SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS
14 DE JULHO DE 2016
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Rodrigo Maia derrota Rosso e é eleito presidente da Câmara Pedro Ladeira/Folhapress
Deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) comemora vitória para presidência da Câmara
FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, DÉBORA ÁLVARES, DANIELA LIMA, GABRIEL MASCARENHAS e AGUIRRE TALENTO DE BRASÍLIA 14/07/2016 às 01h 22
Fruto da união improvável de setores do PT e de partidos como o PSDB e o DEM contra a influência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Rodrigo Maia (DEM-RJ), 46, foi eleito na madrugada desta quinta (14) para a presidência da Câmara dos Deputados, superando um impasse político que se arrastava havia dois meses. O resultado representa uma grande derrota de Cunha, que renunciou ao cargo na semana passada, dois meses após seu afastamento do cargo pelo Supremo Tribunal Federal. Após o resultado, houve, inclusive, gritos de "fora, Cunha" no plenário. Maia assume um mandato-tampão de menos de sete meses, até 1º de fevereiro do ano que vem, sem direito à reeleição. "Sem a esquerda não venceria essas eleições", disse o novo presidente, que venceu a disputa no segundo turno com 285 votos contra 170 do deputado Rogério Rosso (PSD-DF), confirmando a tendência de polarização que se desenhou no início da campanha. 2
Editoria de Arte/Folhapress
PSDB, DEM, PPS e PSB se uniram em torno de Maia, enquanto o "centrão" e a ala do PMDB aliada a Cunha abraçaram o nome de Rosso. Deputados avaliam que os derrotados podem criar dissidências e obstáculos para o governo interino de Michel Temer (PMDB). Há ainda chance de dissolução do "centrão". Maia assume um cargo que hoje representa, na prática, a vice-presidência da República. Ele será o primeiro na linha sucessória de Temer. Ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff e crítico do impeachment da petista, Marcelo Castro (PMDB-PI) se lançou na disputa como uma espécie de terceira via, com o apoio de insatisfeitos do PMDB com o governo Temer e da cúpula do PT, mas perdeu substância quando passou a ser considerado um "inimigo" do Planalto. Houve ainda uma forte divisão no campo alinhado ao PT, com o lançamento de candidaturas alternativas de Orlando Silva (PCdoB-SP) e Luiz Erundina (PSOL-SP). Esse racha desidratou o apoio a Castro, que teve apenas 70 votos e ficou fora do segundo turno. A derrota do ex-ministro de Dilma na primeira fase da disputa foi vista como uma vitória de Temer sobre dissidentes de sua base e também sobre a articulação petista, que contou com o aval do ex-presidente Lula.
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PLANO B Com Castro fora da disputa, PC do B, PDT e PR declararam apoio a Maia. O PT liberou a bancada para votar como quisesse, mas, nos bastidores, assegurou que destinaria ao democrata ao menos 30 de seus 58 votos. A decisão veio acompanhada de uma justificativa simples: não havia como apoiar um candidato identificado com Cunha, o principal artífice do impeachment de Dilma. No último discurso antes da votação, Maia fez referência ao apoio que buscou nos partidos alinhados ao PT. "Fui muito criticado, no início, porque dialogava com a esquerda, mas essa Casa precisa de diálogo", disse. "Quem não quer oposição quer calar a democracia. Queremos uma oposição forte." O Planalto tentou minimizar sua participação na segunda etapa da disputa, centrando esforços para derrotar Castro e, depois, deixando a articulação correr sem grandes interferências. O PMDB liberou seus deputados para votar como achassem melhor. Tanto Rosso como Maia foram cortejar a bancada. O democrata fez um discurso informal dentro da liderança da sigla e foi cobrado sobre acordo que fez com o PSDB. Os tucanos decidiram não lançar candidato para o mandato-tampão e apoiar o democrata de olho na promessa que, em 2017, quando haverá nova eleição para o comando da Casa, mas com um mandato de dois anos, haveria uma aliança em torno de um nome escolhido por eles. "Não vou mentir, tenho um compromisso com o PSDB, mas aqui há deputados com capacidade para construir um caminho também. Nada impede que a gente dialogue", disse ao PMDB. Depois do resultado, Maia chorou, agradeceu aos pais e aos partidos que o apoiaram. 4
No discurso que fez no primeiro turno, Maia disse estar pronto para liderar a Casa num momento de crise. "Estive no centro de todos os acordos parlamentares que tentaram evitar que o Brasil naufragasse." No segundo discurso, antes do resultado final, voltou a prometer uma Câmara "soberana". "Uma Câmara dos Deputados forte, que nos orgulhemos dos atos." Destacou mais uma vez sua experiência com cinco mandatos. "Um presidente não defende seus pontos de vista, coordena os trabalhos da Casa e ideias que nascem de cada um de nós." PLACAR DO PRIMEIRO TURNO Candidatos
Votos
Rodrigo Maia (DEM-RJ)
120
Rogério Rosso (PSD-DF)
106
Marcelo Castro (PMDB-PI)
70
Giacobo (PR-PR)
59
Espiridião Amin (PP-SC)
36
Erundina (PSOL-SP)
22
Fábio Ramalho (PMDB-MG)
18
Orlando Silva (PCdoB-SP)
16
Cristiane Brasil (PTB-RJ)
13
Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO)
13
Carlos Manato (SD-ES)
10
Miro Teixeira (REDE-RJ)
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Evair Vieria de Melo (PV-ES)
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Confira mais infográficos da Folha
Rodrigo Maia derrota Centrão com ajuda do Planalto Apoiado por PSDB e outras siglas da antiga oposição, deputado do DEM é eleito presidente da Câmara para mandato-tampão; resultado final foi recebido aos gritos de ‘Fora, Cunha’ Fonte Jornal O Estado de S. Paulo 14 Julho 2016 às 00h 46 Notícias relacionadas: ‘Fantasma’ de Cunha domina campanha à presidência da Câmara
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Análise: Herdeiro pode ajudar o País a sair da crise ou nos levar ao caos Conheça todos os presidentes da Câmara desde a redemocratização Foto: Dida Sampaio/Estadão
O deputado, Rodrigo Maia (DEM RJ), comemora com Waldir Maranhão (PMDB-MA) resultado da eleição na Câmara
BRASÍLIA - Com a ajuda do Palácio do Planalto e da antiga oposição, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito na madrugada desta quinta-feira presidente da Câmara para um mandatotampão até fevereiro de 2017. Com 285 votos no segundo turno, ele derrotou o candidato Rogério Rosso (PSD-DF), do Centrão, bloco formado por 13 partidos e aliado do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao cargo na quinta-feira passada. Foram 170 votos para Rosso e cinco brancos. Ao ser anunciado o resultado, deputados gritaram “Fora Cunha”. Maia recebeu apoio formal do grupo PSDB, DEM, PPS e PSB e representa a volta do antigo PFL ao cargo que o partido ocupou de 1993 a 1997 com Inocêncio de Oliveira e Luís Eduardo Magalhães. Mais cedo, o Planalto atuou para esvaziar a candidatura do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que foi ministro da presidente afastada Dilma Rousseff e tentou viabilizar sua candidatura tendo como base o PT, PDT e PCdoB, partidos de oposição a Michel Temer. A ação deu certo: Castro ficou em terceiro lugar, com 70 votos. Em seu discurso final, Maia fez aceno tanto para tucanos como para petistas ao citar José Serra e José Genoino. Já Rosso pregou união da base de Temer e abriu mão de parte de seu discurso para dar um abraço em Maia na tribuna. Após a confirmação da vitória, o deputado do DEM falou de maneira conciliadora. “Temos que pacificar esse plenário, temos que dialogar. A maioria precisa dialogar com a minoria”, disse Maia. A eleição do presidente da Câmara define uma figura central para os próximos passos do governo. Além de ser o primeiro na linha sucessória de Temer, o substituto de Cunha terá 6
poder para acelerar ou atrapalhar o processo de cassação do peemedebista e as votações de projetos importantes para o ajuste fiscal do governo. Além disso, pode decidir sobre a abertura ou não de processo de impeachment contra Temer, que tramita na Casa. Negociações. Na virada do primeiro para o segundo turno, os dois finalistas tiveram uma hora para somar votos. Neste período, houve muita correria pelos corredores da Casa em busca de apoio principalmente dos partidos que tiveram candidatos no primeiro turno. Logo após divulgado o resultado do primeiro turno, Castro declarou apoio à candidatura de Rosso. Na mesma linha foi o deputado Carlos Manato (SD-ES) que recebeu 10 votos na disputa pelo comando da Câmara. “Sou Rosso desde pequeno”, afirmou. Rosso partiu num corpo a corpo em busca de apoio de outros partidos do Centrão. Nas conversas contou apenas com declarações de voto do líder do PP, Aguinaldo Ribeiro. No mesmo momento em que Ribeiro anunciava seu apoio, parte da bancada do PP se reunia com Maia. A antiga oposição concentrou-se primeiro em consolidar votos no PT, PCdoB, PDT e conseguiu amarrar esses apoios. Maia e seus aliados passaram então a focar na difusa bancada peemedebista e nos “dissidentes” do centrão. O PMDB optou por ficar oficialmente neutro. Interferência. Durante o dia, o governo trabalhou para fortalecer os dois principais grupos da base. Tentou unificar o Centrão em torno de Rosso e ajudar a candidatura de Maia. No primeiro turno, foram 14 candidaturas. Apesar do discurso oficial de que não iria interferir, Temer incumbiu os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, além do secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco (sogro de Maia), de negociar com os deputados. Em conversas reservadas, parlamentares afirmam que até promessas de nomeação para o Ministério do Turismo – antiga reivindicação do PMDB de Minas – e para cargos em diretorias de empresas do setor elétrico, como Furnas e Chesf, teriam entrado na lista de ofertas. Temer deverá receber Maia nesta quinta-feira no Palácio do Planalto. ERICH DECAT, ISABELA BONFIM, JULIA LINDNER, PEDRO VENCESLAU, RICARDO BRITO, TÂNIA MONTEIRO e VERA ROSA
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Governo prepara pacote de mudanças de regras para licitação do pré-sal Leo Pinheiro - 21.abr.2006/Valor/Folhapress
Campo petrolífero de Albacora Leste, na Bacia de Campos no Rio de Janeiro
FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, RENATO ANDRADE SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA e VALDO CRUZ DE BRASÍLIA 14/07/2016 às 02h 00
O Palácio do Planalto prepara um pacote de mudanças em regras do setor de petróleo que terão impacto na rodada de licitação de novos campos de exploração que será realizada na primeira metade do ano que vem. A equipe do presidente interino, Michel Temer, aguarda apenas a conclusão do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, que deve acontecer em agosto para anunciar as alterações em estudo e definir quais campos serão incluídos no leilão de 2017. Entre as medidas, estão a nova regra de participação da Petrobras no présal, a diminuição das exigências de conteúdo local, a renovação por mais 20 anos do Repetro (regime aduaneiro especial de exportação e importação) e a oferta de novos campos de petróleo na área do présal.
