Índice
Agradecimentos
Créditos das imagens
Prefácio
Sobre o livro
Capítulo 1 – A (r)evolução da fotografia
1
1.1 Introdução
2
1 1.2 Pioneiros da fotografia
3 1.2.2 Louis Jacques Mandé Daguerre
1.2.1 Joseph Nicéphore Niépce
4 1.2.3 William Henry Fox Talbot 6 1.2.4 Hippolyte Bayard
8 1.2.5 John Herschel
9 1.2.6 Frederick Scott Archer
10 1.2.7 James Clerk Maxwell
11 1.2.8 Louis Arthur Ducos du Hauron 12 1.2.9 Richard Leach Maddox
13 1.2.10 George Eastmann
14 1.2.11 Gabriel Lippmann
16 1.2.12 Auguste e Louis Lumière
Fotografia com Câmara Digital e Smartphone
1.2.13 Harold Eugene Edgerton
1.2.14 Oskar Barnack
1.2.15 Leopold Mannes e Leopold Godowsky Jr.
1.2.16 Edwin Herbert Land
1.3 Processos analógicos vs. processos digitais
1.4 Das câmaras fotográficas eletrónicas à primeira câmara fotográfica digital
1.5 Os primeiros telemóveis equipados com câmaras digitais
1.6 As simulações de filme na era da fotografia digital
1.7 Fotógrafos que deve conhecer
1.8 Entidades em Portugal que deve conhecer
17
18
20
21
21
23
26
27
27
29
1.8.1 Centro Português de Fotografia (CPF) 29
1.8.2 Casa-Estúdio Carlos Relvas 31
1.9 Conclusão 32
1.10 Recursos complementares
Capítulo 2 – Cultura visual
Introdução
Perspetiva histórica
A importância da fotografia no campo de estudos de cultura visual
Linguagem visual...........................................................................................................
Conclusão
Recursos complementares
Capítulo 3 – Características da luz e da cor
Introdução
33
35
41
77
78
Smartphone ou câmara fotográfica?
Como escolher um smartphone?
Como escolher uma câmara fotográfica digital?
86
88
90
Sistema reflex digital ou mirrorless? 95
Sensores
Como funciona um sensor
Classificação dos sensores em função da dimensão
97
97
99
Fator de corte...................................................................................................... 100
Objetivas 100
Componentes de uma objetiva
Abertura, distância focal e ângulo de visão, profundidade de campo
Tipos de objetivas e respetiva aplicação
Baterias e carregadores
Dispositivos de memória, leitores de cartões e adaptadores
Conectividade
101
102
106
107
107
110
Acessórios 111
112
Filtros
e de
(ND)
Capítulo 6 – Fundamentos essenciais para fotografar
6.1 Introdução
6.2 Parâmetros de exposição
121
121
121 6.2.1 Tempo de exposição 124 6.2.2 Abertura
127 6.2.2.1 A profundidade de campo
130
129 6.2.2.2 O fenómeno da difração
6.2.3 Sensibilidade ISO ................................................................................................ 131
6.3 O triângulo de exposição 133
6.4 A lei da reciprocidade da exposição ............................................................................. 134 6.5 Formatos de gravação ................................................................................................. 137 6.6 Modos de utilização .................................................................................................... 141 6.7 Principais modos de focagem ....................................................................................... 142 6.8 Modos de medição da luz ............................................................................................ 145 6.9 Configurar a sensibilidade ISO ..................................................................................... 147 6.10 Configurar o equilíbrio de brancos 147 6.11 Utilizar a compensação da exposição ......................................................................... 149 6.12 Configurar a deteção de face/olho(s) .......................................................................... 150 6.13 Utilizar o indicador de nível ........................................................................................ 150 6.14 Modos de simulação de filme
151
Conceitos e técnicas de iluminação com flash 151
6.15.1 Modo TTL, modo manual e modo de repetição ................................................... 152 6.15.2 Fotografar com flash dedicado
156 6.15.3 Flash controlado remotamente ........................................................................... 157 6.15.4 Sincronização de alta velocidade com flash
158
6.15.5 Sincronização de velocidade lenta com flash (1.ª e 2.ª cortina)
161
Modificadores de luz 162 6.15.7 Esquemas práticos de iluminação para retrato
167 6.15.7.1 Iluminação key e fill
168 6.15.7.2 Iluminação zenital
168 6.15.7.3 Iluminação dramática
169 6.15.7.4 Iluminação Rembrandt
170 6.15.7.5 Iluminação loop 170 6.15.7.6 Iluminação butterfly ................................................................................... 171 6.15.7.7 Iluminação split ......................................................................................... 172 6.15.7.8 Iluminação rim .......................................................................................... 172 6.15.7.9 Iluminação kicker
174 6.15.7.10 Iluminação clamshell ............................................................................... 174 6.15.7.11 Iluminação high-key 176 6.15.7.12 Iluminação low-key .................................................................................. 176
Conclusão
Recursos complementares
Capítulo 7 – Técnicas fotográficas criativas
Introdução
Técnicas criativas
178
178
183
183
183
Desfocar o fundo 184
Luzes noturnas com efeito bokeh
Produzir efeitos flare
Destacar uma cor
185
186
187
Fotografia com Câmara Digital
Smartphone
7.2.5 Congelar movimento ........................................................................................... 188
7.2.6 Arrastar movimento 189
7.2.7 Evidenciar movimento (panning) ........................................................................... 190
7.2.8 Criar efeitos de zoom ........................................................................................... 191
7.2.9 Produzir efeitos high-key e low-key ........................................................................ 192
7.2.10 Compor exposições duplas ................................................................................ 194
7.2.11 Elaborar panoramas e vertoramas ...................................................................... 195
7.2.12 Descobrir o HDR (com bracketing) 199
7.2.13 Pintar e desenhar com luz (light painting) ............................................................. 202
7.2.14 Criar imagens em longa exposição ..................................................................... 204 7.2.15 Explorar a longa exposição com recurso a filtros ND ............................................ 206
7.3 Conclusão .................................................................................................................. 208
7.4 Recursos complementares ............................................................................................ 208
