Psicoterapias

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9cm x 24cm

22 mm

16,7cm x 24cm

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PSICOTERAPIAS

As psicoterapias são hoje um recurso para a vida quotidiana. Quase todas as pessoas,

em algum momento da sua vida, decidem fazer ou são encaminhadas para uma psicoterapia. Por múltiplas razões, umas mais instrumentais, outras mais existenciais, umas mais circunstanciais e outras mais de fundo, quase todos nós, confrontados com medos irracionais, dificuldades de contacto e relação a diferentes níveis, ambientes familiares ou profissionais disfuncionais, perdas significativas, entramos em zonas de sofrimento para as quais a resposta contemporânea mais efetiva se encontra na psicoterapia. Escolher uma dada psicoterapia ou encaminhar alguém para ela é ainda um tema difícil para a população em geral e mesmo para os técnicos de saúde ou das áreas das ciências sociais e humanas que, sabendo estar perante alguém que beneficiaria de acompanhamento psicoterapêutico, conhecem, no entanto, pouco das especificidades das diferentes psicoterapias.

PSICOTERAPIAS

Este livro escrito por 41 terapeutas experientes, de relevantes sociedades científicas, e destinado a estudantes e profissionais de psicologia, saúde e educação mas, também, útil a outros interessados, pretende colmatar estas dificuldades ao mesmo tempo que permite uma panorâmica geral das mais importantes psicoterapias praticadas em Portugal. Coordenação:

PRINCIPAIS CONTEÚDOS:

ISBN 978-989-693-075-2

9 789896 930752

ISABEL LEAL

Coordenação:

Psicoterapia existencial Terapias cognitivo-comportamentais Psicanálise Psicoterapia de grupo Terapia familiar Psicodrama Integração em psicoterapia Investigação em psicoterapia

ISABEL LEAL

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Ana Botas Ana Marques Lito Ana Nunes da Silva Ana Teresa Calado António Branco Vasco António-José Gonzalez António Ribeiro Carina Magalhães Carla Moleiro Carmo Gonçalves Catarina Rosa Catarina Vaz-Velho Daniel Sampaio Daniel Sousa Irina António Isabel Leal Isabel de Sá Isaura Manso Neto Joana Fojo Ferreira Joana Silva João Batista João Hipólito José de Abreu-Afonso José Luís Gomes José Martinho Luísa Branco Vicente Macarena Diuana Maria Gouveia-Pereira Maria João Jadauji Miguel M. Gonçalves Miguel Trigo Neuza Almeida Nuno Conceição Odete Nunes Patrícia Pinheiro Pedro Ribeiro da Silva Rui Aragão Oliveira Rute Brites Sara Barros Telmo Mourinho Baptista Teresa Goulão

PSICOTERAPIAS

AUTORES:

16,7cm x 24cm

9cm x 24cm

ISABEL LEAL Psicóloga e Psicoterapeuta, é Doutorada em Psicologia pela Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. É Professora Catedrática no ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, onde é Investigadora do William James Center for Research, Presidente do seu Conselho Científico e responsável pela formação em intervenção em psicologia clínica e psicoterapia. Foi Coordenadora do Departamento de Psicologia Clínica da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, que fundou, e Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde.

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Copyright © 2018, PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação ® Marca registada da FCA – Editora de Informática, Lda. ISBN edição impressa: 978-989-693-075-2 1.ª edição impressa: janeiro 2018 Paginação: Carlos Mendes Impressão e acabamento: Cafilesa – Soluções Gráficas, Lda. – Venda do Pinheiro Depósito Legal n.º 436055/18 Capa: José Manuel Reis

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Índice

Os Autores.................................................................................................................................... XI Introdução.................................................................................................................................... XIX

1. Psicoterapias: teorias e percursos Isabel Leal........................................................................................................................ 1

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Psicoterapias: definições...................................................................................... 2 Breve História das Psicoterapias......................................................................... 4 As Teorias..................................................................................................................... 5 A psicanálise............................................................................................................. 5 O existencialismo................................................................................................... 7 O comportamentalismo....................................................................................... 9 O cognitivismo........................................................................................................ 10 As teorias sistémicas............................................................................................. 13 As teorias cognitivo-construtivistas................................................................. 14 Das Teorias e das Práticas...................................................................................... 16 As terapias de terceira geração… e as outras................................................ 17 Objetos, objetivos e contextos das psicoterapias........................................ 18 Da Babel à eficácia psicoterapêutica................................................................ 20 As boas e as más notícias.................................................................................... 22 Referências.................................................................................................................. 25

III


PSICOTERAPIAS

2. A Psicanálise José de Abreu-Afonso / Rui Aragão Oliveira................................................................. 31

História e Contexto de Emergência................................................................... 32 Bases Teóricas............................................................................................................. 33 O modelo estrutural.............................................................................................. 33 Outros desenvolvimentos teóricos................................................................... 34 Objetivos...................................................................................................................... 36 Setting........................................................................................................................... 37 Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 38 A evolução da análise............................................................................................ 39 Principais Técnicas ................................................................................................... 40 Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 42 Indicações e Limites ................................................................................................ 44 Limitações................................................................................................................. 45 Referências.................................................................................................................. 45

3. Psicanálise de Orientação Lacaniana José Martinho.................................................................................................................. 49

História e Contexto de Emergência................................................................... 53 Bases Teóricas............................................................................................................. 55 Objetivos...................................................................................................................... 58 Setting e Desenvolvimento Terapêutico.......................................................... 59 Principais Técnicas.................................................................................................... 60 Atitude do Terapeuta............................................................................................... 62 Indicações e Limites................................................................................................. 63 Vinheta clínica........................................................................................................... 64 Referências.................................................................................................................. 65

4. Psicoterapia Psicodinâmica Breve Miguel Trigo..................................................................................................................... 67

História e Contexto de Emergência................................................................... 68 Bases Teóricas............................................................................................................. 70 Psicoterapia focal................................................................................................... 70 Psicoterapia dinâmica intensiva breve............................................................. 71 Psicoterapia de tempo delimitado provocadora de ansiedade................ 72 Psicoterapia breve dinâmica de apoio e expressiva..................................... 73 Psicoterapia breve.................................................................................................. 74 Objetivos...................................................................................................................... 74 Desenvolvimento Terapêutico............................................................................. 76 Dispositivo ou setting terapêutico.................................................................... 76 Processo psicoterapêutico................................................................................... 77 IV


Índice

Principais Técnicas.................................................................................................... 78 Foco............................................................................................................................ 78 Aliança terapêutica................................................................................................ 79 Triângulos de conflito e da pessoa.................................................................... 80 Triângulo do conflito............................................................................................. 81 Triângulo da pessoa............................................................................................... 81 Lacuna básica........................................................................................................... 81 Experiência emocional corretiva (EEC)............................................................ 82 Atitude do Terapeuta............................................................................................... 83 Indicações e Limites................................................................................................. 84 Vinheta clínica........................................................................................................... 85 Referências.................................................................................................................. 86

5. Psicoterapia Existencial Daniel Sousa.................................................................................................................... 91

História e Contexto de Emergência................................................................... 92 Bases Teóricas............................................................................................................. 94 Objetivos...................................................................................................................... 98 Desenvolvimento Terapêutico............................................................................. 99 Princípios de eficiência psicoterapêutica........................................................ 100 Processo terapêutico............................................................................................. 102 Principais Técnicas.................................................................................................... 104 Posturas relacionais do método fenomenológico (estático – descritivo). 105 Técnicas terapêuticas do método fenomenológico (genético – hermenêutico).................................................................................. 107 Atitude do Terapeuta............................................................................................... 109 Indicações e Limites................................................................................................. 110 Referências.................................................................................................................. 111

6. Psicoterapia Centrada no Cliente

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Odete Nunes / Rute Brites / João Hipólito................................................................... 115

História e Contexto de Emergência................................................................... 116 Bases Teóricas............................................................................................................. 117 Tendência atualizante........................................................................................... 117 Não diretividade..................................................................................................... 118 Presença de condições necessárias e suficientes na evolução do processo psicoterapêutico................................................................................... 119 Teoria da personalidade....................................................................................... 120 Objetivos...................................................................................................................... 122 Desenvolvimento Terapêutico............................................................................. 123 Principais Técnicas.................................................................................................... 124 V


PSICOTERAPIAS

Atitude do Terapeuta............................................................................................... 124 Compreensão empática (Empathic understanding)..................................... 125 Congruência (Congruence).................................................................................. 126 Cuidado incondicional positivo (Unconditional positive regard).............. 126 Indicações e Limites................................................................................................. 127 Importância da Investigação................................................................................ 128 Vinheta clínica........................................................................................................... 128 Referências.................................................................................................................. 129

7. A Psicoterapia Gestalt Ana Teresa Calado / Maria João Jadauji / Neuza Almeida / Irina António Carmo Gonçalves / Macarena Diuana.......................................................................... 133

História e Contexto de Emergência................................................................... 134 Bases Teóricas............................................................................................................. 137 Objetivos...................................................................................................................... 139 Desenvolvimento Terapêutico............................................................................. 139 Fase de orientação................................................................................................. 140 Fase de experiência................................................................................................ 141 Setting Terapêutico.................................................................................................. 142 Principais Técnicas.................................................................................................... 142 Atitude do Terapeuta............................................................................................... 144 Indicações e Limites................................................................................................. 146 Vinheta clínica........................................................................................................... 146 Referências.................................................................................................................. 149

