Vida Fabulosa How to Have a Fabulous Life
Autor Karen Scalf Linamen
Impressão e Acabamento www.artipol.net
Direitos Reservados © Karen Scalf Linamen, 2008 © em Português para Letras d’Ouro, editores Publicado em Inglês sob o título How to Have a Fabulous Life, por Revell, uma divisão de Baker Publishing Group, Grand Rapids, Michigan, 49516, USA. Todos os direitos reservados.
1ª Edição, Julho de 2013 ISBN Depósito Legal
Editores Letras d’Ouro, editores Tradução Cátia Matias Norinha Preparação e Edição José Manuel Martins Revisão Ana Cabrita Direccção de Arte e Design Pedro Martins Ilustração Maria João Fradique
Letras d’Ouro, editores Sede Rua Quinta da Flamância, n.º 3, 3º Dt.º Casal do Marco 2840-030 Paio Pires, Portugal Tlm 914 847 055 Email livros@letrasdouro.com Web www.letrasdouro.com Blog letrasdouro.blogspot.com FB facebook.com/letrasdouro Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução por quaisquer meios, salvo em breves citações, com a indicação da fonte.
Índice
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| INTRODUÇÃO 5
13 | CAPÍTULO 1
Desligaram a luz ao fundo do túnel
21 | CAPÍTULO 2
O rosto parece familiar mas não me consigo recordar do nome
35 | CAPÍTULO 3
Fui correr mas as minhas pernas bateram tanto uma na outra que os meus collants incendiaram-se
47 | CAPÍTULO 4
Não me culpem — as vozes na minha cabeça levaram-me a agir assim
61 | CAPÍTULO 5
Paz, alegria, esperança: em exibição num teatro perto de si
69 | CAPÍTULO 6
Não vale a pena ficar a mastigar no mesmo
79 | CAPÍTULO 7
Nunca tomar na mesma noite um laxante e um comprimido para dormir
89 | CAPÍTULO 8
Não deve acreditar em tudo o que vê
101 | CAPÍTULO 9
Socorro! Estou a falar e não me consigo calar
113 | CAPÍTULO 10 Sempre que estiver triste, respirarei fundo 125 | CAPÍTULO 11
Siga os seus sonhos (excepto aquele em que está na escola só de roupa interior)
137 | CAPÍTULO 12 Onde é que vamos e porque é que estou dentro deste cesto? 137 | CAPÍTULO 13 O que é que o Scooby Doo faria? 231 | NOTAS
Paz não significa estar num lugar onde não existe ruído, problemas ou trabalho árduo. Significa, sim,estar no meio de tudo isso e, ainda assim, ter o coração sereno. (autor desconhecido) 7
Todas as coisas esplêndidas foram alcançadas por aqueles que se atreveram a acreditar que algo dentro deles era superior às circunstâncias que atravessavam. Bruce Barton
Introdução
Não sei como acontece consigo, mas o que se passa à minha volta interfere muito com o meu sistema nervoso. Gostava de conseguir sentir-me em paz, alegre, vibrante em todas as alturas mas a verdade é que existem coisas que me preocupam. Coisas pequenas, grandes, não importa. Tudo tem potencial para me deitar abaixo e fazer-me andar às voltas. Por outras palavras, quando algumas coisas na minha vida — tais como relacionamentos, carreira, finanças, o ambiente em redor e até mesmo o meu corpo — não correm como planeado (e no que diz respeito ao meu corpo, as coisas nunca acontecem como planeado!), as minhas emoções seguem-nas. Portam-se como cachorros que arfam fielmente atrás do dono — ou como ovelhas no caminho para o matadouro. Só preciso de uma dúzia de cheques devolvidos num mês (não é para rir, pois já aconteceu), uma crise de saúde, uma conta inesperada ou até uma palavra crítica vinda de um amigo, e o meu espírito esmorece de imediato. Uma semana de noites em branco por causa de um recém-nascido, uma discussão com o marido, ou o cano de esgoto entupido na cave podem ter o mesmo resultado. E nem vamos falar do que acontece às emoções quando se trata da nossa aparência, como o aspecto do rosto ou 20 quilinhos a mais. De repente, ficamos de
