO FRIO DEMAIS PARA SER NOVE HORAS, CALMO DEMAIS PARA SER SÁBADO LORENA SILVA DOS SANTOS DO CANTO DO MEU QUARTO ELES ME OBSERVAM
LUIS RODRIGO TORRES NEVES TEMPO VERBAL LUIZ CARLOS RODRIGUES DA SILVA O BANDOLIM DO TEMPO LUIZ REGIS FURTADO MINHA JANELA MAGDIEL PACHECO SANTOS NUDEZ MARCELO DINIZ DIAS EMPIRISTA MÁRCIA DA SILVA SOUSA CANECO DE POTE MARCO AURÉLIO GOULART DOS SANTOS ESSE JEITO DE SER QUE SÓ TU TENS MARIA DAS NEVES OLIVEIRA E SILVA AZEVEDO GÊNESE DA TERRA DAS PALMEIRAS MARIA LUIZA CANTANHÊDE GOMES NA ENSEADA DOS MEUS OLHOS MARIA ZILDA ARAÚJO RIBEIRO NARCISO SEM RELÓGIO MATHEUS BAHIA LINDOSO CAFÉ DA ALVORADA MISAEL DA SILVA RUBIM ARMA DA PAZ MYLA CRISTH COSTA DE ARAUJO RITMO NAYANA FERREIRA SILVA A CHAMA NEURIVAN DA SILVA SOUSA MINHA FOME NEWTON UIRÁ DE OLIVEIRA MANTOVANI FEITIÇOS NIZE MARIA MOREIRA DOS REIS BIOGRAFIA PATRÍCIA DA SILVA DE SOUSA LAMENTO PATRICIA DE FÁTIMA CORRÊA SOARES SE NÃO FOSSE A PANDEMIA PAULO VICTOR COSTA BRITO ÂMBAR PEDRO LIMA LEITE NÃO OUSEM PEDRO OLIVEIRA DUTRA NETO DESENLACE PEDRO SERAFIM DE SOUSA NETO GIRANDO NA ILHA RAIMUNDA PINHEIRO DE SOUZA FRAZÃO A ME DIVERTIR RAIMUNDO NONATO SARAIVA CIPRIANO UMBUZEIRO RICO PINHEIRO LIMA A LOUCURA ROBERT PAIXÃO EVOLUÇÕES RÔMULO REIS OLIVEIRA MANIFESTO CONTRA O FOGO IMPIEDOSO SAMARONE LIMA DA SILVA JÚNIOR PÁSSAROS E POETAS SARA SANTOS AROUCHA O ABRASAR DO MÊS DE JUNHO SEBASTIÃO RIBEIRO FILHO TU TALITA GUIMARÃES SANTOS SOUSA A EFÊMERA EXISTÊNCIA DA FLOR VÂNIA MARIA BESERRA COSTA AMAR WALÉRIA DE JESUS BARBOSA SOARES ÓBIDOS WESLEY MORAES RIBEIRO SOMOS RAÍZES DE LUTAS E GLÓRIAS WILSON DOS SANTOS CHAGAS EQUÍVOCO SOCIAL WYBSON JOSÉ PEREIRA CARVALHO MUDO A ENSURDECER
CATEGORIA: CRÔNICA CRÔNICAS SELECIONADAS PARA A COLETÁNEA
ÁLVARO MOREIRA DO REGO NETO O TEMPO ANA VICTÓRIA COSTA DA SILVA UM DIA BRASILEIRO ASMYNNE BÁRBARA BARBOSA DOS SANTOS DIAS DE LEITURA CARLA SÍLVIA SOUZA DA ROCHA CUTELARIA COM “ALGO A MAIS” DAVID GUSTAVO DOS SANTOS SILVA QUANDO NOS TORNAMOS ADULTOS EDILSON SANTANA DE SOUSA AOS AMIGOS OS FAVORES DA LEI... ELISA REBECA SANTOS CRUZ O RAQUE DA SALA ELOY MELONIO DO NASCIMENTO SOBRE PETS E PRINCESAS ERIKA JORDANA SERRA MATOS A VOZ DELA EUGES SILVA DE LIMA (EUGES LIMA) A RUA DO GIZ FERNANDO ROGÉRIO SILVA MARQUES JÚNIOR TEM O PÉ QUE PISA. JADEILSON CRUZ RIBEIRO AGONIA NO MAR JAMERSON BELFORT NOGUEIRA MÁSCARAS JOSÉ DE RIBAMAR MIRANDA JÚNIOR A COMUNIDADE KAYLANE THAYS SILVA OLIVEIRA A EQUILIBRISTA LEILIVANIA LIMA DA SILVA DE BUNDA PARA LUA LORENA SILVA DOS SANTOS TÉDIO
MARCO AURÉLIO GOULART DOS SANTOS O NÃO SEM SUSPENSE MARINETE MOURA DA SILVA LOBO DONA MALU NAYANA FERREIRA SILVA UMA APOSTA: VOCÊ VIRÁ BEBER DE NOVO AMANHÃ? NEY FARIAS CARDOSO LER PARA CRER NIZE MARIA MOREIRA DOS REIS O AMANTE RICHARDSON JORGE DIAS DA SILVA MUDANÇA DE VIDA. ÔMULO REIS OLIVEIRA A ARTE DE SER FELIZ TEREZA BOM-FIM (BÕM FIM TÉKA) DE A A ZILDA WALÉRIA DE JESUS BARBOSA SOARES OS FIOS DA VIDA
CATEGORIA: CONTO CONTOS SELECIONADOS PARA A COLETÁNEA
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CATEGORIA: INFANTOJUVENIL OBRA SELECIONADA PARA PUBLICAÇÃO
VIRGÍNIA MAURA MARTINS FERREIRA OS GUARDIÕES DA FLORESTA
CATEGORIA: ROMANCE OBRA SELECIONADA PARA PUBLICAÇÃO