Capítulo 8 – Edição de imagens ..................................................................................... 211
8.1 Introdução .................................................................................................................. 211 8.2 Programas de edição de imagem 211 8.3 Características e funcionalidades dos programas de edição ............................................ 214 8.4 O processo de importação e organização de imagens ................................................... 215 8.5 A importância da catalogação de imagens
216 8.6 Ajustes de composição e remoção de elementos distrativos ............................................ 218 8.6.1 Definição do formato final da imagem 219 8.6.2 Correção de perspetiva ........................................................................................ 220 8.6.3 Rotação de imagem ............................................................................................ 220 8.6.4 Corte .................................................................................................................. 221
8.6.5 Remoção de elementos distrativos
222 8.7 Luz, cor e qualidade de imagem 223 8.7.1 Seleção do perfil (tipo de simulação digital de filme)
225 8.7.2 Alteração do equilíbrio de brancos
225 8.7.3 Ajustes ao histograma
227 8.7.4 Claridade, saturação e vibração ........................................................................... 228 8.7.5 Contraste ............................................................................................................ 229 8.7.6 Filtros graduados retangulares, radiais e máscaras específicas 229 8.7.7 Ajustes de cor ou preto-e-branco .......................................................................... 231 8.7.8 Nitidez da imagem
233 8.7.9 Redução de ruído ................................................................................................ 234 8.8 Georreferenciar imagens ............................................................................................. 234 8.9 O processo de exportação ........................................................................................... 235 8.10 Conclusão 236 8.11 Recursos complementares .......................................................................................... 237
Capítulo 9 – O projeto fotográfico .................................................................................. 239 9.1 Introdução .................................................................................................................. 239 9.2 Tema do projeto .......................................................................................................... 240 9.3 Áreas de fotografia
240 9.4 Desenvolver um projeto fotográfico
282 9.4.1 Arte: da ideia ao objeto 282 9.4.2 Principais fases para desenvolver um projeto fotográfico ......................................... 284 9.4.3 Etapas essenciais para realizar uma exposição....................................................... 287 9.5 Conclusão
290
9.6 Recursos complementares
Capítulo 10 – O passo seguinte
291
293
10.1 Introdução ................................................................................................................ 293
10.2 Sugestões para evoluir na fotografia 294
10.2.1 Ver cinema, teatro, exposições e outros eventos artísticos ...................................... 294
10.2.2 Participar em workshops e residências artísticas .................................................... 295
10.2.3 Viajar ............................................................................................................... 295
10.2.4 Adquirir livros .................................................................................................... 296 10.2.5 Assistir a conferências online (talks) ..................................................................... 296 10.2.6 Participar em concursos de fotografia 297 10.2.7 Seguir youtubers ................................................................................................ 298 10.2.8 Ver documentários ............................................................................................. 299
10.3 Desenvolver um projeto fotográfico ............................................................................. 299
10.4 Apresentar um portefólio digital .................................................................................. 300
10.4.1 Criar um livro digital .......................................................................................... 301 10.4.2 Construir uma página web 302 10.4.3 Produzir um vídeo .............................................................................................. 303
10.5 Divulgar imagens através de blogues e outras plataformas online ................................. 304 10.6 Comercializar imagens .............................................................................................. 304 10.7 Conclusão ................................................................................................................ 305
10.8 Recursos complementares 306
Apêndice ............................................................................................................................... 309 Índice remissivo ...................................................................................................................... 318
Prefácio
Tal como em pintura, não se é pintor só porque se compram bons pincéis ou não é tendo um cinzel que nos transformamos em escultores, fazer fotografia implica dominar a técnica e associar sempre a com ponente estética, mesmo que a fotografia, hoje, recorra a instrumentos variados e seja uma realidade ao alcance de todos.
O que implica que uma aproximação à fotografia se possa fazer através de um livro, método ancestral, mas sempre atual, que permite a curiosidade, a leitura atenta e a posterior reflexão de textos e imagens, simultâneo prazer intelectual, de estímulo e de aprendizagem. Tal como aconteceu na primeira edição, aquilo que se destaca neste livro é o sólido e estruturado conhecimento técnico e estético de quem selecionou e escreveu os temas nele inscritos. São aprendizagens completas e transversais a todo o processo fotográfico, e não situações pontuais e compartimentadas, em vertentes como a composição da imagem, a técnica fotográfica ou a história. Aliás, um dos aspetos mais interessantes neste livro é a abordagem estética, ainda que se restrinja à composição clássica, mas que é a base da aprendizagem, e uma passagem ainda que breve pela História da Fotografia, adenda cultural e estética que permite alguma compreensão da evolução da fotografia.