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Além de gerar receitas para o governo reduzir o rombo previsto para as contas públicas, a equipe de Temer conta com as iniciativas no setor de óleo e gás para retomar os investimentos no Brasil. No caso do fim da obrigatoriedade de a Petrobras ser a operadora única do pré-sal, só falta a votação dos deputados para aprovar a nova lei. Editoria de Arte/Folhapress
leilão de petróleo
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O texto, já aprovado no Senado, garante que a Petrobras tenha a opção, e não mais a
obrigação, de atuar como operadora do pré-sal. Hoje, ela é obrigada a ter participação mínima de 30% nos consórcios formados. Essa mudança será fundamental para a organização da nova licitação. A ANP (Agência Nacional do Petróleo) divulgará as regras do leilão até novembro e dará um espaço de seis meses para que os interessados estudem os campos e estruturem consórcios para participar da disputa. O governo decidiu alongar o prazo para que, sem a presença obrigatória da Petrobras, as empresas estrangeiras tenham mais tempo para avaliar se entrarão sozinhas ou em conjunto com outras companhias na licitação. A ideia é oferecer campos novos e reservas próximas a áreas que já foram leiloadas e que podem ter exploração conjunta (Sapinhoá, Carcará, Gato do Mato e Tartaruga Mestiça, por exemplo). CONTEÚDO LOCAL O governo interino também pretende reduzir as exigências estabelecidas na política de conteúdo local, regra criada pelo governo Lula para incentivar o desenvolvimento da cadeia nacional de fornecedores da Petrobras. Segundo interlocutor do Planalto, a política petista foi importante para identificar as vocações da indústria brasileira que atende o setor. Passados alguns anos, ficou claro que, para determinados serviços, não há como exigir um percentual alto de produtos feitos no Brasil porque a indústria não consegue ter uma produção competitiva.
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Economia do Brasil encolhe 0,51% em maio, mais que o esperado, mostra BC
FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, 14/07/2016 às 08h 59
A atividade econômica brasileira recuou 0,51% em maio em relação a abril, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira (14). O resultado veio pior que o centro de expectativas de economistas ouvidos pela agência Bloomberg, que apontavam recuo de 0,20% na comparação mensal. Em relação a maio de 2015, o IBC-Br, indicador de atividade do Banco Central, recuou 5,32%, acima da mediana apontada pela Bloomberg, que era de queda de 4,20%. No ano, o IBC-Br acumula retração de 6,26%, enquanto em 12 meses o recuo é levemente menor, de 5,51%, segundo dados dessazonalizados. Em abril, o indicador do BC havia ficado estagnado na comparação com março, após acumular 15 quedas seguidas. O IBC-Br de abril foi revisado de 0,03% para 0,07%. No boletim Focus divulgado na última segunda-feira (11), economistas e instituições financeiras ouvidos pelo Banco Central projetaram retração de 3,30% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano. O indicador do BC serve como referência para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. Entre os dados que influenciam seu cálculo estão as pesquisas mensais da indústria e do comércio do IBGE.
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O IBC-Br também tem alguma influência sobre as projeções do mercado financeiro para o PIB, embora não possa ser considerado como uma prévia desse indicador, que é divulgado trimestralmente e tem outra metodologia de cálculo.
BNDES revê condições para financiar infraestrutura, diz Maria Silvia
FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, NICOLA PAMPLONA DO RIO 13/07/2016 às 21h 38
A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, disse nesta quarta-feira (13) que o banco oficial adotará uma nova política de financiamento para projetos de infraestrutura a partir do próximo leilão de linhas de transmissão de energia elétrica, marcado para setembro. A ideia é reduzir a participação estatal no financiamento das obras e atrair um volume maior de capital privado para os projetos. No governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, o BNDES participou com até 80% do financiamento dos projetos concedidos ao setor privado. Para Marques, esse modelo transfere todo o risco ao banco de fomento e inibe a participação de outras instituições financeiras. Ela não quis detalhar qual será a participação do banco no próximo leilão, mas reforçou que a mudança faz parte do processo de revisão do modelo de concessões e privatizações pelo governo do presidente interino, Michel Temer. "Vejo o banco participando menos como financiador e mais no papel de coordenação", afirmou em palestra na FGV. A ideia de reduzir o papel do BNDES nos grandes projetos já vinha sendo debatida na gestão de seu antecessor no banco, Luciano Coutinho, mas só ganhou impulso com a mudança de governo. 12
O Tesouro injetou no BNDES mais de R$ 500 bilhões nos últimos anos para reforçar sua capacidade de estimular investimentos. Essa política contribuiu para as atuais dificuldades financeiras do governo, que se endividou no mercado para turbinar o banco, e por isso está sendo revista pelo governo Temer. "Não acredito que faltem recursos [privados] para financiamento. Falta é confiança", disse Marques, após classificar o modelo de concessões como "frágil do ponto de vista jurídico e regulatório". Para os próximos leilões, ela afirmou que o governo quer melhorar o ambiente regulatório e a avaliação dos resultados de cada projeto, e garantir "retorno adequado" aos concessionários. Também presente ao evento, o ministro Moreira Franco, chefe da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos, disse que uma das propostas em estudo é eliminar o conceito de "modicidade tarifária" nos projetos, que garante as concessões às empresas que prometerem menor tarifa para os usuários. "Não dá para ficar buscando o impossível", afirmou. Segundo ele, o novo modelo deve trabalhar com o conceito de "preço justo" para remunerar investimentos e atrair mais empresas para os leilões, o que não teria ocorrido no passado. "São sempre as mesmas disputando", disse.
Número de inadimplentes cai pela primeira vez desde 2014, diz Serasa FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, 14/07/2016 às 10h 00
O número de inadimplentes no país caiu em maio pela primeira vez desde dezembro de 2014, para 59,47 milhões de pessoas, de acordo com dados do birô de crédito Serasa Experian divulgados na quarta-feira (13). 13
Isso significa cerca de 1,3 milhão de pessoas a menos no cadastro de negativados em relação a abril, quando o índice bateu recorde histórico de 60,73 milhões de inadimplentes com dívidas atrasadas. Quem tem o nome incluído em um cadastro de negativados não consegue contratar empréstimos. Em maio, essas pessoas tinham, no total, R$ 264,2 bilhões de dívidas em atraso, seja com bancos, financeiras, lojas ou com concessionárias de luz, água e telefonia. Segundo economistas da Serasa, o dado indica esforço dos consumidores para renegociar dívidas e sair da inadimplência. Essa tentativa de limpar o nome se dá pela busca de linhas de crédito e resgates na caderneta de poupança para quitar as pendências. LIMPA NOME Veja passo a passo para tirar nome dos cadastros de inadimplente Consulte pelos sites Serasa www.serasaconsumidor.com.br > Clique em “Limpar meu nome” > Cadastre-se > Consulta gratuita
NOME SUJO A empresa que prestou o serviço pode entrar em contato com os birôs de crédito para informar sobre o atraso um dia depois do vencimento da conta. O birô, então, manda uma notificação da pendência para o consumidor, que terá dez dias, a partir do envio da carta, para quitar a dívida. Só depois disso ele poderá ser incluído no cadastro de devedores, que é consultado por empresas na hora de conceder crédito ou no pagamento a prazo. Em média, a chamada negativação ocorre 60 dias após o vencimento da conta. Além da restrição no crédito, o consumidor com nome sujo pode ter dificuldade para abrir conta em banco, alugar imóveis e contratar um plano de saúde. Se a dívida for com serviços recorrentes, como contas de luz e gás, poderá ter o serviço cortado.
