SÍNTESE DE JORNAIS E REVISTAS
30 DE JUNHO DE 2016
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Senado aprova reajuste do Judiciário e do Ministério Público da União Aumentos custarão R$ 2 bilhões este ano; impacto pode chegar a R$ 26 bilhões em 2019 FONTE O GLOBO CRISTIANE JUNGBLUT 29/06/2016 ÀS 21H 17
O plenário do Senado: reajustes aprovados - Ailton de Freitas / Agência O Globo / 29-6-2016
BRASÍLIA — Sob aplausos de funcionários públicos, o Senado aprovou nesta quarta-feira, de forma simbólica, os projetos de aumento dos servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União. Os dois reajustes custarão cerca de R$ 2 bilhões em 2016: R$ 1,697 bilhão no caso do Judiciário e outros R$ 295,8 milhões no caso do Ministério Público da União e do Conselho Nacional de Justiça. As propostas agora vão à sanção do presidente interino Michel Temer. O projeto dos servidores do Poder Judiciário prevê um reajuste de 41,5%, com um impacto total de R$ 22,26 bilhões até 2019. No caso do MP da União, o impacto pode chegar a R$ 3,52 bilhões. Com isso, o impacto total é de R$ 26 bilhões. O aumento de 41,5% será pago em oito parcelas cumulativas, até 2019. Depois de muita polêmica no dia anterior, o projeto foi aprovado de forma simbólica pelo plenário. Antes da votação, o ministro interino do Planejamento, Dyogo de Oliveira, esteve na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e defendeu o reajuste.
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O relator do projeto, senador Jorge Viana (PT-AC), defendeu o reajuste, mesmo reconhecendo que o país passa por dificuldades financeiras. — Desde 2014 os servidores esperam uma decisão — disse Jorge Viana. Segundo os dados atualizados do Planejamento, o custo do aumento será de R$ 1,697 bilhão em 2016; R$ 4,772 bilhões em 2017; R$ 6,536 bilhões em 2018; e R$ 9,257 bilhões, somando R$ 22,26 bilhões no período. Os senadores vinham exigindo explicações sobre os gastos para aprovarem os projetos de reajuste dos servidores do Poder Judiciário e ainda do Ministério Público da União (MPU). A confusão era tanta que o Poder Judiciário enviou números diferentes daqueles da área econômica e se comprometeu a enviar, agora, uma errata. Segundo dados do Judiciário, a folha hoje dos servidores custa R$ 23,9 bilhões e pulará para R$ 34 bilhões em 2020, depois do impacto de todas as parcelas dos reajustes. A primeira parcela do reajuste será paga a partir de julho, na folha a ser paga em agosto. No caso do Ministério Público da União e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMPU), o impacto será de R$ 295,8 milhões em 2016; de R$ 779,9 milhões em 2017; de R$ 1,03 bilhão em 2018; de R$ 1,419 bilhão em 2019, totalizando R$ 3,525 bilhões. O projeto prevê reajuste médio de 12% nos vencimentos de analistas e técnicos, em parcelas sucessivas, e e ainda um reajuste para a Gratificação de Atividade do Ministério Público da União (GAMPU). Concluídos os aumentos parcelados, a partir de 1º de janeiro de 2019, o vencimento dos servidores variará da seguinte forma: 1) analista: de R$ 5.189,71 a R$ 7.792,30; 2)) técnico: de R$ 3.163,07 a R$ 4.749,33. O substitutivo aprovado pela Câmara dos Deputados também eleva o percentual da GAMPU incidente sobre o vencimento básico, de 90% para 140%. O governo tem dados defasados sobre o impacto total dos reajustes dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). O último dado do Planejamento indicava um impacto de R$ 67,7 bilhões até 2018, sendo de R$ 7 bilhões apenas em 2016. O problema é que esse cáculo não inclui o impacto de 2019. Segundo cálculos do PSDB, o rombo pode chegar a R$ 100 bilhões. Ao todo, são 14 projetos de reajuste. A reclamação do PSDB era de falta de informações sobre o impacto orçamentário correto da proposta. O acordo do reajuste dos servidores do Judiciário foi negociado entre o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, e a presidente afastada Dilma Rousseff. Agora, o presidente 3
interino Michel Temer mantém o acordo, mas avisou que não concorda com o reajuste dos ministros do Supremo, que em outro projeto teriam seu vencimento elevado dos atuais R$ 33,7 mil para R$ 39, 2 mil. Mas os senadores avisaram que não há clima para aprovar o reajuste para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Os senadores Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Lindbergh Farias (PT-RJ), como líder da oposição, disseram que não há clima para aumentar os salários dos ministros, que são o teto dos salários do funcionalismo da União. — Não há como aumentar o teto — disse Lindbergh.
Temer dá aumento maior do que prometido por Dilma para Bolsa Família Beto Barata/PR
Presidente interino Michel Temer participa de inauguração de fábrica de celulose no Paraná
FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, VALDO CRUZ e GUSTAVO URIBE DE BRASÍLIA 29/06/2016 às 12h 20
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Em busca de uma agenda positiva, o presidente interino, Michel Temer, anunciou nesta quarta-feira (29) um reajuste médio de 12,5% para os benefícios do programa Bolsa Família, acima dos 9% prometidos por Dilma Rousseff em maio. O aumento passará a valer a partir de julho e foi antecipado pela Folha na manhã desta quarta-feira (29). O peemedebista decidiu fazer o anúncio no mesmo dia em que foram divulgados dados sobre o aumento da taxa de desemprego no país. Segundo o IBGE, o percentual ficou em 11,2% no trimestre de março a maio, elevando o total de desempregados para 11,4 milhões. No trimestre passado, de dezembro a fevereiro, a taxa havia ficado em 10,2%. De acordo com o governo interino, a maior parte dos custos com a elevação de 9% para 12,5% será coberta com o descontingenciamento de recursos da pasta. Neste mês, por exemplo, serão descongelados cerca de R$ 250 milhões. Como o impacto mensal da elevação deve ser de cerca R$ 270 milhões, a ideia é que a diferença ou entre na conta da nova meta fiscal ou ocorra com o remanejamento de recursos da pasta. Assim, a previsão orçamentária para o Bolsa Família será mantida em R$ 28 bilhões. Anualmente, o impacto do aumento será em torno de R$ 2,1 bilhões. O benefício social não sofria reajuste desde maio de 2014. Segundo o ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social), os valores foram revistos porque o percentual anterior não "recuperava o poder de compra dos beneficiários", que estavam há dois anos sem atualização. "A crise econômica provocada pelo governo anterior é sentida, sobretudo, pelos mais pobres. Deixá-los perdendo, ano a ano, seu poder de compra seria muito injusto", criticou. De acordo com ele, os "desacertos econômicos" da gestão petista trouxeram um impacto na renda dos trabalhadores. "Da maneira como vinha sendo feito, não poderia continuar", disse, ressaltando que o governo interino tentará recuperar os cortes feitos pela administração anterior na área social. A agenda original do peemedebista previa inicialmente que, às 11h30, haveria uma cerimônia de anúncio de liberação de recursos para educação básica. Depois, a agenda foi modificada, incluindo também a divulgação do aumento do Bolsa Família. O ministro explicou que foi tomada a decisão de fazer o anúncio de última hora em virtude tanto do calendário eleitoral, que inviabilizaria conceder o benefício em julho, como pela necessidade de fazê-lo antes do limite para a inclusão na folha de pagamento, no último dia do mês. O decreto que será publicado pelo governo interino, concedendo o reajuste, também prevê o aumento da linha de extrema pobreza de R$ 77 para R$ 85 e de pobreza de R$154 para R$ 170. O reajuste passará a ser pago a partir de 18 de julho, quando tem início o pagamento da folha de pagamento mensal. Segundo o governo federal, o aumento do benefício aumentará de R$2,2 bilhões para R$ 2,5 bilhões os gatos na folha de pagamento.
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A decisão de fazer o anúncio ocorreu na mesma manhã em que a presidente afastada Dilma Rousseff criticou nas redes sociais o governo interino por não ter pagado o reajuste anunciado pela petista em maio. "O que a gente vê é o governo provisório cometendo ações nocivas ao povo, como o não pagamento do reajuste do Bolsa Família", afirmou. A petista não formalizou em maio o aumento do Bolsa Família porque o Orçamento da União não permitia. AGENDA A agenda original do peemedebista previa inicialmente que, às 11h30, haveria uma cerimônia de anúncio de liberação de recursos para educação básica. Depois, a agenda foi modificada, incluindo também a divulgação do aumento do Bolsa Família. O presidente interino tem buscado sinalizar que seu governo não vai acabar com os programas sociais criados nos governos petistas, buscando rebater as críticas da presidente afastada. Segundo técnicos, o governo passou a ter condições de dar o aumento depois que foi aprovada a revisão da meta fiscal, liberando o governo a fechar neste ano com um rombo de até R$ 170,5 bilhões. Em discurso, o presidente interino defendeu-se das críticas de que a gestão peemedebista pretende acabar com os programas sociais e ressaltou que pretende manter e aprimorar iniciativas de gestões passadas que sejam positivas. "Nós temos uma concepção cívica de ressaltar que os programas que deram certo devem continuar", disse. Ele disse que o objetivo do Bolsa Família não é perdurar para o resto da vida, mas observou que ele deve ser mantido enquanto houver pobreza extrema no país. Antes, a presidente afastada não tinha condições de fazer o aumento porque o Orçamento, até então, determinava que o governo fechasse o ano com um superávit de R$ 24 bilhões.
‘Pacote de bondades’ de Temer chega a R$ 125 bi FONTE ALEXA SALOMÃO - JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 30 Junho 2016 às 05h 01
Contas públicas. Mesmo com pressão sobre o Orçamento, governo tenta ampliar apoio político no curto prazo a fim de aprovar projetos como a PEC que fixa teto para o gasto
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O presidente em exercício Michel Temer anunciou nesta quarta-feira, 30, um aumento médio dos benefícios do Bolsa Família de 12,5%, mais a liberação de R$ 742,8 milhões para a educação básica de Estados e municípios. Apesar de elevar a previsão de gastos no momento em que o mercado espera corte de despesas, o reajuste não surpreendeu especialistas em 6
contas públicas. Foi recebido como mais uma benesse na leva de concessões que o governo vem promovendo desde que assumiu em 12 de maio e que já soma cerca de R$ 125,4 bilhões em gastos e renúncias fiscais com impactos já neste ano e até 2018. O corte imediato de despesas é considerado difícil e a avaliação é de que ainda é preciso esperar a decisão final do impeachment. A visão geral é de que o governo adotou como estratégia cimentar apoio político, ainda que ele cause pressão sobre as contas públicas no curto prazo, para garantir a aprovação de reformas de longo prazo, polêmicas, mas fundamentais para a retomada do crescimento. Entre as prioridades estariam a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC), que fixa o teto para o gasto, e a reforma da Previdência. Essa percepção leva em consideração que em menos de dois meses o governo em exercício deslanchou uma espécie de “pacote de bondades”. Os economistas destacam que o governo apoiou o reajuste do funcionalismo, renegociou a dívida dos Estados sem deixar claras as contrapartidas, liberou recursos para o Rio, reviu para baixo, mas não barrou, a tramitação do aumento do Supersimples. Especialistas em contas públicas enxergam que os aumentos de gastos e renúncias previstos para este ano já estão dentro do déficit de R$ 170 bilhões, mas temem pelo longo prazo. “O que fizeram de concreto até agora foi ampliar o déficit para conseguir incluir uma série de aumento que eles acham que precisam ser feitos, como o aumento do funcionalismo e a negociação das dívidas dos Estados, que era importante. No entanto, não está clara qual a contrapartida dos Estados nem como o teto dos gastos vai funcionar. Falta clareza”, afirmou Nelson Marconi, coordenador executivo do Fórum de Economia da Escola de Economia de São Paulo Fundação Getulio Vargas (FGV). Economistas que já passaram pelo governo em outras gestões, no entanto, dizem que não há outra alternativa no momento. “O governo Temer precisa trabalhar duas agendas paralelas”, disse o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros. “Na economia tem uma equipe de craques capaz de implementar as medidas na direção correta, mas na política é mais complicado. Tem uma agenda que ainda não está no controle dele enquanto o impeachment não sair. Ele precisa equilibrar as duas coisas e ir alimentando a confiança”. Fazenda. Segundo o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, não é verdade que o governo esteja cometendo “excessos” que pioram a situação das contas públicas. “Nós chegamos aqui e encontramos uma situação muito complicada, até pagamento de tarifa de banco estava atrasado. E agora estamos dizendo não para um bocado de coisas”, afirmou. Mansueto, porém, ressaltou que a atual equipe está focada em realizar um ajuste fiscal estrutural e de longo prazo. “Até amigo meu que trabalha no mercado financeiro já veio aqui cobrando as medidas de curto prazo e eu respondo: historicamente o Brasil só fez ajustes de curto de prazo, cortando investimento e elevando carga tributária. Já sabemos que não é o caminho”, disse. Segundo ele, a primeira mudança importante é a fixação do teto de gastos: “Acho que as pessoas ainda não entenderam como ele será rigoroso e a imensa mudança que vai promover”.
