SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS 15 DE MAIO DE 2014
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“Gasto público deveria ser limitado por uma lei”, diz Armínio Fraga Na avaliação do ex-presidente do Banco Central, medida abriria espaço para a reforma tributária. Há poucas semanas, o senador Aécio Neves, candidato dado como certo para disputar a presidência pelo PSDB, oficializou a escolha do economista Armínio Fraga para o posto de coordenador econômico de sua campanha. Nesta série de entrevistas que ouve economistas integrados ao debate político e, não raro, ligados aos partidos, Fraga é o mais engajado. Muitos já o consideram ministro da Fazenda, caso o PSDB ganhe a eleição. Ex-presidente do Banco Central, Fraga diz que ainda não se aprofundou no estudo das propostas, mas o esboço tem pilares claros: fortalecer a política fiscal, ajustar a inflação para o centro da meta, desengavetar a reforma tributária, entre outras medidas que podem exigir ajustes nem sempre populares. Mas ele acredita que o importante é antecipar o que deve ser feito, sem "populismo" eleitoral. "O custo de tomar medidas impopulares é muito menor do que o de não tomar", diz na entrevista que segue. Como o sr. vê a economia hoje? Estou vendo um quadro que se quantifica com poucos números. Um crescimento baixo, já entrando pela quarto ano, e a sinalização de que o ano que vem também pode ser difícil por causa dos problemas que estão se acumulando. Ao mesmo tempo, há uma inflação alta, em torno de 6%, já há bastante tempo, mas reprimida. A inflação real anda mais alta. Talvez entre 7% e 8%. Esse não é um quadro bom. Há também o fato de que o déficit em conta corrente do Brasil caminha para 4% do PIB no momento em que os Estados Unidos segue para a normalização da taxa de juros e, eventualmente, a China deve desacelerar. Isso também é uma questão, especialmente porque a taxa de investimento do País não está aumentando. Agora está acontecendo um movimento no mercado - que eu diria ser técnico, com recursos mais de curto prazo, indo para um lado ou para outro, mas isso não deve trazer um grande conforto. O quadro geral ainda não é tranquilo lá fora. Olhando aqui para dentro no Brasil, hoje o governo concede 60% do crédito, que incorpora ainda repasses do BNDES. Há não muitos anos eram 40%. É um modelo testado por nós, testado por vários outros países que tende a não entregar o resultado que se quer - tanto do ponto de vista de produtividade, da qualidade das decisões de crédito e financiamento que são tomadas, quanto do ponto de vista do risco. O exemplo radical são os Estados Unidos com as grandes do mercado de hipotecas, Fannie Mae e Freddie Mac (empresas privadas, mas com propósito público, que eram implicitamente garantidas pelo governo), que tiveram uma participação fundamental na bolha - uma senhora bolha. Mesmo nos países mais maduros, essas lições permanecem válidas. Há outros temas, de caráter mais setorial. Energia está no topo da lista. Estamos correndo um risco muito grande nessa área. Os dados, infelizmente, vêm piorando. É grave a questão. O setor de petróleo é outro bem conhecido. À Petrobrás foi designado o papel de grande locomotiva do setor, mas, ao mesmo tempo, o governo vem asfixiando o fluxo de caixa da empresa. Para não falarmos de outras intervenções, como o mix de política industrial, política setorial também. Enfim, que não vem dando resultado. Talvez fosse até previsível. Em paralelo, estamos vivendo a crise no setor de etanol - o que é uma tristeza. O setor tem tudo para ser um líder global. Esse é um setor menos antipático ao meio ambiente do que o do petróleo, que o dos combustíveis fósseis. Estamos na situação singular de subsidiar o setor de combustíveis fósseis - algo que vai na contra mão da recomendação técnica. A determinação é taxar e não subsidiar, porque esse setor produz um efeito negativo para a sociedade. Esse é o típico caso em que se recomenda fazer o oposto do que estamos fazendo. A infraestrutura também é uma área que apresenta muitos desafios. Nesse caso, a visão é que temos uma moeda com dois lados. Por um lado, a infraestrutura virou um gargalo seriíssimo em praticamente todas as suas dimensões - e, portanto, é uma barreira ao crescimento. Mas ela deveria ser uma fantástica oportunidade. Eu acho que se os futuros governos acertarem a mão nas questões regulatórias e em outras que influenciam esse setor, eu penso que ele pode virar ao nosso favor. Mas, nesse momento, é um problema. O resumo é o seguinte, pensando de uma maneira mais esquemática: a minha leitura é que hoje nós temos uma macroeconomia que está perdendo as âncoras. A área fiscal perde credibilidade, o chamado tripé certamente está bem fragilizado. A microeconomia, que deveria funcionar mais livre, apostando na concorrência, sofre por estar muito amarrada - e amarrada na parte que cabe ao governo. Portanto, temos dificuldades em buscar mais produtividade. Subindo ainda mais um nível nesse esquema, penso que isso tudo espelha uma grande crise no Estado - um Estado que vem continuamente crescendo, mas não tem sucesso em entregar aquilo que se espera dele. A qualidade da educação avança lentamente. A população se queixa muito dos serviços de
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saúde. Hoje um tema absolutamente vivo e importante é o da segurança. No geral, seria preciso atacar essas questões. Claro que ninguém ainda inventou uma fórmula para fazer transplante de Estado - essa é uma questão de prática. São os governos que vão, aos poucos, melhorando ou piorando as instituições de um país - e o governo precisa cuidar disso melhor. Não há exemplo de país que tenha se desenvolvido sem um Estado bom. Pode ser pequeno ou médio. Eu sou cético em relação a ideia de que um País como nosso pode e se desenvolver com um Estado grande demais. Um país precisa crescer, precisa distribuir também, com certeza, mas eu não vejo o mundo social como um jogo de soma zero. É preciso balancear as coisas. Mas eu vejo o nosso modelo falhando, tanto pelo lado da distribuição, que ainda é muito ruim, como pelo lado do crescimento. Diga-se de passagem, não acho que os dois sejam incompatíveis. Ao contrário. Mas é preciso estruturar o funcionamento do Estado para que ele atinja esses objetivos - e nesse momento, eles não estão sendo atingidos. O que, na sua avaliação, pode acontecer por causa dos problemas que descreveu? Eu vejo várias dimensões, como já mencionei. Algumas delas mais dramáticas, outras menos. Eu colocaria no topo da lista hoje a questão da energia. Na medida que a água atingir um certo nível - e já estamos quase lá - provavelmente será preciso