16,5cm x 21cm
11 mm
A família atravessa um tempo de profundas e aceleradas transformações, cujo reflexo é visível, desde logo, na diversificação de modelos conjugais e familiares. Em Portugal, os conflitos que, hoje em dia, se manifestam no contexto familiar e também na conjugalidade refletem as importantes alterações sociais e de mentalidades que ocorreram nos últimos anos, em especial após a instauração da democracia, como o divórcio, as uniões de facto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou os desafios colocados pelo prolongamento da esperança de vida.
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Integrado na coleção Conflito, Negociação e Mediação, o presente livro constitui-se como um instrumento fundamental para Psicólogos, Sociólogos, Assistentes Sociais, Mediadores, Advogados, Estudantes do ensino superior e todo um conjunto de outros profissionais interessados nos temas abordados.
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Família Conflito entre irmãos Coming out de um/a filho/a gay Divórcio e pós-divórcio Casamento entre pessoas do Separação mesmo sexo Mediação familiar Conflitos familiares na idade avançada Influência da psicopatia na dinâmica familiar
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Autores:
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PEDRO CUNHA Professor Associado com Agregação na Universidade Fernando Pessoa e Convidado na Porto Business School – Universidade do Porto
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Ana Maria Brandão Ana Sani Carla Lopes Inês Carvalho Relva Isabel Dias José Soares Martins Margarida Simões Maria Luís Machado Isabel Rama Otília Monteiro Fernandes
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ISBN 978-989-693-088-2
9 789896 930882
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Coord.:
ANA PAULA MONTEIRO PEDRO CUNHA
ANA PAULA MONTEIRO Professora Auxiliar no Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
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www.pactor.pt
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Assim, são múltiplas as instigações que se colocam, ao nível de gestão de conflitos, hostilidades, tensões e agressões, para o desenvolvimento de uma cultura de paz e de convivência saudável no quotidiano da(s) família(s).
GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA
GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA
16,5cm x 21cm
GESTÃO DE
CONFLITOS NA FAMÍLIA ANA PAULA MONTEIRO PEDRO CUNHA (Coord.)
EDIÇÃO
PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação Av. Praia da Vitória, 14 A – 1000-247 LISBOA Tel: +351 213 511 448 pactor@pactor.pt www.pactor.pt
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ÍNDICE Os Autores
VII
Prefácio XI Introdução XV 1. Conflito entre irmãos
1
Otília Monteiro Fernandes e Inês Carvalho Relva
1.1. Introdução
1
1.2. Os conflitos entre irmãos
3
1.3. A violência fraterna
5
1.4. Alguns estudos sobre conflitos e violência fraterna
7
1.5. Contributos da investigação em Portugal para o estudo dos conflitos entre irmãos
9
1.6. Como gerir os conflitos entre irmãos
10
1.7. Sinais de possível abuso e estratégias a adotar pelos pais para reduzir o conflito
12
1.8. Conclusão
13
Referências Bibliográficas
13
2. Ter um filho gay: Momentos críticos, identidades parentais e relações familiares
17
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Ana Maria Brandão
2.1. Introdução
18
2.2. (Não) saber o que fazer: As reações iniciais à revelação
22
2.3. Renascer como pai/mãe de um filho gay: Recursos e gestão das relações 28 III
GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA
2.4. Questões em aberto
36
2.5. Conclusão
42
Referências Bibliográficas
45
3. Para uma contextualização histórica da mediação familiar em Portugal 49 Carla Lopes e Pedro Cunha
3.1. Introdução
50
3.2. Breve resenha histórica da mediação familiar no mundo
50
3.3. A mediação familiar em Portugal
54
3.4. Uma aproximação à realidade prática da mediação familiar em Portugal 58 3.5. Conclusão
60
Referências Bibliográficas
60
4. Casal e família: Conflitos no processo de rutura
65
Pedro Cunha, Carla Lopes e Ana Paula Monteiro
4.1. Introdução
65
4.2. Conflitualidades no casal
67
4.3. Emoções e perceções no processo de rutura
70
4.4. Divórcio como processo e como crise
73
4.5. Conclusão
78
Referências Bibliográficas
80
5. Conflitos pós-divórcio e novas abordagens de mediação
83
Maria Luís Machado e Ana Sani
IV
5.1. Introdução
84
5.2. O impacto dos conflitos pós-divórcio nos filhos
85
5.3. A mediação como método alternativo à resolução de conflitos
88
Índice
5.4. Constelações familiares: Uma abordagem sistémica do conflito na família
89
5.5. A experiência do Tribunal de Família e Menores de Mafra
93
5.5.1. Caso prático
93
5.6. Conclusão
96
Referências Bibliográficas
96
6. Conflitos entre casais do mesmo sexo: Novas possibilidades para a mediação familiar
101
Isabel Rama, Ana Paula Monteiro e Pedro Cunha
6.1. Introdução
102
6.2. Conflitos nos relacionamentos entre casais do mesmo sexo
104
6.3. A mediação familiar em casais do mesmo sexo
106
6.3.1. Alguns dados de um estudo empírico em Portugal
108
6.3.2. Uma abordagem prática: Caso de mediação
111
6.4. Conclusão
112
Referências Bibliográficas
113
7. Pessoa idosa, conflitos na família e mediação
117
Isabel Dias e Ana Sani
7.1. Introdução
118
7.2. Velhice e envelhecimento: Uma realidade em transformação
119
7.2.1. A questão demográfica
119
7.2.2. O conceito de pessoa idosa e o idadismo
120
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7.3. Pessoa idosa e vínculos familiares: Conflitualidade e violência no final do ciclo de vida 7.3.1. Solidariedade versus conflitualidade familiar
123 124
V
GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA
7.3.2. O abuso de idosos: A dimensão sombria das relações familiares na idade avançada 7.4. Resolução de conflitos em casos de pessoas idosas
127 129
7.4.1. Noção de conflito e sua origem
130
7.4.2. Estratégias de resolução de conflitos: A mediação de pessoas idosas
130
7.4.3. Modelos de mediação de pessoas idosas
132
7.5. Exemplo: O programa “Guimarães 65+”
133
7.6. Conclusão
134
Referências Bibliográficas
135
8. Psicopatia, conflito e relações familiares
139
Margarida Simões e José Soares Martins
8.1. Introdução
140
8.2. Psicopatia, conflito entre irmãos e díade pais-filhos
144
8.3. Psicopatia, conflito e relações românticas
146
8.4. Conclusão
150
Referências Bibliográficas
151
Índice Remissivo
VI
157
OS AUTORES COORDENADORES E AUTORES Ana Paula Monteiro Professora Auxiliar na Escola de Ciências Humanas e Sociais (Departamento de Educação e Psicologia) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e membro do Conselho Pedagógico da mesma escola. Doutorada em Psicologia Social pela Universidade de Santiago de Compostela. Tem lecionado as unidades curriculares de Psicologia do Conflito, Negociação e Mediação, Psicologia Social e Psicologia das Organizações. Formadora certificada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua do Ministério da Educação nas áreas de psicologia/psicossociologia e animação de grupos. Organizadora de simpósios no campo da gestão de conflitos e formadora na mesma área. Desenvolve investigação no campo da gestão de conflitos, negociação e mediação em diferentes contextos, sendo a sua principal área de investigação. Outras áreas de interesse são a psicossociologia do rumor e a psicologia dos comportamentos online. Coautora das obras Gestão de Conflitos na Escola, também publicada pela Pactor, e Processos de Grupo: Um Manual para Estudantes e Profissionais. Tem publicado em revistas e livros da especialidade.
