leros-marco-2022

Page 10

Policial trans, Popó Vaz é encontrado morto em São Paulo

“Quantos homens trans na polícia você conhece? Tudo o que o Popó tocava era transformado. Tanta gente se encorajou a partir da história dele. Tanta gente ficou feliz com o sorriso dele, com o sotaque mineirin gostoso, com o forrozin dançado apertado, com o jeito com que ele agregava as melhores pessoas. Ao redor do Popó era impossível não ficar feliz e cremosinho, como ele dizia”, escreveu o jornalista Fernando Oliveira ao lamentar a morte do policial civil, influenciador digital e ativista trans Paulo Vaz, conhecido como Popó Vaz. Aos 37 anos, ele foi encontrado morto no dia 14 de março, em São Paulo. Nas redes sociais, o influenciador falava sobre temáticas da comunidade trans. Ele era casado com Pedro HMC, o criador do canal Põe na Roda, desde 2019. A morte foi divulgada pelo perfil da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). “Homem trans gay, policial civil, sempre abordava questões sobre sexualidade e gênero de forma leve e descontraída. Era uma alma doce e um coração lindo demais. Foi protagonista de uma de nossas campanhas pelo dia da visibilidade trans. Além de fazer diversas publicidades e participações em mídias e televisão sobre a visibilidade transmasculina”, diz o texto divulgado pela Antra nas redes sociais. O Grupo Arco-Íris também lamentou a morte precoce do influenciador digital. “A causa da morte ainda não foi confirmada, mas traz um alerta para a necessidade de cuidarmos mais da saúde mental de LGBTI+, em especial de pessoas

ENFERMEIRA DÁ CACHAÇA NO LUGAR DE ÁGUA E QUASE MATA PACIENTE Uma paciente recebeu cachaça no lugar de água durante uma consulta de emergência no Hospital Municipal de Santa Teresinha, na Bahia, e teve a sensação de que iria morrer. A lavradora Zenilda Lisboa, 37 anos, foi informada que passaria a noite no local sob observação. “Eu estava com muita falta de ar e com a garganta muito seca, por isso pedi água. A enfermeira veio com um copo e eu estava tão desesperada para tomar água que virei o copo. Quando engoli, senti que não era água, era cachaça”, relatou a paciente. “Minha pressão caiu na hora, eu comecei a passar mal, a vomitar. A enfermeira disse ‘Jesus, eu te dei cachaça’, e voltou correndo para a sala. 10

Leros MARÇO 2022

trans. Toda nossa solidariedade a parentes e amigos, e em especial ao @hmcpedro. Que você tenha força nessa hora, guarde sempre com amor as lembranças do Popó e continue sua jornada trazendo informação e alegria para nossa comunidade”, diz o comunicado.

Acho que isso piorou muito a minha situação, quando eu tomei [a cachaça] dobrou o que eu estava sentindo”, afirma. Zenilda compartilhou a história nas redes sociais e disse que ninguém do hospital entrou em contato com ela para prestar esclarecimentos. “Eles agem como se nada tivesse acontecido”, lamenta a lavradora. A enfermeira Valci dos Santos explicou ao portal G1 que pegou a garrafa com a bebida em cima de um armário, onde a equipe costuma deixar água para agilizar o atendimento aos pacientes. Por estar de máscara, Valci disse não ter percebido que o líquido era diferente. O secretário municipal de Saúde de Santa Teresinha, José Lindomar, pediu desculpas pelo ocorrido e disse que uma sindicância foi aberta para investigar como a cachaça foi parar na unidade. Mas Zenilda afirma que pretende processar o hospital.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.