organizar um pouco as regras do setor. A política de subsidiar ou reduzir de maneira artificial o custo da energia aponta na direção de mais escassez lá na frente. Não ajuda. Há que se tomar muito cuidado. Se nós tivermos o azar de as chuvas continuarem fracas, será preciso tomar providências o quanto antes. Isso é delicado porque o tema é facilmente misturado com a política - mas é inevitável que seja assim. Faltou planejamento. Esse setor deveria trabalhar com flexibilidade para aguentar não um ano de seca, mas três. Essa era a regra dos especialistas. A energia é o caso em que poderia haver um problema maior - os outros casos não são tão dramáticos, mas são igualmente sérios. O governo vem esticando a corda em várias áreas da chamada macroeconomia. Chega um ponto em que o cobertor fica curto. Eu penso que chegamos a esse ponto. O caso da Petrobrás é um exemplo. Descapitalizaram a empresa. O governo precisa arrumar recursos de outra maneira. Isso gera subsídios. No setor elétrico, por exemplo, os custos elevados de sustentar esse modelo, as estimativas variam, mas os consumidores já estão sentindo o custo das termoelétricas. É grave. O custo é grande. Então: de um lado a inflação preocupa, do outro lado, o impacto fiscal preocupa. Assim, há uma sensação geral de perda de confiança que vem paralisando bastante o investimento. Esse é um caminho mais lento em direção ao futuro - e lento numa direção ruim. Estamos em um ano de eleição. Tipicamente, em anos de eleição, os governos são mais flexíveis na condução das políticas. Aconteceu em 2010. Só que, neste ano, o governo já entra com dificuldades. O saldo do primário já vem sendo atingido com receitas não recorrentes e alguns artifícios de natureza contábil, mas é preciso dar uma resposta mais clara, até para que, mais adiante, seja possível retomar a trajetória de queda da taxa de juros, que voltou a níveis muito elevados. Essa, ao meu ver, é uma boa forma de se pensar o que precisamos num regime macroeconômico. Eu venho dizendo, já há algum tempo, que o Brasil tinha que ter como objetivo juros de BNDES para todo mundo. O Pérsio Arida (um dos economistas que idealizou o Plano Real), numa palestra recente, sugeriu que o conjunto das políticas macroeconômicas se voltasse para atingir esses objetivos também. Ou seja: ter juros mais normais no Brasil. Esse é um quadro que sugere o esgotamento de um modelo. Já vivemos isso na nossa história. Modelos se esgotam. Isso é percebido por analistas, mas, normalmente, se encontra muita dificuldade na hora de mudar. Os modelos, por piores que sejam, têm sempre ganhadores - e os ganhadores se agarram aos modelos e procuram evitar as mudanças. É uma questão de economia política. Isso aconteceu conosco na década de 70, quando o Brasil procurou esticar o modelo que já não era capaz de entregar resultados. Deu no que deu. Naquela época foram crises de balanço de pagamento, inflação e tudo mais. Não quero dizer que a situação é igual. Mas é fato que o Brasil hoje está vulnerável e precisa mudar. Essa segunda dimensão de crise é mais difusa porque são vários fatores agindo ao mesmo tempo. E ainda temos a possibilidade de 2015 ser ainda um ano com baixo crescimento. Há tensões políticas e sociais. São quadros complexos, mas que tem no fundo essa linha - é preciso mudar. Levando em conta essas questões de curto prazo, o que o governo precisa fazer na largada em 2015 para resolver os problemas? Cabe uma resposta bem ampla - talvez mais ampla do que possamos detalhar aqui. Eu começaria com o lado macroeconômico. Começaria com um reforço muito transparente das bases do tripé. Deveríamos ter metas claras e transparentes para a contabilidade do saldo primário. As metas deveriam ser plurianuais. Haveria também um comprometimento com a normalização dessa situação de inflação reprimida e, ao mesmo tempo, a busca de convergência para a meta. Se as duas ações são coerentes, elas se reforçam. Nos últimos
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anos, o Brasil viveu momentos difíceis em que a política fiscal era expansionista, a política de crédito público - que é muito relevante aqui no Brasil - era também expansionista e o Banco Central tentava, do seu lado, enxugar a demanda e segurar a inflação. Eu penso que esse reforço traria um grau de coerência. Racionalizar a atuação dos bancos públicos faria parte dessa equação. Do lado macro, isso ajudaria a reduzir o prêmio de risco que o Brasil paga. Quando o Brasil paga mais, todas as empresas que estão aqui pagam mais, todas as pessoas que vivem aqui pagam mais também. É algo muito direto. No lado que nós podemos chamar de micro, eu penso que há necessidade de abrir mais frentes. Na infraestrutura, ao meu ver, seria necessário um trabalho detalhado em cada área, repensando o que vem sendo feito, procurando estimular o debate e o entendimento sobre porque as coisas não estão acontecendo. Penso que há dimensões que são de arquitetura - do desenho mesmo. Mas tem também o lado da execução. É preciso repensar o modelo com o setor privado em diferentes áreas. Em vários casos, pode caber privatização. A agenda da infraestrutura é muito ampla inclui portos, aeroportos, ferrovias, rodovias, energia, telecomunicações, saneamento. Inclui praticamente tudo da nossa infraestrutura. Mas existem vários outros temas. O Brasil precisa, urgentemente, pensar numa reforma tributária que simplifique o sistema. Isso envolveria, essencialmente num primeiro momento, todo o aparato de tributação indireta. ICMS. IPI. Organizar e simplificar seria muito bom. Cabe mencionar que, ao meu ver, o crescimento da carga tributária precisa ser limitado. Para isso, volto um pouquinho ao lado macro - o Brasil precisa também adotar um limite para relação gasto público e PIB. Por lei? Por lei ou por decisão de governo, num primeiro momento. Mas é preciso trabalhar para isso. Hoje, para um País de renda média, nos temos uma carga tributária muito elevada. Isso é contraproducente. Isso está dentro daquela ideia de que a economia precisa continuar trabalhando para melhorar a distribuição de renda desse País - que é terrível ainda - mas, ao mesmo tempo, precisa também criar condições para que a taxa de investimento também aumente, para que o País seja mais produtivo. São muitos os assuntos nesse mundo que chamo de micro. É muito trabalhoso. Mas não creio que seja um bicho de sete cabeças. Dá para fazer se tivermos uma agenda e também pessoas capazes ocupando posições chaves. É um desafio enorme de RH também. Qual seria o teto de crescimento do gasto público? Os gastos teriam que crescer igual ou abaixo do PIB. E na trajetória que está os gastos crescem mais que o PIB... Há