Programação CAD-CAM em MasterCAMV5.pdf
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Copyright © abril 2016, FCA – Editora de Informática, Lda. ISBN: 978-972-722-830-0 Copyright © 2016, FCA – Editora de Informática, Lda. ISBNimpressa: edição impressa: 978-972-722-842-3 1.ª edição abril 2016 1.ª edição impressa: outubro 2016
Paginação: Alice Simões Impressão e acabamento: A definir Paginação: Rosa Quitério Depósito Legal N.º Aguardar Impressão e acabamento: Cafilesa – Soluções Gráficas, Lda. – Venda do Pinheiro Capa: José Manuel Reis Depósito Legal n.º 416516/16 Ilustração daJosé capa: Miguel– Look-Ahead Montenegro Capa: M. Ferrão Marcas Registadas de FCA – Editora de Informática,
Marcas registadas de FCA – Editora de Informática, Lda. –
Todos os nossos livros passam por um rigoroso controlo de qualidade, no entanto, aconselhamos a consulta periódica do nosso site (www.fca.pt) para fazer o download de eventuais correções.
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Os nomes comerciais referenciados neste livro têm patente registada. Os nomes comerciais referenciados neste livro têm patente registada. Reservados todos os direitos. Esta publicação não pode ser reproduzida, nem transmitida, no todo ou em parte, por qualquer processo eletrónico, fotocópia, digitalização, sistema de armazenamento disponibilização de Reservados todos osmecânico, direitos. Esta publicação não pode sergravação, reproduzida, nem transmitida, no todo ou emeparte, por qualquer processo eletrónico,sítio mecânico, fotocópia, sistema de armazenamento e disponibilização de informação, sítio Web, informação, Web, blogue oudigitalização, outros, semgravação, prévia autorização escrita da Editora, exceto o permitido pelo CDADC, emblogue ou outros, semprivada prévia pela autorização escrita da Editora,para exceto o permitido pelo Privada, CDADC, através em termos de cópia privada pela AGECOP – termos de cópia AGECOP – Associação a Gestão da Cópia do pagamento das respetivas – Associação para a Gestão da Cópia Privada, através do pagamento das respetivas taxas. taxas.
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Índice
Prefácio....................................................................................................................................XI Sobre o Livro..........................................................................................................................xiii PARTE I – Fabrico Assistido por Computador 1. Fresagem – Conceitos Gerais...........................................................................................3
1.1. Introdução...................................................................................................................... 3
1.2. Importar/Exportar Formatos Cad.................................................................................. 5 1.2.1. Formatos Neutros Mais Utilizados para Conversão............................................ 7
1.3. Parâmetros de Corte..................................................................................................... 8
1.4. Ferramentas................................................................................................................. 14 1.4.1. Ferramentas Mais Comuns Utilizadas numa Fresadora................................... 15 1.4.2. Classificação das Fresas.................................................................................. 20 1.5. Processos de Fresagem – Sentido de Corte.............................................................. 22
1.6. Bloco de Material......................................................................................................... 25
1.7. Zero-peça.................................................................................................................... 26 1.8. Planos de Segurança e Trabalho................................................................................ 27
Exercícios Propostos.......................................................................................................... 29 2. Maquinação.......................................................................................................................31
2.1. Facejar (Facing)........................................................................................................... 31
2.2. Contorno (Contour)...................................................................................................... 41
2.3. Cavidade (Pocket)....................................................................................................... 54 2.4. Furação (Drill).............................................................................................................. 70
2.5. Roscagem por Interpolação (Thread Mill)................................................................... 74 2.6. Maquinação de Alta Velocidade (Dynamic Mill).......................................................... 81
Exercícios Propostos.......................................................................................................... 89 PARTE II – Aplicação Prática 3. Exercícios Resolvidos......................................................................................................95
3.1. Exercício Prático 1....................................................................................................... 95 3.1.1. Desenho............................................................................................................ 95 3.1.2. Sequência de Maquinação................................................................................ 97 © FCA – Editora de Informática