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todas as formas, menos em paz. Ontem podíamos estar nas nuvens, mas hoje estamos no lixo. Em vez de nos sentirmos vivas, confiantes e animadas com o futuro, estamos exaustas, aborrecidas, aprisionadas ou deprimidas. E se você e eu pudéssemos libertar as nossas emoções da tirania das circunstâncias, se pudéssemos desligar um pouco a corrente que liga o nosso espírito às coisas erradas da vida? Não seria maravilhoso se, na próxima vez que nos encontrássemos em circunstâncias desagradáveis ou até mesmo assustadoras, soubéssemos permanecer em paz, alegria e esperança, apesar de tudo? Ser capaz de libertar as emoções da tirania das circunstâncias tem que ver provavelmente com uma interiorização da paz, alegria e esperança, aconchegando-as dentro de nós, de forma que fiquem protegidas e não andem por aí expostas ao vento, à chuva e às tempestades da vida. Ou talvez a paz, a alegria e a esperança são como músculos que aprendemos a flexionar, mesmo quando as circunstâncias são tudo menos inspiradoras. Talvez passe por ligarmos as nossas emoções a algo que não sejam as nossas circunstâncias ou a outras coisas que não sejam apenas bondosas e gentis mas também estáveis. Ou talvez descobrir e fortalecer o nosso núcleo interno. Assim como o ouvido interno permite-nos ficar equilibradas, estejamos sentadas, em pé, inclinadas ou a subir num elevador, precisamos de uma força interior que nos mantenha estáveis e com confiança para seguir em frente mesmo quando as circunstâncias ameaçam fazer-nos andar em círculo. Podemos mesmo experimentar uma vida feliz e fabulosa sem importar o que o mundo traga na nossa direcção? A resposta, minha amiga, é: Sim. E, juntas, vamos descobrir como.
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Desligaram a luz ao fundo do túnel
Ninguém gosta de frustração, culpa, depressão, pânico ou tristeza, em especial quando existem tantas outras emoções para experimentar! Por exemplo, existe uma que é a favorita de todos. Claro que estou a falar da sensação de nos apaixonarmos pois é um sentimento estonteante, não é? Claro que nos consome por completo e tem tendência a ofuscar tudo o resto das nossas vidas, como ser produtivas no trabalho e lembrarmo-nos de pagar a conta da água dentro do prazo mas, acima de tudo, quem não gostaria de se sentir assim todos os dias? E também temos aquela sensação de vitória, como quando conseguimos o último par de sapatos com padrão de leopardo na liquidação total de uma loja e são exactamente o nosso número. Ou então aquele grito «Oh, meu Deus, não acredito que isto me está a acontecer!» quando ganha a lotaria ou o seu nome é anunciado como a nova vencedora de um concurso a bolsas de estudo (não que conheça a sensação mas imagino que seja bastante boa) Por outro lado, existe o sentimento que se experimenta quando a sirene da polícia começa a tocar mesmo atrás de si, e olha para o conta-quilómetros e estremece pois ainda está a registar os vinte e dois quilómetros a cima do limite, mesmo que tenha tirado o pé do
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acelerador assim que avistou a Brigada de Trânsito estacionada do outro lado da auto-estrada com um «secador de cabelo» apontado para si. De qualquer forma, não vamos colocar esta na lista. Existe, certamente, uma quantidade enorme de outras sensações. No entanto, no sentido prático, seguem três que são as minhas favoritas e que gostaria de experimentar todos os dias. Gostaria de permanecer com uma sensação de calma interior, uma boa dose de felicidade, e aquele sentimento positivo de que coisas boas virão ao meu encontro. Paz, alegria e esperança. Se me perguntarem, este é o trio que sabe ainda melhor que bolachas com leite! 12
Quem apagou as luzes? Então o que nos impede? Porque é que não estamos felizes, serenas, vibrantes e cheias de esperança todos os dias da nossa vida? Ah, sim. Já sei porquê. Coisas. Tudo o que acontece à nossa volta: relacionamentos, carreira, dinheiro, construção de uma casa, ganhar a vida, e fazer o melhor mesmo quando as nossas várias necessidades não são satisfeitas; sonhos desfeitos, grandes falhas, pequenos desapontamentos; memórias que ferem, sapatos que apertam, chefes que «mordem». O Pinscher da porta ao lado que comeu o nosso gato. Ou talvez o fato de mergulho que encolheu dois tamanhos durante o Inverno, arranjar as sobrancelhas, o anel que caiu na retrete, um zumbido nos ouvidos, e a aliança de casamento no dedo do homem charmoso que acabou de conhecer na secção de congelados no supermercado. Pode ser um telefonema com más notícias, aquele idiota que partiu o coração da sua filha, a promoção que foi concedida ao assistente que contratou no dia em que o bolinho da sorte dizia: «Isto não vai correr bem. Era melhor ter ficado na cama hoje.»