É claramente um livro que é escrito por alguém que conhece o meio, profissional e não só, sendo de destacar os conselhos sobre os fotógrafos e as entidades que os interessados devem conhecer. Mais, só depois deste conhecimento de cultura geral fotográfica é que se avança para a parte de cultura visual, depois para a abordagem da luz enquanto fenómeno físico, em seguida a estética e só depois o equipa mento e a técnica, não esquecendo a edição. É uma sequência lógica bem construída, que contraria, e bem, a ideia generalizada de que basta conhecer os botões da máquina ou alguns truques para saber fotografia. Esta nova edição aborda ainda os projetos fotográficos, questão fundamental de um olhar fotográfico atual, em que a fotografia é feita de abertura de pensamento, reflexão e comunicação, mas igualmente de domínio técnico, persistência e disciplina.
É também uma abordagem que se abre a novas e recentes formas de fazer fotografia, sejam os smartphones sejam outros métodos a que a criatividade não coloca limites. Conhecendo o autor e a sua prática fotográfica, não se pode deixar de salientar que, por todas as abordagens, conselhos e referências a situações reais, lhe está subjacente um conjunto de valo res e de questões éticas, tão importantes quanto as questões técnicas, que vão do retrato e do respeito pelas pessoas aos cuidados com a preservação da Natureza na fotografia de viagem ou de paisagem. Ou seja, fazer fotografia é expressar ideias, paixões e sentimentos, questionar regras rígidas ou afirmar ideias que fazem do iniciante um cidadão preocupado com o mundo que o rodeia, um cidadão mais educado, mais curioso e mais culto. Saber reconhecer a beleza implica conhecimento e cultura.
Poderíamos dizer que este livro nos convida a aprender, aprender sempre, a encontrarmos inspiração na arte, na literatura, no cinema ou noutras formas de expressão, pois, tal como acontece na História da Fotografia, a base de um fotógrafo é cultural, buscando inspiração ou diferenças em exposições e trabalhos de outros fotógrafos.
António LopesAssociação Portuguesa de Arte Fotográfica (APAF)
Sobre o livro
Este livro assume-se como uma obra de referência obrigatória, para quem se quer iniciar e desenvolver no mundo da fotografia digital.
O mercado da produção de imagem prolifera. Com a capacidade que os smartphones têm de incor porar máquinas fotográficas, assistimos a uma geração que regista e publica, diariamente, milhares e milhares de imagens.
Atualmente, a fotografia é uma realidade generalizada, ao alcance de todos. Todavia, existe uma diferença significativa entre registar uma imagem e criar uma imagem.
A formação técnica em fotografia é fundamental neste âmbito, uma vez que enquadra não só os as petos técnicos, como o domínio do triângulo de exposição – tempo de exposição, abertura relativa e sensibilidade ISO –, mas também os aspetos de composição da imagem, como saber enquadrar corre tamente os elementos numa imagem, utilizando a regra dos terços, a regra da espiral dourada ou outras regras provenientes de outras expressões artísticas, como a pintura. Ou seja, o(a) leitor(a) aprende o que é a composição da imagem, construindo-a com base em conceitos estéticos e dando-lhe corpo com a técnica. Todavia, no processo criativo de um(a) fotógrafo(a), nem sempre imperam as regras. Por vezes, é necessário afastar-se delas, conscientemente. Deste modo, para saber criar uma fotografia, o(a) leitor(a) deve compreender que as vertentes artísticas e técnicas se cruzam. Fotografar é, assim, um processo criativo apaixonante.
Após a realização da imagem, a edição desempenha um papel importante no processo da criação da mensagem que se pretende transmitir. Por essa razão, nesta obra, são abordadas técnicas, estratégias e fluxos de trabalho de edição. O(A) fotógrafo(a) experiente deve conhecer e utilizar estas técnicas como ferramenta para obter uma distinta qualidade final da imagem fotográfica.
Hoje em dia, nada existe sem que lhe seja associada uma imagem. Deste modo, esta obra vai ao encontro de um mercado muito procurado e convergente com diversas áreas profissionais, como o desenvolvimento de imagem para sistemas e aplicações informáticas, páginas web, imagem corporativa, personal branding, arquitetura, gestão documental, cobertura de eventos e fotografia de produto, entre outras áreas. Salienta-se ainda que este livro inclui um capítulo (Capítulo 9) com 20 exemplos inspiradores de diferentes áreas da fotografia.
Assim, com o objetivo de enriquecer a qualidade pedagógica, técnica e artística desta obra, o autor convidou fotógrafos de grande reconhecimento a colaborar, através da cedência de imagens selecionadas. Trata-se de obras fotográficas de elevada qualidade, em função de áreas de especialização, que contribuem decisivamente para a compreensão não só de processos técnicos, mas, fundamentalmente, de diferentes linguagens visuais.
Organização
Este livro encontra-se organizado em dez capítulos:
A (r)evolução da fotografia
Cultura visual
Características da luz e da cor
Construir uma fotografia
O equipamento fotográfico
Fundamentos essenciais para fotografar
Técnicas fotográficas
Edição de imagens
O projeto fotográfico
O passo seguinte
O Capítulo 1 introduz, sumariamente, a História da Fotografia e os respetivos pioneiros. Naturalmente, a evolução das técnicas fotográficas está associada à própria História da Fotografia. O capítulo apresenta datas de referência e marcos determinantes para a evolução da fotografia. Por outro lado, em contexto de fotografia digital, são apresentados concei tos elementares para a compreensão técnica dos sistemas digitais. No final do Capítulo 1, o(a) leitor(a) poderá encontrar uma significativa lista de fotógrafos que deve conhecer e ainda uma vasta coleção de recursos complementares, que inclui imagens, vídeos e visitas virtuais na Web.
