SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS
16 DE JUNHO DE 2016
1
Cresce confiança da indústria em junho, a maior desde 2014 Fonte Portal Economia SC, 15 de junho de 2016 às 16h 14
Confiança da indústria em junho é a maior desde novembro de 2014. Foto: Divulgação
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) subiu para 45,7 pontos em junho, o maior valor desde novembro de 2014. Foi o segundo mês consecutivo de melhora na confiança dos empresários, informou nesta quarta-feira, dia 15, a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice cresceu 4,4 pontos na comparação com o mês anterior. Mesmo assim, o indicador continua abaixo dos 50 pontos e longe da média histórica de 54,3 pontos, observa a CNI. Os valores do Icei variam de 0 a 100. Quando estão abaixo de 50, indicam a falta de confiança dos empresários. Segundo a CNI, o indicador melhorou especialmente nas grandes empresas. Nesse segmento, o Icei alcançou 47,7 pontos em junho, o maior nível nos últimos 24 meses. Nas pequenas empresas, o índice subiu de 38,8 pontos em maio para 43,1 pontos neste mês. De acordo com a confederação, o índice de percepção das condições atuais em relação aos últimos seis meses ficou em 45,7 pontos em junho, 5 pontos acima do registrado em maio. O índice de expectativas para os próximos seis meses subiu de 47 pontos em maio para 51,1 pontos em junho, indicando que os empresários estão otimistas em relação ao futuro.
Banco Central vê inflação na meta em 2017 com juro mantido em 14,25% FONTE JORNAL FOLHA de S. Paulo, EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA 16/06/2016 às 09h 30
2
O Banco Central reduziu suas projeções de inflação para 2017 e estima que o IPCA (índice de preços ao consumidor) chegará ao centro da meta de 4,5% no fim do próximo ano, na hipótese de manutenção da taxa de câmbio em R$ 3,60 e da taxa básica de juros em 14,25% ao ano. Segundo o BC, se os juros caírem, como prevê o mercado financeiro, a inflação fica acima dos 4,5%. O IPCA está em 9,3% nos 12 meses encerrados em maio. As projeções fazem parte da ata da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) da quarta-feira da semana passada, quando o BC manteve os juros em 14,25% ao ano. Para 2016, as estimativas pioraram, mesmo no cenário que considera juros estáveis. O BC não divulga suas projeções na ata. No final de junho, no entanto, serão apresentadas novas estimativas, no Relatório Trimestral de Inflação. Essa foi a última ata de uma reunião do Copom sob o comando de Alexandre Tombini, que foi substituído no cargo por Ilan Goldfajn. PLANOS DE SAÚDE Na ata, o BC estima ainda que os preços administrados, com tarifas e combustíveis, vão subir 6,8% em 2016, mesmo valor projetado na reunião do Copom de abril. A projeção considera reajuste médio de 19,7% nas tarifas de água e esgoto, de 13,6% nos planos de saúde e redução de 3,5% nos preços da energia elétrica. No documento, o BC reafirma que reconhece avanços na política de combate à inflação, mas diz que o nível elevado em 12 meses e as expectativas distantes da meta "não oferecem espaço para flexibilização da política monetária".
3
BC japonês mantém política monetária e corta projeção para inflação Kazuhiro Nogi/AFP
Presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, discursa após manter política monetária
FONTE REUTERS 16/06/2016 às 09h13
O banco central japonês decidiu não oferecer mais estímulo monetário nesta quinta-feira (16), apesar da inflação e do crescimento mundial fracos, levando o iene à máxima em dois anos, o que ofusca um cenário já obscuro para a economia. Embora a decisão não tenha sido uma grande surpresa, ela incentivou quem apostava na valorização do iene e que já estava vendendo dólares depois que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) decidiu não elevar a taxa de juros na quarta-feira e aumentou a cautela sobre a perspectiva de crescimento dos Estados Unidos. O presidente do banco central japonês, Haruhiko Kuroda, juntou-se ao coro de autoridades japonesas que têm como objetivo dissuadir os investidores de elevar demais o iene, enfatizando sua prontidão para afrouxar a política monetária novamente se a alta excessiva do iene ameaçar as perspectivas para alcançar a meta do banco de 2% de inflação.
4
O Banco do Japão manteve seu programa de compras de ativos na reunião de dois dias que acabou nesta quinta-feira, prometendo elevar a base monetária a um ritmo anual de 80 trilhões de ienes. Também manteve em -0,1% a taxa de juros que aplica a algumas reservas excedentes que as instituições financeiras deixam no banco central. O iene saltou após a decisão do BC do Japão, atingindo uma máxima de 22 meses de 104,06 ienes por dólar e máximas de vários anos contra o euro e a libra. Se o Reino Unido decidir em referendo na próxima semana sair da União Europeia, isso provavelmente vai elevar o iene, já que os investidores compram a moeda como um porto seguro. Isso aumenta a preocupação das autoridades japonesas, que temem um golpe às exportações, que já estão sofrendo com a demanda mundial mais fraca. O iene forte também pesa sobre a inflação ao derrubar os custos da importação. O núcleo da inflação caiu pelo segundo mês seguido em abril uma vez que o consumo fraco desencorajou as empresas elevar os preços.
PF desmonta grupo que movimentava R$ 3 bilhões em contrabando por ano Divulgação/Polícia Federal
PF desarticula organização criminosa que movimentava R$ 3 bilhões ao ano em contrabando
5
FONTE JORNAL FOLHA de S. Paulo, 16/06/2016 às 08h 43
A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (16) ação para desarticular uma quadrilha que movimentava R$ 3 bilhões ao ano em mercadorias contrabandeadas em vários Estados do país. A chamada Operação Celeno cumpre 138 mandatos judiciais em São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Minas Gerais. Desse total, 28 mandatos são de prisão preventiva, 15 de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 77 de busca e apreensão. A PF começou a investigar a quadrilha em 2013, quando identificou quatro grupos criminosos que voavam com mercadorias contrabandeadas de Salto Del Guairá, no Paraguai, até o interior de São Paulo. Até 12 aeronaves foram usadas pelos criminosos, que chegavam a fazer dois voos diários para contrabandear as mercadorias, segundo os agentes federais. Cada aeronave carregava 600 quilos de mercadorias, em valor estimado em US$ 500 mil. Os produtos eram, então, retirados dos aviões e enviados para locais de armazenamento. Em seguida, eram transportados por caminhões e veículos até os destinatários finais. Um dos grupos vendia as mercadorias em empresas próprias em Ribeirão Preto (SP) e na capital paulista. Os grupos eram contratados por agenciadores baseados em Foz do Iguaçu (PR) e no Paraguai. O nome da operação remete à mitologia grega. Celeno é uma harpia, um monstro mitológico. O nome também tem significado de "obscuro" ou "escuridão".
Sem reforma na Previdência, conflito vai ser crescente Marcos Santos/USP Imagens
Os gastos com aposentadorias e pensões continuarão crescendo acima da inflação
6
FONTE JORNAL FOLHA de S. Paulo, GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA 16/06/2016 às 02h 00
Para uma ideia das resistências a serem enfrentadas pelo teto para as despesas federais, basta apontar que a regra força deputados e senadores a fazer o que nunca fizeram: um Orçamento. Ou seja, definir a alocação de recursos finitos, cujo montante total não poderá ser alterado – com escolha de prioridades e, igualmente, de áreas a serem sacrificadas. Até aqui, a prática tem sido estabelecer compromissos permanentes de gastos setoriais: 15% da receita total para a saúde, 18% da arrecadação dos impostos para a educação, políticas de valorização do salário mínimo. A cada ano, quando chega a hora de votar a lei orçamentária, o Congresso simplesmente acrescenta despesas de seu interesse ao projeto elaborado pelo Executivo. Pela proposta apresentada pelo governo Michel Temer, o processo muda: não haverá mais como inflar o Orçamento com o truque de recalcular as receitas para cima. Para elevar um gasto proposto, será preciso reduzir outro. MEDIDAS ECONÔMICAS Veja as principais ações do governo Temer
O que o governo Temer já anunciou? 'Não vamos fazer nada contra os trabalhadores', diz Temer a sindicatos Novo presidente do BC quer inflação baixa e parcimônia ao intervir no câmbio
A bancada da saúde, por exemplo, poderá defender mais verbas para o SUS; terá de se entender, porém, com as bancadas da educação, do setor rural, do sindicalismo. Alguém terá de perder. Trata-se de um cenário inédito na arena política nacional desde a volta da democracia –no período, o costume foi acomodar demandas e conflitos com a expansão contínua da despesa. Além das áreas sociais, Legislativo e Judiciário também terão de entrar na fila. Os dois Poderes, também sujeitos ao teto, perdem autonomia para contratações de pessoal e reajustes salariais.
