SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS
17 DE JUNHO DE 2016
1
'Com Brexit, Reino Unido terá que renegociar acordos de livre comércio', diz diretor da OMC FONTE MARIANA DURÃO - JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Junho 2016 às 18h 17
Roberto Azevêdo, diretor-geral da Organização Mundial de Comércio, explica que ao sair do bloco econômico o Reino Unido deixa automaticamente de pertencer à lista de compromissos firmada pela UE na OMC RIO - A possível saída do Reino Unido da União Europeia (EU), o Brexit, a ser definida em referendo no próximo dia 23, só traz uma certeza para o comércio global: a incerteza. A afirmação é do diretor-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, que explica que ao sair do bloco econômico o Reino Unido deixa automaticamente de pertencer à lista de compromissos firmada pela UE na OMC. O mesmo vale para os acordos de livre comércio, que terão que ser renegociados pelo país caso a caso. RELACIONADAS:
Financial Times pede em editorial voto a favor da permanência da Grã-Bretanha na UE Pesquisas mostram vantagem do 'sai' em referendo sobre permanência britânica na UE
"É um caso sem precedentes. Você terá pela primeira vez um membro da OMC que não tem uma lista de compromissos. Haverá a necessidade de negociar essa lista (com os países membros). Não tem saída. E o resultado de uma negociação você nunca sabe", alertou em palestra na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Os acordos de livre comércio, que eliminam cobranças sobre operações de importação e exportação, também terão que ser renegociados caso a caso
Para Azevêdo, o Reino Unido estará em situação desvantajosa, por não ter uma equipe de negociadores e ter muito mais pressa em negociar que seus pares. "Mas o que vai acontecer... aí minha bola de cristal não é tão boa", disse. As listas de compromissos envolvem questões como tarifas e cotas. Questionado se a ausência de compromissos significará a paralisia do comércio do país, Azevêdo afirmou que "ninguém sabe como vai ficar".
2
Os acordos de livre comércio, que eliminam cobranças sobre operações de importação e exportação, também terão que ser renegociados caso a caso. "A relação do Reino Unido com esses países entra de novo no vácuo. Tem que negociar novos acordos", afirmou. Azevêdo destacou que ainda há dois pilares a serem trabalhados na Rodada de Doha: os subsídios domésticos e os cortes tarifários. Ele admitiu, entretanto, que há poucos avanços. "Vamos continuar negociando, mas estamos empacados. Uma grande maioria dos membros decidiu que não dá para ficar de braços cruzados esperando Doha para tratar de temas da vida real", disse. Nesse sentido, Azevêdo mencionou outros temas que estão sendo (ou poderão ser) discutidos na OMC, em áreas como comércio eletrônico, melhoria de acesso ao comércio internacional para pequenas e médias empresas, barreiras não tarifárias e financiamento. A representantes do setor privado, ele afirmou que a OMC nos últimos dois anos conseguiu vitórias, como o acordo de facilitação do comércio e "antes habituada ao fracasso, está começando a se habituar ao sucesso", brincou, lembrando que um dos objetivos da criação da organização a ser retomado é justamente acabar com as rodadas de negociação internacional. Em rápida conversa com os jornalistas, o diretor-geral da OMC disse que a transição de governo no Brasil - e em qualquer outro país - não interfere em negociações em curso na organização. Também voltou a dizer que é preciso avançar em negociações bilaterais e multilaterais. "É preciso buscar oportunidades onde quer que elas apareçam. Negociar em várias frentes é o mais comum", disse. Azevêdo vem reforçando o discurso para por fim aos rumores de divergência entre sua visão e a do ministro das Relações Exteriores, José Serra.