JEIANE SANTOS COSTA ENTRE PÉTALAS E ESPINHOS
CATEGORIA: SUSPENSE OBRA SELECIONADA PARA PUBLICAÇÃO
PEDRO OLIVEIRA DUTRA NETO MORTES EM CADEIA
"SINGULARIDADES DO ESPAÇO URBANO EM SÃO LUÍS: TOPOMÍNIA, MEMÓRIA E RESSIGNIFICAÇÃO" Prof. Dino Cavalcante é convidado da Academia Poética Brasileira. Por: Mhario LincolnFonte: Dino Cavalcante
(Na foto, o autor do texto, professor Dino Cavancante as professoras Teresinha Baldez (autora de um dos capítulos), com as organizadoras do livro, Márcia Manir e Zulimar Márita).
Por Dino Cavalcante A cidade de São Luís do Maranhão, desde a sua fundação oficial, pelos franceses, em 1612, e desde o início de sua formação, pelos portugueses, em 1616, apresenta muitas singularidades, seja no seu espaço urbano, como os largos, os sobrados, fontes, ruas, becos, seja no seu aspecto social, com suas histórias, sua literatura, seus encantos, suas lendas, seus mitos, etc. Tão pródiga em todos esses aspectos, a cidade tem sido objeto de estudo em várias áreas, como a geografia, a arquitetura, a história, a sociologia e, claro, os estudos literários, uma vez que tem sido o cenário singular para a construção dos mais variados textos literários. E foi justamente para analisar, discutir e refletir sobre as mais diversas formas de representação da cidade de Josué Montello que as professoras Márcia Manir Miguel Feitosa e Zulimar Márita Ribeiro Rodrigues, da Universidade Federal do Maranhão, organizaram o livro Singularidades do Espaço Urbano em São Luís: Toponímia, Memória, Ressignificação, com artigos de pesquisadores de múltiplas áreas do conhecimento, mas com uma singularidade: todos tomam São Luís como objeto de análise, além de serem quase todos frutos de dissertações de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade, da UFMA. O capítulo que abre o livro trata de uma grande singularidade de nossa terra: as suas fontes. Antônio Cordeiro Feitosa faz um levantamento de todas as fontes de São Luís e as analisa de uma forma cuidadosa, com seu olhar de geógrafo. Ao fechar a leitura do seu texto, somos movidos pelo desejo de ir a esses locais com o intuito de observá-las e registrá-las. Teresinha de Jesus Baldez e Silva, professora aposentada do Departamento de Letras, se debruça sobre alguns dos nossos lugares da memória, como os largos, as praças e os becos, com destaque para os largos dos Amores e do Carmo. Com imagens vivas, seu texto é um convite para o leitor caminhar na rica história da cidade.
A partir de uma visão sociocultural, pelo viés da literatura e da história, Flaviano Meneses da Costa analisa o Largo do Carmo, considerado pelo historiador Mário Meirelles como o coração de São Luís – pelo menos até meados dos anos 60. Detém-se na historiografia da Igreja, com suas escadarias, seu valor histórico, a praça João Lisboa, o sobrado da Pacotilha, etc. O artigo do pesquisador Frederico Lago Burnett discute um dos problemas mais sérios que a cidade enfrenta: o constante e contínuo abandono da área considerada histórica, em prol da cidade nova, São Francisco, Ponta d’Areia Renascença, Calhau, entre outros bairros considerados da classe média alta.