IMPACTO * R$ 68 bi é a despesa prevista com o reajuste ao funcionalismo, incluindo inativos até 2018 * R$ 50 bi é a despesa prevista com ajuda aos Estados, por meio de renúncia fiscal, até 2018 * R$ 2,9 bi é a despesa prevista com o Rio após o Estado decretar calamidade * R$ 2,8 bi é a despesa anual prevista com o reajuste do Bolsa Família, além de recursos para a educação básica * R$ 1,7 bi é a despesa prevista com ampliação, por meio de renúncia fiscal, do Supersimples
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Analistas preveem desemprego em alta até o início de 2017
FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, BRUNO VILLAS BOAS DE DO RIO 30/06/2016 às 02h 00
Apesar dos sinais positivos sobre o ritmo da atividade econômica, o mercado de trabalho vai piorar mais ao longo deste ano e no início de 2017 antes de ensaiar uma recuperação. Oito analistas consultados pela Folha preveem a taxa de desemprego entre 10,9% e 13% no último trimestre do ano (sem tratamento sazonal). O país terá de 11 milhões a 12,5 milhões de pessoas em busca de trabalho. O emprego demora a reagir por alguns fatores. Parte das empresas ainda precisa reduzir o nível do estoque. E, após reduzi-lo, terá ainda de ocupar a ociosidade existente antes de contratar. "Há custos envolvidos em contratar e demitir. E o empresário não vai contra- tar pessoal sem antes ter certeza da recuperação da economia", afirma Thaís Zara, economista da Rosenberg Associados. CENÁRIO Segundo cálculos do Bradesco, para absorver o crescimento da procura por emprego prevista para os próximos meses, a economia teria de estar crescendo a um ritmo anual de 2%. "O PIB [Produto Interno Bruto] deve crescer assim só no início do ano que vem. E os efeitos desse crescimento sobre o emprego devem ser vistos só em meados de 2017", disse Igor Velecico, economista do Bradesco. 8
Velecico prevê o pico do desemprego em 12,2% em meados de 2017. Economistas consultados estimam a taxa entre 12,2% e 14%, mas divergem sobre o período do ano em que ela será atingida.
Correios pedirão R$ 6 bi ao Tesouro FONTE MURILO RODRIGUES ALVES – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 30 Junho 2016 às 05h 00
Novo presidente diz que valor foi baseado nos dividendos repassados para União nos últimos anos; segundo ele, acima dos 25% exigidos BRASÍLIA - O novo presidente dos Correios, Guilherme Campos, pedirá ao Tesouro Nacional uma injeção de R$ 6 bilhões para a estatal que passou a comandar neste mês. Segundo ele, o valor foi calculado com base no montante que a companhia repassou à sua controladora, a União, nos últimos anos, além do mínimo exigido. RELACIONADAS:
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“Foi feita essa retirada de sangue da empresa, uma transfusão. Agora, precisamos de um pouco do doador; ter de volta aquilo que foi retirado para além do que é legalmente imposto”, disse Campos ao Estado. “Não estou discutindo o que foi retirado, mas foi além da capacidade de sobrevivência da empresa”. Em 2015, os Correios fecharam com o maior prejuízo da história, de R$ 2,1 bilhões, mas o balanço ainda não foi publicado. Este ano, a perda já passa de R$ 900 milhões. Só nos primeiros cinco meses deste ano, a empresa teve de desembolsar R$ 60 milhões em indenizações por falhas no serviço de entregas. A estatal deve recorrer a um empréstimo no segundo semestre para conseguir honrar seus compromissos, incluindo salários de empregados e encomendas de fornecedores. Segundo o presidente, também será feita uma estruturação para vender alguns ativos. “Estou no meio de um incêndio”, resume. Para dar um alívio à empresa, o governo autorizou o aumento de 10,64% nas tarifas dos serviços postais e telégrafos, monopólio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Em dezembro do ano passado, as tarifas de entrega de cartas e telegramas já foram reajustadas em 8,89%. A defasagem retirou R$ 350 milhões dos Correios em 2015. Campos diz que os dois reajustes não conseguem recompor o caixa no curto prazo e, por isso, será necessário o empréstimo. Os Correios apresentaram prejuízos de R$ 313 milhões em 2013; de R$ 20 milhões em 2014, e de R$ 2,1 bilhões em 2015. Antes disso, de 2007 a 2013, a estatal repassou R$ 3,8 bilhões para o Tesouro Nacional. No período, o lucro acumulado foi de R$ 4,6 bilhões. Se a empresa tivesse de repassar só os 25% de dividendos exigidos, as transferências totalizariam R$ 1,6 bilhão (em valores corrigidos). Exceção. A capitalização de empresas estatais entrou como uma das poucas exceções à limitação de gastos públicos que deve ser estipulado pelo governo Temer, tendo como referência a inflação do ano anterior. Além disso, ao colocar como meta um rombo de R$ 170,5 bilhões em 2016, a equipe econômica deixou uma reserva que engloba a injeção de recursos em estatais. Campos diz que os Correios estudam ampliar os negócios em três áreas para fazer frente ao fim do monopólio de cartas pessoais e comerciais, cartões-postais e malotes. Uma das ideias é
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servir de “fiel depositário” dos documentos oficiais de todos os órgãos públicos e ser remunerado pelo serviço. Além disso, os Correios estão pensando em uma parceria com os órgãos de Justiça para entregas mais eficientes de petições. Também está sendo estudado baixar um decreto para que a estatal seja o operador logístico preferencial da administração pública. Campos diz que a empresa tem expertise para prestar esse tipo de serviço. Já é responsável pela entrega do material didático em todo o País e pela logística do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), além da entrega de leite em São Paulo. O novo presidente já se reuniu com representantes dos 36 sindicatos para evitar que a categoria faça greve em meio aos Jogos Olímpicos. A data-base dos funcionários dos Correios é agosto, assim como o evento esportivo, do qual a empresa é responsável pela logística. “Essa empresa não sobrevive a uma greve”, afirma Campos.
Câmbio pode atrasar ajuste das contas do governo Temer
FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA 30/06/2016 às 02h 00
O primeiro mandato da presidente afastada Dilma Rousseff deixou como herança uma combinação de três diferentes enfermidades econômicas, em que os remédios para uma agravam outra. As moléstias, ainda em tratamento, são inflação elevada, deficit nas contas do governo e deficit nas transações de bens e serviços do país com o resto do mundo. Para conter a escalada dos preços, foram elevados os juros, o que aumenta as despesas com a dívida pública e o deficit do governo; para conter o deficit do governo, foram cortados subsídios para a conta de luz e reajustado o preço da gasolina, o que faz subir a inflação. 10
O remédio para o deficit com o exterior é a alta das cotações do dólar, ou seja, a desvalorização do real: as importações ficam mais caras e encolhem, as exportações ficam mais baratas e se expandem, turistas brasileiros gastam menos em outros países. Os efeitos colaterais da alta do dólar são mais inflação, mais juros e mais deficit do governo e, frequentemente, mais impopularidade para o governante. A moeda americana, a R$ 2,66 ao final de 2014, chegou aos R$ 4 no ano passado. Não por acaso, o ajuste das contas externas é o mais bem-sucedido até aqui: o deficit, que passava dos US$ 100 bilhões, deve ficar na casa dos US$ 15 bilhões neste ano. Já neste ano, o dólar está em queda, ainda que nem sempre contínua. A tendência, se mantida, ameaça comprometer a trajetória de reequilíbrio das contas do país. Em contrapartida, os outros dois ajustes, da inflação e dos cofres públicos, ficam facilitados com a perspectiva de mais importações e menos juros nos próximos meses. É difícil dizer se o saldo da alta do dólar é positivo ou negativo afinal, as terapias econômicas estão sendo aplicadas simultaneamente. O Banco Central indica que deixará o mercado definir a taxa de câmbio; no curto prazo, ao menos, um real mais forte é um alento político.
Rombo do Postalis em 2015 chega a R$ 1,2 bilhão FONTE MURILO RODRIGUES ALVES – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 30 Junho 2016 às 05h 00
Funcionários e aposentados terão de cobrir déficit de fundo de pensão dos Correios BRASÍLIA - O Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, deve registrar um rombo de R$ 1,2 bilhão em 2015, segundo fontes consultadas pelo Estado. A partir desta quinta-feira, 30, os funcionários e aposentados dos Correios começam a pagar uma contribuição extra sobre os benefícios para o equacionamento do déficit de R$ 5,6 bilhões de 2014. RELACIONADAS:
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As contribuições extras foram determinadas aos quase 76 mil funcionários, aposentados e pensionistas, além dos Correios, para resolver o rombo do plano de benefício definido. Pelas regras de equacionamento de déficit dos fundos de pensão, o desconto mensal ficou determinado em 17,92% do valor da aposentadoria, da pensão ou do valor previsto para o benefício por 25 anos e meio.
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Contribuições extras foram determinadas a quase 76 mil funcionários
A contribuição de 17,92% incorpora a contribuição extra anterior, de 3,94%, que estava sendo feita para cobrir o déficit de R$ 1 bilhão de 2012 e 2013. No contracheque de junho será cobrado 17,92% deste mês mais 3,94% do mês anterior, além de 9% da taxa de administração. Ou seja, quase 31% do benefício. Do rombo de R$ 5,6 bilhões desse plano, que é o mais antigo da entidade, R$ 1,7 bilhão é consequência de mudanças na expectativa de mortalidade e na taxa de juros, R$ 2,7 bilhões são derivados de má performance dos investimentos e R$ 1 bilhão do resultado de uma dívida que os Correios têm com o plano. Em valores corrigidos, a dívida da patrocinadora já chega a R$ 1,3 bilhão. A Previc, órgão responsável por fiscalizar os fundos de pensão, reconheceu que a argumentação do pedido está correta. Guilherme Campos, presidente dos Correios, disse que vai contratar uma auditoria externa para bater o martelo se a estatal vai quitar realmente a dívida, o que pode abater em quatro pontos porcentuais o valor da contribuição extra. Campos, que é do PSD, indicou André Motta, atual diretor de investimentos, para a presidência do Postalis, por orientação do PMDB. Christian Schneider, que era presidente da Sercomtel, do Paraná, será o novo diretor de investimento. O Postalis ainda tenta ganhar R$ 3,5 bilhões em ações judiciais contra o BNY Mellon, administrador de fundos que perdeu com investimentos em papéis da Argentina e Venezuela. Se conseguir metade do que pede, seriam cinco pontos menos na contribuição extra.
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Com 40 mil habitantes, 'Vale da Eletrônica' vira polo de start-ups Jorge Araujo - 21.jun.2011/Folhapress
Engenheiros trabalham na cidade de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais
FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, FILIPE OLIVEIRA ENVIADO ESPECIAL A SANTA RITA DO SAPUCAÍ (MG) 30/06/2016 às 02h 00
Aplicativos para conseguir caronas ou chamar um garçom, um aparelho vestível que ajuda atletas a analisar e melhorar seu desempenho, escova de dentes com sensores que a conectam a um jogo para crianças de três anos. Esse são alguns projetos que são desenvolvidos na tecnológica Santa Rita do Sapucaí, cidade de 40 mil habitantes no sul de Minas Gerais. Conhecida como "Vale da Eletrônica", a cidade foi escolhida para abrigar e desenvolver novas start-ups. Capitaneado pela Telefónica, em parceria com Ericsson e Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), centro de referência em engenharia baseado na cidade, o programa (chamado crowdworking) selecionou 20 de 90 projetos submetidos por alunos e ex-alunos da faculdade.