7
Do lado do Executivo, a nova orientação força gestores a buscarem mais eficiência nos programas –algo não muito necessário quando há um aumento de recursos garantido todos os anos. Também nesse caso, muda-se uma prática de décadas. Na atual conjuntura de vacas magras, é mais fácil impor o teto proposto pelo presidente interino: afinal, as receitas estão encolhendo. Difícil será resistir ao apetite de políticos, lobistas e militantes quando a economia estiver mais favorável. Há ainda outra grande incógnita –a reforma da Previdência. Sem alteração das normas para a concessão de benefícios e o reajuste do salário mínimo, os gastos com aposentadorias e pensões continuarão crescendo acima da inflação, devido ao envelhecimento dos brasileiros. Nesse cenário, o cumprimento do limite para a despesa total exigirá achatar cada vez mais outras áreas, como defesa, segurança e infraestrutura, ampliando as distorções do Orçamento.
Superintendência do Cade recomenda condenação de Volkswagen, Fiat e Ford FONTE LUCI RIBEIRO – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Junho 2016 às 10h 29
Órgão entende que empresas praticaram uso abusivo de patentes no mercado de autopeças com objetivos anticompetitivos
Empresas agiram para impedir a atuação de fabricantes independentes de autopeças no mercado RELACIONADAS:
CPFL Energia assina compra da AES Sul Ações da Estácio e da Kroton cedem após petição no Cade contra fusão Cade abre processo contra Marcopolo e San Marin por informação falsa
BRASÍLIA - A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) quer a condenação das montadoras Volkswagen, Fiat e Ford por entender que elas praticaram uso abusivo de patentes no mercado de autopeças com objetivos anticompetitivos.
8
A recomendação pela condenação das empresas está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira e será remetida, junto com o processo, ao Tribunal do Cade, que tomará a decisão final sobre o caso. O processo administrativo que investiga a conduta das três montadoras foi instaurado em 28 de abril de 2011. A Superintendência do órgão antitruste avalia que as empresas infringiram a ordem econômica ao impor seus registros de desenho industrial sobre autopeças de reposição (faróis e para-choques, por exemplo), com a suposta finalidade de impedir a atuação de fabricantes independentes de autopeças no mercado. A condenação sugerida pela Superintendência inclui aplicação de multa - que pode variar de 0,1% a 20% do faturamento das montadoras - e o fim da imposição dos registros de desenhos industriais para impedir a produção de fornecedores do setor de autopeças.
Após 15 quedas seguidas, prévia do PIB fica praticamente estável em abril FONTE BERNARDO CARAM - JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Junho 2016 às 10h 14
Índice de Atividade Econômica do Banco Central subiu 0,03% ante março; apesar da ligeira melhora, indicador registrou o pior resultado para o mês desde 2009
IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia ao longo dos meses RELACIONADAS:
Supermercados e vestuário puxam alta de 0,5% nas vendas do varejo em abril Volume de serviços prestados recua 4,5% em abril Indústria de alimentos vê recuperação
BRASÍLIA - Depois de 15 meses em queda, a economia brasileira apresentou uma leve recuperação em abril. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) do quarto mês deste ano, conhecido como a "prévia do PIB", teve alta de 0,03% ante março, com ajuste sazonal. Em março, havia registrado baixa de 0,36% - também na margem, com ajuste. Mesmo com a interrupção da trajetória de retração, o índice atingiu em abril o patamar de 134,45 pontos, o pior resultado para o mês desde 2009. Naquele momento, pela série livre de influências sazonais, o dado ficou em 123,62 pontos. 9
O índice de atividade calculado pelo BC passou de 134,41 pontos em março para 134,45 pontos em abril, na série dessazonalizada. O resultado do IBC-Br ficou pior do que a mediana positiva de 0,21% calculada pela Agência Estado com base nas estimativas do mercado, mas dentro do intervalo das expectativas colhidas com 32 agentes de mercado, que iam de uma queda de 0,94% a uma alta de 0,56%. Na comparação entre os meses de abril de 2016 e 2015, houve baixa de 4,99% na série sem ajustes sazonais. Na série observada, o IBC-Br ficou em 135,68 pontos em abril, ante 140,51 pontos de março. Trimestre. Entre fevereiro e abril, o IBC-Br registrou baixa de 1,03% na comparação com o resultado dos três meses anteriores, pela série ajustada do BC. Na comparação de fevereiro a abril com idêntico período de um ano antes, o resultado do índice foi de queda de 5,39% pela série observada. Já no acumulado de 12 meses até abril, pelo dado sem ajuste, a queda é de 5,41%. Como de costume, o Banco Central revisou dados do Índice de Atividade Econômica na margem, na série com ajuste. Em março, o porcentual foi mantido em -0,36%. Em fevereiro, o índice passou de -0,33% para -0,30%. Em janeiro, o porcentual passou de -0,67% para -0,65%. Metodologia. Em abril, o Banco Central promoveu uma revisão metodológica na apuração do IBC-Br. De acordo com o BC, a nova série incorpora a estrutura de produtos e avanços metodológicos do Sistema de Contas Nacional - Referencia 2010, do IBGE. Destacam-se também a incorporação da PNAD Contínua em substituição à Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). "A despeito das modificações implementadas, as séries do IBC-Br antes e após as alterações descritas apresentam evolução similar", segundo o BC. O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. No Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, a mediana das estimativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) estava em -3,60%.
Em ata, BC reforça que não há espaço para corte de juros agora FONTE CÉLIA FROUFE, EDUARDO RODRIGUES E MARIA REGINA SILVA – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Junho 2016 16 Junho 2016 às 10h 54
Documento diz respeito à última reunião do Copom, que ainda não contou com a participação do novo presidente, Ilan Goldfajn; para 2017, BC passou a projetar a inflação no centro da meta BRASÍLIA - A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central repetiu que "adotará as medidas necessárias" para assegurar que a inflação se circunscreva aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (de 4,5%, com intervalo de tolerância de 2 pontos porcentuais para baixo ou para cima) e fazê-la convergir para a meta de 4,5%, em 2017 (com bandas de 1,5 p.p.). "Nesse contexto, (o Copom) ressalta que o cenário central não permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias", destacou o documento. RELACIONADAS:
Após 15 quedas seguidas, prévia do PIB fica praticamente estável em abril Desafio para a 'PEC do teto' será desvincular gastos
Pela primeira vez, o BC informa que suas projeções, no cenário de referência, indicam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano que vem ficará exatamente no centro da meta de 4,5%. Isso ocorre em meio a especulações do mercado financeiro de que o novo presidente da autoridade monetária, Ilan Goldfajn, poderá optar por ajustar a meta do ano
10
que vem. No fim deste mês, o CMN pode referendar ou mudar o objetivo do ano que vem e vai estipular a meta de 2018. Vale lembrar que Goldfajn não participou desta última decisão do Copom e, portanto, também não escreveu a ata. Nessa última reunião, a Selic foi mantida, pela sétima vez seguida, em 14,25% ao ano, por decisão unânime.