muito tempo - e isso é natural. A sociedade tem demandas. Por mais que tenha crescido e melhorado muito nos últimos 20 anos, o Brasil ainda é um País carente. Mas é fato que se você fizer uma pesquisa vai identificar que a sociedade quer tudo. Mas isso é uma grande ilusão. É preciso pensar a coisa de uma forma dinâmica. Instantaneamente, você pode até tentar alocar mais. Mas olhando a trajetória para frente, esse não é o melhor modelo. É um trabalho difícil, mas politicamente importante. Precisa ser feito com transparência. É típico em momentos de eleição a gente ouvir propostas em que a conta não fecha. Dizem: eu quero 10% para cá, outros 10% lá, mais 10% aqui. Você vai fazer a conta e não fecha. E vem: vou ter de aumentar a carga tributária em tantos pontos do PIB. Sinceramente, para um País como o nosso, é difícil imaginar como isso possa acontecer. É um tema difícil. Eu não sou político. Vejo apenas a necessidade de um debate honesto. Não populista. Qual seria o tamanho do esforço fiscal? Acho que será preciso fazer um levantamento da situação. Não dá para arriscar um número agora. Mas acho que o Brasil precisa de uma meta positiva para o saldo primário, talvez maior um pouco do que ela é hoje, nem que seja um tempo. E essa meta deve ser plurianual. Essa parte é menos difícil. O tema do crescimento do gasto é complexo. Não podemos nos iludir. Mas esse tem que ser um objetivo a perseguir com rigor e, se for necessário, com a proposição de reformas também. Não tenho um programa pronto aqui para discutir. Em que campos as reformas? Eu penso que em todas as dimensões do gasto. Antes de tudo, é preciso mapear para, depois, tomar as decisões. Hoje eu presto uma assessoria ao senador. Estudo e acompanho o que acontece no Brasil, mas continuo dedicando uma parte do meu tempo à minha empresa. Mais adiante, se ocorrer uma mudança, e eu participar, com a eleição do senador Aécio, seria o caso de eu e muitos outros refinarmos essas questões. Mas elas estão na categoria de questões polêmicas que se prestam ao populismo que, ao meu ver, não agregam nada à
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qualidade da discussão e ao próprio eleitor. Eu estou sendo um pouco cuidadoso porque acho que é impossível negar a importância disso. Mas ir além é perigoso. O próprio Aécio falou que está disposto a tomar medidas impopulares... Sim, falou. Mas o que ele não falou - e eu não tenho procuração para falar por ele - é que o custo de tomar as medidas por ventura impopulares é muito menor do que o de não tomar. As pessoas têm de cair na real. Na prática, como é possível reduzir o gasto público com tanta demanda reprimida? É questão de dar ao orçamento a importância que ele merece num ambiente democrático. É preciso incluir tudo no orçamento - todos os subsídios - e discutir o que dá para fazer e o que não dá para fazer. A sociedade quer ou não aumentar a carga tributária? Que custos e benefícios isso traria? A questão é decidir. Não é possível transformar o Brasil instantaneamente numa Suíça ou num Estados Unidos. Dá para chegar lá, mas demora um pouco e de trabalho. A como fica a distribuição de renda? Uma das críticas é que isso implicaria cortes em programas sociais... Não creio. Se você olhar os números vai ver que o bolsa família não consome tanto dinheiro assim para o tamanho do resultado que gera. Acho que precisamos discutir o que fazer além do bolsa família. O próprio senador Aécio Neves tem feito propostas nessas direção inclusive pensa em transformar em lei. Seria ótimo para deixar claro à população que esse é um tema importante. Mas precisamos ir além. As pessoas querem ter qualidade vida, mesmo quando têm uma vida difícil. Mais do que isso - querem trabalhar, querem que seus filhos se qualifiquem para ter uma vida digna. Temos que usar o bolsa família como uma base. Todos os candidatos sabem disso. Às vezes fazem ameaças: dizem que vão acabar com o bolsa família. Isso é um absurdo. É uma mentira. É preciso analisar melhor para onde o dinheiro público está indo. O Gustavo Franco fala com frequência que há no Brasil o bolsa empresário. Ele coloca isso de uma maneira muito gráfica, muito boa. Isso precisa ser discutido. Sempre. Agora, antes da eleição, e depois também. É uma carência no debate: para onde vai o dinheiro? Qual o impacto distributivo de tudo isso? É um ótimo tema para encarar de frente. E de onde o sr. acredita que viria o crescimento econômico? Esse é outro ponto bom. É uma bela pergunta: de onde vem o crescimento? É como aquela pergunta das criancinhas: de onde vem os bebês? Certamente, o crescimento não vem com as cegonhas. O crescimento vem de mais investimento em capital, em educação e de mais produtividade em geral. Ou seja: vem de uma economia que funcione melhor. E quem é o grande participante da economia? O Estado. Então é preciso que o Estado também faça a sua parte. Mas isso não querer dizer que seja preciso aumentar o gasto público. Aumentar o gasto pode gerar demanda no curto prazo. Mas demanda não basta. É preciso resposta da oferta: mais produção, mas emprego, mais investimento. O crescimento depende do casamento entre demanda e oferta. Hoje fica claro que o governo fez uma aposta hiper keynesiana na demanda. De novo, eu insisto: claro que deve haver demanda. Nenhum empresário vai investir se não acreditar que vão comprar os produtos deles. Mas precisa haver oferta - e é isso que está falando no Brasil. Não falta demanda. A demanda continua lá. Estabilizando o Brasil, quando o crescimento poderia ser mais robusto? Rápido. Um ano. Dizer em quanto é chutar um pouco, mas um País que tem uma renda per capita inferior em 20% a renda per capita dos mais ricos deveria poder crescer durante vários anos a 4%, 5% ao ano, mesmo com a demografia piorando. Temos que nos lembrar que a taxa de crescimento da força de trabalho caminho para zero ao longo de relativamente pouco tempo. No passado, só daí vinham uns 3 pontos porcentuais de crescimento. Essa nova realidade sugere que um crescimento sustentável de 4 a 5% seria excepcional. E acho também que a China vai cair para algo assim. Havia um certo sonho aqui de que o Brasil poderia crescer 10% ao ano - mas é bem mais difícil. Nem sei se é viável numa sociedade como a nossa, que tem uma preocupação muito grande e correta com o social. A China tem uma preocupação com o emprego, mas só um regime autoritário poderia fazer o que eles fizeram: reproduzir um modelo de desenvolvimento sem rede de proteção social - algo altamente indesejável do meu ponto de vista. Mas aqui no Brasil há uma certa inveja do que eles fizeram. Eu não teria inveja, não. Acho que estamos bem. É só arrumar a casa.