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3.1.3. Material.............................................................................................................. 98 3.1.4. Maquinação....................................................................................................... 99 Desbastes........................................................................................................ 102 Acabamentos................................................................................................... 121 Furação: Pontear............................................................................................. 130 Furação: Furos Roscados M8......................................................................... 138 Furação: Furos Mandrilados Ø12H7................................................................ 142 Quebrar Arestas e Escarear Furos................................................................. 147 Mandrilar Furos de Ø12H7.............................................................................. 153 Roscagem M8................................................................................................. 157 Pós-Processamento........................................................................................ 161 3.2. Exercício Prático 2..................................................................................................... 163
3.2.1. Desenho.......................................................................................................... 163 3.2.2. Sequência de Maquinação.............................................................................. 165
3.2.3. Material............................................................................................................ 165 3.2.4. Maquinação..................................................................................................... 166 Facejar............................................................................................................. 171 Desbastes........................................................................................................ 175 Acabamentos................................................................................................... 197 Quebrar Arestas..............................................................................................206 Furação............................................................................................................ 214 Roscagem M35x1.5......................................................................................... 216 Pós-Processamento........................................................................................ 222 3.3. Exercício Prático 3..................................................................................................... 225 3.3.1. Desenho.......................................................................................................... 226 3.3.2. Sequência de Maquinação.............................................................................. 227 3.3.3. Material............................................................................................................ 227 3.3.4. Maquinação – Primeiro Aperto........................................................................ 228 Furação............................................................................................................ 230 Maquinação da Ilha Circular de Ø70 mm........................................................ 234 Maquinação do Sextavado..............................................................................238 Maquinação do Diâmetro Interior do Furo M60.............................................. 239 Quebrar Arestas ............................................................................................. 241 Roscagem Interior M60x1.75........................................................................... 245
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Índice
Substituição do Tipo de Máquina.................................................................... 252 3.3.5. Maquinação – Segundo Aperto....................................................................... 254 Maquinação da Ilha Circular de Ø60 mm........................................................ 259 Quebrar Arestas ............................................................................................. 264 Roscagem Exterior M60x1.75......................................................................... 267 Pós-Processamento........................................................................................ 273 Índice Remissivo................................................................................................................... 277
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O AUTOR
JOAQUIM ROCHA Licenciado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP). Especialista na área de CAD/CAM do CENFIM, com vários anos de experiência de formação para profissionais nas áreas do Desenho Assistido por Computador (CAD), Controlo Numérico Computorizado (CNC) e Fabrico Assistido por Computador (CAM). Autor do livro Programação de CNC para Torno e Fresadora, editado pela FCA.
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Prefácio
O CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, hoje reconhecido parceiro no âmbito da Formação Profissional para os colaboradores e empresas do setor, tem-se empenhado em deixar um legado que se reflete nos mais de 225 mil técnicos qualificados durante os 30 anos da sua existência, celebrados em 2015. Esse é o nosso legado imaterial relativo ao conhecimento e competência dos Recursos Humanos do setor. Porque a Formação ao Longo da Vida faz parte da nossa génese, entendemos alargar o nosso contributo agora orientado para o legado material, fruto de uma acumulação de saberes e know-how que constituem já o nosso espólio, que queremos deste modo partilhar. Esta nova coleção, que adota a sigla MeM (Metalurgia e Metalomecânica), pretende fazer parte desse contributo, não só para os profissionais do setor, como também para o sistema de Educação e Formação, que é um dos pilares da sustentabilidade da Indústria, e porque não dizê-lo de um país. Não nos esquecemos da potencialidade da sua utilização em todos os países de língua oficial portuguesa, cuja carência de documentação