'Cenário central não permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias', destaca ata
Para que o IPCA atinja o centro da meta de 4,5% em 2017, como quer o BC, a taxa de juros deve permanecer em 14,25% ao ano, por enquanto, avalia o economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Camargo Rosa. "Nesse quadro, não há espaço para flexibilização monetária", disse. "Para 2016, não há muito o que fazer", completou. Para esse ano, a ata escreve que a estimativa do BC para o IPCA aumentou em relação ao documento anterior e segue acima de 4,5%. O BC não divulga qual a taxa prevista na ata, mas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março, a estimativa estava em 6,6% para o fim deste ano pelo cenário de referência. Uma nova edição desse documento está prevista para o fim deste mês. Camargo Rosa afirma que esperava o início de redução da Selic em algum momento do segundo semestre, com a taxa de juros indo a 12,25% no fim deste ano. Contudo, disse que está reavaliando sua expectativa para a Selic. "Imaginar que os juros podem cair, teria de ter uma meta ajustada, que é o que está sendo discutido, e aceitar uma inflação maior que a meta (centro). Nesse cenário da ata, considerando o que realmente está escrito, é coerente manter a Selic em 14,25% ao ano", reforçou. Riscos fiscais. A ata do Copom voltou a dizer que, apesar dos avanços no combate à inflação, há incertezas associadas ao balanço de riscos, em especial em relação à área fiscal. Na edição anterior, a diretoria do BC citava a "recuperação dos resultados fiscais e sua composição". Agora, fala que, "notadamente", o "gradual" processo de recuperação dos resultados fiscais é importante. O documento reiterou que o processo de realinhamento de preços relativos mostrou-se mais demorado e mais intenso que o previsto e também que remanescem incertezas em relação ao comportamento da economia mundial. Nessa parte fiscal, o Copom alterou suas premissas, após a aprovação pelo Congresso Nacional de um déficit primário de até R$ 170,5 bilhões em 2016. Agora, o documento considera um resultado negativo de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, ante um 11
déficit de 1,6% do PIB na ata anterior. O BC também alterou a perspectiva fiscal do próximo ano, de um superávit primário de 0,90% do PIB, para um déficit de 0,90% do PIB. Atividade. Em relação à atividade econômica, a ata divulgada nesta quinta-feira repetiu a avaliação de que a demanda agregada continuará a se apresentar moderada no horizonte relevante para a política monetária, ou seja, nos próximos dois anos. Repetindo exatamente o parágrafo 31 do documento passado - de número 33 no documento de hoje -, a diretoria do BC citou que, de um lado, o consumo das famílias tende a ser influenciado por fatores como emprego, renda e crédito. De outro, de acordo com o colegiado, a concessão de serviços públicos e a ampliação da renda agrícola, entre outros, tendem a favorecer os investimentos. Mais uma vez, houve a avaliação de que as exportações líquidas apresentam melhor resultado, seja pelo aumento das exportações, beneficiadas pela depreciação do real, seja pelo processo de substituição de importações em curso.
CPFL Energia assina compra da AES Sul e amplia participação em distribuição a 14,3% FONTE LUANA PAVANI E LUCIANA COLLET - AGÊNCIA ESTADO 16 Junho 2016 às 10h 22
O valor total da transação é de R$ 1,7 bilhão; a empresa já atua no Rio Grande do Sul com a RGE e passará a fornecer energia para 382 dos 497 municípios gaúchos A CPFL Energia anunciou na última quarta-feira, 15, a compra da AES Sul. O contrato para aquisição da totalidade das ações da distribuidora gaúcha foi assinado com a AES Guaíba e tem valor total deR$ 1,698 bilhão e tem como garantidora The AES Corporation. Com a aquisição, a CPFL Energia ampliará sua participação no mercado nacional de distribuição de 13% para 14,3% RELACIONADAS
Produtores de energia se livram de taxa de térmicas
No segmento de distribuição, a CPFL atua em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná
De acordo com fato relevante ao mercado, divulgado na manhã desta quinta-feira, 16, para o fechamento do negócio é preciso aprovação prévia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e de terceiros, incluindo credores da AES Sul, e dos acionistas da CPFL, em assembleia geral extraordinária (AGE) a ser 12
convocada. Os controladores se comprometeram a votar favoravelmente na AGE, ainda de acordo com o comunicado. Expansão. A empresa já atua no Rio Grande do Sul com a RGE (comprada em 2006), de modo que com a conclusão do negócio passará a fornecer energia para 382 dos 497 municípios gaúchos. A compra da AES Sul, que atua em 118 cidades do Rio Grande do Sul, atendendo 1,3 milhão de clientes, foi firmada com a AES Corporation pelo valor total de R$ 1,698 bilhão, e depende de aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e de credores da AES Sul. A transação também está sujeita a ajustes de capital de giro e dívida líquida em até 45 dias da data do fechamento. "O acordo para a compra da AES Sul está em linha com a nossa estratégia de crescer no setor de distribuição, capturando ganhos de escala para as nossas operações e criando valor para os nossos stakeholders", afirmou o presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Junior, por meio de nota. No segmento de distribuição, a CPFL atua em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná. Analistas estavam acompanhando o interesse da CPFL em distribuidoras no Rio Grande do Sul, onde também a companhia atua por meio da RGE. Em março, quando foi questionado em teleconferência de resultados sobre aquisições no Estado, o presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Jr, confirmou que estava atento a oportunidades. "Obviamente a CPFL é um player que está bem posicionado no Rio Grande do Sul, detém uma concessão no mercado que mais cresce no Estado e é a concessão mais eficiente lá, então, por óbvio, vai avaliar", afirmou, ponderando que manteria foco na disciplina de capital da companhia.
Acionistas da Oi buscam saída para evitar recuperação judicial da empresa FONTE MÔNICA SCARAMUZZO E CYNTHIA DECLOEDT – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Junho 2016 às 05h 00
Proposta feita pelos principais credores desagrada parte dos sócios da companhia, que não quer ter fatia diluída e tenta encontrar alternativa; bancos públicos, que detêm R$ 12 bilhões dos R$ 49 bilhões em dívidas, teriam de alongar prazos Os acionistas da Oi sentaram à mesa nesta quarta-feira, 15, para começar a discutir alternativas para evitar que a companhia entre em recuperação judicial. O ‘Estado’ apurou que a pauta era discutir se aceitavam ou não a proposta feita pelos credores, sobretudo internacionais, de conceder um desconto de até 75% das dívidas da companhia (total bruto de R$ 49,3 bilhões), com uma parte convertida em ações. Os bancos públicos – BNDES, Banco do Brasil e Caixa – ficariam de fora, mas teriam de alongar prazos de seus recebíveis, de cerca de R$ 12 bilhões. Se a proposta for aprovada, os acionistas diluiriam ainda mais suas participações. Os credores esperam uma resposta na sexta-feira. Fontes ouvidas pela reportagem afirmaram que a Pharol (que reúne os acionistas portugueses) não concorda em diluir sua participação – eles sairiam de cerca de 20% para entre algo entre 5% e 10%, e tentam propor outros caminhos. Até o fechamento dessa edição, a reunião dos acionistas não tinha terminado. Segundo fontes próximas ao assunto, as conversas ainda devem continuar nos próximos dias.
13
A Oi tem dívidas de cerca de R$ 50 bilhões
A crise na Oi foi agravada na semana passada, com a renúncia do presidente Bayard Gontijo. O executivo, apurou o Estado, teria se desentendido com parte dos acionistas porque eles não queriam aceitar a proposta da Moelis, banco contratado para representar os credores externos. O executivo participou diretamente das negociações com os credores em Nova York, nos dias 6 e 7 deste mês. A saída dele foi recebida com surpresa pelo mercado. Gontijo foi substituído por Marco Schroeder, que já era diretor da operadora. Na segunda-feira passada, a Oi sofreu outro revés: Robin Bienenstock, membro do conselho de administração da companhia, alinhada com Gontijo, também saiu. A renúncia do principal executivo da Oi criou mais incertezas e colocou em xeque a reestruturação financeira em curso. Com isso, a tese de que a Oi pode ser obrigada a entrar com pedido de recuperação judicial fica cada vez mais próxima. “Há dois cenários para renegociação das dívidas: a primeira é de um acordo extrajudicial, a outra é de reestruturação em meio à recuperação judicial. Esse cenário não está descartado e coloca todos os credores na mesma fila”, disse uma fonte próxima ao assunto. Rafael Mora, dono do grupo português de mídia Ongoing e um dos acionistas da Pharol, é apontado como o “núcleo duro” dos sócios portugueses e o mais resistente à diluição. Ele tem tentado buscar outras alternativas. Procurado, Mora não retornou os pedidos de entrevista. Volatilidade. Em meio à crise, as ações da Oi continuam voláteis. Os papéis ordinários (ON) e (PN), que na terça-feira caíram 23% e 14%, respectivamente, subiram 18,9% e 7,14% ontem. Analistas afirmaram que os papéis variam de acordo com as especulações do dia. Ontem, os bônus de dívida da empresa operaram pressionados no exterior. Fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, dizem que investidores já consideram uma situação de “default” (calote). Hoje, vence parcela de juros de ¤ 22,5 milhões referentes a bônus com vencimento em 2025. No dia 26 de julho, vence outro lote de ¤ 231 milhões. Os bônus com vencimento em 2022 operam a 12% do valor de face e os com vencimento em 2020, a 18%. Os papéis da empresa eram cotados entre 20% a 30% do valor de face há duas
14
semanas. Eles começaram a cair diante da percepção de dificuldades nas negociações com credores. A Oi não comenta. Bastidores. A crise pela qual a Oi passa vai muito além da turbulência financeira e o risco de ter de pedir recuperação judicial. Aposta do governo brasileiro para ser uma campeã nacional, a Oi começou a desandar após outubro de 2013, quando foi anunciada a fusão com a Portugal Telecom (PT). Com o calote de quase ¤ 900 milhões da Rioforte, holding da família Espírito Santo, um dos principais acionistas da PT, o acordo para se criar uma das maiores multinacionais luso-brasileiras começou a ruir e a colocar em lados opostos os principais acionistas da tele. O que se viu nos últimos meses foi uma troca de acusações – de um lado, os sócios portugueses (reunidos na Pharol) acusam os acionistas brasileiros de má gestão da companhia. De outro, os acionistas brasileiros, entre eles La Fonte (da família Jereissati), Andrade Gutierrez, além de BTG e BNDES, que ao longo dos últimos meses foram diluindo suas participações, afirmam que os antigos parceiros portugueses atrapalham o processo de recuperação da companhia. O fato é que a Oi, quarta maior operadora de telefonia do País, com maior relevância em linhas fixas, está quebrando. A empresa tem queimado R$ 6 bilhões por ano de caixa e não tem como honrar suas dívidas de curto prazo, segundo fontes do mercado financeiro próximas à operação. As alternativas são poucas. Ou os acionistas aceitam diluir participações para acomodar seus credores ou a empresa entra em recuperação judicial.