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Ele possibilitará que os empreendedores desenvolvam suas ideias, testem modelos de negócios, tenham orientações de especialistas e encontrem investidores, durante um período de oito meses. Enquanto são desenvolvidas, as start-ups podem usar a estrutura do Inatel, que inclui salas de robótica, de desenvolvimento de games, laboratórios para a criação de ideias e impressoras 3D. O objetivo é que, ao final do período, Telefónica e Erickson possam se beneficiar dos projetos que derem frutos, fechando parcerias comerciais ou investindo nas start-ups mais promissoras. Entre as escolhidas, apresentadas ao público nesta terça-feira (28), estão iniciativas ligadas a saúde, internet das coisas e aplicativos. PULSEIRA ANTI-AEDES A Pulse Tech, por exemplo, é uma empresa que quer desenvolver uma pulseira que, a partir de um som inaudível ao ouvido humano, espanta o mosquito Aedes AegyptI. Danilo Germiani, 21, de Ouro Fino (MG), é sócio da empresa e aluno de engenharia da computação. Teve a ideia com mais três colegas em aula de empreendedorismo. O método para espantar os mosquitos foi descoberto na leitura de um artigo de universidade das Filipinas encontrado na internet, diz. O grupo desenhou a pulseira e desenvolve a placa que emitirá o som. Esperam ter um protótipo em três meses. DE OLHO NOS CARROS Em outro estágio estão os irmãos Marília e Marcos Bontempo, de 23 e 19 anos, sócios na empresa Spark Telecom. A companhia possui, entre seus produtos, um software que analisa imagens de câmeras de segurança para identificar a presença de carros estacionados. O serviço é usado para monitoramento de 500 vagas de zona azul na cidade de Conselheiro Lafaiete (MG), e ajuda a prevenir fraudes, segundo os desenvolvedores.
Vant nacional pode servir aos setores de defesa e agronegócio FONTE ROBERTO GODOY – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 30 Junho 2016 às 09h 44
Veículo não tripulado de médio porte tem 8,5 metros, voa a 207 km por hora e custa cerca de US$ 10 milhões
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O primeiro Veículo Aéreo não Tripulado (Vant) nacional de médio porte faz o voo de estreia hoje à tarde, em Botucatu (cidade do interior de São Paulo), na base da empresa fabricante, a A.S. Avionics Services. O produto, denominado Caçador, é um drone que pode ser usado em diferentes funções. A tecnologia israelense transferida para o grupo brasileiro pela IAI-Israel Aerospace Industries. O modelo de referência é o Heron-1, utilizado pela Polícia Federal desde 2014. Forças militares e de segurança civil de 14 países adotaram a aeronave de pilotagem remota. A versão de exportação da IAI é cotada a US$ 10 milhões. O programa abre boas possibilidades de negócios internacionais. Segundo João Vernini, presidente da Avionics, o mercado interno pode absorver de 15 a 20 sistemas até 2021. A demanda externa, avaliada em US$ 1,5 bilhão, é mais significativa, “projetando vendas de 20 a 30 unidades completas no mesmo período de cinco anos”. A empresa, que atua há 20 anos no setor aeronáutico, não revela o valor dos investimentos feitos no empreendimento e ainda não apurou o preço de aquisição do produto. O Caçador é um Vant de forte aplicação em missões dedicadas do campo da defesa, embora tenha configurações para uso amplo no setor agropecuário, de vigilância ambiental e observação de áreas de risco pela Defesa Civil. Dimensões. O Vant de médio porte uma aeronave de 8,5 metros de comprimento e 16.6 metros de envergadura. Voa a 207 km/hora, leva cargas úteis de até 450 quilos e, segundo a Avionics, pode permanecer por cerca de 40 horas. O peso máximo de decolagem é de 1.270 quilos. A operação, em terra, é feita por dois pilotos. Por definição, o drone brasileiro, que em um dos arranjos da IAI leva mísseis e bombas guiadas de 125 quilos, não entra no portfólio como vetor de ataque. “A função primária para as aplicações em nosso plano de negócios não é essa – mas, no fim, a escolha da carga transportada é sempre definida pelo cliente”, diz Vernini. Tecnologia. A transferência de tecnologia da Israel Aerospace para a Avionics começou a ser executada em 2014, com a decisão da IAI de investir na empresa, de acordo com o presidente para o Brasil, Henrique Gomes. Primeiro, foram treinados os times de engenharia e, depois, fornecido o conhecimento original necessário para que o parceiro brasileiro produzisse e montasse um novo Vant, o Caçador. “Um exemplo da transmissão única de tecnologia é a da plataforma de navegação inercial, dominada por poucos grupos no mundo, e que permite uma condução segura e muito precisa”, diz Gomes.
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O conjunto de bordo inclui um dispositivo de GPS acoplado a recursos que tem a capacidade de conferir à aeronave autonomia integral – inclusive meios para retornar ao terminal de origem em caso de perda da comunicação com os controladores em terra. Entre os sensores estão câmeras digitais, captadores infravermelhos de imagens por calor, sistemas de coleta de dados de inteligência em qualquer condição de clima e, atuando no modo específico, executar a designação de alvos.
Justiça do Rio defere pedido de recuperação judicial da Oi FONTE MARIANA SALLOWICZ – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 29 Junho 2016 às 20h 40
O processo é o maior na história e envolve dívidas de R$ 65,4 bilhões; lista dos credores traz fornecedores, bancos, trabalhadores e detentores de títulos da companhia RIO - O juiz Fernando Cesar Ferreira Viana, titular da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, deferiu hoje o pedido de recuperação judicial da operadora de telefonia Oi, conforme antecipado pelo Broadcast no início da tarde. O processo, o maior na história do País, envolve dívidas de R$ 65,4 bilhões. A lista dos credores chega a quase 400 páginas e traz fornecedores, bancos, trabalhadores e detentores de títulos da companhia. RELACIONADAS:
Anatel e TCU divergem sobre valor de bens da Oi Justiça do Rio cria ‘força-tarefa’ para caso Oi
Altamente endividada, a tele entrou com o pedido na Justiça do Rio no último dia 20. O pedido inclui as subsidiárias Oi Móvel, Telemar Norte Leste, Copart 4 Participações, Copart 5 Participações, Portugal Telecom International Finance e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A.
Antes de solicitar à recuperação judicial, a Oi tentou negociar a dívida com um grupo de credores
Em sua decisão, o magistrado considerou o fato da empresa ser uma das maiores no setor de telecomunicação no mundo e o impacto que ela representa na economia do país. "Há de se 16
reconhecer que o presente pedido de proteção judicial é formulado por uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo, que impacta fortemente a economia brasileira, já que alcança um universo colossal de 70 milhões de clientes, empregando mais de 140 mil brasileiros, com milhares de fornecedores, e ainda gera recolhimento de volume bilionário de impostos aos cofres públicos", disse. O juiz determinou, ainda, que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apresente no prazo de cinco dias uma relação de até cinco empresas administradoras judiciais, "com idoneidade e expertise sobre a matéria". A lista será avaliada pela Justiça para nomeação do administrador judicial. Antes de solicitar à recuperação judicial, a Oi tentou negociar a dívida com um grupo de credores. Em abril passado, a Oi anunciou a contratação do Banco Moelis e da PJT Partners, ambos americanos, para fazer reestruturação financeira. No entanto, recorreu ao mecanismo judicial porque corria contra o tempo diante do vencimento de juros e principal de dívida no curto prazo. Somente em julho, eram 231 milhões de euros, o equivalente a R$ 1 bilhão. A empresa precisava de uma adesão significativa no curto espaço de tempo. "Considerando os desafios decorrentes da situação econômico-financeira das empresas Oi à luz do cronograma de vencimento de suas dívidas financeiras, ameaças ao caixa das empresas Oi representadas por iminentes penhoras ou bloqueios em processos judiciais, e tendo em vista a urgência na adoção de medidas de proteção das Empresas Oi, a Companhia julgou que a apresentação do pedido de recuperação judicial seria a medida mais adequada", disse em nota a companhia na semana passada. O Ministério Público do Estado do Rio se posicionou na semana passada a favor do deferimento do processo.
Depois do feijão, quais podem ser os próximos vilões da inflação? Thinkstock
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Produzido principalmente no Brasil, feijão carioquinha ficou 54% mais caro neste ano
FONTE BBC BRASIL 30/06/2016 às 09h 57
O feijão tomou o lugar do tomate como alimento que anda pesando no bolso dos brasileiros. O preço do carioca, variedade popular no Sudeste, subiu 54,09% até junho, segundo o IPCA-15, índice do IBGE considerado como a prévia da inflação. No ano passado, uma caixa de tomates chegou a custar o dobro do que em 2014. Com a inflação ainda alta, muita gente se pergunta: qual vai ser o próximo vilão das compras? Para tentar responder, a BBC Brasil conversou com economistas e especialistas no mercado de agronegócio. Segundo eles, os itens que podem causar mais preocupação nas próximas semanas são o leite, o milho e o arroz. O clima é o fator comum em todas as altas, explicam os entrevistados. A distribuição irregular de chuvas neste ano prejudicou a produção dessas culturas. ARROZ No caso do arroz, as tempestades no Rio Grande do Sul - maior produtor - em abril atrasaram a colheita e causaram uma quebra de 15% na safra. Com menor oferta, os preços cresceram 5,21% até junho, segundo dados do IPCA-15. E devem continuar aumentando até as próximas colheitas, no começo de 2017. "De acordo com o nosso levantamento, no município de São Paulo variou 6,28% neste ano. E vai subir significativamente nos próximos dois meses", diz o pesquisador Vagner Martins, do Instituto de Economia Agrícola. Pode parecer que 6% é pouco, mas a alta é preocupante para um elemento essencial da cesta básica, pondera Martins. Thinkstock
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Fortes chuvas no RS afetaram produção do arroz e podem continuar elevando os preços
"Às vezes há uma confusão em destacar quedas expressivas de produtos de pouca relevância. Qual a importância da pera no prato do brasileiro? Em contrapartida, o peso do feijão e do arroz têm grande peso na inflação." O encarecimento do arroz, no entanto, não deve ser tão dramático como o do feijão. Isso porque há variedades da leguminosa, a exemplo do carioca, que são principalmente produzidos no Brasil, dificultando a importação. A medida (a importação do feijão) foi anunciada pelo presidente Michel Temer na semana passada para segurar os preços mas, segundo os entrevistados, não deve ser muito eficaz. "Importar feijão? Da onde? Até tem um pouco no Paraguai, na Argentina, mas (a quantidade) é marginal. O feijão carioca que a gente gosta só nós produzimos. Além disso, o feijão não tem substituto, não dá para fazer lentilha no lugar", diz o professor do núcleo de estudos de agronegócios da FGV Felippe Serigati. O mesmo não acontece com o arroz, consumido e vendido por diversos países. De acordo com Serigati, como o ciclo de produção do feijão é mais curto e não há impeditivos para que ele volte ao normal, os valores devem diminuir até o fim do ano. LEITE E MILHO Se as altas da dupla arroz e feijão podem ser passageiras, há outras consideradas mais duradouras pelos especialistas. As do milho e do leite, por exemplo, são vistas como estruturais e, portanto, mais preocupantes. 19
Thinkstock
Preço do milho no Brasil sobe impulsionado pelo valor no mercado internacional
O milho é um dos principais componentes da ração das vacas leiteiras e registrou um crescimento expressivo em 2016. Ausente no IPCA-15, um de seus representantes no indicador, o fubá, encareceu 13% até junho. Já o leite subiu 18% no mesmo período e se aproxima de um patamar inédito. Os entrevistados explicam que a alta do milho se deve à procura no mercado internacional, no qual o Brasil se tornou um vendedor importante. Nos últimos anos, o país acelerou a produção do alimento, conseguiu exportá-lo mais barato e teve grande demanda dos compradores, o que acabou elevando os valores lá fora. O aumento chegou ao mercado interno. Thinkstock
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Preço do leite subiu 18% até junho e se aproxima de patamar inédito, dizem especialistas
Com o milho caro, a ração aumenta e os produtores de leite têm que desembolsar mais para alimentar suas vacas. A alta é repassada para o consumidor. Além disso, as chuvas fortes no começo do ano prejudicaram as pastagens e as estradas de transporte, dificultando a produção e diminuindo a oferta. A crise também afetou o setor já que, com menos dinheiro, o brasileiro está cortando derivados. Dados do IPCA-15, a prévia da inflação, mostram que a manteiga, por exemplo, subiu 41,89% neste ano. Com demanda menor, a indústria processadora, por sua vez, compra menos dos produtores. "Os custos altos e a receita baixa acaba desestimulando o trabalhador da área. Ouvimos relatos de pessoas que estão saindo da atividade, porque não estava mais compensando. Eles migram para a pecuária de corte, cruzam suas vacas com bois reprodutores", diz o pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP, Wagner Yanaguizawa. Um menor número de produtores significa menos oferta de leite, o que também puxa os preços para cima. "Esse choque não é temporário, é estrutural. Há risco de valores maiores nas próximas safras", afirma Serigati.
