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Ex­ministro da Fazenda (governos Costa e Silva e Médici), é economista e ex­ deputado federal. Professor catedrático na Universidade de São Paulo. Escreve às quartas­feiras.

antonio delfim netto Brexit 22/06/2016

ideias.consult@uol.com.br

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Por definição, uma "crença" é uma proposição aceita como verdadeira, mas com base em evidências inconclusivas. Deveria ser claro que o que acreditamos baseados no nosso sentimento e emoção não é, necessariamente, o que deveríamos acreditar com fundamento nas evidências. É por isso que se recomenda um ceticismo cauteloso. Não resistimos às "crenças" apenas porque podem não ser verdadeiras, mas para vê­las enfrentar a evidência factual. Todo conhecimento começa com a hipótese de que a proposição é falsa até que se encontre uma demonstração convincente. A teoria da "dissonância cognitiva" de Festinger sugere que, quando uma "crença" submetida a uma experiência crítica é desmentida, os seus seguidores se dividem. Uns a abandonam. Outros reinterpretam as evidências para continuar a cultivar a sua "crença". Por exemplo, o "socialismo" anunciado por Lênin, em 1917, que deveria levar a sociedade com plena liberdade individual, com a mais completa igualdade e com o aumento da eficiência produtiva, revelou­se o oposto de tudo isso, conforme denunciado por Khrushchev em 25/2/1956. Um bom número de pessoas abandonou a sua "crença" no socialismo "real", mas uma minoria continua reinterpretando as evidências para poder cultivar a sua "crença" no socialismo "ideal", como vemos todos os dias na generosa esquerda infantil que vive entre nós.

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Há momentos cruciais em que as consequências das decisões da sociedade são de tal magnitude que é preciso consultá­la diretamente, por um plebiscito, por exemplo, que revelará a "crença" majoritária. A posição de cada um depende da qualidade da sua informação e do que espera no futuro, que é sempre "aberto" e rigorosamente opaco. Não há garantia de que a decisão majoritária de hoje seja a melhor quando o futuro for presente. Nesta quinta (23) o Reino Unido decidirá se sai (o Brexit) ou fica na União Europeia, que acumula graves problemas de administração política e singular deficit democrático. Há uma trágica divisão da sociedade inglesa revelada por pesquisas específicas. Entre os mais informados que veem mais longe (cientistas, sociólogos, economistas, etc.) a permanência tem mais do que 2/3

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dos votos. Na população em geral, na qual a miopia curto­prazista é amplamente majoritária, há, até hoje, uma indecisão. Na minha opinião, o Brexit no longo prazo tem toda a probabilidade de ser uma má solução para o próprio Reino Unido e toda a probabilidade de disparar novos separatismos nele e em outros países que serão prejudiciais à construção de uma ordem mundial pacífica. O "juízo final" será, entretanto, dado pela história. Como já sabemos ele, em geral, só chega quando é tarde demais para o arrependimento... ideias.consult@uol.com.br

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Bela aula de Lógica Professor Delfim! É esse nível de discussão que gostaria de ver em todos os Colunistas da FSP, mas infelizmente alguns insistem em se basear nas suas crenças ignorando os fatos. Dominada pela emoção e não pela razão, os adeptos do Brexit, o impalatável Boris Johnson incluído, estão se aproveitando do movimento para construir a suas carreiras políticas, não importando o custo. O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem

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22/06/2016 às 08h35 Brasil

Confiança da indústria tem alta em

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junho, mostra prévia da FGV

Confiança da indústria tem alta em junho, mostra prévia da FGV 08h35

Por Valor

SÃO PAULO ­ O indicador de confiança industrial medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) subiu novamente. Desta vez, em junho, a alta foi de 3,9 pontos em relação a maio, para 83,1, de acordo com o resultado prévio da Sondagem da Indústria de Transformação. Se confirmada, esta será a quarta alta consecutiva do índice, que o levará ao maior nível desde fevereiro de 2015.

Leia as manchetes de hoje dos principais jornais brasileiros 08h06

Em março, o aumento foi de 0,4 ponto; em abril, de 2,4 pontos e, em maio, de 1,7 ponto. Na comparação com junho de 2015, houve avanço de 8,3 pontos no índice de confiança da indústria.