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Secretária do Tesouro: só estados em melhor situação terão aval a crédito Não há mais dinheiro para ajuda direta ao Rio de Janeiro FONTE JORNAL O GLOBO MARTHA BECK / BÁRBARA NASCIMENTO 14/07/2016 ÀS 07H 31
Debate. Para Ana Paula Vescovi, o desequilíbrio na Previdência Social é hoje o principal problema dos estados brasileiros, e é preciso discutir a idade mínima e os regimes especiais - André Coelho / O Globo
BRASÍLIA - Escolhida pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para comandar o Tesouro Nacional em meio a uma grave crise fiscal, a economista Ana Paula Vescovi tem sido a portavoz de recados duros a estados e municípios. Para o Rio de Janeiro, que tem a situação mais crítica, a secretária afirmou, em entrevista ao GLOBO, que não há mais dinheiro da União para uma ajuda financeira direta nem aval a novas operações de crédito. A partir de agora, o apoio será apenas técnico. Autorizações do Tesouro para empréstimos só serão concedidas a governadores que tiverem as contas em dia e boa classificação de risco. Veja também:
Câmara aprova urgência para renegociação de dívidas estaduais
Fazenda conta com repatriação para reforçar caixa dos estados
Meirelles promete analisar ajuda extra a Norte e Nordeste
Votação da LDO de 2017 fica para o próximo mês
Para estados que estão em melhor situação fiscal e cujas dívidas com a União são menores, como vários do Norte e Nordeste, o governo federal já prometeu dar prioridade na concessão de operações de crédito. Serão aceleradas as garantias aos mais bem classificados em termos de capacidade de pagamento. Além disso, o processo de concessão de financiamento vai passar por uma revisão de normas. Como o governo da presidente afastada, Dilma Rousseff, acelerou fortemente a concessão de crédito para estados nos últimos anos, essa margem ficou pequena. O espaço para este ano é de R$ 17 bilhões. Por isso, os critérios de liberação dessas operações ficarão mais rígidos, diz a secretária. Será criado um banco de projetos e a seleção
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das operações de crédito será feita pela qualidade das propostas e pelo retorno social delas. Outro critério, acrescenta, é se o estado recebeu ou não operações anteriores. PARA O RIO, SÓ AJUDA TÉCNICA Ana Paula lembrou que o Rio foi a unidade da federação que mais elevou seus gastos com folha de pagamento nos últimos anos a alta foi de 52% somente entre 2012 e 2015 sendo que isso ocorreu com base numa renda volátil atrelada ao preço do petróleo. Isso contribuiu em grande parte para o déficit estrutural fluminense, que gira em torno de R$ 20 bilhões por ano, diz ela: — O Rio foi o estado que mais aumentou o valor da folha de pagamento. E fez isso tendo como suporte uma renda provisória, temporária e finita, que é a renda do petróleo. O ciclo do petróleo passou, e a despesa obrigatória ficou. São lições que o Brasil precisa aprender para que erros do passado não repercutam no futuro. A secretária do Tesouro lembrou que o auxílio financeiro de R$ 2,9 bilhões dado pelo governo federal ao Rio foi exclusivamente para ajudar no cumprimento de um compromisso internacional do Brasil com os Jogos Olímpicos. O estado também será beneficiado pelo projeto que alonga por 20 anos as dívidas estaduais com a União e ainda dá carência de seis meses no pagamento desses débitos. De resto, caberá ao governo do Rio tomar medidas estruturais que reequilibrem as contas. — A União está do lado do Rio de Janeiro, incontestavelmente, mas com oferta de assistência técnica, naquilo que for necessário para formular esse ajuste estrutural caso o estado necessite e demande ressaltou. A secretária lembrou que o papel da União é preservar o equilíbrio federativo e que, para a economia brasileira voltar a crescer, o governo precisa ser rigoroso na condução da política fiscal. — Temos um horizonte muito claro, que é o Brasil voltar a crescer. Para chegarmos até lá, o Brasil precisa ser rigoroso com a condução de suas despesas e da sua política fiscal. Esse é um elo importantíssimo pelo qual poderemos reconquistar a confiança. Qualquer esforço que contradiga essa concepção poderá dificultar o retorno do crescimento e impor um custo não só a um estado específico, mas a todos. É colocar um custo aos trabalhadores que precisam de um mercado pujante para voltar a arrumar emprego — pontuou. Como medidas estruturais que poderiam ser adotadas pelo Rio, ela cita o aumento da contribuição previdenciária dos servidores para resolver desequilíbrios nos regimes de aposentadorias, além da implementação de programas de privatização de estatais e revisão de benefícios fiscais. Ana Paula citou como um avanço a aprovação de uma Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no Rio Grande do Sul. CONTRIBUIÇÃO MAIOR NO REGIME ESPECIAL A fixação de uma idade mínima para aposentadoria e o aumento das contribuições para servidores enquadrados em regimes especiais são temas que precisam ser debatidos, segundo Ana Paula. O desequilíbrio na Previdência Social é hoje o principal problema dos estados brasileiros. Uma parte disso se explica por regimes especiais nos quais algumas categorias, como policiais e professores, se aposentam mais cedo. 16
— O desenho entre contribuições e benefícios tem que ser tal que os direitos sejam cumpridos. Essa discussão de idade mínima e, nos casos dos regimes especiais em que alguns servidores se aposentam muito mais cedo, é pertinente. Se é meritório que alguns servidores se aposentem mais cedo, então, o custo de contribuição deles, por coerência com os demais servidores, também precisa ser maior frisou ela. A secretária deixou claro que, independentemente da votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que define um teto para os gastos públicos, o governo terá despesas limitadas em 2017. Ana Paula explicou que a equipe econômica decidiu antecipar “os efeitos benéficos” da PEC e incluiu na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017 um dispositivo que limita os gastos primários à inflação do ano anterior. Ela disse que o governo aposta em uma parceria com o setor privado para não sacrificar os investimentos: — O investimento, pela lógica do governo, é algo que precisa de complementariedade com o setor privado. Nós não partimos de uma lógica de investimento público puro. Temos que voltar a fazer desmobilização de ativos, privatizações, concessões, parcerias público-privadas. Tudo isso bastante conectado à melhoria de marcos regulatórios, fortalecimento das agências reguladoras e a uma boa comunicação com atores interessados para que possa haver uma valorização desses ativos. A secretária evitou arriscar uma data para quando as agências de classificação de risco devem elevar a nota do Brasil e devolver ao país o grau de investimento perdido em 2015. Ela avalia que, à medida que o governo der sinais de maior solvência das contas públicas, a melhora do rating será uma consequência.
Mercado financeiro piora expectativa para contas públicas do país Aposta para déficit primário neste ano saltou de R$ 134,2 bi para R$ 155,5 bi FONTE JORNAL O GLOBO GABRIELA VALENTE 14/07/2016 ÀS 10H 54
Notal de real - Andrew Harrer / Bloomberg
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BRASÍLIA - O mercado financeiro piorou o cenário traçado para as contas públicas brasileiras não apenas neste ano, mas também no ano que vem. De acordo com pesquisa feita pelo Ministério da Fazenda com as principais instituições financeiras do país, a expectativa é de receitas líquidas menores e de gastos, dívida e déficit maiores. A aposta para a projeção para o déficit primário (despesas maiores que receitas) saltou de R$ 134,2 bilhões para R$ 155,5 bilhões neste ano. Veja também:
Ibovespa passa dos 55 mil pontos e dólar comercial recua 1,67%
Economia encolheu 0,51% em maio, segundo índice do BC
Secretária do Tesouro: só estados em melhor situação terão aval a crédito
Votação da LDO de 2017 fica para o próximo mês
Isso quer dizer que o mercado acredita que a equipe econômica entregará um déficit menor que o prometido. Afinal, a meta oficial é um rombo de R$ 170,5 bilhões. Para o ano que vem, a perspectiva também piorou, mas ainda é melhor que o objetivo oficial do governo. A estimativa aumentou de um resultado negativo de R$ 104,8 bilhões para 129,3 bilhões. A meta é R$ 139 bilhões. O relatório “Prisma Fiscal” do Ministério da Fazenda mostra uma forte deterioração das previsões. No início do ano, a aposta para o rombo das contas do governo federal era de cerca de R$ 70,7 bilhões em 2016 e de R$ 42,1 bilhões em 2017. Essa piora foi causada por piora nas receitas e despesas. No relatório divulgado nesta quintafeira, os economistas revisaram a previsão para a arrecadação de tributos neste ano de R$ 1,273 trilhão para R$ 1,276 trilhão para este ano e de R$ 1,375 trilhão para R$ 1,373 trilhão.