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Pedro Cunha Professor Associado com Agregação na Universidade Fernando Pessoa (UFP) e Professor Convidado na Porto Business School da Universidade do Porto (UP). Pós-doutorado e doutorado em Psicologia pela Universidade de Santiago de Compostela. Licenciado e mestre em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidade Católica do Porto. Licenciado em Sociologia pela UP. Certificado de Mediador de Conflitos e Mediador Familiar. Autor das obras Conflito e Negociação e Manual de Gestão Construtiva de Conflitos. Coautor de Gestão de Conflitos na Escola e Processos de Grupo: Um Manual para Estudantes e Profissionais. Há cerca de 20 anos que os seus interesses profissionais e de investigação se direcionam prioritariamente para as áreas de gestão de conflitos, negociação e mediação em diferentes âmbitos da vida social. Tem publicado em revistas e livros da especialidade. Membro integrado do Centro de Investigação em Ciências Sociais e do Comportamento (FP-B2S) da UFP. VII
GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA
AUTORES Ana Maria Brandão Socióloga, Professora Auxiliar do Departamento de Sociologia do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho e Investigadora Integrada do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais – Polo da Universidade do Minho (CICS.NOVA.UMinho). Doutorada em Sociologia. Autora e coautora de diversas publicações em revistas e livros nacionais e internacionais. As suas áreas principais de interesse são os fenómenos identitários, a sexualidade e a sua interseção com o género, assim como as metodologias qualitativas de investigação social.
Ana Sani Professora Associada da Universidade Fernando Pessoa (UFP). Doutorada em Psicologia da Justiça pela Universidade do Minho. Coordenadora do mestrado em Psicologia da Justiça: Vítimas de Violência e de Crime. Cocoordenadora da Unidade de Psicologia Forense da Clínica Pedagógica de Psicologia da UFP e perita forense. Investigadora no Observatório Permanente Violência e Crime (OPVC). Membro integrado externo do Centro de Investigação em Estudos da Criança, na Universidade do Minho. Colabora com o Centro de Investigação em Ciências Sociais e do Comportamento (FP-B2S) da UFP. Investigadora nas áreas da vitimologia e psicologia forense. Colabora na formação de técnicos de apoio à vítima, proteção à infância e em domínios de especialização em psicologia da justiça. Autora de várias publicações nacionais e internacionais.
Carla Lopes Docente universitária. Coordenadora de diversas pós-graduações em Gestão de Conflitos e Mediação Familiar. Docente convidada em diversas instituições como Instituto de Ciências da Família da Universidade Católica Portuguesa – Lisboa, Universidade Fernando Pessoa, RedApple e Instituto Português de Psicologia. Doutorada, mestre e licenciada em Psicologia Social. Doutoramento em Psicologia Social e Básica pela Universidade de Santiago de Compostela. Autora e coautora de diversos artigos no âmbito da psicologia comunitária, gestão de conflitos e mediação. Mediadora familiar, no Sistema Nacional de Mediação Familiar do Ministério da Justiça. Consultora e formadora em gestão de recursos humanos, formação de formadores, comportamento organizacional, gestão de conflitos e mediação.
VIII
Os Autores
Inês Carvalho Relva Psicóloga, Professora Auxiliar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e membro colaborador do Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano, sediado na UTAD. Doutorada em Psicologia pela Universidade de Coimbra e pós-doutorada pelo Centro de Estudos Sociais também da Universidade de Coimbra. Tem várias publicações nacionais e internacionais, sendo revisora em revistas com fator de impacto. As suas áreas de investigação são as relações familiares, em concreto o conflito entre irmãos, o funcionamento familiar e o desenvolvimento psicossocial de crianças e jovens.
Isabel Dias Professora Associada com Agregação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) – Departamento de Sociologia. Investigadora no Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (ISUP), onde é coordenadora do grupo de investigação “Família, envelhecimento e género”. Doutorada em Sociologia. Especialista na área da sociologia da família e do género, envelhecimento, violência doméstica e de género, com destaque para o abuso de idosos. Autora de livros, capítulos de livros e de vários artigos científicos publicados em revistas nacionais e estrangeiras. Tem coordenado e participado em vários projetos de investigação de âmbito nacional e internacional. É diretora do Mestrado em Sociologia da FLUP.
Isabel Rama Formadora na área da mediação familiar e mediadora familiar no Sistema de Mediação Familiar. Mediadora privada inscrita na Lista de Mediadores de Conflitos. Licenciada em Serviço Social, pelo Instituto Superior de Serviço Social de Coimbra. Pós-graduada em Desenvolvimento Integrado e Políticas Sociais, Instituto Superior Miguel Torga. Curso de Mediação Familiar – Instituto Português de Mediação Familiar. Curso Teórico-Prático em Mediação de Conflitos – IMAP/Jurisolve. Mestrado em Política Social, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Pós-graduada em Mediação de Conflitos em Contexto Escolar.
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José Soares Martins Professor de Psicologia Social e Criminologia na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa (UFP) e membro do Conselho Científico da mesma faculdade. Licenciado em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. Doutorado em Psicologia Social pela Faculdade IX
GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA
de Psicologia da Universidade de Santiago de Compostela. Foi técnico superior de reinserção social no Ministério da Justiça. Tem como principais interesses de investigação: aspetos sociológicos do crime, comportamento desviante de adolescentes, crime e psicopatia, processos de influência social e pensamento social, bem como psicologia política e representações sociais. Membro integrado do Centro de Investigação em Ciências Sociais e do Comportamento (FP-B2S) da UFP.
Margarida Simões Professora Auxiliar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Doutorada em Psicologia pela Universidade da Beira Interior. Especialista em Psicologia Clínica com especialização avançada em Psicologia da Justiça pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP). Membro da Unidade de Avaliação Psicológica Forense da UTAD, onde efetua perícias psicológicas exclusivamente para tribunais ou outros órgãos de administração da justiça, nomeadamente processos penais e civis. Investigadora na área da psicologia clínica e da justiça, destacando-se as temáticas da psicopatia na adolescência, delinquência juvenil, violência e maus-tratos em menores.