8. Terapias Cognitivo­‑Comportamentais Isabel de Sá / Telmo Mourinho Baptista........................................................................ 151

História e Contexto de Emergência................................................................... 152 A Restruturação Cognitiva – Mudar os Pensamentos Disfuncionais: Albert Ellis e Aaron Beck........................................................................................ 153 Treino de Competências de Confronto............................................................. 155 Treino de Resolução de Problemas..................................................................... 156 Bases Teóricas............................................................................................................. 157 Objetivos...................................................................................................................... 159 Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 159 Atitude do Terapeuta............................................................................................... 160 Principais Técnicas.................................................................................................... 161 Técnica ABC............................................................................................................. 161 Implicações dos pensamentos............................................................................ 162 O papel da catastrofização.................................................................................. 163 A restruturação cognitiva.................................................................................... 164 VI


Índice

Indicações e Limites................................................................................................. 165 Referências.................................................................................................................. 165

9. Terapia Comportamental Dialética: uma abordagem integrativa para (além da) perturbação borderline da personalidade Carla Moleiro.................................................................................................................. 169 História e Contexto de Emergência................................................................... 170 Bases Teóricas............................................................................................................. 171 Teoria biopsicossocial da PPB............................................................................. 172 Teoria dialética........................................................................................................ 173 Objetivos...................................................................................................................... 173 Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 174 Psicoterapia individual.......................................................................................... 174 Psicoterapia de grupo............................................................................................ 175 Coaching em situações de vida quotidiana.................................................... 176 Equipa de supervisão............................................................................................. 176 Principais Técnicas.................................................................................................... 178 Atitude do Terapeuta............................................................................................... 179 Indicações e Limites................................................................................................. 180 Vinheta clínica........................................................................................................... 181 Referências.................................................................................................................. 182

10. Terapia Narrativa de Reautoria

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João Batista / Carina Magalhães / Patrícia Pinheiro / António Ribeiro Catarina Rosa / Joana Silva / Miguel M. Gonçalves...................................................... 185

História e/ou Contexto de Emergência............................................................ 186 Bases Teóricas............................................................................................................. 186 Do mapear à narrativa: a influência de Bateson e Bruner......................... 186 A análise do poder e a desconstrução: a influência de Foucault............. 188 Objetivos...................................................................................................................... 189 Fases da TN.................................................................................................................. 190 Fase 1: desconstrução........................................................................................... 191 Vinheta clínica 1 – Da internalização à externalização................................. 192 Fase 2: reconstrução.............................................................................................. 194 Vinheta clínica 2 – Identificação e elaboração de resultados únicos....... 195 Fase 3: consolidação.............................................................................................. 196 Vinheta clínica 3 – Consolidação da nova narrativa...................................... 197 Atitude do Terapeuta............................................................................................... 198 Indicações e Limites................................................................................................. 199 Referências.................................................................................................................. 199 VII


PSICOTERAPIAS

11. Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo José de Abreu-Afonso / Isaura Manso Neto.................................................................. 203

História e Contexto de Emergência................................................................... 204 Bases Teóricas............................................................................................................. 206 Foulkes e a Escola Inglesa.................................................................................... 206 Cortesão e a Escola Portuguesa......................................................................... 208 Objetivos...................................................................................................................... 210 Setting........................................................................................................................... 210 Desenvolvimento Terapêutico............................................................................. 211 Técnica.......................................................................................................................... 214 Atitude do Terapeuta............................................................................................... 215 Indicações e Limites................................................................................................. 216 Referências.................................................................................................................. 218

12. Terapia Familiar Sistémica: uma introdução Daniel Sampaio............................................................................................................... 221

História e Contexto de Emergência................................................................... 222 Bases Teóricas............................................................................................................. 223 Objetivos...................................................................................................................... 225 Desenvolvimento Terapêutico............................................................................. 227 Principais Técnicas.................................................................................................... 229 Indicações e Limites................................................................................................. 230 Referências.................................................................................................................. 232

13. Terapia de Casal Sistémico-Relacional Maria Gouveia-Pereira................................................................................................... 233

Definição de Casal.................................................................................................... 234 História e Contexto de Emergência................................................................... 237 Modelos e técnicas na terapia conjugal.......................................................... 239 Objetivos ..................................................................................................................... 244 Desenvolvimento Terapêutico............................................................................. 246 Tipo de pedidos em terapia de casal................................................................ 247 Atitude do Terapeuta............................................................................................... 248 Indicações.................................................................................................................... 249 Referências.................................................................................................................. 250

14. Terapia Familiar Psicanalítica Ana Marques Lito............................................................................................................ 253

História e Contexto de Emergência................................................................... 254 Bases Teóricas............................................................................................................. 258 VIII


Índice

O vínculo intersubjetivo....................................................................................... 258 O aparelho psíquico grupal................................................................................. 259 Objetivos...................................................................................................................... 266 Desenvolvimento Terapêutico............................................................................. 267 Atitude do Terapeuta .............................................................................................. 268 Indicações e Limites ................................................................................................ 269 Vinheta clínica – O casal genial: O André e a Íris........................................... 269 Referências.................................................................................................................. 272

15. Psicodrama: uma psicoterapia da ação António-José Gonzalez................................................................................................... 275

História e Contexto de Emergência................................................................... 276 Bases Teóricas............................................................................................................. 279 Os três contextos................................................................................................... 279 Os cinco instrumentos.......................................................................................... 282 Os três momentos de uma sessão de psicodrama...................................... 284 Outros conceitos teóricos em psicodrama.................................................... 286 Objetivos...................................................................................................................... 291 Principais Técnicas.................................................................................................... 292 Técnicas gerais........................................................................................................ 292 Técnicas específicas............................................................................................... 293 Outras técnicas....................................................................................................... 295 Desenvolvimento Terapêutico............................................................................. 296 Atitude do Terapeuta............................................................................................... 297 Indicações e Limites................................................................................................. 297 Referências.................................................................................................................. 298

16. O Psicodrama Psicanalítico

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Luísa Branco Vicente....................................................................................................... 301

História e Contexto de Emergência................................................................... 303 Bases Teóricas ............................................................................................................ 304 Objetivos...................................................................................................................... 306 Esfera interpessoal................................................................................................. 306 Desenvolvimento Terapêutico ............................................................................ 307 O grupo psicodramático....................................................................................... 307 Composição de um grupo psicodramático..................................................... 308 Sessão de psicodrama........................................................................................... 309 Principais Técnicas.................................................................................................... 311 Atitude do Terapeuta............................................................................................... 312 Transferência e contransferência...................................................................... 312 Transferência sobre o diretor e coterapeutas................................................ 313 IX


PSICOTERAPIAS

Formação em psicodrama psicanalítico.......................................................... 313 Indicações e Limites ................................................................................................ 314 Os vários tipos de psicodrama........................................................................... 315 Vinheta clínica........................................................................................................... 316 Referências.................................................................................................................. 317

17. Análise Bioenergética Pedro Ribeiro da Silva / José Luís Gomes / Sara Barros / Teresa Goulão / Ana Botas..... 319

História e Contexto de Emergência................................................................... 320 Bases Teóricas............................................................................................................. 322 Objetivos...................................................................................................................... 325 Desenvolvimento Terapêutico (Setting).......................................................... 326 Principais Técnicas.................................................................................................... 328 Técnicas analíticas................................................................................................. 328 Intervenções/técnicas corporais........................................................................ 329 Atitude do Terapeuta............................................................................................... 330 Indicações e Limites ................................................................................................ 332 Vinheta clínica........................................................................................................... 333 Referências.................................................................................................................. 336

18. O (Meta)Modelo de Complementaridade Paradigmática (MCP) António Branco Vasco / Nuno Conceição / Ana Nunes da Silva / Joana Fojo Ferreira Catarina Vaz-Velho......................................................................................................... 339

Fundamentação Metateórica .............................................................................. 341 Desenvolvimento Terapêutico............................................................................. 346 O “estar” em terapia............................................................................................. 346 O “como” da terapia............................................................................................. 350 O “quando” da terapia.......................................................................................... 352 Indicações e Limites................................................................................................. 357 Referências.................................................................................................................. 357

19. Integração em Psicoterapia António Branco Vasco..................................................................................................... 363

Razões de Ordem Histórica, Psicossocial e Clínica...................................... 366 Razões de Ordem Empírica.................................................................................... 368 Desenvolvimento Terapêutico............................................................................. 369 Fatores determinantes da eficácia terapêutica............................................. 369 O Terapeuta................................................................................................................. 372 As Técnicas.................................................................................................................. 375 Variedades da experiência integrativa............................................................. 377 Referências.................................................................................................................. 378

Índice Remissivo........................................................................................................................ 385 X


Os Autores

COORDENADORA E AUTORA Isabel Leal Psicóloga e Psicoterapeuta, é Doutorada em Psicologia pela Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. É Professora Catedrática no ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, onde é Investigadora do William James Center for Research e Presidente do seu Conselho Científico. Foi Coordenadora do Departamento de Psicologia Clínica da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, que fundou, e Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde. AUTORES Ana Botas Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta em Análise Bioenergética (2011). Profissio­nalmente exerce funções no Serviço de Apoio Psicológico do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa e, em prática privada, desde 1995. Ana Marques Lito Psicanalista (SPP – Sociedade Portuguesa de Psicanálise/IPA – International Psychoanaly­ tical Association), Psicoterapeuta Psicanalítica do Casal e da Família e Terapeuta Familiar Sistémica. Psicodramatista, cofundadora da POEISIS/EFPP (Associação Portuguesa de Psicoterapia Psicanalítica de Casal e Família/European Federation for Psychoanalitic