O Capítulo 2 introduz conceitos fundamentais de cultura visual e a respetiva perspetiva histórica. Fotografar é escrever com luz. Este é o mote inicial do Capítulo 3. Pretende-se que o(a) leitor(a) conheça e domine os prin cipais aspetos relacionados com a luz e a cor. São abordados temas importantes para qualquer fotógrafo(a), profissional ou amador(a). Um dos aspetos que o livro pretende desmistificar é que não existem horas específicas para fotografar. Existem, sim, horas em que, perante um determinado tipo de objetivos, o(a) fotógrafo(a) poderá registar uma gama cromática mais ou menos ampla, devendo estar preparado(a) para fotografar a qualquer hora do dia ou da noite. Nos recursos comple mentares deste capítulo, destacam-se ferramentas que poderão auxiliá-lo(a) a compreender melhor a posição do Sol em qualquer instante, em função do local a fotografar.
No Capítulo 4, são introduzidos os principais fundamentos para a composição de uma fotografia. Ou seja, o(a) leitor(a) aprende a enquadrar, com base em determinadas regras, os objetos que pretende fotografar. Estas regras são, em muitos casos, provenientes da própria pintura. De igual modo, o(a) leitor(a) aprende a ler uma imagem e, assim, estará melhor preparado(a) para construir as suas próprias imagens (e.g., imagens poéticas e de autor, devidamente balizadas em regras artísticas). Naturalmente, o processo criativo nem sempre está sujeito a regras definidas genericamente. Assim, o(a) leitor(a) aprende também, neste capítulo, que o processo artístico pode ser isso mesmo: subverter as regras.
Com base na leitura dos quatro primeiros capítulos, se o(a) leitor(a) possuir um smartphone, então, poderá desenvolver as suas competências fotográficas, aplicando os conhecimentos adquiridos, ao nível das possíveis abordagens visuais, da compreensão dos fundamentos relacionados com a luz e a cor, bem como das formas de construir uma fotografia. Deste modo, caso não possua ainda uma câmara fotográfica, este livro poderá ajudá-lo(a) a desenvolver a sua prática fotográ fica, com interessantes bases técnicas e artísticas.
No Capítulo 5, são introduzidas questões importantes para a tomada de decisão, no que respeita a aquisição do equipamento necessário para a fotografia. O capítulo começa por suscitar a seguinte questão: “Smartphone ou câmara fotográfica?”. Na realidade, o importante é ter meios para fotografar. Nesse sentido, a tecnologia atual propicia a prá tica fotográfica. Se, por um lado, os smartphones são ferramentas que lhe permitem explorar, de imediato, o mundo da
fotografia, por outro, apresentam limitações físicas, quando comparados com câmaras fotográficas, por exemplo, aten tando no tamanho dos sensores. Ao imprimir uma fotografia (consulte, na secção 8.9 O processo de exportação, a caixa de destaque “Preparação para impressão”), este tipo de limitações pode ter impacto na qualidade da imagem final. Assim, o Capítulo 5 introduz noções fundamentais que ajudarão o(a) leitor(a) a escolher a câmara fotográfica ideal para si. Entre outros componentes, os tipos de objetivas e acessórios, como filtros polarizadores e de densidade neutra, são, também, ilustrados e explicados neste capítulo.
Se já tem uma câmara fotográfica, então, é essencial conhecer os princípios fundamentais para fotografar. De igual modo, o(a) leitor(a) deverá estar familiarizado(a) com as opções que o seu equipamento lhe oferece, de modo a realizar as suas fotografias. Estes aspetos são abordados no Capítulo 6, onde poderá aprender como estão relacionadas as variáveis de exposição, o que é a profundidade de campo, entre outros aspetos fulcrais em fotografia. Deste modo, além das noções teóricas, este capítulo pretende ajudar o(a) leitor(a) a conhecer melhor o seu equipamento. Também são introduzidos e exemplificados conceitos fundamentais de iluminação com flash, incluindo 12 esquemas de iluminação para retrato.
O Capítulo 7 propõe a exploração de um conjunto de 15 técnicas fotográficas criativas. A melhor forma de aprender fotografia é a fotografar. Assim, são exemplificadas técnicas muito populares em fotografia, como desfocar o fundo de uma imagem, criar efeitos bokeh e flare, destacar cores, fotografar movimento, compor exposições duplas, etc. Por outro lado, o(a) leitor(a) aprende a utilizar, criativamente, as técnicas high-key ou low-key e a tirar partido da longa exposição. Técnicas conhecidas, como bracketing, HDR ou panning, também são exemplificadas no Capítulo 7. Depois de fotografar, muitas vezes, é necessário editar a imagem. No Capítulo 8, encontrará os principais procedimentos para editar, eficazmente, as suas imagens no computador, tablet ou smartphone. São também abordados outros temas relacionados, como a importância de catalogar as suas imagens, um aspeto fundamental. Lembre-se que, em breve, terá milhares de imagens armazenadas e, como tal, deve construir um sistema que lhe facilite a pesquisa eficaz das mesmas.
O Capítulo 9 aborda a noção de projeto fotográfico, tema de projeto e diferentes áreas de fotografia, que são apresentados com recurso a exemplos de fotógrafos experientes, que foram convidados a participar nesta obra. Trata-se de um capítulo que reúne 20 exemplos inspiradores, organizados alfabeticamente em diversas áreas, desde a fotografia abstrata à fotografia de vida selvagem. São ainda desenvolvidos conceitos relacionados com a realização de projetos fotográficos e a preparação de exposições.