Maria Luís Machado Psicóloga na Clínica Pedagógica de Psicologia da Universidade Fernando Pessoa (UFP) e em consultório privado. Perita na Clínica Pedagógica de Psicologia da UFP. Licenciada em Psicologia e mestre em Psicologia Jurídica. Formação em Constelações Familiares Sistémicas. Investigadora nas áreas do divórcio, conflito parental e responsabilidades parentais, temas sobre os quais desenvolveu a sua dissertação de mestrado em Psicologia Jurídica. Formadora certificada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). Oradora em eventos científicos nacionais e internacionais. Autora de publicações científicas no âmbito do divórcio, conflitualidade parental, alienação parental e responsabilidades parentais. Formadora no Instituto CRIAP. Colaborou como voluntária na Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) – Rede Care.
Otília Monteiro Fernandes Psicóloga, Professora Auxiliar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e investigadora nas áreas da família e das relações entre os irmãos. Autora de inúmeros artigos sobre estas temáticas e dos livros Semelhanças e diferenças entre irmãos e Ser único ou ser irmão. Coorganizadora da coletânea A família portuguesa no século XXI.
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PREFÁCIO “Difficulties are meant to rouse, not discourage. The human spirit is to grow strong by conflict.” William Ellery Channing
O conflito é, desde logo, inerente à interação humana e se por um lado é potenciador do crescimento, da reflexão, do fortalecimento de um quase instinto de sobrevivência, por outro lado é causador de sofrimento, de angústia e desconforto pela carga negativa que tradicionalmente lhe associamos. Isso conduz-nos a uma incessante busca de estratégias de gestão de conflitos e de negociação para satisfação das nossas necessidades em qualquer grupo social em que nos movimentemos. Do conflito conhecemos em regra a sua expressão externa. Porém, para os profissionais que trabalham na dimensão da gestão de conflitos, será facilitador e determinante na abordagem a fazer percebermos o que está na génese da sua latência, assim como conhecermos qual a representação social e cultural que os diversos atores do conflito fazem da sua aceitação.
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A obra que aqui nos é apresentada sob a forma de oito capítulos ligados pelo eixo comum da gestão dos conflitos familiares, debruça-se sobre diferentes contextos onde o conflito pode assumir especificidades que importa conhecer, na perspetiva da melhor adequação da intervenção profissional. Intervenção essa que tem em vista a promoção de atitudes cooperantes dos agentes ativos do conflito e cujo fim último é o da pacificação social, se não numa forma absoluta, pelo menos na relatividade possível. Na verdade, a família constitui a célula social primária dos afetos, da transmissão de valores, da proteção e da construção de novos homens e mulheres, porém constitui também o nicho onde esses homens e mulheres estão mais vulneráveis à exposição e ao impacto do conflito. XI
GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA
Hoje vive-se mais depressa, vive-se mais e mais intensamente e vivem-se novos modelos de relações familiares, o que expõe o indivíduo a um maior número de conflitos, na sua quantidade e diversidade, o que é diferente de dizer que as famílias e as sociedades são mais conflituosas. É apenas o resultado de uma engrenagem que roda a maior velocidade. Esta obra é um importante contributo para compreendermos os tradicionais componentes do tecido familiar onde se desenrolam os conflitos e identificarmos campos que, não sendo novos na sua existência nem na sua essência, merecem hoje outra atenção pelo reconhecimento do direito ao seu lugar na sociedade e o reconhecimento dos direitos desse lugar. Referimo-nos, por exemplo, aos capítulos onde são abordadas as questões da fratria, da homossexualidade na família e da pessoa idosa. Capítulos onde são analisados diferentes subsistemas familiares, em que a existência, a frequência e a intensidade do conflito são suficientemente significativas para nos obrigarem a uma reflexão de individualização, identificação e adequação de formas diferenciadas de intervenção. Enquanto profissionais na área da gestão dos conflitos familiares, importa que nos surpreendamos com a frequência dos conflitos entre irmãos, importa que saibamos que aquilo que se banaliza como o natural ciúme, aquando da chegada de um novo filho, pode ser a expressão da “competição precoce pelo amor parental” e pode ser, simultaneamente, tão subtil e tão grave que deixe marcas duradouras, como a baixa autoestima do irmão que se sente preterido na atenção dos pais. Importa perceber que a assunção da homossexualidade de um filho deixa os pais “sem norte”, e note-se que não estamos no âmbito do dever ser, mas antes no âmbito do sentir de quem se encontra a viver essa realidade, como nos é descrita no respetivo capítulo da presente obra. Porque um prefácio não é uma análise exaustiva de uma obra, realçamos, ainda e apenas, mais um dado que sobressai da leitura feita e que se prende com a longevidade do indivíduo na nossa sociedade. As heranças e respetivas partilhas foram, desde sempre, palco privilegiado de conflitos intensos entre irmãos adultos, porém uma nova realidade emerge no contexto familiar. Os pais vivem mais, mas vivem, as mais das vezes, dependentes de cuidadores da sua condição física e dependentes de quem tome por si decisões e assuma a gestão do seu património. Aqui chegados, deparamo-nos com uma antecipação dos conflitos entre irmãos, na medida em XII
Prefácio
que, antes da morte e da herança, há que poder ajudar as famílias a gerir os conflitos decorrentes da necessidade inerente à prestação de cuidados aos seus idosos. Finalmente, congratulando-nos pela leitura em primeira mão deste trabalho, diremos que necessitamos de mais obras científicas que sustentem a intervenção profissional de quem lida com os conflitos, que preenchem o quotidiano dos nossos clientes. Precisamos, muitas vezes, de demonstrar em que alicerces consolidamos a defesa dos nossos argumentos, precisamos de cruzar olhares, saberes profissionais teóricos e práticos com vista à almejada pacificação social. Estamos certos que esta é uma obra que traz consigo essa potencialidade e que a todos os profissionais da área será útil. Tomar, novembro de 2019 Anabela Quintanilha
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Advogada e mediadora de conflitos
XIII
INTRODUÇÃO “Se quer ter um bom relacionamento, a maneira como lida com as diferenças pode importar mais do que as próprias diferenças.” Adaptado de Markman, Stanley, e Blumberg (2010)
Grande parte das experiências significativas e importantes da vida humana ocorrem em contexto familiar e incluem ou até dependem das relações estabelecidas nesse contexto. No entanto, os momentos de interação são também propensos à ocorrência de conflitos intrapessoais e interpessoais. Uma vez que em todas as etapas da vida de uma pessoa (infância, adolescência, adultez e senescência) existem conflitualidades, é importante pensar que muitas delas têm origem no sistema familiar, pois é no interior deste agente primário de socialização que se aprendem papéis sociais (pai, mãe, marido, esposa, filho/a, irmão/ã, avô/avó, etc.) essenciais ao próprio desenvolvimento humano.