Vida Fabulosa
Há nove meses atrás tive um relacionamento que terminou sem nenhuma razão específica e que me conduziu a uns cinco meses de depressão. Quando relembro esses cinco meses, as imagens que vêm à minha mente são muito escuras — literalmente. Lembro-me daquele ajuntamento de nuvens escuras de uma tempestade na floresta, do outro lado da janela do meu quarto, dos crepúsculos frios que depressa se transformavam em noites sem estrelas e das sombras no meu quarto no meio do dia. O mais engraçado é que o relacionamento terminou em Junho. Junho! Onde vivo, Junho é o mês que tem as manhãs mais solarengas, os dias maiores e o céu mais brilhante. Ainda assim, a maioria das minhas memórias daquele tempo limita-se a sombras. Porque é que você e eu não brilhamos de felicidade, calma interior e da esperança que desejamos e gostamos? Porque, em quase todos os dias da nossa vida, algo acontece no nosso mundo pessoal que, se permitirmos, acabará por ofuscar os sentimentos bons. Na verdade, algumas vezes, as circunstâncias podem derrubar-nos, levando-nos a mergulhar numa escuridão emocional ou no desespero.
À procura de paz, alegria e esperança nos lugares errados Não podemos negar que as circunstâncias produzem sementes de alegria, dor, triunfo, sofrimento e outras coisas mais. E chega a ser uma coisa boa que as circunstâncias da nossa vida interfiram com os sentimentos e emoções. Isto porque as pessoas que permanecem estáticas perante aquilo que a vida lhes dá não estão só a desvanecer psicologicamente perante a realidade como deveriam pensar duas vezes antes de se colocarem na frente de um camião em movimento.
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Creio que não erro ao permitir que as circunstâncias influenciem o meu bem-estar emocional; demasiadas vezes deixo-as determinar esse mesmo bem-estar. Por outras palavras, estou convencida que estaremos, sim, em apuros se criarmos o hábito de separar a paz, a alegria e a esperança, assim como o nosso propósito, direcção e motivação das nossas circunstâncias. Gosto de pensar na paz, alegria e esperança como forças interiores ou músculos. Afinal, eles dão-nos força. Podem determinar o nosso caminho, fazer-nos mover, e manter-nos na linha. Ajudam-nos a compreender e até mudar o nosso mundo. A minha amiga Candy cuida de três crianças, uma amiga neurótica (eu) e dois cavalos — tudo a partir de uma cadeira de rodas, resultado de um acidente de barco que teve há doze anos atrás. Questionei-a sobre aquilo que ela conseguiria viver sem a plena utilização das suas pernas ou as emoções como a paz, alegria e esperança. A resposta dela? «Tu ainda tens isso?» Então se a paz, alegria e esperança são forças interiores — músculos emocionais e vitais — porque é que retiramos o poder destes músculos vitais e o concedemos a forças exteriores, que podem ou não ser controladas? Afinal de contas, não daríamos completo e total controlo dos nossos músculos físicos a, por exemplo, estrelas de Hollywood? Dávamos? E se só pudéssemos usar as nossas pernas quando o Brad Pitt e a Angelina Jolie adoptassem outro bebé? O que aconteceria se só movimentássemos os nossos dedos nos dias em que a Britney Spears faz manchetes no Yahoo!, ou movimentar a cabeça apenas quando o Johnny Depp lançasse outro Piratas das Caraíbas? A imagem que brota na minha mente é de uma marionete. Não posso falar pelos outros. Mas não quero ser controlada por ninguém que foi capa das notícias mundiais da semana. Então porque é que deveria deixar os meus músculos emocionais serem sacudidos pelas circunstâncias externas que me limitam e sobre as quais não tenho qualquer controlo?