Foto: Professores e pesquisadores presentes no lançamento do livro, no Palacete Gentil Braga, no dia 20 de abril de 2022.
Aremys Nascimento Santos e Márcia Manir Miguel Feitosa, com seu artigo, levam o leitor a um passeio inusitado: percorrer as sepulturas do Cemitério do Gavião, fundado em 1855, um dos lugares considerados mais sagrados da grande ilha. Além de explorar as artes tumulares, com esculturas e dizeres, as pesquisadoras analisam o sentido cultural dessas representações da morte, como anjos, mãos que suplicam, etc. Trata-se de reviver a memória cultural de parte de nossa história, já que os restos mortais de homens que escreveram páginas sobre nossa cidade repousam nesse lugar, como Aluísio Azevedo. No texto Da Praia Grande à Madre Deus: estética visual e ressignificação do espaço urbano, Gersino dos Santos Martins e Antônio Cordeiro Feitosa analisam a recuperação de uma parte significativa do Centro Histórico da capital maranhense, iniciada nos anos 80 do século XX, denominada de Projeto Reviver. O texto, inscrito há quase 10 anos, infelizmente precisava de uma reformulação para empreender as reformas tanto da praça do Convento das Mercês como a do Anel Viário. Os chafarizes de São Luís, no Século XX, são o tema do capítulo de Luiz Antonio Pinheiro e Antônio Cordeiro Feitosa. O texto faz uma análise histórico-social de um dos monumentos mais simbólicos da velha cidade. Com imagens, o texto nos faz passear por um momento de nossa história em que a água, mesmo com tantas fontes e rios, era muito difícil em alguns lugares da cidade. O texto traz à tona a constante reclamação dos usuários sobre a qualidade do líquido que saía dos chafarizes, além da presença de uma das “donas” do sistema de distribuição de água na cidade: Ana Jansen. O texto de Ariana Kelly Martins Costa e Antônio Cordeiro Feitosa analisa um dos mais fortes contrastes de São Luís: dois bairros tão próximos fisicamente e tão distantes na questão social. Trata-se da Ilhinha, bairro formado por moradores que migraram para São Luís em meados dos anos 70 do século XX, oriundos de
vários lugares, entre eles, o Cujupe, em Alcântara, e a Península da Ponta d’Areia, bairro com o metro quadrado mais caro do Maranhão, mais caro até que bairros da elite carioca, como o Leblon. A antiga praça da Camboa, denominada pelos moradores de Praça do Jumento, foi o tema do texto assinado pelos autores Zulimar Márita Ribeiro Rodrigues, José Aquino Júnior e Larissa Rodrigues Marques. Há uma análise de um espaço, antes ocupado por carroças e por animais de carga, transformado em espaço público para atividades físicas dos moradores da região. Em “Requalificação da costa norte da cidade de São Luís: o Mirante da Litorânea”, de autoria dos pesquisadores Joelson Caco Pereira da Graça e Antônio Cordeiro Feitosa, há uma análise sobre um dos trechos mais visitados da São Luís moderna: a Avenida Litorânea, com o seu mirante, sua área de lazer, etc. Trata-se de um olhar geográfico sobre um espaço de lazer da grande Ilha de Upaon-Açu. Por fim, o capítulo “A ressignificação do espaço urbano do entorno da Laguna da Jansen no final do século XX e início do XXI”, dos autores Nyedja Rejane Tavares Lima, Suelen Sipriano Milhomem Dantas e Antônio Cordeiro Feitosa, trata das transformações pelas quais passou um importante lugar da cidade: a Laguna da Jansen, ou Lagoa, como é mais conhecida pelos moradores da cidade e pelo poder público. O livro, embora com capítulos escritos por autores de áreas diferentes, como Geografia, Literatura, Artes, Arquitetura, Ciências Sociais, etc., interrelaciona-se através de três vértices: Toponímia, Memória e Ressignificação. Em todos os textos, há a presença de pelo menos um desses tópicos. Ao final da leitura, temos um olhar mais acurado sobre vários aspectos da cidade de São Luís, tão provinciana, quando se tomam alguns pontos como parâmetro, e tão complexa ao mesmo tempo. Uma cidade de 4 séculos que ainda convive com problemas de uma cidade recém-construída. O livro Singularidades do Espaço Urbano em São Luís: Toponímia, Memória e Ressignificação deve fazer parte de leituras em várias disciplinas de cursos das áreas de ciências humanas, dada a sua riqueza de informações e análises de aspectos relevantes da nossa cidade.