Finalmente, o Capítulo 10 centra-se nas questões de desenvolvimento pessoal/artístico e divulgação dos seus trabalhos fotográficos. Como construir o seu primeiro livro e um portefólio digital ou apostar na presença online são temas que o
capítulo explora. Entre outros aspetos importantes, também são abordadas, neste capítulo, possíveis formas de comercia lização das suas imagens.
No final de cada capítulo, o(a) leitor(a) poderá consultar recursos complementares. Os recursos complementares são listas, atualizadas, de ligações disponíveis na Internet. Estas incluem ligações web para obtenção de ferramentas que o(a) fotógrafo(a) pode utilizar, para analisar trabalhos fotográficos e artistas de excelência, para visitar museus, para ver canais de vídeo com listas de reprodução pedagógicas, entre outros recursos, que o(a) ajudarão a evoluir, autonomamente, na fotografia. Salienta-se que, ao longo do livro, em caixas de destaque, o(a) leitor(a) encontrará, sempre, uma indicação do tipo de equipamento relativo ao tema (por exemplo, ícone para smartphone e/ou câmara digital), tal como indicações para outras situações relevantes (por exemplo, o ícone “Tome nota”).
A lista completa com o significado dos ícones, utilizados em caixas de destaque e recursos complementares, é a seguinte:
A quem se destina
Este livro destina-se a todas as pessoas (das diversas faixas etárias) que queiram aprender e desenvolver competências na área da fotografia digital, quer na vertente artística, quer na vertente técnica.
Com estas premissas sempre presentes, através da utilização de uma linguagem pedagógica, simples e acessível, este livro utiliza um discurso direto e desmistifica as principais dificuldades teórico-práticas, associadas à fotografia digital.
Ao adquirir esta obra, o(a) leitor(a) não tem de possuir uma câmara fotográfica para começar a aprender fotografia. Com a evolução técnica dos smartphones disponíveis no mercado, este tipo de dispositivos é um excelente ponto de partida para começar a aplicar os conhecimentos adquiridos no livro e a fotografar de uma forma completamente diferente, surpreen dendo os seus familiares e amigos!
1.5 Os primeiros telemóveis equipados com câmaras digitais
A tecnologia das câmaras digitais evoluiu com a atenção de várias empresas, dado o potencial deste novo conceito e interesse dos consumidores. O sistema CCD foi gradual mente substituído pelo complementary metal-oxide-semiconductor (CMOS) e, por essa razão, o custo das câmaras digitais reduziu-se significativamente, tornando possível a sua integração nos telemóveis.
Em junho do ano de 2000, a Samsung lançou no mercado o primeiro telemóvel com câmara fotográfica, o Samsung SCH-V200. Estava equipado com câmara fotográfica, todavia, esta estava separada internamente dos restantes componentes. Assim, para aceder às fotografias, era necessário ligar o telemóvel a um computador. A Figura 1.41 ilustra um modelo da linha V200, o SGH-V200.
Em novembro do mesmo ano, é lançado pela empresa Sharp, no Japão, o primeiro te lemóvel com câmara efetivamente integrada, uma vez que passava a ser possível enviar fotografias eletronicamente, sem ser necessário ligar o telemóvel ao computador. Era o modelo Sharp J-SH04 (Figura 1.42).
Atualmente, verifica-se que grandes empresas uniram esforços para desenvolver smart phones equipados com câmaras digitais. Desde parcerias ao nível dos sensores utilizados a parcerias ao nível dos sistemas óticos que equipam as atuais câmaras fotográficas dos smartphones, o consumidor tem ao seu dispor uma variada gama de equipamentos com capacidade de registar e armazenar fotografias, através de tecnologia com elevada qua lidade.
1.10 Recursos complementares
Referência
História da Fotografia
A primeira fotografia
História da Fotografia
Descrição
Fonte do recurso Página web
Encyclopedia Britannica, Inc. https://www.britannica.com/technology/photography
A primeira fotografia da História
Harry Ransom Center, The University of Texas at Austin https://www.hrc.utexas.edu/niepce-heliograph
Livros eletrónicos de Daguerreobase
Daguerreobase eBooks
Daguerreobase vídeos
The Daguerreobase Project http://www.daguerreobase.org/en/
Como eram feitas as imagens de daguerreótipo?
The Daguerreobase Project http://www.daguerreobase.org/en/news/75-how-daguerreotype-were-made
A primeira fotografia a cores
Fundação James Clerk
Maxwell
George Eastman
James Clerk Maxwell Foundation http://www.maxwellhouse.org.uk
O legado de George Eastman
George Eastman Museum https://www.eastman.org/george-eastman-legacy
A patente da câmara Kodak
Câmara Kodak
U. S. Patent and Trademark Office http://pdfpiw.uspto.gov/.piw?docid=00388850&PageNum=1&&IDKey= E9723128398A
A fotografia a cores dos irmãos Lumière
Irmãos Lumière
Institut Lumière http://www.institut-lumiere.org/musee/les-freres-lumiere-et-leurs-inventions/ autochromes.html
Tipo
Saber qual é a direção da luz a qualquer hora do dia Para saber qual é a direção da luz ao longo do dia, bem como a que horas nasce e se põe o Sol, em função da sua localização, consulte, na secção 3.13, o recurso A luz natural na minha localização. Vai poder observar, no mapa, o ângulo de incidência da luz solar na sua região e compreender também as respetivas zonas de sombra em função da hora.