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Brookfield e Odebrecht estão perto de acordo FONTE RENÉE PEREIRA – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 30 Junho 2016 às 10h 24
Negociações são relativas à Odebrecht Ambiental, empresa de saneamento que atua no Brasil e no exterior; grupo também negocia outros ativos SÃO PAULO - A gestora canadense Brookfield está perto de fechar a compra do controle da Odebrecht Ambiental, apurou o Estado. Fontes próximas às negociações afirmaram que as conversas avançaram bastante nos últimos dias e que o processo está passando pelos últimos ajustes. O negócio envolve apenas a parte da Odebrecht na subsidiária, de 70%. O restante deve continuar com o FI-FGTS, sócio na companhia de concessões públicas de água e esgoto, tratamento de reúso de água e resíduos. No total, a Odebrecht Ambiental tem 26 ativos espalhados por Brasil, México e Angola. Em 2014, último dado disponível, a empresa faturou quase R$ 2 bilhões. Procuradas, as duas empresas não quiseram comentar o assunto.
Negócio envolve só os 70% da empresa de saneamento que pertencem à Odebrecht
Nesta semana, a Odebrecht anunciou a venda de 57% da concessão rodoviária Rutas de Lima para a própria Brookfield. Ao contrário do que ocorria há alguns anos, em que o apetite do conglomerado baiano era no sentido de ampliar os negócios, hoje as vendas de ativos são prioritárias para reduzir o pesado endividamento do grupo, de cerca de R$ 90 bilhões. A empresa de saneamento é apenas um vários dos ativos colocados à venda pela Odebrecht, grupo envolvido na Operação Lava Jato, que investiga corrupção em contratos da Petrobrás. Desde que o presidente do conglomerado, Marcelo Odebrecht, foi preso há um ano, a situação financeira da empresa se deteriorou. Com vários compromissos firmados, dívida elevada e sem acesso a crédito, a alternativa para dar fôlego ao caixa da companhia tem sido a venda de ativos. Outros ativos da companhia, como empresas de mobilidade, como Linha 4 – Amarela, do Metrô de São Paulo, estão em negociações. A empresa poderá reduzir participações em empreendimentos de logística, como o terminal de contêineres Embraport, na Baixada Santista, e o Aeroporto do Galeão, no Rio, além de empreendimentos imobiliários, que reúnem cerca de R$ 1,5 bilhão em ativos.
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Energia. Outro importante negócio à venda é a Santo Antônio Energia, concessionária que administra a Hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira. Há cerca de dez dias, executivos da empresa viajaram para a China para negociar com grupos locais a participação de 28% da Odebrecht na usina, afirmam fontes próximas à companhia. “Não basta vender alguns ativos, mas tirar do seu balanço as empresas que estão altamente endividadas”, disse outra fonte. É o caso da Odebrecht Agroindustrial, que deve concluir nos próximos dias a renegociação – entre R$ 6 bilhões e R$ 10 bilhões – de parte de sua dívida. A solução envolve bancos nacionais – público e privado – e estrangeiros, afirmou uma fonte. Esse é um ativo considerado mais complicado para ser vendido.
Cidade com 'emprego demais' na Nova Zelândia tenta atrair novos moradores Destination Clutha
Cidade tem salários iniciais de quase R$ 10 mil por mês
FONTE BBC BRASIL 30/06/2016 às 09h 44
A pequena cidade de Kaitangata, na Ilha do Sul, na Nova Zelândia, tem um problema relativamente único: excesso de casas com bons preços e falta de gente para morar nelas. Agora, os moradores estão tentando convencer pessoas que moram nas cidades mais caras do país a se mudar para lá. Cerca de 800 pessoas moram em Kaitangata. No local, há uma escola de ensino fundamental, um bar e uma pizzaria. 23
Na semana passada, a loja de conveniência da cidade fechou porque seus donos se aposentaram. Google
Loja de conveniência fechou após aposentadoria dos donos
A administração de Kaitangata se aliou a empresários locais para oferecer vantagens para novos moradores, como descontos nos custos legais de comprar uma propriedade ou novas oportunidades de trabalho. Em cidades grandes como Auckland, o desemprego é bem maior e a moradia é muito mais cara. Enquanto isso, a região de Clutha, onde fica Kaitangata, tem cerca de 1.000 postos de trabalho disponíveis. Google
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Cidade na Nova Zelândia tem 'empregos demais'
"Quando eu estava desempregado e tinha uma família para alimentar, Clutha me deu uma chance, e agora a gente quer oferecer essa oportunidade para outras famílias kiwi (apelidos dos neozelandeses) que possam estar em dificuldade", diz o prefeito de Clutha, Bryan Cadogen, ao jornal britânico The Guardian. "O desemprego de jovens aqui está em dois. Não 2% só duas pessoas jovens estão desempregadas", conta. Google
Cidade tem apenas dois jovens desempregados
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"Fico desesperado com o jeito que algumas famílias estão tendo de viver atualmente. Muitas das coisas valorizadas pelos kiwis, como ter casa própria e sustentar sua família, viraram um sonho impossível. Para muitas pessoas na Nova Zelândia, a vida é uma labuta eterna. E isso me deixa muito triste." Ele já descreveu alguns dos empregos disponíveis em seu distrito como "fenomenalmente bons", com alguns salários com pagamentos iniciais de 50 mil dólares neozelandeses (cerca de R$ 115 mil) anuais cerca de R$ 10 mil mensais. Uma procura rápida no site de empregos on-line mostra oportunidades nas áreas de enfermagem, construção e nas Forças Armadas. Google
Local tem pizzaria, escola e um bar
Muitas áreas rurais na Nova Zelândia estão enfrentando problemas semelhantes. "Estamos todos competindo por imigrantes e por isso é cada vez mais difícil para municípios rurais, principalmente, atrair pessoas - na verdade até para manter a sua própria população do que era no passado", diz um documento produzido pelo distrito de Clutha. "E enquanto jovens historicamente deixaram o distrito, agora estamos sendo atingidos duplamente com a taxa de natalidade baixa e alto número de idosos." Isso tudo ocorre enquanto outras cidades enfrentam o problema contrário: neste mês, Auckland lançou um projeto que vai pagar pessoas que precisam de moradia social para se mudar da cidade.
Embrapa e Qualcomm querem potencializar drones no campo FONTE ANNA CAROLINA PAPP – JORNAL O ESTADO DE S. PAULO 30 Junho 2016 às 09h 44
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Com sistemas de bordo inteligentes, vants poderão processar imagens e transmiti-las em tempo real à base Se o olho do dono é que engorda o gado – ou, adaptando o ditado, faz crescer a plantação –, uma iniciativa quer oferecer a todo produtor brasileiro “olhos no céu” para monitorar suas lavouras: os drones. Uma parceria da Qualcomm, líder em tecnologia móvel, com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) quer potencializar o uso de drones na agricultura e torná-los mais acessíveis a pequenos produtores. RELACIONADAS:
Vant nacional pode servir aos setores de defesa e agronegócio
O programa, em três fases, vai desenvolver um sistema de bordo inteligente, pelo qual o drone – ou vant – transmite ao agricultor, via rede celular, informações em tempo real sobre a saúde da lavoura. Assim, torna-se possível detectar com precisão focos de pragas, estresse hídrico, déficit de nutrientes e danos ambientais, aumentando a produtividade e otimizando recursos. “Hoje, você tem de colocar o drone para voar, baixar os dados, usar vários programas de processamento e contar com um especialista para fazer a interpretação dos dados”, explica Lúcio de Castro Jorge, que coordena as pesquisas com drones na Embrapa. “Isso pode levar de 5 a 15 dias – o que pode ser tarde demais para corrigir uma praga, por exemplo.” Esse processo fracionado também implica altos custos, uma vez que, além do drone, cujo preço varia de R$ 10 mil a R$ 300 mil, o produtor também precisa investir em softwares, que podem custar até R$ 20 mil, e em computadores de alta capacidade para fazer o processamento – o que faz com que o uso dessa tecnologia fique restrito a grandes grupos. “Hoje, 70% dos produtores são pequenos e médios. A agricultura tecnificada acaba ficando na mão de poucos”, diz Jorge.
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A proposta da parceria é unificar os processos do monitoramento por meio da tecnologia embarcada no próprio drone: o Snapdragon Flight, desenvolvido pela Qualcomm. “Uma só placa conterá toda a eletrônica que o produtor precisa a bordo: câmera, visão computacional, um processador de muita eficiência, algoritmos de processamento para a interpretação dos dados, que é a especialidade da Embrapa, e conectividade”, explica Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm na América Latina. “A mesma placa capta, processa e transmite em tempo real para a base por meio de uma rede celular.” Ainda não há valores definidos, mas a ideia é que o aparelho, a ser produzido em grande escala, possa sair por cerca de R$ 5 mil – ou até menos. “A Qualcomm transformou o celular 28
de uma ferramenta que custava milhares ao que ele é hoje, bastante democrático. A visão que temos para o drone é bastante análoga: deixá-lo tão acessível quanto o celular é hoje para os agricultores de todo o Brasil”, diz Oren Pinsky, diretor de novos negócios da Qualcomm. Após o desenvolvimento do primeiro protótipo, que será apresentado em maio do ano que vem, terá início a segunda fase do programa, com duração de dois anos: testes de campo com uma comunidade de pequenos produtores, em parceria com o Instituto de Socioeconomia Solidária (Ises). “Será feito um acompanhamento com o produtor, para levantar quanto ele gastava antes e depois do drone e os resultados que ele teve na lavoura”, explica Jorge, da Embrapa. A terceira etapa será a criação do Drone Center, que firmará parcerias com fabricantes de vants interessados em embarcar a tecnologia. O projeto será financiado pela Wireless Reach, organização sem fins lucrativos da Qualcomm que cria tecnologias ligadas ao desenvolvimento social e à geração de renda.
BMW deve se aliar a empresas de tecnologia para fazer carro autônomo Anizelli/Folhapress
Foto de BMW elétrico sendo carregado em São Paulo
FONTE REUTERS 30/06/2016 às 10h 01
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A BMW está preparada para anunciar uma aliança para o desenvolvimento de carros autônomos com a especialista em detecção de colisões Mobileye e a fabricante de chips Intel, afirmou uma fonte com conhecimento do assunto. A aliança provavelmente vai ter como foco tecnologia sendo desenvolvida pela Mobileye que dá a veículos guiados por computadores mais reflexos sem intervenção de um motorista. As três companhias afirmaram que vão promover uma entrevista coletiva na sexta-feira, mas não deram detalhes. A entrevista será concedida pelo presidente-executivo da BMW, Harald Krueger, pelo presidente-executivo da Intel, Brian Krzanich, e pelo presidente do conselho da Mobileye, Amnon Shashua. Montadoras de veículos e empresas de tecnologia estão promovendo alianças para comercializar carros autônomos depois que foram pegas desprevenidas por grandes investimentos sendo realizados por companhias do Vale do Silício como Google, Tesla e Apple na área. Nesta semana, montadoras alemãs de veículos, fornecedores de autopeças e as empresas de mapas digitais Here e TomTom anunciaram a criação de um padrão que vai determinar como os dados de rua e performance dos veículos serão transmitidos de carros conectados à Internet para serviços de computação em nuvem. A expectativa é que o padrão ajude na administração de tráfego de veículos autônomos e serviços de frota de veículos. No início de junho, a BMW, maior montadora de carros de luxo, informou que vai lançar um novo modelo com capacidade de condução autônoma em 2021.