Dólar cai mais de 1% e chega a valer R$ 3,22 com cenário político Vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidente da Câmara fortalece o governo e deve impulsionar os mercados domésticos Fonte Ana Luísa Westphalen, Jornal O Estado de S. Paulo 14 Julho 2016 às 09h 56
O bom humor dos investidores segue estimulando a busca por ativos de risco no mundo e a Bovespa opera em firme alta nesta quinta-feira, caminhando para o sétimo pregão de ganhos. Às 10h40, o Ibovespa operava em alta de 1,11%, aos 55.179,93 pontos, enquanto em Wall Street, onde os negócios tiveram início há pouco, o Dow Jones subia 0,65%, o S&P 500 tinha ganho de 0,56% e o Nasdaq, valorização de 0,61%. O dólar à vista no balcão recuava 1,53% ante o real, negociado a R$ 3,2193. Na BM&FBovespa, a moeda para agosto exibia desvalorização de 1,40%, cotada a R$ 3,2360. A perspectiva de estímulos na Europa ainda é responsável por manter o apetite dos investidores por ações. Isso porque o Banco da Inglaterra (BoE), apesar de ter optado por manter hoje a taxa básica de juros, assim como seu programa de compra de ativos, sinalizou a intenção de relaxar a política econômica na próxima reunião, em 4 de agosto. "A maioria dos membros da comissão espera que a política monetária seja relaxada em agosto", segundo comunicado da autoridade monetária. "O tamanho e a natureza das eventuais medidas de estímulo serão determinadas nas próximas semanas", apontou o BoE. 18
Internamente, é bem recebida no mercado a vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara dos Deputados, já que fortalece o governo Michel Temer. Ao conseguir colocar um aliado para substituir Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no comando da Casa, o presidente interino deve ficar com o caminho mais livre para aprovar sua agenda de reformas. Foto: Pixabay
Dólar chegou a marcar um recuo de quatro centavos em relação ao fechamento de ontem (R$ 3,2692)
No câmbio, o dólar à vista no balcão segue em queda, renovando mínimas. Segundo operadores, a vitória de Maia para a presidência da Câmara traz alívio ao Planalto, com reflexo positivo nos ativos brasileiros. No exterior, o petróleo persiste em alta de aproximadamente 2% em NY e em Londres, e o dólar segue em queda perante as principais moedas emergentes ou sensíveis a commodities. Os juros futuros acompanham o movimento do dólar e também caem. Divulgado mais cedo, o IBC-Br de maio confirmou a percepção de fraqueza da economia e é mais um ingrediente para o recuo das taxas.
Revisão de benefícios por invalidez começa em agosto Estimativa do governo é de cortar 150 mil aposentadorias por incapacidade vistas como irregulares Fonte Murilo Rodrigues Alves, Jornal O Estado de S. Paulo 14 Julho 2016 às 05h 00
Notícia relacionada: Pente-fino no INSS pode poupar R$ 7 bi
BRASÍLIA - O pente-fino que o governo do presidente em exercício Michel Temer fará nos benefícios por incapacidade começará em agosto, mas os segurados do INSS que recebem auxílio-doença e aposentadoria por invalidez devem esperar a convocação em casa antes de se dirigir a uma agência do instituto. Os idosos com 60 anos ou mais devem escapar da revisão, informou nesta quarta-feira, 13, o novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Leonardo Gadelha. “Não há por 19
que convocá-los se eles podem auferir o mesmo benefício de outra forma”, afirmou, após tomar posse. A metade dos 3,2 milhões de aposentados por invalidez no País tem mais de 60 anos. Foto: Nilton Fukuda/Estadão
Idosos com 60 anos ou mais devem escapar da revisão
A estimativa do governo é cortar 150 mil desses benefícios com a revisão. O gasto mensal para bancar essas aposentadorias por invalidez é de R$ 3,6 bilhões. Em 30 dias, o governo detalhará como será feita a convocação e o atendimento nas agências do INSS. Uma das possibilidades é estender o horário de funcionamento, uma vez que a revisão dos benefícios não poderá afetar o fluxo normal de atendimentos, que ainda está represado por causa da greve que acabou no início do ano. Também serão revistos os auxílios-doença e os benefícios de prestação continuada da Lei Orgânica da Assistência Social (BPC/Loas). “O objetivo não é prejudicar ninguém. Vamos fazer de forma muito criteriosa, para buscar apenas os gargalos, aqueles em que há indícios de irregularidades. Todo cidadão que merece o benefício, terá o benefício preservado”, disse Gadelha. O governo vai pagar bônus de R$ 60 por atendimento para os peritos do instituto que aderirem ao processo de revisão dos benefícios. Em dois anos, período estimado para o serviço, devem ser gastos R$ 50 milhões. O INSS tem 4 mil peritos, segundo Francisco Cardoso, presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos. Ele estima que 80% do quadro vão aderir ao processo de revisão. Cada perito faz, em média, 15 atendimentos por dia. Para ganhar o bônus, terá de fazer três a quatro atendimentos a mais de revisão dos benefícios por incapacidade. Hoje, a fila para a concessão do auxílio-doença é de 45 dias.
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Venda de dívida será destinada a investimentos Projeto que autoriza o governo a vender títulos de dívida no mercado reserva 30% dos recursos a investimentos, o que poderia render R$ 19,6 bilhões Fonte Adriana Fernandes, Jornal O Estado de S. Paulo 14 Julho 2016 às 05h 00
Notícias relacionadas: Para fazer caixa, governo quer vender dívidas que tem a receber Comissão do Senado aprova PEC que autoriza desvinculação de receita até 2023
BRASÍLIA - O projeto de lei que autoriza a venda ao mercado de dívidas da União por meio da emissão de títulos, a chamada securitização de créditos, poderá canalizar cerca de R$ 19,6 bilhões para investimentos do governo federal, Estados e municípios. O cálculo é da assessoria técnica do Senado que trabalha na elaboração do substitutivo. Uma cláusula incluída no parecer nesta quarta-feira, 13, após negociação com o relator, deputado Paulo Bauer (PSDB-SC), destina 30% dos recursos obtidos nesse programa para investimentos.
Foto: Felipe Rau|Estadão Expectativa é que a securitização renda R$ 65,2 bilhões para Estados e prefeituras
A expectativa é que a securitização renda R$ 65,2 bilhões para Estados e prefeituras, na hipótese de os créditos serem vendidos com um deságio de 50%. No caso do governo federal, devem ser obtidos R$ 55 bilhões. A principal vantagem desse projeto, que o Senado só deve votar em plenário em agosto, é antecipar para os cofres federais recursos que ingressariam ao longo do tempo. Com a crise financeira do setor público, a aprovação do projeto é vista como uma fonte de receita fundamental no curto prazo para os governos enfrentarem o período de vacas magras e baixa arrecadação de tributos até que a economia saia da atual recessão. O projeto autoriza que União, Estados e prefeituras vendam ao mercado os créditos que os contribuintes parcelaram. Essa venda será feita com um deságio. As instituições financeiras
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que comprarem esses créditos poderão “empacotá-los” por meio de Fundos de Direito Creditícios e vender para os seus clientes. DRU. Nesta quarta-feira, 13, possivelmente o último dia de funcionamento do Congresso antes do início do “recesso branco”, o governo conseguiu aprovar, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga até 31 de dezembro de 2023 a Desvinculação de Receitas da União (DRU). Esse mecanismo permite que parte do dinheiro federal que é “carimbado” para determinadas finalidades, como saúde, educação e Previdência, possa ser usado em outras finalidades. Atualmente, esse mecanismo flexibiliza o uso de 20% dos recursos vinculados. O texto aprovado ontem no Congresso eleva esse porcentual para 30% e estende a permissão para Estados e municípios. A prorrogação da DRU era uma prioridade do governo do presidente em exercício, Michel Temer. Aprovada na Comissão, ela segue para o plenário do Senado, para votação em dois turnos. A matéria já passou pela Câmara dos Deputados. O governo não conseguiu, por outro lado, ver aprovado o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017 na Comissão Mista de Orçamento, como era a expectativa. A reunião foi cancelada por causa da eleição do novo presidente da Câmara. COLABORARAM IDIANA TOMAZELLI E RICARDO BRITO
Alemanha vende títulos com juros negativos A maior economia da zona do euro é a primeira a fazer esse tipo de operação; rendimento médio dos papéis negociados foi de -0,05% Fonte O Estado de S. Paulo 14 Julho 2016 às 08h 21
FRANKFURT - A Alemanha se tornou ontem o primeiro país da zona do euro a vender título da dívida de 10 anos com rendimento abaixo de zero, refletindo a busca do investidor por ativos seguros em meio a temores de que o crescimento da zona do euro será mais lento do que se imaginava após a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia. A Agência de Finanças da Alemanha vendeu ¤ 4,038 bilhões (US$ 4,47 bilhões) em títulos da dívida com vencimento em agosto de 2026, disse o Bundesbank (o banco central da Alemanha). O rendimento médio ficou em -0,05%, marcando a primeira rentabilidade negativa em um leilão de dívida de 10 anos conduzido por um país da zona do euro. A demanda, no entanto, foi fraca, com ¤ 4,783 bilhões em propostas, dos ¤ 5 bilhões que a Agência de Finanças ofereceu, deixando o leilão “tecnicamente descoberto,” um fenômeno relativamente frequente em vendas de dívida alemã. Sintomas graves. A queda livre dos rendimentos de títulos do governo, com grandes porções da dívida alemã sendo negociada agora com juros negativos, “são sintomas de graves problemas estruturais com a economia global”, disse Daniel Loughney, gerente de carteira da AllinceBernstein. “É evidente que isso representa uma situação grave para os investidores, uma vez que investir em instrumento com rendimento negativo é impossível justificar uma perspectiva de compra e manutenção.” Segundo ele, haverá oferta líquida negativa na Alemanha de cerca de ¤ 90 bilhões até o fim de 2016, e Loughney espera que os investidores continuem a comprar títulos de longo prazo em busca de rendimentos.