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Psychoterapy) e membro efetivo da International Association of Couple and Family Psychoanalysis (IACFP). É também membro da Comissão Científica permanente da XI


PSICOTERAPIAS

IACFP. Professora Universitária Convidada no ISCSP (Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas) e no ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Ana Nunes da Silva Professora Auxiliar Convidada na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta. A par da prática clínica faz investigação, em particular nas áreas dos comportamentos aditivos e dos processos de mudança em psicoterapia, com um foco particular nos processos emocionais. Faz parte do Paradigmatic Complementarity PsiLab – grupo de investigação sobre o Modelo de Complementaridade Paradigmática. Ana Teresa Calado Licenciada em Filosofia pela Universidade Clássica de Lisboa e com Mestrado integrado de Psicologia Clínica pelo ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Formação em Psicoterapia Gestalt pela Sociedade Luso-Espanhola de Psicoterapia Gestalt (SLEPG). Psicoterapeuta, Formadora e Supervisora na SLEPG e Associação Portuguesa de Gestalt (APG). Sócia fundadora da APG e Presidente do Conselho Científico-Pedagógico. António Branco Vasco Psicoterapeuta de orientação integrativa e criador do Modelo de Complementaridade Paradigmática. Professor Catedrático da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, onde é Coordenador do Núcleo de Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e Integrativa. Membro do Conselho Técnico, Formador e Supervisor da Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva (APTCC). Membro da Society for the Exploration of Psychotherapy Integration (SEPI), integrando o seu advisory board e o seu research committee. António-José Gonzalez Doutorado em Psicologia da Educação pela Universidade de Salamanca é, desde 1994, docente do ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Investiga na área das ligações entre as artes e as psicoterapias, tendo dirigido a Pós-Graduação em Desenvolvimento pelas Artes Expressivas. É membro didata da Sociedade Portuguesa de Psicodrama. É membro do Research Committee da Federation of European Psychodrama Training Organizations. Fundou e coordena o dISPArteatro, grupo de teatro do ISPA. Dirige grupos terapêuticos de psicodrama na Clínica ISPA. António Ribeiro Doutorado em Psicologia Clínica pela Universidade do Minho, é Investigador de Pós­ ‑Doutoramento na Unidade de Psicoterapia e Psicopatologia do Centro de Investigação em Psicologia (CIPsi), na mesma universidade, onde coordenou entre 2013 e 2015 a Unidade de Adultos, do serviço de consulta. Dedica-se desde 2008 ao estudo da ambivalência em psicoterapia, tendo publicado diversos artigos científicos nacionais e internacionais sobre o tema.

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Os Autores

Carina Magalhães Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Realiza prática clínica desde 2009. Psicoterapeuta na Associação de Psicologia da Universidade do Minho. Membro da equipa de investigação em “Processos de Mudança em Psicoterapia”, integrada no Centro de Investigação em Psicologia (CIPsi) da Universidade do Minho. Carla Moleiro Professora Universitária no Departamento de Psicologia Social e das Organizações da Escola de Ciências Sociais e Humanas do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, e Investigadora no Centro de Investigação e Intervenção Social do Instituto Universitário de Lisboa (CIS-IUL), no qual é Diretora desde 2016. É Doutorada em Psicologia Clínica pela Universidade da Califórnia Santa Bárbara, nos EUA. Psicoterapeuta na Associação Portuguesa de Terapias Comportamentais e Cognitivas (APTCC). Atualmente, é Presidente do Conselho Jurisdicional da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Carmo Gonçalves Possui o Mestrado Integrado em Psicologia Clínica, pelo ISPA – Instituto Universitário. Tem formação em Psicoterapia Gestalt, pela Sociedade Luso-Espanhola de Psicoterapia Gestalt (SLEPG), e em EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing), pelo Ehud Oren, EMDR Institut. É Formadora de psicoterapeutas na SLEPG e na Associação Portuguesa de Gestalt (APG). Foi sócia fundadora da APG e membro do Conselho Científico-Pedagógico. Catarina Rosa Bolseira de Pós-Doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia no Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro e membro integrado do CIPsi (Centro de Investigação em Psicologia) e do CINTESIS.UA (Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde da Universidade de Aveiro). Recentemente, tem-se dedicado às questões metodológicas na investigação do processo terapêutico, à exploração de relações entre aliança terapêutica, resultado do tratamento e inovação e ambivalência em psicoterapia, bem como ao desenvolvimento de estratégias de diminuição da ruminação.

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Catarina Vaz-Velho Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta. Pós-Graduada em Psicoterapias Cognitivo­ ‑Comportamentais pela Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva (APTCC). Mestre em Psicologia Cognitiva e Doutorada em Psicologia Clínica, pela Universidade de Lisboa. Técnica Superior de Saúde do Ramo de Psicologia Clínica, tendo exercido funções no Hospital Garcia de Orta entre 1995 e 2003. Professora Auxiliar do Departamento de Psicologia da Universidade de Lisboa, membro da Society for the Exploration of Psychotherapy Research e Vice-Presidente da Associação Médicos do Mundo – Portugal.

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PSICOTERAPIAS

Daniel Sampaio Médico Psiquiatra. Professor Catedrático de Psiquiatria e Saúde Mental. Foi Diretor do Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria, onde organizou o atendimento a adolescentes em risco de suicídio e cofundou a consulta multidisciplinar de anorexia nervosa e bulimia nervosa. Foi pioneiro da Terapia Familiar em Portugal, através da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar, da qual foi um dos fundadores. É autor de 28 livros e de cerca de uma centena de artigos científicos em revistas nacionais e estrangeiras. Daniel Sousa Diretor da Clínica ISPA e Professor Auxiliar no ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Doutorado em Psicoterapia na Wales University / Regent’s College, no Reino Unido. É membro fundador da Sociedade Portuguesa de Psicoterapia Existencial. Acaba de publicar (ano de 2017) os livros Investigação Científica em Psicoterapia e a Prática Psicoterapêutica – Os Dados Mais Relevantes Para os Clínicos e Existential Psychotherapy – The Genetic Phenomenological Approach. Irina António Psicóloga e Psicoterapeuta Gestalt. Licenciada em Psicologia pela Universidade Estatal de Yaroslavl, Federação da Rússia. Possui o Curso de Formação em Psicoterapia Gestalt, pela Sociedade Luso-Espanhola de Psicoterapia Gestalt (SLEPG) em colaboração com o Instituto de Psicoterapia Gestalt em Madrid (Lisboa). É membro da Direção da Associação Portuguesa de Psicologia e Psiquiatria Transcultural (2006-2012) e cofundadora da Associação Portuguesa de Gestalt (APG), na qual é membro da direção desde 2013. Isabel de Sá Investigadora da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, onde se doutorou em Psicoterapia e Aconselhamento. Investiga em motivação e autorregulação para a aprendizagem e o desenvolvimento e mudança na psicoterapia com crianças e jovens. É Psicoterapeuta em Terapia Cognitivo-Comportamental e, atualmente, Presidente da Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva, e Formadora na vertente de psicoterapia com crianças e jovens na mesma associação. Isaura Manso Neto Psiquiatra. Membro titular didata da Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo de que é a atual Presidente. Membro da Sociedade Portuguesa de Psicanálise. Chefe de serviço hospitalar no Serviço de Psiquiatria do Hospital de Santa Maria. Introduziu os Grupos de Psicoterapia Analítica Multifamiliar em Portugal. Exerce atividade privada de psicoterapia analítica individual, de grupo, psicanálise e grupanálise, bem como supervisão de psicólogos e psiquiatras. Joana Fojo Ferreira Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta. Doutorada em Psicologia Clínica pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Pós-Graduada pela APTCC (Associação Portuguesa XIV


Os Autores

de Terapias Comportamental e Cognitiva) em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental e Integrativa com Adultos e encontra-se a fazer a Pós-Graduação em Terapia Gestalt. Tem artigos publicados relacionados com a componente sequencial do Modelo de Complementaridade Paradigmática, o processo terapêutico e a evolução dos pacientes ao longo deste. Joana Silva Psicoterapeuta, é Doutorada em Psicologia Clínica pela Universidade do Minho. Desde 2006 tem feito investigação na área do desenvolvimento, perturbações de vinculação e processo em psicoterapia, tendo este trabalho resultado na publicação de diversos artigos científicos nacionais e internacionais. Atualmente, é Investigadora de Pós-Doutoramento na Unidade de Psicoterapia e Psicopatologia do Centro de Investigação em Psicologia (CIPsi) da Universidade do Minho. João Batista Doutorado em Psicologia Aplicada no ramo de Psicoterapia e Psicologia Clínica, é Psicoterapeuta e Investigador na área da psicoterapia no Centro de Investigação em Psicologia (CIPsi) da Universidade do Minho. Na tese de doutoramento abordou a mudança em psicoterapia e os padrões relacionais numa amostra de depressão. Atualmente, colabora num projeto de investigação no luto complicado. João Hipólito Doutor em Medicina e em Psicologia, é Psiquiatra e Pedopsiquiatra. Psicoterapeuta, Supervisor e Formador no modelo da Terapia Centrada no Cliente da Associação Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e Counselling (APPCPC). Professor Catedrático da Universidade Autónoma de Lisboa. Presidente Honorário da APPCPC. Membro fundador da World Association for Person-Centered and Experiential Psychotherapy and Counselling, e da sua primeira direção provisória.