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O presente livro pretende constituir um olhar alargado sobre os diversos tipos de conflito existentes nas famílias atuais e nas metodologias construtivas para os gerir, porque, embora tenhamos denominado este livro no singular, consideramos naturalmente que a família se trata de uma realidade diversificada, face à qual só muitos e distintos olhares poderão captar a sua complexidade. De facto, a transformação que a conceção de família teve nos últimos anos possibilitou que diferentes formas de entender e viver a família sejam cada vez mais presentes e reconhecidas, como é o caso das famílias reconstituídas, monoparentais, homoparentais e multiculturais, as quais têm sido progressivamente aceites social e legalmente. Assim, o livro que agora se apresenta pretende dar um contributo para a construção da paz na família, através dos conhecimentos e práticas que nela se encontram explanados e desenvolvidos. Consideramos que no Portugal de início do século xxi, XV
GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA
no qual os afetos e as emoções tomam um lugar de destaque, o livro pode constituir quer um mostruário dos desafios que a sociedade portuguesa enfrenta, quer uma visão abrangente sobre o atual “estado da arte” neste âmbito, quer ainda possibilidades de gestão concreta desses mesmos conflitos. Assim, o primeiro capítulo é dedicado aos conflitos entre irmãos e esteve a cargo de Otília Monteiro Fernandes e Inês Carvalho Relva. As autoras abordam a dinâmica das relações fraternas como únicas e significativas na construção da pessoa e do vínculo social, podendo também ser geradoras de diversos conflitos. Destacam, ainda, a questão da violência entre irmãos apresentando os resultados de várias investigações. São, também, analisados sinais de abuso e apresentadas indicações de como os pais podem gerir os conflitos entre irmãos, algo ainda inovador para a realidade portuguesa em termos de investigação. O Capítulo 2, da autoria de Ana Maria Brandão, é dedicado a uma temática sobre a qual ainda há poucos textos em português, especificamente a forma como é vivido na família o processo de revelação da identidade gay de um/a filho/a. Para além disso, são abordados os recursos mobilizados por pais e mães para lidar com essa revelação e gerir as suas relações interpessoais, analisando também algumas questões com que estes se confrontam. No terceiro capítulo, elaborado por Carla Lopes e Pedro Cunha, os autores fazem uma incursão pela história da mediação familiar no nosso país, começando por enquadrá-la no seu desenvolvimento ao nível internacional. No que respeita a Portugal, o destaque recai na história da sua concretização em diferentes instâncias até aos dias de hoje, descrevendo-se a mesma segundo os principais documentos legais sobre a matéria. Na temática dedicada aos conflitos no processo de rutura, os autores Pedro Cunha, Carla Lopes e Ana Paula Monteiro colocam grande ênfase nos conflitos potenciadores da dissolução do casal e nas emoções e perceções que aí se desencadeiam. Apesar da separação e/ou divórcio serem entendidos como processos muito dolorosos que uma pessoa, casal e família podem vivenciar, os mesmos são igualmente analisados como um fator que poderá alavancar o desenvolvimento de todos os atores do sistema familiar. No capítulo seguinte, Maria Luís Machado e Ana Sani dedicam-se a analisar os conflitos pós-divórcio e novas abordagens de mediação. Os conflitos decorrentes
XVI
Introdução
da situação de divórcio colocam, frequentemente, os progenitores em posições antagónicas no que respeita ao exercício da parentalidade, comprometendo, muitas vezes, o superior interesse dos filhos. As duas autoras refletem sobre o impacto desse conflito nos filhos, muito especialmente no que concerne aos contactos e ao vínculo da criança com o progenitor com o qual não reside. Apresentam, ainda, algumas das vantagens da mediação familiar em contexto de regulação das responsabilidades parentais. Para ilustrar a diversidade das famílias atuais, Isabel Rama, Ana Paula Monteiro e Pedro Cunha abordam, no Capítulo 6, a família homossexual e os seus conflitos, apresentando um estudo empírico sobre opiniões e perceções dos mediadores e da população homossexual sobre a mediação familiar. É, também, apresentado um caso representativo de mediação familiar no contexto em análise. O Capítulo 7 foca-se na pessoa idosa, conflitos na família e mediação e é elaborado por Isabel Dias e Ana Sani. Ilustra como o conflito pode ocorrer em todas as fases da vida e, no caso do idoso, este pode encontrar-se em situações nas quais o conflito ou o risco potencial para abuso ou negligência podem estar presentes. Demonstra-se como a mediação junto de pessoas idosas pode ajudar a abordar questões importantes, como a gestão da dependência na velhice ou o idadismo, e na sinalização de situações problemáticas, como a violência sobre a pessoa idosa. No último capítulo, intitulado “Psicopatia, Conflito e Relações Familiares”, Margarida Simões e José Soares Martins analisam o impacto da presença de psicopatia num dos elementos da família no funcionamento da mesma. São analisados conflitos em família, quer no relacionamento entre pais e filhos problemáticos, quer nas crianças e jovens com traços psicopáticos e restantes irmãos.
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Na qualidade de coordenadores deste livro, gostaríamos de agradecer aos autores que contribuíram para a sua concretização, entre os quais se encontram professores universitários, investigadores e mediadores de conflitos, alguns dos quais provenientes de diversas instituições de ensino superior (Universidade Fernando Pessoa, Universidade do Minho, Universidade do Porto e Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro). Reunindo todas estas contribuições, esperamos que o livro possa interessar tanto a estudantes como a profissionais das áreas da psicologia, sociologia, educação, mediação, formação, serviço social, terapia familiar, direito e criminologia.