3.7 Temperatura de cor
Para o ser humano, a perceção das cores depende de vários fatores. A fonte de luz pode influenciar a perceção da temperatura de cor de um determinado objeto. Por exemplo, um objeto exposto à luz emitida por uma vela ou mesmo por uma lâmpada convencional de tungsténio irá parecer mais amarelado. Nota: relativamente à intensidade luminosa, a unidade de medida é a candela (cd).
A temperatura de cor é medida em Kelvin (K). A Figura 3.5 ilustra uma escala Kelvin de temperaturas de cor, em função de diversas fontes de luz.
Por exemplo, uma lâmpada de tungsténio tem uma temperatura de cor mais quente, cerca de 2850 K, enquanto uma lâmpada fluorescente, cerca de 3800 K. A luz do Sol ao meio-dia, considerando que não existem nuvens, tem cerca de 5500 K (tal como a luz que é tipicamente produzida por um flash médio). Um dia nublado terá uma temperatura de cor mais fria, cerca de 6500 K. De igual modo, zonas de maior sombra terão cerca de 7500 K
Estes valores correspondem a predefinições que estão disponíveis na maior parte das câmaras fotográficas e smartphones, bem como em programas de edição de imagem (secção 6.10 Configurar o equilíbrio de brancos).
3.5
4.5.2 Exclusão de elementos distrativos
Numa imagem, os elementos distrativos são aqueles que retiram a atenção do principal ponto de interesse. Quando assim é, pode recorrer-se aos cortes ou à remoção de elementos distrativos, através de programas especiais para o efeito (secção 8.6.5 Remoção de elementos distrativos).
4.5.3 Elemento humano: onde efetuar cortes
4.89 Elemento humano: zonas de corte
Quando o elemento humano faz parte de uma imagem, deve ter-se em atenção a existência de determinadas zonas em que é inestético efetuar cortes. A principal ideia é evitar cortes nas articulações do corpo humano. A Figura 4.89 ilustra zonas onde é aceitável fazer cortes (linhas verdes) e zonas onde não é aconselhável efetuar cortes (linhas vermelhas).
A Figura 4.90 ilustra, à esquerda, um corte em articulações (inestético) e, à direita, um enquadramento adequado.
4.90 Elemento humano: cortes
5.2.1 Como escolher um smartphone?
Existem muitos critérios que pesam no momento da aquisição de um smartphone. Um desses critérios é o preço. Se, por um lado, as grandes marcas disponibilizam aos clientes smartphones com preços relativamente acessíveis, por outro, também é verdade que quem produz estes equipamentos cobra pelos mesmos, em muitas situações, preços equivalentes a câmaras fotográficas com características e desempenhos avançados.
A data de lançamento do equipamento é, muitas vezes, tida em conta como um dos primeiros critérios de escolha, pois os consumidores tendem a adquirir produtos mais recentes.
O mercado dos smartphones está em permanente evolução. Por esta razão, o que hoje é considerada uma característica diferenciadora, amanhã já não o é, uma vez que a concorrência entre marcas é muito competitiva e responde rapidamente às novas exigências dos consumidores.
Todavia, em termos gerais, independentemente das marcas e da forma como evolui o mercado dos smartphones, antes da aquisição de um equipamento com câmara fotográfica, existem várias características que devem ser consideradas. Estas características são traduzidas em especificações técnicas nos manuais dos equipamentos.
A Tabela 5.1 resume um conjunto relevante de especificações técnicas que deve ser considerado no momento de aquisi ção de um smartphone. Nesta tabela, não se consideram aspetos relacionados com a capacidade de produção de vídeo que os smartphones têm.
É importante ter em consideração qual o sistema operativo do smartphone e a respetiva versão. Cada sistema operativo disponibiliza serviços de instalação de aplicações adicionais (apps). Existem inúmeras apps desenvolvidas especificamente para fotografia. Por exemplo, tutoriais acerca de técnicas fotográficas, utilitários de edição de imagem ou ferramentas au xiliares para efetuar cálculos com os parâmetros de exposição (secção 6.2 Parâmetros de exposição).
Ao nível da categoria, a câmara, o número de píxeis efetivos, a distância focal, a abertura, a gama ISO (International Organization for Standardization) e o tipo de sensor são, porventura, as especificações mais importantes a considerar. O estabilizador de imagem é um recurso importante, pois permite melhorar a qualidade da imagem, por exemplo, para evitar imagens tremidas. Por outro lado, quando se opta por um smartphone que integre mais do que uma câmara principal, é possível dispor de diferentes aberturas, em função das características dos modelos. O conceito de abertura é analisado na secção 6.2.2 Abertura.
triângulo
6.15.1 Modo TTL, modo manual e modo de repetição
Os principais modos de utilização de flash são: o modo TTL (through the lens ou “através da lente”); e o modo manual. O modo de repetição também será exemplificado, embora não seja suportado por todos os sistemas de flash.
Tecnologia TTL
Com o objetivo de identificar a tecno logia proprietária, diversos fabricantes atribuem diferentes prefixos e/ou sufixos à sigla TTL
Para começar a experimentar o flash externo, instalado na sapata da câmara (flash dedicado), o modo TTL poderá ser a forma mais simples, uma vez que é automático. Em TTL, é ativado um sistema de pré-flash, que atravessa a lente e permite calcular e enviar a informação necessária para disparar o flash com uma potência de luz, em teoria, adequada (consulte o momento em que ocorre o pré-flash, na caixa de destaque “1.ª e 2.ª cortina”, na secção 6.15.4). Este cálculo é efetuado com recurso ao fotómetro da câmara e os respetivos parâmetros de exposição (secção 6.2 Parâ metros de exposição), em função do modo de medição ativo (secção 6.8 Modos de medição da luz).