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José de Abreu-Afonso Psicanalista da Sociedade Portuguesa de Psicanálise (SPP), membro da International Psychoanalitc Association e European Psychoanalitic Federation, e grupanalista da Sociedade Portuguesa de Grupanálise (SPG) e da Grupanalitic Society International. Membro da Direção e Secretário Científico da SPP, Formador na SPP e SSPG, da qual é membro didata, membro da Comissão Científica e Coordenador da Comissão Editorial. É docente no ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. Supervisor de psicólogos clínicos em prática liberal e institucional. José Luís Gomes Psicólogo Clínico pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Psicoterapeuta em Análise Bioenergética pelo International Institute for Bioenergetic Analysis (IIB) e Supervisor em Análise Bioenergética desde 2006. Foi Técnico Superior de XV


PSICOTERAPIAS

Reinserção Social / Psicologia, no IRS (Instituto de Reinserção Social) – Ministério da Justiça (1992-2009). José Martinho Membro da Associação Mundial de Psicanálise, da Eurofederação de Psicanálise e da Nova Escola Lacaniana. Presidente da Antena do Campo Freudiano. Professor Catedrático reformado. Autor de inúmeros livros e artigos publicados no país e no estrangeiro. Luísa Branco Vicente Psiquiatra e Pedopsiquiatra. Doutorada em Psiquiatria e Saúde Mental, pela Faculdade de Medicina de Lisboa, e Professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Presidente da Comissão de Ensino, Presidente da Comissão de Ética, cofundadora e didata da Sociedade Portuguesa de Psicodrama Psicanalítico de Grupo. Membro da Comissão de Ensino e didata da Sociedade Portuguesa de Psicanálise. Membro dos Corpos Sociais da Direção e cofundadora da Sociedade Portuguesa de Psicossomática. Macarena Diuana Psicoterapeuta Gestalt acreditada pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP). Psicóloga Clínica licenciada pela Universidade Católica do Chile, e com Mestrado pela Université Catholique de Louvain, na Bélgica. Cofundadora e atual Diretora da Sociedade Luso­ ‑Espanhola de Psicoterapia Gestalt (SLEPG). Cofundadora e atual Presidente da Associação Portuguesa de Gestalt (APG). Formadora de psicoterapeutas em Portugal, no Brasil, Espanha e Itália. Maria Gouveia-Pereira Professora Universitária no ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, no Departamento de Psicologia Clínica e da Saúde. Tem publicado artigos científicos em revistas nacionais e internacionais sobre diversos temas, nomeadamente no campo da adolescência. É membro efetivo da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar. A sua experiência clínica é no âmbito da psicoterapia individual, da família e do casal. Maria João Jadauji Licenciatura em Psicologia Clínica pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa com Pós-Graduação em Aconselhamento e Psicoterapia com Adultos, pela Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva (APTCC) e Pós-Graduação em Psicoterapia Gestalt, pela Sociedade Luso-Espanhola de Psicoterapia Gestalt (SLEPG). Membro fundador da Associação Portuguesa de Gestalt (APG), onde desempenha as funções de Secretária da Direção e integra o Conselho Científico Pedagógico sendo também Psicoterapeuta, Formadora e Supervisora. Miguel M. Gonçalves Psicólogo, Psicoterapeuta e Professor Catedrático da Escola de Psicologia da Universidade do Minho. É atualmente Diretor do Centro de Investigação em Psicologia da Universidade XVI


Os Autores

do Minho e Vice-Presidente da Escola de Psicologia. Foi Editor Associado da revista internacional Psychotherapy Research (Routledge).Tem publicado sobre o processo de mudança narrativa em psicoterapia ao nível internacional. É autor de mais de 25 capítulos internacionais e de mais de 80 artigos em revistas internacionais com arbitragem por pares. Miguel Trigo Psicólogo Clínico, é Mestre em Saúde Mental e Doutor em Psicologia Clínica. Exerce atividade profissional no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. Tem-se dedicado à docência e à formação nas áreas da psicologia clínica e da saúde, em diversas universidades e institutos. Na Sociedade Portuguesa de Psicoterapias Breves, é sócio e Psicoterapeuta Titular. Fez formação em terapia familiar sistémica. Integra o Conselho Científico da Federação Portuguesa de Psicoterapia e a Assembleia de Representantes da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Neuza Almeida Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde e em Psicologia da Educação. É Psicóloga do Desporto e Psicoterapeuta pela Sociedade Luso-Espanhola de Psicoterapia Gestalt (SLPEG), na qual é Formadora e Psicoterapeuta, bem como da Associação Portuguesa de Gestalt (APG), de que é sócia fundadora, Presidente da Mesa da Assembleia-Geral e membro do Conselho Científico-Pedagógico. Nuno Conceição Doutorado pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, tem a sua identidade profissional construída com base na integração em psicoterapia. Desde 2000, exerce psicoterapia com adultos em formato individual e coterapia de casal. É Formador na Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva (APTCC) e Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Investiga no Laboratório de Complementaridade Paradigmática. Em 2017, foi Presidente da Society for the Exploration of Psychotherapy Integration (SEPI).

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Odete Nunes Doutora em Psicologia Clínica. Presidente da Associação Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e Counselling (APPCPC). Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta, Supervisora e Formadora no modelo da Terapia Centrada no Cliente na APPCPC. Professora Associada da Universidade Autónoma de Lisboa, onde é Coordenadora Científica do Centro de Investigação em Psicologia (CIP/UAL) e Diretora do Departamento de Psicologia. É Editora Assistente do Person-Centered and Experiential Psychotherapies (PCEP) Journal. Patrícia Pinheiro Bolseira de Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia, estando integrada no Centro de Investigação em Psicologia (CIPsi) da Universidade do Minho. A sua tese de doutoramento é sobre o processo de mudança em psicoterapia, focando-se especificamente no papel do processamento emocional. Ao longo do seu percurso profissional, tem conciliado a investigação com a prática em psicologia clínica. XVII


PSICOTERAPIAS

Pedro Ribeiro da Silva Médico. Mestre em Ciências da Comunicação. Certificado como Psicoterapeuta pelo International Institute for Bioenergetic Analysis (IIB) . É atualmente Presidente da Associação Portuguesa de Análise Bioenergética, fazendo igualmente parte da Direção da Federação Europeia de Análise Bioenergética (EFBA-P). Rui Aragão Oliveira Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicanálise (SPP). Membro da Associação Internacional de Psicanálise, Psicanalista Titular e com funções didáticas na Sociedade Portuguesa de Psicanálise, exerceu a atividade de docência universitária no ensino público (Universidade de Évora) e privado (Instituto de Psicologia Aplicada). Dirigiu a Revista Portuguesa de Psicanálise e é membro do Editorial Board Psychoanalysis Today e do Comité de Assessores do Livro Anual de Psicanálise. Rute Brites Doutora em Psicologia da Saúde. Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e Counselling (APPCPC). Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta e Formadora no modelo da Terapia Centrada no Cliente. Professora Auxiliar na Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) e Investigadora integrada do Centro de Investigação em Psicologia (CIP/UAL). Assessora da Direção do Departamento de Psicologia da UAL. Sara Barros Psicóloga Clínica pelo ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, é Psicoterapeuta Certificada em Análise Bioenergética (CBT – Certified Bioenergetic Therapist) pelo IIBA (International Institute for Bioenergetic Analysis). Desde 2002 que exerce maioritariamente clínica privada em consultório particular. Tem experiência profissional anterior como psicóloga clínica em contexto hospitalar (Hospital Miguel Bombarda e Hospital Curry Cabral) e em reinserção social. Telmo Mourinho Baptista Psicólogo e Psicoterapeuta da Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva (APTCC). Professor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Foi o primeiro Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), Presidente da Federação Ibero-Americana de Associações de Psicologia (FIAP) e é atualmente Presidente da European Federation of Psychologists’ Association (EFPA). Teresa Goulão Licenciada em Psicologia Clínica pelo ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, e em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. É Psicoterapeuta Certificada em Análise Bioenergética, função que exerce em clínica privada. Foi Assessora Principal dos Serviços Centrais do Ministério da Educação.