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O sr. mencionou privatizações. Há setores em mente? Nenhum especificamente. Mas penso que todos os da infraestrutura se oferecem bem para esse caminho - o que o governo chama de concessões. É a mesma coisa. Eu não tenho medo de usar a palavra que acho correta. Mas praticamente todos da infraestrutura cabem em regimes de concessão, em parcerias público privadas, sem perda de controle do regramento que cabe ao Estado em vários desse setores. Não creio que isso seja incompatível com esse desenho. Como esse desenho é do presidente Fernando Henrique, ficou hibernando um tempo, e agora voltou. É ótimo que tenha voltado. No evento de aniversário do Real, o ex-presidente Fernando Henrique disse que o Plano Real é o início de um processo que foi interrompido. O espírito é retomar àquele processo? É preciso ter na cabeça a sequência do que aconteceu. O Plano Real tirou o País do caos. Não havia chance para nós na bagunça da hiperinflação. Depois veio a reforma do Estado. O Estado no Brasil fazia coisas demais. Estava envolvido em siderurgia, fertilizantes, tinha presença maciça no setor financeiro, com bancos estaduais. Nada daquilo vinha dando certo. Houve essa guinada e, na época, a decisão de Fernando Henrique foi focar em saúde e educação especificamente. Nas outras, ter uma presença indireta - sempre que possível, acreditando na concorrência. Eu penso que não há nada mais saudável do que a concorrência. Os empresários não querem moleza. Querem um ambiente previsível, limpo, para concorrer, inovar, investir e assim por diante. Hoje eles são meio reféns da situação e isso não é o ideal. Depois da guinada, as coisas foram evoluindo. Houve a chegada do PT ao poder - num primeiro momento, uma excelente surpresa. Agora, de uma certa maneira, estamos retrocedendo. O presidente Fernando Henrique, naquela comemoração, fez menção a um ponto claro, como aliás é do feitio dele, sobre a atuação do governo. Usando minhas palavras, mas colocando mais o ou menos o que ele disse: a fase de uma presença e de atuação do governo em vários desses pontos, saúde e educação, por exemplo, já alcançou quantitativamente um tamanho bom. Mas agora chegou a fase da qualidade. O Estado precisa melhorar a qualidade dos serviços que entrega para a população. Além desses dois, o tema da segurança é um dos mais importantes e o tema da regulação, idem. Tem muita coisa a ser feita do ponto de vista qualitativo. Foi o que ele colocou lá e eu penso que é uma boa maneira de definir o que é preciso fazer. O que fazer com a política do salário mínimo, que começa a ser revista no início de 2015? É outro tema que precisa ser discutido. O salário mínimo cresceu muito ao longo dos anos. É uma questão de fazer conta. Mesmo as grandes lideranças sindicais reconhecem que, não apenas o salário mínimo, mas o salário em geral, precisa guardar alguma proporção com a produtividade, sob pena de, em algum momento, engessar o mercado de trabalho. A política do salário mínimo tem tido impactos relevantes. É um tema muito complexo e polêmico. Não tenho uma receita pronta. Estou prestando uma assessoria ao senador Aécio Neves, mas não estou entrando neste nível de detalhe. Outras perguntas que chegam com frequência é sobre como fazer a reforma tributária, o que fazer com as desonerações, o que fazer com os preços congelados - vão liberar de uma vez, vão fazer gradualmente? São questões da maior importância. Quem assumir o governo vai ter de pensar em tudo isso. Mas o tema é polêmico. Eu gosto muito de analisar as coisas antes de emitir uma opinião. É opinião antiga, de gente que faz conta, que o vínculo do salário mínimo com a previdência tem um custo. Como ocorre em todos os outros temas, é preciso pensar em custos e benefícios. Nesse ponto, entramos no terreno da política, onde não me sinto à vontade para entrar, especialmente neste momento. É fácil ser mal interpretado. O sr. mencionou que o importante é ter um ambiente favorável aos negócios. Estão pensando também na reforma trabalhista? É outro tema. Não tenho dedicado muito tempo a essa área. Todo economista que fala de reforma no Brasil cita as reformas tributária, trabalhista, previdenciária. São temas antigos. Eu não teria uma proposta. O Brasil, bem ou mal, está com o desemprego baixo. Talvez não seja um tema tão urgente quanto o da reforma tributária. E além da reforma tributária, há outra reforma prioritária? Sim. Toda a política externa do Brasil precisa ser repensada. Essa estranha predileção por parcerias e aproximações com regimes autoritários, como Cuba e outros exóticos, não tem trazido nenhum benefício ao Brasil. Não quero dizer que o Brasil não precisa ter um diálogo
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com todo mundo, com a Venezuela, por exemplo. Mas o Brasil precisa se engatar nas grandes locomotivas mundiais. Esse é um ponto muito importante. Já não é de hoje que vejo com muita preocupação a posição do Brasil no ranking do Banco Mundial chamado Doing Business. É um ranking de ambiente de negócios e o Brasil está lá embaixo na classificação. Não me lembro exatamente a posição, mas sei que ele está lá atrás. Eu penso que o Brasil poderia tratar de todas essas dimensões. Em termos de política externa, o que deveria ser feito? Como a maioria dos economistas, tenho muita simpatia por acordos multilaterais. Mas esse front não tem avançado. Quem sabe agora, com o embaixador Roberto Azevêdo (diplomata brasileiro, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, a OMC), as coisas comecem a andar. Ele começou muito bem. Mas é uma tarefa muito difícil. O Brasil precisa estar preparado para entrar nela e ter, claro, do outro lado, uma costura igualmente aberta. A própria postura dos Estados Unidos tem sido difícil em temas como o setor agrícola e o antidumping. Esse é um caminho. Mas, na prática, em paralelo à OMC, a maioria dos países tem feito acordos bilaterais e regionais. O Brasil precisa avançar nesse direção. Primeiro, imagino, com a Europa, que já está pipeline (expressão em inglês que significa roteiro) há algum tempo. Eventualmente, poderíamos pensar algo com Estados Unidos e China. Talvez seja necessário repensar o Mercosul também. Especialistas acreditam que o Brasil, a essa altura, poderia transformar a união aduaneira num tratado de livre comércio. Tenho simpatia pela ideia. O sr. é a favor da autonomia do Banco Central? Sou. E sou porque, na prática, é o que os governos tendem a fazer na maior parte do mundo. Eu gosto de usar a nomenclatura "autonomia operacional". Ou seja: a definição das metas ficaria com o governo e, claro, deveriam ser metas de longo prazo para não ficarem expostas aos ventos do círculo político. Mas o governo preservaria esse direito. Isso significa ter mandatos para os dirigentes do Banco Central. Claro que se houvesse problemas na atuação, se não estiverem cumprindo os seus objetivos, o governo, no limite, poderia pedir ao Senado a remoção de quem for, inclusive do presidente. Esse é um sistema bem testado e requer um Banco Central transparente. Mas, hoje, ninguém questiona isso. Eu passei pelo Banco Central e posso garantir: uma das grandes vantagens do modelo de metas da inflação é justamente a interação com os analistas, os economistas, os consultores que trabalham, no fundo, de graça para o Banco Central. O Banco Central apresenta suas ideias, explica o porque de suas ações e recebe as críticas, que são extremamente úteis. Funciona bem. Claro que precisa ser um sistema flexível, no sentido de o Banco Central poder e dever trabalhar para suavizar o ciclo econômico - é uma função clássica - e ser o guardião da estabilidade financeira. Esse seria o desenho. Eu creio que isso deva ser transformado em lei. Na sua passagem pelo Banco Central, em 1999, o sistema de metas de inflação serviu como uma âncora. Nesse momento de transição, que o sr. descreve como difícil, o sistema de metas pode ser um âncora ou será preciso outra política? O sistema de metas de inflação é muito bom, mas sozinho não chega lá - é preciso uma âncora fiscal. Foi o que aconteceu naquela época. Lembro muito bem do esforço fiscal, naquele momento muito maior e, em paralelo ao esforço de aumentar o saldo primário, houve também todo um trabalho que desembocou na Lei de Responsabilidade Fiscal. Nós que estávamos no governo na época já procurávamos cumprir. O projeto já havia sido apresentado e aquilo era uma bússola para o nosso trabalho. Sem o fiscal, o sistema de metas teria fracassado. Eu penso que a situação hoje é idêntica nesse sentido. O momento naquela época era mais turbulento, porque havia medo que a inflação voltasse a níveis elevados. Primeiro, as expectativas no início de 1999 eram muito dispersas, depois, muito elevadas, entre 20% e 50%. Nós tínhamos saídos de um ambiente hiperinflacionário, a duras penas. Antes do Plano Real, vários planos foram testados e deram errado. Havia um receito naquele momento: será que vai ser mais um caso como os outros? Felizmente, não foi. Mas foi preciso um esforço fiscal que, aliás, foi anunciado pelo presidente antes da eleição - isso é muito importante. Ele teve a coragem e o bom senso de pactuar isso com a sociedade e, depois, pôde fazer as coisas com toda a tranquilidade. De novo, eu repito o que disse para a situação de hoje: o custo para o ajuste é muito menor que o custo do não ajuste. Naquela época, as projeções para o crescimento do PIB eram menos 4% em janeiro de 1999. Depois, acabou sendo ligeiramente positivo - uma diferença de 4%. Eu sou a favor que as providências sejam tomadas. Nessa reorganização, como ficam os repasses dos bancos públicos, como BNDES?
