Resenha 17 05 2016

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SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS

17 DE MAIO DE 2016

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Meirelles diz que desemprego pode chegar a 14% FONTE RACHEL GAMARSKI, GUSTAVO PORTO E CARLA ARAÚJO – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Maio 2016 às 20h 47

Ministro da Fazenda tem reforçado a necessidade de medidas para a recuperação da confiança e do emprego BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje durante reunião com o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), sindicalistas e os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que, caso o governo não tome providências, a taxa de desocupação do País pode chegar a 14% em 2016, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado. O dirigente da Fazenda tem reforçado a necessidade de medidas para a recuperação da confiança e do emprego.

Meirelles tem reforçado a necessidade de medidas para a recuperação da confiança e do emprego

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, no trimestre móvel encerrado em março deste ano, a taxa estava em 10,9%, ante 9% no trimestre encerrado em dezembro de 2015 e 7,9% em igual período do ano passado. A população desocupada, segundo o indicador do IBGE, chegou a 11,1 milhões de pessoas em março. Durante a reunião comandada por Temer foi montado um grupo de trabalho com a presença de representantes de centrais sindicais e do governo federal para elaborar, em até 30 dias, uma proposta de alteração na Previdência.

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Planejamento quer atualizar meta fiscal com ressalvas sobre Eletrobrás FONTE ANNE WARTH E EDUARDO RODRIGUES – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Maio 2016 às 20h 17

Jucá já admite que será impossível entregar balanço auditado da estatal às autoridades norteamericanas até o prazo limite

O ministro do Planejamento, Romero Jucá RELACIONADAS:  

Após críticas, governo Temer escolhe uma mulher para presidir o BNDES Habilidade de Temer em aprovar propostas 'está longe de ser clara', diz Moody's

BRASÍLIA - Depois de reunião com a Eletrobrás no Ministério de Minas e Energia, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, disse nesta segunda-feira, 16, que o governo pode apresentar uma proposta de nova meta fiscal com uma ressalva a respeito do possível rombo que a estatal pode causar à União. Essa ressalva pode prever um eventual abatimento da meta no futuro. Segundo Jucá, o governo vai pressionar a KPMG a assinar o balanço da empresa referente ao ano de 2014 sem ressalvas, mas ele já admitiu que será impossível que isso aconteça até o prazo limite imposta pela SEC (órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos), que acaba na próxima quarta-feira (18). "Vamos atuar junto à KPMG e ao governo americano. Vamos colocar todas as questões e apressar a investigação", afirmou. Jucá admitiu que essa situação não é tranquila, mas disse que as providências que serão tomadas poderão resultar numa solução em alguns meses. "Até o dia 18 não dá para resolver, mas entre o dia 18 e a decisão final de descredenciamento dos papéis (na Bolsa de Nova York), em tese, pode haver como resolver", acrescentou. O prazo do dia 18 foi dado pela SEC para que a estatal arquive na autarquia o formulário 20F. Caso o formulário não seja arquivado e um novo prazo não seja concedido, a negociação das ações da Eletrobras são suspensas na Nyse e se inicia o processo de deslistagem da empresa. 3


A dificuldade de a companhia concluir o arquivamento do 20-F, referente aos anos de 2014 e 2015, está relacionada ao fato de que a estatal ainda está realizando investigações internas sobre irregularidades em contratos feitos pelas empresas que compõem o grupo. Essas investigações foram iniciadas depois da citação da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, em denúncias relacionadas à operação Lava Jato. Depois, foram ampliadas na medida em que outras empresas estavam sendo envolvidas, conforme as fases da Lava Jato foram avançando. Sem a conclusão da investigação, auditores externos - a KPMG, neste caso se recusam a assinar um balanço sem ressalvas. E a SEC não aceita um 20-F com ressalvas. Investigações. Jucá disse ainda que o governo vai cobrar a conclusão das investigações pelo escritório de advocacia internacional Hogan Lovells, contratado para investigar os desvios na estatal, em suas subsidiárias e nas Sociedades de Propósito Específico (SPEs) em que participa. "Vamos acompanhar, apressar e cobrar dos contratados que eles concluam o processo de investigação e a avaliação de um possível dano por irregularidades", afirmou. "Isso não está mensurado, e ao não estar mensurado, a KPMG se recusa a assinar o balanço sem ressalvas. Então, temos que ter rapidez da KPMG e da empresa que faz a investigação, indicada pela KPMG, exatamente para que isso possa ser feito rapidamente e essa falta possa ser sanada", acrescentou. O ministro disse que não será possível mensurar o impacto do possível rombo da Eletrobras na nova meta fiscal. "Vamos discutir com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fazer já uma atualização da meta, não levando em conta possibilidades como essa da Eletrobras, mas fazendo ressalvas quanto a essas questões, se ocorrerem no futuro", afirmou. "A ideia é compatibilizar e ter um número mais realista no que diz respeito aos impactos da renegociação da dívida dos Estados, da perda de arrecadação e outros impactos que já estão sendo medidos".

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Planejamento divulga nomes escolhidos para compor equipe FONTE ADRIANA FERNANDES – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Maio 2016 às 20h 05

Economista Manoel Pires irá presidir o Ipea e Dyogo Oliveira, que era da equipe de Barbosa, será secretário-executivo da Pasta

Dyogo Oliveira, que foi do time de Barbosa, será secretário-executivo do Planejamento RELACIONADA: 

Meirelles adia anúncio da equipe econômica para terça-feira

BRASÍLIA - O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) será presidido no governo do presidente em exercício Michel Temer pelo economista Manoel Pires, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda na gestão de Nelson Barbosa. É o segundo integrante da equipe do ex-ministro da Fazenda que passará a compor o time do novo ministro do Planejamento, Romero Jucá. A equipe foi definida hoje por Jucá, que escolheu técnicos para o segundo escalão do ministério. Dyogo Oliveira, que foi do time de Barbosa, será o novo secretário-executivo do Planejamento. Ele já ocupou o cargo quando Barbosa foi ministro do Planejamento, no início do segundo mandato da presidente afastada Dilma Rousseff. Depois se transferiu com ele para o Ministério da Fazenda, onde ocupou o cargo também de secretário-executivo. Segundo o Planejamento, Wasmália Bivar continuará presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), foi escolhido George Aguiar Soares, servidor público da carreira de Analista de Planejamento e Orçamento. Na Secretaria de Planejamento e Investimento (SPI), será nomeado Francisco Franco, até então titular da SOF. A Secretaria de Gestão (Seges) será ocupada por Gleisson Cardoso Rubin, atual presidente da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), instituição vinculada ao ministério. A Secretaria do Programa de Aceleração do Crescimento será transformada em Secretaria de Desenvolvimento e Infraestrutura, sob o comando de Hailton Madureira de Almeida, servidor da carreira de Analista de Finanças e Controle. 5


Na Secretaria de Patrimônio da União (SPU), não haverá mudanças e permanece o titular Guilherme Estrada, que é procurador federal. O consultor jurídico do ministério, o procurador federal Walter Baere, também será mantido. A chefia de gabinete do ministro será ocupada pelo consultor legislativo do Senado Federal, Fernando Veiga Barros. Na Secretaria de Patrimônio da União (SPU), não haverá mudanças e permanece o titular Guilherme Estrada, que é servidor público da carreira jurídica de procurador federal. O consultor jurídico do ministério, o procurador federal Walter Baere, também será mantido. A Assessoria Econômica (Assec) do ministério será assumida por Marcos Ferrari, que é professor do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES). O Departamento de Empresas Estatais (Dest) será dirigido por Fernando Ribeiro Soares, servidor da carreira. Instituições vinculadas. Na Enap, assume o atual diretor de Desenvolvimento Gerencial da instituição, Paulo Marques. A Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), que era vinculada ao Ministério da Fazenda, passa a ser vinculada ao Planejamento e Marcelo Franco irá dirigir o órgão.

WhatsApp pode ter recurso de chamadas por vídeo em breve Alguns usuários ao redor do mundo viram o ícone de chamada por vídeo disponível por algumas horas FONTE JORNAL O ESTADO de S. PAULO, 16/05/2016 às 19h 32

Leia mais: Psicólogos já tratam ‘viciados’ em WhatsApp

O serviço de mensagens WhatsApp deve receber, em breve, a possibilidade de realizar chamadas em vídeo. O recurso, muito pedido por usuários, foi visto disponível no 6


serviço por várias pessoas em todo mundo nesta segunda-feira, 16. Entretanto, logo o WhatsApp tirou do ar a atualização que continha a função da chamada por vídeo e não confirmou o lançamento do recurso. Apesar da velocidade com a qual o recurso surgiu e desapareceu, foi possível compreender o funcionamento da chamado por vídeo: de acordo com os usuários que viram a função e relataram ao site Android Authority, para fazer a chamada por vídeo, é necessário que o usuário clique apenas no ícone de ligação dentro do app para, em seguida, selecionar a chamada por vídeo. Os usuários que viram o ícone de chamada por vídeo disponível, no entanto, afirmaram que não foi possível completar a ligação. Um aviso de que o recurso "ainda não está disponível" aparecia na tela dos smartphones. Ainda não é possível afirmar que o recurso será lançado. Entretanto, pelo estágio no qual o recurso se encontra, dificilmente a chamada em vídeo não se concretizará em breve. De acordo com o site Android Pit, o recurso deverá chegar primeiro para iOS para que, só então, a chamada por vídeo atenda aos usuários de Android.

Após críticas, governo Temer escolhe uma mulher para presidir o BNDES FONTE GUSTAVO PORTO E CARLA ARAÚJO – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Maio 2016 às 18h 49

Executiva Maria Sílvia Bastos substituirá Luciano Coutinho no comando do banco de fomento

Maria Sílvia Bastos é a nova presidente do BNDES

BRASÍLIA - A Presidência da República confirmou que a executiva Maria Sílvia Bastos será a nova presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em 7


substituição a Luciano Coutinho. O anúncio ocorre após o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) sofrer críticas de que não havia nomeado mulheres para integrar o primeiro escalão de seu governo. Maria Sílvia é doutora em economia e foi a primeira mulher a ocupar a presidência da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), entre 1999 e 2002. Também foi secretária de Fazenda do Rio de Janeiro no governo do ex-prefeito Cesar Maia (1993-1996). A executiva foi ainda pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e sócia de consultoria, além de trabalhar na Empresa Olímpica Municipal (EOM) na Prefeitura do Rio de Janeiro. Repercussão. O ministro do Planejamento, Romero Jucá, elogiou a indicação de Maria Sílvia Bastos Marques para o BNDES. "É um convite para alguém competente e experiente para fazer um bom trabalho", afirmou. "O presidente (em exercício) Michel Temer a escolheu pela sua competência", acrescentou, ao ser questionado sobre a ausência até este momento de mulheres em cargos de alto escalão no governo Temer. Com informações de Anne Warth e Eduardo Rodrigues

Sobra de diesel preocupa Petrobras e pode levar à redução de preços

FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, NICOLA PAMPLONA DO RIO 16/05/2016 às 20h 18

O crescimento das importações de diesel por empresas privadas preocupa o conselho de administração da Petrobras e pode levar a empresa a rever o preço do combustível, que está 46% mais caro do que no mercado internacional. De acordo com dados do balanço divulgado na última quinta-feira (12), a estatal produziu uma média de 824 mil barris por dia no primeiro trimestre deste ano, mas só vendeu no mercado brasileiro 798 mil barris por dia. 8


No período, o consumo brasileiro foi de 896 mil barris de diesel por dia, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Isto é, empresas privadas importaram 98 mil barris por dia, o equivalente a 11% das vendas. As importações são feitas por distribuidoras privadas como Ipiranga e Raízen, além de companhias regionais, que garantem melhores margens de lucro em vez de pagar preços mais altos à Petrobras. "Se todo mundo ficar importando, a Petrobras não vai ter mais como vender", disse o professor da Coppe Segen Estefen, que ocupa uma vaga no conselho da estatal, em evento nesta segunda (16) no Rio. Segundo ele, a empresa entende que o limite para a manutenção do patamar atual de preços é sua capacidade de escoamento da produção própria de combustíveis. Estefen disse que, em um primeiro momento, a Petrobras analisa alternativas para melhorar suas margens de transporte e logística, chegando aos principais mercados importadores do norte e nordeste com preços mais competitivos. Mas destacou que a companhia deve "ficar mais atenta" com os impactos dos altos preços em suas vendas. "É uma preocupação." A concorrência com empresas privadas foi agravada pela retração do consumo interno de diesel, que caiu 6,1% no primeiro trimestre, diante da economia fraca e do desligamento de usinas térmicas. No período, parte da sobra de diesel foi exportada a preços mais baixos do que o praticado no mercado interno. Em entrevista para detalhar o balanço, o diretor de abastecimento da Petrobras, Jorge Celestino, disse que a companhia aproveitou "oportunidades" para colocar o produto no mercado externo. A estatal vem praticando preços mais altos com o objetivo de recuperar os prejuízos causados pela política de subsídios praticada no início da década, que contribuiu para que a empresa atingisse uma dívida de R$ 450 bilhões. A preocupação com o desempenho das vendas gerou rumores de redução dos preços no início de abril, negados pela direção da companhia.