técnica é também reconhecida. A todos os leitores, o nosso obrigado por confiarem neste novo projeto, só possível com o empenho e contributo dos nossos Técnicos de Formação e Formadores, a quem fica, desde já também, o nosso reconhecido agradecimento. Manuel Grilo Diretor do CENFIM A coleção MeM procura ser uma referência no meio editorial português com a produção de conteúdos técnicos direcionados para a formação do setor Metalomecânico. Este setor da indústria tem sido um dos mais estimulados pela revolução tecnológica e, por isso, cada vez mais ávido de mão-de-obra fortemente qualificada. Nos últimos anos, a eletrónica e a informática transformaram completamente um setor que vivia num ritmo lento. Atualmente, qualquer profissional qualificado sabe seguramente mais do que saberia há duas décadas. Nesta vertiginosa mudança, é fundamental saber cada vez mais e absorver esses conhecimentos de uma forma cada vez mais célere. Então, como resolver este problema de dotar os nossos formandos com mais conhecimento em menos tempo? Recorrendo ao próprio formando, incutindo-lhe o gosto pela autoaprendizagem e a vontade de ir sempre mais além, procurando o seu ritmo, pois cada indivíduo tem um lugar central no seu processo formativo. Para isso, precisa-
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mos de dotar o nosso sistema de formação profissional de recursos técnico-pedagógicos que facilitem e promovam um modelo de autoformação. Os métodos de ensino aplicados na Formação Profissional, e no Ensino em geral, baseiam-se, comummente, numa perspetiva muito homogénea e pouco individualizada. Não denotam particular atenção às dificuldades ou necessidades específicas de cada formando ou ao incremento de um desenvolvimento mais célere daqueles que evidenciam maior autonomia. A dinâmica da nossa formação está muito orientada para uma vertente expositiva e centrada no formador. Aos Professores e Formadores reserva-se o anseio de que os livros sirvam de inspiração para que desenvolvam os seus recursos técnico-pedagógicos, orientados para um modelo de autoformação alicerçado na autoaprendizagem. Assim, os recursos devem ser o mais completos possível, para que o formando os possa seguir com a máxima autonomia. Américo Costa Especialista na área de CAD/CAM do CENFIM
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Sobre o Livro
O livro está dividido em duas partes, sendo que a primeira é teórica e a segunda totalmente prática. Na primeira parte, o primeiro capítulo apresenta uma ligeira abordagem aos principais fatores que envolvem a programação CAM, por exemplo, importação e exportação de modelos CAD, planos de segurança, principais ferramentas e parâmetros de corte utilizados na fresagem, etc. O segundo capítulo é constituído pelo manual das principais estratégias de maquinação 2½D do software adotado. A segunda parte é composta por três exercícios resolvidos passo a passo onde o leitor, para além de colocar em prática os conhecimentos adquiridos de forma autónoma, terá de aplicar as operações de corte mais importantes utilizadas na fresagem. No final de cada um dos capítulos da primeira parte, são colocadas perguntas de escolha múltipla para que o leitor possa consolidar e validar os conhecimentos adquiridos.
Software Utilizado O objetivo principal desta obra é a apresentação de exercícios práticos de maquinação resolvidos com um sistema CAM, por isso e naturalmente, é necessário adotar um sistema para exemplificar cada uma das maquinações. O software adotado será o mastercam x9 porque é uma aplicação de referência com forte implementação na indústria da metalomecânica, não só no panorama nacional como também no panorama mundial.
Metodologia Estimular a autoaprendizagem e a independência do formando na utilização dos sistemas CAM (Computer Aided Manufacturing) não é tarefa fácil, muito menos desenvolver recursos técnico-pedagógicos que consigam torná-lo totalmente autónomo. É recomendável que o utilizador desta obra tenha como requisitos conhecimentos de modelação CAD (Computer Aided Design), programação CNC (Computer Numerical Control), maquinação em fresagem, ferramentas de corte, sistemas de aperto e controlo dimensional. No entanto, e como poderá ser possível que este não detenha estes conhecimentos, serão abordadas somente as principais funções de cada um destes assuntos. Os exercícios resolvidos de maquinação serão realizados em 2½D, isto é, o utilizador seleciona as geometrias 2D que definem a forma final do componente e posteriormente na estratégia de maquinação, introduz a profundidade de corte. Ao
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longo destes exercícios serão utilizadas as operações de corte mais comuns e aplicadas as principais estratégias de maquinação, permitindo ao utilizador sem experiência resolvê-los. Desta forma, a metodologia adotada será: Apresentar
os formatos de CAD mais utilizados e adequados para a troca de dados (importar e exportar) entre os diferentes sistemas de CAD e CAM;
Mostrar
a importância de especificar corretamente o material em bruto, a ferramenta de corte e o seu suporte, e, eventualmente, o sistema de aperto durante a maquinação no CAM;
Exemplificar
como pesquisar e obter os parâmetros de corte e a importância da aplicação correta durante a maquinação;
Apresentar Explicar
algumas das ferramentas de corte e suportes mais comuns na fresagem;
os conceitos de zero-peça, planos de trabalho e de segurança;
Descrever
funções;
as principais operações de corte na maquinação a 2½D e as suas principais
Demonstrar,
maquinação;
de forma simples e passo a passo, a resolução de três exercícios de
Disponibilizar alguns exercícios propostos para o formando praticar em total autonomia.
Destinatários Este livro foi escrito tendo como principal objetivo e desafio primordial a formação, nomeadamente os formandos e todos os autodidatas. Porém, devido à sua vertente prática é também indicado para estudantes e professores, bem como para os profissionais da área de CNC e de CAM.