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Esse é um daqueles temas. Eu penso que o trabalho dos bancos públicos carece de mais análise e transparência. Não existem estudos sobre o que o BNDES vem fazendo há décadas. Eu até conheço o trabalho do BNDES e creio que um estudo seria bastante interessante. Mas o BNDES vem se agigantando, fazendo empréstimos a taxas muito baixas, sem, ao meu ver, uma análise do impacto social desses programas, até para que se possa decidir se vale a pena continuar ou não. Carece de transparência. Minha impressão é que vai ser preciso fazer essa análise - e o papel do BNDES, a médio prazo, será menor. Não há muita dúvida. É preciso dizer que a maioria das atividades não precisa de subsídio. Eu já disse isso. Os empresários precisam ter um ambiente bom para trabalhar, mas não há necessidade de subsidiar. Até acho que os subsídios põem pressão na taxa de juros para o não favorecidos. Qual seria o papel da indústria? O papel da indústria é muito importante. É inegável que a nossa indústria vive um momento difícil. O ataque nessa questão precisa ser feito em várias frentes. Toda essa questão do Custo Brasil, da infraestrutura, da questão tributária faz parte da resposta, bem como a integração do País às cadeias globais. Eu penso que as lideranças empresariais - hoje muito bem representadas por pessoas como Pedro Passos (sócio da Natura e Presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), que vêm revolucionando a maneira de pensar o setor - têm uma visão mais holística da coisa. Mas é inegável, também, que a evolução natural do desenvolvimento leva o setor de serviços a ficar maior do que o da indústria. Não há problema nisso. Às vezes, as pessoas pensam que só é bom o que elas podem pegar, mas não é assim. Só para citar um exemplo: há os serviços de saúde. Tem coisa mais importante do que a saúde? Vai ser natural: com o tempo, o setor de serviços vai ganhar mais espaço. O turismo, o entretenimento, a saúde, a educação. Mas está claro que a indústria precisa de uma atenção. Tem cura. O Brasil é grande. Não tenho medo nessa área, mas vejo muitas dificuldades. O sr. viveu duas transições na prática - a de 1998 para 1999 e depois o final do governo de Fernando Henrique para o de Lula. Agora está no meio do debate de uma eventual transição. Há comparações entre os diferentes momentos? Eu vivi outra transição. Fui diretor do Banco Central em 1991 e 1992. Fiz parte da segunda equipe econômica do governo Collor (ex-presidente Fernando Collor de Mello) para criar as condições de estabilização. Foi uma tremenda encrenca aquela época. Eu acho que faz parte do processo de amadurecimento. Se eu puder colaborar, estou disposto. Desde que haja - e no caso do meu relacionamento com o senador Aécio há - um alinhamento muito grande de visões de sociedade, de governo. É uma visão genuinamente progressista e eficiente, que tem capacidade de entregar resultado. Eu fiquei muito contente quando ele me procurou. E faz quanto tempo? Eu o conheço há mais de 20 anos. Não foi uma coisa da noite para o dia. Mas a conversa começou em janeiro de 2013 e se aprofundou nos últimos meses. De novo: eu estou mais na estratégia do que na prática. Não faço parte da campanha. No momento, eu não posso e não é isso que ele espera de mim. Mas, eventualmente, se ele tiver sucesso - e eu acredito que terá - eu estou a disposição. Como sr. está vendo o cenário eleitoral? Muita água ainda vai correr. Há uma clara insatisfação com o que se tem hoje. Há espaço para a mudança. Eu espero que isso aconteça - não vou esconder as minhas preferências que são óbvias a essa altura -, mas penso que seria bom, de qualquer maneira, que aconteça. Eu acredito no debate que acontece pela imprensa, mais no caderno econômico do que no de política, aqui no Brasil. O debate econômico é muito bom. Eu leio os jornais de outros países. O Brasil tem densidade nessa discussão. É preciso que essa densidade seja de alguma utilidade também para o debate político. Isso tudo pode ser muito bom, mesmo que seja o ano em que os governos costumam esticar um pouco acorda para se reelegerem.
Mercado de veículos novos em SC cresce 15,93%
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Dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores em SC. Foto: Divulgação
O emplacamento de veículos em Santa Catarina aumentou em 15,93% em abril, na comparação com o mês de março deste ano. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores em Santa Catarina (FENABRAVE-SC). Além disso, as seis regiões do estado (Grande Florianópolis, Região Norte, Região Oeste, Planalto Serrano, Região Sul e Vale do Itajaí) apresentaram acréscimo neste período. De janeiro a abril, a venda de veículos novos em Santa Catarina atingiu a marca de 80.140 unidades. Conforme a FENABRAVE-SC, a região Vale do Itajaí, foi a que mais se destacou neste período, com a comercialização de 21.163 unidades, seguida pela Grande Florianópolis com 16.330 emplacamentos e Região Oeste, com 13.841. O Oeste do estado foi a que apresentou melhor desempenho em abril, quando comparado a março. As vendas aumentaram em 20,75%, o que coloca esta região acima das vendas a nível nacional, que obteve a marca de 17,39%. Em números, a região emplacou 13.841 unidades nesta ano. Em relação ao aumento de vendas, na segunda posição está a região Sul, que apresentou aumento de 16,57% em comparação a março de 2014. Entre janeiro e abril, a região já emplacou 11.807. Em comparação as venda de março, a região do Vale do Itajaí apresentou acréscimo de 16,35% em abril, posicionando-se acima do mercado estadual e ainda levando o título da região que mais vendeu unidades no acumulado deste ano (janeiro a abril). A região da Grande Florianópolis também apresentou aumento nas vendas em abril, atingindo a marca de 15,56% de acréscimo. Nesta região já foram emplacadas 16.330. A região Norte apresentou acréscimo de 12,64%% em relação a março deste ano. Foram comercializados, entre janeiro e abril deste ano, 13.470 novos veículos. Por fim, a região do Planalto Serrano apresentou crescimento de 7,11%. Os dados representam que durante 2014, já foram emplacados 3.529 novos veículos nesta região.