Brasil terá que ser aceito para entrar na negociação de acordo para serviços  05h00

A alta do indicador na prévia de junho foi determinada principalmente pela melhora das perspectivas para os próximos meses. O Índice de Expectativas (IE) marcou 85,2 pontos, 7 pontos acima do número final de maio. O Índice da Situação Atual (ISA) teve elevação de 0,8 ponto, para 81,3 pontos. Ante junho de 2015, as altas foram de 9 pontos e de 6,8 pontos, respectivamente.

País apresenta proposta para desbloquear discussão agrícola  05h00

Ver todas as notícias

Apesar da melhora da confiança, a indústria segue muito ociosa. Segundo o levantamento, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) na prévia de junho ficou em 73,6%, idêntico ao mínimo histórico, registrado em fevereiro passado. Com o resultado de junho, a média observada no segundo trimestre, de 73,9%, ficaria praticamente estável em relação aos 73,8% médios do trimestre anterior. Para a prévia da sondagem deste mês, foram consultadas 781 empresas entre os dias 1 e 17. O resultado final da pesquisa será divulgado na terça­feira, dia 28. (Valor)

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Diretor da OMC elogia pauta de comércio exterior no governo Temer 17/06/2016

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22/06/2016 às 05h00 Brasil

Consumo de combustível volta a cair

Últimas Lidas Comentadas Compartilhadas Por André Ramalho | Do Rio

A queda do consumo de combustíveis no país tem se intensificado este ano, em meio ao cenário de deterioração da economia brasileira, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em maio, as vendas no mercado brasileiro caíram 2,2%, ante igual mês de 2015, e pelo terceiro mês seguido houve retração na comercialização, na comparação anual. Ao todo, foram consumidos 11,194 bilhões de litros no mês passado, menor volume para maio desde 2012. Nos cinco primeiros meses de 2016, o mercado acumula queda de 4,4%, desempenho inferior ao recuo de 0,58% entre janeiro e maio de 2015, frente a igual período de 2014. Ainda para efeitos de comparação, o setor fechou 2015 com queda de 1,9%.

Confiança da indústria tem alta em junho, mostra prévia da FGV 08h35 Leia as manchetes de hoje dos principais jornais brasileiros 08h06 País apresenta proposta para desbloquear discussão agrícola  05h00 Brasil terá que ser aceito para entrar na negociação de acordo para serviços  05h00 Ver todas as notícias

O mercado de óleo diesel, mais atrelado ao desempenho do PIB, caiu 2,96% em maio (para 4,49 bilhões de litros), enquanto, no ano, as vendas do derivado acumulam retração de 4,9%. O consumo de gasolina C (misturada ao etanol anidro) segue como único destaque positivo do ano entre os produtos acompanhados pela ANP, com alta de 4,7% em maio (para 3,42 bilhões de litros) e de 2,5% no acumulado dos cinco primeiros meses de 2016. Esse aumento, contudo, não tem sido suficiente para sustentar o crescimento do mercado Ciclo Otto (veículos que consomem gasolina e/ou etanol). Quando somada as vendas de gasolina e etanol, considerando a equivalência energética, o Ciclo Otto acumula queda de 1,07% no ano, puxada pela retração no mercado de etanol. Segundo os dados da ANP, as vendas do hidratado tiveram queda de 8% no mês passado. No ano, acumula retração de 13,6%. Dentre os oito combustíveis pesquisados pela ANP, apenas a gasolina tem registrado crescimento este ano. Além do diesel e do etanol, acumulam queda em 2016 o óleo combustível (­30,6%); o querosene de aviação (­6,6%); a gasolina de aviação (­16,1%); e o querosene iluminante (­5,1%).