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Mercado. Na Europa, ontem, os principais índices acionários fecharam em queda, em dia marcado por oscilações nos mercados após a preocupação com a situação dos bancos italianos voltar a pesar. Os investidores também ficaram no aguardo da posse da nova primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, e na expectativa de que o Banco da Inglaterra anuncie corte de juros em sua reunião de política monetária hoje. Com esse cenário, o FTSE Mib, de Milão, foi o que mais sofreu, fechando em queda de 1,15%. Em Londres, o FTSE 100 caiu 0,15% e o DAX, de Frankfurt, caiu 0,33%. DOW JONES NEWSWIRES
BC britânico deixa juros inalterados, mas sinaliza medidas em agosto Niklas Halle'n/AFP
Banco central britânico deixou inalterada a taxa de juros
FONTE REUTERS 14/07/2016 às 09h 59
O banco central britânico deixou inalterada a taxa de juros nesta quinta-feira (14), surpreendendo investidores que esperavam o primeiro corte em mais de sete anos no momento em que a economia enfrenta as consequências da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia. O Banco da Inglaterra manteve a taxa básica de juros em 0,5% e disse que deve adotar algum estímulo em três semanas, possivelmente como um "pacote de medidas", assim que avaliar como a decisão no plebiscito de 23 de junho afetou a economia. 23
"Na ausência de uma piora na escolha entre sustentar o crescimento e fazer a inflação voltar à meta em uma base sustentável, a maioria dos membros do Comitê espera que a política monetária seja afrouxada em agosto", disse o banco central na ata da reunião de julho, que terminou na quarta-feira (13). "O tamanho exato e a natureza de qualquer medida de estímulo será determinado durante a projeção e Relatório de Inflação de agosto", completou. A maioria dos economistas que participaram de uma pesquisa da Reuters esperava que o Banco da Inglaterra cortasse a taxa de juros para 0,25%, buscando proteger a economia do choque da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia. A libra caiu mais de 13% em relação ao dólar nos dias após o referendo e trilhões de dólares foram sugados dos mercados acionários globalmente. Entretanto, a indicação mais rápida do que o esperado na quarta-feira de Theresa May como nova primeira-ministra britânica ajudou a acalmar o nervosismo nos mercados financeiros. O presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, deu um claro sinal há duas semanas de que algum estímulo estava a caminho, em uma tentativa de mostrar que a economia estava em segurança enquanto a liderança política do país desmoronava após o referendo. Mas Carney também sugeriu que não é a favor de um forte corte nos custos de empréstimo por causa do possível impacto sobre os bancos com sede no Reino Unido. Ele disse que não quer seguir o exemplo do BCE (Banco Central Europeu) e do banco central japonês, cortando os juros para território negativo. Na ata publicada nesta quinta-feira, o Banco da Inglaterra disse que a composição de qualquer medida adicional de estímulo "levará em conta qualquer interação com o sistema financeiro". Também explicou que a extensão de qualquer medida de estímulo terá como base suas projeções atualizadas. O Comitê de Política Monetária elevou de 0,3% para 0,5% sua expectativa para o crescimento econômico no período entre abril e junho. Mas afirmou que o crescimento deve enfraquecer no curto prazo como resultado do plebiscito e cortou suas projeções para investimento no setor imobiliário de forma significativa, reduzindo também suas expectativas para os preços imobiliários no curto prazo. NOVO MINISTRO O novo ministro das Finanças britânico, Philip Hammond, disse nesta quinta-feira que fará o que for necessário para restaurar a confiança na economia após o "brexit", sugerindo uma abordagem menos agressiva para reduzir o deficit orçamentário. Nas primeiras declarações desde que sucedeu George Osborne no cargo, Hammond elogiou o presidente do banco central britânico e disse que ele vai tomar decisões ao longo do verão antes de esboçar seus planos de impostos e gastos. "Os mercados precisam de sinais de confiança, eles precisam saber que nós vamos fazer o que for necessário para manter a economia nos trilhos", disse Hammond no canal de televisão ITV. 24
Hammond atuou previamente como ministro da Relações Exteriores, da Defesa e do Transportes. Em uma série de entrevistas à mídia nesta quinta-feira, ele se recusou a se comprometer com planos feitos por Osborne na esteira do referendo, incluindo propostas para fazer mais cortes nos impostos corporativos. Mas sugeriu que vai ter uma abordagem menos agressiva para fixar as finanças públicas, ecoando os comentários da nova premiê Theresa May. "Claro que temos que reduzir mais o deficit, mas avaliando como e quando e em que ritmo vamos fazer isso, e como medimos nosso progresso em fazer isso é algo que precisamos considerar tendo em vista as novas circunstâncias que a economia está enfrentando", disse à rádio "BBC". "Emprestar, quando o custo do dinheiro é baixo, tem grandes atrativos, mas este país já está altamente endividado", disse Hammond mais tarde à ITN, acrescentando que o governo precisa ser cuidadoso sobre quais sinais manda aos mercados.
JPMorgan Chase tem queda no lucro do 2º trimestre Mark Lennihan-19.ami.09/Associated Press
JPMorgan Chase teve queda de 1,4% no lucro do segundo trimestre
FONTE REUTERS 14/07/2016 às 09h 22
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O JPMorgan Chase, maior banco dos Estados Unidos em ativos, divulgou nesta quinta-feira (14) queda de 1,4% no lucro do segundo trimestre, pressionado por margens reduzidas e baixas taxas de juros. O lucro líquido da instituição recuou para US$ 6,2 bilhões no período encerrado em 30 de junho. No mesmo intervalo de 2015, o lucro foi de US$ 6,29 bilhões. Porém, o lucro por ação subiu de US$ 1,54 para US$ 1,55. O JPMorgan é o primeiro banco americano a divulgar resultados do trimestre passado e o primeiro a anunciar o balanço depois que o Reino Unido decidiu deixar a União Europeia. A votação colocou em dúvida a possibilidade de um aumento na taxa de juros dos EUA no curto prazo, o que significa que as margens de empréstimos do banco continuarão sob pressão. O plebiscito britânico de 23 de junho também lançou incerteza sobre quando e quanto dinheiro os bancos americanos terão de gastar para transferir suas operações de Londres que atendem clientes europeus. Wells Fargo e Citigroup, terceiro e quarto maiores bancos dos EUA, divulgam resultados na sexta-feira (15).
EUA terão petróleo mais competitivo, diz consultoria BBC
Reservas de xisto podem atrair investimento
FONTE "FINANCIAL TIMES" 14/07/2016 às 02h 00
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As reservas de petróleo de xisto betuminoso dos EUA são a opção com menor custo de extração para a produção petroleira futura e provavelmente terão mais sucesso em atrair investimento do que projetos concorrentes como os de exploração petroleira em águas de grande profundidade, como os do Brasil, segundo uma importante consultoria do setor. Cerca de 60% do petróleo cuja produção é economicamente viável a um preço de US$ 60 por barril de petróleo cru provém do xisto betuminoso norte-americano, e apenas 20% dele de campos em grande profundidade submarina, de acordo com a consultoria Wood Mackenzie. Nesta quarta (13), o petróleo Brent fechou cotado ao US$ 46,26. Companhias que controlam ativos de xisto betuminoso nos EUA provavelmente terão vantagem competitiva, nos próximos anos. Os produtores que dependem de campos de petróleo em regiões de maior custo, como o mar do Norte e as águas profundas ao largo da costa ocidental da África, terão de cortar custos ou reduzir a produção. Depois da profunda queda no petróleo, iniciada dois anos atrás, os custos de produção caíram em todo o setor, mas recuaram de maneira ainda mais acentuada no petróleo de xisto betuminoso dos Estados Unidos. Pelos cálculos da Wood Mackenzie, os campos de petróleo em águas profundas do Brasil são tão grandes que alguns deles serão comercialmente viáveis, mas regiões de maior custo enfrentariam dificuldade para atrair investimentos.
Senado argentino aprova lei que protege indústria automotiva Transição na Argentina
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FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, LUCIANA DYNIEWICZ DE BUENOS AIRES 14/07/2016 às 01h 13
Diante da invasão de autopeças e carros brasileiros na Argentina, o Senado do país aprovou por unanimidade, na noite de quarta (13), um projeto para incentivar o mercado automotivo local. A lei que já havia passada pela Câmara dos Deputados concederá desconto fiscal às empresas que aumentarem o conteúdo nacional. A dedução nos impostos vai variar de 4% a 15% conforme o volume de peças argentinas usado pelas montadoras, tendo uma exigência mínima de 30% para carros e 25% para ônibus e caminhões. A medida é similar à brasileira Inovar-auto e dificulta a integração do Mercosul, destaca o economista argentino Gonzalo Dalmasso, da consultoria Abeceb. O Inovar-auto, que exige etapas de produção no Brasil para abatimento de imposto, levou a OMC (Organização Mundial do Comércio) a investigar o regime tributário do setor no país. "Toda medida de caráter nacional que não inclui um tratamento igualitário aos países do bloco vai contra a integração", diz Dalmasso. O programa argentino surpreendeu o mercado, que esperava medidas menos protecionistas do presidente, Mauricio Macri. Nos últimos 12 anos, durante o kirchnerismo, a Argentina foi fechando gradualmente seu mercado. Para o economista da Abeceb, Macri está, sim, avançando na liberalização, mas com cuidado: "Ele não está protegendo de maneira indiscriminada, como ocorria antes, mas também não está liberando tudo". No mês passado, o Brasil perdeu uma briga comercial contra a Argentina. O governo do presidente interino Michel Temer queria flexibilizar o acordo automotivo dos países para poder aumentar suas exportações. Não conseguiu. Permaneceu o tratado em que o Brasil tem que importar US$ 1 para cada US$ 1,5 que exporte. A única vitória do Brasil na negociação foi que os cálculos do limite de comércio passaram a ser feitos sobre um período de quatro anos, e não de um, como ocorria até então. As medidas protecionistas de Macri respondem à crise econômica do país, que tem impactado no emprego. No primeiro trimestre deste ano, o PIB recuou 0,7% na comparação com o último de 2015. A queda no emprego no setor privado também foi de 0,7% em abril ante o mesmo mês do ano passado. A indústria automotiva é uma das mais prejudicadas. Com o peso valorizado e real fraco, a Argentina perdeu competitividade. Resultado: enquanto as vendas de veículos e autopeças do Brasil no país vizinho aumentaram 15% no acumulado dos cinco primeiros de 2016, a produção Argentina recuou 12,5%. A crise no Brasil, o maior mercado das exportações argentinas, é mais um entrave. Puxadas pela retração do consumo brasileiro, as vendas internacionais de veículos da Argentina caíram 26,5% até maio.