Conselho da Petrobras propõe criação de diretoria com foco em estratégia
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FONTE REUTERS 30/06/2016 às 10h 07
O Conselho de Administração da Petrobras vai propor para a Assembleia Geral a criação da diretoria de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão, aumentando de sete para oito o número de membros da Diretoria Executiva, informou a empresa no final da noite de quartafeira (29). O comunicado da Petrobras não indica quem poderá ser o novo diretor. Procurada, a estatal não comentou o assunto imediatamente. "A nova diretoria terá como foco principal reforçar o planejamento estratégico da companhia, assim como auxiliar na definição dos planos de negócio e gestão", disse a empresa em comunicado. A Petrobras reiterou que está discutindo uma revisão de seu planejamento estratégico, o que deve ser concluído em até 120 dias. Segundo a empresa, a nova diretoria também trabalhará para aprofundar os mecanismos de controle de gastos e acompanhamento dos projetos de investimentos, além de representar mais um passo nas modificações da governança corporativa da empresa, implementadas desde abril. A criação da nova diretoria não alterará o montante global da remuneração dos administradores de R$ 28,7 milhões já aprovado em Assembleia Geral, afirmou a Petrobras. A empresa anunciou ainda que também serão feitos ajustes no estatuto para adequar as regras às resoluções da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), como a definição dos requisitos mínimos e impedimentos para a nomeação de integrantes da alta administração. Entre as exigências está, por exemplo, a vedação a que candidatos ocupem cargos de direção na empresa tendo parente até o terceiro grau ocupando outro órgão estatutário. MUDANÇAS A Petrobras informou na madrugada desta sexta-feira que seu Conselho de Administração aprovou a nova composição dos Comitês Estatutários, que têm por objetivo assessorar o colegiado de conselheiros no cumprimento das suas responsabilidades. Os comitês ficaram assim constituídos: - Estratégico, com a nomeação dos conselheiros Segen Farid Estefen (presidente), Guilherme Affonso Ferreira e, ainda, como membro externo, do senhor Reinaldo Guerreiro; - Financeiro, com a nomeação dos conselheiros Guilherme Affonso Ferreira (presidente), Francisco Petros Oliveira Lima Papathanasiadis e, ainda, como membros externos, dos senhores Carlos Antonio Rocca e Clemir Carlos Magro; - de Remuneração e Sucessão, com a nomeação dos conselheiros Francisco Petros Oliveira Lima Papathanasiadis (presidente), Jerônimo Antunes, Walter Mendes de Oliveira Filho; 31
- de Segurança, Meio Ambiente e Saúde, com a nomeação dos conselheiros Betania Rodrigues Coutinho (presidente), Segen Farid Estefen e, ainda, como membro externo, da senhora Sonia Consiglio Favaretto.
Concentração em EAD é o maior desafio para Kroton FONTE JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 30 Junho 2016 às 09h 19
Levantamento obtido pelo Broadcast, serviço de tempo real da Agência Estado, aponta que as duas maiores do setor no País detêm fatia de mais de 90% do mercado de ensino à distância em 208 cursos, oferecidos em 51 municípios No caso de uma fusão entre Kroton e Estácio, o mercado de ensino à distância (EAD) é o que demanda mais atenção em relação à concorrência. Levantamento obtido pelo Broadcast, serviço de tempo real da Agência Estado, aponta que as duas maiores do setor no País detêm fatia de mais de 90% do mercado de ensino à distância em 208 cursos, oferecidos em 51 municípios. O estudo considera as possíveis complicações no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no caso de uma fusão entre as duas. RELACIONADA:
Ser Educacional faz nova proposta pela Estácio
O levantamento mostra também que, se o corte for feito quando o market share somado supera 60%, há 415 cursos, distribuídos em 70 municípios. A análise do Cade nesse segmento é complexa. No primeiro grande caso do tipo julgado pelo órgão – a fusão de Kroton e Anhanguera, em 2013 –, surgiu a determinação de que a análise concorrencial no ensino à distância (EAD) deve ser feita levando em conta tanto a concentração no mercado nacional um todo quanto em cada curso e região. A Kroton tem procurado descartar preocupações, porém, afirmando que o EAD não é o foco de uma transação com a Estácio. A empresa afirma em conversas que o total de cursos das duas companhias no ensino à distância é de mais de 7,5 mil e que, por isso, os cursos com alta concentração representam apenas 3,6% do total. Em termos nacionais, a Kroton já é dona das duas maiores instituições de EAD brasileiras: a Unopar e a Uniderp. Juntas, elas representam 38% do mercado privado nacional de ensino à distância, segundo dados recentemente compilados pela consultoria Hoper Educação. A Estácio tem outras duas instituições que somam 9% de market share, de acordo com a Hoper, que se baseou em dados do Ministério da Educação. A principal aposta da Kroton é na venda dos negócios de EAD da Estácio. Assim, ainda que todas essas correções tivessem que ser desfeitas, representariam pouco mais de 5% da receita líquida da combinação das companhias, diz uma fonte com conhecimento do assunto. Fontes de mercado dizem, no entanto, que a venda de uma parte dos ativos de EAD da Estácio pode não ser viável, visto que o ativo está dentro da Universidade Estácio de Sá e que, pelas regras do Ministério da Educação, não é possível vender apenas algum curso de uma universidade. E a venda da Universidade Estácio como um todo ou da Uniderp, unidade de ensino a distância da Kroton, poderia inviabilizar o negócio. Economia da Argentina recua 0,7% no 1º trimestre deste ano
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Transição na Argentina
FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, LUCIANA DYNIEWICZ DE BUENOS AIRES 30/06/2016 às 02h 00
Puxado por uma retração na indústria, o PIB da Argentina diminuiu 0,7% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o último trimestre de 2015. Foi a terceira queda consecutiva na atividade econômica do país. No último e no penúltimo trimestre do ano passado, a retração do PIB havia sido de 0,4% e 0,1%, respectivamente. Além da indústria, que recuou 16,3%, os gastos públicos e os investimentos estão entre os principais responsáveis pelo resultado negativo eles diminuíram 10,6% e 10,1%. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB argentino avançou 0,5%. Para Daniel Artana, da consultoria Fiel, os números foram até melhores do que o esperado. O economista previa que não houvesse incremento na comparação do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2015 devido aos reajustes feitos pelo presidente Mauricio Macri, como desvalorização da moeda e aumento de até 500% nas tarifas de água e luz. REVISÃO O governo de Macri também divulgou na quarta (29) uma revisão no PIB desde 2005. Durante o período kirchnerista (2003-2015), funcionários do Indec (o IBGE argentino) denunciaram que os índices econômicos eram manipulados. Entidades internacionais como o FMI censuraram o país. Segundo as taxas de crescimento revistas pelo macrismo, o PIB do ano passado ficou em 720,6 bilhões de pesos (em valores de 2004). Considerando os percentuais apresentados pelo 33
kirchnerismo, o PIB teria sido de 817,5 bilhões de pesos (valores de 2004) –13,4% a mais que o atual dado oficial. Até 2008, há poucas diferenças entre os números dos dois governos. Em 2008, dados da atual Presidência indicam até uma alta maior no PIB (4,1%) que os da antecessora (3,1%). A divergência começa a aparecer no ano seguinte. Segundo informações divulgadas na quinta pelo Indec, em 2008, a atividade econômica caiu 6% na Argentina. Antes, acreditava-se que a retração havia sido de 0,5%.
Pesquisa indica que 56% das pessoas fazem pedidos semanais via delivery FONTE MÁRCIO RODRIGUES – JORNAL O ESTADO DE S.PAULO 30 Junho 2016 às 11h 11
Ainda segundo o levantamento, o principal horário dos pedidos são o jantar no final de semana e os homens são os que mais solicitam comida entregue em casa SÃO PAULO - Um levantamento sobre os hábitos de consumo via delivery mostrou que mais da metade dos usuários deste tipo de serviço, cerca de 56%, fazem pedidos semanais. Destes, 14% realizam pedidos mais de duas vezes por semana; 18%, duas vezes; e os outros 24% realizam um pedido semanalmente. Os dados obtidos pelo Broadcast fazem parte de uma pesquisa conduzida pela plataforma de delivery iFood juntamente com o Ibope. Através da plataforma ConectaÍ, foram entrevistadas 1.800 pessoas de diversas cidades. RELACIONADA:
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Ainda segundo o levantamento, os principais horários dos pedidos são o jantar no final de semana (67%), jantares durante a semana (46%) e o almoço aos sábados e domingos (20%). A análise também revelou que os homens são os que mais solicitam (54%) e que a classe B é a que mais consome comida via delivery (69%), seguida da C (17%) e da classe A (14%). A região Sudeste é a que mais pede (49%), seguida por Nordeste (22%), Centro Oeste/Norte (15%) e Sul (14%).
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A análise também revelou que os homens são os que mais solicitam (54%) e que a classe B é a que mais consome comida via delivery E ao contrário do que parece ser o senso comum, o levantamento indicou que aqueles que moram sozinhos não são os que mais consomem via delivery. Esse perfil se encaixa em somente 8% dos consumidores, ficando na quarta posição, atrás daqueles que possuem a companhia de cônjuge e filhos (41%), dos que moram com amigos ou outros parentes (29%) e aqueles que moram somente com algum companheiro (18%). O estudo apontou ainda um crescimento do uso da tecnologia no momento das solicitações. Atualmente, aplicativos para smartphones e a internet já representam 38% dos pedidos, enquanto o telefone, meio mais antigo e tradicional, representa 62%. Dentre os que realizam por meios digitais, os principais motivos para utilizar são: a facilidade de fazer o pedido (64%), acesso ágil ao cardápio (55%) e não precisar falar com o atendente (51%). Para o CEO do iFood, Felipe Fioravante, a tendência é de que os modelos tradicionais deixem de estar no topo. "Nós vivemos em uma sociedade que começa a ter gerações nativas da tecnologia. Então a visão de interação entre consumidores e empresas é diferente", diz. "É muito importante conhecer de forma detalhada toda a cadeia de consumo, saber quem é o usuário e os hábitos dele, identificar como eles agem, pois pode ser o diferencial em um mercado tão competitivo", avalia o CEO do iFood.
Dólar cai pelo 3º dia, a R$ 3,20; Bolsa sobe, apesar do recuo do petróleo Carlos Severo/ Fotos Públicas
Moeda americana tem nova rodada de desvalorização global
FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, EULINA OLIVEIRA DE SÃO PAULO 30/06/2016 às 12h 44
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O otimismo global com se mantém pelo terceiro pregão consecutivo, com as apostas de que os bancos centrais adotarão medidas para minimizar os efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia, chamada de "Brexit". O dólar recua em quase todo o mundo, e as Bolsas sobem. O petróleo, porém, opera em queda. A moeda americana cai mais de 1% ante o real, para a casa dos R$ 3,20, renovando a cotação mínima em pouco mais de 11 meses. O Ibovespa iniciou a sessão em queda, pressionado pelas ações da Petrobras, que recuam seguindo o movimento do petróleo no mercado internacional. Há pouco, o índice virou e passou a operar em alta. O dólar à vista caía 1,51%, a R$ 3,2019, enquanto o dólar comercial perdia 1,11%, a R$ 3,2020. Além do cenário externo, contribui para a valorização do real a perspectiva de que o Banco Central não atuará no câmbio. A leitura do mercado é de que o BC deixará o dólar cair livremente para combater a inflação. O operadores comentam que a formação da taxa Ptax do último dia do mês, que serve de referência a vários contratos cambiais e é calculada pelo Banco Central, influencia os negócios nesta sessão. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 avançava de 13,885% para 13,920%, ainda reagindo às expectativas de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano no curto prazo. O contrato de DI para janeiro de 2021, porém, caía de 12,210% para 12,120%, embutindo as projeções de recuo da inflação no longo prazo. Os investidores aguardam para esta quinta-feira uma decisão do CMN (Conselho Monetário Nacional) sobre uma eventual redução da meta de inflação de 2018 para 4% ou 4,25%, ante a meta atual de 4,5%. " A meta de inflação para 2018 pode ser reduzida em relação a 2017, o que poderá trazer nova rodada de aposta em manutenção de juros elevados por mais tempo", comenta a equipe de análise da Lerosa Investimentos, em relatório. O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, recuava há pouco 0,62%, aos 318,144 pontos. BOLSA O Ibovespa subia há pouco 0,34%, aos 51.173,48 pontos. As ações da Petrobras perdiam 1,15%, a R$ 9,39 (PN), e 1,21%, a R$ 11,43 (ON), pressionados pelo recuo do petróleo no mercado internacional. As ações da Vale avançavam 0,85%, a R$ 12,98 (PN) e 2,03%, a R$ 16,03 (ON), beneficiadas pelo avanço do minério de ferro na China. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhava 1,58%; Bradesco PN, +0,91%; Banco do Brasil ON, +1,09%; Santander unit, +0,22%; e BM&FBovespa ON, +2,84%. EXTERIOR Após uma abertura fraca, as Bolsas na Europa e em Nova York ganharam impulso após o presidente do BoE (Banco da Inglaterra), Mark Carney, ter dito que o banco central provavelmente teria de promover mais estímulos à economia britânica durante o verão, após o "Brexit". 36
Na Europa, a Bolsa de Londres ganhava 1,96%; Paris, +1,18%; Frankfurt, +0,85%; Madri, +0,91%; e Milão, +1,86%. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones subia 0,68%; o S&P 500, +0,69%; e o Nasdaq, +0,72%. Na Ásia, as principais Bolsas fecharam com pouca variação, em um movimento de realização de lucros. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzen, subiu 0,08%; o índice de Xangai perdeu 0,07%. A Bolsa de Tóquio avançou 0,06%. Após duas sessões de fortes altas, o petróleo Brent, negociado em Londres, perdia 1,58%, a US$ 49,81 o barril; o petróleo tipo WTI, negociado em Nova York, caía 2,00%, a US$ 48,88 o barril.