Votação de meta fiscal fica para próxima semana Alan Marques/Folhapress

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Presidente interino Michel Temer se reúne com centrais sindicais em Brasília FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, 16/05/2016 às 19h 54

O governo Temer acertou com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que a votação da revisão da meta fiscal ficou para a próxima semana. O governo tem de aprovar o projeto para permitir que o governo abandone a meta de superavit de R$ 24 bilhões neste ano e possa fechar 2016 com deficit. O projeto enviado pelo governo Dilma Rousseff autorizava um rombo de R$ 96,7 bilhões neste ano, mas o governo Temer já sabe que o deficit será maior e pode superar R$ 120 bilhões. A equipe de Temer precisa aprovar a revisão da meta até a próxima semana, antes do final do mês, para evitar fazer um bloqueio de gastos que levaria a uma paralisação de várias áreas da União. Isto porque, sem aprovar a autorização para encerrar 2016 com deficit, o governo teria de editar um decreto com bloqueio de gastos para, em tese, garantir um superavit no final do exercício. A estratégia do ministro Romero Jucá (Planejamento) é alterar o projeto encaminhado pela equipe de Dilma Rousseff e aprovar um texto que permita à União fechar 2016 com deficit superior a R$ 120 bilhões.

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Dólar cai e Bolsa fecha estável; espera por equipe econômica limita negócios Eduardo Anizelli/Folhapress

O presidente interino Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em reunião

FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, EULINA OLIVEIRA DE SÃO PAULO 16/05/2016 às 17h 39

O dólar recuou para o patamar de R$ 3,50, em função do avanço do petróleo no mercado internacional, que favoreceu moedas de países emergentes, como o real. Entretanto, a cautela de investidores em relação à equipe econômica do novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles e, em especial, ao futuro presidente do Banco Central limitou o volume de negócios e fez o Ibovespa encerrar o pregão estável. Meirelles havia afirmado na sexta-feira (13) que anunciaria o novo presidente do BC e outros nomes da equipe econômica nesta segunda-feira, mas o anúncio só deve ocorrer nesta terçafeira (17). O mais cotado para presidir o BC é o ex-diretor do órgão Ilan Goldfajn, economistachefe do Itaú. O mercado também espera as primeiras medidas econômicas do presidente interino Michel Temer.

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Sem ação do BC no mercado de câmbio nesta segunda-feira, e sob influência do cenário externo, o dólar comercial recuou 0,56%, a R$ 3,5040, enquanto o dólar à vista caiu 0,26%, a R$ 3,5012. Para Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor, o clima de incerteza em relação à equipe econômica tirou o impulso do mercado doméstico. "Há uma decepção no mercado com o adiamento do anúncio do novo presidente do BC, pois é a primeira promessa não cumprida", afirma Alessie. "A cautela se refletiu no baixo volume de negócios", acrescenta. "Aparentemente, o governo tem encontrado alguma dificuldade para preencher cargos e, especificamente, no BC, pela perda do status de ministro", escreve Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais. Guilherme Lerosa, economista da Lerosa Investimentos, afirma que há dúvidas sobre como ficarão os leilões de swap cambial reverso numa eventual troca de comando do BC. "Pode até ser que Alexandre Tombini permaneça à frente do BC, mas, se não for ele, não se sabe se os swaps reversos vão continuar", afirma. O Banco Central vem realizando desde 21 de março leilões de swap cambial reverso, equivalente à compra futura da moeda americana pela autoridade monetária. Ao mesmo tempo que reduz a volatilidade do dólar, a operação diminui o estoque de swap cambial tradicional do BC, que corresponde à venda futura da moeda. Ultimamente, o BC tem atuado no mercado de câmbio quando o dólar fica abaixo de R$ 3,50. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 avançou de 13,575% para 13,600%; o contrato de DI para janeiro de 2021 subiu de 12,190% para 12,270%, refletindo a cautela de investidores. A pesquisa semanal Focus, do BC, divulgada nesta manhã, mostrou que a estimativa de economistas para a taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 13% neste ano e cortada de 11,75% para 11,50% no próximo. O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, caía 0,15%, para 328,281 pontos. BOLSA O Ibovespa fechou estável, aos 51.802,92 pontos, pressionado principalmente pelos papéis do setor financeiro. O giro foi de R$ 7,646 bilhões, inflado pelo exercício de opções sobre ações, que movimentou R$ 2,07 bilhões. As ações PN da Petrobras subiram 3,06%, a R$ 9,75, e as ON ganharam 3,46%, a R$ 12,54. Os papéis PNA da Vale recuaram 0,16%, a R$ 12,05, e os ON subiram 1,70%, a R$ 14,93. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN caiu 1,52%; Bradesco PN, -1,74%; Banco do Brasil ON, 1,54%; Santander unit, -0,21%; e BM&FBovespa ON, -1,07%.

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EXTERIOR O petróleo Brent, negociado no mercado futuro de Londres, avançava 2,59%, para US$ 49,07 o barril; nos EUA, o WTI ganhava 3,59%, para US$ 47,87 o barril. O movimento ocorreu após relatório do Goldman Sachs projetar redução no excesso de oferta global da commodity. Além disso, a produção de petróleo da Nigéria caiu quase 40%, para 1,4 milhão de barris por dia (bpd), devido a ataques de milícias a oleodutos e outras unidades, segundo o ministro do petróleo do país, Emmanuel Ibe Kachikwu. Na Bolsa de Nova York, os índices fecharam em alta, influenciados pelo rally do petróleo e pelo avanço dos papéis da Apple. O bilionário Warren Buffett investiu US$ 1 bilhão na empresa de tecnologia. O índice S&P 500 subiu 0,98%; o Dow Jones, +1,00%; e o Nasdaq, +1,22%. Na Europa, a Bolsa de Frankfurt não funcionou em razão de um feriado, o que reduz a liquidez na região. As demais Bolsas europeias operam com sinais mistos. Na Ásia, as Bolsas terminaram em alta, na expectativa de novos estímulos à economia chinesa depois da divulgação de dados de investimento, produção industrial e vendas do varejo de abril abaixo do esperado.

Economista Ilan Goldfajn é o escolhido para chefiar o Banco Central; veja perfil Gabo Morales - 15.mar.2012/Folhapress

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Economista Ilan Goldfajn é o novo presidente do Banco Central

FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO 17/05/2016 às 09h 00

Uma das poucas notícias positivas que surgirão da área econômica neste ano virão das mãos de Ilan Goldfajn, economista de 50 anos que vai assumir a presidência do Banco Central. A expectativa majoritária do mercado financeiro é que a taxa de juros, atualmente em 14,25% ao ano, será cortada. Já seria com Alexandre Tombini no posto. O próprio Ilan, do outro lado do balcão, já previra que a taxa seria cortada no segundo semestre, por força da recessão e do consequente declínio da inflação. À frente da pesquisa econômica do Itaú até então, Ilan volta ao BC pela segunda vez. Entre 2000 e 2003 comandou a poderosa diretoria de política econômica do banco. Primeiro com Armínio Fraga como chefe, depois com o mesmo Henrique Meirelles, com quem conviveu por sete meses no período de transição do governo FHC para Lula. Sua especialidade é política monetária, mas os economistas que o conhecem dizem que seus conhecimentos contemplam também a política fiscal, calcanhar de Aquiles da economia neste momento. Affonso Celso Pastore, ex-presidente do BC, lembra que ele trabalhou na equipe técnica do FMI, logo após deixar o doutorado no prestigioso MIT (EUA). "Ele não é conhecido somente pelos economistas brasileiros, é reconhecido internacionalmente", diz Pastore. Ilan voltou ao voltou ao Brasil em 1999, para dar aula na PUC-Rio, de onde saiu para o BC do segundo mandato de FHC. Em 2009, chegou ao Itaú Unibanco, de onde observou os últimos movimentos da economia. Na última campanha eleitoral, em 2014, deu conselhos a Armínio, para a formulação do programa econômico da campanha de Aécio Neves. Nos bastidores, ninguém duvidava que, se o tucano chegasse ao poder, o BC ficaria sob sua batuta. Os caminhos tortos da política acabaram por levá-lo ao mesmo ponto, sinal de que é visto como preparado para a tarefa. Embora o embalo inicial da inflação ajude, a batalha não está vencida. Ilan recebe nesta terçafeira o mandato de levar a inflação dos atuais 9,28% para a meta de 4,5%. Em nota, Roberto Setúbal, presidente do Itaú Unibanco Holding, afirma que o "profundo conhecimento e ampla experiência profissional [de Ilan], inclusive no próprio Banco Central, o credenciam para contribuir com a nova equipe econômica no caminho da retomada do crescimento sustentável do país e da confiança dos mercados". "Parabenizo o presidente interino Michel Temer e o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pela escolha e desejo muito sucesso ao Ilan", complementa a nota.