XVII
CONFLITO ENTRE IRMÃOS Otília Monteiro Fernandes e Inês Carvalho Relva
“[…] o conflito é endémico nas relações fraternas.” Reiss et al. (1994, p. 81)
Os irmãos têm um papel importante no desenvolvimento e construção da personalidade (Fernandes, 2002). Algumas características do relacionamento entre irmãos colocam as interações entre estes em risco para frequentes conflitos, que podem terminar em violência. Vários estudos relatam que a violência entre irmãos pode ser a forma mais comum de violência familiar (Straus, Gelles, & Steinmetz, 1980). A sociedade reconhece a violência contra as crianças, parceiros íntimos e idosos, mas a consciência da violência fraterna como uma forma séria de violência familiar permanece praticamente desconhecida. O objetivo deste capítulo é, assim, contribuir para uma melhor compreensão da conflitualidade e violência entre irmãos, em particular em Portugal, pelo que serão apresentados os resultados de vários estudos realizados. São apontados alguns sinais de abuso e sugeridas algumas pistas de como gerir e reduzir os conflitos entre irmãos. Palavras-chave: conflito entre irmãos, violência fraterna, estratégias parentais
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1.1. INTRODUÇÃO A desigualdade parece ser um dos motores principais para os conflitos e para a violência, e, com poucas exceções, ela atravessa todas as sociedades e todas as épocas da humanidade (Scheidel, 2018). As famílias, obviamente, estão incluídas
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nestas dinâmicas, até porque não há sociedades sem famílias, e vice-versa. E as famílias são, como todos sabemos, os grupos sociais mais geradores de violência, ao ponto de dizer-se que há mais probabilidade de se ser morto na família do que fora dela (Chesnais, 1981). Os números da violência, dita doméstica, aí estão para o confirmar: em Portugal, e nos países onde não há guerras e conflitos societais, morre-se mais por mãos e ódios familiares. Ora, dentro da família, existem vários subsistemas, ou subgrupos, com funções e relações diferenciadas. Por isso, há diferentes tipos de conflitos familiares. Há muitos conflitos e violências conjugais, e conflitos e violências parentais (de pais para filhos e de filhos em relação aos pais), mas, havendo dois ou mais filhos, os conflitos fraternais (entre irmãos) parecem ser mais frequentes do que qualquer outro conflito na família (Widmer, 1999). É dos conflitos e da violência entre irmãos que nos ocuparemos neste capítulo. Até aqui temos ligado conflitos a violência, mas, embora seja sempre difícil definir os conceitos e delimitar as suas realidades, tentaremos sublinhar as maiores diferenças entre eles: que nem todos os conflitos geram e desembocam em violência, e que só se considera violência quando há um manifesto abuso de poder e de força que danifica o outro (numa ou em duas ou em três destas dimensões: a psicológica, a física ou a sexual). Há muitos conflitos nas famílias porque estas, mais do que qualquer outro grupo social, são altamente hierarquizadas, e onde cada um desempenha um papel diferenciado dos demais. E se nos centramos no subgrupo dos filhos, mais diferenças vemos nos seus estatutos e papéis: o primogénito, o secundogénito, o gémeo mais velho, o gémeo mais novo, o irmão do meio, o irmão mais novo... O que é suficiente para haver desigualdades, ou, talvez melhor, para haver a perceção de desigualdades, e, como começámos por dizer, as desigualdades (reais ou percebidas) são mobilizadoras de conflitos que podem ir até às violências mais mortíferas. Mas, naturalmente, os conflitos também geram a frustração, a revolta, a vontade de agir, a necessidade de escolher, de se superar… geram, em suma, a vida! Como diz o psicólogo Eduardo Sá (1999, p. 58): “o crescimento faz-se dos conflitos entre o que nos liga e nos distancia dos outros”.
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TER UM FILHO GAY: MOMENTOS CRÍTICOS, IDENTIDADES PARENTAIS E RELAÇÕES FAMILIARES Ana Maria Brandão
“O amor, mesmo o maternal, é uma cosa sociale cujo carácter incondicional é frágil.” Queiroz (1988, p. 18)
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Tem sido defendido que, na sequência do coming out de um/a filho/a, a família passa por idêntico processo e os seus membros são levados a confrontar-se com as suas crenças, valores, representações, expectativas e condutas habituais, onde se incluem aqueles que se ligam especificamente aos seus papéis no seio da unidade familiar. A revelação de uma identidade gay aos pais constitui, portanto, um “momento crítico” (Giddens, 1997), com um desfecho relativamente imprevisível e potencialmente ameaçador para os jovens, mas também potencialmente disruptor do núcleo familiar e das identidades dos pais/mães enquanto pais/mães. É expectável o surgimento de tensões, hostilidades e agressões, patentes em diferentes estratégias de negociação de que os atores envolvidos se servem para lidar com a nova situação. Este capítulo analisa os dados de um projeto exploratório de investigação que tomou como objeto empírico pais e mães com filhos gays e procura responder às seguintes questões: Como lidam pais e mães com a revelação de uma identidade gay por parte de um filho? Em que medida ocorrem mudanças nas identidades parentais e nas relações familiares? Como é tomada a decisão de (não) revelar a identidade sexual do filho a outros familiares, amigos e/ou colegas? Que alterações ocorrem nos processos de interação intrafamiliares e nas 17
GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA interações entre família e terceiros? Como veremos, a revelação da identidade gay de um filho é, geralmente, recebida com surpresa e desencadeia um processo de reorganização das identidades e das relações pessoais e parentais que se desenvolve ao longo do tempo. A acomodação a uma nova realidade exige a mobilização de recursos que, habitualmente, pais e mães não possuem. Apesar disso, está em causa um processo sempre em aberto na medida em que o facto de viverem numa sociedade heteronormativa, exige que continuem a tomar decisões quanto aos cursos de ação a seguir. Palavras-chave: coming out, sexualidades não normativas, identidades parentais, relações familiares
2.1. INTRODUÇÃO A despeito de uma maior aceitação das sexualidades não normativas, que tem feito com que, atualmente, seja possível a muitos gays e lésbicas viver “fora do armário”1, estes/as têm, ainda assim, de viver num mundo essencialmente heteronormativo (Seidman, 2004, p. 6). Por isso, lésbicas, gays ou bissexuais (LGB) têm de dizer ou fazer alguma coisa para serem (re)conhecidos/as enquanto tais, pois o silêncio constitui uma reclamação implícita de heterossexualidade (Button, 2004). Essa decisão comporta, no entanto, riscos, pois a homossexualidade ainda é um estigma invisível cuja revelação pode ter custos pessoais e sociais elevados (Brandão, 2010b; Markowe, 1996; Seidman, 2004). A literatura relativa ao processo e aos efeitos da “saída do armário” na identidade e nas relações familiares – em especial, parentais – e a partir do ponto de vista dos pais e das mães é ainda escassa. No que toca ao caso português, a investigação empírica publicada sobre esta temática tem-se pautado claramente por temas ligados aos modelos normativos de família (Frazão, 2010; Santos, 2006). Dados parcelares de uma investigação que conduzimos anteriormente sugerem que a família As expressões viver “fora do armário” e “no armário” são traduções livres do inglês being out ou in the closet, e referem-se, comummente, à vivência aberta ou oculta da homossexualidade, respetivamente. Do mesmo modo, a expressão “sair do armário” é uma tradução livre do inglês coming out [of the closet] e designa, resumidamente, hoje em dia, o conjunto de momentos e experiências por que alguém passa até chegar a uma definição de si próprio(a) como gay, lésbica ou bissexual.