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21/06/2016 às 13h10

Indicador de Custos Industriais sobe no

Brasil

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1º trimestre, diz CNI

Confiança da indústria tem alta em junho, mostra prévia da FGV 08h35

Por Lucas Marchesini | Valor

SÃO PAULO ­ Os custos na indústria cresceram 2,2% no primeiro trimestre de 2016 frente aos últimos três meses de 2015 e 12,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do “Indicador de Custos Industriais” divulgado nesta terça­feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). “A alta [frente ao último trimestre de 2015] é inferior aos 3,2% registrados no período imediatamente anterior”, informou, em nota, a confederação patronal. Na comparação com o fim de 2015, a principal alta ocorreu no custo com capital de giro, que aumentou 5,7%. “Essa alta pode ser consequência da crise econômica, na medida em que a situação financeira das empresas se deteriora e aumenta o risco de inadimplência em empréstimos bancários”, diz a CNI. Em seguida, vem o custo tributário, que subiu 4,2%. Já o custo de produção avançou 1,7% na mesma comparação.

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O custo de produção é subdividido em três categorias: com energia, que cresceu 8,7%, com pessoal, que avançou 2%, e com bens intermediários, que teve alta de 1,1%, exclusivamente por conta dos insumos nacionais, cujo avanço nos preços foi de 1,7% enquanto os importados tiveram queda de 1,9%. Na comparação com o primeiro trimestre de 2015, a principal alta foi no custo com capital de giro, que avançou 23,4%, seguido pelo custo de produção, com alta de 14,2%, e o custo tributário, que cresceu 3,3%. Dentro da produção, a maior alta frente ao início do ano passado foi com a energia, cujo avanço foi de 24,3%, seguido por bens intermediários (15,2% de alta) e pessoal, com crescimento de 9,2%.

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(Lucas Marchesini | Valor)

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22/06/2016 às 00h47

'Ou mudamos a Constituição, ou não resolvemos a dívida', diz Meirelles Por Valor

SÃO PAULO ­ O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o problema da despesa pública no Brasil é estrutural, por causa dos gastos obrigatórios definidos na Constituição de 1988 – casos de saúde e educação – e que demais despesas vêm a reboque. No entender do ministro, por isso é importante que a limitação dos gastos do governo seja feita por meio de emenda à Carta. “Ou mudamos a Constituição, ou não resolveremos a dívida da União”, disse Meirelles, em entrevista à GloboNews na noite desta terça­feira. O ministro também classificou como importante a negociação das dívidas dos Estados, por eles também se comprometerem com limitação de suas despesas. “Devemos olhar os gastos públicos não só do lado do governo federal, mas também os dos Estados, por isso foi importante essas negociações com os governadores, que terão limitados os gastos dos Estados na mesma proporção da União, que é crescimento da dívida limitado à inflação do ano anterior”, afirmou Meirelles, frisando que esse acordo com os Estados – que dá um alívio de R$ 50 bilhões até 2018 e moratória de seis meses para pagamento das dívidas com a União – já está incluído nas contas que preveem um déficif primário de R$ 170 bilhões este ano.

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Meirelles acrescentou que esses 24 meses de limitação de gastos dos Estados – exigência para que sejam contemplados com o alívio oferecido pelo governo – será parte do projeto de lei que será feito, com a previsão de cláusulas de violação contratual se não for seguido no período de 20 anos, tranquilizou o ministro. Com relação ao acordo específico do Rio de Janeiro, e o risco dos demais Estados pleitearem condições iguais, Meirelles disse que os governadores compreenderam que o caso do Rio é diferente, em razão da realização, este ano, da Olimpíada. E que o socorro de R$ 2,9 bilhões que Estado receberá também já está previsto no pacote geral do déficit deste ano. “Todos os Estados concordaram que caso do Rio é especifico por causa da Olimpíada, então não será replicado [este acordo] em outros Estados”, garantiu Meirelles. Ainda sobre a proposta de emenda à constituição (PEC) para enfrentar o problema da dívida, Meirelles disse que a PEC definirá o valor mínimo para os gastos com saúde e educação, valores esses corrigidos pela inflação, por ser prioridade nacional; e as outras despesas terão de se acomodar dentro do limite”, assinalou. Quanto à Previdência, o ministro disse que a questão tem que ser por meio de mudança constitucional, “para que esse teto tenha funcionamento harmônico, para que o crescimento dos gastos da Previdência não empurre as outras despesas”, explicou. Meirelles voltou a falar que a força­tarefa que está trabalhando na reforma da Previdência tem trabalhado com a possibilidade de idade mínima de 65 anos para a pessoa se aposentar e justificou: “O trabalhador pode se aposentar antes, mas quem paga a conta? É a sociedade. Tem que ter evolução das despesas que sociedade brasileira tenha condição de pagar, temos que controlar isso para que o aumento das despesas não seja financiado pelo aumento dos juros”, destacou. Sobre o pedido de recuperação judicial da Oi, que tem entre seus credores bancos públicos, Meirelles lembrou que 17% da dívida da tele é com bancos públicos e, nesse caso, o que espera é que haja boa aplicação da lei de