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Com esse cenário, o economista Gastón Rossi, da consultoria LCG, diz que o projeto de Macri para incentivar a produção automotiva local talvez não seja suficiente. "Pode evitar que a nossa indústria continue se deteriorando, mas será difícil reverter o quadro com um câmbio pouco competitivo e problemas estruturais na indústria." O governo Macri, porém, afirma que, se aprovada, a lei impulsionará a criação de 27 mil postos de trabalho.
Felicidade e bem-estar nas empresas Nicole Fuentes, professora de Ciência da Felicidade na Universidade de Monterrey (México), afirma que a felicidade traz benefícios tangíveis para as empresas Fonte Jornal O Estado de S. Paulo, 12 Julho 2016 às 06h 02
A professora Nicole Funtes Divulgação /ABRH
Perita em Psicologia Positiva do Departamento de Educação Executiva da Universidade de Monterrey, a consultora Nicole Fuentes persegue bons indicadores de gestão corporativa 29
investindo no bem-estar emocional dos trabalhadores. Professora de Ciência da Felicidade, sustenta que o sucesso material não leva à felicidade, mas vice-versa. No dia 16 de agosto, ela apresentará a palestra “Colaboradores mais felizes, empresas mais produtivas” no 42º Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas – Conarh 2016. De que maneira o estudo da Harvard sobre vida saudável e feliz pode ser aplicado no mundo corporativo? A Faculdade de Medicina da Universidade Harvard está conduzindo o maior estudo feito até hoje para entender quais são os ingredientes de uma vida saudável e feliz. Os resultados mostram que dinheiro, fama e poder não são importantes. O que importa são as nossas conexões sociais. A maioria das pessoas opera sob a lógica de que o sucesso leva à felicidade. Esse padrão de pensamento nos impulsiona a trabalhar mais, na esperança de ter sucesso e ser feliz, mesmo sacrificando o convívio com a família ou os amigos. E as empresas? As empresas também operam sob esta lógica. Os sistemas de recompensas valorizam o desempenho das pessoas, com base na realização de objetivos, apesar do desgaste que possam causar. Estudos da ciência da felicidade sugerem, todavia, que essa fórmula está invertida: a felicidade deve vir em primeiro lugar. Pessoas que têm estado mental e emocional positivo, geram endorfinas e dopaminas que lhes permitem usar melhor suas capacidades, aumentar o nível de concentração, melhorar a assertividade, a criatividade e a empatia. A partir daí, o sucesso é consequência. Como restabelecer a importância das conexões sociais? Conexões sociais compreendem um ingrediente-chave para uma vida saudável e feliz. Pessoas que têm laços estreitos com familiares, amigos e colegas de trabalho são mais felizes, têm saúde melhor e vivem mais. Por outro lado, quem passa muito tempo sozinho, tende a ter problemas como depressão, ansiedade e um sistema imunológico menos robusto. Para fortalecer laços sociais, a ciência da felicidade propõe ações simples, como expressar gratidão, admiração e carinho; passar tempo com pessoas queridas, cultivar o otimismo e mostrar interesse pelos outros. O fato de a felicidade dos trabalhadores de uma empresa gerar lucro pode ser um incentivo para instituir a cultura do pensamento positivo? Estudos do Instituto Gallup indicam que o bem-estar no trabalho é um dos cinco elementos universais de bem-estar. Mas há a crença generalizada de que o trabalho deve simplesmente ser tolerado. No entanto, estar satisfeito no trabalho é essencial por dois motivos: identidade e tempo. O trabalho nos define e determina o tipo de pessoas com quem vivemos e as oportunidades de vida que temos. Quando ele não está alinhado com o que acreditamos e gostamos de fazer, surgem problemas em outras áreas. O custo físico e mental da frustração e do estresse pode ser muito alto. O fato de a felicidade ter benefícios tangíveis para as empresas certamente acelera o processo para estabelecer a cultura do pensamento positivo. Investir em felicidade dentro da empresa, além de ter impacto positivo na produtividade e rentabilidade da organização, é uma oportunidade de elevar o grau de bem-estar no trabalho. Uma das premissas da psicologia positiva é que o indivíduo deve se esforçar para alimentar pensamentos positivos. Isso é viável em países pobres? A felicidade não é exclusiva dos países ricos, nem é baseada unicamente na renda nacional. Os indicadores de bem-estar e felicidade começaram a ganhar enorme importância diante do resultado paradoxal de alguns países com grande riqueza material, crescimento econômico e significativos avanços tecnológicos, de um lado, e níveis elevados de depressão e ansiedade na sociedade, de outro. Hoje, se reconhece a necessidade de considerar a felicidade dos cidadãos de um país como medida adicional de progresso e definir o desenvolvimento de um país para além da sua renda nacional e capacidade de atender às necessidades materiais do povo. No Relatório sobre a Felicidade Mundial de 2013 a 2015, por exemplo, o Brasil aparece na 17ª posição em uma lista de 157 países. Marleine Cohen Especial para o Estado 30
Mais eficiência, por favor Falta mais do que dinheiro para a área social: faltam projetos Fonte Jornal O Estado de S. Paulo, Cida Damasco 14 Julho 2016 às 05h 00
Notícia relacionada: Cida Damasco estreia coluna no ‘Estado’ e blog ‘Além da Economia’
O Congresso Nacional foi tomado, nos últimos dias, por uma verdadeira feira livre para a escolha de candidatos à presidência da Câmara. No Palácio do Planalto, o presidente em exercício Michel Temer, de olho no calendário do impeachment, tentava manobrar a disputa e pavimentar a travessia até o segundo tempo do seu mandato, após o afastamento definitivo de Dilma Rousseff. Enquanto isso, a equipe conduzida pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, continua a fazer contorcionismos para adaptar as metas da área econômica à dura realidade do cenário político. Nos três fronts, contudo, quase nenhuma palavra sobre o que virá depois. Depois da eleição na Câmara, depois do impeachment e depois do ajuste, por onde iremos? Qual País que o Executivo e o Legislativo têm em mente? Infelizmente, sob o ponto de vista da construção de projetos que interessem de fato aos cidadãos, não é nada animador o espetáculo proporcionado por essa inacreditável competição pelo comando da Câmara, com recorde de candidatos e déficit de propostas. É claro que ninguém pelo menos ninguém com responsabilidade social nega a necessidade de se fazer um ajuste duro, à custa de enxugamento de gastos e reforço na receita, incluindo até algum aumento de imposto. Também não dá para ignorar que o tamanho e o figurino desse ajuste tenham de se submeter a pressões e contrapressões dos lobbies que dominam o Congresso. Esse mesmo e peculiar Congresso onde prevalece a lógica do “mais é menos”: quanto maior a base parlamentar, maiores as dificuldades do Executivo para montar e fazer aprovar qualquer projeto. O governo amaldiçoa os constrangimentos criados pela vinculação de gastos públicos imposta pela Constituição. Tanto assim que se empenha para aprovar a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que aumenta de 20% para 30% a parcela de recursos do Orçamento com livre aplicação. E não há garantia de que a área social será preservada. Mas de que gastos sociais estamos falando? Mal ou bem, a julgar pelos indicadores disponíveis, as verbas para as chamadas áreas sociais parecem estar resistindo. Um estudo recente da Secretaria do Tesouro Nacional mostra que a participação dos gastos sociais (incluindo Saúde, Educação, saneamento e emprego, entre outros) atingiu, no ano passado, dois terços das despesas totais da União. E, contrariando o senso comum, o mesmo estudo indica que, em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), em 2013, esses gastos correspondiam a 15% e superavam os dos países emergentes da Ásia, como a Coreia do Sul, sempre apontada como parâmetro para eficiência em gastos públicos. Números são números, mas parecem no mínimo duvidosos para o cidadão comum. Como explicar, por exemplo, o fato de que, depois de um período em que o Brasil foi considerado referência para o tratamento de aids, o número de casos volte a subir? Na Educação, as coisas não são diferentes. A farra do programa de financiamento estudantil, o Fies, ampliou mais os ganhos de universidades privadas do que o acesso ao ensino. E várias universidades públicas simplesmente agonizam.
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Pode até faltar dinheiro para as áreas sociais. E sempre falta. Mas faltam também projetos consistentes, que vão além de metas meramente quantitativas, e fiscalização para garantir a eficiência na sua execução. Segundo levantamento preparado pelo Ministério da Transparência (ex-Controladoria-Geral da União) e revelado pela Coluna do Estadão, de 221 auditorias realizadas, 67% são referentes ao uso de recursos na Saúde e na Educação. Diante desse quadro, o temor é que, assim como neste ano, no próximo e nos próximos ainda, a discussão sobre gastos sociais se concentre nos grandes números, sem entrar a fundo no que será feito com esse dinheiro.