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Meirelles anuncia equipe econômica; Ilan Goldfajn é o escolhido para chefiar o BC Gabo Morales - 15.mar.2012/Folhapress

Economista Ilan Goldfajn é o novo presidente do Banco Central

FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, EDUARDO CUCOLO, MACHADO DA COSTA e VALDO CRUZ DE BRASÍLIA 17/05/2016 às 10h 20

O economista Ilan Goldfajn foi confirmado nesta terça-feira (17) no cargo de novo presidente do Banco Central. O atual presidente, Alexandre Tombini, deve permanecer no cargo até que Goldfajn seja sabatinado pelo Senado. Goldfajn já fez parte da diretoria do BC na gestão Henrique Meirelles no BC e ocupava atualmente o posto de economista-chefe do Itaú. Ele deve chegar a Brasília ainda nesta terça para se reunir com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Meirelles indicou que podem haver mudanças na diretoria da instituição, mas que elas só serão discutidas após a chegada de Goldfajn. Em nota, o atual presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que Goldfajn é profissional reconhecido, com larga experiência no setor financeiro brasileiro, ampla visão da economia nacional e internacional, além de já ter passagem pela diretoria colegiada dessa instituição. "Suas qualidades e sua formação o credenciam a uma bem sucedida gestão frente à autoridade monetária brasileira." 15


Também em nota, Roberto Setúbal, presidente do Itaú Unibanco Holding, afirma que o "profundo conhecimento e ampla experiência profissional [de Ilan], inclusive no próprio Banco Central, o credenciam para contribuir com a nova equipe econômica no caminho da retomada do crescimento sustentável do país e da confiança dos mercados". "Parabenizo o presidente interino Michel Temer e o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pela escolha e desejo muito sucesso ao Ilan", complementa a nota. OUTROS NOMES Outro ex-diretor do BC, Carlos Hamilton Araújo, será secretário de Política Econômica. Araújo vai ajudar a formular as políticas econômicas, diz Meirelles. "A Secretaria de Acompanhamento Econômico vai fornecer a base de dados e avaliação dos componentes de despesas públicas com precisão e tranquilidade", afirmou o ministro da Fazenda. O economista Mansueto de Almeida, colaborador do programa de governo do candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, será secretário de Acompanhamento Econômico. Almeida estava licenciado do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Mansueto deve focar as atividades na Secretaria de Acompanhamento Econômico nas despesas públicas, de acordo com Meirelles. Ele vai ser responsável por analisar as despesas públicas para embasar as medidas que serão adotadas pelo ministério. Também oriundo do Ipea, o economista Marcelo Caetano irá comandar a secretaria de Previdência. Caetano tem como principal finalidade formular uma política para o setor, o que inclui participar das discussões sobre reformas. O ministro descarta tomar qualquer atitude precipitada em relação ao tema. FORO ESPECIAL Com as mudanças na estrutura dos ministérios, o presidente do BC deixou de ser ministro de Estado. Porém, a prerrogativa de foro especial, que é garantida aos ministros, poderá ser mantida por meio de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional). Se for aprovada pelo Congresso, a PEC estenderia o privilégio a toda a diretoria da instituição. Dentro dessa proposta, estará prevista também a autonomia decisória do Banco Central. Segundo Meirelles, o governo não quer dar independência, mas somente criar uma previsão legal de que não haverá ingerências na instituição. "Autonomia de decisão do BC não se confunde com independência", disse Meirelles. Segundo ele, no momento, não há definição de mandatos, como no caso de uma independência formal do BC. "Hoje, a autonomia é apenas um acordo verbal. Ter uma garantia constitucional é um avanço importante", afirmou. PREVIDÊNCIA A reforma da Previdência é uma das maiores apostas do governo atual para deixar como legado. Na segunda (16), Meirelles se reuniu com outros ministros e o presidente interino,

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Michel Temer, além de centrais sindicais, para criar um grupo de trabalho com o propósito de negociar uma reforma. Segundo Meirelles, assim que o projeto começar a andar, esse será um vetor de retomada da confiança. "Com a fixação desse prazo de 30 dias [para formular a proposta], à medida em que os estudos avancem, uma parte das incertezas vai ser eliminada, o que poderá aumentar a confiança", disse. Meirelles afirma que o mais importante é dar garantias de que todos os trabalhadores tenham certeza de que vão poder se aposentar. "A ideia é que a proposta seja discutida com a sociedade, com as centrais sindicais e com o Congresso", afirmou. "O importante é que todos os trabalhadores tenham a garantia de que aquela aposentadoria será paga, cumprida, e que o Estado seja solvente", complementou. BANCOS ESTATAIS Meirelles disse que outros nomes estão sendo anunciados gradualmente. "Estaremos continuando nos próximos dias a avaliar e tomar decisões." Segundo o ministro, a próxima rodada de decisões será sobre os bancos públicos —Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. "Cada um dos gestores será anunciado, que pode inclusive ser a manutenção dos atuais membros ou ocupantes do cargo" No momento, Otávio Ladeira continua como secretário do Tesouro Nacional e Jorge Rachid permanece como secretário da Receita Federal.

Novo secretário de Acompanhamento Econômico defende corte de custos Alan Marques - 04.set.2014/Folhapress

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Mansueto de Almeida, novo secretário de Acompanhamento Econômico FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, 17/05/2016 às 10h 15

Em postagens publicadas em seu blog, o novo secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueto de Almeida Jr., afirmou que o governo do presidente interino, Michel Temer, precisa aprovar no Congresso medidas de ajuste fiscal para iniciar a recuperação da economia. "A tarefa do governo é fazer o ajuste fiscal, retomar a agenda de reformas e iniciar a recuperação da economia. Essa é uma agenda necessariamente longa", destaca. Mesmo assim, diz que haverá desafios no caminho. "Ao contrário do governo Lula de 2003, que assumiu com o compromisso de fazer um ajuste fiscal de 0,5 ponto do PIB R$ 30 bilhões em valores de hoje, o governo do presidente Temer começa com um desequilíbrio fiscal de quase R$ 600 bilhões (deficit nominal dos últimos 12 meses do setor público) e um buraco fiscal sem a conta de juros de R$ 140 bilhões (deficit primário dos últimos 12 meses até março pelo Banco Central)". A solução para essa equação passa por reformas pouco populares, na avaliação dele. "Em uma democracia com 90% do orçamento consumido por despesas obrigatórias, 'ajuste fiscal' envolve necessariamente a aprovação de medidas no Congresso Nacional", afirma Mansueto de Almeida em postagem na segunda-feira (16). Entre essas reformas, complementa, está a previdenciária. "E se a sociedade não quiser fazer ajuste fiscal algum com mudanças de regras como, por exemplo, as regras de acesso a previdência? Neste caso vocês sabem que não há mágica", complementa. 18


"Se o Brasil não controlar o crescimento do gasto público isso significa que precisaremos de uma carga tributária crescente", ressalta no post. E caso a população não queira pagar mais impostos, o ajuste seria feito "de forma desorganizada pela inflação e com o aprofundamento da crise", ressalta o novo secretário de Acompanhamento Econômico. "Mas que fique claro para todos que, se não estivermos como sociedade dispostos a revisar regras do crescimento da despesa pública, isso significa que a única forma de se fazer o ajuste e evitar o agravamento da crise fiscal será via aumento da carga tributária", diz. A carga tributária, comenta em outra postagem, foi de 32,71% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015, ante 33,40% do PIB, em 2011. Mansueto de Almeida também falou sobre Previdência. "Precisamos debater a questão de forma séria e desapaixonada. Uma das piores coisas que pode acontecer a um país é 'demonizar' o debate, ou seja, as pessoas se recusarem a debater determinados temas", diz. "Mas vamos debater a questão previdenciária porque o processo de envelhecimento da população brasileira será muito rápido e, hoje, o Brasil já gasta com previdência (inclusive LOAS/BPC) mais de 12% do seu PIB", conclui.

Rombo das contas públicas pode chegar a R$ 130 bilhões FONTE ADRIANA FERNANDES E RICARDO BRITO – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 17 Maio 2016 às 08h 39

Expectativa da equipe econômica é de que a proposta da nova meta fiscal seja votada entre esta semana e a próxima

Dívida dos Estados também é incógnita, diz Jucá RELACIONADA: 

Eletrobrás não vai cumprir prazo da SEC, diz Jucá

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BRASÍLIA - Em seu primeiro teste da base aliada, o governo do presidente da República em exercício Michel Temer ainda trabalha na definição do tamanho do rombo que será exposto na proposta a ser votada pelo Congresso Nacional. O novo déficit poderá ser superior a R$ 120 bilhões. E pode chegar a R$ 130 bilhões, a depender dos cenários fiscais contemplados na proposta. O governo deve apresentar uma proposta de nova meta fiscal já com uma ressalva a respeito do rombo. Essa correção irá prever eventuais impactos de um aporte financeiro do Tesouro Nacional à Eletrobrás por causa dos problemas com o balanço de 2014, segundo o ministro do Planejamento, Romero Jucá (ler abaixo). O mais provável é que a votação ocorra na próxima semana, embora ainda não esteja descartada a apreciação amanhã ou quinta-feira. A expectativa inicial de que a proposta fosse apreciada hoje está descartada, diante da falta de acerto do déficit. Segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a equipe econômica quer definir uma estratégia para a meta fiscal que abarque os riscos fiscais de todo o ano de 2016, um “colchão de segurança” para não se repetir o que ocorreu em 2014 e 2015, quando o governo não foi transparente e só revisou as respectivas metas no fim do ano. A vantagem desse caminho é que, se o resultado for melhor do que o previsto no fim do ano, a equipe econômica poderá dizer que fez um esforço fiscal acima do previsto originalmente. Essa saída poderia ajudar ainda mais na tentativa de restaurar a confiança nas contas públicas. Desde que assumiu o governo, Temer trabalha na alteração do projeto que revisa a meta para comportar o rombo maior por causa da negociação da dívida dos Estados com a União. Essa emenda que será apresentada ao projeto - e já está no Congresso - deixa em aberto o valor da meta fiscal. “Questão dos Estados também é uma das incógnitas”, disse ontem Jucá. Até o momento, o projeto que revisa a meta - enviado pela presidente afastada Dilma Rousseff ao Congresso em março - ainda não contemplou essas mudanças. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), tem se mostrado favorável a ajudar Temer na aprovação da revisão da meta até o final do mês, o que, se não ocorrer, poderá levar a uma paralisia da máquina pública federal. Renan tem poderes para convocar uma sessão conjunta para apreciar a nova meta diretamente em plenário. Contudo, ele ainda não informou quando fará a reunião de deputados e senadores para discutir a proposta. Aliado de Renan, Jucá foi escalado por Temer para negociar a votação da mudança da meta no Congresso. “Acredito que é possível votar ainda nesta semana”, afirmou Jucá.

Governo vai propor a autonomia técnica do Banco Central Segundo Henrique Meirelles, medida vai formalizar 'o que hoje é um acordo verbal' FONTE O GLOBO MARTHA BECK E GABRIELA VALENTE 17/05/2016 ÀS 11H 38

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Henrique Meirelles, ministro da Fazenda - Eliaria Andrade/2.9.2013 / Agência O Globo

RIO - Em coletiva à imprensa, nesta manhã, em que divulgou o nome de integrantes da equipe econômica do governo, o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou que o governo do presidente interino, Michel Temer, vai encaminhar ao Congresso proposta de autonomia técnica do Banco Central (BC). Isso significa formalizar "o que hoje é um acordo verbal", como a independência de que a instituição gozou quando o próprio Meirelles estava à frente do BC, na avaliação do ministro. Veja também: 

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Pedro Parente deve substituir Bendine na presidência da Petrobras

Gustavo do Vale ocupará presidência do Banco do Brasil

Ou seja: não haverá, neste primeiro momento, proposta para independência formal do Banco Central, que enseja fixação de mandatos para a diretoria. A independência formal será discutida posteriormente. A medida que prevê a autonomia técnica do BC será incluída na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que já havia sido anunciada para dar foro privilegiado ao presidente do BC, que perdeu o status de ministro. A PEC vai estender ainda o foro privilegiado a toda a diretoria. — Isso é muito importante porque mantém aquilo que prevaleceu do ponto de vista prática, ou seja, autonomia de decisão para que o BC não tenha suas decisões tomadas questionadas na medida em que tem uma autonomia técnica da decisão — explicou Meirelles.