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falências; segundo ele, essa dívida se acomoda nos balanços dos bancos, mas há um grande número de pequenas e médias empresas também em dificuldade em razão de a economia estar caindo. A respeito da recessão que já dura dois anos, Meirelles explica que a primeira causa dela é a desconfiança geral sobre a dívida pública, que “cria medo no consumidor, nas empresas, e se cria um círculo negativo”. A saída, diz, é atacar a causa, que é a questão fiscal: “Por isso precisamos de medidas de logo prazo, porque de curto não resolve. Se problema fiscal tiver trajetória que dê mais confiança, a taxa de juros pode começar a cair e a dívida ficar mais controlada, o que aumenta a confiança e reverte esse círculo vicioso para um virtuoso”, comentou o ministro.

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Meirelles apontou, ao ser perguntado pelo fato de pertencer a um governo interino, que este projeto não é deste governo, mas é do Brasil. “Ele vai muito além de um governo. É um processo que vai durar vários governos, por isso é importante a mudança da Constituição, porque vai vincular os governos à frente. Não estou pensando em quanto tempo o governo vai ficar. Não é relevante quanto tempo ficarei no governo”, finalizou o ministro. (Valor) Acesse o índice do jornal impresso e selecione Compartilhar

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A difícil retomada ­ conjuntura inibe investimentos


22/06/2016 às 05h00

País recua em ranking global de investimento direto Por Assis Moreira | De Genebra

O Brasil caiu no ranking dos principais destinos de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2015, passando da quarta para a oitava posição, segundo o "Relatório de Investimento Mundial 2016", da Agência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad). Enquanto o fluxo global de IED cresceu 38% e alcançou US$ 1,76 trilhão, no Brasil houve baixa de 11,5%, de US$ 73 bilhões em 2014 para US$ 65 bilhões. A metodologia da Unctad é diferente da adotada pelo Banco Central. Pesquisa feita junto a agências de promoção de investimentos mostra que a economia brasileira caiu também no ranking dos destinos mais atrativos para IED no período 2016­2018, indo da 4ª para a 7ª posição.

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Para 2016, a Unctad prevê recuo de 10% no fluxo de IED para a América do Sul, caindo para algo entre US$ 140 bilhões e US$ 160 bilhões. O fraco consumo privado e desvalorização da moeda pesam no investimento industrial e no setor de serviços. A agência da ONU observa que a atividade geral de investimentos no Brasil continuou diminuindo durante 2015, com baixa de 14% em termos reais. Com a recessão e declínio nos lucros das empresas, os ganhos reinvestidos caíram 33% na economia brasileira. A Unctad constata também que a desvalorização de moedas na região, tornando os ativos bem mais baratos, pode motivar negócios. As fusões e aquisições transfronteiriças cresceram mais de 80% no primeiro trimestre de 2016, graças às vendas de empresas no Brasil, Chile e Colômbia, mesmo se a comparado a um nível muito baixo das transações ocorridas em igual período de 2015. O Brasil ainda permanece no grupo dos dez países que mais atraem capital. Na América Latina, o fluxo de IED para o México cresceu 18% em 2015, mas o país figura na 15ª posição global e atrás do Brasil nos planos de investimento de multinacionais até 2018.