Preço do feijão dispara e passa de R$ 10 o quilo FONTE MÁRCIA DE CHIARA – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 13 Junho 2016 às 20h 43
Clima afeta a safra de vários produtos básicos; feijão sobe 28% no ano, arroz tem alta de 5% e há novas elevações a caminho Pressionados por problemas climáticos, os preços do prato típico do brasileiro, o feijão com arroz, dispararam neste ano. Isso dificulta a vida do consumidor, especialmente o de baixa renda, que, acuado pela recessão e pelo desemprego, cortou a compra de itens supérfluos no supermercado. Só o feijão subiu 28%, em média, até maio, segundo pesquisa de auditoria de varejo da GfK, que coleta preços em pequenos e médios supermercados instalados 21 regiões do País, entre capitais e cidades do interior. O mesmo levantamento aponta que o arroz ficou 5% mais caro ao consumidor no período. De acordo com o IBGE, que mede a variação nas capitais o preço do feijão subiu 33,49% no ano até maio e 41,62% em 12 meses.
15
Famílias brasileiras consomem cerca de três quilos de feijão por mês Mas já existe uma alta de preço do arroz no varejo encomendada. É que a cotação do saco de 50 quilos do arroz tipo 1, em casca, atingiu R$ 44,52 na sexta-feira, o maior valor registrado no Rio Grande do Sul em quase 20 anos, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). E parte do repasse acaba sendo inevitável, principalmente porque se trata de um alimento básico. “O freio no preço do arroz poderia vir da importação de países vizinhos”, diz Athos Dias de Castro Gadea, gerente do Irga. De toda forma, ele pondera que os problemas climáticos, por causa do fenômeno climático do El Niño, que afetaram a safra do Rio Grande do Sul, o maior produtor do País, também prejudicaram a as lavouras do Uruguai e da Argentina. Neste ano, o Rio Grande do Sul colheu 7,4 milhões de toneladas, com uma quebra de 16% em relação à safra passada. Feijão. Já importação não é saída aliviar a alta de preços do feijão. Os estoques oficiais do produto encontram-se em níveis muito baixos, 108 mil toneladas, e a importação do feijão preto, vindo China, não chegaria no País em tempo hábil para completar a oferta, observa Carlos Alberto Salvador, engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Paraná. O Paraná responde por 24% da colheita nas três safras de feijão e o Estado é o principal produtor. Salvador explica que, por causa do clima, o Estado teve quebra de 14% na primeira safra encerrada em março e de 21% na segunda safra que acaba de ser colhida e que somou 318, 2 mil toneladas. Já a terceira safra está sendo plantada. Mas ela é menor em relação às demais e insuficiente para reverter a alta de preço. “Vamos ter preços elevados do feijão até agosto”, prevê. Em maio, o preço médio recebido pelo produtor do Paraná pela saca de 60 quilos do feijão em cores foi de R$ 228,21, mais que o dobro do registrado no mesmo mês do ano passado (R$ 106,82). Marco Aurélio Lima, diretor de auditoria de varejo da GfK, observa que em maio, o feijão foi o alimento que registrou maior alta entre os alimentos básicos, subiu 6,94%, superado apenas pela batata (8,68%). No entanto a dificuldade que existe é que esse alimento é de largo consumo, sobretudo entre os mais pobres, e praticamente é insubstituível, o que torna o quadro mais difícil. De acordo com a consultoria, cada família consome cerca de 3 quilos de feijão por mês. No varejo, o quilo do feijão chega a custar hoje até R$ 12, conta o presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda.
16
Além do feijão com arroz, a pesquisa da GFK aponta também altas expressivas no ano até maio de outros produtos básicos, como farinha de mandioca (34,5%), leite longa vida (19,3%), açúcar (18,2%), ovo (7,7%), óleo soja (7,6%), café (5,6%) e até carne de segunda (3,12%). “Está ocorrendo uma migração da carne de primeira para carne de segunda”, observa Honda, que atribui parte do aumento de preço da carne ao avanço da exportação. Ele confirma a pressão altista nos preços do café, do arroz, da batata, da cebola e de derivados de milho. “A cesta básica de alimentos está pressionada”. Inflação. O impacto da alta dos itens básicos deve ter reflexos na inflação deste mês. Para junho, a LCA Consultores espera uma inflação de 0,35%, em boa parte por causa da elevação dos preços do grupo alimentos e bebidas que, ao lado do grupo habitação deve puxar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para cima. Em maio o IPCA ficou em 0,78%. Só o grupo alimentação e bebidas neste mês deve subir 0,34%, nas contas do economista Fabio Romão, da LCA, que projeta para este ano alta de 40% para o preço do feijão. “Essa alta dos alimentos pode parecer pequena, mas não é”, diz ele. É que nos últimos seis anos, a mediana da variação dos preços do grupo alimentação e bebidas em junho registrou deflação de 0,04, mas neste ano deve subir consideravelmente. Romão explica que a pressão nos preços dos alimentos decorre de problemas de oferta de feijão e outros itens básicos. E como os alimentos que estão com preços em alta são itens de primeira necessidade, a recessão dificilmente vai conter esse repasse da elevação de preços para o consumidor final. Para o ano, o economista espera projeta um IPCA de 7,5%, com de 11% para o grupo alimentos e bebidas. No ano passado, para um IPCA de 10,7%, alimentos e bebidas ficaram 10,7% mais caros.
‘Estadão’ entra para clube de qualidade de impressão FONTE O ESTADO DE S.PAULO 16 Junho 2016 às 08h 40
A pontuação máxima conferida pela associação é 576; o Estadão atingiu a marca de 549 pontos O Estadão entrou para o clube global que reúne jornais de todo o mundo com qualidade superior de impressão, o International Newspaper Color Quality Club, em seleção da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-Ifra, na sigla em inglês). Para receber o selo bianual de qualidade concedido a publicações de todo o mundo desde 1994, os jornais precisam enviar exemplares para que eles sejam submetidos a quatro avaliações diferentes. Das 128 empresas jornalísticas que participaram da seleção neste ano, 64 obtiveram a pontuação mínima de 500 pontos exigida pela entidade internacional. A pontuação máxima conferida pela associação é 576; o Estadão atingiu a marca de 549 pontos. A concessão do selo às empresas selecionadas será oficializada no dia 11 de outubro, em Viena, na Áustria, e valerá até 2018, segundo o diretor industrial doEstadão, Odair Bertoni. “O importante desta certificação é que ela analisa exemplares de meses diferentes e avalia a qualidade de impressão no longo prazo, e não apenas de dias isolados”, ressalta o executivo. Ao contrário do que ocorre em outras competições de impressão, a avaliação da WAN-Ifra é feita por amostragem – os participantes, portanto, não têm como saber qual edição será avaliada. A associação pede para que sejam enviados dez exemplares diários de uma determinada semana, de segunda a sexta-feira, e só posteriormente define qual será o dia avaliado. Esse processo é repetido três vezes, em meses diferentes (no caso da seleção de 2016, foram solicitados exemplares nos meses de janeiro, fevereiro e março). Na quarta e última fase, cada jornal ainda passa por uma avaliação geral de aspectos de impressão. 17
Neste ano, além do Estadão, entre os jornais qualificados para o clube estãoFrankfurter Allgemeine Zeitung (Alemanha), Apple Daily (Hong Kong), The Times of India (Índia), Vorarlberger Nachrichten (Áustria), Prensa Libre(Guatemala), Chinese Herald (Nova Zelândia), The Shizuoka Shimbun (Japão),Khaleej Times (Emirados Árabes Unidos), El Tiempo (Colômbia), El Mercurio(Chile) e O Globo (Brasil), entre outros.