Recuperação de crédito cai 6,53% em abril, diz SPC
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Resultado reflete a baixa capacidade de pagamento do consumidor brasileiro. Foto: Divulgação
O número de dívidas regularizadas, calculado a partir das exclusões dos registros de inadimplência do banco de dados do SPC Brasil, recuou 6,53% em abril de 2014, frente a abril do ano passado. Em relação a março deste ano, as regularizações caíram 0,18%. O dado é do Indicador Mensal de Recuperação de Crédito do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). A variação anual (-6,53%) mostrou queda consideravelmente mais acentuada do que a registrada em março (-2,69%), dando continuidade à tendência de desaceleração do indicador verificada desde o início de 2014. Já a variação mensal de abril (-0,18%) foi bastante inferior à observada no mesmo período de 2013, quando o indicador cresceu 3,92%. Na avaliação dos especialistas, os resultados estão bastante coerentes com o indicador de inadimplência, que em abril deste ano, apontou uma aceleração histórica no número de negativados:+8,60%, em relação ao mesmo período do ano passado. Luiza Rodrigues, economista do SPC Brasil, explica que o recuo do indicador de recuperação de crédito, analisado em conjunto com a aceleração da inadimplência, sugere uma diminuição da capacidade de pagamento do consumidor brasileiro. “Os indicadores refletem as condições menos favoráveis da atividade econômica tanto para o consumo quanto para a quitação de dívidas. Este cenário é impactado negativamente pela aceleração da inflação, alta dos juros e pelo crescimento moderado da massa salarial”, afirmou.
Exportações de Santa Catarina sobem 11% em abril As exportações catarinenses subiram 10,84% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, chegando a US$ 891,6 milhões. No acumulado do ano a alta é de 7,25%. As variações contrastam os números nacionais, que apontam reduções de 4,4% no mês e de 3% no quadrimestre. Os dados integram levantamento divulgado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) nesta terça-feira (13). Entre os principais produtos embarcados no Estado, o destaque é para a soja, que subiu 203% no acumulado de janeiro a abril, passando da sétima posição em 2013 para a segunda em 2014, com US$ 278,5 milhões. Apesar da redução de 8,81% no período, o frango segue liderando a pauta de exportações catarinense, com US$ 665,4 milhões. A China segue crescendo entre os compradores dos produtos exportados via Santa Catarina. Com US$ 318 milhões no quadrimestre, o país asiático comprou 84,7% a mais que em 2013.
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Esta elevação foi puxada por soja, frango e madeira. Os Estados Unidos compraram US$ 357 milhões (+16,7%) e mantiveram o primeiro lugar, com destaque para blocos de cilindro para motor e motocompressores. A segunda maior alta foi registrada nos embarques para a Rússia, que subiram 40%, puxados pela carne suína. As importações subiram 4,47% em abril e chegaram a US$ 5,272 bilhões no quadrimestre, alta de 16,2% em relação ao mesmo período de 2013. Este indicador também contrasta com dados nacionais, que registram queda de 3,52% nas importações entre janeiro e abril. Entre principais empresas importadoras de Santa Catarina têm destaque as tradings, que importam pelos portos do Estado, mas distribuem a maior parte das aquisições ao restante do país.
BB e Bradesco buscam fazer programa de fidelidade O Banco do Brasil (BB) e Bradesco informaram, por meio de comunicado ao mercado, que iniciaram tratativas para explorar negócios relacionados a programa de fidelidade, chamado Livelo. O programa de fidelidade vai permitir que o cliente acumule e resgate pontos de diversos parceiros. Mas o início da operação, do novo negócio, está sujeito ao cumprimento das formalidades legais e regulatórias aplicáveis, diz o comunicado. Ainda de acordo com o comunicado, a Livelo é uma sociedade com participação indireta do BB, com 49,99% do capital social, e do Bradesco, com 50,01% do capital social, por meio da Companhia Brasileira de Soluções e Serviços. A atuação do programa de fidelidade será por meio de parceiros: emissores de instrumentos de pagamento, varejistas e demais programas de fidelidade, dentre outros. Os bancos esperam reunir um grupo diversificado de parceiros relevantes e estratégicos, tanto na geração de pontos de fidelidade quanto nas possibilidades de resgate de benefícios. Também é objetivo das instituições financeiras desenvolver pontos de fidelidade próprios a serem oferecidos aos parceiros de geração e acúmulo de pontos e conversíveis em prêmios e benefícios nos parceiros de resgate.
Saídas de dólares superam entradas em US$ 1,7 bi, neste mês até dia 9 (Agência Brasil) Mais dólares saíram do que entraram no país no início de maio. De acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados ontem (14), o saldo negativo, neste mês, até a última sextafeira (9), está em US$ 1,737 bilhão. Em abril, o saldo ficou positivo em US$ 2,783 bilhões. Neste mês, o resultado negativo vem tanto do segmento comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações), com US$ 218 milhões, quanto do financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações), com US$ 1,519 bilhão. De janeiro até 9 de maio, o fluxo cambial está positivo em US$ 3,104 bilhões. O fluxo financeiro apresenta saldo positivo de US$ 582 milhões, e o comercial, de US$ 2,522 bilhões.
Com juros altos, poupança rende mais que a inflação Os investidores que aplicam na poupança tiveram, em abril, um rendimento maior do que a inflação no período de 12 meses. O ganho maior vale tanto para os depósitos feitos até 3 de maio de 2012, na antiga poupança, quanto para os valores depositados na caderneta a partir de 4 de maio de 2012, na chamada nova poupança. Enquanto a inflação do período medida pela IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ficou em 6,28%, o ganho da nova poupança foi de 6,4%. Já o rendimento da caderneta antiga foi um pouco maior, em 6,62%, de acordo com cálculos do professor José Dutra Vieira Sobrinho.