Diferença entre tarifas de bancos chega a 447,5%, diz pesquisa FONTE JORNAL O ESTADO DE S. PAULO, YOLANDA FORDELONE 30 Junho 2016 às 12h 59
Levantamento do Procon-SP comprova que não pesquisar preços pode sair caro ao consumidor: ao ano, cliente pode gastar até R$ 200 a mais se escolher o serviço mais caro
Não pesquisar preços, inclusive nos serviços bancários, é uma atitude que pode sair cara ao consumidor. Pesquisa do Procon-SP revelou que a diferença de valores cobrados nas tarifas bancárias pode chegar a 447,50%. No serviço “Pagamento de contas utilizando a função crédito do cartão”, o preço varia de R$ 4 (Banco do Brasil) a R$ 21 (Santander). A diferença pode parecer pouco quando vista individualmente, mas um consumidor que utilize o serviço uma vez por mês gastaria R$ 48 em um banco e R$ 252, em outro, uma diferença de R$ 200. 37
A pesquisa analisou e comparou serviços prioritários e pacotes padronizados de sete instituições financeiras: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Safra e Santander. Na comparação entre 2015 e 2016, a maior variação encontrada foi de 198,25% no serviço “Depósito Identificado” no Banco do Brasil. Em junho do ano passado, o custo deste serviço era de R$ 2,85, enquanto neste ano é de R$ 8,50. Na comparação entre os bancos, a maior diferença foi encontrada no Pacote Padronizado IV. O menor valor cobrado é de R$ 25,50 no HSBC, enquanto que no Itaú o mesmo pacote custa R$ 36 (41,18% mais caro). Os bancos são obrigados a oferecer quatro tipos de pacotes de serviços padronizados pelo Banco Central no intuito de facilitar a comparação de preços por parte dos consumidores (Confira os pacotes nas quatro últimas tabelas deste site). Três dicas ao usar o serviço bancário 1. Serviços gratuitos O Procon lembra que o Banco Central também estabelece uma lista de serviços gratuitos. Fazer até quatro saques por mês, por exemplo, é de graça. (Veja a lista completa de serviços nas duas primeiras tabelas). 2. Verifique os descontos Caso quiser contratar um pacote, o consumidor deve verificar se os serviços inclusos atendem à sua necessidade. Também vale conversar com o gerente para ver se a instituição financeira oferece algum desconto no pacote em função do relacionamento com o banco. 3. Pesquise preços pela internet Na comparação de preços, além do sites dos bancos, é possível checar o site da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) que já reúne as tarifas de todas as instituições. Veja a pesquisa completa do Procon-SP.
SAIBA COMO ESTÁ O RIO EM RELAÇÃO À MOBILIDADE PARA OS JOGOS OLÍMPICOS Metrô e BRT terão funcionamento parcial durante a disputa. Programe-se! FONTE JORNAL O ESTADO DE S.PAULO, Roberta Pennafort 30 Junho 2016 às 05h 50
A 35 dias para a Olimpíada, nem a linha 4 do metrô, entre Ipanema e Barra da Tijuca, nem o BRT Transolímpica, corredor exclusivo de ônibus que liga o Recreio a Deodoro, principais meios de deslocamento do público que assistirá às competições, foram inaugurados no Rio de Janeiro. Ainda assim, o Governo do Estado e a prefeitura, responsáveis pelas obras, respectivamente, divulgam que sairão vencedoras do desafio da mobilidade nos Jogos Olímpicos. RELACIONADAS:
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A previsão para o início da operação do metrô é 1º de agosto, apenas quatro dias antes da cerimônia de abertura. Para o corredor da Transolímpica não foi divulgada uma data, mas se estima que seja nos próximos 30 dias. A diferença é que sobre a abertura do metrô, obra cuja conclusão conta com recursos federais, ainda pairam dúvidas, enquanto os 25 quilômetros da Transolímpica já estão prontos – segundo a Secretaria Municipal de Obras, “faltam apenas ajustes finais”.
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Nos dois modais, o funcionamento durante o evento não será pleno: como estará num esquema de “soft opening”, a linha 4 só será acessível a pessoas que tiverem o cartão olímpico, e não para toda a população. Com o cartão, o passageiro poderá embarcar também em outros meios de transporte, sem limite do número de viagens por dia. Ele está à venda pela internet, a partir de R$ 25, com entrega pelo correio. Em agosto, também será vendido em máquinas ATM (como os caixas eletrônicos). O intervalo entre as composições do metrô será de oito minutos, quase quatro vezes maior do que o atual, que chega a dois minutos e 15 segundos no trecho mais veloz, Central-Botafogo.
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No caso do BRT, só três das 18 estações que compõem a Transolímpica - Centro Olímpico, Magalhães Bastos e Recreio - estarão abertas. A primeira leva ao Parque Olímpico, que concentra 16 modalidades. A segunda, ao Complexo Esportivo de Deodoro, com 11. A estação Recreio servirá ao embarque nos quatro serviços especiais do BRT: Vila Militar-Recreio, Centro Olímpico-Jardim Oceânico, Centro Olímpico-Vicente de Carvalho e Golfe Olímpico-Jardim Oceânico. Para os Jogos, os principais meios de transportes de massa estarão interligados às 32 áreas de provas, aos principais centros financeiros e culturais, além dos aeroportos. “A gente vem trabalhando nos últimos sete anos para chegar nesse momento. Nosso grau de segurança é total: a cidade está pronta, com ou sem metrô”, afirma o secretário de Coordenação de Governo da prefeitura, Rafael Picciani, que esteve à frente da pasta de Transportes até maio. O chamado plano B para a mobilidade, a ser posto em prática caso o metrô não fique pronto, inclui o deslocamento de BRT para o percurso entre a zona sul, onde serão as competições de vôlei de praia, ciclismo de estrada (Copacabana), canoagem de velocidade e remo (Lagoa), assim como boa parte da rede hoteleira, e o Parque Olímpico, na Barra, o coração dos Jogos. A existência do plano alternativo não é prenúncio do fracasso do metrô, diz o secretário estadual de Transportes, Rodrigo Vieira: “Errado seria não ter plano B. Um evento desse porte tem plano B, C, D. Mas, com base nos nossos cronogramas, não há possibilidade de o metrô não ficar pronto”. NÚMEROS R$ 9,7 bilhões devem ser gastos na linha 4 do metrô Ipanema - Barra (foto). A obra do Governo do Estado, com suporte financeiro do Governo Federal, é a mais atrasada e cara dos Jogos Olímpicos; 25 quilômetros do BRT Transolímpica, ainda não inaugurado, estão prontos. A obra é de responsabilidade da prefeitura do Rio; 26 quilômetros de vias estarão disponíveis prioritariamente para ônibus, táxis e o deslocamento da “família olímpica”: atletas, delegações e autoridades em veículos credenciados do evento. 40
PÚBLICO SERÁ COBAIA', DIZ ESPECIALISTA SOBRE O METRÔ PARA OS JOGOS ‘
Governo do Estado discorda e destaca: testes do sistema Ipanema-Barra ocorrem há mais de um mês FONTE JORNAL O ESTADO DE S.PAULO, Roberta Pennafort 30 Junho 2016 às 05h 50
O público da Olimpíada vai ser cobaia da linha 4 do metrô”, afirma Ronaldo Balassiano, pesquisador na área de planejamento de transporte da pós-graduação em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que trabalhou de 2012 a 2014 no projeto de mobilidade da Empresa Olímpica Municipal. A Secretaria Estadual de Transportes sustenta que os trens da linha 4 estão sendo operados desde o início do ano nas linhas 1 e 2, e que os testes do sistema novo já têm mais de um mês, minimizando o risco de algum problema. Balassiano acha temerário o início da operação se dar quatro dias antes do começo dos Jogos – para a finalização do metrô, principal legado olímpico, o Estado, falido, depende de R$ 500 milhões prometidos pelo governo federal. “Não estou dizendo que pode acontecer um desastre, e sim problemas de operação, o que seria uma vergonha: o Rio passando recibo de que não está preparado. O metrô nem chegou à Barra, não tem como testar a linha toda, checar sinalização, portas, escadas rolantes, elevadores. O mais prudente seria o plano B”, defende o engenheiro, frisando que a baldeação metrô-BRT será novidade para cariocas e turistas do Rio (são esperados 800 mil, sendo 350 mil estrangeiros, segundo a Riotur, empresa municipal de turismo). Balassiano lembra que o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do centro enfrentou pane no primeiro dia útil de funcionamento (6 de junho), por queda de energia, e os passageiros saltaram no meio da viagem. Apesar das críticas, Balassiano não considera que os espectadores da Olimpíada enfrentarão grandes dificuldades para chegar aos locais de prova – o engenheiro conta com o bom funcionamento dos BRT’s Transolímpica, Transoeste e Transcarioca. O Plano Olímpico de Mobilidade prevê a destinação de faixas exclusivas para a “família olímpica”, em vias como a Linha Amarela, a Avenida das Américas e o Aterro do Flamengo. As rotas devem diminuir o tempo de deslocamento do público e dos moradores do Rio. Também com esse objetivo haverá feriados municipais no dia da abertura (5/8), no dia da prova de triatlo, em Copacabana (18/8), e no dia seguinte ao encerramento (22/8), quando será forte o fluxo de saída do Rio.
ORIENTAÇÕES DE TRÁFEGO NAS ÁREAS NÃO TRADICIONAIS PARA OS JOGOS A prefeitura do Rio está criando rotas e sinalizações para o público não perder as disputas olímpicas FONTE JORNAL O ESTADO DE S.PAULO, Roberta Pennafort 30 Junho 2016 às 05h 50
A prefeitura do Rio está criando rotas e orientações para os moradores (47% do público da Olimpíada) e os visitantes (53% do total) não sofrerem no trânsito, especialmente nas áreas não tradicionais da cidade. Chegar à praia de Copacabana, o Maracanã e o Sambódromo, servidos de metrô, é fácil. Mas ao Parque Olímpico, na Barra da Tijuca (que receberá 52% dos espectadores), e à Vila Militar, em Deodoro (12%), requer planejamento. 41
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“Era um grande desafio levar os jogos à toda a cidade, e não só às áreas turísticas. Ir a Deodoro parece ser o mais complexo, mas pela Transolímpica vai ser mais rápido e tranquilo”, minimiza o secretário Rafael Picciani. Ele, no entanto, deixa ainda um espaço para o imponderável: “Londres tem a melhor rede de metrô do mundo e houve paralisação durante os Jogos Olímpicos. Nosso plano de contingência está absolutamente dimensionado”.
Oito estações provisórias do BRT na zona sul e no centro, que serão usadas caso a linha 4 do metrô não seja aberta, estarão prontas em 5 de agosto. Elas servirão ao BRT noturno para o retorno do público, trabalhadores e voluntários que deixarem de madrugada o Parque Olímpico. Para evitar congestionamentos e dificuldades para estacionar, a prefeitura recomenda o transporte de massa.