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PARA UMA CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA MEDIAÇÃO FAMILIAR EM PORTUGAL Carla Lopes e Pedro Cunha
“A história não é prisão ao passado. Ela é mudança, é movimento, é transformação.” Sérgio Buarque de Holanda
O presente capítulo procura narrar brevemente a história da mediação familiar, considerada como meio extrajudicial e alternativo de resolução de conflitos, com especial foco no nosso país, nomeadamente no que respeita à sua implementação, evolução e consolidação. Nesse sentido, iniciamos com uma breve apresentação sobre a história da mediação familiar no mundo para, posteriormente, descrever e analisar a história da mediação familiar na realidade nacional. Assim, começa-se por destacar o primeiro projeto de mediação familiar em Portugal, que constituiu um projeto-piloto que desenvolveu a sua atividade de 1999 a 2006 e que culminou na criação, em 2007, do atual Sistema de Mediação Familiar (SMF). Toda esta abordagem histórica sobre o desenvolvimento da prática da mediação familiar entre nós é acompanhada pelo detalhado enquadramento jurídico de referência. Na parte final, efetua-se uma aproximação à realidade concreta da prática da mediação familiar em Portugal.
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Palavras-chave: mediação, mediação familiar, Portugal
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3.1. INTRODUÇÃO A mediação, enquanto intervenção de uma terceira parte neutra e imparcial, facilitadora de um processo colaborativo de resolução de conflitos, tem uma longa história em diversas culturas, contextos sociais e campos científicos. Enquanto resolução extrajudicial, tem vindo a assumir-se como uma nova referência na resolução de conflitos familiares em Portugal, ainda que mais tardiamente do que noutros países da Europa e da América. No âmbito da gestão construtiva de conflitos na família, parece-nos, assim, fundamental realizar um breve enquadramento histórico sobre a mediação familiar em Portugal, dando a conhecer onde começou e como se encontra atualmente, sem se ter aqui pretensões de efetuar uma descrição exaustiva.
3.2. BREVE RESENHA HISTÓRICA DA MEDIAÇÃO FAMILIAR NO MUNDO A mediação, perspetivada como uma alternativa na resolução de conflitos em que uma ou várias pessoas ajudam outras a tomar as suas próprias decisões, é, provavelmente, tão antiga como a humanidade (Cunha & Leitão, 2016; Folberg & Taylor, 1992; Haynes & Marodin, 1996; Kelly, 1996; Parkinson, 2008; Serrano, 1996, 2001; Serrano, Lopes, Rodríguez, & Mirón, 2006; Serrano & Méndez, 1999). Assim sendo, não é de estranhar que possamos encontrar na literatura diversas definições que procuram descrever o que é a mediação familiar, tendo por referência tanto a sua função ou processo como a relação entre os intervenientes. Nesse sentido, e de acordo com o apresentado pelo SMF português, a mediação familiar é definida como (Portal Europeu da Justiça, s.d.): “uma modalidade extrajudicial de resolução de conflitos surgidos no âmbito de relações familiares, em que as partes, com a participação pessoal e direta e auxiliadas pelo mediador de conflitos, visam alcançar um acordo”. 50
CASAL E FAMÍLIA: CONFLITOS NO PROCESSO DE RUTURA Pedro Cunha, Carla Lopes e Ana Paula Monteiro
“Todos os casamentos têm erros. Alguns casais têm mais sucesso do que outros a repará-los.” Salvador Minuchin
No presente capítulo, analisa-se o conflito nos processos de rutura, separação e divórcio, ressaltando vários aspetos do plano emocional, cognitivo e comportamental. Destaca-se, ainda, a análise do divórcio como processo e como crise e a sua importância sobretudo na gestão de conflitos na conjugalidade. Ao ressignificar os sistemas conjugal e familiar, o divórcio pode ter um impacto positivo e/ou negativo nas pessoas, sendo importante diferenciar a parentalidade da conjugalidade, daí falar-se atualmente na possibilidade de “bom divórcio”. Palavras-chave: conflito, casal, divórcio, separação
4.1. INTRODUÇÃO
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O presente capítulo procura analisar algumas questões sobre conflitualidade no casal e na família, designadamente aquando do processo de rutura conjugal, o qual pode culminar em separação ou em divórcio (o nosso foco é particularmente neste último). Assim, de todas as mudanças na vida familiar ocorridas no século xx, provavelmente a mais dramática e a mais vasta nas suas implicações foi o aumento da taxa de 65
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divórcio (Amato, 2000), sendo que as razões que conduzem ao divórcio são distintas e estão relacionadas com as culturas e as épocas. Contextualizando a realidade nacional, em 1960 foram registados 749 divórcios (Figura 4.1) e os dados provisórios de 2017 apontam para 21577 divórcios registados. É de assinalar uma subida acentuada em 2002, presumivelmente pela entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de outubro, que atribuiu competências às conservatórias do registo civil para divórcio por mútuo consentimento, mesmo quando existiam filhos menores, cuja regulação, no entanto, requeria a necessária homologação do Tribunal de Família e Menores. Entretanto, este foi alterado pelo Decreto-Lei n.º 122/2013, de 26 de agosto (p. 5146), que promoveu a: “transferência de competências decisórias em determinados processos de jurisdição voluntária dos tribunais judiciais para o Ministério Público e para as conservatórias de registo civil”. O divórcio também aumentou porque as pessoas casam de maneira diferente dando mais importância à relação interpessoal do que à dimensão institucional do casamento (Amato, 2007). De acordo com esta visão, o casamento terá progredido de uma perspetiva instrumental de sobrevivência para uma perspetiva afetivo‑relacional, desse modo, mais vulnerável à dissolvência e deixando o seu sentido de eternização (Pereira, Machado, & Pinto, 2013). Com efeito, a sociedade moderna incentiva que a escolha do parceiro conjugal seja ancorada no afeto e não na sobrevivência (Pereira et al., 2013). Desse modo, atendendo ao lugar central que o afeto ocupa na construção e manutenção do casal na atualidade, afigurou-se essencial analisar profundamente os processos emocionais e cognitivos que nele ocorrem, especialmente quando se verifica a rutura. De igual modo, a nossa atenção recairá, ainda, nos modelos explicativos da rutura, quer como processo, quer como crise. Embora não seja negligenciada a dimensão jurídico-legal inerente aos processos de separação e/ou de divórcio, os aspetos da mesma não serão objeto de reflexão.
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CONFLITOS PÓS-DIVÓRCIO E NOVAS ABORDAGENS DE MEDIAÇÃO Maria Luís Machado e Ana Sani
“Os conflitos entre grupos, pessoas ou internamente em cada indivíduo são provocados em geral por causas mais profundas do que um mero desentendimento pontual, e os autos de um processo judicial dificilmente refletem essa realidade complexa. Nesses casos, uma solução simplista imposta por uma lei ou por uma sentença judicial pode até trazer algum alívio momentâneo, uma trégua na relação conflituosa, mas às vezes não é capaz de solucionar verdadeiramente a questão, de trazer paz às pessoas […].”