Petrobrás se inscreve em leilão no México FONTE ANTONIO PITA E FERNANDA NUNES – JORNAL O ESTADO DE S. PAULO 16 Junho 2016 às 08h 31
Além da estatal, outras 26 empresas estão no processo de qualificação, entre elas as estão as gigantes Shell, Exxon, Chevron, Total e Statoil RIO - Mesmo em tempo de aperto financeiro, e após ter ficado de fora da última rodada brasileira de áreas de exploração, no último ano, a Petrobrás estuda voltar a investir em novas áreas, mas no mercado internacional. A empresa se inscreveu para participar do leilão de áreas de águas profundas no México, considerado principal concorrente do País na atratividade de novos investimentos. RELACIONADAS:
Petrobrás precisa de US$ 5,3 bi para concluir Comperj Justiça do Rio aprova pedido de recuperação da Sete Brasil
Na última semana, a estatal adquiriu pacote de dados sobre as dez áreas ofertadas em duas diferentes bacias do Golfo do México. A petroleira não revelou o valor pago pelos dados. Em nota, informou apenas que “avalia permanentemente as oportunidades de negócios relativos à exploração e produção de petróleo e gás no Brasil e no exterior”. Além da estatal, outras 26 empresas estão no processo de qualificação para participar da rodada no dia 5 de dezembro. Entre as empresas que competem pelas áreas, segundo a agencia mexicana, estão as gigantes Shell, Exxon, Chevron, Total e Statoil. O resultado da qualificação será conhecido em agosto.
Na última semana, a estatal adquiriu pacote de dados sobre as dez áreas ofertadas em duas diferentes bacias do Golfo do México
Ao todo são dez áreas nas bacias de Cuenca Salina e Cinturón Plegado Perdido, no norte do Golfo do México, onde a Petrobrás atua desde 2003. A empresa já teve participações em mais 18
de 170 blocos na região, mas desde 2011 as áreas passaram a integrar o plano de desinvestimentos para aliviar sua situação financeira. O plano é vender US$ 14,4 bilhões em ativos. Em 2015, a Petrobrás se inscreveu para a 13.ª Rodada de Licitações da ANP, mas não fez oferta.
Economistas projetam deficit menor que o esperado pelo governo em 2016
FONTE JORNAL FOLHA de S. Paulo, EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA 16/06/2016 às 10h 51
Economistas consultados pelo Ministério da Fazenda estimam que o deficit nas contas do governo federal será menor que o previsto pelo governo. A equipe econômica obteve autorização do Congresso para fechar o ano com um resultado negativo de até R$ 170,5 bilhões. A pesquisa Prisma Fiscal divulgada nesta quinta-feira (16), no entanto, traz uma projeção de R$ 134,2 bilhões, cerca de 20% inferior à do governo. No levantamento do mês passado, antes de os ministérios da Fazenda e do Planejamento apresentarem a nova estimativa, a projeção do mercado estava em R$ 104 bilhões. A equipe da presidente afastada Dilma Rousseff projetava um deficit menor, de R$ 97 bilhões, e acusou o governo interino de inflar o resultado. A pesquisa desta quarta-feira mostra ainda que a projeção do deficit em 2017 passou de R$ 92,1 bilhões para R$ 104,8 bilhões. 19
A projeção para a dívida bruta passou de 74% para 74,35% do PIB em 2016 e de 79,68% para 79,00% do PIB no próximo ano. O Prisma Fiscal, que é um levantamento mensal, foi lançado pelo Ministério da Fazenda no fim do ano passado, nos moldes na pesquisa Focus, feita pelo Banco Central semanalmente com economistas de fora do governo sobre suas perspectivas para indicadores econômicos como PIB e inflação.
MPF pede condenação de ex-presidentes da Valec e de mais seis FONTE ANDRÉ BORGES - JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Junho 2016 às 13h 02
Investigação apontou desvios de R$ 23,1 milhões dos cofres da empresa pública, durante a execução de um contrato para a realização de obras da ferrovia Norte-Sul
MPF apurou desvios de R$ 23,1 milhões na construção da ferrovia Norte-Sul RELACIONADA:
Quase todas as licitações da Norte-Sul foram fraudadas, aponta Procuradoria
BRASÍLIA - O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília pediu a condenação de dois expresidentes da estatal ferroviária Valec e de mais seis pessoas por causa de desvios de R$ 23,1 milhões dos cofres da empresa pública, durante a execução de um contrato para a realização de obras da Norte-Sul, em Tocantins. O grupo é acusado de crime de peculato, quando há desvio de dinheiro público por funcionário que ocupe cargo na administração de verbas públicas. Na ação penal, o MPF aponta que, juntos, eles desviaram o equivalente a R$ 23,1 milhões da estatal, durante a execução do contrato de obras. Entre os denunciados estão dois ex-presidentes da Valec, Luiz Raimundo Carneiro de Azevedo e José Francisco das Neves, conhecido como Juquinha, que já chegou a ser preso durante operações realizadas pela Polícia Federal, em 2011. Os demais envolvidos ligados à estatal são 20
Lucas do Prado Netto, diretor administrativo e financeiro; André Luiz de Oliveira, superintendente de construção; e os servidores públicos Ulisses Assad, Fábio Levy Rocha e Renato Luiz de Oliveira Lustosa. A ação também envolve André Von Bentzeen Rodrigues, diretor técnico da empresa SPA Engenharia. A pena varia de dois a doze anos de reclusão e multa. O MPF pede ainda que a punição seja acrescida em um terço, conforme previsto no Código Penal, considerando o fato de os denunciados ocuparem cargos em comissão quando os atos foram praticados. A ação será analisada pela 10ª Vara Federal, em Brasília. Segundo o MPF/DF, o desvio milionário ocorreu na execução de um contrato para a realização de obras da Norte-Sul em Tocantins, entre os municípios de Ribeirão Mosquito e Rio Campo Alegre. A Valec, estatal federal que tem paralisado hás anos as obras em suas ferrovias sob alegação de falta de recursos e contingenciamento.
App chinês de caronas arrecada US$ 7 bilhões em investimentos A rodada de financiamento da Didi Chuxing atraiu investimentos de US$ 1 bilhão da Apple e US$ 600 milhões da China Life Insurance Fonte Jornal O Estado de S. Paulo, 16/06/2016 às 11h 58
O aplicativo de serviços de transporte urbano Didi Chuxing arrecadou US$ 7 bilhões na mais recente rodada de financiamentos, disse o jornal norte-americano The Wall Street Journal, citando fontes familiarizadas com o assunto. 21
O Didi Chuxing encerrou uma rodada de financiamentos que atraiu US$ 1 bilhão da Apple e US$ 600 milhões da China Life Insurance, de acordo com reportagem do jornal publicada nesta quarta-feira, 15. A rodada de financiamentos avaliou a empresa em mais de US$ 25 bilhões, noticiou a publicação. Agora, a companhia chinesa passa a valer quase a metade do valor de mercado de seu principal rival na China, o Uber, de US$ 62,5 bilhões. Representantes do Didi e do China Merchants Bank não estavam disponíveis imediatamente para comentários. Concorrência. No começo de junho deste ano, o Uber disse que espera se tornar líder de mercado na China até 2017, superando o app rival Didi Chuxing. No entanto, especulações apontavam que as duas empresas poderiam, eventualmente, se unir. "Ouvi bastante o ruído e fui muito questionada sobre isso (uma associação com a Didi)", disse a chefe de estratégia da Uber China, Liu Zhe. "Nosso negócio está em uma posição melhor que nunca para dar continuidade ao crescimento rápido".
Em maio, 50 mil pessoas ficaram com o nome sujo FONTE KARLA SPOTORNO - JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Junho 2016 às 11h 23
Crescimento da lista de maus pagadores, no entanto, foi menor que o observado em abril e resultado é visto como uma estabilização Mais brasileiros entraram na lista de maus pagadores em maio. O aumento, entretanto, foi menor do que o observado em abril e, por isso, a variação foi classificada como estável pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Segundo estimativas das duas organizações, cerca de 50 mil CPFs foram incluídos em cadastros de restrição ao crédito no mês passado, totalizando cerca de 59,25 milhões de consumidores com dívidas em atraso. Em relação a maio do ano passado, o dado representa um aumento de 4,26% no total de inadimplentes. "Ainda que, em números absolutos, represente um aumento no número de consumidores, (o resultado) é considerado uma estabilização: de março para abril o crescimento tinha sido de 500 mil brasileiros", comparam os analistas do SPC Brasil em comunicado à imprensa.