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Para ele, esse bom desempenho da caderneta mostra porque a aplicação é a preferida dos brasileiros. "É um investimento seguro, de baixo risco, que vem, de forma geral, batendo a inflação. Por isso é tão difícil o brasileiro com renda menor, que não está acostumado ao mercado financeiro, mudar de investimento", diz. OPÇÕES O professor lembra que, com a Selic (taxa básica de juros da economia) em 11% ao ano, há outras opções de investimento que podem trazer ganho maior, como é o caso dos fundos de renda fixa. "No entanto, é preciso lembrar que esse rendimento maior é para fundos com taxa de administração de 1%. Se a taxa for de 2%, já não compensa", afirma. De forma geral, as taxas menores nos fundos de renda fixa só costumam ser oferecidas para quem tem valores acima de R$ 50 mil para investir. ENTENDA AS REGRAS - Poupança antiga (depósitos feitos até 3 de maio de 2012) - O rendimento é sempre de 0,5% ao mês mais TR (Taxa Referencial) - Nova poupança (depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012) - Há duas regras: 1. Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano: 0,5% ao mês mais TR 2. Se a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano: rendimento de 70% da Selic mais TR CONFIRA OS GANHOS EM 12 MESES (de maio de 2013 a abril deste ano) - Poupança antiga (depósitos feitos até 3 de maio de 2012) - Rendimento de 6,62% - Nova poupança (depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012) - Rendimento de 6,4%
Brasil é um dos emergentes que têm vulnerabilidades internas, diz FMI NOVA YORK - O Brasil é um dos países emergentes que têm vulnerabilidades internas, disse nesta quarta-feira o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard. Segundo ele, o país está no grupo de economias que têm problemas ligados à credibilidade da política fiscal, da política monetária ou de ambas. Ele não especificou se a vulnerabilidade brasileira era ligada à questão fiscal ou monetária, ao responder uma pergunta do ex-presidente do Banco Central (BC) Carlos Langoni em seminário realizado em Nova York. Segundo ele, o tema da credibilidade é particularmente relevante no caso do Brasil. Blanchard citou o caso da Índia como um país que recuperou a confiança com mudanças na política monetária depois da volatilidade causada em maio do ano passado pelo anúncio, por parte do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), de que os estímulos monetários começariam a ser reduzidos. Blanchard disse que os emergentes apresentam uma situação melhor no front externo, em especial por causa do nível elevado de reservas. Outra vantagem é que em geral a exposição dos tomadores de empréstimos domésticos a mudanças no câmbio é menor do que na crise asiática, no fim dos anos 1990. Com isso, desvalorizações cambiais podem ser uma opção para muitos países, sem causar problemas mais sérios. O economista-chefe do Fundo notou ainda que a baixa taxa de investimento, na casa de 18% do Produto Interno Bruto (PIB), é uma das explicações para o baixo crescimento do país. Nos últimos anos, o FMI tem dito que elevar o investimento é uma das medidas fundamentais para o Brasil voltar a crescer a taxas mais elevadas, superando gargalos de oferta, especialmente em infraestrutura. O FMI espera que a economia brasileira cresça 1,8% neste ano, metade da estimativa para o mundo, como notou Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da FGV. Blanchard e Langoni participaram em Nova York do seminário III World Economy and Brazil, promovido pela FGV Projetos e pela Brazilian American Chamber of Commerce. Durante o seminário, Blanchard observou ainda que os investidores pensaram duas vezes sobre o Brasil em maio do ano passado e ainda estão preocupados com o que está ocorrendo
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no país. Foi em maio de 2013 que o Fed acenou com a possibilidade de começar a retirar os estímulos monetários, o que foi oficialmente definido em dezembro daquele ano. No caso brasileiro, o déficit em conta corrente e o déficit público aumentaram em relação ao período anterior à crise que começou em 2007 e se agravou em 2008, com a quebra do banco Lehman Brothers. O quadro com os indicadores brasileiros também apontou o aumento da inflação no país.
Canuto prefere ajuste 'não gradual' de tarifas
Canuto: "Efeito da redução dos estímulos monetários nos EUA sobre emergentes não deve ser dos mais fortes"
O Brasil terá de fazer ajustes importantes em 2015, como a correção dos preços administrados, de preferência evitando gradualismos, e a elevação do superávit primário, acompanhada de uma melhora da qualidade da política fiscal, diz o consultor sênior para os BRICS do Banco Mundial, Otaviano Canuto. Observador atento do que se passa com os emergentes, Canuto acredita que o efeito da redução dos estímulos monetários nos Estados Unidos sobre esses países não será dos mais fortes daqui para frente. Para o Brasil, os desdobramentos da desaceleração da China talvez tenham mais importância do que a redução dos estímulos monetários americanos, afirma ele, considerando mais provável que o país asiático evite um pouso forçado. Ao falar da correção dos preços administrados (como tarifas de energia e preços de combustíveis) esperada para o ano que vem, Canuto diz que, "como economista", tende a preferir ajustes não graduais. "Enquanto a percepção dos agentes for de que o ajuste está incompleto, as expectativas de inflação não vão ajudar no comportamento da própria inflação." Mas ele ressalva que, se houver uma sinalização clara das regras da gradualidade do ajuste, pode ser que não seja necessário um aumento de uma vez. Um ponto fundamental, contudo, continua Canuto, é que a situação desses preços têm um impacto sobre a formação das expectativas futuras de inflação. Canuto participa hoje do 3º World Economy and Brazil, em Nova York, seminário promovido pela FGV Projetos e pela Brazilian American Chamber of Commerce. Segundo ele, além do impacto dos preços administrados sobre as projeções para os índices de preços, a inflação no Brasil continua elevada mesmo depois de os juros terem subido de 7,25% para 11% ao ano porque "a economia demanda coisas além do que o sistema pode produzir". Esse descompasso entre oferta e demanda se expressa de duas maneiras - na redução do saldo comercial e nos índices de preços. Sobre a política fiscal, Canuto afirma que será preciso elevar o superávit primário, mas também promover um ajuste das contas públicas que tenha uma perspectiva plurianual, de longo prazo. "É importante não fazer aperto baseado na contenção de despesas na boca do caixa, com cortes de gastos essenciais. Para tornar a meta factível, e para não depender de manobras com restos a pagar, os itens geradores de receita e despesa têm que ser revisados para dar um horizonte de vários anos, mostrar que o ajuste é para valer", afirma Canuto. Possível medida é revisar pensões por morte, que no Brasil consomem cerca de 3% do PIB. "Eu tenho certeza de que quem quer que ganhe as eleições terá que abrir as diversas caixinhas e diferenciar os tipos de gastos que estão lá dentro. Em cada uma delas, haverá gastos que se justificam por motivos de redução da pobreza, por apoio ao investimento público em infraestrutura ou nas funções públicas, mas também haverá gastos que não se justificam por nenhum desses dois critérios. Você precisa colocar os holofotes neles, porque, à medida que você faz isso, a probabilidade do apoio da população às mudanças vai ser grande." Na avaliação do economista do Banco Mundial, essa mudança qualitativa terá que ser acompanha pela elevação do superávit primário. "Se nós queremos ter um país em que a riqueza privada hospedada no sistema financeiro esteja direcionada para a criação de ativos novos no próprio setor privado, uma coisa a fazer é reduzir a dívida pública bruta, e isso passa pelo aumento do superávit primário", afirma ele.