A competência do ministro Ao elogiar publicamente o ministro Meirelles, a presidente Dilma pode ter pretendido passar o recado de que, se conseguir safar-se do projeto de impeachment, estaria disposta a manter Meirelles à frente da área econômica. Mas, nesse caso, não bastaria querer. Fonte Jornal O Estado de S. Paulo, Celso Ming 13 Julho 2016 às 21h 00
Sem mais aquela, em entrevista à Rádio Capital concedida terça-feira, a presidente afastada Dilma Rousseff reconheceu que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, “é uma pessoa competente, na área dele”. Não ficou claro o que pretendeu dizer. Várias vezes o ex-presidente Lula pressionou a presidente Dilma para que nomeasse Meirelles para conduzir a política econômica. Mas Dilma rejeitou a sugestão, seja porque entendeu que o perfil do atual ministro fosse neoliberal demais para o que pretendia, seja porque temesse por dar asas excessivas às ambições políticas dele. Ao elogiar publicamente o ministro Meirelles, a presidente Dilma pode ter pretendido passar o recado de que, se conseguir safar-se do projeto de impeachment, estaria disposta a manter Meirelles à frente da área econômica.
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Foto: Dida Sampaio/Estadão
Várias vezes o ex-presidente Lula pressionou a presidente Dilma para que nomeasse Meirelles para conduzir a política econômica Mas, nesse caso, não bastaria querer. Seria necessário, também, que Meirelles aceitasse ficar, o que parece improvável. Ele não está sozinho no governo Temer, está acompanhado de uma equipe de técnicos talentosos que também precisariam aceitar permanecer num suposto prolongamento do seu governo. Também não bastaria que Meirelles e sua equipe de notáveis estivessem dispostos a ocupar seus atuais cargos numa nova fase do governo Dilma. Seria necessário que a política econômica do período Temer, baseada na recuperação dos fundamentos da economia e no enxugamento do Estado, também viesse a ser adotada. E este é o maior problema. Até agora nenhum dos responsáveis pela política econômica do governo Dilma admitiu os graves erros de opção e de condução da economia, que desembocaram no desastre já conhecido. Ao contrário, os políticos do PT, hoje na oposição, sempre que podem desancam a atual política, com as pichações de praxe: que se trata de proposta neoliberal em proveito dos “rentistas”, contra os interesses da população e dos trabalhadores; que está centrada no arrocho e na privatização, para eles condenável; e que pretende levar adiante reformas da Previdência e das leis trabalhistas que contrariam o interesse do trabalhador. Em nenhum momento a presidente Dilma chegou a avançar que política econômica pretenderia adotar, caso voltasse ao governo: se mais da mesma praticada no primeiro ano do seu segundo mandato; ou se outra, diferente da atual. Nos últimos documentos que vieram a público, especialmente no Programa Nacional de Emergência, de fevereiro deste ano, o PT defendeu a continuação de um keynesianismo tosco, baseado no aumento das despesas públicas, na derrubada dos juros, na queima de reservas 33
externas, no aumento da distribuição de uma renda hoje altamente insuficiente, na expansão do consumo, no aumento da taxação (sobre os mais ricos), enfim, baseado em tudo que já deu errado. Vai que a presidente Dilma pretendeu dizer que Meirelles é competente no que faz, mas o que faz está errado para ela. E, outra vez, ficamos sem saber quais seriam as novas lambanças que poderiam sobrevir da rejeição do projeto do impeachment pelo Senado. CONFIRA: Foto: Infográficos
No gráfico, a evolução do setor de serviços nos últimos dois anos.
Pesa muito Como pesa nada menos que 70% no PIB, o desempenho do setor de serviços é um indicador importante da atividade econômica. Os resultados continuam ruins, mostrando que a perda de renda, o desemprego e a inflação vêm atingindo fortemente o setor. Negativo Os números de maio, os piores da série histórica iniciada em 2012 para o mês, sugerem que o avanço do PIB do 2.° trimestre continua negativo.
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As amarras da política Confesso que nos últimos dias tenho pensado bastante em Dilma Rousseff. Antes que o leitor corra para as montanhas após ler essa frase, as razões têm relação direta com atitudes positivas da equipe econômica de Temer. Dilma e alguns membros de sua equipe durante o primeiro mandato costumavam chamar de “pessimistas adversativos” qualquer um que se dispusesse a criticá-los, apontando equívocos que poderiam levar o País à lona. A equipe econômica de Temer parece escutar seus críticos com sobriedade e reconsiderar rumos dentro da estreitíssima margem de que dispõe. É um alívio. Fonte Jornal O Estado de S. Paulo, Monica de Bolle* 13 Julho 2016 às 05h 00
A equipe de Temer recebeu duras críticas nas últimas semanas por – como noticiaram os jornais – ter possivelmente flertado com a frouxidão fiscal mais ampla e duradoura do que havia sinalizado. As críticas foram recebidas com reflexão, não com adjetivos como era a praxe no governo anterior. Anunciaram metas fiscais mais ambiciosas para os próximos anos, ainda que alguns pressupostos que as sustentem possam ser questionados. Disseram que farão o possível para apertar o torniquete das despesas discricionárias no ano que vem. Deram entrevistas esclarecedoras e se dispuseram a dialogar, por meio dos grandes jornais, com todos os que mostraram grande preocupação com os rumos fiscais do País e com a possibilidade concreta de que o Brasil não consiga escapar de uma crise fiscal ainda mais grave do que a atual. O Banco Central, sob nova tutela, tem aproveitado a janela que os fluxos externos nos têm proporcionado para diminuir o estoque de swaps cambiais – essas operações, mais ou menos equivalentes a uma venda de dólares no mercado futuro de divisas, custavam caro aos cofres públicos. Houve tempo em que chegaram a causar prejuízos superiores a 2% do PIB ao Banco Central. Estamos em boas mãos na área econômica, não há dúvida. Há dúvida, entretanto, sobre o que serão capazes de fazer perante as amarras políticas. Dia desses li um artigo sobre a qualidade do debate da política econômica no Brasil. Embora a matéria tenha se restringido à ladainha “ortodoxos versus heterodoxos”, que, de fato, é picuinha tupiniquim, a pobreza do debate nacional repercute o que ocorre além de nossas fronteiras. O debate internacional, afinal de contas, não está lá essas coisas. Houve tempo, logo depois de terminar meu doutorado na London School of Economics e passar uns anos no Fundo Monetário Internacional, que acadêmicos e formuladores da política econômica eram tratados pela opinião pública com mais respeito. Havia discordâncias, por certo, mas nos anos em que crises financeiras abatiam países emergentes em série, os políticos e a sociedade tratavam com mais seriedade as recomendações que vinham dos estudiosos e dos organismos internacionais. Foi assim com o debate sobre as crises fiscais e as reestruturações das dívidas soberanas dos anos 90 e início dos anos 2000 feitas por países como a Ucrânia e o Uruguai – dessa última tive a oportunidade de participar diretamente. Foi também assim com o debate sobre os regimes cambiais mais adequados para os emergentes – as crises de então fomentaram o consenso de que flutuar a moeda era melhor do que forçar uma paridade. De meu posto de observação, hoje, como pesquisadora do Peterson Institute for International Economics e professora da School for Advanced International Studies da Johns Hopkins University, vejo que a coisa já não funciona mais assim. A opinião dos especialistas já não importa tanto, ou mesmo, simplesmente não importa. Tal situação agravou-se depois da crise de 2008 e intensificou-se nos últimos anos com as vicissitudes da política que tomaram conta de diversos países mundo afora. A política sempre foi uma amarra para a política econômica.
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Hoje, entretanto, ela é quase forca. Estão aí o Brasil, o Reino Unido, e os EUA para mostrar como é difícil manter um debate racional sobre o que deve ser a política econômica. Diante disso, aplaudo os objetivos da equipe econômica. Aplaudo seus integrantes, mas continuo a achar muito difícil que o Brasil consiga escalar o muro de cacos de vidro que cerca o beco em que se encontra. *Economista, pesquisadora do Peterson Institute for Internacional Economics e professora da Sais/Johns Hopkins University
A grande família FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, Laura Carvalho 14/07/2016 às 02h 00
O ministro interino da Fazenda, Henrique Meirelles, em declaração ao jornal "O Estado de S. Paulo" do dia 9/7/2016, afirmou que, para equilibrar as contas públicas, "o plano A é o controle de despesas, o B é privatização, e o C, aumento de imposto". Algum demagogo de plantão, habituado a seduzir eleitores incautos pela explicação do Orçamento da União a partir da dinâmica do orçamento doméstico, poderia aproveitar-se facilmente do roteiro proposto pelo ministro para desfazer qualquer esperança da população quanto a dias melhores na economia. Afinal, poucos estariam felizes em fazer parte de uma família para a qual, diante da crise, a primeira opção fosse cortar a escola das crianças, diminuir as idas ao pediatra ou eliminar os remédios dos avós. Menos ainda se o plano B fosse vender a geladeira, o sofá e o piano. E tudo isso para não ter de pedir ao primogênito que abra mão do carro novo e contribua um pouco mais com as despesas da casa. O cálculo do governo interino é que o deficit de R$ 170 bilhões de 2016 crescerá em 2017 para R$ 194,4 bilhões. Só uma expectativa de receitas adicionais por meio de eventuais privatizações e concessões de R$ 55,4 bilhões permitiu que o governo fixasse a meta fiscal nos R$ 139 bilhões anunciados. Receitas da mesma ordem poderiam ser obtidas, por exemplo, com a retomada da tributação sobre os lucros distribuídos a pessoas físicas (dividendos), que desde 1995 são isentos de Imposto de Renda da Pessoa Física, ao contrário do que ocorre na grande maioria dos países. Além de deixar claro que o governo interino não tem o conjunto da sociedade como alvo de suas prioridades, a estratégia proposta não oferece nenhuma perspectiva de reequilíbrio das contas públicas no médio ou no longo prazo. As receitas geradas hoje com a venda de ativos públicos por meio de privatizações não virão novamente, além de implicarem redução de receitas futuras do governo com esses ativos (e.g. dividendos das empresas estatais). As concessões têm efeito similar, pois também retiram do Estado um potencial retorno com a exploração de ativos públicos. No caso brasileiro, ainda há o agravante de que muitas empresas concessionárias nem sequer pagam o que devem, como apontou Elio Gaspari em sua coluna nesta Folha de 13/7/2016 "Temer e a privataria 3.0". A geração de receitas extraordinárias por meio de concessões e privatizações —os chamados desinvestimentos— é considerada, aliás, uma manobra de ilusionismo fiscal no Staff Note do FMI de 2012 intitulado "Accouting Devices and Fiscal Illusions", conforme detalhei nesta Folha em 15/10/2015. 36
Ao contrário, uma expansão de investimentos públicos e de outras despesas com alto efeito multiplicador sobre a renda e o emprego poderia elevar a arrecadação futura –direta e indiretamente–, aí, sim, estabilizando a dívida pública no longo prazo. Na macroeconomia, restrições orçamentárias não são estáticas nem absolutas. Triste é ver um deficit dessa dimensão tão mal empregado. As escolhas de um governo preocupado apenas em manter-se no poder conspiram contra alternativas sustentáveis de enfrentamento da crise que hoje tanto aflige as famílias brasileiras.