22
Entre os adultos de 30 a 39 anos no País, mais da metade (50,32%) está negativada
A estimativa significa que 39,91% da população brasileira com idade entre 18 e 95 anos não pagaram em dia alguma conta e ficaram com o "nome sujo". Entre os adultos de 30 a 39 anos, a proporção é ainda maior. Mais da metade (50,32%) está negativada, segundo o termo usado na área de cobrança. Nessa faixa etária, são 17 milhões de consumidores. Segundo o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, a variação na quantidade de consumidores negativados em maio reflete o atual cenário econômico com piora dos índices de renda, aumento das demissões, mas também o vislumbre de alguma melhora ainda em 2017. Pinheiro afirma também que "ao longo dos últimos meses, o movimento da inadimplência (também) tem sido influenciado pela maior restrição ao crédito". "Por um lado, essa restrição limita o potencial de endividamento das pessoas, mas, por outro, a queda da renda impõe ao consumidor dificuldades para pagar dívidas e honrar seus compromissos financeiros", escreve o presidente no comunicado. Das quatro regiões analisadas pelo indicador, é no Nordeste onde o número de inadimplentes mais tem crescido, com alta de 6,75% em maio frente a igual mês do ano passado. Em seguida aparecem as regiões Centro-Oeste (2,69%), Norte (2,61%) e Sul (1,53%). O indicador não considera os dados da região Sudeste, que estão suspensos devido à entrada em vigor da Lei Estadual 16.569/2015, conhecida como "Lei do AR", que dificulta a negativação de inadimplentes em São Paulo. Em termos proporcionais, a região Norte apresenta o maior número de consumidores inadimplentes: 47,02% da população adulta da região enfrenta problemas. São 5,38 milhões de nomes registrados nos cadastros de devedores na região. O Centro-Oeste, que possui 4,76 milhões de inadimplementes, tem a segunda maior proporção: 42,29% da população. Água e luz. O SPC Brasil também verificou um crescimento de 3,57% no número de dívidas registradas nos cadastros de inadimplentes das quatro regiões consideradas na comparação anual - maio deste ano frente ao mesmo mês do ano passado. O maior avanço no número de dívidas foi devido a atrasos em contas de água e luz, com alta de 10,71% na comparação de maio com o mesmo mês de 2015. "Em meio à crise econômica, 23
as empresas concessionárias desses serviços mostram mais disposição em negativar os consumidores inadimplentes antes de realizar o corte no fornecimento", afirma a economistachefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Apesar desse aumento no registro de atrasos em contas água e luz, as dívidas com os bancos são as que concentram, proporcionalmente, o maior número de pendências, com participação de 41,68% no total de dívidas em atraso das quatro regiões, seguido do comércio, com 24,19%, e do setor de comunicação, com 13,51%.
Trilhos ainda inoperantes desenham nosso fracasso Ricardo Borges/Folhapress
O presidente interino, Michel Temer, em visita ao Parque Olímpico da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, ROBERTO DIAS 16/06/2016 às 02h 00
SÃO PAULO - Em 2008, dois meses antes dos Jogos de Pequim, o então presidente chinês deu uma voltinha olímpica. Hu Jintao pegou metrô em duas linhas recém-construídas, comprou bilhete na máquina para ir até o novo maior aeroporto do mundo e mostrou que, pelo bem ou pelo mal, o evento tinha mudado a vida na cidade. Em 2012, o premiê David Cameron montou num vagão do Tube de Londres e deslizou até o Parque Olímpico, na revitalizada zona leste da cidade, para assistir à competição de saltos ornamentais. A "photo-op", como são chamadas essas aparições pensadas para a mídia, levava uma mensagem simples: a população deveria dar preferência ao transporte público.
24
Em 2016, o interino Michel Temer não anda podendo nem uma coisa nem outra. Nesta semana, faltando dois meses para os Jogos do Rio, precisou de helicóptero e carro para chegar ao Parque Olímpico da Barra, onde um protesto o esperava lá mesmo, no estacionamento. Temer também não sabe se em agosto, na Olimpíada, poderá fazer diferente, e não é só por causa da votação do impeachment. A entrega do metrô dos Jogos antes dos Jogos trafega na curva das probabilidades. "Estão sendo finalizados os estudos financeiros", disse o presidente, 50 dias antes da abertura, sobre o financiamento para acabar a obra —já existe um plano B, com ônibus que seriam tirados do uso diário dos cariocas para servir os visitantes olímpicos. Não dá para dizer que não se falou disso antes. O relatório do Comitê Olímpico Internacional que avaliou a candidatura carioca, ainda em 2009, falava da expansão do metrô e dizia: "Os projetos estão totalmente garantidos, com investimentos dos três níveis de governo". Não dá nem para dizer que o plano de levar o metrô à zona oeste do Rio era novo: a promessa vinha do Pan de 2007. Os trilhos ainda inoperantes numa situação-limite dessas contam muito do fracasso da nossa infraestrutura urbana. Quem acha que o problema é só do Rio pode dar uma voltinha (de carro ou ônibus) até Cumbica. Verá que o trem prometido em São Paulo para a Copa de 2014 ainda não passa de uma fileira de pilares.
A paciência com Meirelles Fonte Jornal O Estado de S. Paulo, Fábio Alves 16 Junho 2016 às 05h 00
Ao apresentar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) aos líderes do Congresso para fixar um teto para o crescimento dos gastos públicos por 20 anos, mas com possibilidade de revisão da regra a partir do 10º ano, o governo Michel Temer está jogando suas fichas para conseguir estender a lua de mel com investidores e analistas em relação à equipe econômica, liderada por Henrique Meirelles. O texto da PEC, divulgado ontem, era decisivo para medir uma eventual mudança de humor, na esteira de outras medidas que não receberam um aval integral desde que o presidente em exercício assumiu o cargo. O sentimento não era ainda de desconforto, mas claramente começava-se a ouvir críticas aqui e acolá. A unanimidade no mercado já não era universal como há algumas semanas. Os investidores relevaram, por exemplo, a meta de R$ 170,5 bilhões de déficit fiscal para 2016 na expectativa de que esse rombo era necessário para se chegar à aprovação de medidas de ajuste fiscal de médio e longo prazo, incluindo uma reforma da Previdência. Em seguida, o governo endossou o reajuste do funcionalismo público que resultará em um impacto de R$ 52,9 bilhões até 2018, em meio à urgência de austeridade nas contas públicas, o que não repercutiu favoravelmente. Por fim, o novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em seu discurso durante cerimônia de transmissão de cargo nesta semana, endossou a especulação no mercado financeiro de que poderá adotar uma meta ajustada de inflação para 2017, tolerando uma alta do índice oficial de preços acima de 4,5%, sem especificar um compromisso exato para atingir o ponto central desse objetivo.
25
Até o momento, os investidores vinham fechando os olhos para as concessões que Temer estava fazendo nas negociações políticas, como a nomeação de ministros muito aquém do adjetivo “notável”, esperançosos de que a excelente reputação da nova equipe econômica conseguiria tirar a economia da forte recessão em que se encontra e colocar a dívida pública numa trajetória sustentável. Mas a sucessão das decisões sobre o rombo fiscal para 2016 e o reajuste do funcionalismo público, sem que a equipe econômica divulgasse medidas concretas, abriu margem para a dúvida sobre se Meirelles de 2016 tem o mesmo cheque em branco que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe deu em 2003. O quanto o PMDB e outros partidos que dão sustentação ao governo Temer vão prevalecer sobre as decisões e intenções de Meirelles em relação ao ajuste econômico? Tome-se o exemplo da política monetária. O quanto o adiamento da convergência da meta de inflação para 2017, abrindo espaço para o corte da taxa de juros, representaria uma concessão às pressões políticas? Difícil dizer, mas também não dá para descartar totalmente essa possibilidade. Essa suspeita, se confirmada a adoção de uma meta ajustada para 2017, pode corroer a credibilidade do novo presidente do BC já na partida. O veredicto inicial do texto da PEC do teto de gastos foi positivo, em particular o prazo mais longo proposto por Meirelles para a validade da medida e também a inclusão dos desembolsos com saúde e educação obedecendo à correção com base na inflação do ano anterior. Todavia, o teste para valer será o quanto o governo Temer recuará dessa proposta quando da sua tramitação no Congresso. Se o texto final a ser aprovado pelos parlamentares resultar num prazo inferior a sete anos, o mercado ficará frustrado. E se ainda por cima, as áreas de educação e saúde ficarem imunes a esses limites, ou seja, se houver muitas exceções em várias rubricas de gastos às novas regras, a tolerância dos investidores com Temer e Meirelles poderá se esgotar rapidamente e qualquer tropeço não será mais relevado.