Vida Fabulosa
Tudo o que preciso saber acerca da vida aprendi nas aulas de dança do ventre Eu tenho aulas de dança do ventre. Não que seja boa nisso — já tive aulas com quatro professores diferentes em três Estados e já gastei centenas de dólares em lenços próprios para a dança, e continuo a parecer-me com aquele robô amarelo da Guerra das Estrelas quando danço. Ainda assim… Existe algo fantástico na dança. Uma coisa que me fascina é o facto de os movimentos serem tão isolados. Por exemplo, a forma como a cabeça desliza. Decerto já viu isso. É aquele movimento de olhar da Cleópatra quando mantém a cabeça na vertical e movimenta-a de um lado para o outro. Tente fazer isso sem mover os ombros. Ou então aquele exercício em que move a anca de lado a lado numa linha horizontal sem mexer a parte superior do seu corpo, nem um bocadinho. Adoro esses isolamentos. Exigem muita concentração, obrigando-nos a identificar e a trabalhar os vários grupos de músculos, em separado. Ainda treino um de casa vez, embora esteja a aprender como usar dois de uma só vez. Uma dançarina a sério pode utilizar vários ao mesmo tempo. E mesmo que a dança pareça fluída e completa, sei o suficiente para perceber que funciona bem porque ela investiu tempo a aprender como efectuar cada movimento, sem perturbar a beleza dos outros. Por outras palavras, a anca dela permanecerá elegante quer esteja a mover-se sozinha ou envolta num turbilhão de trabalho de pés, movimento de ombros ou ondas com o corpo. É assim que quero que os meus músculos emocionais trabalhem. Quero exercitar a paz para que surja naturalmente sozinha ou acompanhada de uma agitação de circunstâncias que podem ser ou não pacíficas.
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Quero exercitar a alegria para que surja naturalmente ou acompanhada de circunstâncias que não produzem felicidade. E quero exercitar a esperança para que surja naturalmente sozinha ou acompanhada de situações que possam encorajar-me a perder a esperança. Ah, quase me esquecia. Lembra-se quando mencionei aquilo que os músculos fazem? Disse que eles dão-nos força, determinam o nosso caminho, mantém-nos na linha e até nos ajudam a mudar o nosso mundo. Há mais uma coisa que eles fazem por nós. Quando estamos cabisbaixas no pior dos lugares, os músculos ajudam-nos a ficar de pé para caminhar até uma saída e alcançar o interruptor que faz com que o mundo fique mais claro e brilhante. E, na próxima vez que a luz se desligar, no final de um dos seus túneis, um sentido de paz, esperança e alegria bem fortalecidos poderão acendê-la. Nos capítulos seguintes, vamos falar de doze formas de como podemos esticar, dobrar e tonificar a nossa paz, alegria e esperança — todos os dias, faça chuva ou faça sol. Mesmo quando está escuro lá fora, em especial quando está escuro lá fora. A vida é muito curta e muito rica para algo menor. Afinal eu e você temos lugares onde ir, coisas para fazer, pessoas para amar, e danças para dançar. Quem quer ficar na cama, em casa, por causa do tempo rigoroso? As más notícias são que, às vezes, o céu está cinzento. As boas notícias são que você e eu não nos movemos pela força do sol. Queiramos ou não, temos a energia que precisamos para tonificar os músculos emocionais que nos ajudarão a obter o máximo de acção e alegria das nossas vidas. Mesmo que não gostemos de parecer um robô quando dançamos a dança do ventre.
Vida Fabulosa
Acenda a luz • Pense no quanto as circunstâncias do seu dia-a-dia influenciam as suas emoções.
• É necessário algo realmente grande para que as emoções disparem ou elas já o fazem com qualquer coisa banal?
• A ideia de que pode libertar as suas emoções da tirania das circunstâncias é um conceito novo para si ou sempre pensou ser possível?
• No passado, o que fez para erguer o seu espírito acima de qualquer circunstância que a entristeceu? Foi bem-sucedida?
• Entre a paz, a alegria e a esperança, existe algum sentimento em particular que esteja a faltar na sua vida? Qual?
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