O modo TTL pode significar mais rapidez de utilização quando a distância do flash ao assunto está em permanente alteração. No entanto, por ser automático, neste modo, podem produzir-se, inadvertidamente, imagens sobre-expostas ou subexpostas, em virtude de, no assunto, haver zonas mais escuras ou mais claras, respetivamente. Assim, se o TTL for induzido em erro, pode utilizar mecanismos de compensação da exposição (Figura 6.22).
Fundamentos essenciais para fotografar
Para ver mais exemplos, recomendam-se os recursos complementares Equipamento de iluminação para estúdio, Análise de modificadores de luz para estúdio e Modificadores de luz e respetivas aplicações, na secção 6.17.
6.15.7 Esquemas práticos de iluminação para retrato
Nesta secção, demonstram-se 12 esquemas de iluminação para retrato: key e fill; zenital; dramática; Rembrandt; loop; butterfly; split; rim; key e kicker; clamshell; high-key; e low-key.
A forma como se ilumina o rosto permite obter resultados diferentes em função de vários fatores, referidos na secção
6.15.1 Modo TTL, modo manual e modo de repetição, que influenciam a iluminação.
Posicionamento do(s) flash(es) e modificadores de luz
Em todos os exemplos, são ilustradas as posições do(s) flash(es) no momento do registo. Deste modo, nas Figuras 6.38, 6.39, 6.40, 6.41 e 6.42, poderá compreender o ângulo aproximado e a distância relativa do(s) flash(es) em relação ao modelo. Relativamente aos 25 exemplos numerados, a tabela seguinte descreve os modificadores de luz que foram utilizados nos flashes. Optou-se por um equipamento de custo acessível. Caso tenha apenas um flash, poderá experimentar a maior parte dos exemplos numerados.
parabólica
quadrada Difusor
Sem modificador Grelha
A Flash B
6.15.7.9 Iluminação kicker
O esquema de iluminação que inclui a luz kicker (recorte) consiste em colocar a luz secundária em posição diametralmente oposta à luz principal, sendo geralmente dirigida para a parte de trás dos cabelos e dos ombros do(a) modelo. Esta luz permite destacar o(a) modelo em relação ao fundo. É possível observar o efeito isolado da luz principal (Figura 6.41 – 16), o efeito isolado da luz de recorte (Figura 6.41 – 17) e o efeito de ambas em simultâneo (Figura 6.41 – 18).
6.15.7.10 Iluminação clamshell
O esquema de iluminação clamshell evidencia as maçãs do rosto e define a linha do queixo, mantendo sempre sombras suaves (Figura 6.41 – 19 e 20). Por outro lado, em virtude do posicionamento frontal de dois flashes, o brilho nos olhos torna-se também mais evidente (Figura 6.41 – 20).
Incidência da luz no fundo
Em função do ângulo, se aproximar a fonte de luz ao modelo, será mais simples isolar a luz que ilumina o fundo, e vice-versa.
LED
A tecnologia LED é muito acessível. Pode experimentar recriar di versos esquemas de iluminação utilizando também esta fonte de luz contínua (também com recurso a um smartphone para fotografar).
7.2.5 Congelar movimento
Congelar o movimento significa criar uma imagem na qual os objetos são registados de forma que não se note qualquer efeito de movimento/arrastamento dos mesmos (Figura 7.5).
Passos para congelar movimento:
1. Utilize o modo manual ou o modo de prioridade ao tempo de exposição (secção 6.6 Modos de utilização).
2. Utilize o modo de focagem contínua ou efetue uma focagem prévia à zona.
3. Escolha um tempo de exposição que permita congelar o movimento do(s) objeto(s) a fotografar e pressione o botão do obturador. Verifique o resultado obtido e teste diferentes tempos de exposição, até obter o resultado desejado.
Congelar movimento
7.5 Congelar movimento
Explorar o movimento em fotografia
Esta técnica pode ser realizada na maior parte dos smartphones de última geração, uma vez que permitem o controlo do tempo de exposição.
Para aprofundar os seus conhecimentos, consulte, na secção 7.4, o recurso Captar imagens com movimento.
Técnicas fotográficas criativasA Figura 7.11 ilustra, na parte de cima, uma sequência de sete imagens, registadas com recurso a um tripé, em orientação retrato, para melhor aproveitamento do tamanho do sensor, e, em baixo, o panorama daí resultante. 7.11 Elaboração de um panorama
Animais
João Azevedo
Nasceu em Coimbra, no ano de 1974. Iniciou-se na fotografia de estúdio em 2008, descobrindo aí a sua grande paixão – a fotografia de retrato. De formação autodidata, procura manter-se em constante aprendi zagem. Com estúdio em Coimbra, destaca-se pelas sessões fotográficas de retrato profissional. É associado da Headshot Crew desde 2017, tendo vencido vários prémios. Paralelamente, tem outros projetos fotográ ficos pessoais a decorrer, dos quais se destacam o Coimbra Out Loud e o Be My Friend, criado para ajudar associações e canis na adoção dos animais. Realizou duas exposições individuais: Manu de La Roche – Do Fetiche ao Burlesco e Relatos e Retratos, inserido no Dia Mundial da Saúde Mental. info@jazevedo.net jazevedo.net @bemyfriendpt
O que é, para si, a fotografia de animais?