A indignação do povo FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA 30/06/2016 às 02h 00
Em meio a uma crise profunda, nós brasileiros nos sentimos muito mal. Mas com a saída do Reino Unido da União Europeia, o mundo rico, liberal e global está se sentindo igualmente muito mal, derrotado como nós nos sentimos derrotados. A saída dos britânicos da União Europeia é um fenômeno político com a mesma origem do grande crescimento dos partidos e candidatos de extrema-direita na Europa e nos Estados 42
Unidos. Ele se deve ao apoio crescente que os trabalhadores e os pobres vêm dando a esses partidos. Dessa maneira, esses setores manifestam seus protestos contra um sistema político no qual a ideia de nação e a solidariedade que a acompanha foram abandonadas. Contestam um liberalismo econômico radical que ignora os interesses das pessoas e seus direitos. O capitalismo chegou ao apogeu com o desenvolvimentismo social-democrático do pósguerra, mas nos anos 1970 uma crise de gravidade média foi suficiente para que esse período cedesse lugar aos anos neoliberais, nos quais só interessam a competição universal e os lucros e dividendos dos vitoriosos -dirigentes e acionistas-rentistas das grandes empresas globais. A virada de um desenvolvimentismo social para um liberalismo radical é geralmente situada em 1979-1980, mas há um outro momento que provavelmente é mais paradigmático. Refirome ao ano de 1992, quando o Tratado Norte-americano de Livre Comércio (Nafta) aceitou a adesão do México. Não me lembro de ter visto, antes, uma manifestação dos trabalhadores americanos tão forte e clara contra uma política pública como a que houve então. Eles sabiam que a entrada do México implicaria a transferência das fábricas para esse país e significaria o desemprego e a queda dos salários. Por que isso aconteceu nos Estados Unidos em 1992 e não, por exemplo, 50 anos antes? Essencialmente porque 50 anos antes a nação americana era forte; ainda que trabalhadores e capitalistas conflitassem, eles estavam também associados, pois os salários dos trabalhadores e os lucros dos capitalistas-empresários dependiam de um mercado interno que era a maior riqueza das duas classes sociais. Em 1992, isso deixara de ser verdade. Desde então, e mais ainda hoje, os dividendos dos rentistas das empresas multinacionais e os altos salários de seus dirigentes originam-se mais do exterior, do mercado global, do que dos mercados internos. Dessa maneira, a ideia de nação foi profundamente enfraquecida nos países ricos. Foi suficiente para que se continuasse a defender um liberalismo econômico radical, não obstante a concorrência crescente dos países em desenvolvimento tirasse empregos de seus trabalhadores. Seus economistas supunham que, na concorrência, os mais ricos sempre ganhariam, mas quem mais ganhou com a globalização e o neoliberalismo foram a China, a Índia e outros países asiáticos que conservaram a ideia de nação, aproveitaram a mão de obra barata e alcançaram taxas extraordinárias de crescimento e melhoria de vida. A força do capitalismo esteve sempre baseada em um pacto nacional, em uma relação entre nacionalismo desenvolvimentista e liberalismo econômico. Isso foi esquecido pelas elites globais, e o resultado, no plano econômico, são crises financeiras, aumento da desigualdade e baixo crescimento; no plano político, a indignação do povo. LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, 81, é professor emérito da Fundação Getulio Vargas. Foi ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado e da Ciência e Tecnologia (governo FHC)
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Ficaremos melhor fora da União Europeia FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, ANTHONY OHEAR 30/06/2016 às 02h 00
Na semana passada, 17,4 milhões de britânicos apoiaram a saída do Reino Unido da União Europeia. Jamais tantos britânicos votaram a favor de alguma coisa. Esses 17,4 milhões de pessoas votaram contra o primeiro-ministro, David Cameron, contra o ministro das Finanças, George Osborne, contra os líderes dos partidos Trabalhista e Liberal e até mesmo contra os conselhos de Barack Obama e Angela Merkel, sem falar de multidões de especialistas e celebridades convocadas para exortar todos nós a votar pela União Europeia. Foi, de fato, o povo britânico votando contra o establishment. Mas essas pessoas votaram a favor do quê? A União Europeia é um projeto de racionalismo político nunca antes realizado: a unificação de 28 nações distintas, sem língua, história, tradições econômicas ou instituições comuns. É administrada por uma burocracia considerada arrogante e antidemocrática mesmo por seus defensores. As reformas que todos admitem ser necessárias nunca se concretizaram. Em vez disso, a União Europeia aperta e centraliza seu controle, não obstante os fracassos manifestos em questões como o euro (a moeda comum), a migração e as disputas sobre fronteiras internas. Ademais, na perspectiva britânica, a abordagem racionalista adotada no bloco a questões políticas e judiciais fundamentais é muito diferente da visão que nós temos há 800 anos da liberdade e do Estado de Direito. Uma corte europeia que não responde a ninguém nos diz o que podemos e não podemos fazer em questão de direitos humanos e muitos outros temas. Muitas das leis que temos de obedecer nos chegam de Bruxelas e não são decididas por nosso Parlamento: leis sobre a construção imobiliária, ensaios clínicos, questões ambientais, horários de trabalho e até mesmo sobre os criminosos estrangeiros que podemos ou não deportar, para citar exemplos recentes. Mesmo as leis aprovadas por nosso Parlamento, o mais antigo do mundo, precisam ser reexaminadas para assegurar que estejam em conformidade com as diretrizes da União Europeia. Votar pelo Brexit (saída britânica do bloco europeu) foi uma reafirmação do controle democrático por parte da população do Reino Unido. A imigração exerceu um papel enorme nisso, porque há uma década e meia recebemos ondas enormes de imigrantes -500 mil no ano passado em uma ilha pequena e já superpovoada. Todavia, não significa que todos os apoiadores do Brexit sejam xenófobos ou contra a imigração. Muitos de nós somos a favor da imigração e amamos a Europa e o resto do mundo. Trata-se, simplesmente, de recuperar o controle de nosso próprio país. Não apenas de nossas fronteiras mas da vida nacional, de modo geral. Antes de ingressarmos no bloco europeu, em 1973, o grande general Charles de Gaulle, presidente da França, havia avisado que o Reino Unido jamais se enquadraria nele. Ele tinha razão. Desde 1973, há atritos constantes e improdutivos entre nós e nossos parceiros europeus. 44
Os 27 países remanescentes da União Europeia ficarão melhor sem nós naquele que é, basicamente, o projeto deles. E nós também ficaremos melhor, reconquistando nossa independência, com relações de amizade com o resto da Europa, mas também com nossos olhos e corações abertos ao resto do mundo -EUA, Índia, África, Oriente Médio, e, é claro, Brasil. ANTHONY O'HEAR, britânico, é professor de filosofia na Universidade de Buckingham (Reino Unido) e diretor do Royal Institute of Philosophy, em Londres. Tradução de CLARA ALLAIN
Boca-livre FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, EDITORIAL editoriais@uol.com.br 30/06/2016 às 02h 00
Cada vez mais, felizmente, verifica-se que as investigações da Operação Lava Jato vão deixando de constituir um ponto fora da curva no combate à corrupção no país. Registraram-se, recentemente, iniciativas da Polícia Federal fora do âmbito do chamado petrolão, em casos como o das contas de campanha de Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, e o da Operação Custo Brasil que levou o ex-ministro petista Paulo Bernardo a ser preso por seis dias. Numa ação conjunta da PF em São Paulo, no Rio e em Brasília, abre-se agora a caixa-preta das irregularidades na Lei Rouanet. Segundo os investigadores da Operação Boca-Livre, armara-se desde 2001 um esquema destinado a obter vantagens dos mecanismos de isenção tributária previstos na legislação de incentivo à cultura. Ao longo desse período, cerca de R$ 180 milhões teriam sido desviados em benefício de atividades estranhas aos projetos originais. No exemplo mais gritante, uma cerimônia de casamento numa praia em Florianópolis foi financiada com recursos oficialmente destinados a atividades culturais. O noivo era o herdeiro de um grupo empresarial especializado em conseguir a benesse tributária, com atuação no Ministério da Cultura e na Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Apresentações musicais para público de baixa renda eram irregularmente substituídas por shows de interesse privado, como os que, segundo a PF, serviram para entretenimento de convidados de um escritório de advocacia ou de uma empresa de produtos químicos. Tudo, repita-se, financiado por isenções de impostos: o que equivale a dizer que provinha do conjunto da população brasileira o pagamento de tertúlias voltadas ao deleite de alguns convivas. O escândalo coincide com uma crescente onda de críticas ao funcionamento da Lei Rouanet, instrumento que sem dúvida necessita de urgente aprimoramento. O sistema de renúncia fiscal para incentivo à cultura não se confunde, entretanto, com uma fraude em que não se incentivou a cultura, e sim o puro proveito privado.
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Por ausência de fiscalização, projetos em tese meritórios como a distribuição de livros à população carente financiaram publicações de cortesia para clientes de empresas ou a biografia de um empresário que, com isso, liberava-se de pagar parte de seus impostos. Abusos desse tipo haverão de se ter multiplicado ao longo da vigência da Lei Rouanet. Cabe revisá-la em seus critérios e amplitudes, mas nenhuma modificação terá eficácia se faltar a fiscalização adequada e, sempre que necessário, a pronta punição dos corruptos.
Entre o velho e o novo FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, EDITORIAL editoriais@uol.com.br 30/06/2016 às 02h 00
Pela segunda vez em seis meses, a Espanha votou para escolher um novo governo. O pleito de domingo (26), entretanto, não resolveu o impasse que desde dezembro paralisa a política do país. A disputa do final do ano passado sepultou o bipartidarismo espanhol, protagonista desde os anos 1980, e marcou a ascensão de novos atores. O desejo de mudança resultou num Parlamento fragmentado e diversificado ideologicamente. A ausência de um acordo forçou a convocação de nova eleição. No final de semana, novamente, nenhuma sigla conquistou a maioria dos 350 assentos do Legislativo e o direito de governar a Espanha. O Partido Popular (PP), do premiê interino Mariano Rajoy, melhorou seu desempenho e obteve 137 cadeiras ante 123 em dezembro. A outra sigla tradicional, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), amealhou 85, cinco a menos que no pleito anterior. Entre as novas forças políticas, a coalizão esquerdista liderada pelo Podemos ficou aquém das expectativas pesquisas colocavam-na à frente do PSOE e conquistou os mesmos 71 assentos de antes. O Cidadãos, de centro, viu sua bancada diminuir de 40 para 32 lugares. Há quase cem anos, em outro contexto, o pensador italiano Antonio Gramsci escreveu que "a crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer". Guardadas as diferenças, o raciocínio se aplica à situação vivenciada pela Espanha. Enquanto uma parcela expressiva do eleitorado espanhol rejeita os partidos tradicionais, as siglas emergentes ainda não demonstraram força suficiente para substituí-los. A repulsa à elite política decorre, de um lado, dos diversos escândalos de corrupção que a atingiram recentemente; de outro, de sua incapacidade de estancar os efeitos da crise econômica de 2008, que perduram até hoje. Apesar do retorno do crescimento nos últimos anos, a Espanha ainda ostenta uma das maiores taxas de desemprego entre os países desenvolvidos (21%) que chega a 45% entre os jovens. É nesse contexto de insatisfação que vicejaram os novatos Podemos e Cidadãos. O primeiro, herdeiro dos protestos de 2011 contra medidas de austeridade econômica; o segundo, mesclando uma posição mais à esquerda no campo social com um discurso pró-mercado. 46
Juntos, o velho e o novo têm agora o desafio de alcançar um acordo que enfim permita à Espanha formar um governo. Entre reanimar o passado e fortalecer o futuro, precisam, antes, resolver o presente.
Indústria eletroeletrônica reduz ritmo de demissões FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, MARIA CRISTINA FRIAS 30/06/2016 às 03h 00
As demissões da indústria de eletroeletrônicos começam a desacelerar, sinal de que uma estabilização no saldo de funcionários pode estar próxima, aponta a Abinee, que representa o setor. Em seu 16º mês consecutivo de cortes, em maio, o total de empregados caiu 0,2% -a menor retração desde fevereiro do ano passado. O resultado indica uma retomada da confiança dos empresários, diz o presidente da entidade, Humberto Barbato. "Os cortes continuam, mas não deverão voltar ao ritmo dos últimos meses. A partir de agosto ou setembro, já esperamos ver uma recuperação dos negócios", afirma. As contratações, porém, deverão vir só em 2017. No acumulado de 12 meses até maio, foram eliminados 15% dos empregos da indústria. O principal motivo de otimismo das empresas é a troca de governo. Ao menos 66% delas se dizem confiantes na melhora da economia. O desempenho, no entanto, ainda foi negativo para a maior parte do setor. A taxa de companhias que viram suas vendas caírem foi de 57% em maio. A porcentagem das que tiveram aumento dos pedidos foi de 27%, quatro pontos percentuais a mais que no mês anterior. As exportações são apontadas como alternativa por ao menos 37% das empresas, que elevaram suas vendas para fora neste ano. "Mas elas ainda influenciam pouco na manutenção dos empregos da indústria como um todo." Demorou, mas saiu O shopping center Pátio Paulista vai ampliar seu espaço de lojas em 35% com a adição de um anexo. O investimento de R$ 130 milhões veio dos sócios Brookfield, Funcef (fundo de pensão patrocinado pela Caixa Econômica Federal) e de duas famílias. A expansão chega atrasada. O plano era ter inaugurado o novo espaço há três anos, segundo Filipe Vasconcelos, diretor-executivo da Brookfield.