Para os Cursos de: Técnico de Maquinação e Programação CNC | Operador de Máquina-Ferramenta CNC | Técnico de CAD/CAM | Técnico de Desenho de Construções Mecânicas | Técnico de Desenho de Moldes | Tecnologia Mecatrónica | Tecnologia Mecânica.
Complementos na Web As soluções dos exercícios propostos, bem como outros materiais complementares encontram-se disponíveis na página do livro em www.fca.pt. XIV
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PARTE I
Fabrico Assistido por Computador
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1 Fresagem Conceitos Gerais Este primeiro capítulo tem como objetivo dar ao utilizador uma visão geral de quais os principais conceitos associados ao fabrico assistido por computador aplicado na fresagem. Além de serem abordadas algumas das funções gerais e comuns a qualquer sistema CAM, é feita uma abordagem à fresagem, nomeadamente ao tipo de ferramentas mais vulgares, aos parâmetros de corte e às técnicas de maquinação.
1.1. Introdução Atualmente, nos diversos setores de atividade onde a maquinação tem um papel relevante no ciclo produtivo de um componente, as tecnologias CAD, CAM e CNC estão cada vez mais presentes nas diferentes indústrias, tornando-se assim ferramentas vulgares e muito úteis. CNC (Computer Numerical Control) é um sistema que permite o controlo automático de diferentes tipos de máquinas, por exemplo: tornos, fresadoras, mandriladoras, eletroerosão, laser, etc. Com este sistema é possível o controlo em simultâneo de vários eixos a partir de informações numéricas ou alfanuméricas (códigos G) definidas sequencialmente num programa. CAD (Computer Aided Design) é um sistema computacional utilizado na criação, modificação, análise e otimização de desenhos técnicos. Para além da boa qualidade dos desenhos e de facilitar e aumentar a produtividade do utilizador, pode gerar de forma automática outros tipos de informações, por exemplo, lista de materiais e outros conjuntos de instruções para as atividades de produção, tais como: bases de dados gráficas de componentes, desenhos, simulação gráfica interativa, armazenamento e acesso a documentos, edição de documentos técnicos, etc.
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CAM (Computer Aided Manufacturing) significa Fabrico Assistido por Computador e consiste num sistema que agrega um conjunto de tarefas relacionadas com a maquinação, permitindo gerar automaticamente programas CNC a partir de modelos desenhados em CAD. Embora ambas as tecnologias se encontrem bastante desenvolvidas nos dias de hoje, na maioria das indústrias estas ferramentas são utilizadas de forma tradicional, isto é, ainda existem as figuras do desenhador e do programador. Provavelmente a tendência futura será o desaparecimento destes utilizadores e passaremos a ter um só que reunirá bons conhecimentos de CAD, CAM e CNC, e desta forma o mesmo utilizador desenvolverá todo o processo produtivo de um determinado produto. Certamente será um desafio para este futuro técnico e que lhe exigirá muitos mais conhecimentos nas diferentes áreas, mas para a maioria das indústrias só introduzirá vantagens, por exemplo, tendo em conta que as funções do projeto do produto e a engenharia da produção devem estar inteiramente integrados com o fabrico e com a maquinação, será possível desenvolver o produto em função destas, evitando assim os constrangimentos provocados por projetos realizados por desenhadores que não têm noção de como o produto será maquinado e fornecer informações mais detalhadas ao operador sobre a maquinação. Por isso, a terminologia CAD/CAM é muito comum e representa a integração das duas tecnologias num único sistema. Atualmente, os sistemas CAM estão amplamente difundidos no meio industrial, e as suas aplicações são abrangentes quanto ao domínio de atuação. Para além de planearem e gerirem todo o processo de maquinação, permitem a geração de programas CNC para diversos setores da indústria e máquinas-ferramenta, por exemplo: torneamento, fresagem, corte de chapa, robôs, sistemas de manipulação de materiais, sistemas de controlo dimensional, etc. No entanto, é na maquinação, e em particular na fresagem, que o CAM encontra a sua maior aplicação. A utilização de um sistema CAM no processo de maquinação apresenta diversas vantagens, no entanto, destaca-se como sendo a mais relevante a sua utilização na maquinação de modelos 3D com geometrias complexas, normalmente modelados em sólidos ou superfícies. Para além de ser humanamente impossível programar manualmente este tipo de modelos, com o sistema CAM é mais fácil obter o rigor dimensional exigido pelo projeto, porque a precisão dos pontos gerados é muito superior aos programados pelo método manual. Existem outras vantagens como, por exemplo, a redução da probabilidade do programador errar na programação; a simulação da maquinação, que permite visualizar se a forma geométrica do modelo maquinado está correta, se existem colisões entre a ferramenta e a máquina ou entre a ferramenta e o sistema de aperto; a informação do tempo real da maquinação; a folha de fabrico com a sequência de todas as operações de maquinação e das ferramentas utilizadas; etc. O objetivo ao utilizar um sistema CAM é obter o programa CNC de forma automática, vulgarmente conhecido por pós-processamento. Para isso, e explicando de forma muito simples: num modelo CAD, é necessário utilizar estratégias de maquinação com ferramentas de corte adequadas, aplicar os parâmetros de corte corretos e, no final, simular e gerar o programa CNC automaticamente.