XVIII


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Introdução

Há 100 anos, numa conferência pronunciada em Budapeste em 1918 dizia Freud, dirigindo-se aos seus colegas: “Queria examinar com os senhores uma situação que pertence ao futuro e que talvez lhes pareça fantástica. Mas, a meu ver, merece que acostumemos a ela o nosso pensamento. Sabem muito bem que a nossa acção terapêutica é bastante restrita. Somos poucos, e cada um de nós não pode tratar mais do que um número limitado de doentes por ano, por maior que seja a nossa capacidade de trabalho. Frente à magnitude de miséria neurótica de que padece o mundo, o nosso rendimento terapêutico é quantitativamente insignificante. Além disso, as nossas condições de existência humana limitam a nossa acção às classes abastadas da sociedade” e acrescentava mais à frente: “Por outro lado é possível prever que algum dia chegará a vez de despertar a consciência da sociedade e adverti-la de que os pobres têm tanto direito ao auxílio do psicoterapeuta como ao do cirurgião e de que as neuroses ameaçam tão gravemente a saúde do povo como a tuberculose, não podendo o seu tratamento ser abandonado à iniciativa individual” (Freud, 1919, p.78). Este tempo que Freud imaginou, de algum modo já chegou e hoje em dia o recurso à psicoterapia é uma realidade incontornável, embora haja muito a fazer sobretudo em relação aos que têm menos recursos económicos. Os inimigos atuais já não são a neurose e a tuberculose e a psicoterapia também já não se esgota na psicanálise. Aliás, na mesma conferência, Freud antecipava: “Defrontar­ ‑nos-emos, então, com a tarefa de adaptar a nossa técnica às novas condições” (Freud, 1919, p.78). De facto, 100 anos de prática psicoterapêutica em crescimento exponencial permitiram que se assistisse a novas conceções, não só da doença mental e do sofrimento humano que justificava a indicação para psicoterapia, mas da própria sociedade e dos recursos que esta deve oferecer em termos de saúde geral e de saúde mental em particular. XIX


PSICOTERAPIAS

O crescimento da oferta e da procura psicoterapêutica conduz-nos à circunstância atual em que, sendo certo que todas as psicoterapias partilham um objetivo último, as teorias, metodologias e técnicas que usam para lá chegar são bastante diferentes. Pelo menos o suficiente para provocar alguma confusão a quem desconhece os pressupostos de cada uma das abordagens psicoterapêuticas. Torna-se assim difícil separar o trigo do joio, quer dizer, perceber as ofertas psicoterapêuticas que se inscrevem numa sólida formação dos terapeutas que as praticam das outras que oferecem experiências de conforto e bem-estar de forma casuística e algo superficial. Os nossos objetivos ao organizar esta obra foram assumidamente os de apresentar a um público, que por razões profissionais ou pessoais, se interessa pelas psicoterapias, as grandes linhas gerais de algumas das principais psicoterapias disponíveis em Portugal. Convidámos para os escrever psicoterapeutas experientes filiados em Sociedades Científicas que têm responsabilidade na formação de psicoterapeutas. Assim, apresentam-se neste manual 17 capítulos que correspondem a outras tantas psicoterapias. Em cada uma delas pretendeu-se apresentar a sua História e/ou o Contexto de Emergência, as principais Bases Teóricas, os Objetivos e o Desenvolvimento Terapêutico, as Principais Técnicas usadas, a caracterização da Atitude do Terapeuta e as Indicações específicas de cada psicoterapia e também os seus Limites. Nalgumas delas existem vinhetas clínicas que facilitam a apreensão do tipo de intervenção. Existem ainda dois outros capítulos, o primeiro intitulado “Psicoterapias: Teorias e Percursos”, que apresenta historicamente o desenvolvimento das psicoterapias e das ideias subjacentes e, o último, intitulado “Integração em Psicoterapia”, que faz um ponto de situação do conhecimento atual em psicoterapias e explicita o movimento integrativo. O segundo capítulo é sobre a psicanálise, a mais clássica forma de psicoterapia e eventualmente a mais divulgada, ainda que nem sempre a melhor conhecida. O capítulo seguinte, referente ainda à psicanálise, apresenta a releitura desta abordagem psicoterapêutica por um dos mais influentes autores do século XX: Lacan. O quarto capítulo é sobre psicoterapia psicodinâmica breve, uma abordagem psicoterapêutica ainda próxima da psicanálise, mas adaptada às novas condições como Freud auspiciara. O quinto capítulo é respeitante à psicoterapia existencial, também uma das mais clássicas formas de psicoterapia, profundamente inscrita em conceitos filosóficos, mas apresentada hoje de uma forma compatível com o homem contemporâneo. O capítulo seguinte, acerca da psicoterapia centrada no cliente, apresenta-nos a proposta e os pontos de vista do mais importante psicólogo do século XX: Carl Rogers. O sétimo capítulo é sobre a terapia Gestalt, uma abordagem terapêutica assumidamente centrada no crescimento do indivíduo e nos seus processos de autorregulação, criatividade e mudança. O oitavo capítulo refere-se à terapia cognitivo-comportamental, uma designação muito abrangente das formas de terapia mais frequentes e mais estudadas na atualidade. XX


Introdução

O capítulo seguinte explana a terapia comportamental dialética e é uma especificação de uma das terapias comportamentais, na proposta de Marsha Linehan, desenvolvida como intervenção específica para clientes com Perturbação de Personalidade Borderline. O décimo capítulo apresenta a terapia narrativa de reautoria, uma abordagem hermenêutica e contextual da psicoterapia centrada nos processos de atribuição de significado que os indivíduos exprimem nas suas narrativas. O Capítulo 11 é sobre grupanálise, uma psicoterapia grupal que indexa ao quadro teórico da psicanálise os fenómenos e fatores presentes nas situações de grupo e que têm interesse terapêutico. O Capítulo 12 apresenta a terapia familiar sistémica, uma abordagem dirigida a um agrupamento considerado como natural: a família, em que os aspetos da comunicação e da relação se tornam os mais relevantes. No capítulo seguinte, “Terapia de Casal numa Perspetiva Sistémico-Relacional”, desenvolvem-se as especificidades do trabalho com o casal, tomado como objeto terapêutico. O Capítulo 14, intitulado “Terapia Familiar Psicanalítica”, é ainda a abordagem da família e do casal mas, desta vez, inscrita dominantemente numa perspetiva psicanalítica. O Capítulo 15 trata de psicodrama: uma psicoterapia de ação, a proposta singular e original de Moreno. O capítulo seguinte, denominado “O Psicodrama Psicanalítico”, é ainda a exploração do psicodrama, mas aliando agora conceções provenientes da psicanálise. O Capítulo 17 é sobre análise bioenergética, uma psicoterapia corporal fundada por Alexander Lowen, em que se dá primazia às ligações entre o psíquico e o físico. No penúltimo capítulo apresenta-se o (Meta)Modelo de Complementaridade Para­ digmática (MCP), uma proposta de Branco Vasco, fundada a partir do conhecimento atual sobre investigação em psicoterapia. Se estas psicoterapias aqui apresentadas não esgotam, de modo nenhum, o rico e complexo território hoje ocupado pela intervenção psicológica ao serviço dos indivíduos, permitem adquirir uma perspetiva geral, quer das discussões e dos movimentos atuais em psicoterapia, quer das conceções implicadas e das práticas estabelecidas em cada um dos processos psicoterapêuticos.

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Isabel Leal

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2 A PSICANÁLISE

José de Abreu-Afonso / Rui Aragão Oliveira


PSICOTERAPIAS

Este texto servirá para desfazer a ideia corrente que assimila a psicanálise de orientação lacaniana a uma psicoterapia e, ao mesmo tempo, para colocar sobre um outro plano o diálogo com os estudantes, professores e profissionais da saúde, psiquiatras, psicólogos, psicoterapeutas, entre outros. É certo que quem procura um psicanalista pensa, geralmente, que vai encontrar um especialista em doenças mentais. Existem também muitos psicanalistas que oferecem de boa-fé os seus serviços no mercado das psicoterapias. Alguém dizia recentemente que, se não houvesse esta confusão, era possível que os psicanalistas já não tivessem pacientes. Mas se quisermos falar de forma rigorosa, não podemos dizer que psicanálise pertence à área da saúde mental. Porque não lembrar que, em 1930, atribuíram ao génio de Freud o Prémio Goethe, equivalente ao Nobel da Literatura. Freud era médico, mas não lhe deram o Nobel de Neurologia. Em vez de remeter a psicanálise para o campo da medicina, talvez seja preferível colocá-la no campo das letras, mesmo que não devamos confundir a psicanálise com um género de literatura, seja ela literária, filosófica, religiosa ou outra. Lacan começa por situar a psicanálise – como tudo o que é humano – no “campo da linguagem”. Ele afirma mesmo que o que ensina, basicamente, é a linguagem. A prática da psicanálise é efetivamente um jogo de linguagem que tem efeitos decisivos sobre o real. Aquilo que cada um tem de mais real é o seu sintoma. É por esta razão que alguns desses efeitos de linguagem podem ser entendidos como terapêuticos, mesmo que cheguem apenas por acréscimo. Convém dizer desde já que o sintoma psicanalítico não é o sintoma médico, por conseguinte, não deve ser incluído no modelo do tratamento e da cura adotado, ainda hoje, pela grande maioria das psicoterapias. Muitos concebem o patológico como o desvio de um comportamento normal definido por estruturas orgânicas e médias estatísticas. Se assim fosse, não haveria patologia da vida quotidiana do homem normal, como Freud mostrou, ou o patológico seria a mera expressão de um erro no programa da vida que devia ser rapidamente corrigido, por exemplo, através de fármacos, ou então extirpado, como o cirurgião retira um corpo estranho de um organismo doente. Na verdade, não existe homem, mulher e criança sem sintoma. No sintoma psicanalítico, há o que cai como patológico, mas também o que permanece; há o que desaparece ao longo do processo e o que resta. Este resto, que constitui o núcleo duro do sintoma, não deve ser lido como um sinal mórbido, mas como a manifestação da verdade de um ser humano. É porque a verdade do ser fala através do sintoma que este pode ser analisado, o que não significa ser curado. Não só o sintoma é impossível de eliminar, como não seria desejável poder fazê-lo. Nem tudo termina com a morte, pois os efeitos do sintoma de um ser vivo falante sobre o próximo e o distante podem perdurar por muito tempo após o falecimento deste. 50