CPI do Carf aprova convocação de ex-ministra de Lula e mais 42 pessoas FONTE IGOR GADELHA - JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Junho 2016 às 16h 10
Erenice Guerra é suspeita de ter atuado na compra de MPs para beneficiar o setor automotivo; comissão deixou de fora Bradesco e Gerdau BRASÍLIA - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) aprovou nesta quintafeira, 16, a convocação de 43 pessoas, entre elas a ex-ministra Erenice Guerra. RELACIONADAS:
Auditoria vê ‘conflito de interesse’ em escolha de conselheiros do Carf Investidores nos EUA processam Bradesco MPF quer ouvir Trabuco na Zelotes
Erenice foi a principal assessora da presidente afastada Dilma Rousseff, quando ela era ministra da Casa Civil. A ex-assessora chegou a assumir o comando da Pasta em 2009, no segundo governo Luiz Inácio Lula da Silva, quando Dilma saiu para se candidatar à Presidência da República.
3
A ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra
A ex-ministra é suspeita de ter atuado na compra de medidas provisórias (MPs) para beneficiar empresas do setor automotivo e de ter integrado esquema de pagamento de propina a conselheiros do Carf para alterar resultado de julgamentos. As suspeitas são investigas pela Operação Zelotes. De acordo com o procurador Carlos Frederico Paiva, responsável pela Zelotes no Ministério Público Federal (MPF), Erenice atuou em processos do Carf junto com o advogado e exconselheiro do Carf José Ricardo da Silva, suspeito de envolvimento na venda de sentenças. A CPI do Carf também aprovou requerimentos de convocação dos empresários Carlos Aberto de Oliveira Andrade, do grupo Caoa, e Eduardo Souza Ramos, da Mitsubishi do Brasil, bem como de executivos do grupo Kia Motors do Brasil e de Igor Queiroz, diretor do grupo cearense Edson Queiroz. Os empresários e executivos também são investigados pela Zelotes, sob acusação de terem usado esquema de pagamento de propina em troca de decisões favoráveis no Carf. Segundo a PF, o esquema gerou prejuízo de cerca de R$ 20 bilhões. Ainda não há data definida para os depoimentos. Bradesco e Gerdau. A CPI deixou de fora da pauta de votações desta quinta-feira requerimentos de convocação de outros investigados pela Zelotes, como os empresários André Gerdau (Metalúrgica Gerdau) e do presidente do banco Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. A decisão gerou protesto entre alguns deputados. "Grandes empresas chegaram a ter desconto de R$ 3 bilhões em dívidas com a Receita (Federal) e não se consegue trazer aqui um grande empresário. Para que serve a CPI então?", questionou Ivan Valente (PSOL-SP). O parlamentar defendia a inclusão das convocações de Trabuco e Gerdau na pauta. O deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), que presidia a sessão da CPI do Carf nesta quinta-feira, afirmou que a pauta de votações foi acertada previamente com os demais integrantes da comissão, que nas últimas reuniões não tinha conseguido votar requerimentos por causa de manobras regimentais. Como antecipou a <b>Coluna do Estadão</b> em 31 de maio, a Polícia Federal indiciou o presidente do Bradesco por corrupção ativa, sob acusação de ter contratado lobistas para 4
atuar a favor do banco em julgamentos do Carf. A instituição financeira nega que Trabuco ter contratado serviços de lobistas. (Igor Gadelha)
Governo vai retirar CPMF do Orçamento de 2017, diz ministro FONTE IDIANA TOMAZELLI – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 16 Junho 2016 às 16h 08
Segundo Dyogo Oliveira, do Planejamento, a projeção de receitas só vai considerar o que já estiver aprovado; previsão era arrecadar R$ 33,2 bi no ano que vem com a recriação do imposto BRASÍLIA - O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que a CPMF será retirada da projeção de receitas do governo para 2017. "Apenas será considerado aquilo que estiver efetivamente aprovado, essa será nova metodologia", disse o ministro durante audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO). RELACIONADAS:
Após 15 quedas seguidas, prévia do PIB fica praticamente estável em abril Em ata, BC reforça que não há espaço para corte de juros agora
"Vamos retirar CPMF porque ainda não é um projeto aprovado", acrescentou Dyogo. Pelo Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) 2017 apresentado em abril pela equipe econômica, a previsão era arrecadar R$ 33,24 bilhões no ano que vem com a recriação do imposto.