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Para Canuto, a combinação de crescimento baixo, inflação alta e déficit em conta corrente crescente indica que o Brasil esgotou o padrão de crescimento que teve "excelente desempenho social no novo milênio", sem engatar a marcha para mudar de modelo, mais baseado no investimento do que no consumo. "Enquanto a reação em 2008 e 2009 permitiu uma recuperação rápida e primorosa, o Brasil, como Índia, Indonésia e Rússia, não se deu conta de que aquela reação anticíclica vitoriosa teria o impacto de uma vez", diz ele. A tentação foi muito forte de simplesmente usar as boas condições de liquidez e o entusiasmo para fazer mais do mesmo, segundo Canuto. "O crédito ao consumo subiu nesses países todos. Não houve preocupação com a mudança no sinal do saldo comercial e com a recriação de condições propícias à ampliação do investimento." Para voltar a crescer a taxas mais elevadas, o Brasil precisa de mais investimentos em infraestrutura e melhorar o ambiente de negócios. Também é fundamental melhorar a qualidade do gasto público, diz ele. "Num país em que, por opção democrática, 35% do PIB são gerados a partir do Estado, a qualidade do gasto público afeta muito o potencial de crescimento." Canuto considera que a redução dos estímulos monetários pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não deverá causar grandes sobressaltos nos emergentes. Além de não vislumbrar uma alta forte dos juros americanos, ele lembra que já houve um ajuste muito forte nos portfólios globais do ano passado para cá, depois que o Fed acenou em maio de 2013 com a perspectiva de diminuição das compras de ativos. Os países que mais sofreram num primeiro momento foram os que haviam recebido fluxos de capitais elevados no período anterior, assim como os que tinham mercados financeiros maiores. "As economias com mercados grandes e com liquidez serviram principalmente a tomadas de posições especulativas numa direção e na outra. É o preço que se paga quando se tem mercados um pouco mais sofisticados", diz Canuto, para quem o Brasil tem uma situação do balanço de pagamentos bem mais tranquila que a de outros emergentes apontados que foram apontados como vulneráveis a partir do ano passado, como Turquia, Índia, Indonésia e África do Sul. O Brasil tem mais fragilidades em aspectos domésticos, como o tamanho da dívida bruta e ao ritmo de crescimento. Canuto entende que o momento positivo dos ativos brasileiros nos últimos meses se deve, além do ajuste global de portfólio já ocorrido, às intervenções do Banco Central no mercado de câmbio, por meio da oferta de swaps cambiais. Essa atuação reduziu uma fonte importante de volatilidade, que elevava os prêmios de risco. "À medida que as intervenções indiretas no mercado de câmbio promoveram uma certa confiança de estabilidade na trajetória, esse componente de risco caiu brutalmente." Do ponto de vista do Brasil e de outros emergentes, diz Canuto, os desdobramentos da desaceleração da China talvez tenham mais importância do que a redução dos estímulos monetários nos EUA. Ainda assim, ele observa que o Brasil não é um dos emergentes mais expostos a uma desaceleração da China. "Quem hoje tem que se preocupar mais com desaceleração da China pelo impacto doméstico são países como Chile, Peru, Colômbia, África do Sul, Rússia e Indonésia", afirma. Segundo Canuto, o impacto do que se passa na China sobre o Brasil é entre moderado e alto. É fato que o país exporta muito minério de ferro para os chineses, mas também vende muitas commodities agrícolas, cujos preços tendem a ser menos afetados por uma perda de força da economia chinesa. Para Canuto, a China já está promovendo a transição para um crescimento liderado mais pelo consumo do que pelo investimento, e deve ser capaz de evitar um colapso do sistema financeiro, apesar da forte expansão do crédito via sistema bancário paralelo (shadow banking) depois da crise de 2008 e 2009. O fato de o sistema financeiro chinês não ser muito sofisticado diferencia o país da situação que os EUA viveram há alguns anos, que culminou na quebra do Lehman Brothers.
Clima econômico no Brasil não era tão ruim desde 1999 Indicador de clima econômico no país caiu para 71 pontos em abril - 20% a menos do que no início do ano e pior até do que no auge da crise econômica mundial
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Em abril, o indicador Ifo/FGV de Clima Econômico (ICE) chegou a 71 pontos no país - uma queda de 20% desde o início do ano e o pior índice desde janeiro de 1999. No auge da crise econômica mundial, em janeiro de 2009, ele estava em 78 pontos. Nos últimos 10 anos, a média do país foi de 121 pontos. Um número acima de 100 é considerado "favorável"; abaixo de 100, desfavorável. O indicador final é uma média de dois índices: o de "situação atual" (ISA) e o de expectativas (IE). No Brasil, a avaliação da situação atual (68) é pior do que as expectativas em relação ao futuro (74). A pesquisa é realizada trimestralmente desde 1989 por uma parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV (Fundação Getúlio Vargas) e tem como fonte de dados a Ifo World Economic Survey (WES). Em abril, foram ouvidos 1134 especialistas em 121 países. Eles também destacam, a partir de uma lista de dez tópicos, quais são os maiores entraves para o crescimento econômico. No caso do Brasil, os mais citados foram, em ordem: 1. Falta de competitividade internacional 2. Falta de confiança nas políticas do governo 3. Inflação 4. Déficit público 5. Falta de mão de obra qualificada A falta de competitividade internacional é historicamente citada como um dos principais problemas em todos os países latino-americanos - com exceção da Bolívia. O que chama a atenção, no caso brasileiro, é que desde o início do ano passado há uma preocupação crescente com o déficit público e uma grande perda de confiança nas políticas do governo.
Mundo 7 dos 11 países latino-americanos tiveram queda do índice em abril, mas a do Brasil foi a maior. O ICE só melhorou na Bolívia, no Peru e no Uruguai.
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O ICE brasileiro é hoje menor que o da Argentina (de 75 pontos) e só ganha da Venezuela que está no valor mínimo, 20 pontos, desde julho de 2013. O índice para a América Latina como um todo está hoje em 90, abaixo do ICE para o mundo, de 113 - que está sendo puxado para cima por causa da melhora do clima na União Europeia e nos Estados Unidos. Entre os BRICS, só a Índia teve melhora no índice desde janeiro, enquanto a Rússia viu uma queda de 24%. O clima na China também vem piorando - foi de 112 para 88 nos últimos seis meses, o que fez o país passar da zona favorável para a desfavorável.
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