4 PSICOTERAPIA PSICODINÂMICA BREVE

Miguel Trigo


PSICOTERAPIAS

História e Contexto de Emergência A origem das Psicoterapias Psicodinâmicas Breves (PPB) tem uma ligação umbilical com o movimento psicanalítico freudiano e com as dissidências que começaram a surgir a partir de 1908, por altura da fundação da Sociedade Psicanalítica de Viena (Zacharewicz & Formigoni, 2015). Estas cisões conduziram não apenas ao desenvolvimento de várias correntes pós-freudianas (Bleichmar & Bleichmar, 1992), como também ao vasto campo das PPB. Além da discussão acerca da teoria psicanalítica, o debate centrou-se nas alterações à técnica, em particular a duração dos tratamentos e a atitude do analista. Originalmente, a intervenção psicanalítica foi breve, nomeadamente em casos paradigmáticos como os do pequeno Hans (dois meses), de Dora (três meses) ou do homem dos ratos (11 meses), e diversas análises didáticas decorreram em passeios com Sigmund Freud (Muldworf, 1978). O alongamento das análises, devido à introdução da associação livre, à atitude passiva adotada pelo psicanalista e à complexidade crescente da teoria psicanalítica, levou a questionar as implicações e as vantagens de se instaurar a neurose de transferência. Numa época em que a teoria analítica se centrava nos conceitos de Édipo e da castração, Alfred Adler, Wilhelm Stekel e Carl Jung privilegiaram o papel dos conflitos atuais, em detrimento dos passados, a atitude ativa do psicoterapeuta, o face a face e a influência do meio social na dinâmica dos conflitos (Gilliéron, 2004). Estes conceitos foram cruciais nas alterações à técnica, ao encurtar o tratamento e ao reduzir a frequência das sessões. Sandor Ferenczi, um dos pais das PPB, desenvolveria uma “técnica ativa”, em que encorajava o doente a confrontar-se com os seus receios ou fantasmas, ao mesmo tempo que inibia a repetição de conteúdos traumáticos e dos ganhos secundários. A técnica permitia limitar o tempo de terapia ao estabelecer o foco nos conflitos atuais e na relação terapêutica. Estes esforços tiveram eco em Otto Rank que, a partir da sua teoria sobre o “trauma do nascimento”, se interessou pelo efeito terapêutico que a limitação temporal tinha na ansiedade de separação. Antecipando o contributo de Franz Alexander, relativo à “experiência emocional corretiva”, Ferenczi e Rank tentaram contrabalançar a hegemonia atribuída ao insight intelectual, valorizando a ressonância emocional do doente (Bauer & Kobos, 1984). Além das dissidências em torno da técnica psicanalítica, outros acontecimentos estimularam a criação de um corpo independente de PPB. A II Guerra Mundial (1939­ ‑1945) exigiu novas respostas na prestação dos cuidados de saúde mental, quer pela quantidade e urgência dos pedidos, quer pelos contornos psiquiátricos e sociais colocados pelos traumas da guerra. Em 1942, o incêndio no Cocoanut Grove (Lidemann, 1944), em Boston, vitimou 492 pessoas e veio exigir respostas rápidas de apoio emocional em condições traumáticas causadas por eventos atuais. Na década de 50 do século XX, os psicofármacos pareciam trazer a solução biológica para as doenças mentais, em especial para as psicoses. Pela mesma altura, a antipsiquiatria de Thomas 68


5 PSICOTERAPIA EXISTENCIAL

Daniel Sousa


PSICOTERAPIAS

História e Contexto de Emergência A psicoterapia Gestalt inscreve-se naquela psicoterapia que se convencionou designar por corrente humanista ou “terceira força” da psicoterapia.1 Esta corrente, que emergiu nos meados do século XX no pós II Guerra Mundial, apresenta em comum, entre as diversas abordagens, três aspetos: a valorização da experiência subjetiva, a crença no potencial do crescimento humano e a importância dada ao Encontro (Leal, 2005). Aparece como uma reação aos paradigmas psicológicos dominantes então presentes, a psicanálise e, sobretudo, o comportamentalismo, que apelava ao modelo de racionalidade científica estabelecida com a física moderna, com todos os seus requisitos, nomeadamente as noções de objetividade e causalidade linear. Mas o contexto em que se inscreve esta reação é mais alargado, abrangendo não só a esfera do conhecimento científico e da reflexão filosófica, como o das artes, das mudanças sociais, políticas e até religiosas. É neste contexto que emerge a terapia Gestalt. Um novo paradigma científico começou a emergir em finais do século XIX, início do século XX, quando no interior da própria física teórica e experimental se abriram as primeiras fissuras nas noções de objetividade e causalidade. As noções de relatividade, introduzidas por Einstein na sua teoria com o mesmo nome, bem como as de incerteza e probabilidade, de Werner Heisenberg, abalaram definitivamente a crença e a confiança na possibilidade do conhecimento objetivo. O conhecimento da natureza passa a ter de integrar a incerteza e a probabilidade e, além disso, não pode mais ignorar a perspetiva do observador e a sua influência no fenómeno observado. Na psicologia, a par da continuidade na procura do estabelecimento de leis gerais do comportamento, verificou-se uma inflexão da reflexão para o domínio da consciência e da subjetividade. Os trabalhos de Freud, com a descoberta do inconsciente e a criação do método psicanalítico, constituirão um marco decisivo para a história da psicoterapia. A investigação e reflexão levadas a cabo por psicólogos e filósofos como Dilthey, com a introdução da diferença entre “explicação” e “compreensão”, William James com a “corrente da consciência”, e Franz Brentano, com a noção de intencionalidade da consciência, abriram caminho a novas abordagens que passaram a interessar-se, sobretudo, pela interioridade do sujeito epistémico (Giorgia & Sousa, 2010). Na filosofia, a fenomenologia, de Husserl, desenvolve o método fenomenológico e a descrição do fenómeno – aquilo que se mostra por si mesmo à consciência –, centrando-se no “como” em vez do “porquê”. A consciência e os modos como a ela se dá o objeto passam a estar no centro da reflexão, constituindo-se aquela como a criadora de sentido que substituirá a busca das causas. Designação atribuída a Abraham Maslow. Foram seus iniciadores, para além de Maslow, Gordon Allport, George Kelly, RolloMay e Carl Rogers.

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8 TERAPIAS COGNITIVO­ ‑COMPORTAMENTAIS

Isabel de Sá / Telmo Mourinho Baptista


PSICOTERAPIAS

História e/ou Contexto de Emergência A Terapia Narrativa da Reautoria (TN) surgiu no fim dos anos 80 do século XX, tendo sido inicialmente formulada por Michael White e David Epston (White & Epston, 1990), dois terapeutas familiares oriundos da Austrália e da Nova Zelândia, respetivamente. De acordo com Michael White (Bubenzer, West & Boughner, 1994), a TN originou-se a partir do seu interesse pelo trabalhos de Gregory Bateson, da sua influência na terapia familiar e de Michel Foucault (Gonçalves, 2008). A TN resulta da integração de diferentes áreas de conhecimento, constituindo-se como um olhar inovador sobre a psicopatologia e a psicoterapia (McLeod, 2000). Tem sido desenvolvida por diversos autores (Freedman & Combs, 1996; McLeod, 1997; Parry & Doan, 1994), tornando-se um modelo usado em diferentes contextos, como a adição (Gardner & Poole, 2009), o trauma (Beaudoin, 2005), a violência nas relações de intimidade (Gonçalves, Matos & Santos, 2009) ou a depressão (Lopes et al., 2014). É também utilizada com diferentes populações, nomeadamente, crianças, adultos, casais e famílias. Existem diversos modelos terapêuticos de inspiração narrativa, mas atendendo à limitação de espaço, nesta secção vamos focar-nos nas bases teóricas e nos objetivos da TN formulados por White (2007) e por White e Epston (1990).

Bases Teóricas A TN não se formou a partir do discurso psicológico, constituindo uma síntese de contribuições de diversas ciências sociais e humanas (Besley, 2002). No entanto, os autores que influenciaram a TN participaram, de alguma forma, na construção do paradigma pós-estruturalista. O pós-estruturalismo evidencia a participação humana na construção do conhecimento, assumindo a natureza relativa (contextual) do significado (Sexton, 1997). Desta forma, a TN foi influenciada pelas noções de que as realidades humanas são construídas socialmente, constituídas através da linguagem e organizadas na forma de narrativas (Freedman & Combs, 1996). No clássico livro de White e Epston (1990), Narrative Means to Therapeutic Ends, que lançou as bases deste modelo, os autores identificam Bateson, Bruner e Foucault como as suas principais influências. Outros autores, como Derrida, Goffman, Geertz ou Wittgenstein, influenciaram igualmente a génese e estrutura da TN (Freedman & Combs, 1996). De seguida, apresentam-se as noções que influenciaram a TN.