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"O processo para obter o Habite-se demorou. Daí veio a desaceleração e alguns dos lojistas que estavam contratados preferiram sair", afirma Vasconcelos. O perfil dos locatários foi alterado. O shopping acertou a entrada de um supermercado, um teatro e negocia com uma academia. O aumento de área chega em um momento de maior concorrência, com novos centros comerciais na região, e com a restrição a veículos na avenida Paulista aos domingos. "Sentimos um reflexo. O fluxo de automóveis caiu 25% aos domingos. Agora estamos com um projeto de um bicicletário de ponta." Junho em Mercado Aberto
Comércio paulista eleva em 10% sua intenção de expandir negócio Após atingir seu pior patamar em maio, o índice de expansão do comércio paulista, que avalia a intenção de investir e contratar, subiu 10,9% em junho -o melhor resultado mensal deste ano, aponta a FecomercioSP. O desempenho, no entanto, ainda é 8% mais baixo que no mesmo período de 2015. O fator que mais cresceu foi a perspectiva de contratações (15,3%), diz Vitor França, da entidade. "Desligar um funcionário é custoso, não vale a pena se o empresário acredita na retomada da economia." O índice que mede a situação atual subiu bem menos, 1,5%. "A expectativa não se sustenta sozinha, é um voto de confiança do empresário."
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A entidade também tem se mostrado mais otimista e está revisando para cima a previsão de receita de 2016, que no começo deste ano era de queda de 5%. "A retração deve ser menor", diz França. Sem nota, sem filtro O contrabando de cigarros no Estado de São Paulo cresceu 169% entre 2010 e o ano passado, segundo dados da ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação). "O Estado aumentou impostos, sem uma fiscalização adequada. É como um incentivo para o consumo de produtos falsificados", diz Rodolpho Ramazzini, da ABCF. De 2010 a 2015, a evasão fiscal desse produto em São Paulo somou R$ 2,15 bilhões Presença... A Security, uma empresa de segurança terceirizada, vai montar um centro de operações que servirá aos condomínios com o serviço de controle a distância por uma portaria virtual. ...distante Quem tocar a campainha dos prédios vai falar com um porteiro remoto. Estão previstos investimentos em treinamento e pessoal. Os aportes somam R$ 35 milhões.
É o dólar caindo, caindo A nova perspectiva de valorização do real tem como fundamento a retomada da confiança na economia FONTE JORNAL O ESTADO DE S. PAULO Celso Ming 29 Junho 2016 às 21h 00
As cotações do dólar mergulharam 10,35% apenas em junho (até esta quarta-feira) e já não se enxerga o fundo da barroca. É uma situação que começa a exasperar dirigentes da indústria e outros analistas que identificam nesse movimento tendência perigosa a nova temporada de perda de competitividade do setor produtivo. São os mesmos que, no passado, acusaram os governos anteriores de usar e abusar do câmbio como âncora contra a alta de preços. A nova perspectiva de valorização do real tem como fundamento a retomada da confiança na economia. É menos capital medroso que sai e mais corajoso que entra.
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O Banco Central poderia evitar novos tombos do dólar por meio de compras de moeda estrangeira no mercado. No entanto, na entrevista que concedeu na última terça-feira, o novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, lembrou o distinto público que o regime vigente é de câmbio flutuante e que eventuais intervenções não se farão contra tendências firmes do mercado - serão feitas “com parcimônia”. A informação foi entendida como disposição de deixar que a retomada da confiança e a baixa do dólar, que a ela se seguir, trabalhem a favor da queda da inflação. Os mais aflitos com mais essa robusta valorização do real argumentam que um dos fatores que mais atraem capitais para cá, especialmente os especulativos e que assim concorrem para acentuar a baixa da moeda estrangeira, são os juros excessivamente altos no Brasil. Por enquanto, é um argumento que não encontra respaldo nos fatos. Não há indícios de entrada significativa de capitais que aportem por aqui para ganhar com os juros. As informações mais recentes, divulgadas terça-feira no Relatório de Inflação, mostram que, nos cinco primeiros meses do ano, houve saída líquida (e não entrada líquida) de recursos aplicados em carteira. Foram nada menos que US$ 11,8 bilhões negativos e, pelas projeções do Banco Central, deverão ser de pelo menos US$ 12,8 bilhões, também negativos, ao longo de todo o ano. A questão de fundo consiste em saber como fica a indústria que aparentemente terá de remar contra mais essa corrente adversa. Essa pergunta não tem resposta fácil. O que se pode dizer é que o câmbio não é a causa da baixa competitividade da indústria brasileira. Ela tem de ser procurada na carga tributária excessiva, nas péssimas condições de infraestrutura, na falta de reformas e na falta de acordos comerciais que lhe deem acesso preferencial a seus produtos. É descabido tentar compensar esse jogo contra apenas com o câmbio, especialmente se esse câmbio supostamente favorável à indústria acabe por acentuar a desarrumação da economia. 50
A melhor maneira de fortalecer a indústria não é jogo de retranca, mas é garantir solidez aos fundamentos da economia. É o que dará previsibilidade e condições de investimento. Um câmbio artificial teria efeito contrário, porque cria incertezas: a qualquer momento estaria sujeito a enfrentar o realismo da dança das moedas. CONFIRA:
Continua ruim O índice de desocupação no Brasil medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua manteve-se nos 11,2% no trimestre móvel terminado em maio. É resultado ligeiramente melhor do que o esperado que, no entanto, não deve enganar. As condições do mercado de trabalho ainda não apontam para melhora. Ao contrário, tendem a piorar. Mesmo se a atividade econômica (PIB) voltar a crescer, é improvável que o emprego siga no mesmo ritmo porque o empresário tentará produzir mais ocupando capacidade ociosa, e não aumentando os fatores de produção.
Combate à corrupção e agentes públicos FONTE JORNAL O ESTADO DE S. PAULO Sandro Cabral e Sérgio Lazzarini* 30 Junho 2016 às 05h 00
No início de junho de 2016, por meio da Operação Bota-Fora, foi revelado um grande esquema na retirada de resíduos das obras do Complexo Esportivo de Deodoro, parte da infraestrutura da Olimpíada do Rio. Empresas do consórcio responsável teriam falsificado registros dos volumes de descarte das obras, gerando um prejuízo estimado em R$ 85 milhões ao erário. A partir de auditorias conduzidas por agentes da antiga Controladoria-Geral da União (CGU), a ação deflagrada foi minuciosamente planejada e, além da CGU, contou com a participação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal. Agindo juntos esses órgãos puderam trocar informações que, combinadas, auxiliaram na compreensão da magnitude do esquema. 51
O exemplo acima mostra que, para identificar e punir desvios, é crucial íntima colaboração entre agentes públicos. A própria Operação Lava Jato, em suas diversas fases, resultou de operações articuladas entre diversos órgãos. Tais interações não apenas aceleram o processo de coleta de provas e julgamento, como também evitam que os próprios implicados tentem omitir, distorcer ou destruir provas. Porém, a colaboração entre diversos agentes públicos em operações de combate à corrupção necessita de alguns fatores para ser efetiva. É preciso haver condições institucionais mínimas que permitam a troca de informações entre os diferentes órgãos e que minem as possibilidades de vazamento dos achados da investigação. Em adição, a existência de corpo técnico altamente capacitado e motivado é condição essencial para a colaboração. De fato, ações bem-sucedidas necessitam de diversas competências dificilmente encontradas dentro de uma única agência – como, por exemplo, estratégias de investigação, conhecimento de técnicas de lavagem de dinheiro, contabilidade, análise de grandes bases de dados, conhecimento sobre os dispositivos legais existentes, dentre outras. E, para além daexpertise de agentes púbicos, processos colaborativos exitosos requerem a formação de mecanismos de confiança mútua entre os profissionais envolvidos, o que só uma interação contínua pode trazer. A observação do comportamento de nossas diversas agências de combate à corrupção ao longo da última década mostra que estamos construindo um aparato consistente para prevenção e detecção de desvios. Mas é preciso que comportamentos capazes de minar ações colaborativas sejam desestimulados e rechaçados com veemência. Por exemplo, não há nada mais nocivo ao processo colaborativo do que a apropriação dos esforços coletivos por parte de um pequeno grupo de indivíduos. A construção da confiança e o compartilhamento de informações exigem um verdadeiro trabalho em equipe, deixando de lado egos, holofotes e interesses particulares. É preciso também que os mecanismos atuais de combate à corrupção por meio de ações colaborativas sejam aperfeiçoados, para que corruptos não se aproveitem da falta de articulação entre os órgãos envolvidos e saiam impunes. As denúncias do expresidente da Transpetro Sérgio Machado à Procuradoria-Geral da República sugerem que empreiteiros que fizeram acordos de delação premiada com o MPF omitiram informações relevantes capazes de incriminar determinados políticos envolvidos em esquemas de corrupção. Dessa forma, acreditamos que o caminho para minimizar problemas de coordenação passa pela contínua interação entre nossos órgãos de accountability e pela vigilância mútua para denunciar os problemas, por meio de forças-tarefa multidisciplinares cobrindo funções complementares da esfera pública. Vale citar que essa já é prática comum nas melhores organizações. Por fim, intenso monitoramento entre pares e transparência são bons remédios para frear eventuais tentativas de afrouxamento dos controles por parte daqueles implicados em desvios. Não há melhor momento para promover o debate sobre a necessária cooperação entre os diferentes órgãos de combate à corrupção. *São professores do Insper. E-mails: sandroc2@insper.edu.br / sergiogl1@insper.edu.br
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Produtor busca elevar a estagnada produtividade de soja Marcelo Justo - 27.mar.2012/Folhapress
Colheita do final da safra de soja na fazenda Morro Azu, do grupo A. Maggi, no Mato Grosso FONTE JORNAL FOLHA de S. PAULO, MAURO ZAFALON 30/06/2016 às 02h 00
Em um ano de forte adversidade climática, período em que a produtividade de soja do país ficou abaixo de 50 sacas por hectare, o produtor João Carlos da Cruz, do município de Buri (SP), obteve 120 sacas. O resultado foi obtido em um desafio de produtividade máxima do Cesb (Comitê Estratégico Soja Brasil), do qual participaram 4.400 produtores de todo o país. É um resultado fora do normal para os dias de hoje, mas está incluído na missão do Cesb, que quer ser referência em produtividade de soja em todo o país, segundo Nery Ribas, presidente do comitê. Há dez anos estagnada em um volume próximo de 3.000 quilos por hectare por safra, a produtividade de soja poderá subir 10% até 2020. Esta é, pelo menos, a meta do comitê. Os dados atuais apontam que o país, enquanto avança em área plantada, mantém sem evolução a produtividade da oleaginosa. Se os produtores conseguissem elevar a produção média nacional para 55 sacas por hectare – ante a média de 50 sacas atuais–, o país produziria 10 milhões de toneladas a mais nos 33 milhões de hectares semeados atualmente.
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Esse aumento de produtividade resultaria em um volume financeiro de R$ 10 bilhões a mais no bolso dos produtores, conforme cálculos de José Cícero Aderaldo, vice-presidente da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, do Paraná. Elevar a produtividade é muito bom e necessário para o produtor, principalmente para os períodos de preços baixos da oleaginosa. Marcos da Rosa, presidente da Aprosoja Brasil (Associação Brasileira dos Produtores de Soja) adverte, no entanto, "que os custos de produção não podem vir atrás desse aumento de produtividade". Se vier, o produtor não terá benefícios nessa obtenção de maior produção. Rosa julga, também, que o aumento de produtividade deverá vir, em boa parte, dos conhecimentos tecnológicos brasileiros. "Não podemos mais ser o índio levando o pau-brasil para os navios portugueses." Ou seja, o país deverá achar uma maneira de reter mais seus pesquisadores, em especial nas redes públicas. A pesquisa está cada vez mais nas mãos das multinacionais. "Elas são parceiras, mas estão ficando com a nossa inteligência", diz ele. Para Ribas, a busca de um aumento da produtividade idealizado pelo Cesb é uma provocação nos produtores. Mas esse avanço de maior produção por hectare não vem de um ano para outro. Ele sucede a um manejo integrado adequado por vários anos. Cuidados com solo e inovação tecnológica também são essenciais nesse caminho, segundo Ribas. Alguns produtores vêm obtendo aumento de produtividade acompanhando, ano a ano, o desenvolvimento do solo e buscando melhores variedades. A meta do comitê para a safra 2016/17 é atingir pelo menos 143 sacas por hectare, superando o recorde de 142 sacas da safra 2014/15. No concurso de produtividade desta safra, a 2015/16, os dez primeiros lugares do desafio do Cesb obtiveram uma média de produção de 109 sacas por hectare. Já a média dos 4.400 produtores participantes desse concurso fica em 79 sacas, bem acima da nacional, que foi de 49 sacas. O jornalista viajou a Maringá (PR) a convite do Cesb.
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