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Ele ressaltou a diferença entre autonomia e independência do Banco Central. Se a proposta fosse de instituir a independência da autarquia, a PEC deveria tratar de estabelecer um mandato fixo para os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom). Já a autonomia é apenas a licença constitucional de fazer a política de controle da inflação sem a interferência do governo. Meirelles não descartou, entretanto, a possibilidade de propor a independência do BC: — Independência é algo que é e continuará sendo objeto de análise. Nossa proposta é de autonomia técnica da decisão. Isso já é um avanço enorme em relação ao acordo verbal, que já funcionou muito bem afirmou o ministro da Fazenda, que continuou: — Definição de mandato é uma questão mais profunda e de acordo político com a sociedade. Não é algo para ser tratado de afogadilho. O que eu estou fazendo é uma decisão já amadurecida e que está sendo anunciada.

Indústria paulista corta 253,5 mil empregos em um ano, diz Fiesp FONTE SUZANA INHESTA – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 17 Maio 2016 às 11h 31

Somente em abril, o setor industrial de São Paulo eliminou 4 mil vagas; essa é a primeira vez que o mês registra saldo negativo

O pior desempenho continua sendo o do segmento de veículos automotores RELACIONADAS:   

Confiança do empresário atinge maior patamar em 16 meses Economia pode dar sinais positivos no segundo semestre, diz Arminio Fraga Centrais e Fiesp já fazem pressão sobre Meirelles

SÃO PAULO - A indústria paulista eliminou quatro mil vagas em abril, o que representa uma queda de 0,17% ante março de 2016, sem ajuste sazonal, e recuo de 1,02% com ajuste sazonal. É a primeira vez na série histórica, que começou em 2006, que abril ficou com saldo negativo em empregos. Os dados são do Indicador de Nível de Emprego da Indústria Paulista, divulgado nesta terça-feira (17/5) pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). 22


No ano até abril, a indústria de São Paulo demitiu 34,5 mil trabalhadores, queda de 1,50% ante o mesmo período de 2015 e de abril do ano passado até abril de 2016, 253,5 mil postos foram fechados na indústria do Estado (-10,06%). Conforme a Fiesp, apesar do saldo negativo, o ritmo de demissões diminuirá. "Com o forte ajuste que a indústria tem feito desde o ano passado e as expectativas de mudanças da condução da política econômica do País, nossa esperança é que as demissões comecem a perder ritmo", declarou, em nota. A expectativa para o fechamento do ano é de cerca de 165 mil vagas a menos. Em 2015, esse número ficou em 235 mil. Dos 22 setores pesquisados pela entidade, 16 tiveram saldo negativo de vagas, dois ficaram estáveis e quatro contrataram. O setor sucroalcooleiro foi novamente destaque de geração de empregos, com alta de 7.073 postos de trabalho em abril, influenciando positivamente os setores de Produtos Alimentícios (que registrou saldo de 6.642 contratações) e de Coque, Derivado de Petróleo e Biocombustíveis (cujo saldo foi de 1.129 empregos a mais). Por outro lado, o pior desempenho continua sendo o do segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, com saldo de 2.309 demissões no mês. Na análise por regiões, das 36 diretorias regionais, 20 sofreram variação negativa no nível de emprego em abril e 16 contrataram mais do que demitiram. Conforme a Fiesp, o destaque positivo ficou para as cidades de Sertãozinho, com 10,04%; Jaú, 4,35%; e Santa Bárbara D'Oeste, 3,29%, enquanto o negativo ficou para São Caetano do Sul, com queda de 2,35% das vagas de trabalho; Guarulhos, 2,11% a menos, e Bauru, queda de 1,80%.

Antes de decidir sobre CPMF, Meirelles irá analisar contas públicas FONTE JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 17 Maio 2016 às 10h 47

Ministro da Fazenda reiterou que o nível de tributação é muito elevado no Brasil para o padrão dos países emergentes, mas que é preciso perseguir o equilíbrio das contas

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'Precisamos conhecer qual é a real situação', disse Meirelles RELACIONADAS:   

Mansueto, Carlos Hamilton e Marcelo Caetano assumem secretarias da Fazenda Ilan Goldfajn é confirmado no BC em meio a debate sobre autonomia ANÁLISE: Meirelles age com cautela, mas não pode demorar

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira, 17, que o governo ainda não tomou a decisão sobre o manutenção ou não da proposta de recriação da CPMF. Ele condicionou a definição sobre a criação de novos impostos ao avanço de uma percepção mais clara sobre as contas do governo. "Nós ainda estamos tomando a decisão sobre a questão da CPMF. Seja outra forma de tributação ou a inexistência de tributação", afirmou ele, acrescentando que não há decisão sobre a alta da Cide, a contribuição sobre os combustíveis. Ela seria um plano B caso a volta da CPMF não seja aprovada pelo Congresso Nacional. Segundo ele, é prematura a avaliação (sobre novos impostos) agora, antes de a nova equipe econômica tomar conhecimento dos números das contas do governo e da "abrangência" das medidas que serão tomadas, incluindo as reformas consideradas fundamentais. "Precisamos conhecer qual é a real situação e a partir daí tomarmos as medidas necessárias", afirmou. Meirelles reiterou que, desde o primeiro dia como ministro, tem dito que o nível de tributação é muito elevado no Brasil para o padrão dos países emergentes. Mas ponderou: "Em dito isso, o principal é equilíbrio das contas públicas e a recuperação da economia, visando o crescimento o mais rápido possível e o emprego o mais rápido possível". Na sua avaliação, em uma economia com o nível de contração como atualmente vive a brasileira, é mais difícil e complicado a reversão da trajetória de alta da dívida. Meirelles afirmou que cumprirá os prazos para publicação do relatório de receitas e despesas, que será anunciado até sexta-feira, mas não antecipou o contingenciamento ou uma nova proposta de meta fiscal. O ministro disse que, até lá, terá mais informação. "Os prazos serão respeitados e obviamente a partir daí faremos a melhor avaliação possível dentro dos prazos necessários", ressaltou. Confiança. O ministro disse esperar que a retomada da confiança na economia brasileira seja acelerada. Segundo Meirelles, a retomada da confiança se dará de forma gradual. Em primeiro lugar, pela mudança de governo e resolução da incerteza política. Ele lembrou que ainda há uma decisão nos próximos meses a ser tomada pelo Senado para eliminar a incerteza política. "O senado é soberano e vai tomar decisão de acordo com as incertezas e vai eliminar outras fontes de incertezas", afirmou. Meirelles insistiu que esse processo de retomada da confiança vai evoluir com a reforma da Previdência e fixação do prazo de 30 dias para a proposta e à medida que forem divulgadas às medidas fiscais. Ele citou o corte de 4 mil cargos comissionados, de subsídios, subvenções e de despesas diretas. Adriana Fernandes, Eduardo Rodrigues, Murilo Rodrigues Alves e Rachel Gamarski

Saída britânica da UE pode afetar nota de crédito de outros países, diz Fitch Classificações negativas se tornariam prováveis no médio prazo, segundo a agência FONTE REUTERS 16/05/2016 ÀS 17H 02

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Prédio da Fitch Ratings em Londres - Jason Alden / Bloomberg

LONDRES - Uma decisão pela saída do Reino Unido da União Europeia poderia prejudicar as notas de crédito de outras nações integrantes do bloco com fortes laços comerciais ou financeiros com o país, como Alemanha, França, Espanha, Irlanda e Holanda, afirmou nesta segunda-feira a agência de classificação de risco Fitch Ratings. Veja também: 

Saída do Reino Unido da UE provocaria volatilidade nos mercados, diz FMI

Mais de 300 empresários pedem saída do Reino Unido da União Europeia

Na defensiva, Londres se compromete contra o dinheiro sujo

A entidade já afirmou que vai revisar a nota do Reino Unido, atualmente em “AA+” com perspectiva estável, se o referendo em 23 de junho definir a saída da UE. A agência destacou que tal possibilidade não é o “melhor cenário possível”. No entanto, caso aconteça, a decisão geraria incerteza sobre todo o bloco, visto que os governos e empresas tentarão se ajustar em meio ao processo de saída. “Não esperamos tomar nenhuma medida de classificação negativa imediata sobre outras dívidas soberanas da UE se o Reino Unido sair (do bloco”, sustentou a Fitch em relatório nesta segunda-feira. “Mas as notas negativas se tornariam mais prováveis no médio prazo se o impacto econômico for severo ou se forem materializados riscos políticos significativos”. Os fortes vínculos entre os sistemas bancários também poderiam fazer com que países como Alemanha, França e Espanha se vejam afetados diante de uma saída britância da UE.

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Desfalcado, ministro quer reaver área perdida de comércio exterior Victor Moriyama - 25.set.2012/Folhapress

O presidente do PRB e bispo licenciado da Irud, Marcos Pereira; ele resiste à reformulação

FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO 17/05/2016 às 02h 00

Nem bem chegou ao cargo, o bispo Marcos Pereira (PRB), novo ministro da Indústria e Comércio, vai comprar uma briga na Esplanada dos Ministérios. Ele pretende recuperar o nome e algumas das repartições perdidas para outras pastas na reformulação feita por Michel Temer. Pereira assumiu um ministério desfalcado. O BNDES foi para o Planejamento, a Apex (Agência de Promoção do Comércio Exterior), para o Itamaraty, e a Camex (Câmara de Comércio Exterior), para o Palácio do Planalto. Até um pedaço do nome o ministério perdeu. Nos próximos dias, Pereira quer resgatar a palavra "Exterior". Em seguida, informou, vai "trabalhar para construir um consenso na Esplanada sobre a importância da Apex e da Camex voltarem para a estrutura original". 26


O novo ministro precisa se mexer para conquistar a confiança da indústria, que o recebeu com o pé atrás. Além de político, Pereira, 44 anos, foi vice-presidente da rede de TV Record e diretor do banco Renner. Empresários ouvidos pela Folha e que pediram para não ter o nome citado acham que ele tem um currículo aquém do que esperavam para a pasta. Mesmo assim, ele espera contar com o apoio dos empresários, que ficaram decepcionados com o fatiamento do ministério que os representa no governo. Uma das principais queixas é a perda da Apex para o Itamaraty, do ministro José Serra. O orçamento da agência, que recebeu cerca de R$ 530 milhões em 2015, já era alvo do Itamaraty, que vinha tentando se apropriar da verba desde o começo do segundo mandato de Dilma. O temor é que parte do orçamento seja usada em outras necessidades da diplomacia, deixando de lado a promoção comercial. Para o presidente da AEB (Associação dos Exportadores do Brasil), José Augusto de Castro, os dois ministérios "falam idiomas diferentes". "O Itamaraty é mais institucional, e o Ministério da Indústria, mais operacional", afirma. "Não estamos em condições de fazer testes com a Apex, a exportação é a única maneira de moderar a recessão aqui dentro." A única mudança que agradou foi a elevação do status da Camex, que agora é ligada ao Palácio do Planalto. "Isso dá força e coloca o comércio exterior no centro da política", diz Carlos Abijaodi, diretor da CNI (Confederação Nacional da Indústria). O grupo que define a política comercial deve encolher de sete para seis ministérios. MUDANÇAS NO COMÉRCIO EXTERIOR APEX - José Serra, Ministério das Relações Exteriores A Apex atua para promover produtos e serviços do Brasil no exterior, além de atrair investimentos estrangeiros.Possui orçamento de cerca de R$ 500 milhões ao ano. No novo formato, a chefia da agência ficará sob a alçada do ministro José Serra (PSDB) SECEX - Marcos Pereira, Indústria, Comércio e Serviços Órgão responsável pela operação do comércio exterior e de defesa comercial, como medidas antidumping e licenças de importação. A Secex continua no ministério original, agora comandado pelo ministro e bispo Marcos Pereira (PRB) CAMEX - Michel Temer, Presidência da República Colegiado que define políticas comerciais no exterior. Reunia sete ministérios na formação passada. Na nova estrutura, deverá contar com seis ministérios, além de se reportar diretamente ao presidente interino do país, Michel Temer (PMDB)