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Storch (2010a)
Os conflitos decorrentes da situação de divórcio colocam, não raras vezes, os progenitores em posições antagónicas no que respeita ao exercício da parentalidade, comprometendo muitas vezes o superior interesse dos filhos. O presente texto tem como objetivo uma reflexão sobre o impacto nos filhos desta conflitualidade, particularmente no que concerne aos contactos e ao vínculo da criança com o progenitor com o qual não reside, algumas vezes dificultados pelo progenitor com o qual reside habitualmente. Abordamos as vantagens da mediação familiar em contexto de regulação das responsabilidades parentais, apresentando o método das constelações familiares sistémicas, dentro do direito sistémico, ilustrado com um caso prático que revela
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GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA as potencialidades desta nova abordagem em contexto judicial nos tribunais de família. Palavras-chave: divórcio, alienação parental, mediação familiar, constelações familiares sistémicas
5.1. INTRODUÇÃO Enquanto relação íntima entre duas pessoas, o casamento assume-se como um espaço de grande investimento pessoal e social, com expectativas e necessidades por parte dos elementos do casal, tendo-se ultrapassado a ideia de família consolidada numa relação estável, para uma diversidade de modelos conjugais e, consequentemente, para diferentes formas de família (Cezar-Ferreira & Macedo, 2016; Machado, 2019; Machado & Sani, 2014). O casamento é valorizado na dimensão afetiva e no bem-estar individual em prejuízo de imposições institucionais e do bem-estar familiar, sendo entendido pelo legislador como forma de realização pessoal e familiar (Cezar-Ferreira & Macedo, 2016; Machado, 2019; Ramião, 2009; Silva & Relvas, 2007). Assim, as pessoas divorciam-se quando as suas expectativas face ao casamento e à relação íntima não se concretizam (Cano, Gabarra, Moré, & Crepaldi, 2009; Jorge, 2017), obrigando a uma reestruturação tanto dos direitos como das responsabilidades dos pais face aos filhos. Nesta nova fase deverá prevalecer sempre, independentemente dos motivos e argumentos dos pais, o superior interesse da criança (Kruk, 2017), devendo ser exercida uma coparentalidade positiva, com o envolvimento ativo de ambos os pais na vida dos filhos (Anciães, Agulhas, & Carvalho, 2018; Yárnoz-Yaben, 2010). O divórcio, ou o fim da relação conjugal, não pode significar a rutura ou o divórcio entre pais e filhos (Jorge, 2017), embora durante todo o processo cada um se vá adaptando a uma nova realidade, assinalada por alterações importantes nas relações familiares (Rosmaninho, 2010). As reformas económicas, sociais, culturais e jurídicas, que se têm vindo a verificar na sociedade ocidental nas últimas décadas, influenciaram inegavelmente a própria conceção do casamento, bem como os pilares no qual deve assentar, e permitem explicar a mudança de atitudes de homens e mulheres perante o mesmo (Silva & 84
CONFLITOS ENTRE CASAIS DO MESMO SEXO: NOVAS POSSIBILIDADES PARA A MEDIAÇÃO FAMILIAR Isabel Rama, Ana Paula Monteiro e Pedro Cunha
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” Fernando Teixeira de Andrade
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Vivemos numa sociedade em mudança caracterizada por novas formas de família. Dessas novas relações familiares resultam conflitos aos quais a sociedade responde com uma forma construtiva de resolução dos mesmos – a mediação familiar. Na organização destas novas formas de família está, para além de outras modalidades, a família homossexual, que, tal como as outras, também tem os seus conflitos. Neste capítulo, são abordados alguns dos principais conflitos nos relacionamentos entre casais do mesmo sexo e os possíveis contributos da mediação familiar nesse contexto conjugal e familiar. É referenciada uma investigação portuguesa, com mediadores e pessoas homossexuais, dedicada à análise da recetividade da mediação familiar face a processos de casais do mesmo sexo. Por outro lado, a referida pesquisa procurou ainda analisar a recetividade das pessoas homossexuais quanto a recorrerem à mediação familiar e as suas perceções sobre os 101
GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA mediadores e a forma como decorreria o acolhimento por parte dos mesmos. Na parte final, é apresentado um caso exemplificativo de mediação familiar no contexto em análise. Palavras-chave: casais do mesmo sexo, famílias, conflitos, mediação familiar
6.1. INTRODUÇÃO A frase poética de Teixeira de Andrade é de grande atualidade: a sociedade mudou, as famílias mudaram, os conflitos mudaram e as mentalidades procuram acompanhar a passagem da família-modelo para múltiplos modelos familiares. Nesta sociedade em mudança, existem, assim, novas formas de família que criam múltiplas relações e dinâmicas que levam ao aparecimento de novos e diferentes conflitos. As mudanças na ordem familiar, a mudança de papéis e de estatuto, as substituições funcionais podem traduzir-se em fonte de conflito (Eusébio, 2014; Goldberg & Romero, 2018). A família constitui a célula básica da sociedade e o agente de socialização por excelência, não existindo dúvidas sobre a sua importância na vida pessoal e social dos indivíduos. Face ao desafio específico das famílias, preservar as relações entre os seus membros, a sociedade pós-moderna respondeu com uma nova via de resolução de conflitos – a mediação familiar. Esta é uma forma extrajudicial de resolução de conflitos na área da família em que as partes auxiliadas pelo mediador encontram uma solução satisfatória para o conflito que as opõe. O mediador não decide nem impõe a sua vontade, ajuda as partes a encontrarem soluções de mútua satisfação. A família homossexual faz parte do universo social e familiar, logo novos desafios se colocam aos mediadores familiares no exercício das suas funções com casais do mesmo sexo (Goodman & Geldenhuys, 2018). Em Portugal, assistimos a alguma visibilidade das pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgénero e Queer (LGBTQ), nomeadamente no acesso a direitos civis, em que, por exemplo, pela Lei Constitucional n.º 1/2004, de 24 de julho, a Constituição Portuguesa passou a preconizar, no artigo 13.º (Princípio de Igualdade, n.º 2, p. 1): “Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever 102
PESSOA IDOSA, CONFLITOS NA FAMÍLIA E MEDIAÇÃO Isabel Dias e Ana Sani
“O objetivo da mediação junto de pessoas idosas é ajudá-las a tornarem-se hábeis na resolução ou prevenção de conflitos, construindo um futuro melhor.” McCann-Beranger (2012)
No presente capítulo analisa-se o conflito familiar na idade avançada e a importância da mediação para a promoção de bem-estar e segurança entre os idosos. Parte-se de um breve enquadramento demográfico da questão do envelhecimento e do conceito de pessoa idosa, ao mesmo tempo que se abordam as crenças do idadismo, o problema da dependência e dos cuidados na velhice, a par das tensões e conflitos gerados entre os familiares neste domínio. Abordam-se, de igual modo, as questões ligadas à gestão do património e aos bens da pessoa idosa, mais presentes nesta fase do ciclo de vida e que são passíveis de mediação familiar. Conclui-se o capítulo com a apresentação de estratégias e modelos de mediação de pessoas idosas. Enfatiza-se a relevância da mediação familiar na velhice como estratégia de resolução e de prevenção dos conflitos, de forma a não progredirem para situações de abusos e violência.