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O estoque de investimento estrangeiro direto no Brasil fechou em US$ 486 bilhões em 2015 (US$ 640,3 bilhões em 2010), mas muito da diferença tem a ver com o câmbio. No exterior, o estoque de IED brasileiro alcançou US$ 181,5 bilhões no ano passado comparado a US$ 149,3 bilhões em 2010. Em 2015, empresas brasileiras investiram US$ 3,1 bilhões em atividade produtiva no exterior, alta de 37,7%. Já companhias do Chile investiram US$ 15,5 bilhões no mesmo período, inclusive comprando firmas brasileiras. Globalmente, o fluxo de IED pode declinar até 15% este ano. Isso reflete tanto a queda brutal nos lucros das multinacionais em 2015 ­ o menor nível desde a crise de 2008 ­ quanto a mediocridade da economia mundial, a persistente fraqueza da demanda e a desaceleração em países exportadores de commodities. Reflete também o desmonte de acordos que facilitavam pagar menos impostos, com menos estímulos a fusões e aquisições. Em 2015, grande parte do investimento externo global de US$ 1,76 trilhão se explica sobretudo pelo número enorme de fusões e aquisições, incluindo transferência da sede de grandes multinacionais para territórios oferecendo impostos mais baixos e nenhuma cobrança sobre os ganhos obtidos globalmente.

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A participação das economias desenvolvidas no fluxo global de IED cresceu para 55% em 2015, ante 41% em 2014, numa reversão da tendência dos últimos cinco anos, nos quais emergentes tinham se tornado os países que mais atraíam capital. A Europa tornou­se a região que mais investe globalmente. A China perdeu a liderança na atração de IED, caindo para a terceira posição, atrás dos EUA e de Hong Kong.

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A difícil retomada ­ conjuntura inibe investimentos


22/06/2016 às 05h00

Uma oportunidade para o Estado Cristiano Romero

encolher Por Cristiano Romero

Cristiano Romero é jornalista desde 1990. Formado pela Universidade de Brasília (UnB), trabalha no Valor desde a sua

Uma das contrapartidas dos Estados na renegociação de suas dívidas com a União será a privatização de empresas estatais. O governo do Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, concordou em privatizar a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Goiás, por sua vez, aceitou vender a Celg, a distribuidora de energia do Estado.

fundação.

O processo de venda das estatais estaduais será conduzido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma exigência do governo federal. O banco, como se sabe, tem expertise no assunto, tendo sido responsável pelas privatizações realizadas nos governos Collor (1990­ 1992), Itamar Franco (1992­1994) e Fernando Henrique Cardoso (1995­ 2002).

Brasil, atuou como colunista e repórter

"O BNDES já está trabalhando intensamente nisso [na privatização da Cedae]", informou ao titular desta coluna o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "Os governadores concordaram que o BNDES seja o coordenador do processo", revelou, conforme antecipou ontem o Valor PRO, o serviço de informações em tempo real do Valor.

Brasil", e repórter da "Agência Brasil". Em

A equipe econômica está negociando com todos os Estados a venda de empresas estatais. A privatização é parte do esforço para melhorar a situação fiscal do setor público, principal vulnerabilidade da economia brasileira neste momento. A medida tem um efeito colateral importante: com a desestatização, a tendência dos setores onde as estatais atuam é ter mais eficiência. Privatizar é, também, uma forma de reduzir drasticamente os incentivos à corrupção. União negocia com todos os Estados a venda de estatais

Na renegociação anterior das dívidas estaduais, em 1997, adotou­se o mesmo compromisso, muitas empresas foram vendidas, mas ainda existe um bom par delas em vários Estados. A severa crise fiscal é uma oportunidade histórica para o Estado brasileiro desistir de vez de sua atuação empresarial, passando a concentrar­se em atividades típicas de sua atuação, como educação, saúde e segurança. O governo fluminense, na gestão de Marcello Alencar (1995­1998), tentou privatizar a Cedae, mas esbarrou em questões regulatórias ­ a disputa entre Estados e municípios quanto à competência sobre os serviços de saneamento básico ­, na resistência de grupos políticos e no corporativismo dos funcionários. No ano passado, o tema veio à baila na Assembleia Legislativa.