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Vendas de televisores caem 28% no trimestre FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, MARIA CRISTINA FRIAS 17/05/2016 às 03h 00

As vendas de aparelhos de televisão no Brasil caíram 28% em volume no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2015. O faturamento do comércio com o segmento também teve queda, de 5,6%, segundo a consultoria Gfk. "É um mercado que, em geral, anda muito conectado à crise. As pessoas não se sentem seguras para gastar e o varejo sofre com a demanda represada", analisa Rui Agapito, executivo da consultoria. Como a compra de televisores está atrelada à oferta de crédito, o consumo sente o baque, diz Vitor França, economista da FecomércioSP. Em São Paulo, o segmento de bens duráveis caiu 15% em faturamento no ano passado. "Nosso trimestre foi pior que o do varejo. A indústria vendeu cerca de 40% a menos ao comércio e ficamos com estoque", diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros (de fabricantes de eletrônicos). "Com a Copa de 2014, nossa produção aumentou bastante e ainda conseguimos aproveitar parte de 2015. Daí para frente, a demanda do varejo só decresceu. Talvez, com a mudança de governo, a confiança volte." Se o mercado como um todo deu sinais fracos, os modelos modernos ganharam os lares. As smart TVs (conectadas) venderam 6,4% mais no trimestre e agora respondem por cerca de 50% das vendas. "O segmento cresce devido, principalmente, à maior procura do telespectador por novos tipos de conteúdos, como Youtube e Netflix", diz Sergei Epof, da Panasonic. Quem busca um equipamento novo agora já procura direto pelos aparelhos com mais recursos, diz Roberto Barboza, diretor do segmento na LG. Neste ano, cerca de 85% do portfólio de televisores da empresa será smart. Construção perde 473,8 mil postos formais em 12 meses Em 12 meses, até março, a construção civil perdeu 473,8 mil postos de trabalho em todo o país, segundo dados do SindusCon-SP (sindicato do setor). Somente no terceiro mês do ano, a queda foi de 28,6 mil vagas formais. "Não há muita perspectiva de melhora no curto prazo", diz José Romeu Ferraz Neto, presidente da entidade. "Nosso setor sente a crise por último, mas também demora mais para se recuperar." Historicamente, o emprego na indústria cresce no primeiro trimestre, devido às novas obras a serem iniciadas, lembra Ferraz Neto. 28


"Mas este é o segundo ano consecutivo em que a oferta de vagas cai nos primeiros meses, como resultado da crise." Além da falta de lançamentos residenciais, o travamento das obras de infraestrutura também aumenta o desemprego. "Esperamos 250 mil demissões até o fim deste ano". CONTAS NA UTI A inflação médico-hospitalar fechou 2015 com sua maior alta, de 19,3% -quase o dobro do IPCA (10,67%), segundo o Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar). As internações são as grandes responsáveis pelo aumento, afirma Luiz Augusto Carneiro, superintende-executivo da entidade. "O problema é o modelo de pagamento aberto, em que o valor é acertado só depois. Isso leva a um desperdício de insumos e de tempo em que o paciente fica no hospital." A incorporação de novas tecnologias é outro fator que eleva o preço das internações. "Enquanto essas falhas estruturais persistirem, a perspectiva é que a inflação médica siga nesse patamar", diz. UMA IDEIA NA CABEÇA... A aceleradora de negócios inovadores da Telefonica Vivo, a Wayra, cresceu e lança um segundo polo para selecionar projetos em fase bem inicial. São espaços para desenvolvimento de ideias criados a partir de parcerias com a academia e empresas. Nesta terça-feira (17), será inaugurado um módulo associado à Universidade Estadual de Londrina e ao Sebrae Paraná. Adriano Vizoni/Folhapress

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Renato Valente, diretor da aceleradora da Telefonica Vivo

Uma parceria semelhante foi feita em Santa Rita do Sapucaí (MG). "Basta ter uma boa ideia no Power Point", diz Renato Valente, diretor do programa e da Wayra no país. "Ajudamos a colocar em prática a iniciativa, damos o espaço e um treinamento de oito meses", conta. "Se o projeto avançar, poderá ter o apoio da Wayra e receber financiamento", acrescenta Valente, que já foi empreendedor e preferiu passar para o outro lado do balcão. 54 foram as start-ups aceleradas pela empresa desde 2012 no BrasiL. FILA NO NOVO GOVERNO EXPECTATIVAS DO SETOR DE BENS DE CAPITAL Após enfrentar queda em seu faturamento pelo terceiro ano consecutivo, o setor de máquinas e equipamentos agora espera uma definição das diretrizes do novo marco regulatório para o setor de mineração. A perspectiva é que as regras para exploração mineral exijam participação mínima de equipamentos de fabricação nacional. "Se uma empresa de fora vem aqui para explorar os recursos naturais, pode, em contrapartida, ajudar a gerar mais empregos no país", diz Carlos Pastoriza, presidente da Abimaq (associação das empresas do setor). O texto, lembra ele, ainda está em análise na Câmara. "Essa definição pode gerar bilhões de reais em empregos e impostos no país. Vamos a Brasília para conversar nesta semana." O QUE O SETOR QUER Demandas das fabricantes de bens de capital > Marco regulatório da mineração > Reforma tributária do PIS/Confins > Terceirização mais ampla R$ 80,4 bilhões foi o faturamento da indústria em 2015 R$ 583,3 milhões foram as exportações do setor em fevereiro 7.800 é o número de associados de segmentos da indústria de máquinas e equipamentos

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Missão de Ilan Goldfajn será chave para sucesso da equipe, diz Trabuco FONTE ALINE BRONZATI – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 17 Maio 2016 às 12h 12

Presidente do Bradesco afirmou que os novos nomes configuram uma equipe econômica 'robusta, homogênea e de credibilidade'

O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi RELACIONADAS:  

Ilan Goldfajn é confirmado no BC em meio a debate sobre autonomia Mansueto, Carlos Hamilton e Marcelo Caetano assumem secretarias da Fazenda

SÃO PAULO - A missão de Ilan Goldfajn à frente do Banco Central será "chave" para o sucesso da nova equipe econômica do governo Michel Temer, na visão do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. Sua ida para o comando do órgão regulador do sistema bancário, segundo o executivo, é uma síntese da "bem sucedida" carreira do economista, seja na academia, iniciativa privada ou setor público. "Sua missão será chave para o sucesso da equipe estruturada pelo ministro (da Fazenda) Henrique Meirelles, no desafio de alcançar a condição de relançar a economia brasileira a um novo tempo de crescimento, emprego e conquistas sociais", destacou Trabuco, em nota ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado. Para o presidente do Bradesco, a formação, visão e trajetória prática de Ilan dão "plena confiança" de que ele terá êxito na função de cuidar e zelar pela estabilidade da moeda, fundamento base da economia. Sobre os nomes da nova equipe econômica anunciados até agora, ele disse que, em conjunto, configuram uma equipe econômica "robusta, homogênea e de credibilidade". "Tarcísio Godoy (secretaria executiva), Carlos Hamilton (secretaria de Política Econômica), Mansueto Almeida (secretaria de Acompanhamento Econômico) e Marcelo Caetano (secretaria de Previdência) são nomes da confiança do ministro Meirelles e expoentes em suas atividades", sintetizou Trabuco. O executivo teceu ainda, em nota, elogios à nova presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques. Segundo ele, ela é uma "profissional de qualidade, incansável e exemplar na busca dos objetivos traçados". "Esse conjunto de pessoas capazes, trabalhando juntos a uma mesma estratégia, têm potencial de 31


converter nossas questões complexas e graves, em uma equação objetiva e plausível", conclui o presidente do Bradesco.

Para Goldman Sachs, nova equipe tem experiência e credibilidade FONTE RICARDO LEOPOLDO - JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 17 Maio 2016 às 11h 44

Avaliação é de Alberto Ramos, diretor de pesquisas do banco para América Latina, que destacou a formação sólida dos integrantes da equipe

'O primeiro movimento da Fazenda marca um bom início', diz Ramos RELACIONADAS:  

Ilan Goldfajn é confirmado no BC em meio a debate sobre autonomia Mansueto, Carlos Hamilton e Marcelo Caetano assumem secretarias da Fazenda

SÃO PAULO - A nova equipe econômica do governo, com o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, o presidente do BC Ilan Goldfajn e os secretários Carlos Hamilton Vasconcelos e Mansueto Almeida é "um dream team", com experiência e credibilidade, comentou aoBroadcast, serviço de informações da Agência Estado, Alberto Ramos, diretor de Pesquisas para a América Latina do banco Goldman Sachs em Nova York. "Todos os integrantes têm formação sólida e ótimos desempenhos nos setores público e privado", destacou. Para Alberto Ramos, foi "muito oportuna e positiva" a posição do governo de que haverá uma proposta de reforma da Previdência Social em 30 dias. "É um tema muito necessário que precisa ser avaliado em detalhe, pois ele é essencial para a boa gestão das contas públicas, mesmo que seus efeitos diretos não ocorram imediatamente", comentou. De acordo com Ramos, a autonomia técnica e operacional do Banco Central é também importante, pois protege o Copom de eventuais pressões indevidas para a administração da política monetária. "No geral, o primeiro movimento da Fazenda marca um bom início".

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Prioridade fiscal pode ajudar na redução dos juros FONTE RICARDO LEOPOLDO – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO17 Maio 2016 às 11h 45

Opinião é do economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, que avalia positivamente a nova equipe

'A prioridade na correção das contas públicas é positiva', diz Loyola RELACIONADAS:  

Ilan Goldfajn é confirmado no BC em meio a debate sobre autonomia Mansueto, Carlos Hamilton e Marcelo Caetano assumem secretarias da Fazenda

SÃO PAULO - A nova equipe econômica, com integrantes preparados e experientes no ministério da Fazenda e no Banco Central, gera boas expectativas para a gestão das políticas fiscal e monetária, comentou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e diretor da consultoria Tendências. "A prioridade na correção das contas públicas, que inclui a proposta de reforma da Previdência Social em 30 dias, é positiva e pode ajudar o BC a reduzir os juros no segundo semestre", comentou. Na avaliação de Loyola, o ajuste fiscal deve ser gerado pelo corte de despesas e elevação temporária de receitas, especialmente porque a atividade está muito fraca e prejudica a arrecadação federal. "O governo poderá tentar eliminar desonerações tributárias e elevar a Cide combustíveis", destacou. Ele vê certas dificuldades políticas para que o Poder Executivo proponha o retorno da CPMF. "Essa contribuição poderia até ajudar a solucionar as dívidas dos Estados. Mas talvez, no momento, para esta questão seria mais adequado uma pequena moratória, com pagamento pequeno de prestações".