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2 Maquinação Neste capítulo serão abordadas as operações de corte mais comuns e serão aplicadas as principais estratégias de maquinação para que o utilizador sem experiência possa resolver os exercícios propostos. Por este motivo, apenas serão usadas estratégias a 2½D e as operações de maquinação aplicadas nos exercícios serão: Contorno (Contour), Cavidade (Pocket), Furação (Drill), Roscagem por Interpolação (Thread Mill), Fresagem HSM (Dynamic Mill) e Facejar (Facing). Assim, ao longo deste capítulo serão apresentadas as operações de maquinação e explicadas as principais funções de cada uma delas.
2.1. Facejar (Facing) Partindo do princípio que a matéria-prima se encontra em estado bruto, esta operação utiliza-se para limpar a parte superior garantindo assim a sua planeza e o acabamento superficial pretendido (Figura 2.1).
Figura 2.1 – Representação Facing
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Para selecionar a operação clique no ícone Face (Figura 2.2).
ou no menu Toolpaths e selecione a opção
Figura 2.2 – Menu Toolpath Type - Facing
Na estratégia de maquinação Facing temos os seguintes menus: Tool – Para além de permitir selecionar uma ferramenta já existente nas bibliotecas ou criar uma nova, é neste menu que se introduz os parâmetros de corte. O menu Tool (Figura 2.3) contém as seguintes opções:
Menu
Figura 2.3 – Menu Tool - Facing Tool
Diameter – Diâmetro da ferramenta;
Corner
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Radius – Raio do canto da ferramenta;
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Maquinação
Exercícios PROPOSTOS Para testar os conhecimentos adquiridos neste capítulo, responda às seguintes perguntas (soluções no site da editora, em www.fca.pt). 1. Qual a correta sequência de operações de corte para a obtenção de um furo roscado? a) Furação, roscagem e quebra de arestas. b) Roscagem, furação e quebra de arestas. c) Furação, quebra de arestas e roscagem. 2. Em todas as estratégias de maquinação no menu Tool existe um campo denominado por Tool #, qual o seu significado? a) Indica o número da ferramenta que corresponde à sua posição na máquina. b) Indica o número de offset da ferramenta. c) Indica o número da ferramenta na biblioteca das ferramentas. 3. Na estratégia de maquinação Facing, qual o significado da opção Roughing Angle? a) Indica o ângulo do percurso da ferramenta em relação ao eixo X. b) Indica o ângulo do percurso da ferramenta em relação ao eixo Y. c) Indica o ângulo da pastilha de corte. 4. Na estratégia de maquinação Facing, qual o significado da distância especificada em Max Stepover? a) Especifica a profundidade máxima a que a ferramenta pode descer no eixo Z. b) Especifica o incremento lateral da ferramenta entre cada passagem. c) Especifica a altura da pastilha de corte. 5. Num contorno exterior, para conseguir uma maquinação concordante, que tipo de compensação do raio da ferramenta deve escolher? a) Nenhuma (Off). b) A compensação a escolher deverá ser à direita (Right). c) A compensação a escolher deverá ser à esquerda (Left). 6. Na estratégia de maquinação Contour, qual o significado da opção Stock To Leave On Walls? a) Especifica a sobre-espessura a deixar para acabamento nos eixos X e Y. © FCA – Editora de Informática
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b) Especifica a sobre-espessura a deixar para acabamento no eixo Z. c) Especifica o valor do offset a atribuir ao raio da ferramenta. 7. Na estratégia de maquinação Contour, qual o significado da opção Stock To Leave On Floors? a) Especifica a sobre-espessura a deixar para acabamento nos eixos X e Y. b) Especifica a sobre-espessura a deixar para acabamento no eixo Z. c) Especifica o valor do offset a atribuir ao raio da ferramenta. 8. Onde se especifica o valor dos incrementos em Z em qualquer uma das estratégias de maquinação? a) No menu Break Through e na opção Max Through Amount. b) No menu Depth Cuts e na opção Max Rough Step. c) No menu Linking Parameters e na opção Depth. 9. Na estratégia de maquinação Contour, qual o significado da opção Adjust Start of Contour existente no menu Lead In/Out? a) Estender ou encurtar o início do percurso da ferramenta. b) Estender ou encurtar o fim do percurso da ferramenta. c) Especificar um novo ponto inicial do percurso da ferramenta. 10. Qual a estratégia de maquinação recomendada para o desbaste de uma cavidade circular? a) A estratégia recomendada é a Parallel Spiral. b) A estratégia recomendada é a ZigZag. c) A estratégia recomendada é a True Spiral. 11. Para quebrar arestas, qual a estratégia de maquinação que deve utilizar? a) A estratégia Pocket e o tipo de cavidade Open pocket. b) A estratégia Contour e o tipo de contorno 2D Chamfer. c) A estratégia Drill e o tipo de furação Counterbore. 12. Na furação, quais as vantagens de utilizar a estratégia de furação Cycle Peck Drill? a) A quebra de apara e o menor tempo de maquinação. b) A quebra de apara e o maior tempo de refrigeração. c) A quebra da apara, a limpeza do furo e o maior tempo de refrigeração.