Do mapear à narrativa: a influência de Bateson e Bruner Gregory Bateson, um dos proponentes da chamada primeira cibernética da terapia sistémica (Relvas, 2000), foi uma influência central da TN. De acordo com Bateson (1972;1999), conhecemos a partir de um processo de comparação e distinção entre dois 186


11 GRUPANÁLISE E PSICOTERAPIA ANALÍTICA DE GRUPO

José de Abreu-Afonso / Isaura Manso Neto


PSICOTERAPIAS

História e Contexto de Emergência A grupanálise e a psicoterapia analítica de grupo são formas de psicoterapia psicodi‑ nâmica em que o tratamento individual de pacientes é feito em grupo, pelo analista e pelo grupo – que o analista envolve no processo –, constituindo este o instrumento terapêutico (Lorentzen, 2014). Foi criada por Foulkes (1898-1976), que iniciou a prática em 1939, estabelecendo o modelo em 1947. Foulkes nasceu na Alemanha, onde concluiu a formação médica em 1923. A ascendência judaica fê-lo emigrar para Inglaterra em 1933, a convite de Ernest Jones, onde acabou por aderir à British Psycho-Analytical Society, de que foi membro didata. Em 1952 fundou a Group Analytic Society-London, que presidiu até 1970. Mais tarde, já no século XXI, esta dá origem à Group Analytic Society International. Em Portugal, a grupanálise desenvolveu-se a partir do contributo fundamental de Eduardo Luís Cortesão (1919-1991). Psiquiatra, colocado como médico da Junta de Emigração, Cortesão teve a possibilidade de viajar, nomeadamente para a Argentina, onde frequentou seminários na Sociedade Psicanalítica e no Instituto Pichon-Rivière, em Buenos Aires. Em 1954 continuou a formação psiquiátrica em Londres, conhecendo Foulkes, com quem começou um processo grupanalítico pessoal, sendo admitido na GAS em 1955. É em 1956 que inicia o movimento grupanalítico português, fundando, em 1958, o Grupo de Estudos de Grupanálise, em 1963 a Secção de Grupanálise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria e, em 1981, a Sociedade Portuguesa de Grupanálise que, em 2016, adotou o nome de Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo (SPG-PAG). Foi no Estoril, em 1970, que se organizou o primeiro European Symposium of Group Analysis. Como anota Dinis (2015), Cortesão “contribuiu decisivamente para que a Grupanálise em Portugal adquirisse uma nítida singularidade teórico-técnica”. Outro dos pioneiros da grupanálise portuguesa foi Maria Rita Mendes Leal (n. 1921), doutorada em Psicologia pela Universidade de Londres. Completando igualmente a formação grupanalítica com Foulkes, dedicou-se a um trabalho conceptual que se viria a integrar com o de Cortesão. Destaque ainda para Guilherme Ferreira, João Azevedo e Silva e Eugénio Cruz-Filipe, que introduziram a psicoterapia analítica de grupo nos serviços de saúde, como forma de compreensão e tratamento do sofrimento mental. Este trabalho foi igualmente levado a cabo, entre outros, por César Dinis, Isaura Neto e Sara Ferro. Novas gerações têm-se seguido, desenvolvendo a teoria e a prática da grupanálise bem como as suas aplicações. A grupanálise, como modelo de compreensão, é aplicável de várias formas e a diferentes contextos, muito além da grupanálise terapêutica e da psicoterapia ana‑ lítica de grupo. 204


12 TERAPIA FAMILIAR SISTÉMICA: uma introdução

Daniel Sampaio


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História e Contexto de Emergência A Terapia Familiar Sistémica (TFS) teve origem nos EUA nos anos 50 do século XX, estendendo-se à Europa a partir da década de 70. Antes do seu início e posterior implantação, predominava o pensamento psicanalítico e a causalidade linear (A causa B). O chamado pensamento sistémico nasceu num ambiente científico em que se passava da unidade individual para a relação entre os elementos, “ação entre” ou “interação”, em que a neutralidade do investigador é posta em causa, por se considerar que também ele participa na investigação. As mudanças no pensamento científico ocorreram primeiro na biologia, na física e na matemática, e só mais tarde se estenderam à psicologia e psiquiatria. A Teoria Geral dos Sistemas (TGS) constitui uma das bases teóricas fundamentais da terapia familiar. Foi formulada em 1968, por Ludwig von Bertalanffy (Bertalanffy, 1968). Este autor considerou que esta teoria é “constituída pelo campo lógico-matemático, cuja tarefa é a formulação e derivação dos princípios gerais aplicados aos sistemas”, sendo “sistema” definido como um conjunto de elementos ligados por um conjunto de relações (elementos em “interação”). A TGS postula a existência de isomorfismos estruturais na organização de sistemas físicos e biológicos, de modo a atingir uma teoria geral que possa explicar, a longo prazo, o mundo e os seus fenómenos. Assim, parecia mais apropriado utilizar o nome de Teoria do Sistema Geral, mas, como acontece tantas vezes, foi a designação de Teoria Geral dos Sistemas que prevaleceu. Aplicada à família, a TGS considera-a um sistema, em que os elementos são os membros da família e a interação é prolongada no tempo. A família está em ligação permanente com o exterior – sistema “aberto” –, sendo influenciada pelo ambiente à sua volta e possuindo sempre a autonomia que define as suas características fundamentais. De acordo com esta teoria geral, a família é mais do que a soma dos seus membros, porque da interação prolongada emergem novas qualidades do sistema. O sistema família teria duas características funcionais importantes: a tendência para a “homeostasia” e a capacidade para a “transformação”. A homeostasia deriva do conceito de constância do meio interno, através do qual os sistemas tendem a manter o seu equilíbrio. A capacidade de transformação diz respeito à competência da família para desenvolver processos de adaptação e de mudança ao longo da sua existência. Os sistemas com grande homeostasia e pequena capacidade de transformação são designados por “sistemas rígidos”. Depois da adaptação do conceito de sistema à família, a TFS teve grande desenvolvimento, passando a ser aplicada nos centros de saúde mental infantil, na intervenção junto de casais em crise e nos serviços de psiquiatria e psicologia, em particular na intervenção na esquizofrenia. Para este último aspeto teve particular 222


13 TERAPIA DE CASAL SISTÉMICO-RELACIONAL

Maria Gouveia-Pereira


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Durante séculos a psiquiatria ignorou o papel etiopatogénico da família, e somente quando integrou uma compreensão da doença mental e da loucura, que não fosse de “exclusão social”, é que aceitou a sua importância, tanto no conhecimento da patologia, como no interesse de a tornar colaborante no tratamento. Posto isto, pensar a família como objeto de estudo e de intervenção tem-se tornado um campo de investigação clínica desafiante e difícil. Com a emergência da psicanálise (1896), verificou-se uma transformação da abordagem da doença mental. Os sintomas passaram a ser usados como fonte de informação dos fenómenos psíquicos e mentais e valoriza-se o papel do sujeito no processo de cura. Destaca-se a importância da relação terapêutica e o papel criativo do psicanalista. Hoje, no século XXI, o mal-estar contemporâneo vem integrar não só as novas conceções sobre o que é doença mental, como as novas configurações psicopatológicas no corpo e nos actings outs (borderline, bulimia e anorexia, adições, patologias do vazio, etc.), que exigem o aprofundamento da intervenção sobre o sofrimento e a dor mental. Observamos as crises identitárias numa sociedade global que se organiza sob o primado do consumismo, da imagem, do narcisismo e da “instantateineidade” (Levisky, 2014), questionando-se o sentido da vida. Esta evolução subjetivante teve como corolário a emergência de novos lugares e funções para o psicanalista que interroga os fundamentos originários da prática analítica, surgindo a Terapia Familiar Psicanalítica (TFP), psicanálise da intersubjetividade e do vínculo, aquela que trabalha as dinâmicas do casal e da família. O principal problema da psicanálise do casal e da família é legitimá-la sob o ângulo da própria psicanálise. Se esta última se define como a prática de uma psicoterapia não sugestiva, que se fundamenta na abstinência, prescreve a “associação livre” para o analista e para o paciente, que se compromete a esclarecer as determinações inconscientes do pensar e do sentir com o pressuposto de que o paciente realize a “transferência” na situação analítica, então no âmbito da intervenção com o casal e com as famílias aplicam-se esses mesmos requisitos psicanalíticos, mas o processo de interpretação ocorre sobre o grupo, de acordo com a natureza dos vínculos intersubjetivos da transferência, entre o grupo-família e o analista ou analistas, quando se trata de coterapia. Dos trabalhos analíticos desenvolvidos com os psicóticos e perversos, entendeu-se que se opera a transferência psicótica (Bion, 1962) e a perversão da transferência (Grinberg, 1975; Etchegoyen, 2002) respetivamente, o que veio trazer uma abertura à aplicação do pensamento psicanalítico a outros quadros clínicos.