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Costura política pode ser um problema FONTE SUZANA INHESTA – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 17 Maio 2016 às 11h 42

Alerta é de Thais Zara, economista-chefe da Rosenberg Associados, que considera ' muito bons' os nomes da nova equipe

'A questão toda é a costura política', alerta Thais Zara RELACIONADA: 

Ilan Goldfajn é confirmado no BC em meio a debate sobre autonomia

SÃO PAULO - A economista-chefe da Rosenberg Associados, Thais Zara, avaliou que a nova equipe econômica do governo, anunciada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é composta de nomes "muito bons" em competência técnica. "Eles farão frente aos desafios que vem pela frente, mas a questão toda é a costura política", ressaltou. Thais acredita que a postura de Meirelles de não aprofundar na questão da independência do Banco Central (BC) é uma indicação de que vai priorizar outras questões, como o fiscal. "Ele não quis mexer no vespeiro, porque há outras questões mais polêmicas, como a fiscal, mas a mensagem é garantir desde já a autonomia técnica. Nesse caso, Mansueto Almeida tem toda experiência, tem se preparado bastante para essa área", disse. Hoje, Meirelles oficializou hoje a indicação de Mansueto à Secretaria de Acompanhamento Econômico. A economista também disse acreditar que haverá aumento de tributos, já que "o buraco é muito grande para ficar só em corte de gastos". Meirelles, contudo, adotou postura cautelosa mais cedo ao comentar a necessidade de aumento da carga tributária. "Ele quer saber exatamente o que e como será feito, se há chances de aprovação no Congresso, para assim anunciar ações. Por isso, essa sensação de que os anúncios estão demorando para ser feitos. Talvez o momento político atual exige essa boa estratégia, mas também não pode demorar muito. A ansiedade do mercado é grande", disse Thais.

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Para ela, Meirelles adota uma estratégia diferente das autoridades econômicas do governo anterior, demonstrando cautela em ter ciência de todos os fatos e números para só então anunciar qualquer medida.

Crise de endividamento no horizonte FONTE THE ECONOMIST 17 Maio 2016 às 07h 37

A questão não é se, mas quando as coisas vão piorar na China A China acertou ao reagir à crise financeira global abrindo as torneiras do crédito. O problema foi não tê-las fechado depois. Nos últimos dois anos, o endividamento do país teve expansão tão acentuada quanto nos dois anos posteriores ao aperto de 2008. A relação dívida/PIB disparou, passando em dez anos de 150% para quase 260%, uma deterioração do porte das que costumam anteceder os colapsos financeiros ou as desacelerações abruptas da atividade econômica. A China não será exceção a essa regra. Em dois anos, os empréstimos problemáticos dobraram e, oficialmente, já representam 5,5% do estoque de crédito bancário. A realidade é mais tenebrosa. Cerca de dois quintos dos novos empréstimos são usados para pagar juros sobre dívidas pregressas. Em 2014, a conta de juros de 16% das mil maiores empresas foi superior a seus lucros antes do pagamento de impostos.

China gastou quase US$ 200 bilhões para dar sustentação ao mercado de ações

A China precisa de um volume cada vez maior de crédito para gerar cada vez menos crescimento: antes da crise financeira, pouco mais de um yuan em novos empréstimos acrescentava um yuan ao PIB; agora são necessários quase quatro yuans adicionais de crédito para que o PIB fique um yuan maior. Com a conivência do governo, é possível que os níveis de endividamento continuem aumentando por algum tempo, talvez até por mais alguns anos. Mas não poderão aumentar para sempre. Quando o ciclo de endividamento chegar ao fim, tanto os preços dos ativos, como a economia real serão levados de roldão. E vai sobrar para todo mundo. É verdade que a China tem tomado o cuidado de restringir suas obrigações externas (o país é credor líquido). Os perigos que o país enfrenta são de fabricação nacional. Mesmo assim, os estragos causados por uma crise de crédito na China seriam imensos. O país é dono da segunda maior economia do mundo; seu sistema bancário é o maior de todos, com ativos que equivalem a 40% do PIB mundial. Seus mercados acionários, mesmo 35


depois do crash do ano passado, valem US$ 6 trilhões juntos, perdendo apenas para o americano. Seu mercado de títulos, com US$ 7,5 trilhões, é o terceiro maior do planeta, e vem crescendo em ritmo acelerado. Em agosto do ano passado, uma desvalorização de meros 2% do yuan deixou as bolsas globais em polvorosa. Uma aterrissagem forçada da economia será dolorosa para todos os que se beneficiam da demanda chinesa. Apertem os cintos. Os otimistas aludem a dois fatores para dizer que a coisa não é tão séria. Em primeiro lugar, em mais de três décadas de reformas, as autoridades chineses têm demonstrado que, tão logo identificam um problema, dispõem da determinação e da habilidade necessárias para corrigi-lo. A segunda é que seu controle sobre o sistema financeiro, o Estado é dono dos principais bancos e da maioria de seus maiores credores lhes dá tempo para pôr a casa em ordem. Mas não dá mais para contar com isso. O atual governo chinês não parece estar no comando da situação, e sim a reboque dos acontecimentos. Só no ano passado, a China gastou quase US$ 200 bilhões para oferecer alguma sustentação ao mercado de ações; US$ 56 bilhões em empréstimos estão inadimplentes; as fraudes financeiras custaram aos investidores pelo menos US$ 20 bilhões; e o país perdeu US$ 600 bilhões em capitais. Para estimular o crescimento, as autoridades chinesas criaram uma bolha imobiliária. O crédito continua se expandindo a um ritmo duas vezes superior ao da economia. Ao mesmo tempo, o governo chinês enfrenta dificuldades para manter as atividades financeiras sob supervisão. Apesar de repetidas tentativas, o mercado paralelo de crédito cresce com vigor: os ativos dos chamados shadow banks (intermediários financeiros que não estão sujeitos às normas que regulamentam os bancos tradicionais) tiveram crescimento anual superior a 30% nos últimos três anos. Em tese, essas instituições não bancárias diversificam as fontes de crédito e permitem reduzir o risco assumido pelos bancos tradicionais. Na prática, a linha divisória entre os dois sistemas não é nada nítida. Isso gera dois tipos de risco. O primeiro são perdas acima do esperado para os bancos. Sedentos por lucros numa economia em desaceleração, muitas instituições têm cometido a impropriedade de classificar empréstimos de liquidação duvidosa como investimentos, com o intuito de se esquivar do escrutínio das autoridades e reduzir seus requerimentos de capital. Em meados de 2015, o valor desses empréstimos correspondia a cerca de 16% do valor dos empréstimos tradicionais, frente a apenas 4% em 2012. O segundo risco diz respeito à liquidez. As instituições bancárias chinesas são cada vez mais dependentes dos “produtos de gestão de patrimônio”, por meio dos quais alocam em ativos de longo prazo e remuneram com taxas mais elevadas recursos que, na realidade, nada mais são que depósitos de curto prazo. Por muitos anos, as autoridades chinesas exigiram que o estoque de crédito dos bancos do país fosse inferior a 75% de sua base de depósitos, garantindo que as instituições mantivessem reservas substanciais para lidar com qualquer emergência. Agora, o patamar real está se aproximando dos 100%, ponto em que uma repentina escassez de financiamento, fenômeno que é um precursor clássico de crises bancárias, passa a ser um evento perfeitamente possível. Os bancos de médio porte têm sido os mais ativos na expansão do crédito ? é aí que se deve procurar por algum mal súbito. Pandemônio. O fim da festa de endividamento na China não será como os colapsos financeiros do passado recente. O sistema chinês de shadow banking é grande, mas não deu origem a produtos tão complexos, ou de alcance internacional, como os que reuniam maçarocas de hipotecas subprime em 2008. Como o sistema financeiro chinês é relativamente isolado, é pouco provável que o país passe por algo que lembre a crise asiática de 1997-1998, quando vários países, da Tailândia à Coreia do Sul, endividaram-se mais do que deviam externamente. Alguns temem que a China fique parecida com o Japão dos anos 90, avançando com o freio de mão da economia puxado, rumo à estagnação. Mas o sistema financeiro chinês é mais caótico e está mais sujeito à pressão das fugas de capital, do que o do Japão daquela época: a crise 36


chinesa deve ser mais aguda e repentina do que o mal crônico que se abateu sobre a economia japonesa. Uma coisa é certa. Quanto mais tempo a China demorar para admitir seus problemas, mais graves serão as eventuais consequências. No ano passado, quando as bolsas chinesas despencaram, faltou um mínimo de coordenação entre as autoridades econômicas. É preciso decidir com antecedência quem monitora o que e quem é responsável por elaborar quais medidas de emergência. Em vez de recorrer a estímulos fiscais e monetários para manter o crescimento acima da meta oficial de, no mínimo, 6,5% (que, de qualquer forma, é desnecessariamente elevada), seria mais prudente que o governo chinês poupasse o seu poder de fogo para usá-lo na eventualidade de uma verdadeira calamidade. O banco central do país também deveria suspender temporariamente o plano de promover a internacionalização do yuan; uma abertura prematura da conta de capitais levaria apenas a grande saídas de recursos, num momento em que o sistema financeiro já se assenta sobre alicerces frágeis. Acima de tudo, a China precisa frear a implacável expansão do endividamento. A suposição de que o governo de Xi Jinping continuará a socorrer bancos, credores e depositantes é generalizada, e não só na China. Seria importante que as autoridades se dispusessem a tolerar mais calotes, fechar empresas quebradas e deixar que a economia perca velocidade. Não vai ser fácil, mas já é tarde demais para que a China consiga escapar ilesa. A tarefa agora é evitar um desfecho mais trágico.

Pedras a remover FONTE JORNAL O ESTADO de S. PAULO, José Paulo Kupfer 17 Maio 2016 às 05h 00

Ficou marcado para hoje, no início da manhã, a divulgação, pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, dos nomes do indicado para a presidência do Banco Central e dos ocupantes dos principais cargos do ministério, depois de dois adiamentos. O anúncio, prometido inicialmente para sexta-feira, havia passado para ontem. Antecipando-se à Fazenda, o titular do Planejamento, Romero Jucá, tornou públicas as escolhas de alguns dos principais auxiliares diretos e a entrega da estratégica presidência do BNDES a Maria Silvia Bastos Marques. Executiva experiente e respeitada, a indicação de Maria Silvia foi bem recebida pelo mercado. Pode-se dar como certo que os nomes daqueles que formarão com Meirelles na Fazenda também serão bem recebidos pelo mercado. Os que circulam como certos são técnicos de qualidade comprovada e alguns deles bem conhecidos da participação dos debates de temas econômicos na mídia. Não há dúvida de que não são pequenos os obstáculos com os quais se defrontarão os responsáveis pela reversão da crise econômica e disso o resultado final da montagem do Ministério de Temer é um indicativo bastante claro. Entre o risco de provocar algum mal-estar na opinião pública, ao deixar de lado a “agenda das ruas”, ou garantir uma base parlamentar bem assentada, o vice-presidente em exercício optou pelo pragmatismo da segunda alternativa. Assim o Ministério anunciado ficou aquém da qualidade prometida, foi criticado por não abrir espaços para diversidade étnica e de gênero e acolheu políticos envolvidos em casos de corrupção sob investigação policial e judicial. Difícil acreditar não ter pesado na escolha o exemplo traumático da perda de governabilidade da presidente afastada Dilma Rousseff. Desde o início de seu segundo mandato, Dilma tentou aprovar no Congresso, naquilo que se configurou caso notório de estelionato eleitoral, um ajuste fiscal em que constavam algumas das medidas agora prestes a serem novamente enviadas ao Legislativo pela equipe econômica de Temer. Mas sofreu boicote implacável e ainda enfrentou uma robusta lista de pautas-bomba produzidas na Câmara dos Deputados, sob a condução do presidente da Casa, o também afastado deputado Eduardo Cunha. 37


A pauta do ajuste é sem dúvida politicamente sensível, tecnicamente complicada e em grande parte dependente de alterações legais que só o Legislativo pode aprovar - em certos casos, com quóruns qualificados, dada a proteção constitucional existente. Os desequilíbrios fiscais, em resumo, não são suscetíveis de correção apenas com a aplicação de princípios da boa gestão ou mesmo com a adoção de cortes diretos nos orçamentos vigentes. Cálculos mostram que quase 75% da despesa primária do governo central - R$ 3 em cada R$ 4 -, pelas atuais regras de vinculação orçamentária, são imunes a economias porque, se subirem as receitas, elas subirão junto mais do que proporcionalmente. Rigidez até maior atinge as chamadas despesas sociais. Junto com os gastos com áreas típicas de assistência social, Previdência, Saúde, Educação e Trabalho consomem 85% da despesa do governo com custeio. Como a possibilidade de cortar em investimento já foi queimada nos últimos anos e cortes com pessoal não dão para refresco, rever direitos adquiridos ou elevar a carga tributária, se não ambos, se for definido acelerar o tempo do ajuste, será algo incontornável para o reequilíbrio da contas públicas. As manifestações do deputado Paulinho da Força e do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, baluartes do impeachment, contra a adoção da idade mínima para habilitação aos benefícios previdenciários e à insinuação da volta da CPMF, mencionadas na primeira aparição pública do novo ministro Meirelles, são um indicador das pedras que os reformadores terão de remover.