Novo degrau FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, EDITORIAL editoriais@uol.com.br 16/06/2016 às 02h 00
Decerto alguns políticos são honestos e seria injusto com eles afirmar que não sobra ninguém ileso depois da delação premiada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. A sensação, no entanto, é precisamente essa. Não que os mais de 20 nomes implicados por Machado componham um número sem precedentes para a Operação Lava Jato. Vale lembrar que o Ministério Público Federal obteve autorização para investigar mais de 50 autoridades nas últimas instâncias judiciais. Com sua colaboração, contudo, o ex-presidente da Transpetro não só traz à cena personagens que pretendiam se distanciar do petrolão como também acrescenta novos detalhes a um esquema do qual se beneficiaram diversos partidos (são mencionados membros de PMDB, PT, PP, DEM, PSDB, PSB e PC do B). Legitimado pelo fato de ter permanecido durante 11 anos no cargo ao qual chegou em 2003 por indicação do PMDB, Machado não decepcionou quem esperava muito de seus depoimentos. No trecho mais explosivo, afirmou que o presidente interino, Michel Temer (PMDB), acordou o repasse de R$ 1,5 milhão à campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB) à Prefeitura de São Paulo, em 2012.
26
Segundo Machado, estava claro, pelo contexto da conversa, que o pedido envolvia a busca de recursos ilícitos de empresas que mantinham contratos com a Transpetro. O dinheiro, depois, seria registrado na forma de doação oficial. Do ponto de vista dessas companhias, o sistema era perfeito. As contribuições eleitorais asseguravam negócios com o poder público, e tais negócios, devidamente corrompidos, garantiam verbas para distribuir às campanhas. Transações desse gênero teriam rendido, na gestão de Machado, cerca de R$ 100 milhões a políticos do PMDB, entre os quais o ex-presidente José Sarney (AP), o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o senador Romero Jucá (RR). Para espanto geral, o delator disse que a Petrobras, que tem a Transpetro como subsidiária, era "a madame mais honesta dos cabarés do Brasil". Suas regras internas, explica Machado, inibiam as práticas menos ortodoxas que vicejam em inúmeros organismos estatais. Como sempre num acordo de delação premiada, as revelações dependem de comprovação — e todos os citados refutam as acusações. Ainda assim, a narrativa de Sérgio Machado indica o quanto o governo de Michel Temer pode se enfraquecer diante da Lava Jato. Nem mesmo políticos agora aliados e há tempos afastados da máquina federal, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), passaram incólumes. É cada vez mais difícil imaginar quem escapará quando as empreiteiras Odebrecht e OAS resolverem de fato contar tudo o que sabem.
Dólar abaixo de R$ 3,70 barra venda de material de construção ao exterior FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, MARIA CRISTINA FRIAS 16/06/2016 às 03h 00
As variações do dólar nos últimos meses têm atrapalhado a retomada das exportações de materiais de construção, segundo a Abramat (que reúne as fabricantes do setor). Em fevereiro, a entidade havia previsto que as vendas dos produtos brasileiros ao exterior poderiam superar as compras já em 2016, o que não ocorre há cerca de seis anos. "O cenário está melhor para o empresário brasileiro. Mas, caso o dólar permaneça abaixo de R$ 3,70 em junho, as vendas externas se tornarão inviáveis", avalia Walter Cover, presidente da entidade. Nesta quarta-feira (15), o dólar comercial, usado como referência nos contratos internacionais, fechou a R$ 3,47. "O problema principal são as oscilações cambiais, que não conseguem dar um horizonte para as empresas e fazem com que o comprador estrangeiro não se sinta seguro para fechar negócio", avalia.
27
Em 12 meses até maio, as importações caíram 29,7%, mas as vendas da construção ao exterior recuaram 7,7%.
No período, o Brasil vendeu R$ 587,7 milhões menos do que comprou de outros países. O setor tem reforçado ao governo interino que o incentivo às exportações deve ser um dos pilares para a retomada econômica do país. "A moeda norte-americana é o que tem definido hoje o sucesso dos negócios, pois não há uma perspectiva de fim da recessão no Brasil, ao menos, no curto prazo." EMPRÉSTIMO E EXPORTAÇÃO A GTFoods, um conglomerado avícola do Paraná, contraiu um empréstimo de R$ 144 milhões para construir uma fábrica de embutidos. O crédito é subsidiado -o custo é de 1,05% ao ano, além da taxa Libor. A empresa acessou a linha porque participou de um programa do governo alemão de incentivo às exportações daquele país. O dinheiro é de um banco privado internacional, mas a dívida foi securitizada por meio do projeto alemão. A GTFoods precisa usar pelo menos 51% do valor com fornecedores daquele país. "Passamos por uma análise de crédito e de governança para acessarmos a linha de empréstimo", diz o diretor financeiro, Vitor Bellizia.
28
Atualmente, a GTFoods separa a carne de frango, mas não possui as máquinas para fazer os embutidos. A empresa reduziu investimentos, mas negocia uma injeção de capital com fundos para fazer mais aportes. LUXO NACIONAL A Breton, de móveis de luxo, deverá ter lojas em todo o país em até cinco anos. Serão ao menos 25 unidades, além das sete atuais, hoje concentradas em São Paulo e Rio de Janeiro. Com a alta na demanda, a empresa estuda abrir um novo centro de distribuição, diz o presidente, Marcel Rivkind. "O plano era construí-lo em 2016, mas, sem sinais de reaquecimento da economia, decidimos esperar."
Neste ano, a marca teve aumento de 15% nas vendas em comparação com o mesmo período de 2015, quando o faturamento caiu 5%. Uma estratégia para manter o crescimento será ampliar a linha assinada por designers de 40% para 70% dos móveis, para atrair o público de alto padrão. Entre os itens de marca da loja, há poltronas que custam R$ 13 mil e mesas de centro entre R$ 9 mil e R$ 18 mil.FÉRIAS PARA A CARTEIRA
29
A intenção de consumo dos brasileiros atingiu em junho o menor patamar histórico, com 68,7 pontos, em uma escala de 0 a 200. Os dados são da CNC (Confederação Nacional do Comércio). O indicador teve queda de 25,1% em relação ao mesmo período do ano passado e de 1,7% na comparação mensal. É a primeira vez que todos os itens que formam o índice ficam abaixo dos 100 pontos. Na comparação mensal, a confiança nos lares com renda abaixo de dez salários mínimos teve queda de 1,9%. "Mesmo com a perda da força da inflação, o encarecimento do crédito, o alto nível de endividamento e o aumento do desemprego tiveram forte impacto na percepção do consumidor", diz Juliana Serapio, economista da CNC.
Renan pretende aceitar pedido de impeachment de Janot FONTE ISABELA BONFIM - O ESTADO DE S. PAULO 16 Junho 2016 às 08h 45
Senador não tem conseguido esconder revolta com atuação do procurador, que pediu sua prisão ao Supremo BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou a aliados que quer dar seguimento ao pedido de impeachment do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O peemedebista não tem conseguido esconder sua revolta com a atuação do procurador, que pediu sua prisão ao Supremo. RELACIONADAS:
Renan é centro das atenções em festa junina de Kátia Abreu Para Janot, sigilo sobre delação poderia abrir crise entre Poderes Em nota, Renan Calheiros diz que jamais recebeu dinheiro de caixa dois
Na noite dessa quarta-feira, 15, Renan participou de festa junina na casa da senadora Kátia Abreu. Antes disso, entretanto, se reuniu com Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Eduardo Braga (PMDB-AM) na casa do ex-presidente José Sarney em Brasília. Os peemedebistas tiveram que acalmar Renan, que estava decidido a aceitar o impeachment de Janot.