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3 Exercícios Resolvidos Terminada a abordagem aos principais conceitos que a tecnologia CAM envolve e às principais estratégias de maquinação 2½D utilizadas na fresagem, vamos agora aplicá-los. Os seguintes exercícios resolvidos irão abranger as operações de corte mais importantes que serão aplicadas de forma simples, para que o utilizador sem experiência os possa resolver seguindo-os passo a passo.
3.1. exercício prático 1 Faz todo o sentido que o primeiro exercício seja de fácil execução e que contenha as estratégias de maquinação mais vulgares. Assim, neste exercício as estratégias utilizadas serão Contour, Pocket, Drill, Reamer e Tap e serão executadas da forma mais simples.
3.1.1. Desenho Atualmente na indústria, todos os componentes obtidos por maquinação partem de um desenho técnico que deve conter diversas informações relativas ao produto. Destas informações, sem dúvida, que as dimensões, o tipo de material, a quantidade e o acabamento superficial, são as mais importantes. A Figura 3.1 representa uma perspetiva isométrica do modelo que será maquinado neste exercício; e, a Figura 3.2, onde o modelo está representado em duas dimensões, contém toda a informação técnica necessária para o seu fabrico.
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Figura 3.1 – Modelo 3D do Exercício 1
Toleranciamento geral ISO 2768-mK Figura 3.2 – Desenho técnico do Exercício 1
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Exercícios Resolvidos
3.1.2. Sequência de Maquinação O fabrico de um componente mecânico, na maioria das vezes, evolui de um estado inicial, correspondente ao bloco de matéria-prima, até à peça final acabada de acordo com o desenho de fabrico. As tolerâncias associadas às cotas nominais, bem como os estados de acabamento de superfícies especificados no desenho devem ser rigidamente respeitadas. Uma sequência de maquinação consiste num conjunto de operações determinadas, cumpridas de maneira cronológica e global. Essas operações são executadas segundo um determinado aperto do bloco em bruto ou da peça semi-acabada (peça fundida, por exemplo). Esta sequência é determinada pelo operador e deve respeitar a qualidade pretendida para a peça com o menor custo possível. No menor custo possível está incluído um menor tempo de maquinação e, para isso, uma das estratégias a seguir é minimizar o número de apertos da peça.
Sequência de Operações de Maquinação – Exercício 1: 1. Desbaste do contorno exterior. 2. Desbaste da cavidade de 75x60 mm. 3. Desbaste do rasgo de 40 mm de largura. 4. Acabamento do contorno exterior. 5. Acabamento da cavidade de 75x60 mm. 6. Acabamento do rasgo de 40 mm de largura. 7. Pontear furos roscados M8. 8. Pontear furos mandrilados Ø12H7. 9. Furação dos furos roscados M8. 10. Furação dos furos mandrilados Ø12H7. 11. Quebrar arestas ao contorno, cavidade e rasgo. 12. Escarear furos roscados M8. 13. Mandrilar furos Ø12H7. 14. Roscar M8. As cotas nominais nos desenhos de fabrico que não tenham tolerâncias individuais especificadas devem respeitar o toleranciamento geral indicado, normalmente, na
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