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
FRAN PAXECO:
recortes & memórias
YOUTUBE.COM Os Imortais traz a história de Fran Paxeco, que ajudou a fundar a Academia Maranhense de Letras O intelectual português mudou-se para São Luís no ano de 1900. Rosa Machado https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Fran_Paxeco
PT.WIKIPEDIA.ORG Manuel Fran Paxeco – Wikipédia, a enciclopédia livre Manuel Fran Paxeco – Wikipédia, a enciclopédia livre
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https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_40_-_abril___2020.d VOLUME 39 – MARÇO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__39-_mar_o___2020 VOLUME 38 – FEVEREIRO DE 2020 – EDIÇÃO ESPECIAL – PRESENÇA AÇOREANA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__39-_fevereiro___2020
REVISTA DO LÉO - NÚMEROS PUBLICADOS A PARTIR DESTE NÚMERO, CORRIGIDA A NUMERAÇÃO, COM SEQUENCIAL, DOS SUPLEMENTOS E EDIÇÕES ESPECIAIS: VOLUME 37 – edição 24.1, de setembrp de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: I. XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 36 – edição 23.1, de agoto de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 35 – edição 22.1, de julho de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 34 - edição 20.1, de maio de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-_ VOLUME 33 – edição 16.1, de janeiro de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20 VOLUME 32 – edição 15.1, de dezembro de 2018 ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/68ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201 VOLUME 31 – edição 8.1, de maio de 2018 EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 30 – edição 6.1, de março de 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_ VOLUME 29 – FEVEREIRO 2020 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo_-_maranhay__29-_fevereiro___2020b VOLUME 28 – JANEIRO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__28_-_janeiro____2020b VOLUME 27 – DEZEMBRO DE 2019 – https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27_-_dezembro___2019 VOLUME 27.1 – DEZEMBRO DE 2019 – suplemento – OS OCUPANTES DA CADEIRA 40 DO IHGM https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27.1_-_dezembro___2019 VOLUME 26 –NOVEMBRO DE 2019 – https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__26_-_novembro__2019 VOLUME 25 –OUTUBRO DE 2019 – https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__25_-_outubro__2019 VOLUME 24 – SETEMBRO DE 2019 – LAERCIO ELIAS PEREIRA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 24.1 – SETEMBRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 23 – AGOSTO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__23-_agosto_2019 VOLUME 23.1 – AGOSTO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 22 – JULHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__22-_julho_2019 VOLUME 22.1 – JULHO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 21 – JUNHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__21-_junho_2019 VOLUME 20 – MAIO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__20-_maio_2019 VOLUME 20.1 - MAIO 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-_ VOLUME 19 – ABRIL DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__19-_abril_2019 VOLUME 18 – MARÇO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__18_-_mar_o_2019 VOLUME 17 – FEVEREIRO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_17_-_fevereiro__2019 VOLUME 16 – JANEIRO DE 2019 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__16_-_janeiro_2019 VOLUME 16.1 – JANEIRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20 VOLUME 15 – DEZEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revisdta_do_l_o_15_-_dezembro_de_20? VOLUME 15.1 – DEZEMBRO DE 2018 – ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/68ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201 VOLUME 14 – NOVEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_l_o_-_numero_14_-_novemb VOLUME 13 – OUTUBRO DE 2018
https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_13_-_outubro_2018 VOLUME 12 – SETEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_12_-_setembro_2018 VOLUME 11 – AGOSTO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_11_-_agosto_2018 VOLUME 10 – JULHO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_10_-_julho_2018 VOLUME 9 – JUNHO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_9_-_junho_2018__2_ VOLUME 8 – MAIO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8_-_maio__2018 VOLUME 8.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 7 – ABRIL DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_7_-_abril_2018 VOLUME 6 – MARÇO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_6_-_mar__o_2018 VOLUME 6.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – MARÇO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_ VOLUME 5 – FEVEREIRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_5_-_fevereiro_2018h VOLUME 4 – JANEIRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_4_-_janeiro_2018 VOLUME 3 – DEZEMBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_3_-_dezembro_2017 VOLUME 2 – NOVEMBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_2_-_novembro_2017 VOLUME 1 – OUTUBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_1_-_outubro_2017