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Palavras-chave: pessoa idosa, conflitos familiares, mediação
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GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA
7.1. INTRODUÇÃO O envelhecimento é um processo inevitável, sendo que a maioria das famílias deseja que ele seja vivido pelos seus membros da forma mais graciosa e tranquila possível. No entanto, nem sempre é assim. Apesar de as famílias desejarem “o melhor” para os seus idosos, discordam, muitas vezes, sobre o significado do que é efetivamente melhor, emergindo assim vários conflitos acerca de quem cuida, quem tem acesso a quê e quem toma decisões pelos pais na velhice (Gross, 2018). Com efeito, o conflito familiar está muito presente em todas as fases do ciclo de vida, agudizando-se na adolescência dos filhos, mas principalmente na idade avançada, quando os adultos são chamados a prestar cuidados aos pais que estão a envelhecer ou a tomar decisões em nome deles. Nesta fase, são vários os dilemas: Como lidar com a dependência dos pais idosos? Como fazer a gestão dos cuidados e das relações entre os potenciais cuidadores? Quais são os recursos da família em termos de tempo e dinheiro? Quanto tempo é que os recursos vão durar? Como mobilizar as solidariedades públicas? Como conciliar a vida profissional com a prestação de cuidados? Como gerir a vida familiar e conjugal com o acolhimento de um pai idoso? Tais dilemas, entre tantos outros, mostram que, nesta fase do ciclo de vida, o conflito familiar pode intensificar-se, assumindo novas configurações, ou vir à superfície depois de vários anos em estado latente. O declínio físico e cognitivo dos pais, a necessidade de cuidados, a conflitualidade entre os cônjuges idosos e entre estes e os filhos exigem a tomada de decisões que agravam, muitas vezes, o stress familiar (Fieldstone & Bronson, 2018). A mediação na velhice constitui uma estratégia cada vez mais aplicada para a resolução de conflitos entre filhos adultos, pais idosos e outros parentes fora do tribunal. Nos casos de conflitos, mais ou menos moderados, a mediação acaba por conseguir que as partes envolvidas abordem as divergências e se foquem nas soluções. Esta abordagem também tem sido bem-sucedida nas situações de conflito mais intensas, levando as partes a centrarem os seus esforços no cuidado e bem-estar da pessoa idosa (Gross, 2018). Pretendemos, neste capítulo, demonstrar como a mediação junto de pessoas idosas pode contribuir para abordar questões importantes como a gestão da dependência na velhice, o idadismo (ageing) e na sinalização de situações problemáticas como a violência sobre a pessoa idosa (Sani & Ferreira, 2019; Sani, Gonçalves, Nunes,
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PSICOPATIA, CONFLITO E RELAÇÕES FAMILIARES Margarida Simões e José Soares Martins
“[…] conhecem a letra mas não a música […].” Anthony Hamilton
No presente capítulo, procurou-se levar a cabo uma revisão sistemática do conceito de psicopatia a partir de autores fundamentais no âmbito do estado da arte nesta área de estudos. Elaborou-se, ainda, uma abordagem aos mais recentes trabalhos ligados a esta síndrome ao nível dos adolescentes e crianças, a fim de traçar uma linha de comportamento que faça sentido na vida adulta. Os conflitos em família, quer no relacionamento entre pais e filhos problemáticos, quer nas crianças e jovens com traços psicopáticos e restantes irmãos, são, também, objeto de atenção. Procura-de, de igual modo, dar atenção à questão do conflito nas relações românticas, muito concretamente ao nível dos casais que coabitam durante longos períodos de tempo. A presença de psicopatia num dos elementos destes casais foi objeto de uma abordagem baseada nos mais recentes trabalhos realizados a este nível. Finalmente, apresenta-se um estudo de um caso em que a ocorrência de traços de psicopatia secundária na infância é objeto de uma intervenção e tratamento com êxito que se prolonga na vida adulta.
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Palavras-chave: conflito, família, psicopatia
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16,5cm x 21cm
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A família atravessa um tempo de profundas e aceleradas transformações, cujo reflexo é visível, desde logo, na diversificação de modelos conjugais e familiares. Em Portugal, os conflitos que, hoje em dia, se manifestam no contexto familiar e também na conjugalidade refletem as importantes alterações sociais e de mentalidades que ocorreram nos últimos anos, em especial após a instauração da democracia, como o divórcio, as uniões de facto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou os desafios colocados pelo prolongamento da esperança de vida.
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Integrado na coleção Conflito, Negociação e Mediação, o presente livro constitui-se como um instrumento fundamental para Psicólogos, Sociólogos, Assistentes Sociais, Mediadores, Advogados, Estudantes do ensino superior e todo um conjunto de outros profissionais interessados nos temas abordados.
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Família Conflito entre irmãos Coming out de um/a filho/a gay Divórcio e pós-divórcio Casamento entre pessoas do Separação mesmo sexo Mediação familiar Conflitos familiares na idade avançada Influência da psicopatia na dinâmica familiar
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Autores:
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PEDRO CUNHA Professor Associado com Agregação na Universidade Fernando Pessoa e Convidado na Porto Business School – Universidade do Porto
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Ana Maria Brandão Ana Sani Carla Lopes Inês Carvalho Relva Isabel Dias José Soares Martins Margarida Simões Maria Luís Machado Isabel Rama Otília Monteiro Fernandes
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ISBN 978-989-693-088-2
9 789896 930882
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Coord.:
ANA PAULA MONTEIRO PEDRO CUNHA
ANA PAULA MONTEIRO Professora Auxiliar no Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
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www.pactor.pt
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Assim, são múltiplas as instigações que se colocam, ao nível de gestão de conflitos, hostilidades, tensões e agressões, para o desenvolvimento de uma cultura de paz e de convivência saudável no quotidiano da(s) família(s).
GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA
GESTÃO DE CONFLITOS NA FAMÍLIA
16,5cm x 21cm
GESTÃO DE
CONFLITOS NA FAMÍLIA ANA PAULA MONTEIRO PEDRO CUNHA (Coord.)