Trabalhar pelos brasileiros FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, BENJAMIN STEINBRUK 17/05/2016 às 02h 00

Ao longo dos anos em que tenho tido a honra de escrever neste espaço nobre na Folha, desde que fui gentilmente convidado pelo saudoso e competente Octavio Frias de Oliveira, cultivei o hábito civilizado de desejar boa sorte aos presidentes da República no momento em que tomam posse. Não importa se votei ou não no eleito, entendo que, como todos os brasileiros, tenho a obrigação cívica de apoiar e ajudar qual- quer novo governo na tarefa de bem governar. Desde quarta-feira, o Brasil tem um presidente interino, Michel Temer, que vai substituir Dilma Rousseff por até 180 dias, prazo em que o processo de impeachment dela deve ser definitivamente julgado pelo Senado. Todos sabemos que o Brasil viveu um embate político intenso nos últimos 20 meses. O país viu ofensas, radicalismos, confrontos e intolerâncias. Tudo isso colaborou para agravar a recessão e a crise econômica que já deixou mais de 11 milhões de brasileiros desempregados. Ainda que Temer não esteja empossado definitivamente na Presidência, ele não pode esperar 180 dias para começar a governar. Além das reformas e do controle de gastos públicos, há medidas urgentes que precisa tomar, as mais importantes, indiscutivelmente, voltadas para a retomada do crescimento da economia e do emprego. Espero que o presidente interino tenha uma boa capacidade de ouvir não apenas as vozes do mercado financeiro. A troca de governo vai promover uma espécie de choque de confiança no primeiro momento. Mas esse efeito se dissipará rapidamente se não houver um novo comportamento.

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O crescimento pode ser retomado. O índice atual de ociosidade da indústria está próximo de 23%, um dos mais altos da história recente, e isso significa que as empresas não precisam de um grande esforço de investimento para aumentar sua produção. Se houver confiança, crédito e "juros civilizados" (já perdi a conta de quantas vezes escrevi essa expressão), a indústria poderá atender ao aumento da demanda sem grandes investimentos. Mas isso não é tudo. Parcerias público-privadas e concessões têm de ser efetivamente viabilizadas. E, muito importante, será essencial cuidar da taxa de câmbio. Em anos recentes, quando houve um salto no consumo por causa de políticas de desoneração tributária e até redução de juros, isso não foi aproveitado para gerar expansão industrial no país. E não foi aproveitado porque o câmbio estava excessivamente valorizado, o que facilitou a entrada de produtos importados. Ou seja, a demanda maior foi atendida pela indústria estrangeira, principalmente da China, criando empregos no exterior. Nas últimas semanas, o real voltou a se valorizar um pouco. O governo Temer não pode ceder à tentação de usar o câmbio como âncora contra a inflação, uma armadilha na qual o país já caiu algumas vezes. Gosto de lembrar que nos Estados Unidos os presidentes da República, ao assumirem, fazem um juramento sucinto, com 35 palavras, em que prometem dar o melhor de si para preservar, proteger e defender a Constituição. Além disso, sempre acrescentam mais quatro palavras: "So help me God" (Que Deus me ajude). Que Deus proteja a todos nós e ao país neste momento difícil. Precisamos de paz social e estabilidade política para trabalhar pelo Brasil e pelos brasileiros.

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Tamanho do SUS precisa ser revisto, diz novo ministro da Saúde Evaristo Sá/AFP

O ministro da Saúde do governo Temer, Ricardo Barros (PP-PR)

FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, CLAUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO 17/05/2016 às 02h 00

O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP-PR), disse nesta segunda (16) que, em algum momento, o país não conseguirá mais sustentar os direitos que a Constituição garante –como o acesso universal à saúde– e que será preciso repensá-los. "Vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e em outros países que tiveram que repactuar as obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las", afirmou em entrevista exclusiva à Folha. Segundo ele, que foi relator do Orçamento de 2016 na Câmara, não há capacidade financeira suficiente que permita suprir todas as garantias constitucionais. "Temos que chegar ao ponto do equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o cidadão tem direito de receber." A seguir, trechos da entrevista concedida à Folha após evento na Faculdade de Medicina da USP. Folha - A meta de implantar o cartão SUS em todo o país nunca aconteceu. Como o sr. pretende fazer isso agora?

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Ricardo Barros - O cartão SUS existe, mas há 300 milhões de cartões. Ele está replicado para muita gente, mas tem gente com mais de um cartão, com cartão fraudado. Ainda não estudei isso, mas minha missão é ter gestão do sistema. E só vou ter se tiver informação. Só assim vamos tomar as decisões corretas e disponibilizar os serviços adequados. A gestão anterior do ministério disse que só há recursos para o Samu e para o programa Farmácia Popular até agosto. Haverá cortes? De fato, temos um orçamento muito restrito, o governo tem repassado R$ 7,2 bilhões mensalmente para o Ministério da Saúde e temos gasto exclusivamente esses recursos. Portanto, há limitação dos procedimentos autorizados. Meu objetivo é conseguir recursos para as obrigações contratadas. Isso pode representar, com o resto a pagar dos anos anteriores, algo na faixa de R$ 14 bilhões. Mas haverá cortes? Não posso afirmar isso agora. O que existe é a certeza de que faltam recursos, mas onde haverá o impacto dessa falta nós vamos decidir depois que a equipe econômica me afirmar que não vai ter capacidade de suprir o que estava previsto no Orçamento. Há programas que precisam de continuidade para ter sucesso. Hipertensos ou diabéticos, por exemplo, não podem ficar sem medicamentos. Remédios de uso contínuo estão disponíveis na rede do SUS. As prefeituras têm esses medicamentos para disponibilizar. Precisamos avaliar com muito carinho porque já sabemos que temos fraudes na compra de remédio a preço subsidiado, o cidadão pega num posto, pega no outro, tem cartão em duas ou três cidades e depois vai vender o remédio. O programa é meritório e vamos ver quais recursos podemos disponibilizar para ele. Fraudes parecem atingir várias áreas da saúde. Como o sr. pretende atuar nessa questão? Vamos rever os protocolos das áreas especializadas, vamos constituir grupos de trabalho, rever protocolos, esse é o meu compromisso. Vários especialistas já me reafirmaram que alguns protocolos que estabelecemos para tratar determinadas doenças não são os mais eficazes e nem os mais baratos. Vamos rever isso para que tenha a melhor eficiência e o melhor gasto para o usuário. Há conflitos de interesses que envolvem a indústria da saúde e as especialidades médicas... Sim. Resistir aos lobbies será uma boa tarefa para implementarmos com a nossa equipe do ministério. A rede de assistência tem hoje UTIs e unidades de saúde fechadas, aparelhos sem funcionar. Como lidar com isso? Vou criar uma equipe para cuidar de todas as más aplicações de recursos. Temos muito desperdício na gestão, que não é visível para as pessoas, e que vamos cuidar com prioridade. Mas o que é visível para o cidadão, isso nós vamos tratar rapidamente, porque ninguém aceita ter o seu imposto mal gasto. Quando ele passa em frente a uma unidade básica de saúde e ela está fechada, algo falhou no planejamento. Temos mais de 70 UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] que estão funcionando sem contrapartida do ministério. 41


Mais de 1,3 milhão de pessoas deixou de ter planos de saúde no último ano. Isso vai sobrecarregar ainda mais o SUS... A ANS precisa ser mais ágil na regulação. A judicialização na área dos planos tem obrigado que eles façam reajustes muito acima da inflação. Cada vez que uma decisão judicial determina incluir um procedimento na cobertura do plano, aumenta o custo e ele tem que repassar para o consumidor. Isso acaba prejudicando a todos os usuários, encarecendo o sistema e fazendo com que mais pessoas deixem de ter planos. Quanto mais gente puder ter planos, melhor, porque vai ter atendimento patrocinado por eles mesmos, o que alivia o custo do governo em sustentar essa questão. Não deveria ser o contrário, estímulo para um SUS melhor, já que pagamos impostos e temos direito à saúde? Todos os cidadãos já pagam pela saúde, todos os cidadãos já pagam pela segurança. No entanto, os gastos com segurança privada são muito superiores aos da segurança pública. Infelizmente, a capacidade financeira do governo para suprir todas essas garantias que tem o cidadão não são suficientes. Não estamos em um nível de desenvolvimento econômico que nos permita garantir esses direitos por conta do Estado. Só para lembrar, a Previdência responde por 50% das despesas do Orçamento da União. O Estado acaba sendo um fim em si mesmo, e não um meio. O que adianta o médico sem remédio, o pedreiro sem o tijolo, o motorista sem o combustível. Nada. Não presta serviço para a comunidade. O que fazer? Mudar a Constituição, que determina que a saúde é um direito universal? A Constituição cidadã, quando o Sarney sancionou, o que ele falou? Que o Brasil iria ficar ingovernável. Por quê? Porque só tem direitos lá, não tem deveres. Nós não vamos conseguir sustentar o nível de direitos que a Constituição determina. Em um determinado momento, vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e outros países que tiveram que repactuar as obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las. Não adianta lutar por direitos que não poderão ser entregues pelo Estado. Temos que chegar ao ponto do equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o cidadão tem direito de receber. Repactuar já é uma proposta? Isso terá que ser resolvido, mas são assuntos da área econômica que não quero interferir.

APERFEIÇOAR GESTÃO Uma das prioridades do ministro da Saúde, Ricardo Barros, é aperfeiçoar os sistemas de informação e de gestão dentro do SUS para que haja mais eficiência e menos desperdício. O objetivo, afirma, é saber "como é gasto cada centavo no SUS". "A gestão da informação vai permitir tratar com clareza e transparência quanto e onde é utilizado na saúde os R$ 110 42


bilhões do governo federal, R$ 70 bilhões dos Estados e R$ 60 bilhões dos municípios", afirmou. Em visita à Faculdade de Medicina da USP nesta segunda (16), a convite do cardiologista Roberto Kalil, Barros se reuniu com docentes, alunos e com o secretário de Estado da Saúde, David Uip. Ouviu sugestões e críticas. Uma delas foi sobre o programa Mais Médicos, que permite que os profissionais estrangeiros atuem no país sem revalidação do diploma. Barros prometeu avaliar a questão. Ele diz que a solução é o incentivo de mais médicos brasileiros no programa.