“Tento retratá-los como se fossem humanos, mas retratar animais representa um desafio maior. Não se trata apenas de sentar um animal em frente à câmara. Cada animal é um desafio, e vale tudo para chamar a sua atenção na direção da objetiva: barulhos, gestos, biscoitos.
Este tipo de enquadramento permite destacar a expressão e o olhar, e revelar um pouco mais da personalidade única de cada um. Há uma franqueza no olhar de cada cão, pois eles não fingem e não têm medo de ser fotografados. Alguns são só tímidos e precisam de um pouco mais de atenção. Cada um tem a sua história e todas as histórias merecem ser contadas. Acima de tudo, merecem uma nova oportunidade.”
Como realizou esta fotografia?
“Esta fotografia faz parte do projeto Be My Friend, criado para ajudar na adoção de cães que se encontram em associações. Foi feita num estúdio improvisado, dentro de um contentor, na Associação Condeixa Pa’Tudos. Foi montado um pequeno back ground cinzento – com uma tela pintada no meu estúdio –, um tripé com um flash de estúdio e uma softbox 60 x 80 cm.
Depois de posicionar o animal em frente à objetiva, foi necessária alguma paciência para que acalmasse e me desse a melhor expressão possível.
Capturada a foto, ficou apenas a faltar a edição, que considero essencial.
No Photoshop, foi adicionada uma textura ao background e fiz alguns ajustes nas cores e no contraste.
Neste caso específico, também foi necessário remover a trela em pós-produção.”
9.4 Desenvolver um projeto fotográfico
No início deste capítulo, foram introduzidas as primeiras definições acerca de projetos fotográficos, em geral. Nesta sec ção, serão sugeridas diversas estratégias para o processo de desenvolvimento de projetos fotográficos, desde a ideia inicial à respetiva exposição.
Exposições de fotografia e atuais tendências
Para desenvolver a maturidade estética, visando realizar projetos fotográficos, além de conhecer História da Arte e da Fotografia, é importante acompanhar exposições e tendências recentes.
A Associação Portuguesa de Arte Fotográfica (APAF) disponibiliza informa ção atualizada acerca de exposições a decorrer, projetos em desenvolvimento, concursos de reconhecido prestígio, bolsas para desenvolvimento de projetos fotográficos, críticas literárias, etc.
Consulte o importante recurso Exposições de fotografia e atuais tendências, na secção 9.6.
9.4.1 Arte: da ideia ao objeto
O conceito de arte é alvo de amplo debate. Perante uma obra de arte, o importante é saber discutir a obra, e não o gosto pessoal. Por exemplo, compreender qual o significado da obra na época em que foi produzida, ao que se refere o trabalho e o percurso do respetivo autor, em que família artística se insere, qual a ideia subjacente que o autor pretende transmitir, que tipo de execução estética/técnica foi realizada, etc.
Etapas essenciais para
Exposições
Exposições
Projetos
Exposição
Exposição
Projeto
• Mecenato
• Patrocínios
• Pessoal
• Processo de investigação
• Equipamento fotográfico
• Impressão laboratorial
• Molduras
• Material de divulgação/Publicidade
• Catálogo/Folha de sala/Convites
• Textos de introdução
• Comissariado
• Secretariado e serviços administrativos
• Viagens, alojamento, alimentação
• Seguros
O projeto fotográfico é, na maior parte das situações, um projeto pessoal, uma vez que o tema pode ter uma abordagem técnica e uma linguagem visual muito próprias. Trata-se de fotografia de autor, que pode durar dias, semanas ou mesmo anos para ser realizada (secção 9.4 Desenvolver um projeto fotográfico). Por vezes, é importante realizar trabalho de investigação acerca de um determinado tema para desenvolver um projeto fotográfico (e.g., através do CPF, pode consultar arquivos fotográficos e recorrer a bibliotecas, como fonte de investigação e aprendizagem).
Workshops de projeto fotográfico
Procure formação específica para desenvolver as suas competências com o objetivo de realizar o seu próprio projeto fotográfico.
10.4 Apresentar um portefólio digital
Chegará o momento em que sentirá necessidade de selecionar um conjunto de imagens que representem o seu trabalho fotográfico. Elaborar um portefólio digital pode contribuir para dar mais visibilidade ao seu trabalho. Assim, prepare o seu portefólio digital de apresentação, que deve ser constituído por um pequeno conjunto de imagens que irão despertar a atenção do observador.
Para efeitos de portefólio de apresentação, não se preocupe em colocar marcas d’água com direitos de autor nas suas imagens. São distrativas e, muitas vezes, inestéticas. Se a sua imagem for utilizada indevidamente por terceiros, lembre-se de que os metadados da imagem RAW provam a sua autoria (secção 6.5 Formatos de gravação).
Além destes aspetos, quando se trata de imagens colocadas online na sua página web (secção 10.4.2 Construir uma pá gina web), procure que as mesmas tenham uma resolução menor. Para disponibilizar imagens em redes sociais ou noutras plataformas online, então é aceitável que utilize uma marca d’água, de modo a minimizar a hipótese de utilização não autorizada por terceiros.
O passo seguinte
10.4.1 Criar um livro digital
Criar um livro digital com imagens suas é uma tarefa tecnicamente simples. Atualmente, as ferramentas digitais facilitam este tipo de tarefa. O principal desafio é organizar a sequência de imagens que pretende apresentar. A Figura 10.2 ilustra um estudo para produção de um livro digital.
Somewhere Somewhere
10.2 Estudo para produção de um livro digital