Sem transparência FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, EDITORIAL editoriais@grupofolha.com.br 14/07/2016 às 02h 00
Do descrédito geral que engolfou o Executivo e o Legislativo, o Judiciário emergiu não apenas como instituição comparativamente ilesa de suspeitas, mas também como instrumento decisivo para a regeneração do quadro de dissolução de comportamentos instituído na democracia brasileira. Sua cúpula, entretanto, parece ter-se dedicado nos últimos dias a desencorajar expectativas tão ambiciosas. Quando trata de defender os seus, o que o Poder dá mostras, para ficar na superfície visível, é de pequenez. Não bastou, nos últimos dias, a abusiva determinação da presidência do STF no sentido de identificar os responsáveis pelos "pixulekos" que ironizavam seu ocupante, o ministro Ricardo Lewandowski, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. De forma policialesca, rompia-se ali com o princípio constitucional da liberdade de expressão, tentando abafar a crítica das ruas, expressa por meio de bonecos infláveis que, afinal, já haviam satirizado outros personagens públicos sem que ninguém se animasse à pomposa, caricata e apoplética tolice da ameaça judicial. Mas ninguém precisa censurar "pixulekos" para sair desmoralizado quando por si mesmo se encarrega de proteger interesses financeiros que obviamente comprometem a independência requerida de um juiz. A opinião pública se vê informada, com efeito, de que juízes, desembargadores, ministros das altas cortes do país recebem cachês para palestras —pagos por administrações estaduais, associações e empresas privadas, não poucas com causas a tramitar na Justiça. Eis que o Conselho Nacional de Justiça, cuja presidência cabe a Lewandowski, decide derrubar a proposta de que sejam tornados públicos os montantes recebidos em troca das exposições equiparadas, numa pirueta interpretativa, à atividade de magistério. Argumentou-se, conforme relato do jornal "Valor Econômico", que era preciso resguardar a intimidade e a segurança dos magistrados. Depois de receber as verbas, cujo valor se desconhece, os magistrados não estarão compelidos a declarar automaticamente sua suspeição no julgamento de casos que envolvam as fontes pagadoras.
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A ironia, uma das muitas do caso, é que figuras como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e seu célebre instituto, veem-se sob suspeita exatamente por terem recebido recursos de construtoras a título de palestras proferidas. Risco à segurança, argumenta o CNJ. Risco de desmoralização? Não, nunca. Este vem dos "pixulekos". Quanto aos pixulés, na gíria para gorjeta, que fiquem em sigilo.
Concessionárias querem mudar os contratos firmados entre 2013 e 2014 FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, Maria Cristina Frias 14/07/2016 às 03h 00
O plano do governo interino de viabilizar concessões para impulsionar a economia a partir de contratos novos e já assinados pode esbarrar em dificuldades. Empresas que venceram a última rodada de concessões de rodovias federais, entre 2013 e 2014, alegam que acordos com a União precisam ser readequados, pois as condições econômicas mudaram. Elas formaram um grupo que se denomina "Concessionárias Pós-2013". São seis trechos de estradas, em Estados como Mato Grosso, Minas e Espírito Santo. Cinco são da última rodada, e um, da penúltima. As concessionárias ainda discutem quais as propostas que devem levar ao governo. As conversas acontecem na ABCR, a associação do setor. Ainda não há consenso sobre que soluções vão propor. Fala-se em revisão de prazos de investimentos nas rodovias, especialmente das duplicações, segundo executivos de três empresas. Também se aventa a possibilidade da exclusão de algumas das obrigações de implementar melhorias previstas nos contratos. Outra ideia é alongar os períodos das concessões, o que não terá impacto mais imediato nos projetos. Além disso, as empresas querem que o licenciamento ambiental passe a valer para a rodovia inteira hoje, ele é concedido por trechos, o que onera as construções.Asfalto selvagem A queda da economia, com um tráfego menor nas estradas, impacta os negócios das concessionárias, afirma Flavio Freitas, diretor de desenvolvimento da ABCR (associação do setor). Freitas menciona outros problemas, como acréscimo de custos regulados (o material asfáltico) e demora de licenciamento ambiental.
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Empresários também reclamam que o BNDES havia prometido financiamento de até 70%, mas que, agora, se compromete com 40%. Petrobras inicia exportação de energia elétrica à Argentina A Petrobras iniciou neste mês a exportação de energia elétrica à Argentina, em contrato que vai até 2018 o valor não foi revelado. A transação será operacionalizada pela empresa Tradener, que vai comprar a energia no Brasil da Petrobras e de outros fornecedores e exportar à Argentina. A empresa espera ganhar tanto com as vendas diretas ao país quanto com a comercialização de gás para usinas de terceiros que também integram o acordo. No primeiro envio, realizado na última terça-feira (5), a Petrobras participou com 213 MW médios. Até agosto, deverão ser exportados 860 MW médios -o equivalente ao atendimento de uma cidade brasileira de 500 mil habitantes. A energia virá de usinas termelétricas a gás natural da empresa, que hoje têm sobras de energia devido à queda do consumo no país e à melhora do nível dos reservatórios das hidrelétricas. O envio direto de energia à Argentina já é previsto em casos de necessidade ou emergência, mas, com o atual excedente no Brasil, o governo discute propostas de acordos comerciais com o vizinho. Menos encorpado As vendas de vinhos e espumantes nacionais caíram 6,3% nos primeiros cinco meses deste ano, na comparação com igual período de 2015, segundo a Ibravin, que representa o setor. A quebra da safra de uva no Sul do país -uma redução de 57% em relação ao ano passado- e o aumento de impostos no fim de 2015 são apontados como os principais motivos da retração. "Com a alta do IPI e do ICMS em muitos Estados, a participação dos tributos no preço final subiu de 56% para 77%", diz o presidente da entidade, Dirceu Scottá. O imposto federal, antes de R$ 0,73 por garrafa, passou a representar 10% do valor da unidade. Até 2015, o mercado resistia à crise, e as vendas subiram 1,68% em relação a 2014. "A alta do dólar teve um impacto positivo no primeiro momento, mas, com a alta da tributação, perdemos a competitividade conquistada". Um gole a menos A colheita da vinícola Salton, no Rio Grande do Sul, caiu de cerca de 15 milhões de quilos para 6 milhões neste ano, diz a diretora-executiva, Luciana Salton. "Os estoques, que antes eram um problema, acabaram por ser uma salvação." 39
A companhia deverá encolher sua linha, com 60 tipos de vinhos e espumantes, por falta de matéria-prima. Outra solução foi lançar um produto feito com uvas malbec da Argentina. "É a nossa primeira importação, serão 40 mil caixas." Apesar dos entraves do setor, as vendas da marca no primeiro semestre ficaram estáveis, diz Salton. R$ 338 milhões faturou a Salton em 2015
Não vou chamar o síndico
Em um ano, as ações judiciais por falta de pagamento de condomínio caíram 86,8%. Em maio, foram ajuizadas 109 processos contra os 825 protocolados no mesmo mês do ano passado, segundo o Secovi-SP (entidade do setor). Os acordos extrajudiciais contribuíram para a redução das ações, diz Hubert Gebara, do Secovi. "O inadimplente prefere negociar e pagar parcelado. Para o condomínio, é melhor receber dessa forma que entrar na Justiça." A retração também foi significativa no acumulado deste ano. De janeiro a maio, foram ajuizadas 1.764 ações -uma queda de 59,2% em relação a igual período de 2015. Caixa... O comércio varejista do Estado de São Paulo voltou a perder postos de trabalho. Em maio, foram 3.730 empregos formais a menos. Os dados são da Fecomercio SP. ...fechado É o pior resultado para maio desde 2007, e o setor havia perdido 10 mil vagas em abril. Para a entidade, porém, a desaceleração mostra que o cenário parou de piorar.
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