Carga pesada FONTE O GLOBO, MÍRIAM LEITÃO 17/05/2016 às 08h 17

O governo interino de Michel Temer está diante de missões quase impossíveis. O rombo deixado pela presidente Dilma é difícil até de dimensionar. O país adiou reformas em governos que tinham tudo para fazê-las e agora elas são urgentes e a administração é temporária. Mesmo assim, surgem os primeiros sinais de otimismo e o governo está escolhendo pessoas de conhecida competência. Na consulta semanal que o Banco Central faz aos bancos e consultorias, há boas notícias. A expectativa para o IPCA de 2017 caiu de 5,62% para 5,5%. Havia chegado a 6% no início do ano. A estimativa do PIB, que há um mês era de 0,2%, subiu para 0,5%. Não é o fim da crise, mas pode estar ocorrendo um ponto de inflexão no olhar dos investidores. Os analistas acham que o ano que vem será um pouco melhor, ainda que para este ano a previsão continue sendo de recessão em torno de 4%. A confiança dos empresários na pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em maio teve o maior aumento mensal da série histórica, que começou em 2010, saltando de 36,8 pontos para 41,3. Abaixo de 50 é pessimismo, mas a pesquisa mostrou que o humor industrial está melhorando. Os nomes que circulavam ontem para o Banco do Brasil, Petrobras e BNDES são de pessoas que têm musculatura para ajudar o governo no esforço que ele terá fazer para enfrentar a crise fiscal. O governo precisa aproveitar o momento em que há sinais de melhora para dizer o que pretende fazer. Como primeiro passo para a reforma da previdência, chamou as centrais sindicais. Esse é o melhor caminho para não fazer a reforma. A presidente Dilma Rousseff criou uma comissão com participação dos sindicatos, sob o comando do ex-ministro Miguel Rossetto. Não deu em nada. O Brasil tem excelentes especialistas no tema que podem formatar uma proposta sobre a qual trabalhar. O erro é começar chamando os grupos de veto. No mundo inteiro, a previdência tem sido reformada, quase todos os países têm idade mínima, o Brasil tem uma população ainda jovem e a previdência já está com um enorme déficit. Segundo o Ministério da Fazenda, o déficit da previdência que há dois anos era de R$ 56 bilhões pode chegar a R$ 134 bi este ano. Para 2020, o número já deve saltar para R$ 217 bilhões. Em 2025, ou seja, em menos de 10 anos, o rombo já chegaria a R$ 353 bi. O crescimento é exponencial. Fazer a reforma da previdência é uma das mais árduas tarefas às quais qualquer governo pode se dedicar. Sendo um governo interino, é missão ainda mais difícil. O governo Fernando Henrique fez uma reforma, que foi enfraquecida quando chegou ao Congresso, e a derrota só 43


não foi total pela criação do fator previdenciário, que tirava o incentivo à aposentadoria precoce. O governo Lula fez uma reforma da previdência dos servidores públicos, mas, após aprovada, ficou anos sem ser regulamentada. O governo Dilma propôs apenas reduzir a pensão das viúvas jovens e sem filhos e essa medida provisória foi usada pelo Congresso para aprovar o fim do fator. O ministro Eliseu Padilha disse que ou se faz a reforma da previdência ou chegará em breve o dia em que não haverá recursos para pagar os benefícios, como já começa a acontecer nos estados. Ele está certo, mas isso não torna a tarefa mais fácil. Ela exigirá do governo interino muito engenho e arte. E todo o apoio político que puder mobilizar. Antes da reforma, contudo, há ainda outro assunto peso pesado para resolver a curtíssimo prazo: definir a projeção do déficit fiscal deste ano. Isso precisa ser aprovado no Congresso este mês, mas o governo tem dificuldade até de saber exatamente qual é a dimensão do déficit porque estão surgindo novos esqueletos, como o rombo da Eletrobrás. A administração Dilma deixou terra arrasada na economia. Com Alvaro Gribel, de São Paulo

Esquerda e direita Se os conceitos esquerda e direita sempre foram ambíguos, mais ambíguos e mais destituídos de sentido se tornaram FONTE JORNAL O ESTADO de S. PAULO, Celso Ming, 16 Maio 2016 às 21h 00

Por recorrente que seja, se há um comentário estapafúrdio é o de que o afastamento da presidente Dilma e sua substituição por Michel Temer tenha sido a substituição de um governo de esquerda por um governo de direita. RELACIONADA: 'O desafio de Temer é fazer todos cederem', diz diretor do Ibre Se os conceitos esquerda e direita sempre foram ambíguos, mais ambíguos e mais destituídos de sentido se tornaram - e não foi agora. Podem, por acaso, ser chamados de esquerda governos que não se interessaram em fazer as reformas, que desdenharam a educação, a saúde e o saneamento da população; que, em lugar disso, preferiram distribuir aparelhos de TV, celulares, veículos de segunda mão e tanquinhos para as áreas de serviço? Podem ser chamados de esquerda governos que, em vez de erradicar, conviveram e até incentivaram práticas patrimonialistas e de desprezo a valores republicanos?

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Esquerda e direita

É claro, pode-se argumentar que, nos últimos 13 anos, 45 milhões de brasileiros deixaram a condição de sub consumidores, deixaram de consumir pelo padrão D e passaram a consumir pelo padrão C; que o trabalhador obteve reajustes do salário mínimo acima da inflação e que ganhou acesso a condições mínimas de subsistência por meio do Programa Bolsa Família. No entanto, se é elogiável, essa escolha foi obtida apenas temporariamente, com custos altos demais: com a inflação que corroeu a renda do trabalhador, desemprego que vai para 12% da população ativa, uma dívida explosiva, destruição da indústria, corrosão da Petrobrás e do sistema elétrico - e não se fala aqui das mazelas que produziram a rede de corrupção nunca vista antes neste país. Quando afirma, como afirmou nesta segunda-feira, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que “no Brasil a esquerda jamais esteve no governo e a direita nunca abandonou o poder”, o dominicano Carlos Alberto Christo, o Frei Betto, tem metade da razão. Tem razão quando afirma que o governo do PT não foi de esquerda, mas não tem razão quando insiste nessa classificação vazia depois da queda do Muro de Berlim, do ocaso do socialismo real e da socialdemocracia tal como conhecidos e do modelo de desenvolvimento adotado pelo governo comunista da China. (E não me perguntem por que frei Betto leva dois “ts”, se provém de Alberto.) O primeiro objetivo de um governo identificado com os interesses da população mais pobre é assegurar o desenvolvimento sustentado e não um crescimento econômico do tipo voo de galinha. Se for para dar mais força à iniciativa do Estado, como quem se considera de esquerda assim imagina, então é preciso garantir simultaneamente o equilíbrio das contas públicas e não destruir as empresas estatais e o caixa do Tesouro, como acaba de acontecer. A principal missão deste governo em exercício não é imprimir uma administração de DNA neoliberal. É consertar as finanças públicas e consolidar os fundamentos da economia. Se esse objetivo for alcançado, quem vier depois terá condições de imprimir na política econômica a orientação que o debate eleitoral eleger como mais adequado para os interesses do País. E, depois, como convém, seja julgado pelo que fez e deixou de fazer. CONFIRA:

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ICEI No gráfico, a evolução do Índice de Confiança do Empresário Industrial. Reviravolta Não foi preciso nem a consumação do afastamento da presidente Dilma. O empresário voltou a acreditar. O Índice de Confiança do Empresário Industrial, tal como medido pela CNI, deu um salto no mês de maio de 4,5 pontos em relação à posição do mês anterior. Por enquanto isso não significa retorno ao investimento. Significa apenas que o empresário está disposto a reforçar a atividade produtiva, desde que a política econômica do governo Temer inspire confiança.

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Polícia Federal indicia presidente da Gerdau e mais 18 pessoas Empresa é suspeita de sonegar R$ 1,5 bilhão no Carf FONTE O GLOBO ANDRÉ DE SOUZA 16/05/2016 ÀS 18H 31

André Gerdau Johannpeter, presidente do Grupo Gerdau - Edilson Dantas / Agência O Globo

BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) indiciou o empresário André Gerdau Johannpeter, presidente do Grupo Gerdau, e mais 18 pessoas investigadas em inquérito da Operação Zelotes, que apura irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda. O relatório final foi encaminhado à 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal na última sexta-feira. Veja também: 

Lava-Jato e Zelotes devem levar a nova relação entre empresas e Estado

Entenda o que são Operação Zelotes e Carf

Mantega é levado a depor em nova fase da Operação Zelotes

Zelotes: MPF denuncia banco Santander, Qualy Comércio e Brazil Trading

O Grupo Gerdau, que atua no ramo siderúrgico, é suspeito de ter tentado sonegar R$ 1,5 bilhão. O Carf é uma espécie de tribunal administrativo, ao qual os contribuintes recorrem contra multas aplicadas pela Receita. A Zelotes investiga o pagamento de propina a conselheiros e ex-conselheiros do Carf por empresas interessadas em reverter multas 47


milionárias. Para isso, elas contratariam escritórios de advocacia e empresas de consultoria, para fazer a ponte entre os dois lados. Além de André Gerdau, foram indiciados conselheiros e ex-conselheiros do Carf, advogados e integrantes da diretoria da empresa. Os investigados foram indicados por crimes como corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Em nota o Grupo Gerdau disse que não teve acesso ainda ao relatório, mas informou que "recebeu com imensa surpresa e repúdio a informação de que executivos da companhia, entre os quais seu diretor-presidente (CEO), estariam entre os indiciados, na medida em que nenhum deles jamais prometeu, ofereceu ou deu vantagem indevida a funcionários públicos para que recursos em trâmite no CARF fossem ilegalmente julgados em seu favor, até mesmo porque estes ainda se encontram pendentes de julgamento". Também segundo a nota, a Gerdau segue rigorosos padrões éticos nas tratativas com os órgãos públicos e está à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários. A 6ª fase da Zelotes foi realizada em 25 de fevereiro, tendo como alvo o Grupo Gerdau. Na ocasião, a 10ª Vara Federal do DF autorizou a expedição de 18 mandados de busca e apreensão nos endereços do grupo empresarial no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Rio Grande do Sul e Pernambuco e outros 22 de condução coercitiva — quando a pessoa é obrigada a depor — sendo um deles contra André Gerdau. Apesar de ter concluído o relatório de 176 páginas, a PF ainda não terminou a análise do material apreendido durante as buscas. Assim, nada impede novos indiciamentos ou a realização de novas investigações. Segundo informado pela PF, o indiciamento, realizado menos de três meses depois de a operação ter se tornado pública, tem o objetivo de evitar a prescrição dos crimes e a impunidade. A PF comunicou também que a Receita ajudou nos trabalhos de investigação. A Zelotes foi deflagrada em 26 de março de 2015, e desde então deu origem a vários inquéritos. Além do Grupo Gerdau, foram realizadas investigações separadas para várias empresas, como os bancos Santander e Safra. Para além do Carf, a Zelotes também investigou a possível compra de trechos de medidas provisórias (MPs) que beneficiaram o setor automotivo. Nesse caso, já houve uma sentença, do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF, condenando seis lobistas, dois executivos e um servidor público. Outra frente de investigação analisa o trabalho da empresa LFT, de Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele recebeu R$ 2,4 milhões da Marcondes & Mautoni, empresa investigada na Zelotes, para fazer quatro trabalhos tratando do envolvimento de empresas no esporte. Os textos produzidos têm vários trechos copiados da internet, e os investigadores suspeitam que tenham sido apenas um meio para justificar repasses para a empresa.

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