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Brasileiros criam algoritmo que detecta fake news

Um algoritmo capaz de detectar uma notícia falsa com 96% de precisão foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP). Segundo a BBC News Brasil, a ferramenta será calibrada e passará por novos testes nos

próximos meses, especialmente com notícias sobre a pandemia de covid e as eleições marcadas para outubro de 2022. O estatístico Francisco Louzada, um dos coordenadores do projeto, diz que a proposta é trazer uma análise objetiva, feita por meio de inteligência artificial, à avaliação subjetiva que os seres humanos fazem quando avaliam a veracidade de um texto jornalístico. “Aliamos diversos modelos matemáticos que são capazes

Voluntários “caçadores de likes” facilitaram ataque russo à Legião Internacional na Ucrânia, diz coronel

Voluntários sem experiência militar que foram à Ucrânia para lutar contra os russos podem ter facilitado o ataque aéreo da Rússia contra a base de treinamento da Legião Internacional em Lviv, próximo à fronteira com a Polônia, no dia 13 de março. O ataque russo deixou ao menos 35 mortos. O coronel Fernando Montenegro, que é veterano do Exército Brasileiro e está na Ucrânia fazendo comentários sobre a guerra para a CNN Portugal, afirmou à emissora que “esse ataque ocorreu por conta de uma motivação de caçadores de likes em redes sociais”. Desde que a invasão da Ucrânia por tropas russas começou, na madrugada de 24 de fevereiro, cidadãos de várias nacionalidades deixaram seus países e embarcaram para as trincheiras ucranianas. A imprensa italiana tem noticiado que militantes neofascistas se alistaram na chamada Legião Internacional de Defesa do Território Ucraniano para lutar contra a Rússia. “Na verdade, uma boa parte deles, cerca de 60, já está por aquelas bandas desde 2014, cerrando fileiras nos conflitos contra

separatistas russos na região de Donbass”, observa o jornalista Henrique Rodrigues, da revista Fórum. Ele informa que no Brasil a coisa não tem sido diferente: “Reportagens recentes apontam que aproximadamente 500 homens, de diversos estados e condições econômicas e sociais, mas que têm em comum a idolatria por Jair Bolsonaro, têm tentado de alguma forma embarcar para a Europa para participar da guerra”. Um instrutor de tiro do sul do país inclusive ganhou seu momento de fama nos últimos dias ao anunciar que

de identificar se uma notícia corresponde à realidade dos fatos ou não”, explica o pesquisador. “Nós colocamos os modelos para analisar mais de 100 mil notícias publicadas nos últimos cinco anos. Depois, confrontamos a plataforma com uma base de textos com informações falsas ou verdadeiras”, disse Louzada em entrevista ao jornalista André Biernath. A ferramenta funcionará no site www.fakenewsbr.com.

estava indo para o território ucraniano para “matar e morrer”, sempre com frases emocionantes e solidárias na ponta da língua. Um outro, que admitiu aos jornalistas que já tentou ingressar na PM, no Exército Brasileiro e até na Legião Estrangeira da França, confessa que, como nada disso foi possível, o negócio é embarcar para Kiev e “curtir” a guerra. “Em comum, todos dizem que querem ‘ajudar o povo ucraniano’ e ‘lutar contra a demoníaca Rússia’, como se alguém realmente acreditasse que tamanha sanha por viver uma guerra e sair dando tiros pra todos os lados fosse alimentada por esses sentimentos tão nobres”, conclui o jornalista da Fórum.

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