Foi o primeiro correspondente do jornal em Washington, entre 2000 e 2003. Entre 2002 e 2003, foi comentarista do programa "Conta­ Corrente", da "Globo News". No retorno ao especial de Política. Desde 2005, assina coluna semanal de economia. Em 2009, foi promovido a editor­executivo. Antes do Valor, foi editor do "Informe Econômico", coluna diária do "Jornal do 2008, recebeu o “Citigroup Journalistic Excellence Award”, da Columbia University. Fale com Cristiano Romero

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Além do compromisso com a venda de ativos, os Estados concordaram com sua inclusão na proposta de emenda constitucional que limita a correção das despesas públicas à inflação do ano anterior e com a não concessão, por 24 meses, de aumentos reais aos salários do funcionalismo público. O ministro Henrique Meirelles explica que a Constituição assegura aos servidores a reposição do poder de compra (isto é, a inflação), mas alguns governadores entendem que é possível dar reajustes abaixo da variação da inflação. "Não podemos impedir o que está previsto na Constituição, mas o fato é que, com essa regra, o crescimento real (acima da inflação) dessa despesa será zero. Muitos Estados vinham concedendo reajustes muito acima da inflação", contou Meirelles. Considerando­se apenas oito Estados (SP, RJ, MG, RS, SC, PR, BA e GO), o Distrito Federal e a prefeitura de São Paulo, a despesa com pessoal e encargos saltou de 3,7% para 5,2% do PIB entre 2008 e 2015. O investimento

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desses entes caiu, no mesmo período, de 0,8% para 0,5% do PIB. A despesa corrente (o gasto com educação e saúde, por exemplo) teve que encolher: de 4,7% para 3,8% do PIB. Um aspecto muito importante da reunião dos governadores com a equipe econômica foi a concordância quanto à necessidade de adesão de todos os Estados à renegociação, mesmo daqueles que estão situação razoável, como o Espírito Santo. "Coloquei na reunião que ou fechávamos um acordo com todos ou não seria possível fazer apenas com alguns. Todos entenderam que era importante resolver a questão não só das dívidas, mas também da questão fiscal dos Estados", revelou o ministro. A adoção do teto de evolução das despesas é crucial porque, de 1997 a 2015, observa Meirelles, as despesas da União cresceram 6% ao ano em termos reais. Tomando­se o período em que os governos Lula e Dilma decidiram adotar a chamada "Nova Matriz Econômica" ­ de 2008 a 2015 ­, o gasto avançou 14,5% acima da inflação acumulada. No mesmo período, a despesa total saltou 51% em termos reais, forçando o Tesouro Nacional a elevar a dívida pública em R$ 2,2 trilhões. "Aprovada a emenda constitucional que fixa o teto, no ano que vem teremos zero de crescimento real", previu Meirelles. De 2004 a 2015, a despesa primária (que não inclui os juros da dívida) do governo central saltou de 15,6% para 19,5% do PIB. O governo espera, com o teto, diminuí­la em dois pontos percentuais do PIB em três anos. O ministro da Fazenda confirmou que, em 2017, o setor público consolidado (União, Estados e municípios) deve apresentar um novo déficit primário. Acredita, porém, que o saldo negativo vai baixar ao longo do tempo. O cálculo é o seguinte: Meirelles aposta que, à medida que as iniciativas na área fiscal comecem a ser aprovadas e implementadas, o setor produtivo voltará a confiar na política econômica, o que ajudará a destravar as decisões de investimento, impulsionando a atividade econômica. A retomada do PIB, por seu turno, aumentará a arrecadação, auxiliando o ajuste fiscal.

Diretor da OMC elogia pauta de comércio exterior no governo Temer 17/06/2016

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Veja as tabelas completas no ValorData Fontes: IBGE, FGV e BC. Elaboração Valor Data. * Acumulado até o último mês indicado ** Dessazonalizado

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Talvez, muitos ainda não tenham se dado conta, mas a imposição de um teto para as despesas acabará por tornar realistas os orçamentos públicos. Diante do teto, caberá aos governantes, em negociação com o Congresso e as assembleias legislativas, estabelecer as prioridades do gasto público. Hoje, pode tudo e o resultado é inflação, carga tributária e dívida pública crescentes, asfixia do setor privado e por conseguinte dos investimentos, baixo crescimento e baixa qualidade dos serviços públicos.

22­06­2016

Cristiano Romero é editor­executivo e escreve às quartas­feiras E­mail: cristiano.romero@valor.com.br

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