30
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)
Ele relembrou aos colegas de partido que existem ainda cinco pedidos de impeachment contra o procurador-geral da República a serem analisados pelo Senado e que pretende buscar, em algum deles, os argumentos necessários para acolher a denúncia. Segundo os senadores, Renan está irritado com as decisões do procurador-geral. O desconforto ficou claro durante a festa junina de Kátia, quando Renan trouxe para as rodas de conversa, por diversas vezes, o nome de Janot. O presidente do Senado abordou diferentes convidados mostrando em seu celular uma reportagem sobre o procurador-geral. No título, Janot afirmava que a manutenção de sigilo da delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, geraria crise entre os poderes. Renan argumentou com os senadores que, dessa forma, Janot estava "estimulando vazamentos" e que isso era uma "irresponsabilidade". O presidente do Senado foi alvo de um dos vazamentos da delação de Machado e apareceu em diálogo chamando Janot de "maucaráter". Renan cogita ainda que Janot tenha orientado as gravações feitas por Sérgio Machado. "São conversas totalmente induzidas, é uma delação orientada. Como pode grampear um senador com foro? Só com autorização judicial", disse Renan aos convidados na festa. De acordo com Renan, a delação de Sérgio Machado não possui "materialidade" e, para trazer essa característica para a colaboração premiada, o delator teria sido orientado a fazer gravações com o político. Ele fez um paralelo com o caso Delcídio e afirmou que, ao negociar acordo de delação, o ex-senador teria se comprometido a voltar ao Senado e fazer gravações com colegas para fortalecer o depoimento.
Machado diz que Temer acertou propina para campanha de Chalita FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, MÁRCIO FALCÃO, AGUIRRE TALENTO, GABRIEL MASCARENHAS e RUBENS VALENTE DE BRASÍLIA 15/06/2016 às 20h42
Em seu acordo de delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que o presidente interino Michel Temer negociou com ele o repasse de R$ 1,5 milhão de propina para a campanha de Gabriel Chalita (PDT) à Prefeitura de São Paulo, em 2012, pelo PMDB. 31
Machado afirmou que o acerto do repasse ocorreu em setembro daquele ano e foi pago por meio de doação eleitoral pela empreiteira Queiroz Galvão, contratada da Transpetro. Segundo o delator, Temer pediu ajuda porque a campanha de Chalita estava com dificuldades financeiras. A conversa teria ocorrido numa sala reservada da base aérea de Brasília. "Michel Temer então disse que estava com problema no financiamento da candidatura do Chalita e perguntou se o depoente poderia ajudar; então o depoente disse que faria um repasse através de uma doação oficial", diz o documento de sua delação. Lalo de Almeida/Folhapress
Gabriel Chalita e Temer durante campanha em 2012
"[De acordo com Machado,] o contexto da conversa deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro na forma de doação oficial para a campanha de Chalita", continua. Machado disse que alugou um carro e que se identificou ao entrar na base aérea. As falas de Machado citadas na delação são uma explicação do delator sobre um diálogo gravado com o ex-presidente José Sarney, quando tratou do tema (veja transcrição abaixo). Na prestação de contas da campanha de Chalita de 2012, não há registro de doações diretas da Queiroz Galvão. A empreiteira, no entanto, fez naquele ano doações que somaram R$ 11,8 milhões para a direção nacional do PMDB, que foi a principal financiadora da campanha de Chalita.
32
Aos investigadores, Machado afirmou ainda que Temer retomou à Presidência do PMDB depois de um desentendimento sobre doações da JBS para os peemedebistas do Senado. Machado disse que o PT pediu que a JBS fizesse doações no valor de R$ 40 milhões à bancado do Senado do PMDB. Segundo ele, seriam beneficiados nomes como Renan Calheiros, Romero Jucá, Eduardo Braga, Vital do Rego (atual ministro do TCU), Roberto Requião. "Que o depoente ouviu de diversos senadores nas reuniões na casa do Renan que o grupo JBS iria fazer doações ao PMDB, a pedido do PT, na ordem de R$ 40 milhões. Que essa informação foi posteriormente confirmada ao depoente pelo diretor de Relações Institucionais da JBS, ou seja, que este grupo empresarial". "Que essa informação chegou ao conhecimento da bancada do PMDB na Câmara. Que a bancada da Câmara foi se queixou a Michel Temer, que esse fato fez com que Michel Temer reassumisse a presidência do PMDB visando controlar a destinação dos recursos do partido". Machado afirmou ainda que "o depoente não sabe dizer se o grupo JBS obteve algum favorecimento em troca dessa doação". OUTRO LADO O presidente interino, Michel Temer, negou, por meio de nota oficial, ter feito qualquer pedido de "doação ilícita" para a campanha a prefeito de Gabriel Chalita em São Paulo. "Em toda sua vida pública, o presidente em exercício Michel Temer sempre respeitou estritamente os limites legais para buscar recursos para campanhas eleitorais", afirma a nota à imprensa divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência. Procurado pela Folha, Chalita disse que, como manifestado anteriormente, não conhece e não tem nenhum contato com Machado. Ele disse ainda que nunca soube de um eventual pedido que teria sido feito pelo presidente interino. A JBS disse que as doações para campanhas eleitorais foram realizadas de acordo com as regulamentações do TSE e que o seu diretor de Relações Institucionais "não participou de nenhuma reunião". Já a Queiroz Galvão informou que "não comenta investigações em andamento". MACHADO: Você acha que a gente consegue emplacar o Michel sem uma articulação do jeito que esta... SARNEY: Não. Sem articulação, não. Vou ver o que acontecendo, vou no Michel hoje... Como que para estimular a conversa, Machado revela que contribuiu com Temer, ajudando na campanha do "menino", que para os investigadores é Gabriel Chalita, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PMDB em 2012: MACHADO: O Michel presidente... lhe dizer... eu contribuí pro Michel. SARNEY: Hum. MACHADO: Eu contribuí pro Michel... Não quero nem que o senhor comente com o Renan... Eu contribuí pro Michel para a candidatura do menino [Gabriel Chalita, do PMDB-SP]... Falei com ele até num lugar inapropriado, que foi na base aérea.
33
Sarney aparenta preocupação com a revelação e quer saber se uma ajuda que ele próprio recebeu de Machado é do conhecimento de mais alguém: SARNEY: Mas alguém sabe que você me ajudou? MACHADO: Não, sabe não. Ninguém sabe, presidente.
Principal problema imediato para presidente interino é Renan Alan Marques/Folhapress
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)
FONTE JORNAL FOLHA de S. Paulo, IGOR GIELOW DE DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA 16/06/2016 às 02h 00
34
Para o presidente interino, Michel Temer (PMDB), a acusação feita por Sérgio Machado é obviamente péssima, mas não é neste momento o maior dos problemas que a delação do expresidente da Transpetro lhe causa. Para ser mortal, a citação, por ora, depende de informações complementares: a empreiteira confirmando a encomenda em seu nome, a operação ponta a ponta. A dificuldade de rastrear o dinheiro é a beleza, por assim dizer, do esquema revelado pela Lava Jato no petrolão. O maior problema para o Planalto se chama hoje Renan Calheiros (PMDB-AL). Machado está para ele como Delcídio do Amaral estava para o PT: é um homem seu. Um presidente do Senado mordido já mostrou a que veio ao questionar os termos do projeto que limita gastos do governo. Se ferido de morte, seguindo os passos de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Câmara, seu nome passa a ser imprevisibilidade. Renan sempre foi seu desafeto, e trabalhou contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Se a votação final do caso no Senado possui certa blindagem, o que não quer dizer imunidade contra influências, o mesmo não pode ser dito do encaminhamento de medidas. A eventualidade de um vácuo poderia gerar um apagão no Legislativo no momento em que o governo aposta todas suas fichas justamente na cooperação com o Poder. Este é um cenário hoje extremo. Ao menos até ficar clara a disposição de Renan de enfrentar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Sob olhares desconfiados de políticos de A a Z, o procurador-geral sofreu uma derrota ao ver o pedido de prisão do senador e de outros próceres do PMDB rejeitado pelo Supremo. Isso animou Renan a engrossar a voz e avaliar o pedido de impeachment contra Janot que apareceu numa árvore do Senado tal e qual o proverbial jabuti. Além disso, se a Lava Jato segue intocável no imaginário popular, pode ser erodida aos poucos por medidas oriundas do Legislativo. Neste ponto, a amplitude da delação de Machado traz problemas para os petistas que ainda subscrevem a visão do partido de que a Lava Jato foi "braço operacional do golpe". A cautela da reação do petismo é eloquente. Por fim, há vários personagens atingidos mais ou menos lateralmente no episódio, como o tucano Aécio Neves. O estrago maior, na superfície e nos intestinos, ficou na conta do governo e do PMDB.
35