Dyogo Oliveira, ministro interino do Planejamento
Já com a CPMF, a projeção era de que o resultado primário do governo central (Banco Central, Previdência e Tesouro Nacional) ficasse zerado em 2017, com superávit de R$ 6,788 bilhões para Estados e municípios (0,1% do PIB). A meta fiscal ainda previa um abatimento de R$ 65 bilhões por frustração de receitas ou despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na prática, isso permitiria um déficit primário.
5
O ministro Dyogo já reconheceu diversas vezes durante a audiência que todos os parâmetros macroeconômicos e as metas fiscais terão de ser revisadas e pediu desculpas por não ter tido tempo de preparar as mudanças para a apresentação de hoje. O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), ministro de Minas e Energia até o afastamento da presidente Dilma Rousseff, cobrou realismo fiscal do governo federal para as projeções de receita em 2017. O senador também pediu ao governo um debate sobre a recriação da CPMF. "Precisamos de realismo fiscal também na receita. O PLDO 2017 previa a CPMF, mas o governo não fala sobre CPMF, sobre receita. Só fala sobre gastos", disse Braga. "Para o realismo do nosso Orçamento, é preciso debate e realismo sobre o que será nossa receita no ano de 2017." O senador também reforçou a cobrança das revisões de parâmetros macroeconômicos e da meta fiscal para o ano que vem. Dyogo descartou a hipótese de a meta primária para 2016, de déficit de R$ 170,5 bilhões, estar "inflada". Hoje, o Ministério da Fazenda divulgou o relatório Prisma Fiscal, em que analistas projetam déficit de R$ 134,178 bilhões para o governo central (Banco Central, Previdência e Tesouro Nacional) neste ano. "Não está inflado, e como nós já mostramos no último descontingenciamento, deixamos reserva de R$ 18 bilhões para acomodar conjunto de passivos que não estão perfeitamente definidos. Respeitamos metodologias do mercado, mas ainda há variáveis que não estão definidas, como a renegociação da dívida dos estados. Não há conclusão das negociações, e isso afeta diretamente o resultado tanto em 2016 quanto em 2017", disse Dyogo. O ministro ainda acrescentou que é difícil prever de quanto será o impacto dessas variáveis e que não vê nenhuma margem excessiva.
6
Preços do petróleo caem 4% com temor de saída do Reino Unido da UE Paul Faith - 7.jun.2016/AFP
Placa contra o 'brexit', a saída do Reino Unido da União Europeia, na Irlanda do Norte
FONTE REUTERS 16/06/2016 às 17h 43
Os preços do petróleo caíram cerca de 4% e atingiram mínimas em um mês nesta quinta-feira (16), o sexto dia consecutivo de queda, por temores de uma turbulência econômica global no caso de o Reino Unido decidir deixar a União Europeia. É a maior sequência negativa para o petróleo desde janeiro, quando os preços caíram por sete dias seguidos antes de atingir mínimas em 12 anos, abaixo de US$ 30 o barril, por preocupações sobre um excesso de oferta global. O dólar em alta tem pesado sobre o petróleo e outras commodities em meio às especulações sobre o Reino Unido. A moeda norte-americana atingiu máxima de duas semanas nesta quinta-feira, antes de recuar frente à libra quando o Reino Unido suspendeu campanhas sobre sua permanência ou não na UE, após um ataque matar uma parlamentar. O petróleo devolveu perdas com a alta da libra, mas voltou a cair após o fechamento, atingindo novas mínimas no dia.
7
O primeiro contrato do Brent fechou em queda de US$ 1,78, ou 3,6%, a US$ 47,19 o barril. Após o fechamento, o contrato chegou a cair para US$ 46,94, mínima desde 12 de maio. Já o petróleo nos EUA fechou em queda de US$ 1,80, ou 3,8%, a US$ 46,21 o barril, tendo tocado mínima desde 13 de maio de US$ 45,91 o barril após o fechamento.
8