História e Contexto de Emergência No início do século XX, entre 1909 e 1919, revolucionando o trabalho clínico em saúde mental, Freud e discípulos aceitaram o termo “psicanálise”, referindo-se a este como um processo de investigação enquanto forma de intervenção clínica baseada no diálogo entre duas pessoas que assenta na associação livre e na interpretação. Deram 254


19 INTEGRAÇÃO EM PSICOTERAPIA

António Branco Vasco


PSICOTERAPIAS

“Em todos os debates intelectuais, ambas as partes tendem a estar certas naquilo que afirmam e erradas naquilo que negam.” John Stuart Mill

A presente secção tem como objetivo contextualizar, justificar e clarificar a emergência do movimento integrativo em psicoterapia. Iniciemos com uma pequena parábola! Consta que, certo dia, um grupo de discípulos, na ânsia de solução, terá levado à presença de um meditabundo Mestre Zen duas mulheres que se encontravam em conflito. O Mestre solicitou, com gentileza, à primeira mulher que relatasse a sua versão dos acontecimentos, escutou-a atentamente, refletiu demoradamente e deu-lhe toda a razão. Após repetir o mesmo procedimento com a segunda mulher, deu-lhe também toda a razão. Espantados e perplexos, os discípulos chamaram a atenção do Mestre para o facto de ter dado razão a duas versões completamente diferentes do mesmo acontecimento, e o Mestre deu-lhes toda a razão! A resolução de muitos problemas e conflitos não passa necessariamente por uma lógica aristotélica de “não contradição” ou de “terceiro excluído”. Lógica esta que, imprescindível ao nível formal e da “filosofia analítica” (relações entre símbolos e critérios de verdade estabelecidos arbitrariamente), pode claramente funcionar como obstáculo, quando pensamos em termos de psicoterapia, que pertence ao reino da “filosofia sintética” (relações entre acontecimentos no tempo e no espaço e critérios de verdade probabilísticos, empíricos e racionais). Senão, como explicar o famoso “Veredicto do Pássaro Dodó” – “todos ganharam, todos merecem prémio” –, referido pela primeira vez por Saul Rosenzweig (1936) e, posteriormente, por Luborsky e colegas (1975; 2001). Tomando em consideração critérios nosológicos, com poucas exceções, a “eficácia de todas as orientações teóricas empiricamente testadas parece ser relativamente semelhante” (Elliott et al., 2013; Lambert & Ogles, 2004; Wampold, 2006). Esta constatação de equivalência, na opinião recente de Stiles, Hill e Elliot (2015), tem sido sistematicamente apoiada pela investigação em psicoterapia ao longo dos últimos 25 anos, com muito poucas exceções! Neste contexto, diferentes orientações teóricas, recorrendo a diferentes visões do mundo, diferentes teorias de causalidade, diferentes teorias do bem-estar e da saúde mental, diferentes teorias da perturbação e diferentes teorias da intervenção, parecem obter resultados semelhantes, lembrando-nos a parábola anterior – todos têm alguma razão! E talvez sejam complementares! Ou talvez as diferenças pragmaticamente úteis entre as diversas orientações teóricas se encontrem não na tomada de decisão clínica baseada em critérios nosológicos, mas baseada, ao invés, em fatores comuns a todas as orientações e em variáveis do paciente, para além da perturbação, numa lógica integrativa, como iremos 364


INTEGRAÇÃO EM PSICOTERAPIA

ver na sequência deste capítulo. Aliás, já Hipócrates afirmava que: “Mais importante do que a perturbação que o paciente tem é a pessoa que o paciente é.”1 É como se, durante muito tempo, aparentemente, face a uma lâmpada que não acendia, terapeutas de diferentes orientações tivessem atitudes muito diferentes. Um rogeriano tenderia a olhar para a lâmpada e a refletir a sua escuridão, na esperança de que se fizesse luz. Certamente que os cognitivo-comportamentais tenderiam a conferir se a lâmpada estava bem enroscada e/ou a substituir a lâmpada, por acreditarem que esta deveria estar fundida. Não duvidamos que um sistémico pensasse que o problema era do sistema elétrico ou que um psicanalista tendesse a deitar a casa abaixo para construir outra no seu lugar. Estamos em querer que todos eles se pareciam esquecer das múltiplas razões que podiam estar na base de a lâmpada não acender! Esta lógica integrativa, surpreendentemente ou não, nada tem de novo! Quando perguntaram ao Buda qual era a sua doutrina, este respondeu: “Tudo aquilo que possa contribuir para aliviar o sofrimento humano.” Segundo o Evangelho gnóstico de Tomé, quando os discípulos perguntaram a Jesus como alcançar o Reino dos Céus, este terá respondido: “Quando conseguirem fazer do dois um, quando conseguirem que o de dentro seja como o de fora e o de fora seja como o de dentro e que o de cima seja como o de baixo, e quando fizerdes do macho e da fêmea um e o mesmo… então alcançareis o Reino dos Céus.” Consta que das 11 esposas que Maomé terá tido, nove seriam muçulmanas, uma judia e outra cristã… Isto já para não falar da Escola Grega Epissintética de Galeno (séculos I/II a. C.) que adotava o que de melhor havia em todas as escolas… Parece inquestionável que uma das tendências que, nos últimos anos, tem caracterizado o “reino da psicoterapia” tem sido o desenvolvimento de modelos e de formas de intervenção integrativos, como forma de responder à “proliferação selvagem” de escolas de modelo único (em 1986 atingia a quantia de 460 [Goleman, 1986] e em 1989 quase que se “perdia a conta”; em Itália eram identificados mais de 500! [Freni et al., 1989]), e de otimizar os resultados das intervenções, respondendo às inquietações sentidas em consultório, quando o modelo único aprendido parece não funcionar. Possível ilustração da expressão desta insatisfação poderá ser o facto de, em consonância com o que se passa na comunidade psicoterapêutica internacional (Norcross, 2005), o pragmatismo e combinação de contributos de diferentes orientações teóricas parece ser proeminente. Em investigação realizada com psicoterapeutas portugueses (N = 190), já em finais dos anos 90 do século XX (Vasco, 2001a; 2008), 18% destes podiam ser considerados primariamente integrativos, contudo, se considerarmos como critério mais abrangente de Isto não significa que “valha tudo”. Chame-se a atenção para o facto de um número significativo de terapias, ainda que socialmente apresentadas como panaceias e como “boas-práticas” e com representantes, amiúde, presentes nos meios de comunicação social, apresentarem resultados maioritariamente desconfirmatórios (como é o caso, p. ex., da programação neurolinguística, Witkowski, 2010), não terem qualquer apoio empírico (p. ex., as intervenções baseadas na perspetiva relacional-histórica), com apoio muito deficiente (como é o caso do lifecoaching), ou surgirem em listas de intervenções desacreditadas pela comunidade psicoterapêutica, como é o caso da maioria das terapias corporais e das terapias de regressão a vidas passadas (Norcross et al., 2006). Ou, ainda, com resultados que não se mostraram superiores aos de listas de espera (Della et al., 2008; Frohet al., 2008) e apresentarem dimensões de efeito claramente inferiores às outras formas de psicoterapia incluídas em meta-análises, como é o caso das intervenções baseadas na psicologia positiva (Bolier et al., 2013).

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As psicoterapias são hoje um recurso para a vida quotidiana. Quase todas as pessoas,

em algum momento da sua vida, decidem fazer ou são encaminhadas para uma psicoterapia. Por múltiplas razões, umas mais instrumentais, outras mais existenciais, umas mais circunstanciais e outras mais de fundo, quase todos nós, confrontados com medos irracionais, dificuldades de contacto e relação a diferentes níveis, ambientes familiares ou profissionais disfuncionais, perdas significativas, entramos em zonas de sofrimento para as quais a resposta contemporânea mais efetiva se encontra na psicoterapia. Escolher uma dada psicoterapia ou encaminhar alguém para ela é ainda um tema difícil para a população em geral e mesmo para os técnicos de saúde ou das áreas das ciências sociais e humanas que, sabendo estar perante alguém que beneficiaria de acompanhamento psicoterapêutico, conhecem, no entanto, pouco das especificidades das diferentes psicoterapias.

PSICOTERAPIAS

Este livro escrito por 41 terapeutas experientes, de relevantes sociedades científicas, e destinado a estudantes e profissionais de psicologia, saúde e educação mas, também, útil a outros interessados, pretende colmatar estas dificuldades ao mesmo tempo que permite uma panorâmica geral das mais importantes psicoterapias praticadas em Portugal. Coordenação:

PRINCIPAIS CONTEÚDOS:

ISBN 978-989-693-075-2

9 789896 930752

ISABEL LEAL

Coordenação:

Psicoterapia existencial Terapias cognitivo-comportamentais Psicanálise Psicoterapia de grupo Terapia familiar Psicodrama Integração em psicoterapia Investigação em psicoterapia

ISABEL LEAL

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Ana Botas Ana Marques Lito Ana Nunes da Silva Ana Teresa Calado António Branco Vasco António-José Gonzalez António Ribeiro Carina Magalhães Carla Moleiro Carmo Gonçalves Catarina Rosa Catarina Vaz-Velho Daniel Sampaio Daniel Sousa Irina António Isabel Leal Isabel de Sá Isaura Manso Neto Joana Fojo Ferreira Joana Silva João Batista João Hipólito José de Abreu-Afonso José Luís Gomes José Martinho Luísa Branco Vicente Macarena Diuana Maria Gouveia-Pereira Maria João Jadauji Miguel M. Gonçalves Miguel Trigo Neuza Almeida Nuno Conceição Odete Nunes Patrícia Pinheiro Pedro Ribeiro da Silva Rui Aragão Oliveira Rute Brites Sara Barros Telmo Mourinho Baptista Teresa Goulão

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AUTORES:

16,7cm x 24cm

9cm x 24cm

ISABEL LEAL Psicóloga e Psicoterapeuta, é Doutorada em Psicologia pela Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. É Professora Catedrática no ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida, onde é Investigadora do William James Center for Research, Presidente do seu Conselho Científico e responsável pela formação em intervenção em psicologia clínica e psicoterapia. Foi Coordenadora do Departamento de Psicologia Clínica da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, que fundou, e Presidente da Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde.

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